PROPOSTA DE REDAÇÃO Leia os textos abaixo e os considere como motivadores para elaborar sua redação. Em um mundo cada vez mais globalizado, utilizar as novas tecnologias de forma integrada ao projeto pedagógico é uma maneira de se aproximar da geração que está nos bancos escolares. A opinião é de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, coordenadora e docente do Programa de PósGraduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). (...) Os telefones celulares já são amplamente acessíveis e oferecem muitas possibilidades didáticas - o trabalho com fotos, filmagens, mensagens e mesmo com a internet -, mas a maioria das escolas prefere proibi-los. Não é uma atitude retrógrada? Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida: Vetar o uso não adianta nada porque o aluno vai levar e utilizar ali, embaixo da carteira. É preciso criar estratégias para que os celulares sejam incorporados, pois oferecem vários recursos e não custam nada à escola. A proibição só incentiva o uso escondido e a desatenção na dinâmica da aula. Geralmente os estudantes, inclusive de escolas públicas, têm celular e o levam a todos os lugares. Ele é o instrumento mais usado pela população brasileira. Basta olhar as estatísticas. O que o webcurrículo prevê é o uso integrado da tecnologia. Os alunos, com seu celular, podem fazer o registro daquilo que encontram numa pesquisa de campo. Podem trabalhar textos e fotos e preparar pequenos documentários em vídeo. Isso precisa estar integrado ao conteúdo. E como enfrentar as questões éticas e desenvolver uma postura crítica em relação a essas mídias? Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida: Da mesma forma que nos preocupamos com essas questões em todos os campos. A tecnologia não é uma exceção, até porque ela potencializa o trabalho com diversas mídias, com imagens e textos. Ela facilita a cópia, o plágio. Mas não que isso não existisse antes. O bom é que, assim como simplifica a fraude, também facilita a detecção. E o que nos cabe como educadores? Cabe ajudar o aluno a entender o que é ético para que ele possa se pautar por uma conduta adequada aos dias de hoje, mas baseado em princípios que sempre existiram. A única novidade é o meio. (...) http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/tecnologia-na-escola-618016.shtml Na sala de aula, não! Para o aprendizado, computadores, tablets e celulares atrapalham mais do que ajudam Por Dr. Rogério Tuma O professor associado da Universidade de Nebraska em Lincoln Bernard McCoy entrevistou 777 alunos de seis universidades em cinco estados americanos durante o outono de 2012 e descobriu que o uso de aparelhos digitais, como celulares, computadores e tablets durante a aula é muito mais frequente do que se imagina. Seu uso quase nunca objetiva o aprendizado. Mais de 80% dos alunos admitem utilizar as engenhocas durante as aulas, o que interfere negativamente no seu aprendizado a ponto de piorar as suas notas, relata o estudo, publicado na edição digital do Journal of Media Education. Pelos questionários respondidos pelos alunos ficou confirmado: apenas 8% deles não usavam os aparelhos durante as aulas, 35% utilizavam de uma a três vezes ao dia, 27% utilizavam de quatro a dez vezes, 16% utilizavam de 11 a 30 vezes e 15% utilizavam os aparelhos durante as aulas do dia mais de 30 vezes. Em relação ao objetivo do uso, 86% disseram que conversavam por texto durante as aulas, 68% checavam e-mails, 66% visitavam as redes sociais enquanto o professor tentava ensiná-los, 38% simplesmente navegavam na internet e 8% (os mais caras de pau) jogavam algum tipo de game durante as aulas. Um dado para os fabricantes de relógio: entre os alunos, o objeto virou passado. Apenas 67% deles utilizavam o aparelho para checar as horas. Os alunos acham vantajoso utilizar os equipamentos digitais durante as aulas, pois 70% queriam permanecer conectados, 55% combatiam a monotonia com os tablets, e 49% diziam fazer algo ligado à aula. A maior desvantagem citada por 90% dos alunos é não prestar atenção na aula: 80% perdiam instruções importantes dadas pelo mestre e 32% eram advertidos pelo professor pelo mau comportamento e mais de 50% disseram que foram distraídos pelo uso das engenhocas por algum colega na sala. Mais de 25% dos alunos referiram perder pontos na nota por causa do uso de aparelhos durante a aula. Apesar de notarem o prejuízo causado, a grande maioria minimiza o problema. Para 95%, o hábito de utilizar os aparelhos digitais na aula não era um problema maior. Mais de 90% deles, porém, são contra alguma regra que proíba celulares e afins nas salas de aula. O uso desses aparelhos é uma grande ameaça ao modelo de ensino atual. Mais de dois terços dos alunos possuem um equipamento digital. Segundo um estudo da Experian Marketing Services feito este ano, um aluno comum de universidade americana recebe em média 3.853 mensagens de texto por mês. Para o pesquisador, as aulas deveriam ter mais intervalos. Assim, os alunos poderiam checar seus e-mails. E os professores, em vez de impedir telefones em sala de aula, deveriam incentivar os alunos a utilizá-los para checar dados sobre o assunto da aula. Mais do que combater o uso, o professor deveria entender o caráter multitarefa do aluno, de esse ser capaz de aprender enquanto manda um recado de texto para o colega. Mudanças de paradigmas da educação são frequentes. A interferência das mudanças de comportamento dos alunos no modo de ensinar é fundamental. E o preparo de professores para esses desafios é a chave para o sucesso na formação dos jovens. O Brasil não respeita e muito menos admira os nossos professores e, portanto, não os ajuda. A formação dos professores atualmente é, na maioria dos casos, bancada pelos mesmos. E poucos têm experiência com novas tecnologias. O atraso no desenvolvimento dessas habilidades só aumenta o abismo entre a educação moderna e a atualmente oferecida no País. Publicado na edição 82, de dezembro de 2013 http://www.cartanaescola.com.br/single/show/275 Professor quebra celular de aluna. Exagero ou crime? Circula na internet, um vídeo muito comentado nos escritórios e colégios. O celular de uma aluna toca várias vezes, atrapalhando a aula. O professor segue explicando a matéria e dissimuladamente vai se aproximando da aluna e dá o bote. Toma o celular da garota e atira violentamente ao chão. Foi somente um exagero do professor ou ele cometeu um crime? Toda escola proíbe o uso de celular durante a aula. A norma sempre gera stress, alguns professores chamam a atenção do aluno, outros mandam atender a chamada fora de sala, mas a maioria leva numa boa, quase sempre acaba em risos e brincadeiras em sala. Nesses 4 anos do meu curso de Direito, nunca vi um grande conflito por conta de celular. E duvido que tenha ocorrido em outra escola. No máximo, imagino que um aluno tenha-se prejudicado na prova por ter atendido celular na hora do exame. A atitude do professor foi muito comemorada. Nota-se pelos comentários nos sites. As pessoas aprovaram, pois o celular estava realmente incomodando e ainda tocava um funck, estilo de música que costuma irritar quem tem mais de 30 ou 40 anos. Porém, é um tipo de atitude que não se deve tomar, pois traz várias consequências jurídicas. É uma cena do tipo “não faça isso em casa”. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia é crime, segundo o artigo 163 do Código Penal e pode resultar em detenção de até um ano para o autor. É um crime de dano, que traz outras consequências ao infrator. Ao contrário do que muitos pensam, se a garota der queixa na polícia, não basta o professor dar outro celular a ela, embora isso também seja necessário. Ele responderá por crime e se for condenado, além da pena já citada, o professor fica na obrigação de indenizar o dano. Considerando que o celular é um objeto de baixo valor, comparando-se a um carro ou imóvel, é certo que o juiz poderá optar por multar o professor, já que a lei estabelece a multa em alternativa à detenção. Entretanto, a aluna poderá complicar ainda mais a vida do professor, se alegar dano moral. Ela pode alegar, por exemplo, a perda de sua agenda, de informações úteis ou fotos armazenadas no aparelho e, pior, que sofreu forte abalo emocional com a quantidade de “brincadeiras” que teve de suportar dos outros alunos da escola. Nesse caso, certamente a pena não será somente de multa, chegaria a 1 ano de detenção e o professor ainda teria de indenizar a perda do aparelho e o dano moral, cujo valor é estipulado pelo juiz de acordo com cada caso. Agora, deixo aqui uma pergunta aos leitores. O que aconteceria se a moça estivesse recebendo uma chamada urgente? Imagine que essa aluna é uma das 3 únicas pessoas (o pai, a mãe e ela) que sabem orientar o socorro ao seu avô, um homem muito doente que precisa tomar um certo remédio quando entra em crise. Do tipo, dê 20 gotas do remédio tal que ele melhora. Só que, ao interromper a ligação, o professor impediu que a moça orientasse o socorro ao velhinho e ele acabou morrendo. Como fica? Com se vê, uma atitude que à primeira vista é engraçada e parece uma punição mais do que merecida para a aluna, pode trazer graves consequências para um professor mal humorado. Ele poderia até expulsar a aluna de sala, mas não poderia ter destruído o seu celular. http://eurico.batista.zip.net/arch2008-09-14_2008-09-20.html Apesar da frequente proibição, Unesco recomenda o uso de celular em sala de aula Instituição estimula o acolhimento da tecnologia nas disciplinas POR MARIANA ALVIM 28/10/2014 11:50 / ATUALIZADO 28/10/2014 11:53 NITERÓI - Tão recente quanto seu próprio aparecimento é a discussão, nas escolas, sobre como lidar com o uso cada vez mais intenso de smartphones em sala. Sem orientações formais por parte de órgãos públicos, o tema tem como pioneira no debate a Unesco que, em 2013, lançou o guia “Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel”. No documento, a instituição estimula o acolhimento da tecnologia nas disciplinas que, entre outros benefícios, pode “permitir a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar”, “minimizar a interrupção em aulas de conflito e desastre” e “criar uma ponte entre a educação formal e a não formal”. — Não podemos mais ignorar o celular, ele está em todo lugar. Sou contra a proibição do uso, pois a regra acaba sendo burlada. Será que em vez de proibir, não é melhor acolhê-lo como ferramenta educativa? — questiona Maria Rebeca Otero Gomes, coordenadora do setor de Educação da Unesco no Brasil. — Já existem diversos aplicativos voltados para a educação especial, a alfabetização e o ensino da matemática, por exemplo. No Centro Educacional de Niterói, ainda não há consenso sobre quais regras devem ser seguidas. O professor Nelson Silva, de história, busca usar os smartphones como ferramenta de pesquisa em suas aulas. — Normalmente, os alunos ficam mais estimulados em fazer pesquisas através do celular. Claro que, no meio, eles mandam uma ou outra mensagem, é inevitável. Mas já tentamos fugir da TV, do vídeo. Não dá para fugir do celular. O grande nó é saber como usá-lo em favor do aprendizado — afirma. Para Priscila Gonsales, diretora do Instituto Educadigital, os professores devem se planejar para incluir os celulares no processo de ensino. — É preciso olhar com empatia para os alunos que estão usando seus aparelhos em classe e se perguntar: por que o celular está chamando mais a atenção deles do que a aula? — aponta Priscila, que se diz “super a favor” do uso de smartphones em sala. — O professor tem, com os celulares, um infinito de possibilidades. Ao trazê-los para a sala de aula, a escola pode instruir os alunos sobre temas importantes do comportamento cibernético, como o respeito à privacidade. No entanto, Maria Rebeca Gomes identifica entre os docentes descrença e falta de conhecimento dos aparelhos. — As escolas devem auxiliá-los nesse processo, com diálogo e formação — afirma. http://oglobo.globo.com/rio/bairros/apesar-da-frequente-proibicao-unesco-recomenda-uso-decelular-em-sala-de-aula-14372630 PROPOSTA O uso de tecnologias em sala de aula está cada vez mais em debate na sociedade, seja por olhar a tecnologia como aliada do processo educacional, seja por vê-la como meio de dispersão do estudante frente ao ambiente escolar. O uso de celulares e tablets é o que mais se evidencia hoje no cotiano das escolas. Qual o perfil das escolas neste novo mundo de tablets e smartphones? Qual deve ser o perfil dos educadores de uma geração que nasceu mergulhada nesse universo tecnológico da comunicação? Como aliar a tecnologia, o respeito, a solidariedade, o aprendizado e o conhecimento no mundo dos tablets e smartphones? Escreva uma dissertação-argumentativa sobre o tema: A EDUCAÇÃO NO MUNDO DOS TABLETS E SMARTPHONES como aliar as novas tecnologias com o universo das escolas? - Dê um título para sua redação. - Apresente uma proposta de intervenção que não desrespeite os direitos humanos.