FACULDADE ASSIS GURGACZ
DAYANE WIECZORKOWSKI
ANÁLISE NUTRICIONAL E DE ROTULAGEM EM SUPLEMENTOS PROTEICOS
PARA ATLETAS A BASE DE SORO DO LEITE
CASCAVEL
2015
FACULDADE ASSIS GURGACZ
DAYANE WIECZORKOWSKI
ANÁLISE NUTRICIONAL E DE ROTULAGEM EM SUPLEMENTOS PROTEICOS
PARA ATLETAS A BASE DE SORO DO LEITE
Trabalho
de conclusão
de curso
apresentado a Faculdade Assis Gurgacz, FA G,
Curso de Farmácia.
Professor Orientador: Patricia Stadler Rosa
Lucca.
CASCAVEL
2015
DAYANE WIECZORKOWSKI
ANÁLISE NUTRICIONAL E DE ROTULAGEM EM SUPLEMENTOS PROTEICOS
PARA ATLETAS A BASE DE SORO DO LEITE
Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob orientação da Professora
Patrícia Stadler Rosa Lucca.
BANCA EXAMINADORA
__________________________
Patrícia Stadler Rosa Lucca
Faculdade Assis Gurgacz
__________________________
Giovane Douglas Zanin
Faculdade Assis Gurgacz
__________________________
Jacqueline Godinho
Cascavel/PR., 09 de Junho de 2015.
“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridade,
os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridade e corra riscos para
executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir! Não tenhas medo
dos tropeços da jornada. Não podemos esquecer que nós, ainda que incompleto, fomos o
maior aventureiro da história.”
Augusto Cury
DEDICATÓRIA
A Deus, pela proteção e benção nessa etapa da vida, na qual um sonho que se concretiza.
Dedico aos meus pais e irmão, os quais incansavelmente me acolheram em seus braços e com
uma simples palavra ajudaram- me a continuar essa batalha. Obrigada pelo amor, apoio e
compreensão durante toda essa etapa.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por sempre estar comigo nos momentos de
angústia e de desânimo; quando pensei que não iria conseguir sempre encontrei em ti aquela
“força” que me moveu para estar aqui hoje; mostrando-me que eu era forte perante qualquer
coisa que acontecesse em meu caminho. Por todas as graças concedidas: Obrigado Senhor!
Aos meus Pais; Irma e Dirceu e meu irmão Diego, pelas palavras de coragem e
constante apoio em toda a trajetória desta batalha; aqueles que me esperaram até altas horas,
que rezaram para que eu estivesse bem e que me acolheram em todos os momentos que
precisei. Sem vocês, não teria sido possível.
Ao meu namorado, que esteve comigo durante estes passos, me mostrando que a vida
não é um mar de rosas, mas que podemos juntar nossas forças e ser cada dia melhores juntos
em nossos planos. A ele o agradecimento pelo apoio nos momentos de angústia e pela ajuda
proporcionada.
Aos meus avôs paternos: Constante (in memorian); o qual perdi durante esta trajetória;
mas sei que aí do céu mandou seus anjos para me protegerem continuando com seu plano de
pessoa amada. Também pela avó: Bárbara e avó materna: Dolfina; pelas orações que me
fortaleceram a cada dia.
Aos amigos que fiz durante este tempo; às amizades dignas de se carregar para a vida
toda: Claudia Mara Dessanti, Pithieli Damiani; obrigada por me ouvirem nas horas que mais
precisei, por aqueles conselhos de amigas, irmãs que jamais vou esquecer. Vocês, concerteza
conquistaram um lugar especial em meu coração; o qual quero que ocupem por todo o tempo
de minha vida.
Aos meus amigos, que desde a infância me conhecem e souberam o que precisei para
que fosse uma pessoa melhor, aqueles que doaram um pouco de sua felicidade para que a
minha força ficasse ainda maior. Este momento de festa são a vocês as pessoas em que quero
retribuir e dividir um pouco da minha imensa alegria.
À minha orientadora Patricia Stadler Rosa Lucca pela competência e incentivo durante
todo o período acadêmico.
Aos colaboradores, Dermânio Tadeu Lima Ferreira e Eleone Tozzo Guzzi, pelo
auxílio durante as análises, meus sinceros agradecimentos.
Enfim, a todos os professores da Faculdade Assis Gurgacz que participaram da
construção do conhecimento; ao professor Giovane, pelas "chamadas de atenção"; as quais
foram necessárias para concluir a graduação.
SUMÁRIO
1.REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................07
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................23
2.ARTIGO...............................................................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................44
ANEXO I – TABELA DE RESULTADOS...........................................................................47
ANEXO II - NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA........................................................48
7
1. REVISÃO DA LITERATURA
O ORGANISMO HUMANO E A ATIVIDADE FÍSICA
No mundo moderno, com as tecnologias e avanços sociais, as práticas de atividades
físicas ganharam um espaço importante na preocupação de manter a saúde do corpo humano.
Com isso se confirmou o velho princípio: “a atividade física constitui uma parte integral da
vida humana e o homem necessita dessa prática para manter-se sadio” (MAHN, 2004).
Ser saudável não é somente deixar de apresentar doenças, mas envolve uma grande
variedade de características do comportamento do ser humano, ligados a um estado de
completo bem-estar físico, mental e social (PITANGA, 2002).
Pesquisas sobre as adaptações do organismo nas funções musculares, pela atividade
física; têm avançado muito nos últimos tempos, pois possibilitam melhora significativa do
desempenho e nos padrões fisiológicos. Estas demonstraram exibir melhorias na capacidade
funcional relacionadas com o transporte de oxigênio para as células, e efeitos favoráveis para
as funções cardíacas (SILVA, 2014).
Para Nahas (2003), a atividade física regular, reduz o risco de uma pessoa desenvolver
algumas doenças cardiovasculares, ajuda no controle da pressão arterial, auxilia no controle
de peso corporal e o bem-estar psicológico, dentre outros. Alguns estudos, como o de Araújo
(2002), reforçam a idéia de que a prática regular de atividades físicas contribui para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas agindo nos níveis de sociabilidade.
Com relação à obesidade, o estudo realizado por Negrão et al., (2001), destacou que a
dieta associada ao treinamento físico gera a perda somente da massa gorda, ao contrário da
dieta isolada que associa-se a perda da massa magra. Outro fator de destaque promovido por
esta associação foi a melhora expressiva na sensibilidade à insulina, quando comparada a
dieta isolada. O exercício aumenta a biodisponibilidade de óxido nítrico e com isso o fluxo
sanguíneo muscular em indivíduos obesos (TROMBETTA et al., 2003).
O exercício físico é uma situação que retira o organismo da sua homeostase, pois
implica
no
aumento
da demanda
energética
sob
a
musculatura exercitada e,
conseqüentemente, no organismo todo. Assim, para suprir essa nova demanda metabólica,
ocorrem várias adaptações fisiológicas dentre elas a função cardiovascular (BRUM et al.,
2004). Segundo Panza (2007), tais alterações fisiológicas e os desgastes nutricionais gerados
pelo esforço físico podem levar ao atleta ao limiar de saúde e da doença. Por isso o
8
estabelecimento de um consumo energético e nutricional adequado é essencial para o
desempenho atlético.
Em relação aos tipos de exercícios, podemos caracterizar dois principais: exercícios
dinâmicos ou isotônicos (onde há uma contração muscular, seguida de movimento articular) e
estáticos ou isométricos (onde há contração muscular sem movimento articular) e cada um
desses exercícios demandam de respostas distintas (FORJAZ; TINUCCI, 2000).
As respostas aos estímulos do corpo são, portanto, maiores quanto maior for a
intensidade do exercício e não se alteram com a duração do exercício. Em conseqüência disso,
quanto maior for a massa muscular exercitada durante o exercício realizado de uma forma
dinâmica, maior também é o aumento da freqüência cardíaca e menor é o aumento da pressão
arterial (FORJAZ; TINUCCI, 2000).
Segundo estudo feito por Rezk (2004); a queda da pressão arterial em indivíduos após
a realização de exercícios físicos se dá por meio de redução do débito cardíaco pela
diminuição do volume sistólico, sendo que essa queda não é compensada pelo aumento da
resistência vascular periférica (SANTOS; GONÇALVES, 2011).
A prática adequada e regular de exercício físico deve ser recomendada para a
prevenção e tratamento da hipertensão arterial. Os exercícios físicos podem ser associados ao
tratamento farmacológico, reduzindo os efeitos adversos e os custos para o paciente
(RONDON; BRUM, 2003).
O exercício físico pode ser utilizado como uma das ferramentas não medicamentosas
mais acessíveis e eficientes pela população para a promoção e manutenção da saúde (ABAD
et al., 2010). Estudos sugerem que a prática de atividades de intensidade moderada, atua na
redução de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de doenças degenerativas
como as cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, doenças respiratórias, dentre
outras. São relatados efeitos positivos no processo de envelhecimento, no controle da
obesidade e em alguns tipos de câncer (ASSUMPÇÃO; MORAIS; FONTOURA, 2002).
Em indivíduos em tratamento da dependência do álcool, recomenda-se a execução de
exercícios sempre que possível, pois o exercício físico além de induzir a melhora do
organismo, também melhora as funções corporais diretamente afetadas pelo uso abusivo do
álcool, como o metabolismo hepático e as funções cognitivas. Isto porque, o exercício
aumenta a atividade das enzimas hepáticas envolvidas no metabolismo do álcool e o seu
clearance sanguíneo, aumentando a sua metabolização (MELLO et al., 2005).
A transferência de energia dos alimentos dentro do organismo se processa através de
milhares de reações químicas complexas que necessitam de macronutrientes, micronutrientes
9
e oxigênio. Dois sistemas fornecem energia para o organismo, um dependente do oxigênio e
outro independente do oxigênio. Porém o maior uso de um sistema ou outro; dependem da
duração, intensidade e tipo de atividade física (LIPAROTTI; SIQUEIRA, 2015).
A procura por recursos que aumentam a performance durante as atividades físicas, faz
com que as pessoas consumam suplementos, os quais proporcionam aumento da força e
ganho de massa muscular em curto período de tempo com prevenção do cansaço muscular
(JESUS e SILVA, 2008; ALVES, 2002). Os suplementos protéicos são os mais populares
entre os praticantes das atividades físicas com a finalidade de aumentar a massa magra
(American Dietetic Association Dietitian of Canadá, 2012), porém o uso indiscriminado
desses suplementos podem acarretar danos a saúde, uma vez que o excesso de proteína será
convertido e armazenado na forma de gordura (ALVAREZ; BRASIOLI e NABHOLS, 2007).
A sua utilização indevida pode trazer: desequilíbrio, antagonismo e toxidez (ALVES;
NAVARRO, 2010).
SUPLEMENTAÇÃO ESPORTIVA
A busca incansável pela qualidade de vida e por um corpo adequado ao padrão
estético, presente na sociedade e na mídia, faz com que pessoas de diferentes classes sociais
passem a realizar exercícios físicos em academia entre eles, diversas modalidades esportivas,
além de provocar o interesse por hábitos saudáveis, que muitas vezes evolui para o uso de
suplementos alimentares (SILVA et al., 2008).
Os praticantes de atividades físicas buscam suplementação para melhorar o
desempenho das suas atividades e alcançar com rapidez os seus objetivos do corpo (LIMA;
LIMA, 2013). Isso porque durante a prática de exercícios, o organismo utiliza os substratos
para a obtenção de energia, sendo eles: carboidratos, lipídeos e proteínas (LAPIN et al.,
2007).
A seguir, no quadro 1, destaca-se a importância dos substratos para a obtenção de
energia.
Quadro 1. Importantes papéis das vitaminas no metabolis mo energético
10
Fonte: (LIPAROTTI; SIQUEIRA, 2015)
Por definição, suplementos nutricionais são alimentos que servem para complementar
a dieta diária de uma pessoa saudável, com as calorias e nutrientes necessárias, ou quando a
dieta requer suplementação (RESOLUÇÃO-CFN380/2005). Este produto, para ser
considerado suplemento; obrigatoriamente deve conter um dos seguintes ingredientes em sua
composição: vitaminas, minerais, ervas, aminoácidos, enzimas, dentre outros (VERONEZ,
2012).
A suplementação protéica é amplamente utilizada com o objetivo de hipertrofia
muscular, pelo aumento da secção transversa do músculo, ou seja, aumento do tamanho e
número de filamentos de actina e miosina e, adição de sarcômeros dentro das fibras
musculares já existentes (MORAIS et al., 2008).
De uma forma geral, os suplementos são utilizados para atender e melhorar alguns
aspectos do desempenho físico, como: aumentar a massa muscular, reduzir a gordura
corporal, prolongar a resistência, melhorar a recuperação do músculo e ainda promover
melhor rendimento esportivo. Também auxilia na perda de peso; melhora a estética corporal e
diminui os efeitos adversos do envelhecimento (TAKINAMI et al., 2013).
Nos Estados Unidos, o FDA é responsável por tomar medidas contra qualquer risco
após o produto ser comercializado. Suas responsabilidades incluem a verificação da
rotulagem, registros de possíveis efeitos adversos e acompanhamento científico dos produtos,
11
através de um conjunto de regras específicas diferentes de alimentos convencionais
(LINHARES et al., 2013).
Já no Brasil, o órgão responsável pelo controle efetivo, normatização, aperfeiçoamento
e identidade dessas substâncias é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do
Ministério da Saúde, onde sua regulamentação é fixada através da Portaria n° 32/1998. Esta
estabelece que os suplementos vitamínicos e ou de minerais, são alimentos que servem apenas
como complementação, com os nutrientes oferecidos para uma dieta diária de uma pessoa
saudável, sendo necessária somente para pessoas em que a dieta recomendável seja deficie nte
ou quando necessitar de uma suplementação (ANVISA, 1998).
Segundo a Portaria nº 222/1998; que define os produtos como suplementos dietéticos
para praticantes de atividades físicas, os suplementos são classificados como:
-Repositores hidroeletrolíticos: produto com concentração de eletrólitos, que atua
como repositor eletrolítico decorrente da atividade física.
-Repositores energéticos: produtos elaborados com nutrientes para a manutenção do
nível de energia, onde a adição de aminoácidos, vitaminas e minerais é opcional e os
carboidratos devem constituir 90% dos constituintes.
-Alimentos protéicos: predominam as proteínas hidrolisadas ou não com o propósito
de aumentar a digestão dos nutrientes ou complementares à dieta dos atletas. Neste produto,
pelo menos 65% das proteínas devem ser de alto valor biológico e a adição de aminoácidos só
será permitida com o intuito de repor as perdas que podem ocorrer.
-Alimentos compensadores: produtos de formas variadas, utilizados na adequação de
nutrientes da dieta dos praticantes de atividades físicas.
-Aminoácidos de cadeia ramificada: são produzidos a partir de aminoácidos: valina,
leucina e isoleucina. Devem possuir no mínimo 70% dos nutrientes energéticos da
formulação, fornecendo assim, 100% da necessidade diária de acordo com o IDR.
Em seguida, com classificação mais específica, segundo a RDC18/2010, os
suplementos protéicos passaram a ser considerados alimentos para atletas, ficando revogadas
as portarias anteriores. Nesse novo grupo foram incluídos, além da proteína, os suplementos
energéticos, hidroeletrolíticos, substitutos parciais de refeições, creatina, cafeína e outros que
podem ser autorizadas desde que haja segurança no uso e eficácia cientificamente
comprovada.
O consumo de produtos com fins específicos para praticantes de atividades físicas
cresceu muito nos últimos anos no Brasil e no mundo. A maioria dos consumidores, não são
orientados por profissionais nutricionistas (RAMOS, 2001). Devido à falta de orientação
12
apropriada, muitos indivíduos consomem suplementos esportivos de maneira errônea, o que
pode agravar algumas desordens na saúde, pois a suplementação deve ser baseada em uma
adequação do consumo alimentar, definição do tempo de utilização da suplementação e
reavaliação sistemática do estado nutricional e do plano alimentar (BRASIL, 2006b).
Atualmente existe uma grande quantidade de suplementos esportivos disponíveis no
mercado, o qual, certamente, é um fator que dificulta o entendimento adequado sobre os
verdadeiros benefícios dos suplementos nutricionais no esporte (MOREIRA et al., 2013).
Essa grande gama disponível no mercado brasileiro promete desde melhoras na saúde até
melhorias no desempenho. Infelizmente, muitos desses produtos, não tem uma base legítima
(WILLIAMS, 2002).
Uma pesquisa realizada na Universidade Paranaense mostrou que a informação à
disposição do consumidor precisa ser de fácil entendimento. Mais de 58% dos entrevistados
disseram ter algum tipo de dificuldade para entender o significado da informação nutricional,
24,4% afirmaram que não compreendem e apenas 17,2% disseram entender as informações
dos rótulos (BRASIL, 2010).
Muitas questões importantes sobre o consumo de suplementos ainda precisam ser
respondidas. O que se percebe é a grande falta de informação sobre o assunto, até mesmo nos
diversos meios de comunicação, que remetem as mais variadas dúvidas quanto ao seu uso
(BARBOSA et al., 2002).
PROTEÍNA
As proteínas são polímeros resultantes da desidratação de aminoácidos, e cada resíduo
de aminoácido liga-se a seu vizinho por um tipo específico de ligação covalente
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2000).
Duas moléculas de aminoácidos podem ser unidas por meio de uma ligação amida
substituída, chamada de ligação peptídica para formar um dipeptídeo. Tal ligação é formada
por remoção dos elementos da água de um grupo alfa-carboxila de um aminoácido e de um
grupo alfa-amino de outro. Quando um pequeno número de aminoácidos é reunido dessa
forma, a estrutura e chamada de oligopeptídeo e, quando muitos aminoácidos são reunidos, o
produto é chamado de polipeptídeo. As proteínas podem ter milhares de unidades de
aminoácidos. Embora os termos “proteína” possam ser, algumas vezes, intercambiáveis as
13
moléculas referidas como polipeptídeos geralmente tem peso molecular abaixo de 10.000
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2000).
As proteínas foram descobertas no século XIX através de estudos realizados com
sangue e ovos. O material orgânico mais utilizado eram as claras dos ovos de aves, as quais se
solidificavam quando expostas ao aquecimento. Portanto, essas substâncias originadas pela
solidificação, eram chamadas de albuminóides por terem características parecidas com o
albúmen (FOOD AND INGREDIENTS, 2012).
Embora as proteínas variem muito o seu peso molecular e forma, a maioria delas nos
líquidos existentes no organismo tem peso molecular de mesma ordem e não desviam da sua
forma esférica ou elipsóide. Portanto, se apresentam como compostos orgânicos de alto peso
molecular sendo formadas pelo encadeamento de aminoácidos. Representam cerca de 50 a
80% do peso seco da célula; sendo, portanto, o composto orgânico mais abundante (FOOD
AND INGREDIENTS, 2012).
As funções das proteínas incluem suporte estrutural, proteção, transporte, catálise,
defesa, regulação e movimento. As subunidades monoméricas das proteínas são cerca de vinte
aminoácidos. A composição de uma proteína varia de tamanho desde pequenas até moléculas
enormes e consistem de relativas quantidades de aminoácidos que são dobradas em forma
tridimensional, fornecendo um ambiente químico e físico que influencia o modo em que as
moléculas interagem com a proteína. Existem quatro níveis da estrutura de proteínas:
primária, secundária, terciária e quaternária. Sua sequência consiste em um aminoácido e um
peptídeo. Os aminoácidos têm um grupo funcional amino ligados ao mesmo átomo de
carbono alfa (SADAVA et al., 2009).
As proteínas juntamente com os ácidos nucléicos, estão diretamente relacionadas com
o controle das funções celulares, catalisadores de funções biológicas, motilidade, reguladoras
e proteínas de defesa do organismo, como os anticorpos, o fibrinogênio e a trombina. Em cada
célula existem vários tipos de proteínas, cada uma cumprindo uma função específica. O papel
principal das proteínas está no fato da informação genética ser expressa em proteínas. Para
cada proteína existe um gene que codifica uma seqüência específica de aminoácidos
(SNUSTAD; SIMMONS, 2008). Estas encontram-se em diversos tipos de alimentos e,
quando ingeridas, são absorvidas para desempenhar funções no organismo, seja na
composição do músculo, propiciando a sua contração, na defesa do organismo ou na
transformação em energia (FOOD AND INGREDIENTS, 2012).
14
Para Garrett (2003), as proteínas além de servirem de substratos para o crescimento e
desenvolvimento do organismo, quando ingeridas em quantidades levam ao fornecimento de
energia.
Com a clivagem de suas ligações peptídicas, as proteínas são transformadas em
peptídeos de diferentes tamanhos e em aminoácidos livres. Com isso, a diminuição da massa
molecular é responsável pela melhora de parâmetros biológicos, tais como: digestibilidade e
utilização protéica (MARTINS et al., 2009).
As proteínas, gorduras e carboidratos, são possíveis fontes combustíveis para a
contração muscular. A via glicolítica é restrita à glicose que pode se originar do carboidrato
proveniente da dieta ou glicogênio (LIPAROTTI; SIQUEIRA, 2015).
A atividade física eleva as necessidades de ingestão protéica a fim de manter o balanço
nitrogenado, ou o balanço positivo em fases de treinamento hipertrófico, quando há efetivo
anabolismo de proteínas musculares (LOLLO, 2007). O gasto energético de um atleta pode
ser de até quatro vezes mais do que o de um indivíduo sedentário ou moderadamente ativo.
Para que essa necessidade seja cumprida e preciso oferecer alimentos energéticos, com
bom teor protéico (TIRAPEGUI, 2000).
WHEY PROTEIN
O Whey Protein é um composto formado pelo soro do leite e foi descoberto a partir da
produção do queijo a mais de 25 anos. O soro do leite é um subproduto resultante da
fabricação de queijos, por coagulação da caseína, obtido por adição de ácido ou de enzima.
Possui alto valor nutricional, conferido pela presença de proteínas com elevado teor de
aminoácidos essenciais. Os aminoácidos presentes nas proteínas do soro superam as doses
recomendadas a crianças de dois a cinco anos e aos adultos, aspecto que torna esta fonte
protéica a mais concentrada em aminoácidos essenciais em relação às demais fontes de
proteínas (CAPITANI et al., 2005).
No quadro a seguir, está disposto a composição nutricional em 100g de Whey Protein.
15
Quadro 2: Composição nutricional das proteínas dos soro do leite bovino.
Kcal
Proteínas do Soro do Leite Bovino
Composição Nutricional em 100g
414
Proteínas
80g
Carboidratos
8g
Lipídios
7g
AA essenciais
42,7%
AA BCAA´s
21,2%
Fe
1,2mg
Ca
600mg
Na
170mg
Fonte: Oliveira et al., (2015).
As proteínas do soro do leite apresentam uma estrutura globular contendo algumas
pontes dissulfeto, que conferem certo grau de estabilidade estrutural. As frações, ou peptídeos
do soro são constituídas de: beta-lactoglobulina (BLG), lactoalbumina (ALA), albumina do
soto bovino (BSA), imunoglobulinas (Ig´s) e lactoferrina. Essas frações podem variar em
tamanho, peso molecular e função, fornecendo às proteínas do soro características especiais
(SGARBIERI, 2004).
Haraguchi et al., (2008) destaca em seus estudos, que o perfil de aminoácidos das
proteínas do soro do leite são principalmente ricos em leucina que podem favorecer o
anabolismo muscular. Pois estes aminoácidos são muito similares ao das proteínas do
músculo esquelético; fornecendo quase todos os aminoácidos em proporção similar ao
músculo levando a característica de suplemento anabólico de efetivo resultado.
A proteína do soro do leite (Whey Protein) é um interesse crescente pelos esportistas;
pois ela é responsável por melhorar a proteção imunológica e na recuperação após o exercício
porque contém aminoácidos que adiam a fadiga durante a atividade física. Os aminoácidos
são elementos básicos das proteínas e podem estar em inúmeras formulações de suplementos
(ALVES; NAVARRO, 2010).
Em vários artigos, demonstrou-se que os concentrados de proteínas do soro do leite
bovino, apresentam ação inibitória para diversos tipos de câncer em animais e em culturas de
células cancerígenas. Algumas pesquisas realizadas no interior de Campinas-SP mostraram
16
que proteínas do soro do leite podem atuar protegendo o sistema circulatório e cardíaco,
contribuindo para redução dos riscos de patologias cardiovasculares (SGARBIERI, 2004).
Um estudo realizado por Fischborn (2009); mostrou que a proteína hidrolisada
proporcionou melhor desempenho físico em animais treinados, e conseqüentemente maior
resistência a exaustão; já o hidrolisado produziu diminuição do lactato sanguíneo,
apresentando vantagem significativa quanto à manutenção de albumina e proteínas séricas
totais (SGARBIERI, 2004).
O Whey Protein reúne proteínas de alto valor biológico, em outras palavras contém
todos os aminoácidos – as moléculas constituintes das proteínas – de que o nosso organismo
necessita, mas é incapaz de fabricar. São elas: betalactoglobulina (65%), alfalactoalbumina
(25%), albumina de soro bovino (8%) e imunoglobinas. A quantidade de proteínas no
suplemento Whey Protein é elevada, entre 35 a 90%, na sua composição. Já no leite não se
ultrapassa de 20% (QUINTA; MANARINI, 2014).
A principal característica é a digestibilidade, uma vez no corpo ele é quebrado e envia
rapidamente aminoácidos essenciais para o tecido muscular. Isso é importante devido a alguns
momentos do dia precisarmos de aminoácidos rapidamente, como ao acordar, antes e após
treinamento. Outra característica importante é que a proteína do soro do leite possui alguns
peptídeos que aumentam o fluxo sanguíneo no tecido muscular. A ingestão antes do treino é
essencial, pois o músculo recebe mais oxigênio e hormônios para potencializar a síntese
protéica (OSVALDO NETO, 2012).
Esse suplemento carrega, em especial, níveis elevados de leucina, isoleucina e vanila,
aminoácidos usados quase que exclusivamente para reforçar os tecidos musculares. Quando
se escolhe o Whey, esta velocidade da recuperação muscular acontece em tempo recorde.
Recorrer ao suplemento também é um recurso utilizado para a recuperação de bíceps, tríceps e
outros músculos ligados ao movimento. Além da leucina, um aminoácido do Whey capaz de
contribuir com essa empreitada é a arginina, que aumenta o fluxo sanguíneo pelo corpo. Com
isso, mais nutrientes e oxigênio migram para a musculatura para repará- la. A recuperação dos
incômodos causados pelos exercícios é cessada mais rapidamente e há uma maior disposição
para voltar a se exercitar no dia seguinte. Portanto, quanto menor o tempo entre o término das
atividades físicas e a ingestão protéica, melhor será a resposta em termos de ganho muscular
(QUINTA; MANARINI, 2014).
O exercício físico exaustivo causa depressão imunológica. As proteínas do soro de
leite e seus hidrolisados agem estimulando o sistema imune (celular e humoral) através do
estímulo linfocitário e produção de anticorpos; várias proteínas e seus produtos metabólicos
17
são antioxidantes e sequestrantes de radicais livres, essas proteínas são rapidamente digeridas
e absorvidas e a composição de aminoácidos das mesmas favorecem a síntese de proteínas
musculares (aminoácidos de cadeias ramificadas), destaca que a proteína do soro do leite
possui ação altamente benéfica ao organismo humano, antes; durante e após período s de
exercícios intensos e prolongados (SGARBIERI, 2004).
O exercício físico em geral requer uma maior demanda protéica, o que se deve a uma
maior utilização de aminoácidos como fonte energética no metabolismo. No exercício, a
diminuição da disponibilidade de aminoácidos pode limitar o efeito estimu lante da insulina
sobre a síntese tecidual de proteínas (SGARBIERI, 2004).
Um estudo feito por Alves e Navarro (2010), destacou que o suplemento mais
utilizado por uma população entrevistada foi o Whey Protein com 30%, pois o objetivo do uso
foi o ganho de massa muscular e definição dos músculos com 24%. E 53% dos indivíduos
relataram fazer uso diário dos mesmos.
Como o Whey Protein é extraído do soro leite, o teor de água ainda é muito grande,
chegando a representar 93 a 95% do que foi retirado e apenas 0,7 a 1,2% de proteínas, um
valor muito baixo ainda. Para isso é necessário passar pelo processo de microfiltração e
ultrafiltração através de precipitação por ácidos ou bases, com troca iônica ou separação por
membranas, resultando em uma maior concentração de proteínas. O que vai resultar em 3
tipos de Whey Protein:
-Concentrado: Possui de 35 a 80% de proteína. Quanto mais alto o valor, menor a
presença de lactose, gorduras e minerais (QUINTA; MANARINI, 2014).
-Isolado: Mais puro, reúne cerca de 90% de proteína, com resquícios mínimos dos
demais compostos do soro do leite (QUINTA; MANARINI, 2014).
-Hidrolisado: Costuma concentrar 80% de proteínas. A vantagem: elas estão
quebradas em pequenos pedaços, chamados: peptídeos. Logo, sua digestão e absorção são
facilitadas (QUINTA; MANARINI, 2014).
As necessidades energéticas protéicas são maiores em praticantes de atividades físicas
e se modificam de acordo com o tempo freqüência e duração do exercício (MAUGHAN;
BURKE, 2004). No entanto, a recomendação protéica para os praticantes de atividades físicas
varia de 1,2 a 1,6g/Kg de peso diariamente, (HIRSCHBUCH; CARVALHO, 2008), mas há
um consumo excessivo com propósito de aumentar a massa muscular e, esse uso abusivo de
proteína pode acarretar em danos pela sobrecarga nos rins e fígado, pelo aumento de
compostos nitrogenados, além de insucesso para o ganho de massa muscular (VIEBIG;
NACIF, 2010).
18
A quantidade de proteína dietética recomendada varia para indivíduos adultos sadios e
o indivíduo em situações específicas, como crescimento, gestação e convalescença; o qual
necessita de uma quantidade maior de proteínas dietéticas para manter um balanço
nitrogenado positivo (LOMBARDI; GODOY, 2006). Porém, são diferentes para indivíduos
sedentários e para praticantes de exercícios com peso. Isso porque o exercício intenso
aumentar a excreção de nitrogênio e quando as ingestões protéicas e energéticas são
insuficientes, diminui o balanço nitrogenado, tornando-o negativo, o que é indesejado para
atletas (MAESTÁ et al., 2008).
O horário de consumo da proteína interfere diretamente nos resultados, indica-se que
deve ser logo após o treino, horário em que há um intenso anabolismo auxiliando na
reconstrução muscular (MAUGHAN; BURKE, 2004).
Observou-se que a principal preocupação na fabricação de suplementos protéicos é
manter baixos níveis de nutrientes como carboidratos e lipídios e, em detrimento destes,
elevada concentração de proteínas na porção. Há também a preocupação em fornecer estas
proteínas em sua forma fracionada. Processos para a filtragem e concentração de proteínas
contidas no soro do leite são caros e apresentam diversas desvantagens em relação à q ualidade
do produto final (FREITAS et al., 2015).
Os métodos de filtração, microfiltração e ultrafiltração aparentemente são os mais
efetivos para produzir concentrados do soro, principalmente se combinados, entretanto, os
métodos ainda enfrentam problemas relacionados à temperatura e pressão, que podem
modificar o comportamento do aglomerado protéico durante a filtração (FREITAS et al.,
2015).
CARBOIDRATOS E LIPÍDEOS E OS RÓTULOS NUTRICIONAIS
O glicogênio muscular é um componente muito importante no fornecimento de
energia durante a realização do exercício. O consumo de carboidratos durante e após os
exercícios, causa alterações hormonais que são benéficas para a reposição de glicogênio
muscular (BACURAU, 2009) e são essenciais para os estoques iniciais do glicogênio,
manutenção dos níveis de glicose sanguínea durante o exercício e a adequada reposição das
reservas de glicogênio (LOLLO, 2007). A fadiga, geralmente está associada à depleção de
seus estoques. O cansaço durante o exercício pode ser evitado na presença de concentrações
adequadas do glicogênio muscular (LIPAROTTI; SIQUEIRA, 2015). Isto ocorre em
19
atividades anaeróbicas intensas à medida que são repetidas. Portanto é de se esperar que
indivíduos suportem períodos de treinamentos mais brandos sem necessidade de dietas com
alto teor de carboidrato (BACURAU, 2009).
Os carboidratos fornecem energia às células do corpo, particularmente ao cérebro, que
é um órgão dependente desse nutriente. Já os lipídeos, são a maior fonte de energia para o
corpo e ajudam na absorção de vitaminas A, D, E e K lipossolúveis e outros componentes
como os carotenóides (MAIHARA et al., 2006).
Os carboidratos devem contribuir com 60 a 70% do total de calorias ingeridas durante
o dia, pois esta quantidade garante a recuperação do glicogênio muscular, manutenção do
peso corporal e a adequada composição corporal, maximizando os resultados do treinamento e
contribuindo para a manutenção da saúde. Para aprimorar a reposição do glicogênio
recomenda-se que seu consumo esteja entre 5 e 8g/kg de peso/dia, sendo que em atividades de
longa duração ou treinos intensos a recomendação pode chegar até 10g/kg de peso/dia. Já em
provas longas, os atletas devem consumir entre 7 e 8g/kg de peso ou 30 a 60g de carboidratos,
para cada hora de exercício. Assim, evitam-se os quadros de hipoglicemia, depleção de
glicogênio e de fadiga. Após o exercício, recomenda-se a ingestão de carboidratos simples
entre 0,7 e 1,5g/kg de peso no período de quatro horas, o que é suficiente para a ressíntese de
glicogênio muscular (PALMEGIANO; MOREIRA, 2014).
As gorduras, também conhecidas como lipídios são nutrientes responsáveis por
inúmeras funções importantes para o organismo. Depois dos carboidratos, elas são a principal
fonte de energia durante o exercício. Os lipídios não participam somente como fonte de
energia, são componentes essenciais das membranas celulares, auxiliam no transporte e
liberam maior quantidade de calorias por grama. Atuam também, como excelentes veículos de
vitaminas lipossolúveis (solúveis em gorduras), síntese de hormônios esteróides e modulação
da resposta inflamatória. Além disso, fornecem moléculas fundamentais para o organismo
(prostaglandinas, lipoproteínas e colesterol) e, ácidos graxos essenciais (LIPAROTTI;
SIQUEIRA, 2015).
Os lipídios são de fácil absorção e consideram-se fundamentais para o
desenvolvimento cerebral, necessários para a mielinização e crescimento dos neurônios, para
o desenvolvimento das retinas e são partes componentes de fosfolipídios da membrana celular
(AULER; DELPINO, 2008).
As necessidades lipídicas variam de acordo com diversos fatores, mas no geral faz-se
necessário a ingestão diária em cerca de 1g de gordura por kg/peso corporal, o que equivale a
30% do valor calórico total da dieta. Valores muito baixos <15% podem levar a efeitos
20
negativos. Para os atletas, tem prevalecido a mesma recomendação nutricional destinada à
população em geral, nas respectivas proporções de ácidos graxos essenciais: 10% saturados,
10%poli- insaturados e 10% monoinsaturados (LIPAROTTI; SIQUEIRA, 2015).
A Legislação Brasileira define rótulo como toda matéria fundamental para a saúde
pública, a qual pode ser descritiva, legenda ou imagem, impressa, estampada, gravada
litografada ou colada sobre a embalagem do alimento. Tais informações destinam-se a
explicar a origem, composição e as características nutricionais dos produtos permitindo seu
rastreamento (BOTTAN, 2010). De acordo com o código de defesa do consumidor no Brasil,
as informações neles contidos devem ser claras e adequadas às especificações corretas de
quantidade, característica e composição, qualidade, preço e riscos que podem apresentar
(CARVALHO SILVA, 2005), uma vez que essas informações preparam o consumidor para o
ato de consumir, ou seja, baseado nas informações recebidas através da publicidade, o
consumidor fará a escolha do produto através do livre consentimento (PERES, 2012).
A rotulagem além de orientar na quantidade e qualidade dos constituintes alimentares,
auxilia também no processo de escolha de alimentos adequados para o consumo (Coutinho,
2007); sendo indispensável à fidedignidade das informações nela contidas; pois falhas na
Legislação Vigente induzem o repasse de informações incorretas que podem gerar confusão,
principalmente no que envolvem as informações nutricionais complementares e às normas
para alimentos com fins especiais (ARAÚJO, 2001). Portanto, o acesso à informação correta
sobre o conteúdo dos alimentos, por ser uma prática que adota hábitos e estilos de vida
saudáveis, promove-se como uma questão de segurança nutricional e alimentar (VALENTE,
2002).
A legislação brasileira de rotulagem tem por determinação do Codex Alimentarius,
principal órgão internacional responsável pelo estabelecimento de normas sobre segurança na
rotulagem de alimentos; o qual estabelece as diretrizes necessárias desde o plantio até a
comercialização de alimentos (KIMBREL, 2000).
Em relação aos suplementos protéicos para atletas, a legislação vigente RDC18/2010,
preconiza que o produto pronto para consumo deve conter no mínimo, 10g de proteína e 15g
de carboidratos na porção do produto e estabelece um limite de variação de 20% para mais ou
para menos nas quantidades de carboidratos, lipídios e proteínas (BRASIL, 2010).
Em pesquisa realizada por Borges e Silva (2011); com 62 amostras de suplementos a
base de Whey Protein, evidenciou-se que todos os rótulos apresentavam alguma
inconformidade com a legislação em vigência.
21
Uma pesquisa realizada na Universidade Paranaense mostrou que a informação à
disposição do consumidor precisa ser de fácil entendimento, pois mais de 58% dos
entrevistados disseram ter alguma dificuldade para entender o significado da informação
nutricional (MOREIRA; CARDOSO; SOUZA, 2013).
Em estudo com suplementos alimentares de marcas nacionais e importadas feito por
Lisbôa, Liberali e Navarro (2011) em relação à Resolução RDC360/2003, a qual determina
que hajam informações nutricionais adequadas de carboidratos, proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas, gordura trans, fibra alimentar e sódio; evidenciou-se que 40% dos
produtos importados e 28,5% dos produtos nacionais apresentaram inadequação.
Com relação à rotulagem e os carboidratos; Lombardi e Godoy (2006) destacaram em
estudo que há inadequação da quantidade de carboidratos recomendada por fabricantes de
suplementos analisados, os quais apresentam-se acima da quantidade estabelecida nos rótulos.
Seu consumo superior ao recomendado pela Sociedade Brasileira de Medicina Estética
(SBME) pode prejudicar o desempenho do atleta e, em conseqüência da elevada quantidade
consumida, eleva também a taxa de glicose, com aumento da liberação de insulina com
procedente de hipoglicemia e distúrbios gastrointestinais, fatores que podem diminuir o tempo
de exercício e fadiga precoce (WILLIAMS, 2002).
Em pesquisas feitas recentemente pelo Inmetro (2014), destaca-se que em ensaios
realizados em suplementos protéicos para atletas, 93% das marcas apresentaram algum tipo de
não conformidade. Em relação ao teor de proteínas declarado pelo fabricante e a quantidade
encontrada, 13% das marcas analisadas apresentaram diferenças superiores à 20% em suas
declarações, apresentando menos proteína como o indicado. Já no ensaio de teor de
carboidratos, 73% das marcas apresentaram diferença s superiores à 20% entre os valores
efetivamente encontrados.
De acordo com Zimberg et al., (2012), no que tange as exigências feitas pela
ANVISA, 80% das rotulagens não possuem as frases exigidas pela portaria vigente. O rótulo
é o principal meio através do qual o consumidor tem acesso às informações nutricionais sobre
o produto. A partir disso supõem - se que neles não devam conter informações que induzam o
consumidor na hora da compra de produtos que causem prejuízos a saúde dos mesmos,
principalmente quando se tratam de alimentos para fins especiais (LOMBARDI; GODOY,
2006). Levando em consideração essas rotulagens de suplementos esportivos; pode-se
perceber que as mesmas contêm informações errôneas; induzindo as pessoas a consumi- los
inadequadamente (LOMBARDI; GODOY, 2006).
22
Em estudo feito por Barbosa (2002), ao analisar rótulos de alimentos para praticantes
de atividades
físicas,
distribuídos em categorias: alimentos protéicos,
alimentos
compensadores, repositores energéticos, repositores hidroelétrolíticos, aminoácidos de cadeia
ramificada, entre outros; verificou-se que mais da metade, 56,4% dos rótulos foram
classificados como não adequados.
De acordo com estudo realizado por Antunes e Nunes (2014), o qual analisou 54
suplementos alimentares compostos por soro de leite (Whey Protein), disponíveis para
consumo no mercado nacional; destacou-se que 65,6% das amostras não atenderam aos
critérios da legislação brasileira, no que se refere à concentração de proteínas segundo a
RDC18/2010. Percebeu-se também que 89,4% das amostras não cumprem os critérios de
rotulagem preconizados pela legislação vigente RDC360/2003.
Diante do exposto, demonstra-se a relevância do presente estudo, onde o mesmo
pretendeu contribuir com o assunto, verificando as quantidades de proteínas, carboidratos e
lipídios, bem como as irregularidades presentes nas rotulagens de suplementos protéicos para
atletas, considerando como instrumento mais relevante o Código de Defesa do Consumidor
(CDC) pela Portaria 222/98 SVS/MS, a Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional
de Alimentos Embalados RDC360/2003 e a legislação em suplementos protéicos para atletas
RDC18/2010.
23
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30
2. ARTIGO CIENTÍFICO
Análise nutricional e de rotulage m em suplementos protéicos para atletas a base de soro
do leite
Análise nutricional e de rotulage m em suplementos protéicos
Nutritional and labeling analysis in whey based proteic supple ment for athletes
Nutritional and labeling analysis in proteic supplement
RESUMO
O exercício físico é uma das ferramentas não medicamentosas mais acessíveis e eficientes que
podem ser utilizadas pela população para promoção e manutenção da saúde. Na academia, a
procura por recursos que aumentam a performance durante o treinamento de força, faz com
que as pessoas consumam suplementos, os quais proporcionam aumento da força e ganho de
massa muscular em curto período de tempo prevenindo o cansaço muscular. O Whey Protein
é um suplemento que reúne proteínas de alto valor biológico, contendo todos os aminoácidos
que o nosso organismo necessita. A quantidade de proteínas no suplemento Whey Protein é
elevada, entre 35 a 90% de sua composição. As proteínas são componentes essenciais das
células e estão relacionadas a praticamente todas as funções fisiológicas, por isso a
suplementação proteíca é amplamente utilizada com o objetivo de hipertrofia muscular,
aumentando a secção transversa do músculo. O objetivo do trabalho foi avaliar o teor de
proteínas, carboidratos e lipídios apresentados nos rótulos de suplementos protéicos. As
análises foram realizadas em duplicata, sendo o teor de proteínas realizado segundo a
metodologia de Kjedahl; o teor lipídios segundo Soxhlet e o teor carboidratos pelo método de
diferença. Os resultados apresentaram indícios de que os produtos analisados não estão
totalmente de acordo com a legislação vigente, pois as quantidades declaradas na rotulagem
não condizem com as realmente existentes, evidenciando a necessidade de uma fiscalização
contínua e rigorosa, bem como a aplicação de penalidades em empresas que estão em
desacordo com as legislações vigentes no país.
Palavras-chave: Atividade Física. Composição Centesimal. Rotulagem. Legislação.
ABSTRACT: Physical exercise is one of most accessible and efficient non-pharmacological
tools that can be used for the population for the promotion and maintenance of health. At the
gym, the search for resources that enhance performance during strength training, make people
consume supplements, which provide increased strength and muscular mass in a short period
of time preventing muscular fatigue. Whey Protein is a supplement that combines high
biological value proteins, containing all the amino acids that our body needs. The amount of
31
protein in Whey Protein supplement is high, between 35-90% of its composition. Proteins are
essential components of all cells and are related to almost all physiologic functions, so the
protein supplementation is widely used for the purpose of muscular hypertrophy, increasing
the transverse section of the muscle. The work objective was to evaluate the protein,
carbohydrates and lipids content on labels of protein supplements. The analyzes were
performed in duplicate, with the protein content performed according to the Kjeldahl method;
the lipid content according to Soxhlet and carbohydrate content by the difference method. The
results showed indications that the analyzed products are not fully in accordance with current
legislation, since the declared amounts on the label do not match with the actually existing,
showing the need of a continuous and rigorous monitoring, and the application of penalties in
companies which are in disagreement with the current legislations in the country.
Keywords: Physical activity. Centesimal composition. Labeling. Legislation.
DAYANE WIECZORKOWSKI ¹; PATRÍCIA STADLER ROSA LUCCA²
¹Acadêmica do Curso de Farmácia Bacharelado da Faculdade Assis Gurgacz. Endereço: Rua
Rio Grande do Sul, 2254, Centro, Nova Laranjeiras/PR. Email: [email protected]
²Professora da Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. das Torres, 500,
Loteamento FAG, Cascavel/PR. Email: [email protected]
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia Bacharelado) apresentado com o
título “Teor de lipídeos, carboidratos e proteínas em suplementos protéicos para atletas –
Whey Protein”, da Instituição Faculdade Assis Gurgacz, da cidade de Cascavel no estado do
Paraná, no ano de 2015.
Departamento de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz.
Nome do autor responsável e seu respectivo endereço: Dayane Wieczorkowski, Rua Rio
Grande do Sul, 2254, CEP: 85350-000. Nova Laranjeiras – PR.
32
INTRODUÇÃO
Segundo Mahn (2004) no mundo moderno, as práticas de atividades físicas ganharam
um espaço importante na preocupação de manter a saúde do corpo humano. Com isso
confirma-se o velho princípio: “a atividade física constitui uma parte integral da vida humana
e o homem necessita dessa prática para manter-se sadio”. Em conseqüência disso, a
preocupação da manutenção da saúde se acentua cada vez mais na população, surgindo então
pesquisas que evidenciam os malefícios do sedentarismo, com maior intensidade em cidades
grandes (MAHN, 2000).
O exercício físico pode ser utilizado como uma das ferramentas não medicamentosas
mais acessíveis e eficientes pela população para a promoção e manutenção da saúde
(KELLEY; KELLEY, 2008). Estudos sugerem que as práticas de atividades com intensidade
moderada atuam na redução de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de
doenças degenerativas como as cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, doenças
respiratórias, dentre outras. São relatados efeitos positivos no processo de envelhecimento, no
controle da obesidade e em alguns tipos de câncer (ASSUMPÇÃO; MORAIS; FONTOURA,
2002).
A procura por recursos que aumentam a performance durante as atividades físicas faz
com que as pessoas consumam suplementos, os quais proporcionam aumento da força e
ganho de massa muscular em curto período de tempo com prevenção do cansaço muscular
(JESUS e SILVA, 2008; ALVES 2002). Os suplementos protéicos são os mais populares
entre os praticantes das atividades físicas com a finalidade de aumentar a massa ma gra
(American Dietetic Association Dietitian of Canadá, 2012), porém seu uso indiscriminado
pode acarretar danos para a saúde, uma vez que o excesso de proteína será convertido e
armazenado na forma de gordura (Alvarez, Brasioli e Nabhols, 2007). A sua utilização
33
indevida pode trazer: desequilíbrio, antagonismo e toxidez em relação ao organismo (ALVES;
NAVARRO, 2010).
Em estudo realizado por Bezerra e Macêdo (2013) constatou que os principais motivos
que levam ao uso dos suplementos na prática da musculação são: o ganho de massa magra,
hipertrofia e definição muscular, sendo que o tipo de suplemento mais consumido pela
população entrevistada foi o Whey Protein (proteína do soro do leite) com 60%.
As proteínas são polímeros resultantes da desidratação de aminoácidos, e cada resíduo
de aminoácido liga-se a seu vizinho por um tipo específico de ligação covalente. Duas
moléculas de aminoácidos podem ser unidas por meio de uma ligação amida substituída,
chamada de ligação peptídica para formar um dipeptídeo. Tal ligação é formada por remoção
dos elementos da água de um grupo alfa-carboxila de um aminoácido e de um grupo alfaamino de outro. Quando um pequeno número de aminoácidos é reunido dessa forma, a
estrutura e chamada de oligopeptídeo e, quando muitos aminoácidos são reunidos, o produto é
chamado de polipeptídeo. As proteínas podem ter milhares de unidades de aminoácidos.
Embora os termos “proteína” possam ser, algumas vezes, intercambiáveis as moléculas
referidas como polipeptídeos geralmente tem peso
molecular abaixo
de 10.000
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2000).
O Whey Protein reúne proteínas de alto valor biológico, em outras palavras contém
todos os aminoácidos – as moléculas constituintes das proteínas – de que o nosso organismo
necessita, mas é incapaz de fabricar. São elas: betalactoglobulina (65%), alfalactoalbumina
(25%), albumina de soro bovino (8%) e imunoglobinas. A quantidade de proteínas no
suplemento Whey Protein é elevada entre 35 a 90% na sua composição. Já no leite não
ultrapassa de 20% (QUINTA; MAN ARINI, 2014).
34
Segundo Lollo (2007), o consumo adequado de carboidratos é essencial para os
estoques iniciais de glicogênio muscular e, para manutenção dos níveis de glicose sanguínea
durante o exercício e a adequada reposição das reservas de glicogênio.
O conteúdo do glicogênio muscular é importante no fornecimento de energia durante o
exercício, isto fica evidente à medida que são realizadas as múltiplas seções, e que o mesmo
vai sendo gradualmente depletado, apresentando sinais de fadiga (GUERRA, 2004).
Outra biomolécula essencial são os lipídeos, tais nutrientes são responsáveis por
inúmeras funções importantes no organismo. Depois dos carboidratos, elas são a principal
fonte de energia durante o exercício. Grande parte do substrato lipídico é provenie nte dos
ácidos graxos livres derivados do tecido adiposo (LIPAROTTI; SIQUEIRA, 2015).
A Legislação Brasileira salienta que o rótulo é o principal instrumento que fornece
todas as informações necessárias; as quais destinam-se a explicar a origem, composição e as
características nutricionais dos produtos permitindo seu rastreamento (BOTTAN, 2010). De
acordo com o código de defesa do consumidor no Brasil, as informações neles contidos
devem ser claras e adequadas às especificações corretas (CARVALHO SILVA, 2005), uma
vez que essas informações preparam o consumidor para o ato de consumir, ou seja, baseado
nas informações recebidas através da publicidade, o consumidor fará a escolha do produto
através do livre consentimento (PERES, 2012).
Alguns estudos destacam-se a não conformidade da rotulagem com o produto, como
em pesquisa realizada por Borges e Silva (2011); com 62 amostras de suplementos a base de
Whey Protein, evidenciando que todos os rótulos apresentavam alguma inconformidade com
a legislação em vigência.
Os rótulos dos alimentos permitem aos consumidores acesso às informações sobre os
produtos consumidos, de acordo com o código da Defesa do Consumidor há uma tolerância
de inconformidades de 20%, tanto para mais quanto para menos. Estas informações devem ser
35
verdadeiras, pois são elas que auxiliam os consumidores em suas escolhas, e aos profissionais
de saúde para melhor orientarem em relação às dietas de seus pacientes (LOBANCO et al.,
2009).
OBJETIVO
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi de verificar a quantidade de proteínas,
carboidratos e lipídios; bem como irregularidades nas tabelas nutricionais presentes na
rotulagem de alimentos para atletas, considerando como instrumentos mais relevantes o
Código de Defesa do Consumidor – CDC pela Portaria 222/98 SVS/MS, a Regulamento
Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados RDC360/2003 e a legislação
em suplementos protéicos para atletas RDC18/2010.
MÉTODO
Amostra
Foram utilizadas amostras de proteínas do soro do leite Whey Protein de dez
diferentes marcas, quatro delas descritas no seu rótulo como concentrada, quatro descritas
como isolada, e duas como: concentrada, isolada e hidrolisada. Estas amostras foram
selecionadas aleatoriamente em academias de Cascavel-PR e comercializadas em comércios
locais. Nove dessas amostras eram de origem Nacional e somente uma delas era de origem
Internacional.
36
Teor de Proteínas
Determinou-se o teor de proteínas por meio da análise do nitrogênio, segundo o
método de Kjeldahl (Instituto Adolfo Lutz, 2008) que consiste na destruição da matéria
orgânica com ácido sulfúrico concentrado, em presença de um catalisador pela ação do calor,
com posterior destilação e titulação do nitrogênio proveniente da amostra, sendo utilizado o
fator de conversão.
Teor de Lipídios
A determinação de lipídios realizou-se primeiramente pela hidrólise ácida prévia e
posteriormente pela extração com o solvente éter submetido a uma extração contínua em
aparelho do tipo Soxhlet, seguida da remoção por evaporação. Este método consiste no
tratamento sucessivo e intermitente da amostra imersa no solvente puro: éter de petróleo,
graças a um processo de separação de substâncias e subseqüente conde nsação do solvente
aquecido extrai o lipídio da amostra.
Teor de Carboidratos
O teor de carboidratos foi doseado pelo método de diferença, onde são somados os
macro nutrientes e pela subtração do valor da porção. As análises foram realizadas em
duplicata e desenvolvidas no Laboratório de Bioquímica da FAG – Faculdade Assis Gurgacz
em Cascavel-PR, juntamente com o Laboratório de Análises de alimentos A3Q.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
37
Na tabela 1 (em anexo I), apresentam-se os valores encontrados referentes às análises
dos teores de macronutrientes nos suplementos Whey Protein. As dez marcas analisadas
foram nomeadas de amostras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.
Para analisar os dados obtidos nas análises, utilizou-se como critério de comparação, a
RDC18/2010 que determina a quantidade mínima de proteínas, carboidratos e também a
quantidade máxima de lipídios para que um produto seja considerado suplemento.
Como pode-se observar na Tabela 1, quanto ao teor de proteínas as amostras 1, 2, 3, 5,
6, 7, 8, 9 e 10 apresentaram-se de acordo com a RDC18/2010, a qual preconiza que a
quantidade mínima de proteína na porção do produto pronto para consumo deve ser de 10g.
Quanto ao teor de carboidratos, a RDC18/2010 estabelece que a quantidade mínima
deve ser de 15g por porção, desta forma; as amostras 1, 2, 6, 8 e 10 apresentaram-se de
acordo.
Já no teor de lipídios, todas as amostras apresentaram-se dentro do limite máximo de 30%
do valor energético especificado na RDC18/2010, a qual limita este parâmetro no produto
pronto para consumo.
A legislação Brasileira de rotulagem nutricional, RDC360/2003 (ANVISA), estabelece
que as informações nutricionais devem ser expressas por porção, incluindo a medida caseira
correspondente, conforme estabelecidas no Regulamento Técnico específico. As quantidades
mencionadas devem ser as correspondentes ao alimento tal como oferece ao consumidor.
Pode-se também declarar as informações do alimento preparado, desde que indiquem as
instruções especificas de preparação. Nas marcas analisadas, observou-se que cada uma delas
apresentou porção diferenciada, cada uma com suas particularidades e com sua rotulagem
calculada para o valor da porção estabelecida.
Também para a análise dos resultados utilizou-se como critério a RDC360/2003, que
recomenda que a diferença entre os valores declarados e aqueles efetivamente presentes no
38
rótulo deve ser de no máximo 20%, para mais ou para menos. Esse limite estabelece o erro
que as rotulagens podem apresentar comparadas com as quantidades realmente existentes.
Considerando-se as informações encontradas durante as análises no quesito do macronutriente
carboidrato, observou-se que todas as amostras apresentaram-se fora desse limite, exceto a
amostra 4 que apresentou quantidade insuficiente para a realização das análises. No
macronutriente proteína, as amostras 1, 6, 7 e 9, apresentaram-se fora do limite de erro de
mais ou menos 20%. Já no macronutriente lipídio, as amostras 1, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 também
apresentaram-se fora do limite determinado. E as amostras: 2, 3 e 4, apresentaram-se dentro
do limite de erro.
Verificando-se as amostras analisadas, observou-se que 44,44% das marcas
apresentaram todos os parâmetros avaliados fora dos limites especificados e em desacordo
com a rotulagem impressa no produto. Quanto as amostras que apresentaram pelo menos 1
item fora das especificações,encontraram-se 11,11% das amostras, e as que apresentam 2 itens
fora dos limites encontraram-se em 44,44%.
Segundo Pimentel Gomes (1985), o coeficiente de variação dá uma idéia da precisão
do experimento, e tendo-se por base os coeficientes encontrados nas análises do presente
estudo, classificou-os em baixos, quando inferior a 10%; médios, quando de 10 a 20%; altos
quando de 20 a 30%, e muito altos, quando superiores a 30%. Conforme a tabela 1 (ANEXO
I), na análise do teor de lipídios, observou-se que 2 amostras apresentaram coeficiente baixo,
2 amostras apresentaram coeficiente médio e 6 muito alto. Tal fato está diretamente
relacionado à erros ocorridos durante o método analítico.
Já no teor de proteínas, 7 amostras apresentaram coeficientes de variação baixo, 1
médio e 1 muito alto.
Essa divergência dos resultados e a variação no desvio padrão pode-se justificar,
segundo Reis (2011), pelo fato de que há variações na calibração de equipamentos utilizados
39
(como as balanças e as estufas, e o próprio aparelho de Soxhlet, por exemplo) e o grau de
pureza de alguns reagentes. Também deve-se levar em consideração outros fatores possíveis a
interferir no plano de amostragem e na análise dos res ultados, entre eles estão o controle de
matéria-prima inadequada para o uso da fabricação, o tipo de processamento industrial
adotado para o mesmo, a estocagem, procedimentos no controle de qualidade, as tabelas de
composição de alimentos utilizadas para a determinação das informações nutricionais dos
produtos pela indústria.
Em estudo realizado por Lobanco et al., (2009), evidenciou a falta de uniformidade
das diferentes marcas e lotes, e a dificuldade da maioria das empresas, em atender as
exigências da legislação relativa à informação nutricional, situação esta que é prejudicial aos
consumidores que desejam utilizar tais informações para definição de dietas alimentares
melhor balanceadas e adequadas para suas necessidades.
O estudo de Lombardi e Godoy (2006) faz referência às ocorrências de inadequações
nas rotulagens em suplementos analisados, no qual se destaca que há discrepância da
quantidade de carboidratos recomendada por fabricantes, estes apresentando-se acima da
quantidade estabelecida nos rótulos. Segundo Williams (2002), o consumo superior ao
recomendado pela Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SBME) pode prejudicar o
desempenho do atleta e em conseqüência da elevada quantidade consumida, eleva também a
taxa de glicose, com aumento da liberação de insulina, procedente de hipoglicemia e
distúrbios gastrointestinais, fatores que podem diminuir o tempo de exercício e fadiga
precoce. O presente estudo apresentou resultados elevados nos carboidratos para 90% das
marcas analisadas, podendo assim comprometer a saúde e/ou o desempenho físico dos
usuários destes produtos.
Ao analisar rótulos de alimentos para praticantes de atividades físicas, Barbosa (2002)
distribuiu seu estudo em categorias distintas: alimentos protéicos, alimentos compensadores,
40
repositores energéticos, repositores hidroelétrolíticos, aminoácidos de cadeia ramificada entre
outros, e verificou-se que mais da metade, 56,4% dos rótulos foram classificados como não
adequados. Tal fato também foi encontrado no presente estudo, onde pode-se observar que
todas as amostras analisadas apresentaram informações não condizentes com as contidas nos
rótulos.
De acordo com estudo realizado por Antunes e Nunes (2014), o qual analisou 54
suplementos alimentares compostos por soro de leite (Whey Protein), disponíveis para
consumo no mercado nacional, verificou-se que 65,6% das amostras não atenderam aos
critérios da legislação brasileira, no que se refere á concentração de proteína segundo a
RDC18/2010. Percebeu-se também, que 89,4% das amostras não cumprem aos critérios de
rotulagem em relação à legislação vigente RDC360/2003. Resultados semelhantes foram
encontrados presente estudo, em que as informações nutricionais nas marcas analisadas
encontraram-se fora do limite estabelecido pela RDC360/2003.
Em pesquisas realizadas recentemente pelo Inmetro (2014), destaca-se que em
decorrência de ensaios realizados em suplementos protéicos para atletas, 93% das marcas
apresentaram algum tipo de não conformidade. Em relação ao teor de proteínas declarado
pelo fabricante e a quantidade encontrada, 13% das marcas ana lisadas apresentaram diferença
superior a 20% em suas declarações, apresentando menos proteína como o indicado. Já no
ensaio de teor de carboidratos, 73% das marcas apresentaram diferença superior a 20% entre
os valores efetivamente encontrados. O presente estudo apresentou resultados semelhantes a
esta pesquisa, pois em relação às proteínas, 40% das marcas apresentaram-se superior ao
limite de 20%; já os carboidratos, 90% das marcas apresentaram-se acima do limite de 20%;
quanto aos lipídios, 70% das amostras apresentaram-se fora dos limites de variação entre mais
e menos 20%.
41
No ano de 2014, a ANVISA analisou suplementos protéicos após uma série de
denúncias. Voltado para atletas, o suplemento protéico é comumente consumido por
freqüentadores de academia sem a orientação adequada de médico ou nutricionista. De 26
marcas analisadas, 17 continham mais carboidrato do q ue o descrito no rótulo, tendo diferença
atingida de até 1003% em uma das marcas, Além disso, seis amostras continham menos
proteína do que o anunciado, tendo a diferença de 79,5%. Destaca-se que, uma diferença na
quantidade de proteínas e carboidratos pode interferir em toda a programação de treinamento.
Se o atleta depende de uma massa muscular muito grande para praticar sua
modalidade e está usando uma quantidade mais baixa de proteína, o desempenho físico fica
prejudicado. Por outro lado, se ele mantém o mesmo nível de atividade física e passa a ingerir
uma quantidade maior de carboidrato, ele pode ser metabolizado e transformado em gordura,
aumentando a massa de gordura do indivíduo. Tal fato também foi encontrado no presente
estudo, em que todas as marcas analisadas apresentaram-se com valores de carboidratos acima
do valor declarado, exceto a amostra 4; a qual apresentou quantidade insuficiente para a
realização das análises. Também, observou-se que 4 das marcas apresentaram-se com valores
de proteínas abaixo ao rotulado.
Essas irregularidades geram uma preocupação, já que são produtos muito específicos,
na qual, a quantidade anunciada de carboidrato é 0 e ele contém 10 gramas. Trata-se então, de
um engano muito grave. Os suplementos protéicos são destinados a atletas de alto rendimento
que, durante o treino, são submetidos a um grande desgaste físico e correm o risco de, devido
a esse desgaste, perderem parte da massa muscular. A proteína, nesse caso, protege contra a
perda dos músculos e/ou possibilita o crescimento muscular (ANVISA, 2014).
As análises da ANVISA também revelaram a presença de ingredientes não declarados
nos rótulos, como amido de milho, fécula de mandioca (como fontes de carboidrato) e soja
(como fonte de proteína). A presença de soja é um fator de engano ao consumidor, pois o
42
rótulo afirma que é Whey Protein (proteína retirada do soro do leite e bem mais caro do que a
soja). Além disso, para as pessoas alérgicas a soja, pode ser um risco (ANVISA, 2014).
Em estudo com suplementos alimentares de marcas nacionais e importadas
desenvolvido por Lisbôa, Liberali e Navarro (2011), em relação à Resolução RDC360/2003,
evidenciou-se que 40% dos produtos importados e 28,5% dos produtos nacionais
apresentaram inadequação. Na presente pesquisa, todos os suplementos analisados possuem
não conformidade de informações apresentadas na rotulagem com as obtidas e m análises.
Outros problemas relacionados ao consumo de suplementos vem sendo relatados pela
ANVISA. Recentemente a mesma recolheu amostras de suplementos vitamínicos por
comprovação de divulgação irregular das propriedades terapêuticas e medicamentosas do
produto, não permitidas pela legislação (ANVISA, 2015).
O consumo de proteínas pelos atletas tem como principais objetivos: preservar a massa
muscular, potencializar a hipertrofia, otimizar a recuperação para uma próxima sessão de
exercício e preservar a função imunológica. Com isto, na hora da sua aquisição, o consumidor
deseja pagar pela quantidade de proteínas realmente existente e suficiente para sua finalidade.
Por isso, deve-se enfatizar o compromisso do fornecedor em relação ao consumidor, tendo
como atributo do seu produto critérios éticos e morais sobre sua propaganda e comércio.
No Brasil as informações fornecidas através da rotulagem contemplam um direito
assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) no qual, em seu artigo 6°,
determina que as informações sobre produtos e serviços devem ser claras e adequadas e “com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem” (CÂMARA et al., 2008). Garante, porém, que os
produtos e práticas de fornecimento não ofereçam riscos à saúde e à vida do consumidor, em
outras palavras, o CDC exige a existência de Segurança Alimentar, preservando a proteção da
saúde, contestando às fraudes e fácil acesso à informação.
43
No estudo em questão, as amostras apresentam-se em desconformidade com o Código
de Defesa do Consumidor, pois as informações fornecidas nas rotulagens de cada suplemento
não atendem os requisitos pré-estabelecidos em normas e regulamentos técnicos legisladores
pertinentes, colocando desta forma, a integridade física do consumidor em risco, bem como,
lesando-o financeiramente ao adquirir tais produtos.
Importante salientar que, o presente estudo realizou-se por amostras indicativas, onde
os resultados encontrados nas análises apresentaram-se fora dos limites preconizados pelas
legislações no que diz respeito à declaração de informações, e indicam indício de desvio da
qualidade, ou seja, um provável descumprimento perante as legislações.
Porém, sugere-se a realização de novos estudos, com um número maior de amostras
para se confirmar as divergências nas rotulagens desses produtos.
De acordo com Lombardi (2006) as pesquisas voltadas à rotulagem de alimentos
devem ser incentivadas,
uma vez que fornecerão subsídios para adequação o u
aperfeiçoamento para a legislação vigente.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, verificaram-se divergências entre as amostras analisadas: 1, 4, 6, 7
e 9 quanto ao teor de proteínas e as amostras: 1, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 quanto ao teor de lipídios.
Além disso, 90% das amostras encontram-se em discordância quanto ao teor de carboidratos.
O estudo apresenta indício de que os produtos analisados não estão totalmente de
acordo com a legislação vigente e que se faz necessário o cuidado contínuo e rigoroso durante
a fiscalização por parte das autoridades sanitárias para garantir que os consumidores tenham
acesso às informações precisas sobre os produtos para praticantes de atividades físicas.
44
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47
ANEXO I: Tabel a 1-Dados das Análises e Médias ± Desvio Padrão (DP) e Coeficiente de Variação (CV).
Parâmetros
Amostra 1
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 2
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 3
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 4
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 5
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 6
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 7
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 8
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 9
Carboidratos
Lipíd ios
Proteínas
Valor Calórico
Amostra 10
Carboidratos
Lipíd ios
Proteína
Valor Calórico
Quanti dade
decl arada
g/30g
2,1g
1,8g
24g
120 kcal
g/158g
86g
5g
53g
600 kcal
g/30g
3g
0g
21g
103 kcal
g/40g
4g
0g
28g
128 kcal
g/36g
7,6g
1,4g
24g
139 kcal
g/30,4g
3g
1g
24g
120 kcal
g/24g
3g
1g
20g
100 kcal
g/40g
17g
1g
16g
142 kcal
g/30g
2g
1g
24 g
174 kcal
g/44g
15g
6g
22g
200 kcal
Média± DP
CV
16,30g
0,415g ± 0,13g
13,28g ± 1,61g
122,07 kcal
32%
12%
-
105,14g
5,21g ± 4,46g
47,65g ± 2,45g
658,05 kcal
85%
5%
-
11,44g
0,01g ± 0,01g
18,54g ± 1,40g
119,93 kcal
115%
7%
-
0,455g ± 0,06g
*
*
*
*
*
13,17g
0,33g ± 0,03g
22,49g ± 0,67g
232,87 kcal
10%
3%
-
17,67g
0,07g ± 0,07g
12,66g ± 0,34g
121,95 kcal
101%
2%
-
9,70g
0,15g ± 0,007g
14,14g ± 0,23g
96,77 kcal
4%
1%
-
25,55g
0,57g ± 0,03g
13,87g ± 1,36g
162,87 kcal
6%
9%
-
14,70g
0,20g ± 0,03g
15,10g ± 6,61g
121,02 kcal
31%
43%
-
20,06g
0,65g ± 0,27g
23,28g ± 0,67g
179,27 kcal
42%
2%
-
48
ANEXO II – NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA: SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (SBAN)
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
Informações gerais
Unidades, notas, siglas etc.
Unidades de medida devem sempre utilizar o padrão definido pelo Sistema Internacional SI.
Siglas utilizadas em tabelas, figuras, etc, devem ser definidas no rodapé desses elementos,
mesmo se já tiverem sido definidas no texto.
Nomes de produtos e equipamentos devem vir acompanhados do símbolo de marca
registrada (®) e de informações sobre o nome, cidade e país do fabricante.
Abreviaturas e siglas não devem ser utilizadas nos títulos e resumos.
Agradecimentos e autoria
Agradecimentos e fontes de financiame nto não devem ser inseridas no texto principal do
manuscrito.
Não inserir o número de protocolo do parecer do comitê de ética (para artigos originais)
Nenhuma informação sobre autoria deve estar presente neste arquivo.
Primeira página
A primeira página do arquivo do manuscrito completo deve ter os seguintes elementos nesta
ordem:
Título e título para cabeçalho no idioma principal do artigo;
Título e título para cabeçalho traduzidos para o Inglês;
Resumo estruturado e palavras-chave no idioma principal do artigo;
Resumo estruturado e palavras-chave traduzidos para o Inglês;
Título
O Título principal e sua versão reduzida para cabeçalho de página não devem utilizar
abreviaturas ou siglas
O título para cabeçalho deve ter de 6 a 8 palavras e no não mais que 60 caracteres incluindo
os espaços.
Ex.:
Título completo: Consumo Alimentar e Disponibilidade de Alimentos dos Moradores da Ilha
49
de Cotijuba no Bioma Amazônico
Título abreviado: Consumo alimentar dos moradores da Ilha de Cotijuba
Resumo estruturado
Deve ter no máximo 250 palavras e não pode utilizar abreviaturas e siglas.
Deve ser estruturado na forma de seções:
Artigo original: objetivo, métodos, resultados e conclusões (objective, methods, results and
conclusions)
Relato de casos: objetivo, descrição do caso e comentários (objetive, case description and
comments)
Artigos de revisão: objetivo, fonte de dados, síntese dos dados e conclusões (objective, data
source, data synthesis and conclusions)
Palavras-Chave
Não utilize palavras do título do artigo palavras-chave. As palavras-chave devem ser
pesquisadas nas fontes de descritores abaixo:
Palavras-chave em português devem ser obtidas na base de dados DeCS de Descritores em
Ciências da Saúde, da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da SaúdeLILACS.
Palavras-chave em inglês devem ser extraídas do Medical Subject Headings-MESH, da
National Library of Medicine.
Estrutura de tópicos do texto completo
Os arquivos devem ser organizados seguindo uma estrutura pré-definida para cada tipo de
artigo:
Artigo original
Artigos originais devem conter a seguinte estrutura:
INTRODUÇÃO
Deve ser sucinta contendo de 4 a 6 parágrafos,
OBJETIVOS
Deve informar porque o estudo foi realizado e quais as hipóteses iniciais (se houverem).
Definir precisamente qual o objetivo principal e os secundários (se houverem).
MÉTODO
Deve descrever a casuística, o delineamento de estudo, procedimentos empregados e tipo de
análise estatística e declaração de aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa,
RESULTADOS
Devem ser claros e objetivos, sem repetir os resultados já apresentados nas tabelas e gráficos,
DISCUSSÃO
Deve interpretar os resultados mais importantes, compará- los com dados da literatura,
descrever possíveis aplicações dos achados e as limitações do estudo.
50
CONCLUSÕES
Último parágrafo da discussão, deve responder aos objetivos do estudo.
Relatos de caso
Relatos de caso devem conter a seguinte estrutura:
INTRODUÇÃO
Deve ser sucinta contendo de 2 a 4 parágrafos, descrevendo o que é conhecido sobre a doença
ou procedimento em questão,
DESCRIÇÃO DO CASO
Não deve colocar dados que possam identificar o paciente,
DISCUSSÃO
Deve apresentar a comparação dos achados com os dados da literatura.
Artigo de revisão
Artigo de revisão devem conter a seguinte estrutura sugerida:
INTRODUÇÃO
Deve enfatizar a importância sobre o tema e os achados atuais da literatura,
OBJETIVOS
Deve informar porque a revisão da literatura foi feita. Descrever se enfatiza algum aspecto em
especial como causa, prevenção, diagnóstico e prognóstico.
MÉTODO
Deve descrever como foi feito o levantamento de dados, quando pertinente,
REVISÃO
Incluir tópicos, estruturados ou não, sobre o que foi levantado e os achados relevantes,
COMENTÁRIOS
e/ou
RECOMENDAÇÕES
Manter foco no tema estudado e destacar informações relevantes, novas e/ou importantes.
Tabelas
Todas devem ser inseridas no final do texto, após as referências e cada tabela deve estar em
uma página separada.
Devem possuir título breve e estar citadas no texto em ordem crescente e consecutiva.
Devem ser elaboradas utilizando o recurso de tabelas do Microsoft Word®. Não importar
tabelas do Excel® ou Powerpoint®.Elementos enviados na forma de imagem não serão
aceitos e irão acarretar em atrasos na avaliação e na publicação.
Todas as tabelas devem ser numeradas seqüencialmente, em algarismos arábicos, apresentar
título e fonte, bem como ser referenciadas no corpo do artigo.
Não serão aceitas tabelas que não estejam devidamente citadas no texto e vice versa.
Figuras (Fotografias, Desenhos, Gráficos)
Todos esses elementos devem sempre ser referenciados e citados como figuras e numerados
na ordem de aparecimento do texto. As explicações devem constar da legenda. Figuras
reproduzidas de outras fontes devem indicar esta condição na legenda e devem ter a
permissão por escrito da fonte para sua reprodução.
51
Todas as figuras devem estar inseridas no corpo do documento na posição que o Autor julgar
mais apropriada.
Fotos e imagens geradas em computador devem sempre ser produzidas nos formatos .jpg ou
.tif de forma a possuir a largura de 2000 pixels independente da resolução do arquivo.
É obrigatório e muito importante, verificar que o menor texto apresentado em cada figura
esteja perfeitamente legível após a inserção no arquivo.
Todas as figuras devem apresentar legenda e fonte, bem como ser referenciadas no corpo do
artigo.
Gráficos e figuras devem ser em preto e branco (não usa r cores) no Word, Power Point, Excel
ou programa equivalente. Não serão aceitos gráficos escaneados.
Não serão aceitas figuras que não estejam devidamente citadas no texto e vice versa.
Referências bibliográficas
As refeências bibliográficas devem seguir o estilo preconizado no “Uniform Requirements for
Manuscripts”, elaborado pelo “Internacional Committee of Medical Journal Editors” e
disponível em http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html.
A citação das referências no corpo do texto deve ser realizado utilizando números sobrescritos
sem uso de parênteses e na ordem de utilização das citações. Exemplos:
“A melhor técnica conhecida atualmente. 1 ”
“... que é, segundo Silva et al, 20061 , a melhor técnica conhecida atualmente.”
Toda a literatura utilizada e citada no texto deverá obrigatoriamente estar na lista de
referências e vice versa. A lista de referências deve estar numerada conforme a sequência de
citação no texto (não em ordem alfabética). A Nutrire executa verificação de plágio.
Ao elaborar sua lista de referências observe o seguinte:
Deve ser dada preferência a citação de literatura recente.
A citação de livros e outras fontes de difícil acesso deve ser evitada.
Não utilizar teses, dissertações, artigos não publicados e artigos em preparação.
Citar os 6 primeiros autores, se houverem mais do que seis, utilizar a teminologia “et al”.
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análise nutricional e de rotulagem em suplementos proteicos