1 FACULDADE ASSIS GURGACZ DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO DERMATOLÓGICOA PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO PRE/PROBIÓTICOS CASCAVEL 2015 2 JAQUELINE COSTA VALE DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO DERMATOLÓGICOA PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO PRE/PROBIÓTICOS Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito de avaliação da disciplina de TCC II do curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz. Profa. Orientadora: Suzana Bender CASCAVEL 2015 3 JAQUELINE COSTA VALE DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO DERMATOLÓGICOA PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO PRE/PROBIÓTICOS Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora Suzana Bender. BANCA EXAMINADORA Suzana Bender Especialista Giovane Douglas Zanin Mestre Yara Jamal Mestre Cascavel, 20 de Junho de 2015. 4 Sumario 1 - REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 21 2 - ARTIGO ..................................................................................................................27 NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA 5 1 – REVISÃO DE LITERATURA 1.1 RADICAIS LIVRES Os radicais livres são qualquer espécie química capaz de existir independentemente que apresente um ou mais elétrons não pareados e contenham um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Em geral, essas espécies são instáveis, tem uma meia-vida curta, e reagem rapidamente com diversos compostos e alvos celulares, podendo ser formados quando eles cedem o elétron solitário, oxidando-se, ou recebem outro, reduzindo-se. Portando, os radicais livres são resultantes ou provocados pelas reações de óxido-redução (DATTNER, 1999). A sua produção pode ocorrer de forma endógena no citoplasma, nas mitocôndrias ou nas membranas e o seu alvo celular (proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA) estando relacionado com o seu sítio de formação. Outra forma de produção é a exógena devido à radiação ultravioleta, em especial o UVA que reage com fotos sensibilizadores e com cromóforos da pele como a melanina. Sendo assim, o processo do fotoenvelhecimento ocorre devido ao excesso de radicais livres formados neste processo. Quanto mais expostos ficamos a essa radiação maior é a quantidade de radicais livres que se acumulam, sem a capacidade de neutralizar ou eliminá-los podem ocorrer alterações irreversíveis nas células ou mutações como rugas, flacidez, desenvolvimento de células cancerosas e outras doenças patológicas. Outras fontes exógenas são ambientais como pesticidas, poluição, cigarro, medicamentos antitumorais e estilos de vida não saudáveis, que também podem provocar estas alterações (OGA, 2003; FERREIRA & MATSUBARA, 1997). O oxigênio molecular e seus radicais são os reagentes mais importantes nas células aeróbicas. O termo “espécies reativas de oxigênio” (ERO) inclui os radicais livres contendo oxigênio, como o ânion superóxido (O2-), o radical hidroxila (OH-), o hidroperóxido (H2O) e espécies não radicalares como o peróxido de hidrogênio (H2O2) e o oxigênio singlete (1O2), os quais são frequentemente gerados como subprodutos de reações biológicas ou por fatores exógenos (ANDRADE et al.,2007). 6 As ERO´s são produzidas no organismo por fagocitose e como consequência do metabolismo celular normal. Já que 95% do oxigênio consumido pelas células seguem para a cadeia transportadora de elétrons e os 5% restantes, apresentam erros no processo de redução do oxigênio, dando assim, origem as ERRO (CANTERLE, 2005). Estes por sua vez atuam no processo de lesão tecidual de patologias, tendo como fontes, a cadeia transportadora de elétrons das mitocôndrias, leucócitos ativados, a enzima xantina oxidase, além dos produtos da auto-oxidação das catecolaminas e os metabólitos da degradação do ácido araquidônico (SCHIMITZ et al., 2005). Segundo Morais-de-Souza (2007) os danos que as ERO´s podem causar em organismos vivos são divididos em cinco categorias; citotoxicidade ou morte celular; mutagênese, causada devido aos danos aos ácidos nucleicos ou as suas enzimas ativadoras; estresse mecânico endotelial, possibilitando o aparecimento de aterosclerose; inativação de antiproteases; desagregação de polissacarídeos no tecido conjuntivo, que gera processos degenerativos na cartilagem articular. Sua produção é controlada nos seres vivos por diversos compostos antioxidantes, os quais podem ter origem endógena como a dismutase e peroxidase, ou serem provenientes da dieta alimentar. Destas últimas destacam-se tocoferóis e carotenoides, além disso, os antioxidantes podem ser produzidos de forma sintética como é o caso do PG e do BHT (SOUSA et al., 2007). 1.2. FOTOENVELHECIMENTO A pele é o maior órgão do corpo humano e corresponde a 15 % do peso corporal, estando diretamente exposta ao estresse oxidativo especialmente o causado pela radiação ultravioleta (BORGES, 2010). Os raios solares possuem em sua constituição a radiação ultravioleta A, B e C. Os raios UVC's incidem em um comprimento de onda entre 180 nm e 290nm, sendo chamados de comprimento de ondas curtas, os UVB's incidem entre 290 e 320 nm, e são comprimento de ondas médias já os UVA's atuam entre 320 e 400 nm, e são denominados comprimento de ondas longas. A radiação UVC tem pouca incidência na superfície terrestre, sendo está retida pela camada de ozônio. Já as radiações UVA e UVB estimulam a formação de radicais livres, não se tem certeza 7 qual das duas provoca mais o aparecimento destas moléculas. No entanto sabe-se que juntas são mais danosas que isoladamente e que o estresse oxidativo provocado por elas nas camadas da pele depende da penetração dos raios ultravioletas que por sua vez levam ao fotoenvelhecimento (MAGALHÃES, 2000). A exposição crônica ou excessiva à radiação UV, gera radicais livres que se sobrepõem a capacidade de defesa da pele, causando a inativação de antioxidantes enzimáticos e depleção dos não enzimáticos, imediatamente após a irradiação, o que pode levar a morte celular por apoptose ou necrose (RITTIE; FISHER, 2002) O fotoenvelhecimento ocorre quando o indivíduo se expõe à radiação solar em excesso. Seu grau e intensidade podem variar de acordo com o tipo da pele e tempo de exposição. Quando a luz penetra na pele, a radiação pode danificá-la interagindo a um nível molecular com cromóforos, alterando a sua estrutura química, ou a um nível subatômico criando um estresse oxidativo. (ORIÁ et al; 2003; TESTON, 2010). Desta forma destaca-se o uso de antioxidantes como preventivo tanto por via oral, como por via tópica, visando à prevenção ou correção das lesões resultantes dos radicais livres produzidos pela radiação UV. 1.3. ATIVIDADE ANTIOXIDANTE Os antioxidantes podem ser definidos, do ponto de vista biológico, como compostos que protegem os sistemas biológicos contra efeitos potencialmente danosos causados por processos ou reações que promovem a oxidação de macromoléculas e estruturas celulares (SOUSA et al., 2007). É imprescindível para o antioxidante ser considerado de qualidade, possuir as seguintes propriedades, presença de substituintes doadores de elétrons ou de hidrogênio ao radical; função de potencial de redução; capacidade de deslocamento do radical formado em sua estrutura; capacidade de quelar metais de transição implicados no processo oxidativo e acesso ao local de ação este dependendo de sua hidrofilia ou lipofilia e de seu coeficiente de partição (MANACH et al., 2004). A atividade antioxidante possui várias linhas o sistema primário é formado por substâncias que impedem ou interrompem a geração de espécies reativas, ou sequestradores evitando a interação com seus alvos. Já os sistemas secundários 8 são formados geralmente por compostos fenólicos, que bloqueiam a etapa de propagação da cadeia radicular, sequestrando radicais livres secundários. A terceira linha é constituída pelos sistemas de reparo do DNA, proteínas e lipídeos (OGA, 2003). Os antioxidantes oriundos de fontes naturais enquadram-se na linha de defesa secundária, que podem atuar como agentes redutores, sequestradores de radicais livres, inibidores de enzimas e como quelantes de metais possuindo assim a capacidade de interromper a formação de radicais livres. Neste contexto, vários estudos têm demonstrado que estes antioxidantes provenientes de fontes naturais, como por exemplo, os obtidos através de alimentos, apresentam uma grande importância na prevenção de doenças crônicas, tais como doenças cardiovasculares, câncer e desordens cerebrais degenerativas relacionadas ao envelhecimento, sendo assim podem ser considerados antioxidantes por excelência (CATANEO et al., 2008; MORAIS-DE-SOUZA, 2007). Pesquisas realizadas tem sua fundamentação relacionada á atuação dos antioxidantes, comprovando assim a eficácia do seu uso no processo de envelhecimento, já que os mesmos atuam nos mecanismos de defesa contra os radicais livres e impedem a sua formação, principalmente pela inibição das reações em cadeia com o ferro e o cobre. Além destas atuações eles também, interceptam os radicais livres gerados por fontes exógenas ou pelo próprio metabolismo, impedindo assim o ataque aos lipídeos, aminoácidos, duplas ligações dos ácidos graxos e as bases de DNA, com isso evita a formação de lesões e a perda da integridade celular, além disso realizam a proteção e o reparo de lesões causadas pelos radicais estando esses relacionados a remoção de danos da molécula de DNA e a reconstituição de membranas celulares danificadas, sendo alguns antioxidantes obtidos da dieta, como as vitaminas C, E e A, os flavonóides e carotenoides extremamente importantes na intercepção dos radicais livres (SOUSA et al., 2007). Para determinação da atividade antioxidante uma das metodologias mais comum, prática, rápida e sensível é a que envolve um radical cromóforo estável, que estimula as espécies reativas de oxigênio (EROs), sendo o radical livre DPPH (1,1 difenil-2- picrilhidrazina) um dos mais utilizados. Este método consiste em avaliar a capacidade antioxidante via sequestro do radical livre através de espectrofotometria, com um pico de absorção no comprimento de onda de 515- 518 -nm, em meio metanólico ou etanólico. No teste de captura com DPPH ocorre uma reação de oxi- 9 redução, onde o DPPH, que apresenta coloração violeta, é reduzido, ou seja, o elétron desemparelhado do nitrogênio se emparelha com o elétron cedido por um radical hidrogênio de um antioxidante, tornando a solução amarela e ocorrendo a formação do DPPH-H, reduzido e estável. É essa característica de mudança de coloração que permite o acompanhamento visual da reação. (ANDRADE et al., 2007). A avaliação da atividade antioxidante se da através da monitorização do consumo do radical livre pela amostra através da medida do decréscimo da absorbância. (SOUSA et al. 2007). 1.4. PROBIÓTICOS COMO ANTIOXIDANTES O interesse no papel das bactérias ácido lácticas na promoção da saúde humana remota pelo menos ao ano de 1908, quando Metchnikoff sugeriu que o consumo de leite fermentado com lactobacilos iria prolongar a vida. Esta crença fortaleceu o marketing de muitos alimentos contendo culturas vivas de bactérias lácticas, denominados como probióticos, pois inúmeros estudos subsequentes comprovaram que seu consumo é seguro e proporciona efeitos benéficos à saúde. (RICHARDSON, 1996). Desde então estas bactérias são utilizadas na produção de laticínios tais como leite ou iogurte e atualmente possuem grande importância na indústria, principalmente por sua capacidade de inibir o crescimento de patógenos nos alimentos fermentados e no intestino do hospedeiro quando ingeridos. O termo “probiótico” foi introduzido pela primeira vez em 1965 por Lilly e Stillwell, definindo-se como o fator de origem microbiológico que estimula o crescimento de outros organismos. Em 1989, Roy Fuller introduziu a ideia de que o mesmo tem um efeito benéfico para o hospedeiro. Schrezenmeir & De Vrese (2001) propuseram que o termo probiótico deveria ser usado para designar preparações ou produtos que contêm microrganismos viáveis definidos e em quantidade adequada, que alteram a microbiota própria das mucosas por implantação ou colonização de um sistema do hospedeiro. As bactérias probióticas proporcionam benefícios à saúde que incluem o balanço da flora intestinal, influenciando beneficamente seu equilíbrio , competindo 10 com microorganismos patógenos, melhorando a digestão e reforçando o sistema imune, além de estimular a produção de vitaminas, quando ingeridos (BAETS et.al.2008). Inúmeras evidências indicam que os probióticos podem ser úteis como agentes antioxidantes, pois nos últimos anos várias investigações foram conduzidas para elucidar e comprovar estas propriedades das bactérias ácido lácticas in vitro e in vivo, sendo os Lactobacillus um dos probióticos existente mais pesquisado. Sugere-se que os Lactobacillus podem melhorar a defesa antioxidante do hospedeiro, pois possuem sistemas para manter os radicais livres em níveis que não são tóxicos para as células. (STECCHIN et al. 2001; AHIRE et al. 2013). Em 1993, Kaizu et al relataram pela primeira vez a atividade antioxidante das bactérias ácido lácticas em ratos com deficiência de vitamina E é demonstraram que o tratamento com Lactobacillus sp. diminuiu potencialmente o risco de estresse oxidativo. Além disso, Sanders et al. (1995) verificaram que os Lactobacillus Lactococcus demonstram atividade da enzima superóxido dismutase importante na defesa antioxidante na maioria das células expostas ao oxigênio. Posteriormente, Lin e Yen (1999) e Lin e Chang (2000) observaram que cepas diferentes de Lactobacillus e Bifidobactérias, na forma de células intactas e extratos livres, foram capazes de inibir a auto-oxidação do ascorbato, quelar íons metálicos dimunir os íons superoxidos e outros ERO's e a peroxidação lipídica in vitro. A defesa microbiana contra os efeitos danosos das espécies reativas de oxigênio envolve componentes enzimáticos e não enzimáticos (STECCHINI et al.2001). As maiorias das bactérias ácidas lácticas reagem através da produção de enzimas superóxido dismutase (STECCHINI et al. 2001), que catalisam radicais superóxido a oxigênio e peróxido de hidrogênio e da glutationa peroxidase que elimina peróxido de hidrogênio e os radicais hidroxila (AMANATIDOU et al., 2001b). Algumas bactérias ácido lácticas podem também produzir antioxidantes não enzimáticos, com atividade de redução e capacidade quelante de íons metalicos (SAIDE E GILLILAND, 2005; LEE et al, 2005). O uso de cepas específicas pode demonstrar diferentes mecanismos de ação. Em estudos anteriores o Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium longum, Lactobacillus fermentum e Lactobacillus sake (LIN E CHANG, 2000c; KULLISAAR et 11 al, 2002; AMANATIDOU et al, 2001a) demonstraram possuir atividade antioxidante, e foram capazes de diminuir o risco de acumulação de ROS, inibindo a peroxidação do ácido linoleico e a capacidade de varrer os radicais livres DPPH.Lee et al. (2005) descobriram que o L. casei KCTC 3260 parece remover íon metálicos, o que resulta no bloqueio da cadeia oxidativa. Assim, os probióticos podem representar uma ferramenta terapêutica na prevenção do estresse oxidativo através da via tópica ou por ingestão. Essas cepas antioxidantes, com propriedades desejáveis, representam um material promissor para a indústria de alimentos e farmacêutica, considerando o fato de que a microbiota humana tem que ser tolerante ao estresse oxidativo endógeno e exógeno (CATANEO et al., 2008; MORAIS-DE-SOUZA, 2007). 1.5. ALPHA-GLUCAN OLIGOSACCHARIDE E POLYMNIA SONCHIFOLIA ROOT JUICE (AND) MALTODEXTRIN E LACTOBACILLUS. O princípio ativo é uma combinação original e simbiótica, que contém de βfrutooligossacarídeo e α-glucooligossacarídeo em conjunto com Lactobacillus inativados, atomizado em maltodextrina, tornando esta associação mais estável. Fornece uma ação complementar pré probiótica desencadeando uma melhora na aparência da pele por confrontar as agressões diárias, mantendo, estimulando e reconstituindo a ecoflora cutânea. (SOLABIA, 2009). Os prebióticos afetam beneficamente o hospedeiro, por estimularem seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis, possuem capacidade de inibir a multiplicação de patógenos. Fazem parte desta composição os prebióticos GLUCO-OLIGASSACARÍDEO (GOSα) obtido por um processo de síntese enzimática a partir de açúcares naturais (maltose de milho, sacarose de beterraba) e os FRUTOOLIGOSSACARÍDEOS: fibras dietéticas solúveis prebióticas, extraída da raiz da chicória. São polímeros de frutose ligados à glicose, com capacidade de promover o desenvolvimento de microorganismos probióticos (bifidobactérias), imprescindíveis e benéficos para microbiota (SOLABIA, 2009). O ativo também tem sua eficácia atribuída aos Lactobacillus casei e Lactobacillus acidophilus. O Lactobacillus casei, é uma espécie de bactéria lática fenotipicamente e geneticamente heterogênea. É caracterizado como microrganismo 12 gram-positivo, não esporulado, catalase-negativo, desprovido de citocromo, anaeróbio, mas aerotolerante, ácido-tolerante e estritamente fermentativo. Devido a sua forma de bastonetes é chamado de “bacilos” e por ter a capacidade de transformar, através da fermentação o açúcar do leite (lactose) em ácido láctico, é chamado de Lactobacillus (FERRERO, 1996). Já Lactobacillus acidophilus possui características muito semelhantes ao Lactobacillus casei. É um bastonete gram-positivo, não formador de esporos, homofermentativo de catalase negativa, que habita comumente o trato intestinal do ser humano. (MERCENIER, 2002). Aplicações não intestinais de probióticos são pouco investigadas, no entanto, estes microorganismos são passíveis de serem aplicados a qualquer ambiente onde existe uma microbiota normal, assim como a pele, embora menos complexa (TANNOCK, 1995). Neste sentido o princípio ativo estimula também os mecanismos de defesa natural da pele ativando células como os queratinócitos a secretar peptídeos antimicrobianos melhorando a superfície da pele, proporcionando o conforto, bem estar de uma aparência esteticamente agradável (SOLABIA, 2009). O mecanismo de ação do princípio ativo, segundo o fornecedor, é bastante diversificado e compõem no mínimo uma das seguintes categorias: 1) Inibição de patógenos e restabelecimento da homeostase microbiana. 2) Proteção da barreira epitelial. 3) Modulação da resposta imune.Sua atividade antioxidante não foi pesquisada. 1.6. INIBIÇÃO DE PATÓGENOS E RESTABELECIMENTO DA HOMEOSTASE MICROBIANA Vários microrganismos probióticos apresentam atividade antagonista contra espécies patogênicas pela síntese de bacteriocinas, peróxido de hidrogênio, ácidos orgânicos voláteis, ácido lático e acético (JIN et al, 2000). No caso dos probióticos, existe na literatura uma ampla gama de trabalhos descrevendo a ação antagonista destas substâncias, capazes de inibir a multiplicação de outras bactérias, mesmo em baixas concentrações, contra vários patógenos, tais como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecalis, Klebsiella pneumoniae, Clostridium sporogenes, Clostridium perfringens 13 Staphylococcus aureus, Salmonella enteritidis, dentre outros (JAMUNA et al, 2005; GARCIA et al., 2006; TODOROV; DICKS, 2007; TODOROV, 2009). As bacteriocinas, dependendo de sua concentração, são bactericidas ou bacteriostáticas e atuam permeabilizando as membranas de células sensíveis por meio da formação de poros, o que causa desequilíbrio iônico e fluxo de íons fosfato. A consequência da formação de poros é a dissipação da força protônica (PMF), que está envolvida diretamente com a síntese de ATP, fosforilação e transporte de proteínas, síntese e rotação dos flagelos (BRUNO; MONTVILLE, 1993). A produção de bacteriocinas ocorre principalmente na fase logarítmica. Estudos relataram que todas as bacteriocinas até então conhecidas são sintetizadas como pré-peptídeos com uma sequencia N-terminal que dirige seu transporte para fora da célula e é removida antes que uma bacteriocina ativa possa ser detectada. Na região C-terminal, em alguns casos, o polipeptídeo precursor sofre modificações pós-tradução. Estas modificações incluem desidratação de resíduos de serina e/ou treonina específicas, o que resulta na formação de 2,3-dideidroaminoácidos; e adição de grupos tióis de resíduos de cisteína as ligações duplas de alguns desses aminoácidos, o que gera resíduos de lantionina e b-metil lantionina. O transporte dos peptídeos para o ambiente externo é carreado por um efluxo dependente de ATP de complexos proteicos associados à membrana (PIARD et al., 1992). Segundo KLAENHAMMER (1993), as bacteriocinas de bactérias láticas podem ser divididas em 4 classes, de acordo com as propriedades estruturais e físico-químicas. As bacteriocinas da classe I e II, as mais conhecidas, apresentam peso molecular inferior a 10 kDa e termoestabilidade. As das classes III e IV não são bem conhecidas, mas apresentam peso molecular superior a 30 kDa; são termolábeis e podem ser proteínas hidrofílicas ou por proteínas, fosfolipídios e/ou carboidratos (Tabela 1). complexos formados 14 O peróxido de hidrogênio é importante para a manutenção do equilíbrio da microbiota, como um antagonista cujo espectro de ação inclui a inibição do crescimento de bactérias patogênicas Gram negativas, como demonstrado por Pridmore e colaboradores (2008), que observaram a atividade anti-Salmonella de Lactobacillus johnsonii NCC533 derivada da produção de peróxido. Além disso, ele também pode estar impedindo o estabelecimento de patógenos na colonização da vagina (VALLOR et al. 2001). O desenvolvimento de certas espécies de Lactobacillus previne o crescimento de vários agentes patogênicos no trato gastro intestinal, pois reduz o pH local através da produção de ácidos orgânicos, bem como de ácido lático e acético. (GARCIA et al., 2006). Um estudo que destaca a relação entre a produção destas substâncias e a inibição de patógenos é o de De Keersmaecker colaboradores (2006) que atribui à atividade antimicrobiana da linhagem GG de Lactobacillus rhamnosus contra Salmonella enterica à produção de ácido lático. 15 Figura 1: Resumo do mecanismo de ação dos probióticos. Fonte: (DE KEERSMAECKER, 2008). PB: probiótico; PG: patógeno; CEI: célula epitelial intestinal; CD: célula dendrítica; MC: macrófago. 1.7. PROTEÇÃO DA BARREIRA EPITELIAL A competição por nutrientes e/ou competição entre linhagens patogênicas e microrganismos probióticos pelos mesmos sítios de adesão (exclusão competitiva), além da indução da síntese de defensinas e muco são propriedades que promovem a proteção da barreira epitelial pelos probióticos. (TURNER et al, 2001; OLIVEIRA et al., 2002; SAAD, 2006). 1.8. DEFENSINAS As defensinas são pequenos AMPs (peptídeos antimicrobianos), ricos em arginina com peso molecular de 3 a 5 kDa (BOGEFORS et al, 2012), que podem ser originadas em diferentes sistemas ou células como os leucócitos, queratinócitos, melanócitos, pneumócitos e células de Paneth, assim como no sistema nervoso 16 central (GANZ, 2002; SELSTED; OUELETTE, 2005; SUN et al, 2005; VAN DAMME et al, 2009; YANG et al, 1999). Foram descobertas no início dos anos 80 (ANTCHEVA et al., 2006) e seus mecanismos de ações incluem vários graus de atividade antimicrobiana contra bactérias, fungos e vírus. A sua maioria atua ao penetrar na membrana citoplasmática microbiana por meio de atração elétrica (catiônicas), formando um poro na membrana que permite o extravasamento de lisozimas. Ferramentas que poderiam ser usadas para o entendimento de sinais intracelulares frente a várias enfermidades são: o bloqueio de proteases, reparação e proliferação celular, quimiotaxia, ativação do sistema de complemento e síntese de citocinas (SELSTED; OUELETTE, 2005; VAN DAMME et al, 2009). Estudos recentes demonstram a importância desses peptídeos na pele, especificamente na epiderme, onde constituem uma importante barreia imunológica contra bactérias e outros agentes patógenos (ASANO et al, 2008). 1.9. DEFENSINAS E Β-DEFENSINAS Dentro da bioquimica, as defensinas são consideradas como peptídeos pequenos (25-49 aminoácidos) que possuem formato anfipática α-hélice ou de lâminas-β e pontes dissulfeto estáveis entrando em contato com a superfície microbiana de bactérias, artrópodes, anfíbios, mamíferos, fungos, plantas, moluscos (STEINSTRAESSER et al, 2011). As diferentes extirpes de defensinas (α, β e θ) são presentes variavelmente nos mamíferos, sendo expressas por macrófagos, monócitos, células dendríticas e células epiteliais (CROVELLA et al, 2005; BOGEFORS et al, 2012). Sendo formadas por pontes de cisteínas, que são efetivas na resposta imune contra antígenos-específicos (LYNN; BRADLEY, 2010; BOGEFORS et al., 2012) além disso destaca-se a sua evidente eficiência na diminuição da incidência assim como no tamanho e multiplicação de lesões de pele, induzidas pela exposição à luz, como a ocorrência de carcinomas de células escamosas (HILL et al., 1991). Na década de 80 entre os três tipos de defensinas existentes, as α-defensinas foram às primeiras a serem identificadas como moléculas ricas em cisteína, componentes de neutrófilos e células fagocíticas dos mamíferos. Na sequência, no início da década de 90 as β-defensinas foram identificadas nos leucócitos e epitélios 17 de mamíferos (LEONARD et al, 2012; ANTCHEVA et al, 2006). As defensinas são moléculas catiônicas (polar) espacialmente carregadas e com regiões hidrofóbi cas (GANZ, 1999; CROVELLA et al, 2005). Essa estrutura permite a inserção de fosfolipídios na sua membrana fazendo com que as regiões hidrofóbicas ocultas com a sua membrana oleosa interna, assim suas fiquem regiões catiônicas interagem com cabeças de fosfolipídios aniônicos e a água (anfipáticas), atuando assim como antibióticos e moléculas de sinalização (GANZ, 1999; DIAO et al, 2007; LYNN; BRADLEY, 2010). Acontece na superfície da mucosa e na pele a ponte estabelecida pelas βdefensinas entre a imunidade inata adaptativa (YANG et al, 1999), envolvendo a sua ação antibacteriana a permeabilização das células-alvo como um passo crucial. Dentre as suas diversas funções imunológicas e não imunológicas incluem-se: bloqueio de proteases e transcriptase reversa, ativação do sistema de complemento, síntese de citocinas, além da diferenciação de tecidos reprodutivos, cor preta na pelagem dos cães, maturação espermática e propriedades analgésicas (CROVELLA et al, 2005; CANDILLE et al, 2007; BOGEFORS et al, 2012; LEONARD et al, 2012). As defensinas são moléculas produzidas por neutrófilos em resposta a infecção, em questão de minutos a horas alcançando níveis máximos no organismo em 24 horas (TIZARD, 2000; GANZ, 2002). Suas propriedades quimiotáxicas se baseiam nos sinais intracelulares transmitidas a outras células de defesa do hospedeiro estabilizando uma ligação entre elas e o sistema imune adaptativo (LEONARD et al, 2012). As propriedade quimiotáxica das β-defensinas foram estudadas principalmente na β-defensinas hBD-1 (β-defensina humana 1) e hBD-2 (βdefensina humana 1). A hBD1 produzida de forma induzida está expressa nos túbulos renais e em menor grau no pâncreas e outros sítios epiteliais; a hBD2, e produzida normalmente e também de forma induzida na pele e outros epitélios durante a inflamação (YOUNT et al, 2009; STEINSTRAESSERET et al, 2011; BOGEFORS, et al, 2012). Concentrações micro molares de defensinas são capazes de atrair células dendríticas e células T de memória, sendo capaz de iniciar a resposta imune secundária. Como as β-defensinas, os neutrófilos humanos e as α- defensinas também atraem células T. Além disso, algumas defensinas também bloqueiam receptores adrenocorticotróficos e podem inibir a produção de hormônios adrenais imunodepressores numa infecção aguda (SELSTED; OUELETTE, 2005; ERLES et al, 2010; LEONARD et al, 2012). 18 1.10 MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE Bactérias probióticas são capazes de modular a resposta imune hospedeiro por meio da ativação de macrófagos, proliferação de células T do e aumento da produção de imunoglobulinas, anticorpos e citocinas (OLIVEIRA et al., 2002; PANCHENIAK, 2005). A modulação imune dos probióticos é um resultado da interação de moléculas conservadas da parede celular destes microrganismos (MAMPs) com receptores de reconhecimento do hospedeiro (PRRs), induzindo assim as vias de sinalização imune, sendo a resposta imunológica gerada dependente diretamente da linhagem probiótica ingerida e do tipo celular ao qual ela se liga (CROSS, 2002; OELSCHLAEGER, 2010). A interação do microrganismo probiótico com as células dendríticas é o fator que promove a produção de citocinas, principais moléculas do complexo de histocompatibilidade principal para apresentação de antígenos, e moléculas coestimulatórias que polarizam células T em células T regulatórias e auxiliares tipo 1 e 2. Todos os mecanismos citados são elucidados e comprovados no informe do fornecedor, porém a pesquisa da atividade antioxidante ainda não foi realizada. 1.11. ANTIOXIDANTES EM COSMETOLOGIA A procura pela juventude e beleza da pele, cresce constantemente, tanto por parte das mulheres quanto dos homens, e com esta visão o mercado de produtos cosméticos tem inovado em sua tecnologia, criando novos produtos, pesquisando novos princípios ativos e comprovando a eficácia na utilização dos mesmos (GILCHREST; KRUTMANN, 2007). Os produtos cosméticos prometem hoje melhorar a aparência da pele, a sua textura e a sua saúde no geral. Este mercado teve um grande crescimento nos últimos anos. Segundo a (ABIHPEC, 2014) indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos apresentou crescimento médio de 10% nos últimos anos, tendo um faturamento de 34 bilhões de reais em 2012, o Brasil ocupa atualmente a quarta posição mundial em vendas de produtos para a pele (ABIHPEC, 2014). 19 Uma parcela considerável da indústria cosmética, baseando-se em evidências científicas, desenvolveu produtos utilizando princípios ativos antioxidantes com o propósito de proteger a pele das radiações solares UVA e UVB. Impedindo assim a ação dos radicais livres e a oxidação das células, evitando os danos ao DNA e fibroblastos, retardando os efeitos indesejados do tempo e prolongando a boa qualidade e aparência da pele (DISTANTE; RIGANO; 2010). Estudos têm demonstrado o poder de certas vitaminas e bactérias como antioxidantes em cosméticos, através de testes laboratoriais e clínicos que fornecem fortes evidências que estes componentes em níveis adequados, têm importante papel nos processos protetores, corretivos e de renovação da pele. Estas pesquisas também constatam efeitos na redução do processo de degeneração de células, ajudando a prevenir o aparecimento de doenças e retardando o envelhecimento do organismo (ALMEIDA, 2008). Deste modo, o uso de antioxidantes aumentou, sendo cada vez mais aconselhados por dermatologistas como complemento de tratamentos, tanto para uso tópico como oral, de forma individual ou em associação. Independente da sua via de administração, o objetivo é o mesmo: evitar o estresse oxidativo, prevenindo a ocorrência de lesões, ou reparando danos já existentes (BARATA, 2002). Quando usados regularmente os antioxidantes exercem efeitos benéficos em produtos para cuidados cutâneos, sendo assim eficazes na reparação da pele na melhoria do aspecto e da qualidade da mesma e capaz de atrasar o envelhecimento cutâneo (WALTERS, 2008). 1.12. DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO COSMÉTICO ANTIOXIDANTE Os produtos cosméticos são substâncias ou misturas destas destinadas entrar em contato com as partes externas do corpo humano (epiderme, piloso, unhas, etc.) ou com os dentes e as mucosas bucais, tendo em a sistema vista, exclusiva ou principalmente a função de, limpar perfumar, modificar o aspecto, proteger, manter em bom estado ou corrigir os odores corporais, podendo ser classificados em grau I e grau II (ANVISA, 2005). A principal diferença entre eles são os dizeres de rotulagem e a composição, os cosméticos de grau I possuem 20 propriedades básicas, cuja comprovação inicialmente não é necessária e não requer informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições. No entanto os cosméticos de grau II são produtos com risco potencial, ou seja, produtos com indicações específicas, que exigem informações e cuidados quanto ao modo e restrições. Pode conter ingredientes considerados irritantes quando utilizados em altas concentrações; devem ser registrados na ANVISA e apresentar os testes de eficácia e segurança. O produto a ser desenvolvido trata-se de um cosmético grau II com atividade especifica (ANVISA, 2014). O processo de desenvolvimento de produtos situa-se exatamente na interface entre a indústria e o mercado, cabendo a ela identificar, e na medida do possível, antecipar as necessidades e propor soluções para atender de modo adequado o consumidor. Atualmente, observa-se um crescimento na busca por produtos naturais para tratar a pele, isto porque existe um grupo considerável de clientes que excluem o uso de ativos petroquímicos e priorizam os que possuem uma produção ecologicamente correta, usado como matéria-prima produtos da biodiversidade natural existente no país (RIBEIRO, 2009). Nesse sentido, o creme dermatológico a ser desenvolvido vem de encontro com esta necessidade, uma vez que usa um princípio ativo natural, com poucos produtos ainda no mercado e com grande potencial de aplicação. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIHPEC. Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Disponível em: <abihpec.org.br> acessado em 22/11/14 ás 00:04:35. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Guia de estabilidade de produtos cosméticos. 1. ed. Brasília: ANVISA, 2005. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Guia de estabilidade de produtos cosméticos. 1. ed. Brasília: ANVISA, 2014. 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Em cada 1 grama do princípio ativo foram encontradas em média 4,15.109 UFC, as colônias encontradas apresentaram características morfo-tinturiais condizentes com as do Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus casei. No método do DPPH, o creme dermatológico apresentou atividade antioxidante dependente.O produto desenvolvido possui potencial de inovação e dose pode ser utilizado para o fotoenvelhecimento, pois não existem outros no mercado com o mesmo princípio ativo para a mesma aplicação. UNITERMOS: Antioxidantes, Creme Dermatológico, Pré/Probióticos, Viabilidade, DPPH, Lactobacilos, ABSTRACT: This study was based on the need to explore the potential of probiotics in the skin, evaluating the antioxidant activity of a dermatological cream containing them and their possible use in the treatment of photoaging. This active principle is the only commercially available in Brazil, containing bacterial cells lyophilized and atomized intact. The objective of the research was to evaluate the antioxidant activity 1* Acadêmica do curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz. Email: [email protected] do cusro de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz. 2 Docente 28 of dermatological cream containing pre-probiotics, through the DPPH method, checking cell viability and morpho-dyeing and biochemical characterization of strains of probiotic fraction of the active ingredient. In each 1 gram of active ingredient were found in average 4,15.109 UFC, the colonies had found morpho-tinturiais characteristics consistent with those of Lactobacillus acidophilus and Lactobacillus casei. In the method of DPPH, the dermatological cream was active antioxidant dose dependent.The product developed has potential for innovation and can be used for photoaging, for there are no others on the market with the. KEYWORDS: 1. INTRODUÇÃO Internacionalmente os probióticos são definidos como micro-organismos vivos, que quando administrados em quantidades adequadas conferem benefício a saúde do hospedeiro. Formulações orais e alimentos com probióticos são utilizados para restaurar o equilíbrio microbiano, principalmente no trato gastrointestinal e recentemente, para o tratamento de condições inflamatórias e alérgicas, sendo que bactérias especificas são capazes de modular o sistema imunológico a níveis locais e sistêmicos (CROSS, 2002). Nos últimos anos autores levantaram a hipótese de um novo modelo de unificação, ou seja, eixo intestino-cérebro-pele, sugerindo que a modulação da microbiota pela implantação dos probióticos poderia exercer profundos efeitos benéficos sobre a homeostase também da pele, assim como, prevenir e tratar doenças incluindo os sinais externos do envelhecimento (CATENEO, 2008). Estudos clínicos publicados na última década sugerem que numerosas estirpes de probióticos apresentam grande potencial para o uso na dermatologia além do bem-estar intestinal já consagrado (BARATA, 2002). Sendo assim os mesmos podem representar uma alternativa para o tratamento de diversas afecções da pele, além de serem mais seguros ao consumidor, pois são produtos naturais com melhor tolerância e menor capacidade alergênica. Fato este que atende a demanda por este tipo de produto, denominado biocosméticos impulsionando os avanços técnicos e científicos no setor consequentemente, o desenvolvimento de novos cosméticos (BRINEY, 2004). e, 29 Aplicações não intestinais de probióticos são pouco investigadas, no entanto, estes microrganismos são passíveis de serem aplicados a qualquer ambiente onde existe uma microbiota normal, assim como a pele. (TANNOCK, 1995). Neste sentido, o presente estudo fundamenta-se na necessidade de explorar o potencial dos probióticos na pele, avaliando a atividade antioxidante de um creme dermatológico contendo os mesmos e sua possível utilização no tratamento do fotoenvelhecimento. Este princípio ativo é o único comercialmente disponível no Brasil, contendo células bacterianas intactas liofilizadas e atomizadas. O princípio ativo em estudo é um insumo original e simbiótico, que contém as fibras solúveis prebióticas β-frutooligossacarídeo e α-glucooligossacarídeo em conjunto com cepas de Lactobacillus inativados, atomizado em maltodextrina, tornando esta associação mais estável. Fornece uma ação complementar pre/probiótica desencadeando uma melhora na aparência da pele por confrontar as agressões diárias, mantendo, estimulando e reconstituindo a ecoflora cutânea. (SOLABIA, 2009). O ativo também tem sua eficácia atribuída aos Lactobacillus casei e acidophilus. O Lactobacillus casei, é uma espécie de bactéria lática fenotipicamente e geneticamente heterogênea. É caracterizado como microorganismo gram-positivo, não esporulado, catalase-negativo, desprovido de citocromo, anaeróbio, mas aerotolerante, ácido-tolerante e estritamente fermentativo. Devido a sua forma de bastonetes é chamado de “bacilo” e por ter a capacidade de transformar, através da fermentação o açúcar do leite (lactose) em ácido láctico, é chamado de lactobacilos (FERRERO, 1996). Já Lactobacillus acidophilus possui características muito semelhantes ao Lactobacillus casei. É um bastonete gram-positivo, não formador de esporos, homofermentativo, catalase negativo, que habita comumente o trato intestinal humano. (MERCENIER, 2002). O mecanismo de ação do princípio ativo, segundo o fornecedor, é bastante diversificado e compõem no mínimo uma das seguintes categorias: 1) Inibição de patógenos e restabelecimento da homeostase microbiana. 2) Proteção da barreira epitelial. 3) Modulação da resposta imune. Sua atividade antioxidante não foi pesquisada. 30 O objetivo da pesquisa foi avaliar a atividade antioxidante do creme dermatológico contendo pré-probióticos, através do método DPPH, verificando a viabilidade celular e a caracterização das cepas da fração probiótica do princípio ativo. Além da inibição de micro-organismos patogênicos, há estudos que procuram verificar atividades benéficas dos probióticos na pele, como aumento da hidratação, inibição da melanogênese e antioxidação. O foco do presente trabalho buscou verificar a capacidade antioxidante de um creme dermatológico contendo pre/probióticos, de modo a validar essa nova vertente de estudos desse tema (KIM et al, 2015; TSAI et al, 2013). 31 2. METODOLOGIA O trabalho foi do tipo prospectivo experimental, onde a atividade antioxidante de um creme dermatológico contendo pré/probióticos foi avaliada. O estudo foi desenvolvido nas dependências do campus da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), localizada na cidade de Cascavel – PR. 2.1 Materiais Utilizados O reativo 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) (Sigma-Aldrich Co.), ferricianeto de potássio, ácido tricloroacético, cloreto férrico, fosfato de sódio monobásico anidro e fosfato de sódio dibásico anidro (Vetec Química Fina Ltda) e metanol (Merck) utilizados no trabalho eram analiticamente puros. O princípio ativo foi adquirido da empresa Solabia. O ágar e o caldo MRS- De Man Rogosa and Sharpe (Oxoid) e o caldo TSB - Tryptic Soy Broth (Acummedia) foram adquiridos na empresa Paraná Labor Comércio de Produtos e Equipamentos para Laboratório LTDA.Os equipamentos utilizados foram: vórtex (Phoenix Luferco – AP56), centrífuga Excelsa modelo 280 R (Fanem-Brasil), sonicador-ultra som USC750 (Ultra Sonic CleanerUnique). As medidas de absorção foram realizadas em espectrofotômetro UV-Vis modelo 1600 (Nova) utilizando cubetas de vidro com percurso óptico de 1,0 cm. 2.2 Ativação da fração probiótica do princípio ativo A ativação das cepas liofilizadas dos probióticos contidas no princípio ativo é importante para possibilitar a verificação da viabilidade celular e caracterização das cepas presentes no produto. Para ativação das cepas liofilizadas, 1 grama do princípio ativo foi transferido para tubos contendo 10 mL de caldo TSB (TrypticSoyBroth) 10% (v/v), os foram posteriormente incubados por um período de 24 horas anaerobiose a 37 °C ±1, conforme metodologia de Redondo (2008). em jarra quais de 32 2.3 Viabilidade da fração probiótica do princípio ativo A viabilidade foi realizada segundo Schmitt (2014) com o objetivo de verificar quantas células viáveis o produto apresentava, pois, esta informação não constava no laudo do fornecedor. Após 24 horas de incubação foi realizada a centrifugação da cultura a 5000 rpm por 5 minutos. O sobrenadante foi descartado, e o sedimento ressuspenso em 10 mL de solução salina fosfatada tamponada, com posterior homogeneização em vórtex seguida de centrifugação. O procedimento foi realizado 03 vezes, a fim de eliminar todo o caldo do sedimento. Posteriormente, ressuspendeu-se o sedimento com 9 mL de solução fosfato tampão. A partir desta suspensão foram realizadas oito diluições sucessivas. A viabilidade celular foi determinada pela técnica de semeadura em profundidade, utilizando o meio ágar MRS (De Man Rogosa e Sharp). As análises foram realizadas em triplicata, com uma repetição. Para contagem, foram utilizadas placas que apresentaram entre 30 e 300 colônias, multiplicando-se o resultado individual pela respectiva diluição. Os resultados médios por diluição foram expressos em UFC.g-1 de produto. 2.4 Isolamento das cepas da fração probiótica do princípio ativo O isolamento das bactérias foram realizados a partir de agar MRS que permite apenas o crescimento destes probióticos (GARCIA, 1999). 2.5 Caracterização da fração probiótica do princípio ativo 2.5.1 Caracterização morfo-tintorial A quarta etapa consistiu na caracterização morfo-tintorial do o princípio ativo liofilizado, com o objetivo de comprovar que o mesmo continha cepas de Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus casei. A caracterização morfológica foi realizada observando o aspecto das colônias na placa contendo meio de cultura. Já a caracterização morfo- tintorial foi realizada pelo método de Gram conforme Tortora (2010). Para isso foram preparadas suspensões a partir das colônias isoladas 33 apresentando aspectos morfológicos diferentes em salina fisiológica, com as quais foram preparados esfregaços em lâminas de vidro. Após coloração pelo método de Gram, foram observadas as características tintoriais das células ao microscópio óptico com auxílio de objetiva de 100X (imersão). As amostras bacterianas caracterizadas como “BACILOS” Gram positivos, aos pares, isolados ou em pequenas cadeias foram, então, caracterizadas presuntivamente como do gênero Lactobacillus spp. (GARCIA, 1999). 2.5.2 Prova da catalase Na quinta etapa foi realizada a caracterização do princípio ativo a partir da avaliação da presença da catalase, através de metodologia convencional. Uma gota de peróxido de hidrogênio (H2O2 a 3% (v/v), foi adicionada, em lâmina de vidro, sobre uma colônia bacteriana, previamente identificada, a fim de se selecionar bactérias ácido-lácticas catalase-negativo com ausência de produção de bolhas (GARCIA, 1999). 2.6 Elaboração do creme dermatológico A sexta etapa resumiu-se na preparação do creme dermatológico. O princípio ativo foi adicionado a uma concentração de 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0 % à base creme. A preparação consistiu no aquecimento, separadamente, fases 1 e 2 até 75°C. Após, verteu-se fase 1 sobre fase 2, deixando atingir a temperatura de 45°C. Separadamente, dispersou-se o princípio ativo em suas concentrações 1%, 1,5%, 2%, 2,5% e 3% no dimeticone e incorporou-se as respectivas bases cosméticas q.s.p. para 100 gramas, em seguida as mesmas foram invasadas e rotuladas. 2.7 Determinação da atividade antioxidante do creme dermatológico 2.7.1Varredura da solução metanólica do DPPH Foi realizada a varredura espectrofotométida da solução metanólica do DPPH, a fim de determinar o comprimento de onda de máxima absorção da solução. A varredura espectrofotométrica foi realizada na região do UV visível, na faixa de 430 a 650 nm. 34 2.7.2 Avaliação da Atividade Antioxidante do creme dermatológico A metodologia foi realizada conforme Mensor (2001) com algumas modificações. Foram pesadas 0,2 g de cada amostra de creme nas diferentes concentrações (1,0;1,5;2,0;2,5 e 3%), as quais foram adicionadas 1,8mL da solução metanólica de DPPH 50 mg L-1.. Em seguida, as amostras foram centrifugadas por 15 minutos e deixadas em repouso no escuro por mais 15 minutos. A absorbância da solução foi mensurada em espectrofotômetro em um comprimento de onda de 517nm. O branco foi preparado utilizando os cremes em suas diferentes concentrações acrescidas de 1,8 mL de metanol sem a adição de DPPH. O controle negativo consistiu em creme base adicionado de solução metanólica de DPPH. Os experimentos foram realizados em duplicata, com uma repetição, à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. O percentual da atividade antioxidante foi calculado conforme a seguinte equação: % AA= 2.8 Análise estatística Após tabulação dos dados obtidos, foram calculados a média das duplicatas com uma repetição (n=4) e o desvio padrão da média (±S). Os valores encontrados para as duplicatas das amostras foram verificados estatisticamente pelo teste de variância (ANOVA) e pelo teste de Tukey usando o software SISVAR versão 5.3. As diferenças que apresentaram níveis de probabilidade menores e iguais a 5% (p≤0,05) foram consideradas estatisticamente significativas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A importância das bactérias probióticas na manutenção e melhora da saúde humana em todas as faixas etárias estão cada vez mais comprovadas (BOTELHO et al, 2008; KOMATSU et al, 2008). Atualmente admite-se que os efeitos benéficos dos probióticos vão muito além dos relacionados com as atividades metabólicas e fisiológicas do trato gastrintestinal, incluindo pele e mucosas, onde os probióticos podem ter efeito protetor natural contra micro-organismos. O conceito de probióticos começa a não serem mais restrito as bactérias que habitam o cólon, mas também as comunidades 35 microbianas de outras partes do corpo, como pele e mucosa vaginal, onde a microbiota regional impede a proliferação de bactérias patogênicas (SOUZA et al, 2010; MARTINEZ, 2008). A nível dermatológico, novas evidências dos efeitos benéficos dos microorganismos probióticos, assim, como de aplicações de produtos simbióticos (associação interessantes. de prebióticos e probióticos), Tem-se como exemplo, o estão trabalho apresentando que resultados utilizou metabólitos Lactobacillus para reprimir a atividade patogênica oportunista de Staphylococcus epidermidis (LAU; LIONG, 2014). Viabilidade da fração probiótica do princípio ativo A avaliação da viabilidade celular é importante por considerar que a microbiota bacteriana de um produto é realmente viável, ou seja, que realmente há microorganismos presentes para realizar os efeitos esperados. Através dos dados obtidos foi possível determinar que em 01 grama do princípio ativo analisado, estão presentes em média 4,15.109 UFC.g-1 As contagens das colônias não apresentaram diferenças estatísticas significativas, com coeficiente de variação de 3,52%, como demostrado na Tabela 2. TABELA 2: Contagem de colônias de Lactobacillus spp. Número de colônias bacterianas Placa 1 Placa 2 Placa 3 Média das triplicatas com uma repetição Coeficiente de variação 4.109 UFC.g-1 4.5 109 UFC.g-1 3.7 109 UFC.g-1 4.15 109 UFC.g-1 3,52% *Ensaio realizado em triplicata com uma repetição Caracterização da fração probiótica do princípio ativo Os resultados encontrados estão expressos na Tabela 3: Repetição 4.3 109 UFC.g-1 3.5 109 UFC.g-1 3.9 109 UFC.g-1 36 TABELA 3: Caracterização da fração probiótica do princípio ativo. Caracterização Tintorial das colônias Prova da Catalase Caracterização morfológicas das colônias Colônia 1 Bacilos medianos Gram positivos, aos pares, isolados ou em pequenas cadeias. Colônia 2 Negativa Colônias brancas; pequenas, profundas e Bacilos medianos Gram positivos, aos pares, isolados ou em pequenas cadeias. Negativa Colônias medianas convexas amarelas com aspecto cremoso. Após análise dos resultados e comparação com dados obtidos na literatura, foi possível presumir que as bactérias analisadas eram do gênero Lactobacillus, espécie L. acidophilus (colônia 1) e L. casei (colônia 2). Avaliação da Atividade Antioxidante do creme dermatológico A média das absorbâncias, das duplicatas com uma repetição e o desvio padrão das mesmas estão demonstrados na tabela 4. TABELA 4: Média das absorbâncias das duplicatas com uma repetição e o desvio padrão. Concentração 1,00% 1,50% 2,00% Primeira Leitura 1 0,922 Segunda Leitura 1 1,004 Primeira repetição 0,9424 Segunda L. da repetição Desvio Padrão Média 2,50% 3,00% 0,893 0,83 0,825 1 0,964 0,863 0,9248 0,8928 0,8384 0,8272 0,9416 0,9008 0,8976 0,8952 0,8232 0,08018379 0,04535063 0,05281322 0,06192242 0,01900386 1 0,9234 0,8953 0,8668 0,8261 A partir dos percentuais calculados da atividade antioxidante foi construído o gráfico da porcentagem da atividade antioxidante versus concentração para cada amostra. Os resultados estão apresentados na figura 2. Figura 2: Porcentagem da atividade antioxidante nas diferentes frações do creme dermatológico. Diferenças significativas (P<0,05) estão indicadas com letras diferentes. 37 Observou-se que a atividade antioxidante do princípio ativo foi dosedependente, ou seja, demonstrou ter maior atividade antioxidante quanto maior a concentração. As formulações nas concentrações de 1,5%, 2% e 2,5% apresentaram atividade antioxidante superior a 20%. Entretanto, entre si, estas três formulações não apresentaram diferenças estatísticas significativas, o que explica as letras semelhantes no gráfico. Contudo, essas formulações apresentaram diferenças estatísticas na atividade antioxidante em comparação com a formulação que continha 1% do princípio ativo. Neste caso a atividade antioxidante foi superior. A formulação do creme dermatológico na concentração de 3% apresentou a maior atividade antioxidante em relação às demais concentrações. Este resultado foi estatisticamente diferente (P<0,05) em comparação com as formulações contendo concentrações inferiores. A atividade antioxidante dose-dependente também foi observada no trabalho de Gusmão et al (2013), ao avaliarem um fluido hidratante facial contendo ácido ascórbico (vitamina C), utilizando o método do DPPH. A atividade antioxidante encontrada variou de 0,2% a 1%, conforme aumentou a concentração de ácido ascórbico. Em um estudo que avaliou a eficácia do sobrenadante do Lactobacillus rhamnosus em cosméticos, comparou-se a atividade antioxidante do sobrenadante nas concentrações de 10%, 50%, 100% com o butil hidroxi anisol (BHA). Nesse estudo as amostras que continham 100% do sobrenadante do L. rhamnosus apresentaram resultados muito próximos ao do BHA, que ficou em um pouco mais de 70% de atividade antioxidante. Para um estudo preliminar, o resultado obtido foi considerado promissor. (TSAI et al, 2013). Cinque et al. (2011) realizaram uma série de experiências, a fim de estudar a atividade antioxidante de uma estirpe específica de bactéria acido lática, a S. thermophilus S244. Extratos desta bactéria apresentaram atividade antioxidante quando comparados à uma substância utilizada como referência desta atividade (Trolox) de forma dose-dependente. Com base nestes dados os autores avaliaram ainda o efeito fotoprotetor do lisado desta bacteria e observaram que a mesma foi capaz de proteger as células humanas da radiação UV também de forma 38 dependente. Os autores atribuiram esta capacidade fotoprotetora à capacidade antioxidante desta bactéria. Os probióticos podem ainda ser utilizados na ativação de compostos bioativos de aplicação em cosméticos dermatológicos, diminuindo o efeito alergênico que alguns compostos causam, aumentando a eficácia antioxidante, anti-melanogênese e anti-rugas (LEE et al, 2012). Fries e Frasson (2010) investigaram a atividade antioxidante de quatro cosméticos anti-idade comercializados em todo o país pelo método DPPH. Neste trabalho foi possível constatar que os cremes apresentavam atividade antioxidante, entretanto a intensidade desta ação foi diferenciada entre eles, devido aos variados compostos empregados em suas formulações. Ainda, segundo os autores, a composição dos cremes não estava especificada quantitativamente na rotulagem. Existem várias moléculas com propriedades antioxidantes utilizadas em cremes dermatológicos, umas alvo de diversos estudos, tais como a vitaminas lipossolúveis A e E e outras que demonstram grande potencial, mas que ainda necessitam de alguns estudos, como os probióticos. Grande parte dos estudos até o momento, comprovam a atividade antioxidante das células bacterianas ou dos extratos livres de células como no estudo realizado por Lin e Yen (1999), tanto pelo método do DPPH como por outras metodologias. Estes estudos atribuíram a atividade antioxidante das células dos lactobacilos à composição da sua parede celular. No envoltório destas bactérias, existem exopolissacarídeos compostos por açucares redutores capazes de reduzir íons metálicos. Também estão presentes glicoproteínas denominadas S. Layer que ajudam na manutenção da célula bacteriana e são responsáveis pela sobrevivência das mesmas às condições adversas, como por exemplo na eliminação dos radicais livres. Outra substância presente é o ácido lipotecóico que está ligado a membrana celular. Este ácido possui capacidade de limpar os cátions e conferir propriedades eletromecânicas à parede celular, mediando a adesão às células epiteliais (Delcour et al., 1999). 4. CONCLUSÃO Foi desenvolvido um creme dermatológico antioxidante, contendo pré/probióticos, no qual 1 grama de princípio ativo apresentou 4,15.109 UFC de Lactobacillus 39 acidophilus e Lactobacillus casei. O produto cosmético desenvolvido representa uma inovação e possui potencial para ser utilizado no fotoenvelhecimento, pois não existem no mercado brasileiro outros contendo o princípio ativo para esta aplicação. 40 5. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Resolução RDC n° 2 de 07 de janeiro de 2002 – Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos isolados com alegação de propriedade funcional e ou de saúde. Diário Oficial da União de 09 de janeiro de 2002. Disponível em < http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1c77370047457bcc8888dc3fbc4c6735/ RDC_02_2002.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 06/06/2015 às 23:14. BARATA, A. F. Cosméticos, Arte e Ciência. Lisboa: Lidel, 2002, 428 p. BOTELHO, L. Isolamento e identificação de lactobacilos e bifidobactérias em alimentos probióticos disponíveis no mercado brasileiro. 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Ressalta- se a necessidade de se incluir visão crítica dos autores, inserindo os seus trabalhos no tema e avaliando em relação ao estado de arte no País. Notas Prévias relativas a novas metodologias e resultados parciais, cuja originalidade justifique a publicação rápida. Nesse caso, o limite é de 2.000 palavras, excluindo-se tabelas, figuras e referências. Pode- se incluir, no máximo, uma figura, tabela e 10 referências. Resenhas elaboradas por especialistas segundo sugestão da Comissão de Publicações. Suplementos temátic os e aqueles relativos a eventos cientiíficos podem ser publicados mediante aprovação prévia da Comissão de Publicações. Os trabalhos elaborados por especialistas nacionais e estrangeiros podem ser apresentados em língua portuguesa, inglesa ou espanhola. Devem ser originais e inéditos e destinar-se exclusivamente à REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/ Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. Escopo e política Os manusc ritos submetidos à Revista, que atenderem as "Instruções aos autores", são encaminhados ao Editor Científico, que indicará dois revisores especialistas no tema 44 abordado (veja Relação dos Consultores - 2003 e gráfico 10). Após a revisão, cujo caráter anônimo é mantido durante todo o processo, os manusc ritos são enviados à Comissão de Publicação, que decidirá sobre a publicação. Manuscritos recusados, passíveis de reformulaç ão, poderão ser resubmetidos após reestruturaç ão, como novo trabalho, iniciando outro processo de avaliação. Manuscritos condicionados à reestruturação serão reavaliados pelos revisores. Manuscritos enviados aos autores para revisão devem retornar à Editoria dentro de, no máximo, dois meses, caso contrário terão o processo encerrado. Forma e preparação de manuscritos Instruções para apresentação dos trabalhos 1. Estrutura dos originais 1.1. Cabeçalho: constituído por: - Título do trabalho: deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho. - Autor(es) por extenso, indicando a(s) instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(m) mediante números. O autor para correspondência deve ser identificado com asterisco, fornecendo o endereço completo, incluindo o eletrônico. Estas informaç ões devem constar em notas de rodapé. 1.2 Resumo (em português): deve apresentar a condensação do conteúdo, expondo metodologia, resultados e conclusões, não excedendo 200 palavras. Os membros da Comissão poderão auxiliar autores que não são fluentes em português. 1.3 Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os de natureza genérica e observando o limite máximo de 6(seis) unitermos. 1.4 Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com outros trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões de literatura devem ser substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, onde tais revisões tenham sido apresentadas. 1.5 Material e Métodos: a descrição dos métodos usados deve ser breve, porém suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho. Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modific ados, devem ser apenas referidos por citação. Estudos em humanos devem fazer referência à aprovação do Comitê de Ética correspondente. 45 1.6 Resultados e Discussão: deverão ser acompanhados de tabelas e material ilustrativo adequado, devendo se restringir ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados. É facultativa a apresentação desses itens em separado. 1.7 Conclusões: Quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto. 1.8 Resumo em inglês (ABSTRACT): deve acompanhar o conteúdo do resumo em português. 1.9 Unitermos em inglês: devem acompanhar os unitermos em português. 1.10 Agradecimentos: devem constar de parágrafos, à parte, antecedendo as referências bibliográficas. 1.11 Referências: devem ser organizadas de acordo com as normas da ABNT NBR- 6023, ordenadas alfabeticamente no fim do artigo incluindo os nomes de todos os autores. A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores. 2. Apresentação dos originais Os trabalhos devem ser apresentados em lauda padrão (de 30 a 36 linhas com espaço duplo). Utilizar Programa Word for Windows. Os autores devem encaminhar o trabalho acompanhado de carta assinada pelo autor de correspondência, que se responsabilizará pela transferência dos direitos à RBCF. 3. Infomaç ões adicionais 3.1 Citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser apresentadas no texto pelo(s) nome(s) do(s) autor(es), com apenas a inicial em maiúsc ulo e seguida do ano de publicação. No caso de haver mais de três autores, citar o primeiro e acrescentar a expressão et al. (em itálico) 3.2 Ilustrações: As ilustrações (gráficos, tabelas, fórmulas químic as, equações, mapas, figuras, fotografias, etc) devem ser incluídas no texto, o mais próximo possível das respectivas citações. Mapas, figuras e fotografias devem ser, também, apresentados em arquivos separados e reproduzidas em alta resolução(800 dpi/bitmap para traços) com extensão tif. e/ou bmp. No caso de não ser possível a entrega do arquivo eletrônico das figuras, os originais devem ser enviados em papel vegetal ou impressora a laser. Ilustrações coloridas somente serão publicadas mediante pagamento pelos autores. As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em algarismos romanos e as figuras em algarismos arábicos, 46 seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA devem aparecer em maiúsc ulas na apresentação no texto e na citação com apenas a inicial em maiúsc ulo. 3.3 Nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais e substâncias químic as devem estar de acordo com as regras internacionais de nomenc latura. A grafia dos nomes de fármac os deve seguir, no caso de artigos nacionais, as Denominaç ões Comuns Brasileiras (DCB) em vigor, podendo ser menc ionados uma vez (entre parênteses, com inicial maiúsc ula) os registrados. Envio de manuscritos Os trabalhos devem ser remetidos por correio eletrônico, anexando à mensagem os arquivos correspondentes. E-mail: [email protected] Secretaria de edição: Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas/Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences Divisão de Biblioteca e Documentaç ão do Conjunto das Químicas/USP Av. 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