CONTABILIDADE GERAL
Demonstração do Fluxo de Caixa
Prof: Marinho
Aspectos Gerais
Uma das principais razões pela qual a DFC levou tantos
anos para ser adotada é a de que a profissão contábil é
muito apegada ao regime de competência e tem uma
aversão grande ao regime de caixa.
Consequentemente, em razão dessa maior utilidade e
simplicidade da DFC ela foi substituindo gradativamente a
DOAR em nível internacional, iniciando-se com os Estados
Unidos em 1988, com o pronunciamento SFAS 95, o Reino
Unido em 1991 com o FRS 1, o qual foi substancialmente
alterado em 1996, as normas internacionais em 1992 com
a revisão do IAS 7 e no Brasil em 2007 com a Lei nº
11.638/07 e Deliberação CVM nº 547/08.
Objetivos
De acordo com o item 1 da Deliberação CVM nº 547/08,
as informações dos fluxos de caixa de uma entidade são
úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações
contábeis uma base para avaliar a capacidade de a
entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como
suas necessidades de liquidez.
Obrigatoriedade
A Lei das Sociedades por Ações, alterada pela Lei n.º
11.638/07, em seu art. 176, § 6º, tornou obrigatória a
elaboração e publicação da demonstração do fluxo de
caixa para todas as sociedades anônimas.
Contudo, as companhias fechadas com patrimônio
líquido inferior a R$ 2.000.000,00 estão dispensadas da
elaboração dessa demonstração.
Classificação
A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar de
acordo com o item 11 da Deliberação CVM nº 547/08, os
fluxos de caixa de período classificados por atividades:
- operacionais;
- de investimento e;
- de financiamento.
Atividades de Investimentos
Incluem a aquisição e a alienação de ativo imobilizado,
ativos de longo prazo, investimentos não considerados
equivalentes de caixa, adiantamentos de caixa e
empréstimos feitos a terceiros.
Atividades de Financiamento
Incluem, a obtenção de recursos dos proprietários e o
seu retorno, a obtenção de empréstimos de curto e longo
prazo e o reembolso de quantias emprestadas.
Portanto, resultam em mudanças no tamanho e na
composição do capital próprio e no endividamento da
entidade.
Atividades Operacionais I
Definição
Incluem, todas as demais transações, isto é, que não
são consideradas atividades de investimento ou
financiamento, em geral fluxos de caixa relacionados a
itens reportados na demonstração do resultado.
Portanto, as atividades operacionais são as principais
atividades geradoras de receita da entidade e outras
atividades diferentes das de investimento e de
financiamento.
Atividades Operacionais II
Exemplos:
São basicamente derivados das principais atividades
geradoras de receita da entidade. Portanto, eles
geralmente resultam das transações e de outros eventos
que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo, tais
como:
 recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e
pela prestação de serviços;
 recebimentos de caixa decorrentes de royalties,
honorários, comissões e outras receitas;
 pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e
serviços;
Atividades Operacionais III
Exemplos:
 pagamentos de caixa a empregados ou por conta de
empregados;
 recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de
prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da
apólice;
 pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a
renda, a menos que possam ser especificamente
identificados com as atividades de financiamento ou de
investimento; e
 recebimentos e pagamentos de caixa de contratos
mantidos para negociação imediata ou disponíveis para
venda futura.
Atividades Operacionais IV
Métodos:
Segundo o item 20 da Deliberação CVM nº 547/08, a
entidade deve divulgar os fluxos de caixa das atividades
operacionais, usando o:
 - método direto, segundo o qual as principais classes
de recebimentos brutos e pagamentos brutos são
divulgadas; ou
 - método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou
prejuízo é ajustado pelos efeitos:
- das transações que não envolvem caixa;
- de quaisquer diferimentos ou outras apropriações por
competência sobre recebimentos ou pagamentos
operacionais passados ou futuros; e
- de itens de receita ou despesa associados com fluxos
de caixa das atividades de investimento ou de
financiamento.
Atividades Operacionais V
Método Direto:
Quando é utilizado o método direto, obrigatoriamente
deve ser apresentada a conciliação entre o lucro líquido e
o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais na
apuração do fluxo líquido das atividades operacionais.
A conciliação deve apresentar, separadamente, por
categoria, os principais itens a serem reconciliados, à
semelhança do que deve fazer a entidade que use o
método indireto em relação aos ajustes ao lucro líquido ou
prejuízo para apurar o fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais.
Atividades Operacionais VI
Método Direto
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais:
(+) dinheiro recebido nas vendas de mercadorias
(+) dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos
(-) dinheiro pago aos fornecedores
(-) dinheiro pago em despesas operacionais
Caixa Gerado pelas operações
(-) juros pagos
(-) imposto de renda e contribuição social pagos
Caixa Líquido proveniente das atividades operacionais
Demonstração do Fluxo de Caixa (Método Direto)
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais:
(+) dinheiro recebido nas vendas de mercadorias
(+) dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos
(-) dinheiro pago aos fornecedores
(-) dinheiro pago em despesas operacionais
Caixa Gerado pelas operações
(-) juros pagos
(-) imposto de renda e contribuição social pagos
Caixa Líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos:
(-) compra de investimentos, imobilizado e intangível
(+) venda de investimentos, imobilizado e intangível
(-) empréstimos ou adiantamentos de caixa feitos a terceiros
(+) recebimento de empréstimos ou adiantamentos a terceiros
(+) dividendos recebidos
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Investimentos
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos:
(+) integralizações de capital
(-) dividendos pagos
(+) caixa recebido de financiamentos a pg e debêntures de curto e longo prazo
(-) amortização de financiamentos a pg e debêntures de curto e longo prazo
(-) pagamento de arrendamentos mercantis a pg
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Financiamentos
Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa no final do período
Atividades Operacionais VII
Método Indireto:
No método indireto o fluxo de caixa das operações é
derivado a partir do lucro líquido do exercício, partindo-se
do pressuposto de que a totalidade do lucro tenha afetado
o caixa, porém, como isso não ocorre na prática, deve-se
ajustá-lo dos itens que afetaram o lucro, mas não o caixa.
Assim, é possível verificar-se o quanto do lucro (aspecto
econômico) efetivamente impactou o caixa (aspecto
financeiro).
Atividades Operacionais VIII
Método Indireto:
De acordo com o item 22 da Deliberação CVM nº
547/08, o fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais é determinado ajustando o LLE obtido na
DRE quanto aos efeitos de:
 mudanças ocorridas no período nos estoques e nas
contas operacionais a receber e a pagar;
 itens que não afetam o caixa, tais como depreciação,
provisões, impostos diferidos, variações cambiais não
realizadas, resultado de equivalência patrimonial em
investimentos e participação de minoritários, quando
aplicável; e
 todos os outros itens cujos efeitos sobre o caixa sejam
fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento
ou de financiamento.
Atividades Operacionais IX
Método Indireto:
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais:
Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social
Ajustado pela:
(+) despesas com depreciação
(+/-) Resultado de Equivalência patrimonial
(+) Variação monetária passiva
(-) Variação monetária ativa
(+/-)ganhos e perdas de capital
(+) apropriações e provisões de despesas
Resultado Operacional antes das variações no capital circulante
líquido
(+/-) redução (aumento) nas contas a receber
(+/-) redução (aumento) nos estoques
(+/-) redução (aumento) nas despesas do exercício seguinte
(+/-) aumento (redução) nas contas a pagar
Caixa Gerado pelas Operações
(-) juros pagos
(-) imposto de renda e contribuição social pagos
Caixa Líquido proveniente das atividades operacionais
Atividades Investimento I
Importância
A divulgação em separado dos fluxos de caixa
decorrentes das atividades de investimento, segundo o
item 18 da Deliberação CVM nº 547/08, é importante
porque tais fluxos de caixa representam a extensão em
que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade
com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no
futuro.
Atividades Investimento II
Itens que o Compõem:
 pagamentos de caixa para aquisição de ativo nãocirculante, sendo que esses desembolsos incluem os
custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados
de construção própria;
 recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo
não-circulante;
 adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a
terceiros;
 recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos
ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros.
Atividades Investimento III
Estrutura
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos:
(-) compra de investimentos, imobilizado e intangível
(+) venda de investimentos, imobilizado e intangível
(-) empréstimos ou adiantamentos de caixa feitos a terceiros
(+) recebimento de empréstimos ou adiantamentos feitos a terceiros
(+) dividendos recebidos
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Investimentos
OBS: os dividendos recebidos podem ser classificados como
atividades operacionais
Atividades Financiamento I
Importância:
Segundo o item 19 da Deliberação CVM nº 547/08, a
divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das
atividades de financiamento é importante por ser útil para
prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos
fornecedores de capital à entidade.
Atividades Financiamento II
Itens que o Compõem:
caixa recebido pela emissão de ações ou outros
instrumentos patrimoniais;
 pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou
resgatar ações da entidade;
 caixa recebido proveniente da emissão de debêntures,
empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outros
empréstimos de curto e longo prazos;
 amortização
de empréstimos e financiamentos,
incluindo debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros
empréstimos de curto e longo prazos; e
 pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do
passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro.

Atividades Financiamento III
Estrutura
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos:
(+) integralizações de capital
(-) dividendos pagos
(+) caixa recebido de financiamentos a pg e debêntures de curto e longo prazo
(-) amortização de financiamentos a pg e debêntures de curto e longo prazo
(-) pagamento de arrendamentos mercantis a pg
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Financiamento
Atividades de Investimento e
Financiamento Não-caixa
Transações de investimento e financiamento que não
envolvem o uso de caixa ou equivalentes de caixa,
conforme dispõe o item 47 da Deliberação CVM nº 547/08,
não devem ser incluídas na demonstração dos fluxos de
caixa, mas sim em notas explicativas às demonstrações
contábeis, tais como:
a aquisição de ativos com assunção direta do respectivo
passivo ou por meio de arrendamento financeiro;
 a aquisição de entidade por meio de emissão de ações;
e
 a conversão de dívida em capital.

Elaboração do FC por meio de Papéis de
Trabalho I
Existem
vários
métodos
de
elaboração
da
Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC, sendo que na
prática o mais utilizado é o de elaborar papéis de trabalho
que contêm a movimentação detalhada do ativo realizável
a longo prazo, investimentos, imobilizado, intangível,
passivo não-circulante e patrimônio líquido, ou seja, por
meio da movimentação das contas não-circulantes, chegase à variação no capital circulante líquido.
Elaboração do FC por meio de Papéis de
Trabalho II
O processo de elaboração da demonstração do fluxo de
caixa pode ser dividido em 4 etapas:
1º - O passo inicial é a elaboração de papéis de trabalho
com a movimentação dos não-circulantes;
 2º - elaborar um que contenha apenas essa
movimentação do capital fluxo de caixa inicial circulante
líquido;
 3º - eliminar as atividades de investimento e
financiamento não caixa;
 4º - ajustar as apropriações e provisões, por não
representarem entradas ou saídas de caixa.

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