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CONCEPÇÕES DE TEXTO E PRÁTICAS ESCOLARES DE
PRODUÇÃO TEXTUAL
Luzinete Silva Macedo
[email protected]
Mestrado PROFLETRAS – UFT
RESUMO: Este trabalho consiste em uma discussão sobre concepções de texto em meio
as práticas escolares de produção textual. A partir da articulação, de teorias que tratam
dessa questão (Geraldi, 1997, 2006; Koch 2006; Possenti 2006) e, de dados coletados em
aulas de língua materna, acompanhadas em uma turma de 8º ano, de uma escola pública de
Marabá –PA, buscamos observar a, ou antes, as concepções de textos que perpassam essa
prática em sala de aula. Verificamos como se reflete a concepção de texto do professor (se
não do sistema educacional) nas produções textuais dos sujeitos escreventes. Tendo em
vista que uma perspectiva que considere o texto escrito enquanto um espaço de interação,
(re)construção dos sujeitos (escritor e leitor), seja mais satisfatório, por que não, mais
indicado no espaço de sala de aula, já que se busca desenvolver a competência escritora do
sujeito aprendiz, competência esta que viabiliza uma formação de sujeitos escreventes
autônomos, participativos, uma formação emancipatória. Apresentamos resultados de uma
das análises feitos com os dados coletados, enfatizando o contexto de produção, as
orientações pra tal escrita.
Palavras-chave: Concepções de texto; produções textuais.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho discutiremos sobre concepções de texto e práticas de produção
textual em sala de aula. A partir de autores que trabalham essa questão e, de dados de uma
aula de língua portuguesa acompanhada em uma turma de 8º ano, buscaremos observar
qual a concepção de texto, ou quais concepções de texto, perpassam o trabalho em sala de
aula e, perceber os reflexos das concepções nas orientações para produção textual.
Os dados aqui analisados pertencem a um banco de dados coletados em uma escola
pública de Marabá, numa turma de 8º ano em aulas de língua materna, como já
mencionamos, totalizando aproximadamente cinco horas - aulas, gravada e transcritas. No
processo de observação buscamos registrar as aulas como um todo, atentando para as
interações ocorridas em sala e, no processo de produção de textos, isto é, optamos, ou pelo
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menos intentamos, realizar um trabalho de pesquisa de cunho qualitativo. E, na tentativa de
perceber como se reflete as concepções de texto no processo de produção textual em sala de
aula, observamos não só aulas que culminaram em uma produção escrita, mais também
aulas que envolveram outras situações, que de uma maneira ou de outra nos ajudaram a
conhecer um pouco mais da prática da professora e da turma acompanhada, embora a
análise aqui apresentada é apenas de uma aula na qual tive produção escrita.
CONSIDERAÇÕES SOBRE PRÁTICAS ESCOLARES DE PRODUÇÃO DE TEXTO
Privilegiar o estudo do texto na sala de aula é aceitar o desafio do
convívio com a instabilidade, com um horizonte de possibilidades de
dizer... Ora introduzir o texto na sala de aula é introduzir a possibilidade
das emergências dos imprevistos, dos acontecimentos e dos acasos...
(GERALDI, 2006:21)
Analisar o trabalho com o texto (especificamente na sua modalidade escrita), bem
como, o processo de produção textual em meio ao processo ensino aprendizagem, se torna
um tanto complexo, uma vez que as práticas escolares com o texto, ao que se vem
percebendo, se configuram como práticas fixas e já moldadas, ou antes, quando se tem a
presença do texto, é apenas como objeto de análise gramatical ou exercícios superficiais de
escrita/leitura. Nessa perspectiva Moraes Leite (2006) afirma que “Por isso, na escola, os
alunos não escrevem livremente, fazem redações segundo determinados moldes; por isso
não lêem livremente, mas resenham, ficham, classificam personagens, rotulam obras...” (p.
24).
Dessa forma, há diferentes perspectivas de se compreender a língua ao longo das
práticas de sala de aula e, conseqüentemente na forma de compreender e trabalhar com os
textos. De acordo com Koch (2006), dependendo da concepção de língua que se assume,
encontra-se uma concepção de sujeito, texto e sentido, correspondente. Como se pode
observar, por exemplo, quando se trata de uma concepção de língua como expressão do
pensamento o sujeito é o, “ senhor absoluto de seu ações e do seu dizer, o texto é visto
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como produto – lógico – do pensamento”. Sendo a concepção de língua enquanto sistema,
estrutura: “ o sujeito como (pré)determinado pelo sistema, o texto é visto como simples
produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor ouvinte...” E, quando a
língua é compreendida como forma de interação “os sujeitos são vistos como atores/
construtores sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os
interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente – nele se constroem e são
construídos.” (pp. 16 e 17)
Observamos que o texto é trabalhado na escola, numa perspectiva de língua
enquanto um sistema já pronto e acabado e, o texto como o meio de transmissão de
mensagem, “Na escola atual, o ensino começa pela síntese, pelas definições, pelas
generalizações, pelas regras abstratas”(RUI BARBOSA, 19883, p.54 apud. GERALDI,
1997, p. 125).
Ao se trabalhar o texto dessa forma, sobretudo, explorando a gramática, como porto
seguro no ensino de língua materna, as escolas evidenciam, como afirma Possenti (2006, p.
56) “um sintoma de que elas pouco se preocupam em analisar efetivamente uma língua,
mas, antes, em transmitir uma ideologia lingüística”, e:
Se considerarmos que aquelas gramáticas adotam uma definição de língua
extremamente limitada, que expõe aos estudantes um modelo bastante
arcaico e distante da experiência vivida, mais do que ensinar uma língua, o
que elas conseguem é aprofundar a consciência da própria incompetência,
por parte dos alunos. (id., 2006, p. 56)
De encontro a essa realidade no ensino de língua materna, Geraldi (1997, p. 135)
aponta o texto como um objeto privilegiado no trabalho em sala de aula: “... considero a
produção de textos (orais e escritos) como ponto de partida (e ponto de chegada) de todo o
processo de ensino/aprendizagem da língua...” Uma vez que é por meio do texto, numa
perspectiva dialógica que os sujeitos se constituem enquanto sujeitos do seu dizer, que
podem interagir no seu meio.
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Dessa forma verifica se um dilema para a escola: assumir uma perspectiva de
ensino, na qual os sujeitos envolvidos nesse processo podem interferir e opinar no
desenvolvimento desse processo, retirando assim o controle total da escola sob as práticas
de sala de aula, ou, continuar no monopólio destas.
Quanto a essas práticas monopolizadoras de escrita no interior da escola Geraldi
(1997, p. 137) faz, ainda, uma distinção: “Por um lado se tem a redação, nesta se faz textos
para a escola”, isto é, a escrita atende as demandas da escola, o aluno escreve para ser
avaliado, para cumprir uma tarefa. Por outro lado, “tem se a produção de textos na escola”,
que é tida como um espaço real de escrita, um momento de interação, o sujeito se constitui
como enunciador do seu texto e tem um propósito para escrever. E, nessa produção na
escola, o autor aponta ainda alguns elementos que se fazem necessário para realizar a
proposta comunicativa do texto: é preciso que se tenha o que dizer, para quem dizer, uma
razão para dizer o que se tem a dizer, e que se escolha as estratégias necessárias para tal
objetivo.
Assim, o texto passa a assumir o caráter mediador enquanto meio de interação,
constituído de possibilidades de sentidos, passível de interpretações e, sobretudo, é
produzido por um sujeito/produtor e se destina a um leitor/ ouvinte, com objetivos a serem
alcançados, ou não, mas que de antemão se tem uma proposta real de comunicação, com
situações concretas, interagindo produtor – texto – interlocutor, - com referência nas
discussões de Bakhtin.
DA ANÁLISE
Dentre as aulas observadas, selecionamos uma destas, na qual tive produção escrita.
Nessa aula, nos atentamos às orientações da professora para a produção textual dos alunos,
buscando perceber que concepções de textos nortearam tais orientações, tendo em vista as
condições de produção.
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Na aula aqui analisada, foi aplicada na turma a avaliação de Português do 3º
bimestre. Na ocasião a professora chegou com as provas, que consistia em um texto
dissertativo “Viver em sociedade” e a orientação foi para que os alunos produzissem um
texto narrativo a partir deste. Observemos a orientação da professora após ter lido o texto
para a turma, bem como a conversação que se dá entre professora e alunos nesse momento:
“Prof. ... e agora é com você... com base na leitura produza um texto narrativo [orientação
essa escrita nas provas] ( tudo em relação ao assunto)... não esqueça de intitular seu
texto... quando é um texto narrativo o que vocês fazem sempre? é um texto onde você irá
seguir algumas re:::gras né? afim de haver o que? início/ todo texto gente tanto descritivo
como dissertativo tem de ter o que? início
A1 - meio e fim]
Prof. você vai começar uma história e não vai terminar? eu vou falar uma historia e ai o
cara... é::: fugiu... por favor ele fugiu e o que aconteceu com ele depois?
A2 – ele morreu]
Prof. – fugiu depois encontraram ele ou ele morreu tem que dar um fim a história tem que
ter um fim... assim como TOdo texto por mais que não se peça tem que haver também um
titulo ... se vocês forem fazer o vestibular ( e esquecer)/ psiu /se vocês esquecerem do titulo
A3 – tá fora ]
Prof. – não... não tá fora mas você perdeu todo um processo de construção do texto (...)“...
e o texto narrativo você pode narrar em primeira pessoa em terceira pessoa você pode
contar uma historia que alguém contou ou pode narrar um texto como se você é:::
estivesse contando a história ou alguém estivesse contando a historia... se você narra a
historia tem que estar em primeira?
A3 – pessoa
Prof. tá bom então vocês vão narrar essa historia levando em consideração a vida em
sociedade... o que é viver em sociedade? vocês já passaram por algum momento em que
precisou de alguém e essa pessoa não te ajudou::: ? ou você já ajudou alguém... ou você já
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viu um situação em que alguém estava correndo perigo e outra veio lhe ajudar... uma
situação de assalto até mesmo de morte né que a gente vivencia sempre isso... (...) eu não
quero texto dissertaTI:::vo o texto que eu estou pedindo é de cunho na-rra-tivo... não
venha pra cá com uma histori:::nhá ah::: porque a gente/ dando sua opinião como fosse
um texto dissertativo não... você vai contar uma historia baseada nesse assunto aqui... a
vida em sociedade
A4 – pode ser uma história de menti:::ra]
Prof. – mentira ou verdade eu quero uma história narrada viu (...)
A4 – pode ser sobre a minha vi:::da?
Prof. – pode ser de sua vida tem que ser narrada viu... se por aca:::so ei psiu se por acaso
vocês fizerem um texto dissertativo vocês vão ser despontuado por isso né... entã:::o é uma
narração que eu quero... gen:::te vocês podem fazer o rascunho aqui atrás ((vozes))e
passar a limpo pra cá ((vozes)) mas NÃO quero na folha de caderno eu quero no verso da
folha (incompreensível) é por isso que tem essa folha aqui ((vozes))
A4 – pode escrever de grafite?
Prof. – NE:::nhum texto a lápis NEnhum... caneta azul ou preta... caneta vermelha também
nem pensar ((vozes)) vocês sabiam que iam fazer a prova porque não trouxeram caneta
azul ou preta?... vocês sabem que eu não aceito nada a lápis...o rascunho pode ser a lápis
ago:::ra (incomp.) (...) o titulo é vocês que vão criar não esquece de intitular o texto (...) [
a partir de uma pergunta de um aluno quanto a o tamanho do texto] GENte qual é o
mínimo que se produz num texto? ((vozes))
A5 – vinte linhas
Prof. –vinte no máximo trinta... como é um texto narrativo vocês podem ultrapassar um
pouquinho no Máximo/ no máximo quarenta linhas têm alunos que coloca sessenta... três
páginas de texto... ((vozes)) no mínimo vinte (incomp.)
A6 – vou fazer dezenove ((vozes))
Prof. tem que agilizar que vocês só têm meia hora para fazer esse texto”
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Diante desses dados, é perceptível o quanto o processo de produção de texto na
escola é moldado. Após ter feito a leitura de um texto dissertativo, é determinado aos
alunos que produzam, com base nesse assunto, um texto narrativo: “ eu não quero texto
dissertaTI:::vo o texto que eu estou pedindo é de cunho na-rra-tivo... não venha pra cá com
uma histori:::nhá ah::: porque a gente/ dando sua opinião como fosse um texto dissertativo
não... você vai contar uma história baseada nesse assunto aqui... a vida em sociedade”.
Embora a professora esteja objetivando trabalhar o gênero narrativo na turma,
possivelmente, depois de ter apresenta característica desse tipo de texto, as possibilidades
de produção são limitadas, as orientações se apresentam como formas restritivas para a
produção textual, impossibilitando, de certa forma, os alunos de se expressarem
verbalmente com relação ao tema do texto. Verificamos que o foco dessa produção esta
voltado para a necessidade de se ter uma escrita dos alunos para ser avaliado:
A4 – pode ser sobre a minha vi:::da?
Prof. – pode ser de sua vida tem que ser narrada viu... se por aca:::so ei psiu se por acaso
vocês fizerem um texto dissertativo vocês vão ser despontuado por isso né....
Um tanto distante da perspectiva de texto que Geraldi (2006, p. 15 ) aponta, onde:
... o texto não é produto da aplicação de um conjunto de regras nem
mesmo o conhecimento das características genéricas do texto são
suficientes para estabelecer um conjunto de regularidades predeterminado
que, uma vez obedecido, daria como resultado um texto adequado à
situação, significativo e respondendo ao querer dizer do locutor.”
As orientações quanto a estruturação textual, também seguem o mesmo caminho da
questão do que escrever, restringe-se assim os horizontes de construção textual em favor de
uma estruturação fixa e predeterminada,
“Prf - é um texto onde você irá seguir algumas re:::gras né? (...)gente tanto descritivo
como dissertativo tem de ter o que? início (...) A1 Realização
meio e fim] (...) assim como TOdo
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texto por mais que não se peça tem que haver também um titulo ... (...) mas NÃO quero na
folha de caderno eu quero no verso da folha (...) NE:::nhum texto a lápis NEnhum... caneta
azul ou preta... caneta vermelha também nem pensar ((vozes)) (...)[ a partir de uma
pergunta de um aluno quanto a o tamanho do texto] GENte qual é o mínimo que se produz
num texto? ((vozes)) A5 – vinte linhas
Prof. –vinte no máximo trinta... como é um texto narrativo vocês podem ultrapassar um
pouquinho no máximo/ no máximo quarenta linhas têm alunos que coloca sessenta... três
páginas de texto... ((vozes)) no mínimo vinte ..
Prof. tem que agilizar que vocês só têm meia hora para fazer esse texto.”
Aos alunos é destacado uma série de elementos a que devem se atentar: a cor da
caneta; não poderem escrever de lápis; não poderem escrever numa folha de caderno, o
rascunho teria que ser na própria prova, teriam que ‘agilizar’ a escrita, pois o tempo é
corrido e eles teriam que entregar ainda nessa aula o texto pronto; tem que ter x quantidade
de linhas para ser um bom texto. Quanto a esse ultimo elemento elencado, observamos um
dos próprios alunos brincando com essa questão quando a professora diz que o ideal é vinte
linhas de texto, ao que o aluno responde para “desafiar” as regras, “A6 – vou fazer dezenove
((vozes)) (...)”,
indiciando que a questão do tamanho do texto assume um papel
importantíssimo nas práticas de produção de textos dos alunos, uma vez que ao longo da
produção, observamos certa preocupação dos alunos em atender a esse quesito. Percebe-se
ainda, que produção do texto não tem o caráter mediador nas relações de interação, isto é,
apenas mais um momento de avaliação.
Considerando que essa orientação para a estruturação do texto, talvez seja com o
intuito de auxiliar os alunos no processo de escrita, estas acabam assumindo um caráter
homogeneizador e controlador da escrita dos alunos, haja vista que “Na elaboração de um
texto, a criatividade não é um comportamento que segue regras com as quais se poderia
construir um conjunto infinito de orações.” (GERADI, 2006, p.16).
Fica assim, em
segundo plano a relação: produtor - texto- interlocutor, o texto como espaço de construção
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de sentido, de interação dos interlocutores, já que o que se enfoca é o texto da avaliação do
3º bimestre de português, avaliação esta que precisa ser realizada para cumprir o calendário
escolar e ao final do ano letivo os alunos terem notas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dessas observações dos dados aqui analisados, percebemos que a prática
escolar de produção de texto ainda é perpassada por concepções que não concebem o texto
como espaço de construção e reconstrução dos sujeitos por meio da interação mediado por
este. Ainda se priorizam os aspectos estruturais, a forma do texto em detrimento da
construção real de uma interlocução, isto é, as possibilidades de construção de texto e
conseqüentemente dos sentidos, não estão presentes nas práticas de sala de aula.
Com essas análises não objetivamos questionar a prática da professora cuja as
aulas acompanhamos, buscamos sim, evidenciar como o contexto de produção, o contexto
educacional direciona tal prática, de forma que estas se tornam meramente cumprimento de
conteúdos, atendendo a exigências externas à sala de aula, deixando a desejar na formação
de sujeitos competentes, autônimos quanto as questões de escrita e leitura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GERALDI, João Wanderlei. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
_____________. Unidades básicas do ensino de português. In: _____ (org). O texto na sala de
aula. São Paulo: Ática, 2006, 4.ed.
_____________. A presença do texto na sala de aula. In: LARA, Glaucia Muniz Proença (org.).
Língua (gem), texto, discurso. Rio de Janeiro: Lucerna; Belo Horizonte, MG: FALE/UFMG,
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KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2006, 5ª ed.
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MORAES LEITE, Lígia Chiappini de. Gramática e literatura: desencontros e esperanças. In
GRALDI, João Wanderley (org). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2006, 4.ed.
POSSENTI, Sírio. Gramática e política. In: GRALDI, João Wanderley (org). O texto na sala de
aula. São Paulo: Ática, 2006, 4.ed.
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