ID: 43122026
02-08-2012
Tiragem: 8960
Pág: 6
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 22,62 x 26,75 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
Cortes na UBI abaixo da média
nacional
Universidade da Beira Interior vai receber do Orçamento
de Estado menos 1,5 por cento do que no ano passado
Fábio Gomes
AR
A
s transferências do Orçamento do Estado para as
instituições de ensino superior devem baixar, em média,
mais 2 por cento no próximo
ano, revelou na semana passada o Conselho de Reitores das
Universidades Portuguesas
(CRUP). No total, serão menos
15 milhões de euros que o
Ministério da Educação e Ciência destina ao setor, sendo
que nalgumas instituições
o corte poderá chegar aos 5
por cento.
A Universidade da Beira
Interior (UBI) não foge à
regra, embora a diminuição
seja ligeiramente inferior à
média nacional. Sem avançar
valores, o reitor adianta que
o corte estatal é de 1,5 por
cento para o próximo ano
letivo e mostra-se confiante
que, devido à sua «situação
financeira equilibrada», a
UBI «vai conseguir fazer
face» a esta redução do orçamento. Ainda assim, João
Queiroz diz que «é inevitável fazer alguns cortes» nas
despesas de funcionamento,
«como já temos vindo a fazer
nos últimos anos, até para
manter a saúde financeira»
da instituição. Os cortes
deverão abranger «gastos
com comunicações e eletricidade», mas também com
«o funcionamento de laboratórios, departamentos e
faculdades». Nesse sentido,
o reitor avisa que os efeitos
«serão sentidos», mas garante que tudo será feito para
que «a qualidade de ensino
não seja afetada».
Sobre o ensino superior
e os sucessivos cortes, João
Queiroz diz que se está a chegar ao «limiar do razoável».
«Desde 2005, houve uma
redução de 20 por cento no
financiamento ao ensino su-
Reitor diz que «tudo fará» para que a diminuição não se repercuta na qualidade de ensino
perior», lembra, acrescentando que tal cria uma situação
«muito difícil» para as universidades, podendo mesmo
vir a gerar «problemas de
sustentabilidade» e «pôr em
causa o funcionamento» das
universidades.
No ensino politécnico,
os cortes estatais são ainda
mais elevados. De acordo
com o Conselho Coordenador
dos Institutos Superiores
Politécnicos (CCISP), estas
instituições terão em média
menos 3,2 por cento no próximo ano letivo, o que se traduz
numa redução de cerca de 30
por cento do financiamento público nos últimos seis
anos. No IPG, o orçamento de
funcionamento vai sofrer um
corte de 5,3 por cento, bastante acima da média, segundo
revelou na semana passada a
O INTERIOR o seu presidente.
Constantino Rei adiantou
que, «além disso, propõem
dar-nos um pequeno “bombom” de 200 mil euros para
investimento, mas já estou
um pouco escaldado porque
no ano passado também nos
deram e depois não transferiram a verba». O dirigente
antevê por isso um ano «novamente difícil», mas confia
que o Politécnico da Guarda
«conseguirá atravessar 2013,
porque andámos estes anos
a ser muito comedidos nas
despesas e conseguimos gerar
um saldo que nos permite,
pelo menos no próximo ano,
fazer face a esta redução».
Constantino Rei garante ainda que «tudo fará, enquanto
possível», para não entrar na
«espiral do corte da despesa»,
lembrando que isso «implica
também o corte da receita,
do financiamento e da ativi-
dade, e se isso acontecer, no
próximo ano tenho menos
alunos, logo menos dinheiro,
e daqui a quatro ou cinco
anos estaremos muito pior».
O presidente do IPG diz, por
isso, que privilegiará uma
«gestão rigorosa», mas «sem
comprometer a qualidade do
ensino».
Reitores suspendem orçamentos
até serem recebidos pelo
Primeiro-ministro
O
s reitores das universidades públicas decidiram
anteontem suspender a realização dos orçamentos para
2013, e reclamam ser recebidos pelo primeiro-ministro.
As instituições estiveram reunidas em plenário na terçafeira e entenderam que, em
face dos cortes decididos pelo
Governo, «não têm condições
para elaborar os respetivos
orçamentos», pelo que querem
falar diretamente com Pedro
Passos Coelho, a quem vão pedir uma reunião «com caráter
de urgência», de acordo com
um comunicado do Conselho
de Reitores das Universidades
Portuguesas (CRUP).
Na segunda-feira, o
Ministério da Educação e
Ciência anunciou às universidades que, no próximo ano,
haverá um corte médio efetivo superior a 2 por cento,
o que equivale a cerca de 15
milhões de euros.
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Cortes na UBI abaixo da média nacional