Aplicação de Testes Ecotoxicológicos com o
Microcrustáceo Daphnia magna no Laboratório de
Engenharia Ambiental, Área de conhecimento: Controle Ambiental
Francyele Regina Stringhini, Bolsista PUIC – Engenharia Ambiental – Ponte Imaruim.
Valéria Reginatto Spiller, Orientadora PUIC - Engenharia Ambiental – Ponte Imaruim.
Introdução
A utilização de bioensaios toxicológicos para monitoramento e avaliação da qualidade da
água tem se tornado bastante comum no Brasil. O uso de bioensaios trás como
vantagens a detectação de efeitos nocivos mesmo em baixas concentrações da
substância testada, já que os sistemas biológicos podem reagir com concentrações de
substâncias bem abaixo dos limites de detecção das análises químicas; também
apresenta uma resposta integral aos fatores perturbadores (a reação dos organismos
inclui os efeitos produzidos por substâncias formadas através de reações das substâncias
originais na água); os bioensaios permitem uma avaliação bastante segura do potencial
tóxico de substâncias ou de meios contaminados (Knie & Lopes 2004).
Resultados
As Daphnias são organismos extremamente sensíveis, portanto necessitam de
um técnico especializado para o seu cultivo. Durante o período do projeto foram
encontrados alguns obstáculos no seu cultvo contínuo pela variação de
temperatura, de luminosidade dos equipamentos. Observou-se que quando
alterado o seu habitat natural a sua resistência fica debilitada, tornando-as
inaptas aos testes de toxicidade.
Daphnia magna é usada como indicador biológico em estudos e controle da qualidade da
água, e em bioensaios para a determinação de toxicidade de efluentes, metais pesados e
inseticidas (Arambasic et al. 1995, Villegas-Navarro et al. 1999, Vlaming et al. 2000).
Dentre os objetivos propostos o cultivo das Daphnias para utilização em aulas
práticas da disciplina de Toxicologia Ambiental do curso de Engenharia
ambiental – UNISUL foi plenamente atingido, pois foi possível disponibilizar
organismos sadios para a realização dos mesmos.
A aplicação de testes ecotoxicológico para avaliação da qualidade da água, em um
departamento que trabalhe com avaliação e gerenciamento ambiental, é, portanto,
essencial para se manter no mesmo nível tecnológico/científico que outras instituições,
assim como para possuir uma ferramenta que possibilite prestar serviços de análise de
água e uma ferramenta de ensino.
Os ensaios de toxicidade com Daphnias também foi disponibilizado como
ferramenta para monitorar a eficiência de processos de tratamento de efluentes
líquidos e da qualidade de corpos d’água em projetos de pesquisa e TCC do
Laboratório de Engenharia Ambiental (LEA).
Este projeto implantou, como rotina, testes com Daphnia magna no Laboratório de
Engenharia Ambiental, Campus Ponte Imaruim, UNISUL. Sendo assim, foi possível a
realização deste teste ferramenta de ensino.
Além disto, a rotina (protocolo) para o teste eco-toxicológico foi disponibilizada
permanentemente para análises de amostras de águas e efluentes.
Objetivos
Avaliar a toxicidade de amostras de águas naturais obtidas no ambiente através de testes
de toxicidade padrão com o microcrustáceo Daphnia magna
Metodologia
Foram realizados ensaios toxicológicos com o microcrustáceo Daphnia Magna no LEA –
Laboratório de Engenharia Ambiental da UNISUL.
A metodologia utilizada aqui foi de acordo com Knie & Lopes (2004) e com os
procedimentos da ISO 6341. Os microorganismos foram expostos a diferentes
concentrações de substancias tóxicas conhecidas para avaliar o grau de toxicidade.
Figura 1 Microcrustáceo Daphnia
magna.
Vantagens do uso da D. magna como organismo
indicador
a) os descendentes são geneticamente idênticos;
b) a cultura do organismo em laboratório é fácil e não
dispendiosa;
c) o manuseio é simples, por causa do tamanho
relativamente grande da espécie em relação a outros
microcrustáceos;
d) a espécies reage sensivelmente à ampla gama de
agentes nocivos;
e) a espécie pode ser usada em testes estáticos, semiestáticos ou de fluxo contínuo;
f) o ciclo de vida e de reprodução é suficientemente
curto, o que permite usar as daphnias em testes
crônicos;
g) a espécie Daphnia magna é internacionalmente
reconhecida como organismo teste e vem sendo
utilizada há décadas em laboratórios ecotoxicológicos
(Knie & Lopes 2004).
Figura 2 Bécker com Daphnia magna
Figura 3 Incubadora biológica para o cultivo
das daphnias
Conclusões
A partir deste projeto pôde-se constatar que:
O microcrustáceo Daphnia magna é extremamente sensível,
A implantação dos testes implicou na adequação do espaço fisico e na
adaptação das técnicas do laboratório, pois as análises físico-químicas são
realizadas basicamente no mesmo espaço, onde são usados alguns solventes
orgânicos que podem interferir, tanto no cultivo como na resposta dos
organismos aos testes.
O projeto proporcionou uma experiência com relação ao cultivo dos organismosteste e disponibilizou para o LEA uma ferramenta bastante útil e atual para o
monitoramento de águas e efluentes.
Para as aulas de toxicologia ambiental, os organismos foram disponíbilizados o
que possibilitou aos acadêmicos do Curso de Engenharia Ambiental o contato
com este ensaio por intermérdio de aulas práticas.
Atualmente é necessário alunos de graduação interessados na área de
toxicologia aquática para a continuidade do projeto.
Bibliografia
Arambasic MB, Bjelic S, Subakov G (1995) Acute toxicity of heavy metals (copper, lead, zinc), phenols and sodium
on Allium cepa L., Lepidium sativum L. and Daphnia magna St.: Comparative investigations and the practical
applications. Wat. Res. 29: 497-503.
International Organization for Standardization (ISO 6341) (1996) Water quality: determination of the mobility of
Daphnia magna Straus (Cladocera, Crustacea): acute toxicity test.
Knie JLW & Lopes EWB (2004) Testes toxicológicos: métodos, técnicas e aplicações. FATMA/GTZ, Florianópolis.
289 p.
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