Nomenclatura Botânica
Nomenclatura Botânica
 É a parte da Botânica (Sistemática) que se dedica a dar nomes
às plantas e grupos de plantas (táxon).
 Nomenclatura botânica é o emprego correto dos nomes
das plantas, envolvendo um conjunto de princípios, regras e
recomendações aprovados em Congressos Internacionais de
Botânica e publicados num texto oficial.
 Os primeiros nomes das plantas foram vernáculos ou nomes
comuns, mas estes têm seus inconvenientes:
 Não são universais e somente são aplicados a uma língua.
 Somente algumas plantas têm nome vernáculo.
 Freqüentemente duas ou mais plantas não relacionadas
possuem o mesmo nome ou uma mesma planta possui
diferentes nomes comuns.
 Se aplicam indistintamente a gêneros, espécies ou variedades.
Início da nomenclatura organizada
 Séc. XVIII (época prélineana) as plantas eram identificadas
por uma longa fase descritiva em latim (sistema
polinomial), que crescia a medida que se encontravam
novas espécies semelhantes.
 Por exemplo: Carlina acaulis L. era conhecida como:
 Carlina acule inifloro florae breviore
 Gaspar Bauhin sugeriu adotar somente dois nomes (sistema
binomial).
 Com a publicação de Species Plantarum por Lineu, em 1753, o
sistema foi definitivamente estabelecido.
 Lineu descreveu e nomeou por este sistema todo o mundo
vivo conhecido até aquela data.
 O nome científico ou nome específico de um organismo vivo
é uma combinação de duas palavras em latim:
 – O nome genérico ou gênero
 – O epíteto específico
 O nome científico sempre está acompanhado pelo nome
abreviado do autor que o descreveu pela primeira vez de
forma efetiva ou válida.
CINB - Código Internacional de
Nomenclatura Botânica
 O sistema de nomenclatura botânica visa a padronização e
aceitação mundial.
 O nome científico é o símbolo nominal da planta ou de um
grupo de plantas e é uma maneira de indicar sua categoria
taxonômica.
 O CINB está dividido em três partes:
 Princípios básicos do sistema de nomenclatura botânica;
 Regras para por em ordem a nomenclatura antiga;
 Recomendações para conseguir uniformidade e clareza na
nomenclatura atual.
Princípios do CINB:
 I. A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura





zoológica e bacteriológica;
II. A aplicação de nomes a grupos taxonômicos (táxons) de
categoria de família ou inferior é determinada por meio de tipos
nomenclaturais;
III. A nomenclatura de um táxon se fundamenta na prioridade de
publicação.
IV. Cada grupo taxonômico não pode ter mais de um nome correto
(o mais antigo segundo as regras);
V. Os nomes científicos dos grupos taxonômicos se expressam em
latim, qualquer que seja sua categoria e origem;
VI. As regras de nomenclatura têm efeito retroativo, salvo indicação
contrária.
Regras do CINB
 As regras são organizadas em artigos, os quais visam por em
ordem os nomes já existentes e orientar a criação de novos
nomes.
 Seguem-se algumas regras importantes que aparecem no
Código:
 1. Os nomes científicos dos táxons devem ser escritos em
latim, quando impressos, devem ser destacados, por artifícios
como o negrito ou itálico e quando manuscritos, por grifos.
 2. Os nomes científicos não devem ser abreviados, exceto o
nome da espécie. Na combinação binária, o nome do gênero
por ser substituído pela sua inicial quando o texto torna claro
qual o gênero em questão.
 3. As seguintes terminações dos nomes designam as
categorias taxonômicas:
 ordem - o nome deriva do nome de uma das principais
famílias (família-tipo) com adição da terminação ales.
 sub-ordem - a mesma raiz com terminação ineae.
 família - nome derivado de um gênero vivo ou extinto com
a terminação aceae.
 sub-família - a mesma raiz com a terminação oideae.
 tribo - a mesma raiz com a terminação eae.
 sub-tribo - a mesma raiz com a terminação inae.
 gênero e infra-genéricas - o nome pode vir de qualquer
fonte, sendo escolhido arbitrariamente pelo autor. Deve ser
um substantivo ou adjetivo substantivado, latino ou latinizado
e escrito com a inicial maiúscula.
 espécie - o nome da espécie é também de escolha arbitrária,
escolhido pelo autor. Deve ser um adjetivo ou substantivo
adjetivado, latino ou latinizado, sempre formando uma
combinação binária com o gênero e sempre escrito com a
inicial minúscula. Todo nome de espécie deve ser
acompanhado pelo nome do autor da mesma.
 categorias infra-específicas - os nomes são os das
espécies acrescidas do nome da categoria infraespecífica em
terceiro lugar. Ex. Brassica oleracea var. capithata, Ipomoea
batatas f. alba.
 cultivar - nome reservado a variedade cultivada, criada
pelo homem em seus trabalhos de melhoramento e se opõe
à variedade botânica, criada e selecionada pela natureza.
Ex.: Zea mays cv. Piranão, Phaseolus vulgaris cv. Rosinha.
 Exemplo geral das categorias taxonômicas:
 Divisão: Magnoliophyta
 Classe: Magnoliopsida
 Sub classe: Rosidae
 Ordem: Rosales
 Sub-ordem: Rosineae
 Família: Rosaceae
 Sub-família: Rosoideae
 Tribo: Roseae
 Sub-tribo: Rosinae
 Gênero: Rosa
 Espécie: Rosa gallica L.
 Variedade: Rosa gallica var. versicolor Thory
 4. Quando uma espécie muda de gênero, o nome do autor do
basiônimo (primeiro nome dado a uma espécie) deve ser
citado entre parênteses, seguido pelo nome do autor que fez a
nova combinação. Ex. Majorana hortensis (Linn.) Moench.;
basiônimo: Origanum majorana Linn.
Nomes dos táxons
 O nome de um gênero pode ser o nome de uma pessoa
latinizado, seguindo as regras:
 Terminação em vogal: se adiciona a, exceto quando termina
em a (ea). Ex.
Boutelou Boutelona
Colla Collaea
 Terminação em consoante: se adiciona ia. Ex.
Klein Kleinia
Lobel Lobelia
 O epíteto específico pode ser um nome em comemoração a
uma pessoa.
 Se implica em várias palavras, essas se combinam em uma só
ou se ligam por travessão.
 Não se usa o epíteto específico de forma isolada, somente
em combinação com o gênero.
 Um mesmo epíteto pode vir junto a diferentes nomes
genéricos. Ex. Anthemis arvensis; Anagalis arvensis.
 Cada epíteto deve estar no mesmo gênero gramatical
(singular, plural ou neutro) do nome genérico. As
terminações mais frequentes são:
M: alb-us
nig-er
brev-is
ac-er
F: alb-a
nig-ra
brev-is
ac-ris
N: alb-um nig-rum
brev-e
ac-re
 Ex. Lathyrus hirsutus, Lactuca hirsuta, Vaccinium hirsutum
 Outras terminações:
 eleg-ans, rep-ens, bicol-or, simple-x
Tipos de epítetos específicos:
 Epítetos comemorativos:
 Terminação vogal (exceto a), se adiciona -i. Ex. Joseph Blake Aster




blakei
Terminação em vogal -a, se adiciona -e. Ex. Mr. Balansa balansae
Terminação em consoante diferente de -er, se adiciona -ii. Se é
uma mulher, -iae. Ex.Tuttin tuttinii
Terminação em consoante -er, se adiciona -i. Ex. Boissier boissieri
Se o nome se usa como adjetivo, a terminação deve coincidir com
o gênero. Ex. Rubus cardianus (F.Wallace Card)
Chenopodium boscianum (Augustin Bosc)
 Epítetos descritivos:
 Relacionados com a cor: albus, aureus, luteus, niger, virens, viridis
 Relacionados com a orientação: australis, borealis, meridionalis,
orientalis
 Relacionados com a geografia: africanus, alpinus, alpestris,
hispanicus, ibericus, cordubensis
 Relacionados com o hábito: arborescens, caespitosus, procumbens
 Relacionados com o habitat: arvensis, campestris, lacustris
 Relacionados com as estações: automnalis, vernalis
 Relacionados com o tamanho: exiguus, minor, major, robustus
Normas para redação de nomes
científicos
 1. Todas as letras em latim devem vir em itálico (cursiva),
sublinhadas ou negrito;
 2. A primeira letra do gênero ou categoria superior há de vir
em maiúscula;
 3. O resto do nome vem em minúscula (exceto em alguns
casos em que se conserva a primeira letra de epíteto
específico)
 4. Os nomes dos híbridos vem precedidos de x.
Ex. x Rhaphanobrassica; Mentha x piperita
Pronuncia de nomes científicos
 1. Os ditongos ae e oe se lêem como e. Ex. laevis; rhoeas
 2. A combinação ch se lê k; Ex. Chenopodium
 3. A combinação ph se lê f; Ex.Phaseolus vulgaris
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