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ANÁLISE DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS POR MEIO DA
GRAMÁTICA REFLEXIVA
Schaony Sindy de Sousa1
Aurea Maria Sampaio Teles2
RESUMO: Este trabalho é parte do subprojeto de Letras cadastrado no Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência do Centro Universitário UnirG, Gurupi-TO
desenvolvido na Escola Municipal Gilberto Rezende Rocha Filho, na qual se desenvolveu um
trabalho por meio dos gêneros textuais HQs, na sala de aula, com turmas dos 6°s anos como
uma prática que visa resultados significativos para o ensino em diversos contextos, tendo em
vista a eficácia de leitura e interpretação de História em Quadrinhos, propiciando ao aluno
interpretar a linguagem visual e verbal, com coerência e clareza, desenvolvendo o espírito de
observação e de análise, para torná-los capazes de produzirem trabalhos semelhantes. Por
meio da Sequência Didática e dos estudos da gramática reflexiva propõe que o ensino seja
voltado para uma gramática de uso, tendo a teórica e a normativa apenas como auxiliares,
utilizando sempre da interação do texto como um todo. Acrescentam-se também os recursos
linguísticos que o aluno ainda não domina, ampliando sua capacidade de uso e realizando um
ensino produtivo e não apenas descritivo, por atividades reflexivas voltadas à semântica e à
pragmática. Ao longo do nosso trabalho, procuramos apresentar o gênero textual História em
Quadrinhos, por meio de oficinas, com o objetivo de demonstrar a eficácia da leitura, suas
características e principalmente o encadeamento lógico do texto sob as práticas pedagógicas
tais como: ludicidade, condições para que o aluno experiencie novos conhecimentos, de tal
forma que as dúvidas fossem dirimida, com jogos em que evidenciavam conceitos relativos à
produção e o encadeamento lógico do texto e como atividade final a produção das histórias
em quadrinhos. Portanto, foi possível desenvolver nos alunos mais do que decoração e
repetição de algo lido ou ouvido, mas a capacidade de analisar e criticar algo pelas próprias
faculdades por meio de atividades lúdicas, aproximando-os assim da compreensão, troca de
conhecimentos e valores.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino; história em quadrinhos, Lúdico; sequência didática.
1
Acadêmica bolsista do Pibid/UnirG – Gurupi-TO. E-mail: [email protected];
Professora orientadora, supervisora do Pibid/UnirG – Gurupi-TO. E-mail: [email protected].
Estudos Linguísticos: Teoria e Análise Linguística.
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ABSTRACT: This work is part of the subproject "Language course Portuguese - English"
registered on Institutional Program Initiation Scholarship to the University Teaching Center
UNIRG, Gurupi -TO developed at the Municipal School Gilberto Rezende Rocha Filho , in
which we developed a working through of comics genres , in room class , with groups of 6th
years (Elementary scholars) as a practice that seeks meaningful results for teaching in diverse
contexts, considering the effectiveness of reading and interpreting Comic, allowing the
student.to.interpret.the verbal and visual language with consistency and clarity, developing
the spirit of observation and analysis, to make them capable of producing similar work.
Through Didactic Sequence always using the interaction of the text as a whole. It also adds
language resources that the student has not yet mastered, increasing its usability and
conducting a productive teaching and not just descriptive, for reflective activities focused on
semantic and pragmatic. Throughout our work, we present the genre Comic, through
workshops, aiming to demonstrate the effectiveness of reading, their characteristics and
especially the logical sequence of the text under the pedagogical practices such as playfulness,
conditions for the student try new knowledge, so that doubts were resolved, with games that
bespoke concepts relating to production and connectedness of the text and as a final activity
the production of comics. Therefore, it was possible to develop in students more than
decoration and repetition of something read or heard, but the ability to analyze and criticize
something by faculties themselves through play activities, approaching the so understanding,
exchange of knowledge and values.
KEYWORDS: Teaching; comic, Playful, instructional sequence.
INTRODUÇÃO
Este artigo tem por objetivo relatar o trabalho realizado em turmas do 6° anos da
Escola Municipal Gilberto Rezende Rocha Filho por mim acadêmica bolsista do Programa de
Iniciação a Docência (PIBID) do Centro Universitário UnirG. O Pibid tem propiciado ainda
na formação inicial do futuro professor a aproximação dos saber docente e experiencial, na
troca estabelecida entre os acadêmicos em formação e os professores regentes, buscando
superar principalmente as dificuldades do acadêmico em sua formação para torná-los capazes
de orientar seus alunos a utilizar de forma eficaz a língua materna, valorizando suas
competências, “[...] seja de forma natural no convivo social, seja de forma sistemática em uma
sala de aula, [...]” (TRAVAGLIA, 2009, p. 107).
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Quando o professor utiliza, para o ensino, diferentes estratégias e materiais didáticopedagógicos de forma lúdica favorece o aprendizado,inclusive dos alunos que sentem
dificuldades para compreenderem o conteúdo que o professor ensina, propiciando a qualidade
e o nível de aprendizagem. Assim, é interessante que o professor procure, diante dessa
estratégia, crie situações de ensino inovadoras, para facilitar o aprendizado de seus alunos.
O tema desenvolvido foi o gênero textual História em Quadrinhos, em que se buscou
desenvolver a “competência comunicativa” dos alunos, visto que as HQs constituem um meio
de comunicação de massa que agrega dois códigos distintos para transmitir uma mensagem: o
linguístico (texto) e o pictórico (imagem).
Para Bakhtin (1995) quando um indivíduo fala/escreve ou ouve/lê um texto, ele
antecipa ou tem uma visão do texto como um todo acabado justamente pelo conhecimento
prévio do paradigma dos gêneros a que ele teve acesso nas suas relações com a
linguagem. O desempenho do aluno quando se trabalha o conteúdo utilizando do lúdico no
ensino propicia melhoria na aprendizagem, a sala fica motivada e estimulada a interagir e
consequentemente a aprender. O lúdico entra como um importante componente no processo
de ensino da HQ.
Para Soares (2009, p. 29) “o brincar e o jogo como categorias imbricadas ao lúdico
podem ganhar espaço dentro da escola como fontes propulsoras da aprendizagem, mantendo a
liberdade de cada criança diante delas”. Foi com esta finalidade que se optou por trabalhar
utilizando o lúdico no espaço escolar, ideia defendida também nos Parâmetros como se
constata na afirmação “Podemos, portanto, afirmar que autores de diferentes matizes teóricas
defendem a ludicidade como base para a aprendizagem.”
Em relação à formação contextualizada do professor para o Ensino de Língua
Materna, os bolsistas que integram o subprojeto de Letras buscam vivenciar diferente saberes
docentes, dentre eles a produção de material didático-pedagógico nas escolas campo.
Neste contexto, objetivou-se trabalhar o gênero textual HQ de forma lúdica com três turmas
do 6º ano da Escola Municipal Gilberto Rezende Rocha Filho em Gurupi-TO, cuja pesquisa
citará os resultados obtidos em uma turma.
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MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida por meio de um estudo de caso de natureza exploratóriodescritiva no período de março a junho de 2013, em uma Escola Pública municipal em
Gurupi-TO, cujo público-alvo foram os alunos dos 6ºs anos do ensino Fundamental: “A”, “B”
e “ C”, com a participação de duas acadêmicas bolsistas do PIBID.
No primeiro momento, fez-se o contato com as turmas e em seguida aplicou-se a
Avaliação Diagnóstica para identificar se havia deficiência no aprendizado dos alunos.
Utilizou-se como paradigma a Prova Brasil, na qual a leitura e a escrita foram avaliadas em
quatro tópicos e os resultados em todas as turmas apontou um elevado índice insatisfatório no
desenvolvimento das atividades quanto às competências e habilidades, evidenciando os
aspectos fortes e fracos de cada aluno, direcionando-nos o ponto adequado para fazermos uma
intervenção por meio de uma sequência de aprendizagem.
Os resultados obtidos nos propiciaram a compreensão de que as atividades a serem
desenvolvidas deveriam ser de instrumentalização dos alunos para perceberem a organização
e estruturação do texto, a compreensão e utilização dos diversos gêneros textuais presentes em
situações de interação social, respeitando as diferentes manifestações da linguagem para
interpretar textos que circulam na sociedade, percebendo as dimensões que a leitura pode
alcançar como afirma Antunes (2009, p.149).
[...] o intercâmbio promovido pela interação textual requer a concentração
numa unidade temática específica, a qual polariza todo o percurso da
interação e é, por essa via, condição de sua continuidade. Noutras palavras, o
texto tem um único núcleo semântico-pragmático que perpassa o percurso
inteiro de sua sequência. Todos os seus seguimentos, estão, assim,
entrelaçados, em convergência para um ponto comum.
Para desenvolver o trabalho com as HQs, utilizou-se a Sequência Didática, que
segundo Heloísa Amaral “[...] são um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para
ensinar um conteúdo, etapa por etapa”, fez-se inicialmente a apresentação da proposta de
trabalho a ser desenvolvida, uma Oficina de História em Quadrinhos. Utilizaram-setextos do
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gênero expondo-os por meio do recurso dependente Data Show e dos próprios livros didáticos
dos alunos, partindo do conhecimento prévio dos alunos.
Levantou-se hipóteses sobre quais os contextos em que o gênero HQ pode ser
utilizado, como casos do cotidiano, a realidade de cada região, estado, cidade, bairro e outros;
os aspectos que ele pode abordar como problemas ou fenômenos psíquicos, físicos,
econômicos, sociais, ambientais, culturais, políticos e religiosos.
Em seguida, os alunos tiveram o contato inicial com o gênero textual, no caso,
Histórias em Quadrinhos. Foram abordados todos os seus aspectos, iniciando com os
quadrinhos, que tem como função representar as ações da história, um completando e dando
sentido ao outro; os objetivos do gênero e seus veículos de divulgação, no entanto, o objetivo
de nossa atuação foi trabalhar com o que é parte da realidade dos alunos, fazendo com que o
uso da língua seja desenvolvido aos poucos, porém de forma eficaz.
Fez-se oportuno refletir sobre o uso dos verbos nas frases, nas quais os alunos eram
convidados a identificar frases verbais e nominais por meio da gramática reflexiva.Luiz
Carlos Travaglia afirma que a gramática reflexiva permite realizar atividades divergentes que
são capazes de explicitar a língua. Assim, o uso de “forma reflexiva” significa utilizar a teoria
gramatical, porém, ao mesmo tempo desenvolver interação na comunicação, fazendo com que
se estabeleça para o aluno efeito de sentido entre a teoria e o texto. Ou seja, colocar em
prática as regras da gramática, tornando-a útil e concreta durante as aulas de Língua
Portuguesa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A exigência de novas propostas que norteassem os caminhos de uma metodologia
dinâmica, condizente à realidade dos alunos, incentivou-nos na realização deste trabalho que
teve como objetivo principal a valorização da leitura e a produção de textos.
Os dados e informações obtidos na aplicação da avaliação diagnóstica foram
analisados por meio do programa do Excel utilizado pelos professores na análise dos
resultados fornecido pelo MEC. No desenvolvimento das atividades envolvendo HQs,
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utilizou-se o registro por meio de fotografias e registro em papel sulfite que serão
apresentados na sequência em que foram desenvolvidos.
Os resultados das oficinas se mostraram em diferentes proporções, foi possível
observar a particularidade de cada sala durante o desenvolvimento das oficinas, mediante a
interação dos alunos com o conteúdo e também por meio das produções, a qualidade e o
tempo gasto por cada aluno. Com isso, observa-se que é preciso que a abordagem em cada
sala seja de forma única e especial para obter bons resultados na leitura e escrita. Nesse
sentido, desenvolveram-se jogos como estratégia para trabalhar de maneira lúdica e coletiva
ao desenvolver os jogos da memória e da progressão da oficina do gênero HQ, de forma que o
conteúdo fosse apreendido pelos alunos, conforme mostra Figura1.
Figura 1- Bolsista e alunos desenvolvendo os jogos
Com intuito de efetivar mais um momento lúdico, ao orientar a elaboração de frases
para História em Quadrinhos, utilizou-se tecnologia independente cartazes para exposição do
conteúdo com imagens lúdicas dos balões de fala e das onomatopéias, características
essenciais para produção de uma HQ, que aproximam e atraem o leitor. Elas, por
apresentarem formas e estilos diferentes e possuírem cores chamativas, atraíram a atenção dos
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alunos que desejaram entender suas funções dentro do gênero, como pode ser observado na
Figura 2.
Figura 2-tecnologia independente, cartaz.
De maneira sucinta e objetiva, explicaram-se as principais características: as
onomatopeias que indicam os movimentos das personagens e reproduzem os sons como bater
na porta (toc, toc, toc...); explosão (boom), barulho de água (splash) os roncos (ronc, ronc,
ronc) e outros.
Desmistificou-se o uso dos balões e as várias funções como apresentar as falas, os
pensamentos e sentimentos das personagens, suas diferentes formas, que surgem de acordo
com o conteúdo, assim alunos compreenderam as funções sem que precisássemos utilizar
nomenclaturas e regras opressoras, que, em vez ajudarem, em sua maioria confunde a
compreensão por parte dos discentes.
Utilizou ainda, como recurso a tecnologia dependente, o Data Show, para
apresentação do conteúdo nos slides, conforme Figura 3.
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Figura 3 - tecnologia dependente- data show.
Como atividade final, foi feita produção de História em Quadrinhos pelos alunos,
estimulados a colocarem em prática o conhecimento adquirido nas oficinas e conhecimento
de mundo. As oficinas foram realizadas num período de cinco aulas em cada sala. A maioria
dos alunos se mostraram interessados em produzirem as histórias em quadrinhos, pois, a
estrutura, os balões e os desenhos que poderiam ser feitos chamou a atenção deles e fez com
que utilizassem da imaginação, como mostra a Figura 4.
Figura 4- Alunos produzindo HQs.
Fizeram-se interpretações de questões sobre História em Quadrinhos, de forma
coletiva e oral. Verificou-se que algumas habilidades foram desenvolvidas simplesmente pelo
fato de ter se estabelecido uma relação concreta de comunicação, entre aluno e professor. Os
alunos mostraram-se menos inibidos e preguiçosos, mais interessados e envolvidos na
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atividade em questão, visto que estavam acostumados e realizarem atividades cansativas de
cópias.
Foi proposta uma produção textual, a qual poderia ser desenvolvida de forma
coletiva ou individual, utilizando todos os recursos expostos durante as oficinas. Após as
produções, em que se fez o acompanhamento e revisão de cada texto que após a reescrita as
dúvidas foram sendo dirimidas. Todos os alunos demonstraram interesse em produzir, pois,
as características do gênero estavam claras e compreenderam que fazia parte de suas
realidades e que são capazes de desenvolver atividades da Língua Portuguesa de forma livre e
prazerosa.
O desenvolvimento dessa atividade mostrou que a utilização de recursos que
envolvem o lúdico auxilia na melhoria da aprendizagem e motiva o aluno a participar de
forma ativa das atividades propostas.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Texto e Ensino: Outra Escola Possível. São Paulo; Parábola Editorial,
2009. (Estratégias de Ensino: 10).
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo, Hucitec.1995.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e
4º ciclos do ensino fundamental - Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Brasil. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil:
Ensino Fundamental: Matrizes de Referencia, Tópicos e Descritores. Brasília: MEC, SEB;
INEP, 2008.
SOARES, Milene de Fátima. O jogo de regras na aprendizagem matemática: apropriações
pelo professor do ensino fundamental. 2009. 172p. Dissertação (Mestrado em Educação) –
Faculdade de Educação. Universidade de Brasília, Brasília, DF.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos, Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática
no 1° e 2° graus/ Luiz Carlos Travaglia. 8. ed. ; São Paulo: Cortez, 2002.
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SITES:
AMARAL, Heloísa, Sequência didática e ensino de gêneros textuais. Disponível em:
http://escrevendo.cenpec.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=212:seque
ncia-didatica-e-ensino-de-generos-textuais&catid=23:colecao&Itemid=33
Acesso
em:
26/10/2013
PEREIRA MACIEL, Francisca Izabel, As histórias em quadrinhos (HQs) nas sequências
didáticas
(SD):
o
prazer
no
fazer,
ensinar
e
aprender.
Disponível
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/15400306_Projetosdidaticos.pdf
26/10/13.
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