INMETRO - 28 & 29 DE AGOSTO 2006 FÓRUM DE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS DE PROFICIÊNCIA EM EMISSÕES VEICULARES E ANÁLISE DE METANO INCERTEZA DE MEDIÇÃO EM ENSAIOS DE EMISSÕES VEICULARES – PROPOSTA DE METODOLOGIA DE CÁLCULO TADEU C. CORDEIRO DE MELO PETROBRAS / CENPES AGOSTO 2006 INCERTEZAS DE MEDIÇÃO SUMÁRIO -Objetivo -Fluxograma do Ensaio -Definições de Incerteza -Fontes de Incertezas -Cálculos : Emissões de gases -Cálculos:Emissões de aldeídos -Conclusões -Agradecimentos INCERTEZA DE MEDIÇÃO OBJETIVO Apresentar uma proposta de cálculo de incerteza de medição de um ensaio de emissões veiculares – Gases e aldeídos. Descrever uma forma resumida e de mais fácil entendimento dos conceitos de incertezas de medição apresentados no Guia para Expressão da Incerteza de Medição publicado pelo INMETRO e pela ABNT. INCERTEZA DE MEDIÇÃO – NBR 6601 E NBR 12026 INCERTEZA DE MEDIÇÃO 1 - INCERTEZA DE MEDIÇÃO Caracteriza a dispersão dos valores que podem ser atribuídos a um mensurando. 1.1- Incerteza do tipo A (ITA) - Repetitividade de resultados mesmas condições de medição. - Mesmo veículo, motorista e grupo de equipamentos. _ - Calcular a média ( X ) e o desvio padrão(s). - ITA = S/ √ n, onde n = nº de ensaios. INCERTEZA DE MEDIÇÃO 1.2- Incerteza do tipo B - Certificado de calibração dos instrumentos e materiais de referência. - Resolução dos instrumentos. - Ajuste de curvas e outros. 1.3- Incerteza combinada (µ µ(y)) - Apenas desvio padrão. Não leva em conta o nível de confiança. 1.4- Fator de abrangência (k) - Total de graus de liberdade - Ensaio e emissões, consideramos k=2, para 95% de nível de confiança. INCERTEZA DE MEDIÇÃO 1.5- Incerteza expandida (U(y)) U(y)= k*µ µ(y) - Fornece um intervalo de confiança dentro do qual existe a maior probabilidade de se encontrarem valores que poderão ser atribuídos ao valor verdadeiro. 1.6- Combinação de incertezas - Mesma unidade - Na forma de incerteza combinada e não expandida. FONTES DE INCERTEZAS 2 - FONTES DE INCERTEZAS 2.1- Certificado de calibração - Calcular incerteza combinada : a)) µ(y) µ = U(y) / k, k do certificado; b)) µ(y) µ = U(y) / √ 3, k não é informado. 2.2- Incerteza de resolução - Indicador digital - menor divisão ÷ √ 3 - Indicador analógico - menor divisão ÷ √ 6 - Sensor sem indicador – menor divisão ÷ √ 3 FONTES DE INCERTEZAS 2.3 - Repetitividade em calibração ( Sc) - Calcular média e desvio padrão para cada ponto da curva e combiná-los. Sc2 = (n1 - 1)xS12 + (n2 - 1)xS22 + ... + (nk - 1) x Sk22 n1 + n2 + ... +nk - K Onde : Si = desvio padrão da leitura do ponto i ni = número de repetições de cada leitura do ponto da curva de calibração k = número de pontos da curva de curva de calibração FONTES DE INCERTEZAS 2.4- Incerteza quanto à regressão linear - Sr2 =(S12 + S22 + ... + Sn2 ) / ( n - f) Onde : Sn = (valor real do ponto - valor da curva de calibração após a regressão linear). n = Número de pontos de calibração f = núm. de coef. do polinômio da curva, sendo 2 para curva de 1º grau e 3 para curva de 2º grau e assim por diante. FONTES DE INCERTEZAS 2.5- Incerteza de calibração para sensores de temperatura e pressão - Sensores de temperatura e pressão são enviados para calibração externa na RBC ou são calibrados com rastreabilidade no laboratório. - A simulação do valor do sensor é aplicado no sistema de aquisição de dados. - São levadas em conta as incertezas de calibração do sensor(certificado) , do padrão (simulador) e do indicador do simulador. FONTES DE INCERTEZAS 2.6- Incerteza em grandezas determinadas indiretamente através de fórmulas ( Deve ser feita a derivada parcial com relação a cada um dos componentes da incerteza ) - Soma ou subtração: a=b+c ou a=b-c Ia = √(Ib2 + Ic2) - Multiplicação ou divisão: a = b X c ou a= b/c Ia = a x √(Ib/b)2 + (Ic/c)2 CALCULOS DAS INCERTEZAS 3- CALIBRAÇÕES DE INSTRUMENTOS E SENSORES 3.1- Incerteza de analisadores - Resolução do analisador (IRSA) - Regressão linear (IRL) - Repetitividade (IRA) - Divisor de gases (IDG) U(y) do certificado/k. - Gás Padrão (IGP) - U(y) do certificado/k, dividir por √ 3 quando k não for informado. - Cálculo da Incerteza Combinada Total ICTA = IGP 2 + IRL 2 + IRA 2 + IRSA 2 + IDG 2 CALCULOS DAS INCERTEZAS 3.2- Incerteza de calibração do dinamômetro - É computada no cálculo da incerteza do laboratório, na repetição do ensaio. - Calibrar massas padrões na RBC. 3.3- Incerteza de medição do volume de gás P Qavc = C1 x , T Onde: C1= constante determinada pelo laboratório P= pressão do AVC durante o ensaio T= temperatura do AVC no ensaio 2 2 2 IQavc = Qavc x (IC1/C1) + (IP/P) + (IT/2T) CALCULOS DAS INCERTEZAS 4 - INCERTEZA DE MEDIÇÃO DA MASSA DE GÁS EMITIDA EM GRAMAS EM CADA FASE (IM(g)) - A fórmula para determinação da massa de cada poluente para cada fase do ensaio é: M(g) = Ved x Dgas x [Cat - Cab x (1 - 1/RD)] x 10-6 Onde : M(g) = Massa do gás poluente. Ved = Volume de gás amostrado pelo AVC Dgas = Densidade do gás Cat = Concentração do gás na amostra Cab = Concentração do gás no ar ambiente RD = Razão de diluição CALCULOS DAS INCERTEZAS - Para a determinação da incerteza total da massa (IM(g)): a) determinar a incerteza (IRD) do termo relativo ao inverso da razão de diluição (1/RD) que é dado pela fórmula: (1/RD) = [ CO2e + ( HCe + COe )x10-4 ] / 13.4 Onde : CO2e = Concentração de CO2 no gás da amostra HCe = Concentração de HC na amostra COe = Concentração de CO na amostra IRD = ICO2e2 + (IHCe2 + ICOe2)x 10-8 / 13.4 CALCULOS DAS INCERTEZAS b) Determinar a incerteza (IcabRD) do termo Cab*(1-1/RD). Após Simplificações, temos : 1 ICabRD = Cab * (1 ) RD * ICab 2 IRD 2 ( ) +( ) Cab 1 - 1/RD Onde: ICab = Incerteza combinada da concentração do gás ambiente IRD = Incerteza combinada do inverso da razão de diluição. CALCULOS DAS INCERTEZAS c) A incerteza combinada da massa IM(g) será igual á: 2 IM(g) = M(g) * 2 (ICat) + (ICabRD) IVed 2 ) 2+( Ved [Cat - Cab x (1 - 1/RD)] Onde: IVed = Incerteza combinada da medição do volume ICat = Incerteza combinada da concentração do gás da amostra CALCULOS DAS INCERTEZAS 5 - INCERTEZA DE MEDIÇÃO DA MASSA EMITIDA POR CADA GÁS EM (g/km) Mtotal(g/km) = a + b Onde : MTF + ME a =0,43*[ ] DTF + DE e MTQ + ME b =0,57*[ ] DTQ + DE Onde : MTF = massa emitida na fase transitória c/ partida a frio. ME = massa emitida na fase estabilizada. MTQ = massa emitida na fase transitória a quente. DTF = Distância percorrida na fase Transitória a frio. DE = Distância percorrida na fase estabilizada. DTQ= Distância percorrida na fase transitória a quente. CALCULOS DAS INCERTEZAS - Realizando a derivada parcial e fazendo manipulações algébricas, obtemos: 2 Ia = a * 2 2 2 IMTF + IME IDTF + IDE [ 2]+[ 2] [MTF + ME] [DTF + DE] 2 2 2 2 Ib = b * IMTQ + IME IDTQ + IDE [ 2]+[ 2] [MTQ + ME] [DTQ + DE] IMtotal = Ia 2 +Ib2 CALCULOS DAS INCERTEZAS 6 - INCERTEZA DEVIDO À REPETIÇÕES DE ENSAIOS (incerteza tipo A do ensaio - ITA) - Realizar no mínimo 4 ensaios completos com o mesmo veículo (na configuração original), combustível e motorista, num curto espaço de tempo. CALCULOS DAS INCERTEZAS – Emissão de Gases 7 - INCERTEZA EXPANDIDA DE CADA POLUENTE (IEP) EM g/Km - A incerteza final combinada (ICF) do ensaio será obtida pela combinação da incerteza do tipo A e pela do tipo B. ICF = IMtotal2 + ITA2 - Para um nível de confiança de aproximadamente 95%, e assumindo o fator de abrangência K=2, teremos que a incerteza expandida de cada poluente (IEP) será igual a: IEP = 2 x ICF Fontes de Incerteza - ALDEÍDOS 8- Incerteza do Padrão (Ipadrão) Por recomendação da comissão de credenciamento de laboratórios da AEA (1%). Ipadrão = 0,01 / √ 3 Ou caso o fornecedor do padrão informe a incerteza, dividir Icertificado por k do certificado Fontes de Incerteza - Aldeídos 9- Solução de Calibração Primária (SPC) Onde: Ibal = incerteza informada no certificado da balança; Iresol= incerteza de resolução do display; Cpadrão = concentração corrigida do padrão para cada nível de diluição; massa = valor da massa padrão; Idil = incerteza devido a diluição; Vbalão = volume utilizado para diluição com balões Fontes de incerteza - Aldeídos 10- Solução de Calibração Intermediária (SCI) Onde: Vpipeta = volume utilizado para diluição com pipetas 11- Incerteza de Repetitividade na curva de Calibração do cromatógrafo (SCC) Onde: Scc = Incerteza de repetitividade da curva de calibração Sk = desvio padrão da leitura do ponto i nk = número de repetições de cada leitura do ponto da curva de calibração k = número de pontos da curva de curva de calibração Fontes de Incerteza 12- Incerteza quanto à regressão linear na curva de calibração (Sr) Sr2 = (S12 + S22 + ... + Sn2)/ (n-f) 13- Incerteza da Concentração Analítica (ICa) Onde: Isc = incerteza da solução de calibração utilizada (Iscp ou Isci), dependendo do nível de concentração para cada aldeído, cada fase do ensaio. Método de Cálculo, Passo a Passo 14- Incerteza Final da Concentração (ICi) Ci = (Ca x Vf x 24,04 x 106 x fi)/(Md x Vc) Onde: Ci = Concentração de cada aldeído para cada fase do ensaio em ppmV. Ca = Concentração analítica. Vf = Volume final da solução absorvedora em UL. fi = Fator de correção. Md = Massa molecular do aldeído. Vc = Volume corrigido do gás amostrado. Concluímos então que: ICi = Ci x √(ICa/Ca)2 + (IVc/Vc)2 Onde: IVc = Incerteza do volume corrigido do gás amostrado. ICa = Incerteza da concentração analítica. ICi = Incerteza da concentração final. Método de Cálculo - Aldeídos 15- Incerteza de medição da Massa de Aldeídos, em gramas (g) Mi (g) = Vtc x Dif x [Cif - Cid x (1 - 1/RD)] x 10-6 Onde: Mi (g) = Massa de cada aldeído. Vtc = Volume total corrigido, em litros, para Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP). Dif = Densidade do aldeído. Cif = Concentração do aldeído na amostra por fase (ppm). Cid = Concentração do aldeído no ar ambiente (ppm), acumulado nas 3 fases do ensaio. RD = Razão de diluição do escapamento do veículo. (1/RD) = [ CO2e + ( HCe + COe )x10-4] / 13.4 Onde: CO2e = Concentração de CO2 (%) no gás da amostra HCe = Concentração de HC na amostra (ppm) COe = Concentração de CO na amostra (ppm) Método de Cálculo - Aldeídos IRD = [ CO2e2 + ( HCe2 + COe2 )x10-8] / 13.4 A incerteza (ICidRD) do termo Cid x (1-1/RD), será dada pela derivada parcial em relação aos termos Cid e 1/RD e pela extração da raiz quadrada da soma dos quadrados dos termos obtidos. Onde: ICid = Incerteza combinada da concentração do aldeído no ar ambiente IRD = Incerteza combinada do inverso da razão de diluição. Incerteza combinada da medição da massa de aldeídos IM(g) será igual a: Método de Cálculo-Aldeídos 16- Incerteza de Medição - Massa de cada gás em g/km (idem a feita para a emissão de gás) Onde: MTF = Massa do aldeído da fase ransitória com partida a frio. ME = Massa do aldeído emitida na fase estabilizada. MTQ = Massa do aldeído da fase transitória a quente. DTF = Distância percorrida - fase transitória com partida a frio. DE = Distância percorrida - fase estabilizada. DTQ = Distância percorrida - fase transitória - partida a quente. Método de Cálculo, Passo a Passo - Realizando a derivada parcial e fazendo manipulações algébricas, obtemos: Incerteza combinada final: A incerteza final: IEF= 2x ICF Cálculo de Aldeídos – gasolina com 22% de AEAC Resultado de Cálculo - Aldeídos Resultado de Cálculo - Aldeídos Resultado de Cálculo - Aldeídos Resultado de Cálculo - Aldeídos Resultado de Cálculo - Aldeídos Conclusão O trabalho permitiu apresentar de uma forma mais resumida o cálculo de incerteza de medição das emissões de gases e aldeídos; A planilha de cálculo de aldeídos mostra que a contribuição da componente de incerteza do tipo A ( devido a repetições do ensaio) para o veículo ensaiado é em torno de 5 vezes a incerteza do tipo B ( devido às calibrações); Esses valores de incerteza são elevados em termos percentuais, pois foram feitos para veículos a gasolina que apresentam valores de emissões muito abaixo dos limites do AGRADECIMENTOS Equipe do Laboratório de Ensaios Veiculares do CENPES, em especial a Maurício da Cunha. Marcos Toledo – VW Paulo Couto - INMETRO André Fonseca- GORCEIX Nilson Tutumi – IFM Membros da AEA – Comissão de acreditação de Laboratórios de emissões