INTRODUÇÃO À SISTEMÁTICA
Prof. Carlos Daniel Pérez
ROTEIRO DE TRABALHO
1. Caracterizar os diferentes objetos.
2. Ordenar os objetos em grupos diferentes.
3. Dar um nome a cada grupo.
4. Pegar um objeto ao acaso e incluí-lo em um dos diferentes grupos
1.DESCRIÇÃO: Detalhar os caracteres do organismo
(morfológicos, comportamentais, fisiológicos, genéticos,
bioquímicos, etc.).
2.CLASSIFICAÇÃO: Ordenamento e categorização dos
diferentes grupos . A categorização designa o nível numa
classificação hierárquica.
3.NOMENCLATURA BIOLÓGICA: Aplicação de nomes
distintivos a cada grupo reconhecido na classificação
biológica.
4.IDENTIFICAÇÃO ou DETERMINAÇÃO: Localização
dos indivíduos dentro dos grupos previamente
estabelecidos.
DIVERSIDADE BIOLÓGICA ou BIODIVERSIDADE
BIODIVERSIDADE



« Conjunto de grupos diferentes, entidades o
taxa que de alguma maneira podem ser discernidos
uns de outros, e o numero de caracteres
diferentes que esses taxa têm.»
«É a extraordinária variedade de vida na terra,
desde genes e espécies até ecossistemas, e as
valiosas funções que exercem.»
«È a variedade de todos os seres vivos e suas
interações».
BIODIVERSIDADE
O termo diversidade biológica foi criado por
Thomas Lovejoy em 1980, ao passo que a palavra
Biodiversidade foi usada pela primeira vez pelo
entomologista E. O. Wilson em 1986, num relatório
apresentado ao primeiro Fórum Americano sobre a
diversidade
biológica,
organizado
pelo
Conselho
Nacional de Pesquisas dos EUA (National Research
Council, NRC).
BIODIVERSIDADE
Existem três níveis tradicionais de diversidade entre
seres vivos:
diversidade genética - diversidade dos genes em uma
espécie.
diversidade de espécies - diversidade entre espécies.
diversidade de ecossistemas - diversidade em um
nível mais alto de organização, incluindo todos os níveis
de variação desde o genético.
Abordagens da Biodiversidade
Para os biólogos geneticistas, a Biodiversidade é a diversidade de genes e
organismos. Mutação, troca de genes e a dinâmica do genoma  evolução.
Para os biólogos zoólogos ou botânicos, a Biodiversidade não é só apenas a
diversidade de populações de organismos e espécies, mas também a forma como
estes organismos funcionam. Organismos surgem e desaparecem. Locais são
colonizados por organismos da mesma espécie ou de outra. Algumas espécies
desenvolvem organização social ou outras adaptações com vantagem evolutiva. As
estratégias de reprodução dos organismos dependem do ambiente.
Para os ecólogos, a Biodiversidade é também a diversidade de interações duradouras
entre espécies. Isto se aplica também ao biótopo, seu ambiente imediato, e à
ecorregião em que os organismos vivem. Em cada ecossistema os organismos são
parte de um todo, interagem uns com os outros mas também com o ar, a água e o
solo que os envolvem.
Biodiversidade: tempo e espaço
A Biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução tanto do
ponto de vista das espécies como também de um só organismo. A meia-vida
média de uma espécie é de um milhão de anos e 99% das espécies que já
viveram na Terra estão hoje extintas.
A Biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é, sem dúvida, maior
nos trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o número de espécies, contudo, as
populações tendem a ter maiores áreas de ocorrência. Este efeito que envolve
disponibilidade energética, mudanças climáticas em regiões de alta latitude é
conhecido como efeito Rapoport.
Existem regiões do globo onde há mais espécies que outras. A riqueza de espécies
tendem a variar de acordo com a disponibilidade energética, hídrica (clima,
altitude) e também pelas suas histórias evolutivas.
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
FORMA
ESPAÇO
TEMPO
BIOLOGÍA COMPARADA
FORMA
SISTEMÁTICA
ENFOQUE
INTEGRAL
ESPAÇO
TEMPO
BIOGEOGRAFIA
EVOLUÇÃO
Como medir a biodiversidade?
A Sistemática mede a Biodiversidade pela distinção entre
espécies. Pelo menos 1,75 milhões de espécies foram
descritas; entretanto, a estimativa do verdadeiro número de
espécies existentes varia de 3,6 para mais de 100 milhões.
Biodiversidade no Brasil
O Brasil é campeão mundial em biodiversidade: de cada cinco espécies do planeta, uma
encontra-se aqui. Essa enorme variedade de animais, plantas, microrganismos e
ecossistemas, muitos únicos em todo o mundo, deve-se, entre outros fatores, à
extensão territorial e aos diversos climas do país. O Brasil detém o maior número de
espécies conhecidas de mamíferos e de peixes de água doce, o segundo de anfíbios, o
terceiro de aves e o quinto de répteis. Com mais de 50 mil espécies de árvores e
arbustos, tem o primeiro lugar em biodiversidade vegetal. Nenhum outro país tem
tantas variedades de orquídeas e palmeiras catalogadas. Os números impressionam,
mas, segundo estimativas aceitas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), eles
podem representar apenas 10% da vida no país. Durante uma expedição de apenas 20
dias pelo Pantanal, coordenada pela ONG Conservation International (CI) e divulgada
em 2001, foram identificadas 36 novas espécies de peixe, duas de anfíbio, duas de
crustáceo e cerca de 400 plantas cuja presença naquele bioma era desconhecida pela
ciência.
» SISTEMÁTICA: “Ciência dedicada a descobrir, organizar e
interpretar biologicamente a biodiversidade”
Estudo da diversidade em qualquer nível
taxonômico.
» TAXONOMIA: “ A arte de reconhecer táxons ”
Sub-disciplina da Sistemática que têm como
função descobrir, descrever e identificar
espécies ou grupos de espécies.
“Sem a taxonomia para dar a forma
para os tijolos e
a sistemática para dizer-nos como
colocar eles juntos,
a casa da ciência biológica seria
uma completa desordem”
May (1990)
»
CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA:
ordenamento dos seres vivos em grupos sob a base de
suas similaridades e relações.
Aristóteles
(Grécia, 384-322 a.C.)
» Boa classificação
» Usada por mais de vinte séculos
» Critérios taxonômicos dicotômicos.
-Conceitos: Compreensão e extensão
-Compreensão-- características essenciais dos conceitos
-Extensão -- número, quantidade de sujeitos aos que pode aplicar-se.
El árbol lógico de Porfirio
Sustância: o que existe em si mesmo
Acidente: são categorias que existem em outro ser, na sustância.
Aristóteles classifica os acidentes em 9 grupos: qualidade, quantidade, relação,
ação, paixão, lugar, tempo, situação, hábito externo
Aristóteles
(Grécia, 384-322 a.C.)
Tº = Ambiente
Colocam ovos
Enaima (com sangue)
Tº = Quente
Crias vivas
Reino Animal
Colocam ovos
Anaima (sem sangue)
Não colocam ovos
John Ray
(Inglaterra, 1628-1705)
Historia Plantarum
 Agrupou espécies em gêneros.
 Poucos gêneros com muitas espécies.
Gênero e espécie.
 Segundo nome descritivo, diagnose.
(Fundamentia divisonis ou Differentia)
 Época das expedições, novas descobertas
 Sistema confuso e inviável.
Narcissus Indicus Liliaceus saturato colore purpurascens
Narcissus Indicus è rubro croceus flore liliaceo
Narcissus Indicus latofolio narcissino, flore rubro, liliaceo.
Karl von Linné
(Suécia, 1707-1778)
» Simplificou e organizou os procedimentos
» Acatou parte do sistema de Ray.
» No início usava o “Differentia specifica”
» Depois criou um sistema binomial e um
método de classificação hierárquica
(especies- gêneros- ordens- classes- Reinos)
» “ nomen est”
Karl von Linné
(Suécia, 1707-1778)
» Sistema binomial
- Gênero: coletivo, maiúscula
- Espécie: individual, minúscula
» Mantinha o conceito amplo de gênero.
» Respeito à prioridade de datas.
» Conceito de estabilidade
» Não usou sub-espécies, só variedades.
-1753. Species Plantarum
- 1758.
10ª Ed. Systema Naturae
» Incluiu plantas e animais
» Uso consistente do sistema
binomial.
» Primeira regulamentação para
a Nomenclatura Zoológica
» Data oficial: 1 de janeiro de 1758
»Sistema hierárquico de classificação
Amaryllis belladonna
Epíteto genérico
Epíteto específico
-Teologia natural
Já que Deus criou o mundo, é possível compreender a
sabedoria de Deus estudando sua criação
- Taxonomia vegetal baseada nos órgãos
reprodutivos
Sexo nas plantas??
-Espécies inmutáveis
Híbridos
Geração de espécies não era aberto e ilimitado
Primae speciei, a espécie original do Jardim do Éden
-Natureza é uma “tábua de açougueiro"
luta pela sobrevivência
- Plano de Criação Divina
»TÁXON: grupo
de organismos reconhecidos como
uma unidade em algum nível da classificação hierárquica
(Animalia, Chordata, Primates, Homo sapiens).
»CATEGORIA: é
determinado nível hierárquico em
que certos taxa são classificados (filo, classe, ordem,
família, gênero, espécie).
Humano (Homo sapiens)
Dominio
Reino
Filo
Subfilo
Eukarya
Animalia
Chordata
Vertebrata
Classe
Subclasse
Infraclasse
Mammalia
Theria
Eutheria
Ordem
Subordem
Familia
Primates
Haplorrhini
Hominidae
Género
Homo
Sistemas de classificação dos seres vivos
@ Linnaeus (séc. XVIII): reinos Animal e Vegetal
@ Haeckel (1866): introdução do reino Protista
@ Copeland (1956): introdução do Reino Monera (Mychota)
@ Whittaker (1969): 5 reinos, dividos principalmente pelas
Monera
Protista
Fungi
Plantae
Animalia
caracteríscas morfólogicas e fisiológicas:
REINO MONERA organismos procariontes, unicelulares, coloniais ou não,
autótrofos ou heterótrofos. Compreende bactérias e algas azuis ou
cianobactérias.
REINO PROTISTA organismos eucariontes, unicelulares, coloniais ou não.
Vários métodos nutricionais, incluindo fotossíntese, absorção e ingestão.
Compreende algas unicelulares e protozoários.
REINO FUNGI organismos eucariontes, heterótrofos , geralmente multinucleados.
Compreende os fungos.
REINO PLANTAE organismos eucariontes, multicelulares e fotossíntetizantes.
Compreende as plantas, desde algas multicelulares até as plantas que
produzem frutos.
REINO ANIMALIA organismos eucariontes, multicelulares e heterótrofos.
Compreende os animais, desde as esponjas até o homem.
Sistemas de classificação dos seres vivos
Woese (1977-1990), sistema de classificação baseado
principalmente em aspectos evolutivos (filogenética), a partir da
comparação das sequências de rRNA de diferentes organismos.
3 domínios (contendo os 5 reinos), empregando-se dados associados ao
caráter evolutivo.
Archaea: Procariotos
Bacteria: Procariotos
Eukarya: Eucariotos
Haeckel (1894)
Três reinos
Protista
Plantae
Animalia
Whittaker (1959)
Cinco reinos
Woese (1977)
Seis reinos
Woese (1990)
Três domínios
Monera
Eubacteria
Bactéria
Archaebacteria Archaea
Protista
Fungi
Plantae
Protista
Fungi
Plantae
Animalia
Animalia
Eukarya
A estabilidade
» Necessidade de regras estáveis e universais.
» Sistema de Linné - conhecimento compartilhado
» 1800 - Conceito de “nação” - Retenção do conhecimento
» 1850 - Geólogos propuseram uniformizar
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» 1961 - Primeira edição
» 1964 - Segunda edição
» 1985 - Terceira edição
» 1999 - Quarta edição
» Todas as edições em inglês-francês
» Traduções oficiais em espanhol, alemão, japonês e russo.
» Traduções oficiais futuras em chinês e ucraniano.
» Mundialmente aceito
Comissão Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Número variável de membros (em torno de 25)
» Internacional e multidisciplinária
» Mandato de sete anos, renováveis
» Idade máxima 75 anos
» Ad honorem
Funcionamento
» Não investiga nem condena
» Aceita conselhos
» Abre processo para questionamentos que não estão
no Código e são de interesse.
» Edita o Bulletin of Zoological Nomenclature
(2 ou 3 números por ano) com os casos para que sejam
discutidos a nível mundial.
» Posteriormente a Comissão propõe as regulamentações
para cada caso.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
ESTRUTURA
» Dividido em capítulos com artigos e recomendações, e
apêndices
» Artigos- uso obrigatório
» Recomendações- uso facultativo
» Numeração seqüencial
» Muitos exemplos, reais e fictícios
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
OBJETIVO DO CÓDIGO
“ Promover a estabilidade e a universalidade dos nomes
científicos dos animais e assegurar que o nome de cada
táxon seja único e distinto.”
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO CÓDIGO
1º- ESTABILIDADE- nome correto de um táxon não deve ser
alterado injustamente
2º- CLAREZA- Todos tem que entende-lo em todo o mundo e
em todas as especialidades
3º- UNIVERSALIDADE- Todos devem segui-lo
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
REGULAMENTAÇÕES DO CÓDIGO
» Só regulamenta 3 níveis taxonômicos:
- Grupo espécie: espécie e subespécie
- Grupo gênero: gênero e subgênero
- Grupo família:
- superfamília
- família
- subfamília
- tribo
- outras necessárias
» Outros níveis taxonômicos não tem regulamentação
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
CONCEITOS IMPORTANTES DO CÓDIGO
Nome disponível- quando um zoólogo propõe um nome que está
totalmente de acordo com as regras do código.
Nome válido- é o nome disponível que cumpre as condições
taxonômicas
Exemplo: Musca musca
e Musca robusta
- os dois podem ser disponíveis (cumpre a regulamentação)
- podem ser os dois válidos (espécies diferentes)
- pode ser só um válido (sinônimos)
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
REQUISITOS PARA A DISPONIBILIDADE
1- Após 1757 deve ser publicado (após 1950 não anônimo)
2- O nome deve ser latino ou latinizado (mais de 2 letras)
3- Deve aplicar consistentemente a nomenclatura binomial
4- Após 1960 não pode ser proposto como “variedade” ou “forma”
5- Um nome do grupo da família deve estar baseado em um nome
válido de um gênero incluído na família
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
REQUISITOS PARA A DISPONIBILIDADE
6- O nome DEVE ser acompanhado de uma descrição do táxon,
mínimo necessário para a identificação por outros zoólogos ou
uma referência bibliográfica definida a um enunciado descritivo
7- A partir de 1º de janeiro de 1931 os gêneros novos necessitam
a fixação de uma espécie tipo.
8- A partir do último código, DEVE ser designado um exemplar
TIPO
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
DEFINIÇÃO DE PUBLICAÇÃO
» Impressa com fins permanentes e científicos
» Acessível por qualquer zoólogo que esteja interessado
» Número suficiente de exemplares distribuídos em todo o mundo
» Depositados em várias bibliotecas de alto nível
» Possível obter separatas com ou sem cargo
» As separatas devem ser cópias simultâneas (todas iguais)
» A partir do último código são aceitas fotocópias que o editor
garanta que são iguais aos originais e com fins científicos e de
permuta
» São proibidos fitas, microfichas e microfilmes
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
REGRAS GERAIS
» Palavras em latim ou latinizadas (qualquer origem)
» 2 ou mais letras
» Seguir os apêndices para transliteração e latinização
» Permitido o uso de “j”, “k”, “w” e “y”
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
REGRAS GERAIS
»Erros ortográficos não alteram a disponibilidade do nome
» O código não exige etimologia
» Nomes compostos devem ser unidos
Ex: Calliphora terrae novae = C. terraenovae
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
REGRAS GERAIS
» Não usar acentos ou hífen (exceto no caso anterior)
Nesse caso, trocar a grafia para a correta, sem alterar a
disponibilidade. OBS: müller = mueller
» O nome do autor e a data não forma parte do nome, recomenda-se
o uso, pelo menos, uma vez nas publicações
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
1- Grupo espécie
» Espécie: binômio (nome genérico + nome específico)
Ex: Bunodosoma cangicum
» Subespécie: trinômio (sem parênteses)
Ex: Bunodosoma cangicum brasiliensis
» Baseado em um exemplar tipo
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
1- Grupo espécie
» Se for um adjetivo deve concordar em gênero gramatical com
o nome genérico (se for transferido a outro gênero deve alterar)
» Nunca deve ser usado sozinho
» Grafado em minúscula
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
1- Grupo gênero
» Inclui gênero e subgênero
» Deve se basear em uma espécie tipo
» Inicial maiúscula
» Subgênero deve aparecer entre parênteses
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
1- Grupo família
» Condições para criar uma categoria supragenérica
- basear-se em um gênero tipo
- derivar o nome do nome do gênero tipo
» Começa com maiúscula
» Uninomiais, substantivo, plural
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
FORMAÇÃO DE NOMES
1- Grupo família
» Família e subfamília: devem ser tratados como femininos
» Terminações:
- OIDEA: superfamílias (recomendação)
- IDAE: família
- INAE: subfamília
- INI: tribos (recomendação)
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Autoria
» Autor ou autores de um nome- a pessoa ou as pessoas que
primeiro o publicam, seguindo os critérios de disponibilidade.
» A citação do nome do autor é facultativa
» No caso de citar, deve ser feita em seguida ao nome
científico sem qualquer sinal de pontuação entre eles
Ex: Cancer pagurus Linnaeus
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Autoria
» Nova combinação: transferir uma espécie de um gênero a
outro. O autor original deve ir entre parênteses
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Lei de Homonímia
» Quando um mesmo nome é aplicado a dois o mais taxa
do mesmo grupo
» O Código proíbe os homónimos dentro do grupo família
e gênero, e no grupo espécie dentro de cada gênero.
» Dois nomes específicos serão homónimos se todo o binômio
é igual.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Lei de Homonímia
No grupo família o Código desconsidera os sufixos no
tratamento das homonímias (Chrysopidae e Chrysopinae
são homónimos caso sejam referidos a táxons diferentes)
Grupo gênero- uma única letra já diferencia. Não gera
homônimos.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Lei de Sinonímia
» Quando um táxon têm dois ou mais nomes distintos.
» É um problema taxonômico
» Um nome será válido e o outro apenas disponível
» Por diversas razões algum zoólogo pode propor um nome para
o que pensa ser uma nova espécie, sem se dar conta da
existência de um nome prévio.
» Nomenclator Zoologicum (Neave, 1940)
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Lei de Prioridade
“ O nome válido de um táxon é o nome disponível mais
antigo aplicado a ele”
» Exceções:
- se o nome for considerado um nomen oblitum
- se a comissão validar outro nome expressamente
Nomen oblitum- “nome esquecido”. Um nome que
permaneceu sem uso como sinônimo sênior na literatura
durante mais de 50 anos.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Lei de Prioridade
» A prioridade do nome de um táxon não é alterado por uma
elevação ou redução de escalão dentro do mesmo grupo
» Se o nome mais antigo for contrariar o uso geral, pode
requerer que a Comissão decida que nome utilizar
» Se o nome mais antigo for inválido ou não disponível deve
ser utilizado outro nome dos táxons coordenados, incluindo
sinônimos
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Lei de Prioridade
» A alteração ou correção de grafia não afeta lei da prioridade
» O nome mais antigo deve ser definido pela data de
publicação
» No caso de publicação simultânea ou vários nomes na
mesma publicação, o primeiro revisor decide qual utilizará.
Deve pensar na estabilidade e universalidade.
» Se não houver razão para a escolha,. Deve-se escolher o que
primeiro aparece na publicação.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Lei de Prioridade
» Em caso de sinonímia, o sinônimo mas antigo será o nome
válido e se chama de sinônimo senior, os demais serão
sinônimos juniores que deverão ser descartados.
» Em caso de homonímia, o táxon mais antigo, homônimo
senior, é privilegiado e fica de posse do nome, o táxon que
possui um homônimo júnior deve receber um nome novo.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
Tipificação
» Conceito de tipo: Um tipo é um objeto que fixa um nome
aplicado a um táxon que contém esse objeto.
» Qualquer nome dos três grupos (família, gênero e espécie)
possui o que se chama de um tipo.
» O tipo de um nome de um grupo família é um gênero-tipo.
» O tipo de um nome genérico ou subgenérico é uma
espécie-tipo.
» O tipo de um nome específico ou subespecífico pode ser
um espécime ou um conjunto de dois o mais espécimes.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Espécime:Pode ser um animal ou qualquer parte de um animal;
pode ser uma colônia ou parte dela; no caso de fósseis, desde que
sejam naturais, uma impressão, um molde; no caso de protozoos,
o tipo pode ser um conjunto de indivíduos relacionados, montados
em uma o mais preparações.
» Tipo de Grupo Família: o zoólogo tem liberdade de escolher
como gênero-tipo qualquer gênero incluído, não necessariamente
o que tem o nome mais antigo; na medida do possível num gênero
que seja bem conhecido e representativo.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Tipo de grupo gênero
* Espécie-tipo fixada na publicação original
Designação original
Uso de typicus ou typus
Monotipia
Tautonímia
* Espécie-tipo não fixada na publicação original
Designação subseqüente
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Tipos de Grupo-espécie
* A partir de 2000 é obrigatório o uso de exemplar-tipo
*Exemplar-tipo: exemplar que o zoólogo usou para
descrever a nova espécie e dar nome a ela. Leva o nome
e o rótulo.
* Série-tipo: compreende todos os espécimes que o autor
baseou a descrição da espécie.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Categorias de espécimens-tipo
* Holótipo, é o espécime sob o qual se baseou a
descrição da nova espécie. Se a amostra tem mais de um
exemplar, o taxônomo designará um deles como holótipo,
sendo os restantes chamados de parátipos.
* Alótipo: exemplar do sexo oposto ao holótipo, tem
que ser designado juntamente com a descrição da espécie e é
um parátipo.
* Se o autor estudou uma amostra de dois ou mais
exemplares e não designou um como holótipo; o conjunto
funcionara como fixador do nome e cada exemplar será um
síntipo.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
* Qualquer autor subsequente pode escolher um exemplar de
uma série de síntipos para fazer um único fixador do nome da
espécie, fazendo o papel de holótipo. Esse espécime será chamado
de lectótipo, e os demais restantes de paralectótipos.
* A única diferença entre holótipo e lectótipo, e parátipo e
paralectótipo está na data da escolha do exemplar único na
publicação original o subsequente.
* Neótipo: em casos especiais, um exemplar pode substituir um
holótipo ou lectótipo perdido, ou eventualmente outro neótipo.
Existe prioridade de data em quanto a designação do neótipo, a
menos que o primeiro seja perdido ou destruído.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Holótipo, lectótipo, neótipo, individualmente, e dois o mais
Síntipos, conjuntamente, tem a função de fixar a aplicação de um
Nome específico ou subespecífico. São os portadores de nome.
São considerados segundo o Artigo 72 do Código propriedade da
ciência por todos os zoólogos e pessoas responsáveis por sua
conservação.
» Conservação de séries-tipos: Os espécimes portadores de nome
devem ser depositados em Museus ou Instituições.
» Rotulagem: Os tipos devem ser rotulados inequivocamente de
forma a indicar claramente seu estatuto. A informação do rótulo
deve coincidir com a indicada na publicação da nova espécie.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Responsabilidades das instituições
* Assegurar que os espécimes estejam claramente
rotuladas.
* Tomar medidas necessárias para a preservação
* Acessibilidade para o estudo
* Publicar listas de material-tipo em sua posse
* Comunicar informações sobre os tipos aos zoólogos
que as requerem.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Dados que o zoólogo deve publicar na descrição do holótipo:
* Tamanho
* Localidade
* Sexo
* Estágio de desenvolvimento ou castas
* Nome de espécie hospedeira
* Nome do coletor
* A coleção em que se encontra e o número de registro
* Altitude, batimetria ou idade geológica e posição
estratigráfica segundo corresponda.
Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
» Localidade-tipo: localidade onde foi coletada o exemplar tipo.
A localidade tipo deve estar relacionada com:
* A descrição original do táxon
* Dados que acompanham o material original
* No caso de fósseis, estratos tipo
* No caso de parasitos, hospedeiro tipo.
Coleções Taxonômicas
- A coleção taxonômica é a reunião ordenada de espécimes
mortos ou partes corporais desses espécimes, devidamente
preservados para estudos. Também podem ser incorporados
objetos e produtos resultantes de atividades dos animais (ninhos,
excrementos, pegadas, galerias, galhas)
- A obtenção de material para coleções depende da busca e
captura dos animais nos seus hábitats. Esta tarefa envolve o
conhecimento das técnicas de coleta e preservação dos
organismos
- Todo espécime da coleção deve ter uma etiqueta de procedência
com os dados de coleta (localidade, estado, país, coordenadas,
data, nome do coletor) e geralmente a sigla da instituição
depositaria da coleção e o número de registro.
Coleções Taxonômicas
-Livro de registro, toda coleção devidamente organizada
está registrada em um livro que tem todos os espécimes da
mesma. Nesse livro são incluídos todos os dados que
corresponderam com os das etiquetas.
- Curador ou zelador. A curadoria envolve as atividades de
preservação, armazenamento e catalogação do material
científico das coleções. Além de tomar decisões sobre o
bom manejo das mesmas: avaliação das necessidades e
condições de empréstimos do material, doações e permutas,
em resumo, toda a política prática e científica de lidar com
coleções.
Metas da Sistemática
1. Buscar descrever a diversidade
2. Tentar encontrar algum tipo de ordem subjacente à diversidade
- Primórdios da cultura: busca intuitiva; base - semelhança geral entre os
organismos
- A partir do século XIX: conceito de ancestralidade (elemento de
ordenação)
3. Compreender os processos responsáveis pela origem da diversidade
- Final do século XVIII, início do século XIX: as espécies não são
entidades fixas.
Conceitos importantes
 Homologia: Caracteres originados da mesma estrutura derivada
 Táxons:
Monofiléticos: ancestral e todos os descendentes.
parafiléticos: ancestral e não todos os descendentes.
polifiléticos: descendentes de dois ou mais ancestrais.
 Clado: agrupamento de táxons geralmente monofiléticos
 Caracteres:
Plesiomorficos: primitivos
Apomorficos: derivados
Homoplásicos (convergência ou paralelismo)
Monofilia
Parafilia
Polifilia
Escolas de Sistemática
 Escola Linneana ou Essêncialista
 Escola Fenética
 Escola Gradista
 Escola Filogenética ou Cladista
Escola Essêncialista (Linné, 1778)
 Fundamentada na lógica Aristotélica
 Baseada na existência de essências que diferenciam as diferentes
espécies
 Método intuitivo de comparação de semelhanças
 Reunir espécies em táxons significa a existência de uma essência
compartilhada entre elas.
Escola fenética (Michener & Sokal, 1957)
 Surge com a aparição dos primeiros computadoras eletrónicos disponíveis para
pesquisa nos EEUU no final da década de 50.
Tenta desenvolver um sistema operacional ágil para atividades de identificação
taxonômica
 Análise numérica de semelhanças por um conjunto grande de caracteres
(moleculares, fenotípicas ou anatômicas) e de espécies.
 Métodos matemáticos elaborados para agrupar espécies com relação à sua
similaridade global e mostrar essas características num gráfico chamado fenograma.
 Quanto mais características as espécies possuírem em comum, maior será o nível que
elas serão agrupadas no fenograma.
 Quanto maior é o número de caracteres inseridos sobre um grupo, maior será a
estabilidade do sistema, aproximando-se ao número total de caracteres.
 Um táxon construído fenéticamente expressa que o conjunto de espécies reunidas
tem uma semelhança média maior entre si que qualquer uma delas em relação a outras
que não pertençam ao grupo.
 Não é possível determinar que tipo de relação evolutiva existe entre os grupos.
Escola Filogenética ou Cladista (Hennig, 1966)
 As classificações biológicas devem ser um reflexo inequívoco
conhecimento atual sobre as relações de parentesco entre os táxons.
do
 Como só existe uma filogenia verdadeira para a diversidade biológica, só
haveria uma classificação possível.
 Uma classificação deve expressar as relações de ramificação entre as
espécies, não importando o grau de similaridade ou diferença.
 Todos os táxons possuem uma origem monofilética e devem incluir todos os
descendentes de um ancestral particular.
 Um gráfico que expresse as relações cladísticas entre grupos é chamado de
cladograma e consiste em uma árvore filogenética com uma raiz fixa.
 O método do cladismo é fundamentalmente comparativo, e a comparação
se da entre um par de espécies ou grupos com respecto a outros.
Escola gradista ou evolucionista (Mayr, 1974)
 Filogenia
 Grado de diferenciação a partir do ancestral comum
 Associação do táxon com determinado hábitat. Conceito evolutivo de
grado é um conjunto de características adaptativas ou características de
interação com o ambiente.
 Diferencia com cladismo radica em que o cladismo expressa a historia
evolutiva na classificação, em tanto que o evolucionismo diz que a
classificação deve ser conseqüente com a evolução, e representar outros
fatores da filogenia como o grado de diversificação
ESCOLAS
Evolucionista
Fenética
Cladista
Relação
parentesco
semelhança
parentesco
Critério da busca
das relações
similaridade
especial
homologia
similaridade
total
homologia
imediata
similaridade
especial
Hipótese de
ancestraldescendência
entre espécies
não possui
entre carateres
Grupos
monofiléticos/
parafiléticos
não faz
caracteres
monofiléticos
Conceitos de
homologia
evolutiva
operativa
evolutiva
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