1 UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE MESTRADO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE Júlia Andressa Weigel EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NOS FATORES DE RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE Santa Cruz do Sul 2015 2 Júlia Andressa Weigel EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NOS FATORES DE RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde – Mestrado, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde. Orientadora: Dra. Miria Suzana Burgos Co-Orientadora: Dra. Silvia Isabel Rech Franke Santa Cruz do Sul 2015 3 Júlia Andressa Weigel EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NOS FATORES DE RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde – Mestrado, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde. Banca Examinadora Dra. Miria Suzana Burgos Professora Orientadora - UNISC Dr. Daniel Prá Professor Examinador – UNISC Dra. Fernanda Miraglia Professora Examinadora – UNILASALLE 4 AGRADECIMENTOS À minha orientadora Miria Suzana Burgos, pelas ideias, compreensão, auxílio, paciência e incentivo: muito obrigada! À minha co-orientadora Silvia Isabel Rech Franke pelos ensinamentos, ideias, confiança, dedicação e paciência na execução dos artigos. Você é muito especial. Aos demais professores envolvidos na pesquisa dos escolares, em especial ao Dr. Daniel Prá, Ms. Cézane Priscila Reuter, Dr. Valeriano Antonio Corbellini. Obrigada pelos ensinamentos e paciência. Às colegas Natali Lippert, Micheli Dure, Tássia Borges e aos bolsistas de pesquisa, pelo companheirismo, amizade e apoio durante a intervenção. Às colegas Patrícia Molz e Luciana Tornquist, pela paciência, ajuda e ideias na execução dos artigos: muito obrigada! À Nathália Brenner, Luiza Muller e Luiza Reis, pela amizade, ensino, auxílio e apoio nas horas difíceis. Ao Rafael Kerber, pelo apoio e paciência nas horas em que me ausentei. Obrigada por ser esta pessoa especial em minha vida. Aos meus pais e minha irmã, pelo apoio, amizade e amor. 5 DEDICATÓRIA À Ivane, Marcos e Fernanda Weigel. 6 RESUMO O fator de risco cardiovascular mais identificado em crianças brasileiras é o excesso de peso, pois tem aparecido com maior frequência. A tendência do crescimento da obesidade infantil é explicada pelo aumento no consumo de alimentos com alta energia e pela diminuição dos exercícios físicos. Nesse contexto, intervenções interdisciplinares apresentam-se como alternativa para diminuição dos efeitos deletérios da obesidade. Nesse contexto, o objetivo geral da presente dissertação foi analisar o efeito de 4 meses de intervenção interdisciplinar, quanto à qualidade da dieta e perfil lipídico de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade. A dissertação foi expressa através da composição de 2 artigos. Artigo 1. Objetivo: Comparar o consumo de macronutrientes e perfil lipídico de escolares com sobrepeso e obesidade, antes e após uma intervenção interdisciplinar (exercício físico, hábitos nutricionais, orientação postural e da saúde bucal). Método: Realizou-se um estudo quase experimental caracterizado por escolares de 9 a 17 anos com sobrepeso ou obesidade, conforme critérios da Organização Mundial de Saúde. Totalizaram-se 40 escolares, pareados em sexo e idade, sendo: grupo experimental (n= 17); grupo controle (n= 23). Determinou-se, antes e após 4 meses de intervenção interdisciplinar (três vezes semanais), avaliações antropométricas, questionários alimentares e análises sanguíneas. O grupo controle não participou da intervenção. As análises incluíram a análise descritiva de frequência, Teste t de student e teste t pareado, considerando-se nível significativo de p≤0,05. Resultados: O grupo intervenção melhorou relativamente, havendo redução do colesterol total (CT) e circunferência de cintura (CC) e aumento do colesterol HDL, em ambos os sexos. Além destas diferenças, houve diminuição do percentual de gordura, triglicerídeos e colesterol LDL, mas somente no sexo masculino. Proteína (PTN) e lipídios (LIP) ficaram adequados nos dois tempos. O índice de massa corporal (IMC) do grupo intervenção aumentou, não significativamente; entretanto, houve aumento de peso no grupo controle masculino e diminuição do percentual de gordura. Conclusão: Foi verificada ingestão adequada de PTN e LIP pelos escolares nos dois tempos e no perfil lipídico houve diminuição de CT e circunferência de cintura e aumento do colesterol HDL, em ambos sexos. O projeto interdisciplinar foi eficaz melhorando diversos parâmetros, mostrando a importância de intervenção com crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Artigo 2. Objetivo: Descrever o consumo de nutrientes em crianças e adolescentes e a prevalência de ingestão inadequada de micronutrientes em um grupo experimental e um controle antes e após a intervenção interdisciplinar (exercício físico, orientação alimentar, postural e bucal). Método: Constituiu-se em um estudo quase experimental, caracterizado por crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, com sobrepeso ou obesidade, conforme critérios da Organização Mundial de Saúde. Participaram do estudo 40 escolares, pareados por sexo e idade, divididos em: grupo experimental (n= 17) e grupo controle (n= 23). Antes e após 4 meses de intervenção interdisciplinar (três vezes semanais), foram realizadas avaliações antropométricas, questionários alimentares, socioeconômicos e análises bioquímicas, nos dois grupos. O grupo controle não participou das atividades interdisciplinares. Resultados: No grupo intervenção, houve modificações em alguns nutrientes: a vitamina B6, B12 e C aumentaram no grupo intervenção, enquanto o consumo de sódio diminuiu para ambos os sexos, ficando todos no nível de ingestão recomendado. Proteína e lipídios ficaram adequados nos dois momentos. O Índice de Massa Corporal (IMC) do grupo intervenção não modificou significativamente; entretanto, houve aumento de peso e diminuição do percentual de gordura no grupo controle masculino. Conclusão: A intervenção foi efetiva na adequação da ingestão de micronutrientes. Ingestão de sódio diminuiu no grupo intervenção. IMC dos escolares não modificou, mas houve aumento de massa muscular. O projeto interdisciplinar foi eficaz, melhorando diversos nutrientes e mostrando a importância de estudos de intervenção a longo 7 prazo. Sugere-se aumento do tempo de intervenção. Considerações finais: A partir dos resultados encontrados nessa pesquisa, percebe-se que a intervenção nutricional e interdisciplinar é uma alternativa eficaz para a melhora da saúde de escolares com sobrepeso e obesidade, modificando diversos nutrientes e perfil lipídico. Palavras-chave: Adolescente; criança; nutrientes; obesidade; educação nutricional. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Artigo 1. Figura 1- Variação do ganho de peso, estatura, IMC, circunferência da cintura e percentual de gordura, entre os grupos controle e intervenção divididos por sexo; *: nível de significância ≤0,05. A comparação estatística foi realizada utilizando o teste t de Student. Figura 2- Variação dos níveis de glicemia, triglicerídeos, colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL e razão CT/HDL, entre os grupos controle e intervenção divididos por sexo; *: nível de significância ≤0,05. A comparação estatística foi realizada utilizando o teste t de Student. Figura 3- Variação da ingestão de carboidratos, proteínas, lipídios e calorias, entre os grupos controle e intervenção divididos por sexo; *: nível de significância ≤0,05. A comparação estatística foi realizada utilizando o teste t de Student. 9 LISTA DE TABELAS Artigo 1. Tabela 1. Características dos indivíduos estudados do sexo masculino divididos por grupo (𝑛= 18). Tabela 2. Características dos indivíduos estudados do sexo feminino divididos por grupo (𝑛= 22). Artigo 2. Tabela 1 - Características dos indivíduos estudados divididos por sexo e grupo de estudo (𝑛 = 40). Tabela 2 - Consumo de nutrientes e minerais por meninos e meninas entre 9 e 17 anos divididos pelo grupo de estudo, antes da intervenção. Tabela 3 - Consumo de nutrientes e minerais por meninos e meninas entre 9 e 17 anos divididos pelo grupo de estudo, depois da intervenção. 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEP- Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa AI- Ingestão Adequada AMDR: Acceptable Macronutrient Distribution Range CHO- Carboidratos CC: Circunferência da cintura CT- Colesterol Total DCV- Doenças cardiovasculares DP- Desvio-padrão DRI- Dietary Reference Intake EAR: Estimated Average Requirement HDL: Lipoproteína de alta densidade IMC: Índice de massa corporal IOM- Institute of Medicine IMC- Índice de massa corporal ISAK: International Society for the Advancement of Kinanthropometry LDL: Lipoproteína de baixa densidade LIP- Lipídeos NCI- Nacional Cancer Institute OMS- Organização Mundial da Saúde PNDS- Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde POF- Pesquisa de Orçamentos Familiares PTN- Proteínas QFA- Questionário de Frequência Alimentar R24h- Recordatório alimentar de 24 horas RI- Resistência à insulina TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TG: Triglicerídeos 11 SBAN- Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição SPSS- Statistical Package for the Social Science UL: Tolerable Upper Intake Level WHO- World Health Organization 12 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS…......................................................................................................... DEDICATÓRIA....................................................................................................................... RESUMO................................................................................................................................. LISTA DE TABELAS............................................................................................................. APRESENTAÇÃO.................................................................................................................. CAPÍTULO I PROJETO DE PESQUISA...................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 2 SOBREPESO/OBESIDADE, HÁBITOS ALIMENTARES E FATORES DE RISCO ÁS DOENÇAS CARDIOVASCULARES.................................................................................. 3 OBJETIVO........................................................................................................................... 4 MÉTODO………….............................................................................................................. 5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO..................................................................................... 6 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA……………......................................... 7 ORÇAMENTO/RECURSOS MATERIAIS......................................................................... 8 RESULTADO E IMPACTO ESPERADO........................................................................... 9 RISCOS/DIFICULDADE/LIMITAÇÕES............................................................................ 10 REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 03 04 05 08 12 13 15 17 27 28 38 39 40 41 42 43 CAPÍTULO II RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO........................................................................ 52 CAPÍTULO III ARTIGO I................................................................................................................................. 56 ARTIGO II............................................................................................................................... 78 CAPÍTULO IV NOTA À IMPRENSA.............................................................................................................. 103 ANEXOS.................................................................................................................................. 105 ANEXO I – Classificação do percentual de gordura ............................................................... 107 ANEXO II – Recordatório alimentar 24 horas......................................................................... 108 ANEXO III – Questionário de frequência alimentar................................................................ 110 ANEXO IV– Pontos de corte dos exames................................................................................ 112 ANEXO V– Documentos do comitê de ética........................................................................... 114 ANEXO IV – Normas da Revista “Anais da Academia Brasileira de Ciências”……....…… 117 ANEXO V– Normas da Revista “Jornal de Pediatria”………………………….…........….. 122 13 APRESENTAÇÃO A presente dissertação de Mestrado, consoante Regimento do Programa de Pósgraduação em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul, é composta por cinco partes: projeto de pesquisa, relatório do trabalho de campo, artigos, nota à imprensa e anexos. Constam nesta dissertação dois artigos: - Inadequação no consumo de nutrientes entre escolares com sobrepeso e obesidade em uma intervenção interdisciplinar; - Consumo de macronutrientes e perfil lipídico de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade: efeitos de intervenção interdisciplinar nos fatores de risco cardiovascular. 14 CAPÍTULO I PROJETO DE PESQUISA 15 Júlia Andressa Weigel EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NOS FATORES DE RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde- Mestrado, Universidade de Santa Cruz do Sul- UNISC. Orientadora: Dra.Miria Suzana Burgos Co-Orientadora: Silvia Isabel Rech Franke Santa Cruz do Sul, agosto de 2013 16 1 INTRODUÇÃO A infância e adolescência são um período em que a nutrição tem muita importância, não só devido às necessidades nutricionais estarem aumentadas em função do crescimento e desenvolvimento, mas também por ser um ciclo em que ocorrem a promoção e consolidação dos hábitos alimentares (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2006). A obesidade é um dos fatores de risco que acometem a infância e adolescência, e é considerada um grande e importante problema de saúde pública (COSTA; SILVA, 2009; PORTUGAL, 2009), sendo uma doença caracterizada pelo excesso de peso, ocasionado pelo acúmulo de gordura corporal e pode ser determinada pela técnica do Índice da Massa Corporal (IMC), método mais utilizado mundialmente (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002). A criança obesa leva consigo efeitos de um passado e pode assim não obter um pleno desenvolvimento das potencialidades existentes em seu organismo, enfrentando dificuldades na aceitação e transformações de seu corpo (hormonais, funcionais, afetivas e sociais), tendo maiores chances de se tornar um adulto obeso e de desenvolver doenças como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes tipo 2, além de problemas respiratórios, musculares, baixa auto-estima, dificuldade de relacionamento, prejudicando a sua qualidade de vida (CONTI; FRUTUOSO; GAMBARDELLA, 2005; CATTANEO et al., 2010; GOMES et al., 2010). Além disso, uma criança obesa provavelmente se tornará um adulto obeso (LIMBERS; TURNER; VARNI, 2008; STEWART, 2010; VIANA; SINDE, 2008; STARC; STREL, 2011), em que 20% destas crianças, aos 4 anos de idade, apresentarão obesidade na idade adulta (GOMES et al., 2010). Crianças e adolescentes que vivem com estilo de vida sedentário podem ter altos níveis de colesterol sanguíneo, provocados pelo elevado consumo de alimentos ricos em gordura e sódio, e estes são os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que afetam o sistema circulatório. A arterosclerose é uma das principais doenças cardiovasculares, e trata de um processo degenerativo lento e progressivo que resulta no endurecimento e espessamento das paredes das artérias (veias de grande calibre que levam o sangue ao coração e aos órgãos), caracterizada pela falta de flexibilidade destas, diminuindo a elasticidade arterial, assim provocando aumento da pressão arterial sistólica e diminuição da pressão arterial diastólica, e esta é considerada a principal causa de mortes nos países 17 ocidentais. A prevenção mais eficaz para as doenças cardiovasculares consiste em fazer exercício físico regularmente, ter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas e legumes, ingerindo pelo menos dois litros de água por dia, assim como evitar o consumo de tabaco e bebidas alcoolicas, para assim obter uma qualidade de vida e consequentemente uma vida saudável (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002). Sabendo que muitos processos patológicos começam na infância, como a aterosclerose e a hipertensão arterial, e que a formação dos hábitos alimentares e de atividade física estão concentrados nessa faixa etária, torna-se fundamental a preocupação comprevenção, diagnóstico e tratamento da obesidade e demais fatores de risco, desde a infância. Assim, esses fatores de risco devem ser completamente investigados nesse período, com o objetivo de planejar e organizar intervenções cada vez mais cedo e, possivelmente, mais efetivas sobre esses fatores, reduzindo, no futuro, a morbi-mortalidade (KAVEY et al., 2003; NOVAES et al., 2003). Nesta fase, além de tratar a obesidade, deve-se buscar a educação para um estilo de vida saudável de maneira gradual e duradoura, com maior preocupação à formação de hábitos alimentares adequados e ao estímulo à prática de atividades físicas (KAIN et al., 2001; LAMAS; LORENZO, 2003; VALVERDE; PATIN, 2003). Dentre as possíveis medidas de intervenção, destaca-se a educação nutricional como um componente decisivo e eficaz na promoção de saúde. Muitas instituições internacionais têm ressaltado a importância da escola desenvolver estratégias de intervenção para a formação de hábitos de vida saudáveis, propiciando aos escolares um ambiente com opções de lanches nutricionalmente equilibrados, exercícios físicos regulares e programas de educação nutricional (BRIGGS; SAFAII; BEAL, 2003). O desafio da educação nutricional consiste no desenvolvimento de abordagens educativas que permitam modificar os problemas alimentares de uma maneira mais ampla, por intermédio de estratégias que superem a simples transmissão de informações (BOOG et al., 2003). Técnicas e estratégias facilitadoras do aprendizado devem ser sempre priorizadas, pois se tratam de crianças e adolescentes (VALVERDE; PATIN, 2003). Dentre os métodos de educação nutricional que podem ser aplicados, incluemse teatros de fantoches, jogos, vídeos, exposição de gravuras, cartazes, aulas de culinária, histórias e músicas (BONATO; PARRA, 2001). Com base no exposto, pergunta-se: há efeito de um programa de intervenção alimentar e exercício físico nos fatores de risco às doenças cardiovasculares em crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade de 7 a 17 anos, de uma escola rural do município de Santa Cruz do Sul, RS? 18 2 SOBREPESO/OBESIDADE, HÁBITOS ALIMENTARES E FATORES DE RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES 2.1 Obesidade infanto-juvenil no mundo Hoje em dia, as crianças ficam cada vez mais tempo assistindo à televisão, jogando videogame ou interagindo com o computador e menos tempo brincando ativamente; e é por isso além de outros fatores, que estamos vivendo uma epidemia de sobrepeso e obesidade (TIRAPEGUI, 2000; MISRA, KHURANA, 2008; FULTON et al., 2009). De fato, atualmente, a obesidade é considerada um problema de saúde pública mundial (DIETZ; GORTMAKER, 2001) e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002), a prevalência de obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40% nos últimos 10 anos (DE MELLO et al., 2004). Também de acordo com a OMS (ANEP, 2008), 1,6 bilhões de pessoas acima de 15 anos foram classificadas em sobrepeso e 400 milhões estavam obesas em 2005. Para 2015, são esperados aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas acima do peso e mais de 700 milhões obesas. Estudo feito nos Estados Unidos, no ano de 2002, relata que 65,7% da população adulta apresentava excesso de peso, e das crianças e adolescentes com idade de seis a 19 anos, 31% e 16% tinham sobrepeso e obesidade, respectivamente. Também há uma proporção crescendo cada vez mais nos casos de sobrepeso e obesidade infantil, atingindo de 14 a 16% das crianças e adolescentes norte-americanos, estando 25% em risco de obesidade (CARREL et al., 2005b; KLEIN; LYTLE; CHEN, 2008; WHO, 1995). Na Alemanha, estudo com crianças e adolescentes constatou que, em menos de duas décadas, o sobrepeso apresentou aumento de 50%, e o percentual de obesos duplicou (KLEISER et al., 2009; KURTH; SCHAFFRATH, 2007). No Canadá, Austrália e parte da Europa, as taxas de aumento de excesso de peso na população infantil, na década de 90, alcançaram 1% ao ano (LOBSTEIN; BAUR; UAUY, 2004). Já na América Latina, segundo Amigo (2003), aproximadamente um terço de 12 países possui a marca de mais de 20% na prevalência de sobrepeso e obesidade. Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (2003) revelam que, no mundo, 17,6 milhões de crianças menores de 5 anos apresentam obesidade e entre 6 e 11 anos o número dobrou desde 1960. 19 2.2 Obesidade infanto-juvenil no Brasil No Brasil, entre 1974 e 2009, o excesso de peso entre os adultos praticamente triplicou, resultando em 49% de indivíduos com sobrepeso e 14,6% com obesidade. O que é alarmante é a prevalência desta condição em crianças (47,8%) e adolescentes (21,5%), os quais apresentaram incrementos percentuais de três e quatro vezes ao longo do mesmo intervalo de tempo (IBGE, 2010). Alta prevalência da obesidade infantil é observada nos países em desenvolvimento. No Brasil, no período entre 1974 e 1997, a prevalência de sobrepeso e obesidade mais do que triplicou entre crianças e adolescentes (de 4,1% para 13,9%); na China a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças de seis anos de idade aumentou de 7,7% para 12,4% em um curto período de tempo, entre 1991 e 1997, e no Chile, entre 1987 e 2000; neste mesmo grupo etário, verificou-se prevalência de 12% para 26% para os meninos e de 14% para 27% em meninas (NSW CENTRE FOR PUBLIC HEALTH NUTRITION, 2005). Diversos estudos revelam o aumento de sobrepeso e obesidade em crianças brasileiras abaixo de 10 anos (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002; BALABAN; SILVA, 2001; MONTEIRO et al., 1995). A Associação Brasileira de Obesidade relatou que uma em cada dez crianças brasileira é obesa, mas nos Estados Unidos da América este dado é mais grave: quatro em cada dez crianças é obesa ou está em sobrepeso (VIUNISKI, 1999). A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada de 2002 a 2003 (BRASIL, 2006b), relatou percentuais de sobrepeso e obesidade infantil de 12,3% e 2,3%, respectivamente. Já Suñé e colaboradores (2007), em estudo transversal, encontraram prevalência de sobrepeso e obesidade de 21,3% e 3,5%, respectivamente, em adolescentes de 11 a 13 anos de Capão da Canoa (RS), sendo essa prevalência maior no sexo feminino. Em Santos (SP), a prevalência das escolas particulares e públicas para sobrepeso e obesidade foi de 15,7% e 18,0%, respectivamente, sendo maior em escolas privadas (COSTA; CINTRA; FISBERG, 2006). Em estudo similar, Sotelo, Colugnati e Taddei (2004) verificaram prevalência de sobrepeso e obesidade de 11,9% e 13,7% para meninos e para meninas 13,8% e 16,5%, respectivamente, em escola pública de São Paulo. Nas crianças de escolas privadas, Balaban e Silva (2001) encontraram prevalências de sobrepesoe obesidade de 26,2% e 8,5%, respectivamente, em Recife. Já na região metropolitana de São Paulo, Mondini et al.(2007) observaram que 17% das crianças de uma escola apresentavam peso excessivo, sendo 10,8% com sobrepeso e 6,2% com obesidade. Abrantes, Lamounier e Colosimo (2002) mostraram 20 prevalência de obesidade de 8,2% em crianças da região nordeste e 11,9% da região sudeste do Brasil. 2.3 Obesidade infanto-juvenil no Sul do Brasil Dados da OMS (1995) relatam que estados com maior desenvolvimento como sul e sudeste tem um maior número de crianças obesas, porém esse índice diminuiu se comparado aos estados do norte e nordeste. De acordo com estudo de Reuter et al. (2012), realizado em 2005 e 2008, com 414 escolares de Santa Cruz do Sul, com idades entre 7 e 17 anos, 215 (51,9%) do sexo masculino, e 199 (48,1%) do sexo feminino, entre os escolares, 18,6% e 22,3% dos meninos apresentaram excesso de peso (2005 e 2008, respectivamente), enquanto nas meninas estes índices foram de 22,6% e 14,6%. Em relação à obesidade, a prevalência foi de 4,7% em ambos os anos para os meninos, e redução de 12,6% para 9,0% nas meninas, quando comparados os dois anos. A Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS) de 2006 avaliou crianças com idade até cinco anos e encontrou uma prevalência nacional de sobrepeso de 6,6%, e de 8,8% na região Sul (BRASIL, 2009). Já nos resultados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2008-2009, houve um aumento na prevalência de excesso de peso no Brasil, que atingia 33,5% das crianças com idade entre cinco e nove anos, sendo de 32% a 40% nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e, de 25% a 30% nas regiões Norte e Nordeste (IBGE, 2010). 2.4 Doenças cardiovasculares na infância e adolescência De acordo com Soar, Vasconcelos e Assis (2004), indicações de que crianças com gordura corporal maior do que 30% em meninas e 25% em meninos apresentam risco de moderado a alto de desenvolver doenças coronarianas. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e incapacidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento (JEEMON; REDDY, 2010), e tem estreita relação com a genética, estando associadas com fatores de risco gerados por um estilo de vida inadequado na infância, resultam em patologias mais tarde, manifestadas no adulto (ROBILLARD; SEGAR, 2006). A intervenção precoce faz-se necessária, uma vez que somente ela garante um estilo de vida sadio para o sistema cardiovascular na fase adulta e, desta forma, modifica os altos índices de morbimortalidade cardiovascular (MAGALHÃES et al., 2010). 21 2.5 Saúde na escola O ambiente escolar é muito atrativo para investigar a ocorrência de excesso de peso entre as crianças, considerando a cobertura geralmente elevada do sistema escolar entre os alunos ingressantes no ensino fundamental e o apoio da escola para a obtenção de informações sobre a criança e sua família, com vistas ao desenvolvimento de programas de prevenção e controle do sobrepeso infantil (NSW CENTRE FOR PUBLIC HEALTH NUTRITION, 2005). Conforme Harada (2003), o profissional de saúde tem papel fundamental na educação na escola, podendo atuar em todos os seus componentes, realizando diversas ações, tais como: promover, na atenção à saúde individual, na comunidade, e nas ações de educação para a saúde, o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades que contribuam para a adoção de estilos de vida mais saudáveis; estimular a participação efetiva da comunidade na construção da cidadania, na transformação de seu ambiente, na conquista da equidade social e em saúde, de forma que as pessoas possam modificar ativamente o ambiente e melhorar a qualidade de vida. 2.6 Exercício físico A prática regular de atividade física tem sido muito enfatizada dentre as mudanças no estilo de vida. Sabemos que esta melhora diversas funções corporais (esquelético-muscular, cardiorespiratória, hematocirculatória e endócrino-metabólica), aumenta a massa muscular e o gasto energético. A atividade física é um fator importante para a saúde, estando relacionada também com morbidade e mortalidade nas doenças cardiovasculares, pois quem pratica poucos exercícios físicos tem mais chances de adquirir esta doença, em comparação a quem pratica regularmente (ORTEGA et al., 2008; SUNG et al., 2002). Programas com atividades lúdicas acabam tendo maior adesão pelas crianças e adolescentes, motivando-os a ficarem ativos (MELLO; LUFT; MEYER, 2004b). Estudo realizado com atividades lúdicas aeróbicas em crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade, durante 12 semanas, respondeu com vários benefícios cardioprotetores, como o aumento no consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.), diminuição no percentual de gordura corporal (% GC), melhora na relação CT: HDL e diminuição nos níveis de proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us), ambos com significância estatística (ROSSETTI, 2008). 22 A prevalênciade obesidade infantil é agravada pois as crianças tem feito poucas atividades físicas atualmente (COELHO et al., 2008; LLARGUES et al., 2011; PORTUGAL, 2009). Assim sendo, hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física devem ser estimulados nos primeiros anos de vida de modo a perdurarem no futuro. 2.7 Práticas Alimentares As alterações nos hábitos de rotina, no que refere a uma alimentação com excesso de gordura saturada, bebidas hipercalóricas e baixos níveis de atividade física, são um fator determinante a uma pandemia de sobrepeso e obesidade, e suas consequências são as doenças cardiovasculares (DCV) e o diabete melito não-insulino-dependente (RIBEIRO et al., 2006). Uma alimentação saudável é ter o aumento da ingestão de frutas e vegetais (COBIAC; VOS; VEERMAN, 2010), pois seu baixo consumo é um dos dez principais fatores de risco para a mortalidade e morbilidade mundial na idade adulta, responsável por 31% de todas as doenças isquêmicas e 11% dos acidentes vasculares cerebrais (NANDI; BHATTACHARJEE, 2011; KNAI et al., 2006). Estima-se anualmente que aproximadamente 2,7 milhões de vidas poderiam ser salvas caso o consumo de frutas e de legumes fosse aumentado (WHO, 2005). De acordo com a OMS, é necessário ingerir pelo menos 400g diários de frutas e/ou legumes, quantidade que corresponde a aproximadamente cinco porções (BOFFETTA et al., 2010; KRISTJANSDOTTIR et al., 2009; LAVADO, 2009). O crescimento da indústria alimentícia associado à maior acessibilidade aos alimentos, aumento da participação feminina no mercado de trabalho, ampliação das redes de comercialização de alimentos (fastfood, cantinas escolares, lanchonetes, quiosques e restaurantes) está modificando o consumo alimentar e consequente entrada de novos produtos alimentares em substituição aos alimentos tradicionalmente consumidos (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007). Encontram-se poucos estudos examinando ao mesmo tempo o crescimento infantil, a adiposidade e o consumo de alimentos de forma longitudinal, mesmo sabendo que a qualidade e quantidade da alimentação ingerida têm efeito direto no estado nutricional do indivíduo (MONDINI et al., 2007). Crianças e adolescentes obesos estão omitindo o desjejum, podendo isto estar associado ao maior consumo de alimentos calóricos ao longo do dia (MELLO; LUFT; MEYER, 2004b; RAMPERSAUD et al., 2005). 23 2.8 Intervenção alimentar em crianças e adolescentes A educação nutricional é de suma importância, devendo ser um processo ativo, lúdico e interativo quando voltada para a população infantil (CERVATO et al., 2005). No Brasil, existe um alto consumo de alimentos ricos em açúcar devido ao seu baixo custo. A combinação de açúcares e gorduras resulta em obesidade, que sempre acaba acompanhando as doenças crônicas não transmissíveis. Essas alterações metabólicas podem comprometer a qualidade de vida de uma criança. Assim, a prevenção é a melhor escolha para evitar que a doença se instale e prejudique o andamento da vida (BOCCALETTO; MENDES, 2009). São objetivos da saúde pública, programas de educação alimentar em que crianças e adultos são alertados dos riscos da má alimentação, tendo como objetivo mudar os maus hábitos alimentares (SCHWARTZ, 2007). Desenvolver estratégias que permitam promover o consumo de alimentos saudáveis, como frutas e hortaliças, são importantes principalmente na infância, pois os comportamentos alimentares tendem a permanecer na idade adulta (LAVADO, 2009). Casotti et al. (1998) analisam que essa conscientização deve se iniciar logo cedo, pois é na infância que se formam os hábitos alimentares. Lanes et al. (2011) mostram, em seu estudo, a importância de realizar trabalhos educativos recreativos para promover a educação nutricional e para incentivar hábitos saudáveis desde cedo nas escolas, pois, segundo Haetinger (1998), através dos jogos e brincadeiras se retoma o mundo do "faz de conta". As crianças formam um dos principais grupos-alvo para estratégias de prevenção e controle do sobrepeso e da obesidade, não só devido às suas características como grupo de risco, mas também por conta das possibilidades de sucesso das ações a serem realizadas (NSW CENTRE FOR PUBLIC HEALTH NUTRITION, 2005; GILL, 1997). A educação nutricional é importante no tratamento da obesidade infantil por conseguir uma mudança nos hábitos alimentares, ajudando assim nas escolhas saudáveis. Carrel e colaboradores (2005b) verificaram que o conjunto da educação nutricional com a prática de atividade física apresenta ótimos resultados (KIESS et al., 2001; NOVAES; FRANCESCHINI; PRIORE, 2007; CSMFCSH, 2006; OLIVEIRA et al., 2004). 2.9 Estilo de vida e nível socioeconômico Modificações nos hábitos alimentares, juntamente com estilo de vida sedentário, geralmente presentes na rotina diária, assumem importante papel na determinação da 24 obesidade, mesmo que evidências demonstram que a condição socioeconômica antecede a influência desses determinantes, tornando-se significante fator de associação ao desenvolvimento do excesso de peso (CAROLI; LAGRAVINESE, 2002; OYHENART et al. 2008). É importante destacar que o nível social e econômico pode interferir direta ou inversamente no estado nutricional, uma vez que, nos países em desenvolvimento, como no Brasil, famílias de melhor poder aquisitivo têm mais chances de apresentar sobrepeso, quando comparadas às menos abastadas (KURTH; SCHAFFRATH, 2007; MARQUES-VIDAL et al. 2010; ADJEMIAN; BUSTOS; AMIGO, 2007). Segundo Oliveira e Fisberg (2003), crianças passam horas em frente aos televisores, computadores, pelo menos metade de seu tempo livre, ocorrendo uma geração acostumada com o mínimo esforço. A combinação de hábitos alimentares errados, sedentarismo e a genética contribuem para o aumento da obesidade no mundo (TIRAPEGUI, 2000). De acordo com Oliveira et al. (2004), a obesidade infantil está inversamente relacionada com a prática de atividade física, ainda mais pela presença de televisão, computador, videogame, além de baixo consumo de hortaliças, confirmando a influência do meio ambiente no excesso de peso. A obesidade é multifatorial, englobando a interação de influências metabólicas, fisiológicas, comportamentais e sociais. Nos fatores ambientais, encontramos os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo. O aumento no índice de crianças obesas pode ser atribuído ao estilo de vida moderno, contendo um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético, resultando em um balanço energético positivo, com deposição de gordura (CARREL et al., 2005a; MELLO; LUFT; MEYER, 2004a; NOVAES; FRANCESCHINI; PRIORE, 2007; SAVAGE et al., 2008). Em São Leopoldo-RS, Vitolo et al. (2008) encontraram associação positiva com a alta condição socioeconômica na área de localização da unidade de saúde, e o excesso de peso em crianças menores de cinco anos. 2.10 Ambiente familiar O consumo de alimentos em meio familiar é fundamental para obter comportamentos alimentares saudáveis, assim como regras sobre duração e frequência das refeições. Estudos mostram que a criança que realizar as refeições junto com membros da família apresenta hábitos alimentares mais ou menos saudáveis de acordo com as atitudes e comportamentos alimentares de sua casa (VIANA et al., 2009; PATRICK; NICKLAS, 2005). Geralmente, a 25 família com indivíduos obesos apresenta excesso de ingestão alimentar errônea, sedentarismo e relacionamento complicado entre os membros da família (LUIZ et al., 2005). Verifica-se que pais obesos prestam menor atenção e possuem menor interesse pela conduta alimentar dos seus filhos, onde existe um consumo de refeições incorretas e quase não ocorrem informações nutricionais (MAJEM; BARTRINA, 2004). Diversos fatores sóciodemográficos, como a escolaridade dos pais, são grandes influenciadores da qualidade alimentar das crianças e adolescentes. Famílias de baixo nível socioeconômico e cultural oferecem aos seus filhos uma alimentação com um conteúdo excessivo de gorduras e menor em hidratos de carbono, frutas e hortaliças (MAJEM; BARTRINA, 2004; PATRICK; NICKLAS, 2005). Estudos demonstram que o ambiente familiar não é o único fator que influencia no peso da criança. Existe uma alta evidência de que o IMC elevado dos pais está associado ao IMC elevado dos filhos (GIBSON et al., 2007; FRANCIS et al., 2007); as crianças acabam sendo dependentes dos pais e dos cuidadores para a aquisição dos alimentos, sendo as escolhas alimentares dos pais o maior determinante das experiências alimentares dos seus filhos (VENTURA; BIRCH, 2008). Assim sendo, o ambiente familiar tem uma grande influência no desenvolvimento dos hábitos alimentares das crianças no que diz respeito à quantidade e à qualidade (escolhas alimentares saudáveis) (BIRCH; FISHER; DAVISON, 2003; OLIVERIA et al., 1992). Toda a família está envolvida nos programas de prevenção no tratamento de sobrepeso e obesidade infantil (WUNSCH et al., 2006). Estudos mostram que o ambiente familiar tem influência nos riscos do surgimento da obesidade infantil, pois a criança depende das escolhas de seus pais e familiares com relação à compra, modo de preparo dos alimentos, hábitos alimentares e incentivo à prática de atividade física (MONDINI et al., 2007; NSW CENTRE FOR PUBLIC HEALTH NUTRITION, 2005 apud MONDINI et al., 2007). 2.11 Fatores de risco às doenças cardiovasculares De acordo com a elevada prevalência de fatores de risco e os problemas que podem ocasionar a obesidade, é importante a realização de exames para marcadores metabólicos na prática clínica, já durante a infância (BOYD et al., 2005). Mesmo que a DCV não se desenvolva durante a infância e adolescência, crianças obesas já podem apresentar um perfil de risco cardiovascular compatível com seu desenvolvimento precoce, apresentando pressão arterial, glicemia e triglicerídeos de jejum significativamente 26 mais altos e HDL-C mais baixo. O risco a esta doença é diretamente proporcional ao aumento da obesidade. Como resultado da obesidade em crianças e adolescentes, acontece a deposição precoce de faixas e placas de gordura nas artérias coronárias e, como resultado na vida adulta, a elevada incidência de mortalidade prematura por causa cardiovascular e geral em indivíduos que eram obesos quando adolescentes (SINAIKO et al., 2005; SINAIKO, 2007). Diversas pesquisas têm demonstrado que a obesidade na infância e adolescência pode aumentar a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, resistência à insulina, dislipidemia, hipertensão arterial (CARREL et al., 2005a; CSMFCSH, 2006; DENNEYWILSON et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2004; SOAR; VASCONCELOS; ASSIS, 2004). A maioria destas crianças e adolescentes obesos mantém esse quadro quando adultos e apresentam dificuldades com a autoestima e a qualidade de vida (CSMFCSH, 2006). Em estudo com crianças e adolescentes com excesso de peso, Brasil (2006a) encontrou 38,3% destes pacientes com síndrome metabólica, tendo estes hipertrigliceridemia (73,2%), resistência à insulina (70%) e baixos níveis de HDL (60,9%). Ainda assim, as médias da insulinemia de jejum, da resistência à insulina (homeostasis modelassement, HOMA) e da circunferência da cintura foram maiores no grupo com síndrome metabólica quando comparadas ao grupo sem síndrome metabólica. Dentre os principais fatores da obesidade na infância já estudados, destacam-se o elevado peso ao nascer; a obesidade materna no período gestacional, em especial no primeiro trimestre de gravidez; a obesidade dos pais; o baixo nível socioeconômico e a baixa escolaridade materna (SINGH et al., 2008; ROSSI; VASCONCELOS, 2010). 2.12 Interdisciplinaridade e a nossa ação interdisciplinar Um estudo de Parizzi (2004) mostrou que a adesão ao tratamento de crianças e adolescentes obesos é maior quando há um tratamento de uma equipe interdisciplinar. A criança acompanhada apenas por um profissional tem 4,01 vezes mais chances de desistir do tratamento, quando comparado àquelas atendidas por equipe completa. A equipe interdisciplinar é um grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional médico, farmacêutico, enfermeiro e nutricionista, habilitados e com treinamento específico para a prática da terapia nutricional (BRASIL, 1998, 2000). Também são atribuições da equipe: definir metas técnico-administrativas, realizar triagem e vigilância nutricional, avaliar o estado nutricional, assegurar condições ótimas de indicação, prescrição, 27 preparação, armazenamento, transporte, administração e controle da terapia; educar e capacitar a equipe e criar protocolos (BRASIL, 2000). Já a nossa intervenção interdisciplinar foi composta por uma equipe de profissionais tais como nutricionista, educadores físicos, fisioterapeuta e dentista, que trabalharam se complementando e ajudando uns aos outros em todas as atividades e deixando a intervenção mais valiosa. 28 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Verificar os possíveis efeitos da intervenção alimentar e exercício físico nos fatores de risco às doenças cardiovasculares em crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. 3.2 Objetivos específicos -Descrever a ocorrência dos fatores de risco/indicadores bioquímicos (Lipoproteína de baixa densidade (Low Density Lipoprotein) (LDL), Lipoproteína de alta densidade (High Density Lipoprotein) (HDL), colesterol total, glicose, pressão arterial, triglicerídeos, circunferência da cintura, porcentagem de gordura corporal) das doenças cardiovasculares; -Associar os hábitos alimentares e os fatores sociodemográficos (pré-intervenção) com os fatores de risco às doenças cardiovasculares; -Verificar os possíveis efeitos da intervenção alimentar nos hábitos alimentares; -Verificar os possíveis efeitos da orientação alimentar na ocorrência dos fatores de risco às doenças cardiovasculares. 29 4 MÉTODO 4.1 Amostra/população/sujeitos O estudo foi realizado em uma escola rural de Santa Cruz do Sul, com crianças e adolescentes obesos e com sobrepeso, de 7 a 17 anos, totalizando a amostra em 40 escolares, de ambos os sexos. A pesquisa foi realizada com grupo experimental, cujos escolares foram submetidos a uma intervenção interdisciplinar em saúde. Também houve um grupo controle, para quem também foi realizada uma pré e pós avaliação. Esta amostra resulta de um estudo transversal, realizado com uma amostra populacional, do qual foi selecionada, para o grupo experimental, a escola com maior frequência de alunos com sobrepeso e obesidade. Para o grupo controle, foram selecionadas duas escolas que somam alunos com sobrepeso e obesidade, em número equiparado com o do grupo experimental. Santa Cruz do Sul localiza-se na região conhecida como Vale do Rio Pardo, na encosta inferior do nordeste do estado do Rio Grande do Sul, a 155 km de Porto Alegre. Os principais acessos são pela RSC 287 e BR 471. É um dos principais núcleos da colonização alemã, do Rio Grande do Sul. A base da economia da cidade é sustentada pelo fumo (PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DO SUL, 2012). Para realização da pesquisa, os participantes serão informados sobre os objetivos da pesquisa a partir do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, seguindo todas as recomendações da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde que prescreve as questões éticas relacionadas à pesquisa com seres humanos. Para calcular o tamanho amostral, utilizou-se o programa G*Power, considerando um poder de teste de 0,8, um efeito de 0,30 e nível de significância de 95%. Dessa forma, sugerese a necessidade de, no mínimo, 12 sujeitos para o grupo experimental e 12 sujeitos para o grupo controle. 4.1.1 Critérios de inclusão para a intervenção a) Crianças e adolescentes com sobrepeso/obesidade; b) Faixa etária entre 7 a 17 anos; c) Os escolares devem estar matriculados em escola que ofereça período integral de estudos; d) Não estar fazendo exercício regular, além das aulas de Educação Física por pelo menos 6 meses; 30 e) Não ser portador de necessidades especiais; f) Ter disponibilidade de realizar intervenção três vezes por semana, por um período de 4 meses. g) Pais permitirem que seu filho faça a intervenção por meio do Termo de consentimento livre e esclarecido. 4.1.2 Critério de exclusão para a intervenção a) Escolares que faltarem mais de 3 vezes às aulas da intervenção. 4.2 Delineamento metodológico Será um estudo quase experimental, no qual, segundo Gaya (2008), são estudos em que ocorre manipulação (intervenção), que é intermediada pela pré e pós avaliação. 4.3 Variáveis e Hipóteses 4.3.1 Definição das variáveis do estudo Variável dependente: fatores de risco às doenças cardiovasculares (circunferência da cintura (CC), LDL, HDL, colesterol total, triglicerídeos, glicemia de jejum, percentual de gordura, exercício físico). Variável independente: intervenção alimentar. Co-variáveis: IMC, Sexo, idade. 4.3.1.1 Variáveis dependentes Circunferência de cintura: variável quantitativa contínua (em cm), e variável qualitativa nominal dicotômica, quando for classificada posteriormente em obesidade. Percentual de gordura: variável quantitativa contínua (em %), obtida através de mensuração de dobras cutâneas, e variável qualitativa nominal dicotômica, quando classificada em: 1) muito baixo/baixo/normal e 2) moderadamente alto/alto/ muito alto. 31 Glicemia de jejum: variável quantitativa contínua, que indica o nível de glicose no sangue, obtida através de análise bioquímica. Perfil lipídico: colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos. Variáveis quantitativas contínuas, referentes aos níveis de gordura no organismo, obtidas através de análises bioquímicas. Exercício Físico: Variável qualitativa nominal, obtida através de questionário, autorreferida pelo sujeito. A classificação será em três classes, de acordo com a frequência semanal de prática: 1) inativo (nenhuma vez), 2) pouco ativo (uma a duas vezes semanais) e 3) ativo (três ou mais vezes semanais). 4.3.1.2 Variável independente Intervenção alimentar: variável quantitativa contínua, referente à quantidade de ingestão de alimentos em mg/dia, obtida por aplicação de Recordatório de 24 horas e recordatório de frequência alimentar. 4.3.1.3 Co-variáveis Índice de massa corporal: variável quantitativa contínua, obtida através de peso e estatura do indivíduo (em kg/m²), e variável qualitativa nominal dicotômica, quando classificada em duas categorias: 1) sobrepeso e 2) obesidade. Sexo: variável qualitativa nominal e dicotômica (masculino/feminino), obtida através de questionário, autorreferida pelo sujeito. Idade: variável quantitativa discreta, referida em anos completos de vida, obtida através de questionário, autorreferida pelo sujeito. Os alunos que não souberem sua idade, esta será obtida através da escola. 4.3.2 Hipóteses do estudo 32 Hipótese 1 Escolares obesos e com sobrepeso terão parâmetros bioquímicos alterados, como HDL baixo e alto % de gordura, no pré-intervenção. Hipótese 2 Na avaliação pré-intervenção, os sujeitos de pesquisa estarão com a alimentação desequilibrada e rica em produtos industrializados. Hipótese 3 Haverá uma influência da orientação alimentar nos hábitos alimentares das crianças após 4 meses de intervenção. Hipótese 4 Escolares submetidos à intervenção alimentar e de exercício físico reduzirão o percentual de gordura, o IMC, CC eparâmetros bioquímicos como colesterol total, LDL, triglicerídeos e glicose. 4.4 Procedimentos metodológicos O presente trabalho será viabilizado através das etapas descritas a seguir: -1ª etapa: reunião com direção da escola selecionada, pais ou responsáveis para explicação do projeto e posterior entrega do termo de consentimento; -2ª etapa: agendamento com a direção das escolas das entrevistas com as mães ou responsáveis; -3ª etapa: Capacitação sobre fundamentos teórico-práticos dos procedimentos de intervenção do projeto, organização e padronização de procedimentos de métodos e técnicas de avaliação e intervenção; -4ª etapa: realização das entrevistas com os pais ou responsáveis e realização de todas as avaliações pré-intervenção, como avaliações nutricionais e socioeconômicas; 33 -5ª etapa: coleta de sangue das crianças; -6ª etapa: avaliação das amostras de sangue das crianças; -7ª etapa: recebimento dos resultados bioquímicos; -8ª etapa: Início da intervenção com exercícios físicos e orientação nutricional; -9ª etapa: digitação dos dados em planilhas eletrônicas do programa estatístico SPSS for Windows; -10ª etapa: realização de todas as avaliações pós-intervenção; -11ª etapa: organização, análise e discussão dos dados coletados; -12ª etapa: encaminhamento dos resultados aos órgãos de saúde e educação. 4.5 Técnicas e instrumentos de coleta No pré e pós intervenção serão realizadas as seguintes avaliações: 4.5.1 Avaliação antropométrica Perímetro da cintura: será aferido por meios de fita métrica com resolução de 1mm., tendo como ponto de referência a parte mais estreita localizada entre as costelas e a crista ilíaca do quadril, classificada em normal (p≤75), obesidade (p>75), conforme sexo e idade, descritos por Fernandez et al. (2004). Serão coletadas medidas antropométricas (peso e estatura) para o cálculo do índice de massa corporal (IMC: kg/m2) para verificação do estado nutricional atual. Serão utilizados os indicadores de IMC por idade para meninos e meninas respectivamente, com percentis adequados para a população brasileira. A classificação do estado nutricional será verificada por escore Z, utilizando os dados da WHO (2007), como padrão de referência. A mensuração da estatura será por meio de estadiômetro fixo em parede plana em 90º graus com o chão, com as crianças e adolescentes eretos, descalços, pés unidos e em paralelo. Já a mensuração do peso, será obtida através de balança digital portátil (Filizola), com precisão de 100 gramas e com capacidade para 150 quilos, estando as crianças e adolescentes descalços, em posição ortostática, utilizando apenas o uniforme, sem boné (FARIAS JÚNIOR et al., 2009). Ambas as medidas serão coletadas por 1 nutricionista e 1 educadora física, sempre com os mesmos equipamentos, rotineiramente calibrados. A avaliação do percentual de gordura será realizada através da equação de Slaughteret al. (1988), citado por Heyward e Stolarczyk (2000), com a utilização das dobras tricipital e 34 subescapular, aferidas através do Compasso de Lange. Todas as seis categorias obtidas (muito baixo, baixo, ótimo, moderadamente alto, alto e muito alto) serão categorizadas novamente em duas classes: 1) Sem risco (muito baixo, baixo e ótimo) e 2) Indicador de risco (moderadamente alto, alto e muito alto). A classificação se encontra no ANEXO I. 4.5.2 Aplicação do questionário dos hábitos alimentares e controle de peso Será utilizado na intervenção alimentar o recordatório alimentar 24 horas (R24h) (ANEXO II) e o Questionário de Frequência Alimentar (QFA) (ANEXO III). O recordatório de 24 horas consiste na quantificação de todos os alimentos e bebidas consumidos nas últimas 24 horas. Suas vantagens são o curto espaço de tempo para administração, baixo custo, a não interferência na ingestão do indivíduo através do procedimento e o fato de poder ser aplicado a qualquer idade e em analfabetos. As limitações deste método são a memória do entrevistado, a não estimativada ingestão habitual e a dificuldade de quantificar o tamanho das porções. Para estimativa de consumo habitual e não diário, seria necessária a aplicação de pelo menos três recordatórios de 24 horas, incluindo um dia do final de semana (CAVALCANTE; PRIORE; FRANCESCHINI, 2004; DUARTE, 2007; FISBERG et al., 2005). O questionário de frequência alimentar (QFA) tornou-se o método comumente dos estudos epidemiológicos por ser considerado o mais prático e informativo para a avaliação dietética, permitindo associação da ingestão alimentar com o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis. Com o QFA consegue-se obter informação qualitativa, semiquantitativa e quantitativa do consumo alimentar. Usualmente o QFA consiste em uma lista de alimentos definida segundo as características alimentares da população em estudo (CAVALCANTE; PRIORE; FRANCESCHINI, 2004; COLUCCI; PHILIPPI; SLATER, 2004; FISBERG, et al., 2005; SLATER et al., 2003). O QFA é um método que permite uma visão global do consumo alimentar por um período longo de tempo. É ótimo na identificação de indivíduos com padrões elevados de consumo e permite monitorar as tendências nos comportamentos alimentares ao longo do tempo. É necessário utilizar uma lista de alimentos validada, para maior confiabilidade dos resultados (COLUCCI; PHILIPPI; SLATER, 2004; FISBERG et al., 2005; SLATER et al., 2003). Para a realização dos cálculos da dieta quanto aos nutrientes será utilizado o programa Avanutri Versão For Windows 7, da pesquisadora, o qual disponibiliza uma avaliação detalhada quanto aos componentes nutricionais da dieta. 35 4.5.3 Avaliação bioquímica Serão coletados dados referentes ao colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos e glicose, realizados por profissionais capacitados para coleta, avaliação e interpretação dos resultados. Os pontos de corte dos exames estão no ANEXO IV. As amostras de sangue serão coletadas no início do programa de intervenção e após 4 meses do programa. As coletas das amostras de sangue serão realizadas no laboratório de bioquímica do exercício da UNISC. O sangue será coletado em indivíduos com jejum de 12 horas, com restrição a atividade física moderada ou vigorosa neste período. Os participantes receberam a indicação de jejuar por 12 horas antes da coleta de sangue da veia braquial (10 mL), realizada por profissional devidamente capacitado, no laboratório de Bioquímica do Exercício da UNISC. Após a coleta de sangue, foi servido aos escolares um lanche saudável, fornecido pela equipe do projeto. As concentrações de colesterol total, HDL e LDL, glicose e triglicerídeos foram avaliados através de amostra de soro, no equipamento automatizado Miura One (I.S.E., Rome, Italy), utilizando kits comerciais DiaSys (DiaSys Diagnostic Systems, Germany). O sangue coletado será utilizado especificamente para os propósitos da pesquisa e não terá qualquer outra finalidade. O material para as coletas e armazenamento do sangue será descartado conforme rotina de descarte de matérias biológicos dos locais envolvidos. 4.6 Procedimentos e cronograma de intervenção Na primeira visita, todos os sujeitos serão submetidos à avaliação física, exames laboratoriais e entrevistados quanto a hábitos de atividade física e ingestão alimentar. Na última visita, depois de 4 meses de participação nos grupos, todas as crianças e adolescentes serão novamente submetidos às avaliações e questionários iniciais. O hábito alimentar será avaliado pelo registro da ingestão alimentar (24 horas) da criança ou adolescente, onde serão listados alimentos, tipos de preparações e quantidades ingeridas no dia anterior à consulta. Também será registrado o questionário de frequência alimentar. O programa de intervenção consiste em exercícios físicos de intensidade moderada a intensa, reeducação postural e orientação nutricional às crianças durante quatro meses consecutivos, duas vezes por semana. Os pais serão incluídos na forma de orientação de estilo de vida saudável. O programa será realizado no ginásio da escola. A duração de cada sessão 36 será de 1 hora e 30 minutos. Consistindo em: 10 minutos de aquecimento, 15 minutos de exercício aeróbico com intensidade entre 65% e 85% do VO2 Máximo, 20 minutos de exercícios com características lúdicas (pular corda, cama elástica, circuito, pega-pega...) também com intensidade entre 65% e 85% do VO2 Máximo, 30 minutos de exercícios para reeducação postural e 15 minutos de orientação nutricional. Serão realizadas palestras educativas, teatros, realização de folders junto aos alunos, visualização de filmes, jogos educativos, brincadeiras com massa de modelar, implantação de uma horta frutífera, entre outros. A intensidade será monitorada através de um frequencimetro da marca POLAR, modelo FT1 e definida pela equação: FC treino = (FC máxima - FC repouso) X (0,5 ou 0,7) + (FC rep), indicada por Villares, Ribeiro e Silva (2003). A cada 12 sessões as frequências cardíacas serão readaptadas à zona alvo utilizada para os exercícios dos escolares. A primeira semana será destinada a adaptação das crianças ao estilo da intervenção. 4.6.1 Cronograma das semanas de intervenção nutricional na escola Encontro 1. Atividade Integração com os escolares 2. 3. Aplicação do questionário alimentar Aplicação do questionário alimentar 4. Implantação de horta escolar 5. Abordagem dapirâmide alimentar 6. Ênfase a nutrientes específicos de alguns alimentos e suas funções no organismo 7. Comparar as calorias de alimentos pouco e muito nutritivos 8. 10. Jogo visando avaliar os conhecimentos adquiridos pelos escolares Palestra e vídeo sobre açúcar, sal e prevenção de doenças futuras Aula de culinária 11. Massa de modelar 12. Palestra sobre lipídios e prevenção de doenças futuras 13. 14. Realização de folder educativo junto aos alunos Dia de colheita da horta e Lanche saudável 9. Descrição da atividade Diagnóstico das preferências alimentares Implantar uma horta junto com os alunos Falar sobre alimentação saudável, CHO, LIP e PROT -Fibras -CHO -PROT, LIP, gorduras, etc Cartazes com imagens de calorias, nutrientes dos alimentos listados pelos alunos Elaboração de cartazes de alimentos permitidos e proibidos Com cartaz demonstrativo dos alimentos Realização de alguma receita na cozinha Brincadeiras com massa de modelar e alimentação Cartaz demonstrativo de uma artéria obstruída; Falar sobre aterosclerose, dislipidemia, obesidade e suas complicações. Realização de folder Colher a horta e realização de lanches saudáveis 37 15. 16. Vídeos alimentação e higiene e leituras de livros. Dia da cozinha Preparação de algum alimento na cozinha 4.7 Processamento e análise de dados/estatística Para o processamento das variáveis do estudo, seráutilizado o programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20.0 Windows. Para avaliar os resultados, será considerando uma significância de 5%. Para análise das variáveis categóricas, será utilizado o teste qui-quadrado. Para as variáveis contínuas serão empregadas comparações entre médias, análise de variância e testes de correlações. 4.8 Considerações éticas Foram assegurados aos participantes da pesquisa: informações sobre os objetos da investigação, o anonimato, a privacidade, o termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos responsáveis das crianças e a liberdade para desistir da participação em qualquer momento. Os documentos do comitê de ética estão no ANEXO V. Foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). A pesquisa teve início após a devida aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul. Foi utilizado o TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que visa o sigilo dos dados que serão coletados. O TCLE foi impresso em duas vias, sendo uma via para o responsável do participante da pesquisa e outra para o pesquisador, sendo esta arquivada por um período de 05 anos, de acordo com a Resolução 466/2012, do Conselho de Ética. Os desconfortos gerados pela pesquisa estão relacionados ao fato de que o participante terá de realizar a coleta sanguínea e terá que responder a pesquisa socioeconômica, assim como seus hábitos alimentares e avaliação nutricional através de aferição de medidas como peso, altura e circunferência da cintura. A concordância ou não em participar deste estudo não implicará em qualquer modificação no tratamento do pré-adolescente, na escola. As crianças e adolescentes receberão a resposta dos exames laboratoriais e questionários alimentares, bem como serão encaminhadas caso tenha algum diagnóstico de doença. Não haverá riscos para os sujeitos de pesquisa. Seus nomes serão trocados por número e somente 38 os dados dos questionários serão utilizados individualmente para a pesquisa e também para artigo científico, mantendo sigilo de informações individuais. Foi redigido pelo menos um artigo a ser submetido a uma revista Qualis-Capes no mínimo A2, na área interdisciplinar. A intervenção será realizada 3 vezes por semana durante 4 meses, com intervenção nutricional por meio de palestras e dinâmicas em grupo, bem como exercícios físicos e intervenção com fisioterapeuta após as atividades aeróbicas. Também foram realizadas intervenções com a dentista 1 vez por semana e questionários psicológicos, mas se alguém precisar tirar alguma dúvida antes, durante ou após a intervenção, pode entrar em contato por telefone com a acadêmica do Mestrado em Promoção da Saúde ou com o Comitê de Ética da UNISC. 39 5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO ESTUDO Nº Atividades/Etapas metodológicas 1º sem. 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª Realização do projeto de pesquisa; Revisão da bibliografia; Encaminhamento ao comitê de ética; Avaliação das crianças do projeto; Início da intervenção, com aplicação dos instrumentos de coleta de dados (avaliação nutricional, bioquímica e questionário sócioeconômico); Intervenção alimentar; Levantamento dos dados; Reavaliação nos alunos da intervenção e grupo controle; Digitação dos dados em planilha eletrônica do programa estatístico SPSS for Windows; Organização, interpretação, análise e discussão dos dados coletados; Encaminhamento dos dados coletados para os órgãos de saúde e de educação que se julgar importante, com o objetivo de estabelecer estratégias para a minimização ou resolução dos problemas encontrados no estudo; Organização de produções científica e divulgação em eventos científicos; Elaboração do relatório da pesquisa; Revisão final da dissertação; Defesa da dissertação. 2013 2º sem. X x x x X x x x 2014 2º sem. 1º sem. 2015 1º sem. x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x X x x x X x x 40 6 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA A intervenção será realizada na Escola Municipal Christiano Smidt no interior de Santa Cruz do Sul. Para as medidas antropométricas como peso e altura, assim como para a aplicação dos questionários será utilizada a sala do Laboratório Lúdico do bloco 42 da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Na impossibilidade de avaliar todas as dimensões, as mesmas serão realizadas na própria escola, sendo o diretor da mesma avisado previamente. Para a coleta de dados dos questionários, dados antropométricos e exames bioquímicos da intervenção, teremos a ajuda de 2 bolsistas 20 horas do curso de Educação Física, de 2 professores do Mestrado em Promoção da Saúde, além das outras 4 mestrandas participantes da intervenção. Todas as bolsistas serão capacitadas para a ajuda da coleta. No Laboratório de Bioquímica do Exercício do bloco 42 da UNISC serão realizados os exames bioquímicos dos escolares sujeitos do estudo bem como o laboratório de bioquímica Clínica, no bloco 20 da Universidade. 41 7 ORÇAMENTO E RECURSOS MATERIAIS ESPECIFICAÇÃO Kit colesterol Kovalent Kit colesterol HDL ImmunoKovalent Calibrador HDL Kovalent Kit triglicerídeos Kovalent Kit glicose Kovalent Controle Topkon total Controle Topkon patológico Calibrador Topkal U Kit hemoglobina glicada Kovalent Calibrador Topkal hemoglobina glicada Kovalent Controle Topkon hemoglobina glicada nível 1 Hemolisante hemoglobina glicada Kovalent Tubo para coleta a vácuo com EDTA 4,5 Ml Tubo para coleta a vácuo de sangue seco com silicone- 5mL Luva de procedimento tamanho P Esparadrapo Micropore 3M Algodão hidrófilo Álcool etílico 96º GL Kit ELISA Human Insumin- Sigma Solução de sistema da probe Kovalent- 1000 mL Solução de sistema Kovalent- 1000 mL Solução pH 14 Kovalent250 mL Extran alcalino MA 0,01 5L- Merck UNIDADE CUSTEIO QUANT. FINANCIADOR Caixa Caixa 1 1 Casadinho Casadinho VALOR UNITÁRIO 50,00 900,00 VALOR TOTAL 50,00 900,00 Caixa Caixa Caixa Caixa Caixa 1 1 1 1 1 Casadinho Casadinho Casadinho Casadinho Casadinho 266,00 140,00 20,00 90,00 95,00 266,00 140,00 20,00 90,00 95,00 Caixa Caixa 1 1 Casadinho Casadinho 88,00 980,00 88,00 980,00 Caixa 1 Casadinho 277,00 277,00 Caixa 1 Casadinho 277,00 277,00 Caixa 1 Casadinho 70,00 70,00 Caixa 2 Casadinho 32,00 64,00 Caixa 2 Casadinho 30,00 60,00 Caixa 4 Casadinho 15,00 60,00 Rolo 2 Casadinho 4,50 9,00 Pacote Frasco Unidade 2 2 3 Casadinho Casadinho Casadinho 8,00 5,00 1.648,00 16,00 10,00 4.944,00 Caixa 1 PPGPS 39,00 39,00 Caixa 1 PPGPS 189,00 189,00 Caixa 2 PPGPS 35,00 70,00 Frasco 1 PPGPS 150,00 150,00 Sub-total Casadinho Sub-total PPGPS Total 8.416,00 448,00 8.864,00 42 8 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS Espera-se, com o presente estudo, identificar os possíveis efeitos da intervenção alimentar nos fatores de risco das doenças cardiovasculares, em crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade, fornecendo dados epidemiológicos das crianças, sendo útil para órgãos governamentais e escolas. Serão realizadas intervenções educativas e palestras abordando a importância da promoção da saúde, estilo de vida saudável, hábitos alimentares corretos, entre outros, para que as crianças possam mudar suas rotinas, levar para sua família os aprendizados e viver com um estilo de vida adequado e com prevenção às doenças cardiovasculares. Com a identificação dos escolares com estilo de vida inadequado, estando com sobrepeso ou obesidade, acostumados com pouca atividade física semanal e hábitos alimentares errôneos, serão realizadas intervenções mais focadas em objetivos específicos e individuais, palestras aos pais, para que possam mudar a sua rotina, em busca de uma vida saudável. 43 9 RISCOS/DIFICULDADES/LIMITAÇÕES O baixo número de crianças e adolescentes no estudo pode ser uma limitação desta intervenção, comprometendo a afirmação de seus futuros resultados. Outro risco é a grande quantidade de pesquisadores e avaliadores nas coletas de dados, que mesmo com capacitação prévia, podem ocorrer vieses na avaliação. O período de intervenção de 4 meses pode ser considerado pequeno para que se obtenha grandes resultados no tratamento da obesidade infantil. É por isso que as possíveis melhoras de hábitos alimentares e de atividade física, além dos níveis lipídicos e dos índices de composição corporal, são resultados que podem ser valorizados. Outra dificuldade seria a não adesão dos participantes, talvez por causa das coletas sanguíneas, mesmo que estas não tenham risco para a saúde. 44 REFERÊNCIAS ABEP. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Dados com base no levantamento socioeconômico. Critério de classificação econômica Brasil, 2008. Disponível em: <http: //www.abep.org/codigosguias/ criterio_brasil_2008.pdf>. Acesso em: 12 mai.2013. ABRANTES, M. M.; LAMOUNIER, J. A.; COLOSIMO, E. A. Prevalência desobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 78, n. 4, p. 335-340, jul./ago. 2002. ADJEMIAN D.; BUSTOS P.; AMIGO H. Nivel socioeconómico y estado nutricional. Un estúdio en escolares. Revista Latino-americana de Nutrição. v. 57, p. 125-129, 2007. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Dietary recommendations for children and adolescents: a guide for practitioners. Pediatrics, v. 117, p. 544-559, 2006. AMIGO, H. Obesidad em El niño em America Latina: situación, critérios de diagnóstico y desafios. Cadernos de Saúde Pública, v.19 (supl.1), p. 163-170, 2003. ANEP. Associação Nacional de Empresas de Pesquisa. Critério de Classificação Econômica. Brasil. 2008. Disponível em: <http:www.anep.org.br/mural/anep/06-2007-cceb.htm>. Acesso em: 20 jul. 2013. BALABAN, G.; SILVA G. A. P. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola da rede privada de Recife. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 77, n. 2, p. 96-100, mar./abr. 2001. BIRCH L.L.; FISHER J.O.; DAVISON K.K. Learning to overeat: maternal use of restrictive feeding practices promotes girls’ eating in the absence of hunger. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 78, p. 215-20, 2003. BOCCALETTO, E. M.; MENDES, R. T. Alimentação, atividade física e qualidade de vida dos escolares do município de Vinhedo/SP. 1 edição. Campinas: Ipês, 2009. BOFFETTA, P. et al. Fruit and Vegetable Intake and overall cancer risk in the European Prospective Investigation Into Cancer and Nutrition (EPIC). Journal of the National Cancer Institute, v. 102, n. 8, p. 529-537, 2010. BONATO, J. A. S.; PARRA, J. A. Q. Nutricionistas utilizam recursos do teatro de fantoches para transmitir educação nutricional para público infantil. Revista Nutrição, Saúde e Performance, São Paulo, n. 12, p. 24-25, ago./set., 2001. BOOG, M. C. F. et al. Utilização de vídeo como estratégia de Educação Nutricional para adolescente: “comer... o fruto ou o produto?” Revista de Nutrição, Campinas, v. 16, n. 3, p. 281-293, jul./set. 2003. BOYD, G. S. et al. Effect of obesity and high blood pressure on plasma lipid levels in children and adolescents. Pediatrics, v. 116, n. 2, p. 442-446, ago. 2005. 45 BRASIL, Adriana Reis. Crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade: avaliação da reação inflamatória através da dosagem da proteína C-reativaultra-sensível e prevalência de síndrome metabólica. 2006. 88 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006a. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003: antropometria e análise do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil. Rio de Janeiro, 260 p, 2006b. BRASIL. Protocolos do sistema de vigilância alimentar e nutricional – SISVAN na assistência à saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília – DF, 2008. BRASIL. Portaria 272 da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, Regulamento para a Terapia de Nutrição Parenteral. Brasília: Ministério da Saúde; 1998. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC nº63, de 6 de julho de 2000. Aprova o regulamento técnico para fixar requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição enteral. Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 7 de julho de 2000. Revoga a portaria nº 337 de14 de abril de 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher - PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. 300 p. BRIGGS, M.; SAFAII, S.; BEALL, D. L. Position of the American Dietetic Association, Society for Nutrition Education, and American School Food Service Association – Nutrition services: An essential component of comprehensive school health programs. Journal of the American Dietetic Association, Chicago, v. 103, n. 4, p. 505-514, 2003. CAROLI, M.; LAGRAVINESE, D. Prevention of obesity. Revista de Nutrição. v. 22, p. 2216, 2002. CARREL, A. L. et al. Improvement of Fitness, Body Composition, and Insulinm Sensitivity in Overweight Children in School-Based Exercise Program. Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, Chicago, v. 159, n. 10, p. 963-968, 2005a. CARREL, A. L. et al. Effects of nutrition education and exercise in obese children: The Hochunk youth fitness program. State Medical Society of Wisconsin, Madison, v. 104, n. 5, p. 44-47, 2005b. CASOTTI, L. et al. Consumo de alimentos e nutrição: dificuldades práticas e teóricas. Cadernos de Debate, v.6, p. 1-11, 1998. CATTANEO, A. et al. Overweigh and obesity in infants and pré-school children in the European Union: a review of existing data. Obesity Reviews, v. 11, p. 389-398, 2010. CAVALCANTE, A. A. M.; PRIORE, S. E.; FRANCESCHINI, S. C. C. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e 46 adolescentes. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 4, n. 3, p. 229- 240, jul./set. 2004. CERVATO, M. A. et al. Educação nutricional para o ensino fundamental. Revista de Nutrição, Campinas, v. 18, p. 661-667, 2005. COBIAC, L., VOS, T., VEERMAN, L. Cost- Effectiveness of Interventions to Promote Fruit and Vegetable Consumption. Plos One, v. 5, n. 11, 2010. COELHO, R. et al. Excesso de peso e obesidade. Prevenção na Escola. Acta Médica Portuguesa, v. 21, p. 341-44, 2008. COLUCCI, A. C. A.; PHILIPPI, S. T.; SLATER, B. Desenvolvimento de umquestionário de freqüência alimentar para avaliação do consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos de idade. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 7, n. 4, p. 393- 401, nov. 2004. CONTI, M. A.; FRUTUOSO, M. F. P.; GAMBARDELLA, A. M. D. Excesso de peso e insatisfação corporal em adolescentes. Revista de Nutrição, v. 18, n. 4, p. 491-497, jul./ago. 2005. COSTA, R. F.; CINTRA, I. P.; FISBERG, M. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares da cidade de Santos, SP. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 50, n. 1, p. 60-67, fev. 2006. COSTA, A., SILVA, C. Obesidade infantil – conhecimentos e comportamentos dos pais de crianças entre os 6-10 anos. Revista da Faculdade de Ciências da Saúde. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, v. 6, p. 208-217, 2009. COUNCIL ON SPORTS MEDICINE AND FITNESS AND COUNCIL ON SCHOOL HEALTH (CSMFCSH).Active healthy living: Prevention of childhood obesity through increased physical activity. Pediatrics, Elk Grove Village, v. 117, n. 5, p. 1834-1842, 2006. DE MELLO, E. et al. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, p. 173-182, 2004. DENNEY-WILSON, E. et al. Body mass index, waist circumference, and chronic disease risk factors in Australian adolescents. Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, Chicago, v. 162, n. 3, p. 566-573, june 2008. DIETZ, W. H; GORTMAKER S. Preventing obesity in children and adolescents.Annual Review of Public Health,v. 22, p. 337-53, 2001. DUARTE, Antonio Cláudio Goulart. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007. 607 p. FARIAS JÚNIOR, J.C. et al.Sensibilidade e especificidade de critérios de classificação do índice de massa corporal em adolescentes. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.43, n.1, p.53-59, 2009. 47 FERNÁNDEZ, J. R. et al. Waist circumference percentiles in nationally representative samples of african-american, European american, andmexican-american children and adolescents. The Journal of Pediatrics, v. 145, p. 439-44, 2004. FISBERG, R. M. et al. Inquéritos Alimentares: métodos e bases científicos.Baurueri: Manole, 2005. 334 p. FRANCIS, L. A. et al. Parent Overweight Predicts Daughters' Increase in BMIand Disinhibited Overeating from 5 to 13 Years.Obesity,v. 15, n. 6, p. 1544-53, 2007. FULTON, J. E. et al. Television viewing, computer use, and BMI among U.S. children and adolescents.Journal of Physical Activity and Health, v. 6, p. 28-35, 2009. GAYA, A. et al. Ciências do Movimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2008. GIBSON, L.Y. et al. The role of family and maternal factors in childhood obesity. The Medical Journal of Australia, v. 186, n.11, p.591-95, 2007. GILL, Timothy. Key issues in the prevention of obesity. British Medical Bulletin, v. 53, p.359-88, 1997. GOMES, S. et al. Obesidade em idade pré-escolar. Cedo demais para pesar demais!.Revista Científica da Ordem dos Médicos, v. 23, p. 371-78, 2010. HAETINGER, Max. Criatividade: criando arte e comportamento. 2 ed. Porto Alegre: MM Produtores Associados, 1998. HARADA, Jorge. Introdução. In: Sociedade Brasileira de Pediatria. Escola Promotora de Saúde. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2003. HEYWARD, V. H.; STOLARCZYK, L. M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: Manole, 2000. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. JEEMON, P., REDDY, K. S. Social determinants of cardiovascular disease outcomes in Indians. Indian Journal of Medical Research, v. 132, n. 5, p. 617-22, 2010. KAC, G.; SICHIERI, R.; GIGANTE, D. P. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. KAIN, J.et al. Validación y aplicación de instrumentos para evaluar intervenciones educativas em obesidade de escolares. Revista Chilena de Pediatria, Santiago, v. 72, n. 4, p. 308-318, 2001. KAVEY, R. E. W. et al. American Heart Association guidelines for primary prevention of atherosclerotic cardiovascular disease beginning in childhood. Circulation, v. 107, p. 15621566, 2003. 48 KIESS, W. et al. Clinical aspects of obesity in childhood and adolescence. Internacional Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, Seattle, v. 2, n. 1, p. 29-36, fev. 2001. KLEIN, E. G.; LYTLE, L. A.; CHEN, V. Social ecological predictors of the transition to overweight in youth: results from the teens eating for energy and nutrition at schools (Teens) study. Journal of the American Dietetic Association, Chicago, v. 108, n. 7, p. 1163-1169, julho 2008. KLEISER, C. et al. Potential determinants of obesity among children and adolescents in Germany: results from the cross-sectional Kiggs study. BMC Public Health, v. 9, n.46, 2009. KNAI, C. et al. Getting children to eat more fruit and vegetable: A systematic review. Preventive Medicine, v. 42, p.85-95, 2006. KRISTJANSDOTTIR, A. et al. Children and parentsperceptions of the determinants of children fruit and vegetable intake in a low-intake population. Public Health Nutrition, v. 12, n. 8, p.1224-1233, 2009. KURTH B.M.; SCHAFFRATH ROSÁRIO, A.The prevalence of overweight and obese children and adolescents in Germany. Results of the German Health Interview and Examination Survey for Children and Adolescents (Kiggs). Bundesgesundheitsblatt, Gesundheitsforschung, Gesundheitsschutz, v. 50, p. 736-43, 2007. LAMAS, R. P.; LORENZO, T. D. Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes em Cuba. In: FISBERG, Mauro. Atualização em obesidade na infância e na adolescência. São Paulo: Atheneu,2003, p. 199-204. LANES, K. G. et al. Sobrepeso e obesidade: implicações e alternativas no contexto escolar. Revista Ciências e Ideias, Rio de Janeiro, v. 3, n 1, p. 1-18, 2011. LAVADO, Susana Margarida. A implementação das intenções no consumo de fruta e vegetais em adolescentes: o efeito dos pais. 2009. Dissertação (Mestrado em Psicologia)Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação; Universidade de Lisboa, 2009. LLARGUES, E. et al. Assessment of a school-based intervention in eating habits and physical activity n school children: the AVall study. Journal of Epidemiology and Community Health, v. 65, n. 10, p. 896- 901, 2011. LIMBERS, C. A., TURNER, E.A., VARNI, J.W.Promoting health lifestyles: Behavior modification and motivational interviewing in the treatment of childhood obesity. Journal of Clinical Lipidology, v. 2, p. 169-178, 2008. LOBSTEIN, T.; BAUR, L.; UAUY, R. Obesity in children and young people: a crisis in public health. Obesity Reviews, v.5 (1 Suppl), p. 4-85, 2004. LUIZ, A. M. et al. Depressão, ansiedade e competência social em crianças obesas. Estudos de Psicologia, v. 10, n.1, p.35-39, 2005. MAGALHÃES, M. E. C. et al. Prevenção da hipertensão arterial: para quem e quando começar? Revista Brasileira de Hipertensão, v. 17, n. 2, p. 93-97, 2010. 49 MAJEM, L.S.; BARTRINA J.A. Obesidad Infantil y Juvenil. Barcelona: Estudio en kid, 2004. MARQUES-VIDAL, P. et al. Changes of overweight and obesity in the adult Swiss population according to educational level, from 1992 to 2007. BMC Public Health, v. 10, p. 87, 2010. MELLO, E. D.; LUFT, V. C.; MEYER, F. Atendimento ambulatorial individualizado versus programa de educação em grupo: qual oferece mais mudança de hábitos alimentares e de atividade física em crianças obesas? Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n. 6, p. 468478, nov./dez. 2004a. MELLO, E. D.; LUFT, V. C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n. 3, p. 173-182, mai./jun. 2004b. MISRA, A., KHURANA, L. Obesity and the metabolic syndrome in developing countries. The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, v. 93, p. 9-30, 2008. MONDINI, L. et al. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil.Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 8, p. 1825-1834, ago. 2007. MONTEIRO C.A. et al. Da nutrição para a obesidade: a transição nutricional no Brasil: in Monteiro C.A. Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e de suas doenças. São Paulo: USP; p. 247-255, 1995. NANDI, B. K.; BHATTACHARJEE, L. Why fruits and vegetable? Their contribution to improving nutrition in developing countries”. 2011. Disponível em: <ftp://ftp.fao.org/es/esn/food/FFVNutrition2.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2013. NOVAES, J. F.; FRANCESCHINI, S. C. C.; PRIORE, S. E. Obesidade infantil: um distúrbio nutricional em ascensão no mundo moderno. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 59-75, abr. 2007. NOVAES, J. F.et al. Fatores associados à obesidade na infância e adolescência. Nutrição Brasil, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 29-38, 2003. NSW CENTRE FOR PUBLIC HEALTH NUTRITION. Best options for promoting healthy weight and preventing weight gain in NSW. New South Wales: University of Sidney, 2005. OLIVEIRA, C. L. et al. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência. Revista de Nutrição, Campinas, v. 17, n. 2, p. 237-245, abr./jun. 2004. OLIVEIRA, C.L.; FISBERG, M. Obesidade na infância adolescência- uma verdadeira epidemia. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, v. 47, n. 2, abr. 2003. OLIVERIA S.A. et al. Parent-child relationships in nutrient intake: the Framingham Children’s Study. The American Journal of Clinical Nutrition, v.6, p. 593-98, 1992. 50 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Physical Status: The use and interpretation of anthropometry. Geneva: OMS, 1995. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Índice de massa corpórea. 2002. Disponível em:< http://www.who.int/nutrition/publications/manage_severe_malnutrition_por.pdf>. Acesso em: 18maio 2013. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Doenças Crônico degenerativas e obesidade: Estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília: 2003. ORTEGA, F. B. et al. Physical fitness in childhood and adolescence: a powerfulmarker of health. Internacional Journal of Obesity, Basingstoke, v. 32, n. 1, p. 1-11, jan. 2008. OYHENART, E.E. et al. Socioenvironmental conditions and nutritional status in urban and rural school children. American Journal of Human Biology, v. 20, p. 399-405, 2008. PARIZZI, Márcia Rocha. Adesão ao tratamento de crianças e adolescentes obesosatendidos no ambulatório do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais – HC/UFMG. 2004. 120 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004. PATRICK H.; NICKLAS T.A. A Review of Family and Social Determinants of Children's Eating Patterns and Diet Quality. Journal of the American College of Nutrition, v. 24, n. 2, p. 83-92, 2005. PORTUGAL. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde. Plataforma Contra a ObesidadeObesidade Infantil – conselhos para os pais, 2009. Disponível em: <http://www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt/PresentationLayer/conteudo.aspx?menuid=1 67&exmenuid=-1>. Acesso em 28-03-2013. PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DO SUL-RS. 2012. Disponível em: <http://www.santacruz.rs.gov.br/index.php?acao=areas&areas_id=19&acao2=conteudo&men us_site_id=209>. Acessoem: 24 jun.2013. RAMPERSAUD, G. C. et al. Breakfast habits, nutritional status, bodyweight, and academic performance in children and adolescents.Journal of the American Dietetic Association, Chicago, v. 105, n. 5, p. 743-760, maio 2005. REUTER, E.et al. Obesidade e hipertensão arterial em escolares de Santa Cruz do Sul – RS, Brasil. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 58, n. 6, p. 666-672, 2012. RIBEIRO, R. Q. C. et al. Fatores adicionais de risco cardiovascular ao excesso de peso em crianças e adolescentes. O Estudo do Coração de Belo Horizonte. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 86, n. 6, jun. 2006. RIQUE, A. B. R.; SOARES, E. A.; MEIRELLES, C. M. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Revista Brasileira de Medicina e Esporte, v. 8, n. 6, p. 244-254, nov./dez. 2002. 51 ROBILLARD, J. E., SEGAR, J. L. Influence of Early Life Events on Health and Diseases.Transactions of the American Clinical and Climatological Association, v. 117, p. 313–320, 2006. ROSSETTI, Márcia Braz. Impacto de um programa de atividade física na cardioproteção de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade. 2008. 115 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008. ROSSI, C. E; VASCONCELOS, F. A. Birth weight and obesity in children and adolescents: a systematic review. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 13, p. 246-58, 2010. SAVAGE, J. S. et al. Plausible reports of energy intake may predict body mass index in preadolescent girls.Journal of the American Dietetic Association, Chicago, v. 108, n. 1, p. 131135, jan. 2008. SCHWARTZ, Marlene.The influence of a verbal prompt on school lunch fruit consumption: a pilot study. Internacional Journal of Behavioral Nutrition and Phsycal Activity, v. 4, n. 6, 2007. SINAIKO, Alan. Obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica. Jornal de Pediatria, v. 83, n. 1, p. 3-5, jan./fev. 2007. SINAIKO, A. R. et al. Relation of Body Mass Index and Insulin Resistance to Cardiovascular Risk Factors, Inflammatory Factors, and Oxidative Stress During Adolescence. Circulation, v. 111, p. 1985-1991, abr. 2005. SINGH, G. K. et al. Racial/ethnic, socioeconomic, and behavioral determinants of childhood and adolescent obesity in the United States: analyzing independent and joint associations. Annals of Epidemiology, v. 18, p. 682-95, 2008. SLATER, B. et al. Validação de Questionários de Frequência Alimentar – QFA:considerações metodológicas. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 6, n. 3, p. 200- 208, set 2003. SOAR, C.; VASCONCELOS, F.A.G.; ASSIS, M.A.A. A relação cintura quadril e o perímetro da cintura associados ao índice de massa corporal em estudos com escolares. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, n.6, p. 1609-16, 2004. SOTELO, Y. O. M.; COLUGNATI, F. A. B.; TADDEI, J. A. A. C. Prevalência de sobrepeso e obesidade entre escolares da rede pública segundo três critérios diagnósticos antropométricos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 233-240, jan./fev. 2004. STARC, G., STREL, J. Tracking excess weight and obesity from childhood to young adulthood: a 12-year prospective cohort study in Slovenia. Public Health Nutrition, v. 15, p. 1-7, 2011. STEWART, L. Childhood obesity. Elsevier, v. 39, n. 1, p .42-44, 2010. 52 SUÑÉ, F. R. et al. Prevalência e fatores associados para sobrepeso e obesidade em escolares de uma cidade no Sul do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 1361-1371, jun. 2007. SUNG, R. Y. T. et al. Effects of dietary intervention and strength training on blood lipid level in obese children. Archives of Disease in Childhood, London, v. 86, n. 6, p. 407-410, 2002. TIRAPEGUI, J. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. São Paulo: Atheneu, 2000. TANNER, James Mourilyan. Foetus intro men: physical growth from conception to maturity. 2. ed. London: Castlemead Publications, 1989. VALVERDE, M. A.; PATIN, R. V. Aconselhamento Dietético e mudança de comportamento. In: FISBERG, Mauro. Atualização em obesidade na infância e na adolescência. Prevenção da obesidade em crianças e adolescentes em Cuba. São Paulo: Atheneu, p. 69- 78, 2003. VENTURA, A.K.; BIRCH, L.L. Does parenting affect children's eating and weight status?International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 5, p.15-50, 2008. VIANA, V.et al. Comportamento Alimentar em Crianças e Controlo Parental: Uma Revisão Bibliográfica. Alimentação Humana, v. 15, n.1, p. 9-16, 2009. VIANA, V.; SINDE, S. Comportamento alimentar em crianças: Estudo de validação de um questionário numa amostra portuguesa (CEBQ). Análise Psicológica, v. 1, p. 111-120, 2008. VILLARES, S. M. F.; RIBEIRO, M. M.; SILVA, A. G.. Obesidade infantil e exercício. Revista da Abeso, v. 13, n. 13, p. 1-5, 2003. VITOLO, M. R. et al. Some risk factors associated with overweight, stunting and wasting among children under 5 years old. Jornal de Pediatria, v. 84, p. 251-7, 2008. VIUNISKY, Nataniel. Obesidade infantil: um guia prático para profissionais da saúde. Rio de Janeiro: EPUB, 1999. WHO. Lisbon Workshop on fruit and vegetable promotion in Portuguese speaking countriesReport of a Joint Workshop. 2005. Disponívelem http://www.who.int/dietphysicalactivity/relatorio%20do%20wkshop%20de%20Lisboa%20we b.pdf. Acesso em: 1 abr. 2013. WORLD HEALTH ORGANIZATION.Physical status: The use and Interpretation of Anthropometry. Geneva: WHO, 1995. WUNSCH, R. et al. Intima-media thickness in obese children before and after weight loss. Pediatrics, Elk Grove Village, v. 118, n. 6, p. 2334-2340, dez. 2006. 53 CAPÍTULO II RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO 54 Contexto da pesquisa A dissertação do Programa de Pós Graduação Mestrado em Promoção da Saúde finalizou com dois artigos, titulados “Inadequação no consumo de nutrientes entre escolares com sobrepeso e obesidade em uma intervenção interdisciplinar” e “Consumo de macronutrientes e perfil lipídico de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade: efeitos de intervenção interdisciplinar nos fatores de risco cardiovascular”. Coleta de dados e intervenção As coletas de avaliação antropométricas, análises sanguíneas, testes físicos, questionários entre outros aconteceu na UNISC, envolvendo diversos alunos, mestrandos e professores. Para avaliar o sobrepeso e obesidade nos escolares no início da pesquisa, realizamos uma pesquisa com avaliações antropométricas nos escolares para encontrar o n amostral. Para o grupo controle, foram escolhidas 2 escolas do meio rural. Durante a intervenção, os mestrandos ficavam também durante o almoço na escola, em que geralmente eram oferecidos verduras e legumes frescos e muitas vezes a carne era substituída por salsicha, que é industrializada e não substitui a proteína. Não eram servidos líquidos e quando tinham sobremesas, geralmente era fruta. A alimentação escolar muitas vezes não foi saudável, com biscoitos água e sal, leites com muito açúcar, pão branco, bolachas de mel ou cachorro-quente. Na intervenção nutricional, foram realizadas palestras educativas, teatros, distribuição de folders junto aos alunos, aulas de culinária saudável na cozinha da escola, visualização de filmes, jogos educativos, brincadeiras com massa de modelar, entre outras atividades; todas com caráter lúdico. No entanto, uma das limitações do nosso estudo foi o fato do questionário aplicado ser auto-relatado, sendo que as respostas referidas pelas crianças podem não condizer com a realidade. Outro aspecto é que os pais não contribuíram para a melhor evolução da intervenção, sendo que houve 3 tentativas de reuniões em horários diversos, na tentativa de estimulá-los na melhora do consumo alimentar no ambiente domiciliar e da saúde de seus filhos, e menos de 50% compareceram. Alguns pais também mandavam lanches extras para os filhos, geralmente lanches não saudáveis, como bolos e sanduíches. O número baixo de sujeitos da amostra também limitou o estudo, bem como o tempo de intervenção (4 meses), podendo ser insuficiente para a verificação de resultados mais significativos. Não houve 55 controle supervisionado da alimentação das crianças no dia-a-dia (fora da escola), o que pode ter explicado a não significância de alguns indicadores do estudo, mesmo que sempre tentávamos incentivar os escolares para uma alimentação correta. 56 CAPÍTULO III ARTIGOS 57 ARTIGO I Consumo de macronutrientes e perfil lipídico de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade: efeitos de intervenção interdisciplinar nos fatores de risco cardiovascular *Elaborado conforme as normas da revista Anais da Academia Brasileira de Ciências. Qualis Capes: A1 Área: Interdisciplinar 58 Consumo de macronutrientes e perfil lipídico de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade: efeitos de intervenção interdisciplinar nos fatores de risco cardiovascular Júlia Andressa Weigela, Silvia Isabel Rech Frankeb, Patrícia Molza, Luciana Tornquista, Miria Suzana Burgosc a Mestranda, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS; b Doutora em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil, coordenadora adjunta do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS; c Doutora em Ciências de La Educacion pela Universidad Pontífica de Salomanca (UPS), Espanha e Doutora em Motricidade Humana pela Universidade Técnica de Lisboa, Portugal, coordenadora do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS. Palavras-chave: Adolescente; criança; doenças cardiovasculares; fatores de risco; nutrientes; obesidade Título simplificado- Consumo de macronutrientes e perfil lipídico Área da Saúde Endereço para correspondência: Nome: Miria Suzana Burgos 59 Endereço: Avenida Independência, 2293, Santa Cruz do Sul- RS. CEP: 96815-900 Bloco 42Sala 4206, Mestrado em Promoção da Saúde Telefone: 51 96727170 Email: [email protected] 60 2. Abstract Objective: To compare the consumption of macronutrients and lipid profile of children with overweight and obesity before and after an interdisciplinary intervention (exercise, eating habits, postural orientation and oral health). Method: A quasi-experimental study was carried on typified by 9 to 17 year- old overweighted and obeseschool children, according to the World Health Organization criteria. Totalled 40 students paired by sex and age, being: Experimental group (n =17); control group (n = 23). It was determined before and after 4 months of interdisciplinary intervention (three times weekly), anthropometric measurements, dietary questionnaires and blood tests. The control group did not participate in the intervention. The analysis included descriptive analysis of frequency, Student t test and paired t-test, considering significant level of p = 0.05. Results: The intervention group improved relatevely, there was a decrease in total cholesterol and waist circumference and increased HDL cholesterol in both genders. In addition to these differences, there was a decrease in the percentage off at, triglycerides and LDL cholesterol, but only in male gender. Protein and lipid were adequate in two stages. Bodymass index (BMI) in the intervention group increased, not significantly; however, there was weight gain in male control group and decreased body fat percentage. Conclusion: Adequate PTN and LIP intake by the school hás been seen in both periods and there was a decrease in the lipid profile of TC and waist circumference and increased HDL cholesterol in both genders. The interdisciplinary Project was effective improving various parameters, showing the importance of intervention with children and adolescents with overweight and obesity. Keywords: Adolescents; child; cardiovascular diseases; risk factors; nutrients; obesity. 61 3. Introdução A obesidade na infância cresceu em duas vezes nos últimos 15 anos em diversos locais do mundo. Tal fato se associa com uma tendência de aumento nos casos de diabete tipo 2 e doenças cardiovasculares (DCV) nas primeiras fases da vida (Chinn and Rona 2001). O fator de risco cardiovascular mais identificado em crianças brasileiras é o excesso de peso (Mondini et al. 2007; Costa et al. 2006). A associação entre fatores de risco genéticos e comportamentais são algumas das causas das doenças cardiovasculares, que podem iniciar enquanto criança (Falaschetti et al. 2010; Camhi and Katzmarzyk 2010; Santos et al. 2008). Diversos são os fatores de risco para as DCV, mas destacam-se hereditariedade, obesidade, tabagismo, inatividade física, dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes, insulinemia e sexo (Liu et al. 2010). Ainda, na infância, deveriam ser modificados diversos fatores de risco para as DCV com vistas à diminuição da morbidade e da mortalidade cardiovascular na fase adulta (Molina et al. 2010). É sugerido que a intervenção seja iniciada na infância ou adolescência, pois diminuiriam as possíveis doenças associadas à obesidade, quando comparado à intervenção na idade adulta (Oliveira et al. 2010). Normalmente, crianças não possuem associações de mais de um fator de risco para DCV, mas estudos recentes têm mostrado uma relação significativa entre a insulina de jejum, anormalidades lipídicas, distúrbios de pressão arterial e sobrepeso (Weiss et al. 2004; Ferreira et al. 2007). Tem sido observado, como hábito alimentar comum entre os adolescentes, a substituição das principais refeições por lanches hipercalóricos, ricos em açúcar, carboidratos refinados e gordura saturada e poucas frutas e hortaliças, sendo adotadas, inclusive, dietas monótonas, modismos alimentares, ou a omissão de refeições (Slattery 2008). 62 A dieta ideal para escolares é a combinação do tipo de alimento consumido com sua quantidade e proporção, pois avaliar grupos de alimentos demonstra mais o hábito alimentar de uma população (Kac et al. 2007). Além disso, a qualidade do consumo alimentar pode auxiliar na relação entre alimentação e risco de doenças crônicas, principalmente, estas estando associadas à característica da dieta (Kac et al. 2007). A combinação de hábitos alimentares inadequados, estilo de vida sedentário e possível predisposição genética podem desenvolver a obesidade na população jovem, podendo a prática regular de atividade física diminuir as chances do surgimento desta condição. Exercícios físicos beneficiam na prevenção e tratamento do diabetes, da obesidade, da síndrome metabólica (Weiss et al. 2004), do perfil lipídico (Chen et al. 2006; Leite et al. 2009) e da qualidade de vida relacionada à saúde de escolares com obesidade (Fullerton et al. 2007). Além disso, os escolares já possuem algum conhecimento de que a concomitante orientação nutricional, acompanhada de exercícios físicos, auxilia na prevenção da obesidade (Leite et al. 2009; Sabiá et al. 2004). Estudo encontrou melhoras com exercício físico, atividades recreativas e orientação nutricional nos componentes da síndrome metabólica (Monzavi et al. 2006) e outra pesquisa, no índice de massa corporal de crianças obesas (Alves et al. 2008). O objetivo deste estudo foi verificar o consumo de macronutrientes e perfil lipídico nos fatores de risco das DCV, em crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade de 9 a 17 anos, em intervenção interdisciplinar (nutrição e exercício físico). 63 4. Materiais e Método Este estudo de intervenção interdisciplinar faz parte de um projeto maior intitulado “Obesidade em escolares da educação básica: um estudo de intervenção interdisciplinar”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul (RS), com registro de aprovação de nº 453.828. Os responsáveis receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ao início da pesquisa. Constituiu-se em um estudo quase-experimental, em que as crianças de ambos os sexos com sobrepeso e obesidade de 9 a 17 anos foram alocadas em dois grupos: intervenção e controle, sendo que este último não recebeu atividades de exercícios físicos e de orientação nutricional. Os grupos eram de escolas distintas, pareadas, mas de características semelhantes entre si. A intervenção aconteceu de agosto a dezembro de 2013, em uma escola rural de Santa Cruz do Sul-RS, com 17 escolares neste grupo. Já, o grupo controle foi constituído de outras duas escolas do meio rural, somando 23 alunos de características semelhantes, totalizando assim 40 sujeitos de pesquisa. Para calcular o tamanho amostral, foi utilizado o programa G*Power, considerando um poder de teste de 0,8, um efeito de 0,30 e um nível de significância de 95%. Assim sendo, sugere-se a necessidade de, no mínimo, 12 sujeitos para o grupo experimental e 12 sujeitos para o grupo controle. Em estudo em Florianópolis-SC, o número amostral de crianças e adolescentes na intervenção foi semelhante (Poeta et al. 2013a). Os escolares do grupo intervenção e controle foram submetidos, ao início da pesquisa, às coletas de avaliações antropométricas, aplicação do questionário dos hábitos alimentares, socioeconômico e avaliação sanguínea. Foi proposto aos escolares do grupo intervenção, uma intervenção interdisciplinar durante quatro meses consecutivos, três vezes por semana, em que foram realizados exercícios físicos de intensidade moderada à intensa, no ginásio e campo da 64 escola, reeducação postural, orientação nutricional e educação bucal, aplicadas em uma sala de aula. Os exercícios físicos duravam 1 hora e 30 minutos, com 30 minutos de exercícios para reeducação postural e 15 minutos de orientação nutricional, saúde bucal e estilo de vida ativo e saudável. Nas atividades de reeducação alimentar foram realizadas palestras educativas, teatros, realização de folders junto aos alunos, aulas de culinária saudável na cozinha da escola, visualização de filmes, jogos educativos, brincadeiras com massa de modelar, implantação de uma horta frutífera, entre outras atividades, todas de caráter lúdico. Também participou da intervenção uma profissional da Odontologia. A avaliação do consumo alimentar usual foi estimada pelo método Recordatório alimentar de 24 horas (R24h) (Fisberg et al. 2005), aplicado em 2 dias não consecutivos na primeira semana da intervenção, sendo na sexta-feira e no domingo, bem como na última semana da intervenção. Na avaliação das dietas dos alunos foi utilizado o software AVANUTRI® versão 4.1. O percentual da composição energética usual fornecidas por carboidratos (CHO), proteínas (PTN) e lipídeos (LIP) e os percentis das distribuições de ingestão foram estimados através da extensão do método desenvolvido pelo Nacional Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, para modelo bivariado (Freedman et al. 2010). Já, os macronutrientes foram avaliados e comparados com a AMDR (Acceptable Macronutrient Distribution Range). Para verificar o estado nutricional, foi utilizado o índice de massa corporal (IMC: kg/m2), a partir das medidas antropométricas de peso (Kg) e altura (m). A classificação do estado nutricional foi verificada por escore Z, utilizando os dados da WHO (2007), como padrão de referência, sendo utilizados os indicadores de IMC por idade, para meninos e meninas, respectivamente. O perímetro da cintura foi aferido por meio de fita métrica com resolução de 1mm, tendo como ponto de referência a parte mais estreita localizada entre as 65 costelas e a crista ilíaca do quadril, classificada em normal (p≤75), obesidade (p>75), conforme sexo e idade (Fernandez et al. 2004). A avaliação do percentual de gordura será realizada através da equação de Slaughteret al. 1988, citado por Heyward and Stolarczyk 2000, com a utilização das dobras tricipital e subescapular, aferidas através do Compasso de Lange. A mensuração da estatura consistiu-se por meio de estadiômetro fixo em parede plana em 90º graus com o chão, com os escolares eretos, descalços, com pés unidos e em paralelo. O peso foi obtido através de balança digital portátil (Filizola), com precisão de 100 gramas aferida antes das medições e tendo capacidade para 150 quilos. As crianças e adolescentes estavam descalços, em posição ortostática e sem boné (Farias et al. 2009). Medições bioquímicas Os participantes receberam a indicação de jejuar por 12 horas antes da coleta de sangue da veia braquial (10 mL), realizada por profissional devidamente capacitado, no laboratório de Bioquímica do Exercício da UNISC. Após a coleta de sangue, foi servido aos escolares um lanche saudável, fornecido pela equipe do projeto. As concentrações de colesterol total, HDL e LDL, glicose e triglicerídeos foram avaliados através de amostra de soro, no equipamento automatizado Miura One (I.S.E., Rome, Italy), utilizando kits comerciais DiaSys (DiaSys Diagnostic Systems, Germany). Análise estatística Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20.0 for Windows (IBM, Armonk, NY, USA), 66 considerando-se o intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%. Para analisar as médias dos grupos sobre o consumo de energia foi utilizado o Teste t pareado. Também foi utilizada a análise descritiva de frequência e Teste t de student. 67 5. Resultados A caracterização da amostra estudada está descrita nas tabelas 1 e 2. A população de estudo foi composta de 40 escolares, sendo 14 do sexo feminino e 9 do sexo masculino no grupo controle e 8 do sexo feminino e 9 do sexo masculino no grupo intervenção. Destacamse os fatos de que os grupos são de escolas diferentes e ambas são do meio rural. A intervenção ocorreu no horário inverso ao das aulas e a idade média dos entrevistados dos dois grupos foi de 11 anos (DP=1,14 anos), o que mostra que eram parecidos entre si. Na avaliação do consumo de calorias da dieta do sexo masculino (Tabela 1), nota-se diferença significativa no grupo intervenção, que passou do consumo de 2090,32 kcal para 1317,52 kcal (p<0,001); entretanto, o peso e estatura aumentaram durante as 16 semanas. Contudo, o percentual de gordura e circunferência da cintura diminuíram, não sendo estas diferenças significativas. O consumo de CHO e LIP da dieta usual do grupo intervenção reduziram, mas somente CHO (p=0,016) teve alteração significativa. Já, a PTN aumentou o percentual de consumo, de 18,65% para 22,50% (p=0,007). Dentre os resultados dos exames bioquímicos, foi observado um aumento significativo nos níveis de colesterol HDL, que passou de 44,35 mg/dL para 48,83 mg/dL (p=0,005). Quanto ao grupo controle masculino, foram observadas diferenças significativas nos níveis de colesterol total (CT) (p=0,031) e de colesterol LDL (p=0,032), após as 16 semanas de intervenção. 68 Tabela 1 Características dos indivíduos estudados do sexo masculino divididos por grupo (𝑛= 18). Variável Grupo Controle (Média ± DP) Tempo 0 Tempo 16 Semanas Semanas 56,78±19,80 58,23±18,51 156,29±17,49 157,38±16,38 23,01±4,46 22,90±4,28 75,67±12,88 76,17±16,12 22,66±8,36 20,23±8,64 Peso (kg) Estatura (cm) IMC (kg/m²) CC (cm) %G Consumo de 1817,41±456,94 2094,05±836,79 Calorias (kcal) Consumo de 52,35±12,14 55,57±10,82 CHO (%) Consumo de 18,21±5,41 16,87±6,84 PTN (%) Consumo de 29,44±8,57 27,56±4,84 LIP (%) Glicose 83,00±5,06 83,00±7,56 (mg/dL) Triglicerídeos 55,17±24,41 47,67±24,05 (mg/dL) CT (mg/dL) 176,83±48,31 141,83±38,02 HDL-CT 46,88±3,98 46,78±7,01 (mg/dL) LDL-CT 100,67±44,99 78,30±24,32 (mg/dL) p 0,427 0,438 0,478 0,467 0,245 Grupo Intervenção (Média ± DP) Tempo 0 Tempo 16 semanas Semanas 56,21±16,00 57,83±17,94 148,58±12,69 149,67±12,74 24,71±4,62 25,39±5,30 78,58±10,33 76,50±10,18 28,26±11,32 27,26±9,03 p 0,409 0,418 0,371 0,312 0,407 0,163 2090,32±403,98 1317,52±344,19 < 0,001 0,300 50,52±8,77 46,83±14,94 0,016 0,278 18,65±4,62 22,50±6,65 0,007 0,444 30,83±6,27 30,67±9,23 0,275 0,500 78,25±5,34 81,42±7,93 0,132 0,228 65,25±31,83 52,58±31,72 0,170 0,031 149,83±29,08 137,50±35,77 0,182 0,483 44,35±4,85 48,83±2,72 0,005 0,032 82,92±24,02 78,25±31,31 0,343 Grupo Controle: masculino (n=9); Grupo Intervenção: masculino (n=9); DP: Desvio padrão; p: nível de significância para p≤0,05; CC: circunferência da cintura; %G: percentual de gordura; CT: colesterol total. Na avaliação do consumo de calorias da dieta do sexo feminino (Tabela 2), nota-se diferença significativa no grupo intervenção, que passou do consumo de 2146,54 kcal para 1090,88 kcal (p<0,001); entretanto, o peso, altura e percentual de gordura aumentaram com as 16 semanas, e a circunferência da cintura diminuiu, mas estas diferenças não foram significativas. No consumo dos macronutrientes, somente o CHO da dieta usual do grupo intervenção baixou a percentagem (p=0,019). Já, os LIP e PTN aumentaram o percentual de consumo, sendo o LIP de 31,84% para 34,20% (p=0,007) e a PTN de 16,19% para 21,06% (p=0,05), sendo significativos. Nos exames bioquímicos do grupo controle feminino, somente existem mudanças significativas no colesterol HDL (p=0,040) e no CT (p=0,001). 69 Tabela 2 Características dos indivíduos estudados do sexo feminino divididos por grupo (𝑛= 22). Variável Peso (kg) Estatura (cm) IMC (kg/m²) CC (cm) %G Consumo de Calorias (kcal) Consumo de CHO (%) Consumo de PTN (%) Consumo de LIP (%) Glicose (mg/dL) Triglicerídeos (mg/dL) CT (mg/dL) HDL-CT (mg/dL) LDL-CT (mg/dL) Grupo Controle (Média ± DP) Tempo 0 Tempo 16 semanas semanas 57,05±17,64 57,69±16,51 152,59±12,14 152,88±11,47 23,91±4,25 24,10±3,96 74,76±9,78 75,45±10,96 25,40±5,60 24,95±4,87 p 0,456 0,471 0,446 0,424 0,401 Grupo Intervenção (Média ± DP) Tempo 0 Tempo 16 semanas semanas 57,78±17,99 60,03±18,34 148,63±14,27 149,67±13,68 25,53±4,65 26,11±4,73 76,25±10,97 74,50±10,82 25,41±5,37 27,57±5,51 p 0,382 0,428 0,383 0,349 0,055 1724,90±719,68 1721,75±819,45 0,495 2146,54±951,33 1090,88±486,16 < 0,001 48,53±7,41 50,37±13,52 0,334 51,97±7,77 44,74±10,96 0,019 18,08±4,62 18,71±4,28 0,443 16,19±3,15 21,06±3,66 0,050 33,39±7,29 30,92±10,61 0,487 31,84±6,46 34,20±8,11 0,007 81,53±9,39 82,20±7,59 0,413 76,75±4,96 79,25±5,43 0,126 63,76±40,94 60,06±30,56 0,386 54,25±26,39 62,50±30,42 0,243 194,24±58,07 141,31±25,28 0,001 136,58±23,29 135,92±23,57 0,472 44,28±7,00 40,98±4,77 0,040 42,26±6,99 45,33±7,70 0,158 120,47±59,16 88,40±22,36 0,029 71,83±16,85 78,17±20,38 0,208 Grupo Controle: feminino (n=14); Grupo Intervenção: feminino (n=8); DP: Desvio padrão; p: nível de significância para p≤0,05; CC: circunferência da cintura; %G: percentual de gordura; CT: colesterol total. Na figura 1, comparam-se ambos os grupos e sexo, após a intervenção, de acordo com a variação (delta). Com relação às avaliações antropométricas, houve diferença estatisticamente significativa na comparação da estatura do sexo feminino do grupo intervenção (p=0,038). Já, nas avaliações bioquímicas (figura 2), o sexo feminino do grupo controle foi significativo na comparação do colesterol total (p=0,0018), LDL (p=0,022) e HDL (p=0,003). Na composição da dieta (figura 3), calorias e proteínas foram significativas em ambos os sexos do grupo intervenção, sendo as calorias do sexo masculino e feminino (p=0,002). Nas proteínas, o sexo masculino teve significância de p=0,002 e o feminino de p=0,001. Já o carboidrato foi significativo somente no sexo feminino (p=0,03). 70 Peso Estatura IMC Circunferência da cintura Percentual de Gordura Intervenção fem * Controle fem Intervenção masc Controle masc -10 0 10 Variação (%) Figura 1. Variação do ganho de peso, estatura, IMC, circunferência da cintura e percentual de gordura, entre os grupos controle e intervenção divididos por sexo; *: nível de significância ≤0,05. A comparação estatística foi realizada utilizando o teste t de Student. Glicemia (mg/dL) Triglicerídeos Colesterol Total HDL-CT LDL-CT CT/HDL Intervenção fem Controle fem * * * Intervenção masc Controle masc -20 0 20 Variação (%) Figura 2. Variação dosníveis de glicemia, triglicerídeos, colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL e razão CT/HDL, entre os grupos controle e intervenção divididos por sexo; *: nível de significância ≤0,05. A comparação estatística foi realizada utilizando o teste t de Student. 71 * Intervenção fem Carboidratos (%) Proteínas (%) Lipídios (%) Calorias (%) * * Controle fem * Intervenção m asc * Controle m asc -60 -40 -20 0 20 40 60 Variação (%) Figura 3. Variação da ingestão de carboidratos, proteínas, lipídios e calorias, entre os grupos controle e intervenção divididos por sexo; *: nível de significância ≤0,05. A comparação estatística foi realizada utilizando o teste t de Student. 72 6. Discussão A alimentação saudável constitui-se no equilíbrio do consumo de carboidratos, proteínas e lipídeos. É essencial essa combinação para que sejam evitados distúrbios nutricionais e para a garantia do crescimento e o desenvolvimento da criança (Rodriguez 2005; Skinner et al. 2002; Valmorbida and Vitolo 2014). No consumo de macronutrientes, os carboidratos dos escolares tiveram diminuição com as 16 semanas, ficando com ingestão adequada. Já, a PTN teve aumento nas 16 semanas, mas continuou com adequação segundo o recomendado. Este resultado condiz com a pesquisa realizada em Pelotas-RS, com 799 crianças até 6 anos de idade (Bonotto et al 2012). O consumo de PTN se relaciona com a ingestão energética, pois quando o consumo de energia está inadequado, as PTN são utilizadas para suprir a necessidade (Marchini et al. 1993; Amaral et al. 1996). No nosso estudo, percebeu-se que os valores de CT e colesterol LDL diminuíram no grupo intervenção, exceto o colesterol LDL nas meninas, que aumentou. Já, para o colesterol HDL, não foi significativo o aumento no sexo feminino, e nos meninos foi significativo o aumento (p=0,005). Em estudo observacional com um grupo de crianças submetidas à dieta e exercício, foi verificada queda do CT, colesterol LDL, mas não houve aumento significativo do colesterol HDL, o que se assemelha com nossos resultados (Korsten-Reck et al. 2005). Estudo em São Paulo com 50 crianças obesas mostrou que intervenção com exercícios físicos melhora o HDL (+10,4%; p<0,01) (Parente et al. 2006), estando de acordo com nossos resultados. Os exercícios físicos utilizados na intervenção foram de caráter lúdico e menos desportivos, pois esse tipo de atividade, somado com a orientação nutricional, possui efeitos positivos em crianças obesas, juntamente com o tratamento convencional (acompanhamento, tratamento e aconselhamento médico). Outro estudo, com 12 semanas de exercícios físicos e 73 orientação nutricional, mostrou efeitos benéficos, com reduções significativas no IMC, CT, triglicerídeos e níveis de glicose em crianças obesas (Monzavi et al. 2006), diferindo do nosso estudo, em que as alterações não foram significativas. No presente estudo, ao final do programa, não foram encontradas melhoras significativas no colesterol HDL (no sexo feminino), nos níveis de triglicerídeos, na glicemia de jejum e na circunferência da cintura. Outros estudos também não encontraram efeitos nos níveis de triglicérides (Poeta et al. 2013b) e na glicose (Leite et al. 2009; Poeta et al. 2013b) após a intervenção de exercícios físicos acompanhado de orientação nutricional, confirmando nossos achados. Foi encontrada redução na circunferência da cintura e no percentual de gordura, após intervenção de seis meses, com atividade física e orientação nutricional, em crianças obesas da Itália (Reinehr et al. 2010). Esta resposta se assemelha com nossos achados, em que houve redução da circunferência da cintura, em ambos os sexos do grupo intervenção, e do percentual de gordura, somente no sexo masculino do grupo intervenção, mas no nosso estudo não foram significativas estas mudanças. Nesta faixa etária deve ser levado em conta o crescimento dos escolares, podendo interferir em alguns índices do presente estudo. Uma das limitações do presente estudo foi a impossibilidade de controle total dos hábitos alimentares das crianças no seu dia a dia, bem como que a intervenção fica no meio rural, em que os hábitos alimentícios são de base de carboidratos e lipídeos. Isso pode ter contribuído para as respostas não significativas em alguns indicadores, após o programa de intervenção. Para melhores efeitos, poderiam ter sido realizados exercícios de média intensidade, maior duração da pesquisa ou intervenções com os pais. Autores relataram que repetir o Recordatório de 24 horas pode mostrar a ingestão dietética diária e preferem usar em dias não consecutivos, para que se consiga uma média do consumo em todos os dias da semana (Hoffmann et al. 2002). 74 Em síntese, conclui-se que a maioria dos escolares da pesquisa (86,25%) apresentaram ingestão calórica abaixo do recomendado ao final da intervenção, sendo maior a inadequação no grupo intervenção, pois com a intervenção acaba-se criando um vínculo com os escolares, o que pode ter causado uma subestimativa do VET pelo constrangimento das crianças e adolescentes contarem o que comeram realmente. Como a formação dos hábitos alimentares inicia na infância, há a necessidade de ensinar práticas alimentares saudáveis que equilibrem a ingestão energética e o consumo de macronutrientes, para que não ocorra o cultivo de hábitos alimentares errôneos. O programa de intervenção interdisciplinar com atividade física e orientação nutricional foi efetivo na redução do CT, na circunferência de cintura e no aumento do colesterol HDL, no sexo masculino do grupo intervenção. As proteínas e lipídeos mantiveram-se com consumo adequado ao longo dos meses em ambos os sexos do grupo intervenção. Além das diferenças, houve diminuição do percentual de gordura, triglicerídeos e colesterol LDL, mas somente no sexo masculino do grupo intervenção. 75 8. Resumo e palavras-chave Objetivo: Comparar o consumo de macronutrientes e perfil lipídico de escolares com sobrepeso e obesidade, antes e após uma intervenção interdisciplinar (exercício físico, hábitos nutricionais, orientação postural e da saúde bucal). Método: Realizou-se um estudo quase experimental caracterizado por escolares de 9 a 17 anos com sobrepeso ou obesidade, conforme critérios da Organização Mundial de Saúde. Totalizaram-se 40 escolares, pareados em sexo e idade, sendo: grupo experimental (n= 17); grupo controle (n= 23). Determinou-se, antes e após 4 meses de intervenção interdisciplinar (três vezes semanais), avaliações antropométricas, questionários alimentares e análises sanguíneas. O grupo controle não participou da intervenção. As análises incluíram a análise descritiva de frequência, Teste t de student e teste t pareado, considerando-se nível significativo de p≤0,05. Resultados: O grupo intervenção melhorou relativamente, havendo redução docolesterol total (CT) e circunferência de cintura e aumento do colesterol HDL, em ambos os sexos. Além destas diferenças, houve diminuição do percentual de gordura, triglicerídeos e colesterol LDL, mas somente no sexo masculino. Proteína (PTN) e lipídios (LIP) ficaram adequados nos dois tempos. Índice de massa corporal do grupo intervenção aumentou, não significativamente; entretanto, houve aumento de peso no grupo controle masculino e diminuição do percentual de gordura. Conclusão: Foi verificada ingestão adequada de PTN e LIP pelos escolares nos dois tempos e no perfil lipídico houve diminuição de CT e circunferência de cintura e aumento do colesterol HDL, em ambos sexos. O projeto interdisciplinar foi eficaz melhorando diversos parâmetros, mostrando a importância de intervenção com crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Palavras-chave: Adolescente; criança; doenças cardiovasculares; fatores de risco; nutrientes; obesidade. 76 9. Referências Alves JB, Galé CR, Souza E, Batty GD. 2008. Efeito do exercício físicosobre peso corporal em crianças com excesso de peso: ensaioclínico comunitário randomizado em uma favela no Brasil. Cad Saude Publica 24:353-9. Amaral MFM, Morelli V, Pantoni RW, Rosseti-Ferreira UC. 1996. Alimentação de bebês e crianças pequenas em contextos coletivos: mediadores, interações e programas em educação infantil. Rev Bras Cresc Desenv Hum6: 19-33. Bonotto, Gabriel Missaggia, Schneider, Bruna Celestino, Santos, Iná Silva, Gigante, Denise Petrucci, & Assunção, Maria Cecília F. 2012. Adequação do consumo energético e de macronutrientes de crianças menores de seis anos. Rev Paul Pediatr 30(4), 513-519. Camhi SM, Katzmarzyk PT. 2010. Tracking of cardiometabolic risk factor clustering from childhood to adulthood. Int J Pediatr Obes 5: 122-9. Chen AK, Roberts CK, Barnard RJ. 2006. Effect of a short-term diet and exercise intervention on metabolic syndrome in overweight children. Metab Clin Exp 55:871-8. Chinn S, Rona RJ. 2001. Prevalence and trends in overweight and obesity in three cross sectional studies of British Children, 1974-94. BMJ 322 (7277): 24-6. Costa RF, Cintra IP, Fisberg M. 2006. Prevalência de sobrepesoe obesidade em escolares da Cidade deSantos, SP. Arq Bras Endocrinol Metab 50: 60-7. Falaschetti E, Hingorani AD, Jones A, Charakida M, Finer N, Whincup P et al. 2010. Adiposity and cardiovascular risk factors in a large contemporary population of pre-pubertal children.EurHeart J31:3063-72. Farias JC, et al.2009. Sensibilidade e especificidade de critérios de classificação do índice de massa corporal em adolescentes. Rev Saúde Públ (SP) 43 (1): 53-59. Fernández, JR et al. 2004.Waist circumference percentiles in nationally representative samples of african-american, European american, andmexican-american children and adolescents. The Journal of Pediatrics 145:439-44. Ferreira AP, Oliveira CE, Franca NM. 2007. Metabolic syndrome and risk factors for cardiovascular disease in obese children: the relationship with insulin resistance (HOMA-IR). J Pediatr (Rio J) 83(1): 21-6. Fisberg RM, Martini LA, Slater B. 2005. Métodos de inquéritos alimentares. In Fisberg RM, Slater B, Marchioni DML, Martini LA, organizadores. Inquéritos alimentares: métodos e bases científicas.Barueri: Editora Manole: p. 2-24. Freedman LS, Guenther PM, Dodd KW, Krebs-Smith SM, Midthune D. 2010. The population distribution of ratios of usual intakes of dietary components that are consumed every day can be estimated from repeated 24-hour recalls. J Nutr 140(1):111-6. 77 Fullerton G, Tyler C, Johnston CA, Vincent JP, Harris G, Forety JP. 2007. Quality of life in Mexican-American children following a weight management program. Obesity (Silver Spring) 15:2553-6. Heyward, VH and Stolarczyk, LM. 2000.Avaliação da composição corporal aplicada.São Paulo: Manole. Hoffmann K, Boeing H, Dufour A, Volatier JL, Telman J, Virtanen Met al. 2002. Estimating the distribuition of usual dietary intake by short-term measurements. Euro J Clin Nutri 56: S53-S62. Kac G, Sichieri R, Gigante DP. 2007. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz. Korsten-Reck U, Kromeyer-Hauschlid K, Wolfarth B, Dickhuth HH, Berg A. 2005.Freiburg Intervention Trial for Obese Children (FITOC): results of a clinical observation study. Int J Obes Relat Metab Disord 29(4): 356-61. Leite N, Milano GE, Cielask F, Lopes WA, Rodacki A, Radominski RB. 2009. Effects of exercise and nutritional guidance on metabolic syndrome in obese adolescent. Rev Bras Fisioter 13:73-81. Liu A, Hills AP, Hu X, Li Y, Du L, Xu Y et al. 2010. Waist circumference cut-off values for the prediction of cardiovascular risk factors clustering in Chinese school-aged children: a cross-sectional study. BMC Public Health10:82. Marchini JS, Fausto MA, Rodrigues MMP, Oliveira JED, Vannucchi H. 1993. Necessidades e recomendações de proteínas: revisão atualização e sugestões. Cad Nutri 6: 1-21. Molina M del C, Faria CP, Montero MP, Cade NV, Mill JG.2010. Cardiovascular risk factors in 7-to-10-year-old children in Vitória, Espírito Santo, Brazil.Cad Saúde Publica26:909-17. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI,Aguiar JA, Stefanini MLR. 2007. Prevalência de sobrepesoe fatores associados em crianças ingressantes noensino fundamental em um município da regiãometropolitana de São Paulo, Brasil. Cad SaúdePública 23:182534. Monzavi R, Dreimane D, Geffner ME, Braun S, Conrad B, Klier M et al. 2006. Improvement in risk factors for metabolic syndrome and insulin resistance in overweight youth who are treated with lifestyle intervention.Pediatrics 117:1111-8. Oliveira RP, Dias AS, Bosco AD, Angelich AG, Ullsefer S, Magalhães FC et al. 2010. Avaliação da capacidade respiratória, obesidade ecapacidade física em crianças de 8 a 11 anos de idade. RBCM 23:7-18. Parente EB, Guazzelli I, Ribeiro MM, Silva AG, Halpern A, Villares SM. 2006. Perfil lipídico em crianças obesas: efeitos de dieta hipocalórica e atividade física aeróbica. Arq Bras Endocrinol Metab 50:499-504. Poeta LS,DuarteMFS, Mota JG, Giuliano ICB. 2013a.Intervenção interdisciplinar em crianças obesas e o impacto na saúde e qualidade de vida. J. Pediatr 89(5). 78 Poeta LS, Duarte MFS, Caramelli B, Jorge M, Giuliano ICB. 2013b. Efeitos do exercício físico e da orientação nutricional no perfil de risco cardiovascular de crianças obesas. Rev Ass Med Bras 59(1), 56-63. Reinehr T, Shaefer A, Winkel K, Finne E, Toschke Am, Kolip P. 2010. An effective lifestyle intervention in overweight children: Findings from a randomized controlled Trial on “Obeldicks light” Clin Nutr; 29(3): 331-6. Rodriguez NR. 2005. Optimal quantity and composition of protein for growing children. J Am Coll Nutr24:150-4. Sabiá RV, Santos JE, Ribeiro RP. 2004. Efeito da atividade físicaassociada à orientação alimentar em adolescentes obesos:comparação entre o exercício aeróbio e anaeróbio. Rev Bras Med Esporte 10:329-55. Santos MG, Pegoraro M, Sandrini F, Macuco EC. 2008. Risk factors for the development of atherosclerosis in childhood and adolescence. Arq Bras Cardiol 90: 276-83. Skinner JD, Carruth BR, Wendy B, Ziegler PJ. 2002. Children’s food preferences: a longitudinal analysis. J Am Diet Assoc 102:1638-47. Slattery ML. 2008. Defining dietary consumption: is the sum greater than its parts? Am J Clin Nutr 88:14-5. Valmorbida, Julia L, Vitolo, Márcia R. 2014. Factors associated with low consumption of fruits and vegetables by preschoolers of low socio-economic level. J. Pediatr90: 464-471. Weiss R, Dziura J, Burgert TS, Tamborlane WV, Taksali SE, Yeckel CW et al. 2004. Obesity and the metabolic syndrome in children and adolescents. N Engl J Med 350 (23): 2362-74. 79 ARTIGO II Inadequação no consumo de nutrientes entre escolares com sobrepeso e obesidade em uma intervenção interdisciplinar *Elaborado conforme as normas da revista Jornal de Pediatria Qualis Capes: A2 Área: Interdisciplinar 80 a-Inadequação no consumo de nutrientes entre escolares com sobrepeso e obesidade em uma intervenção interdisciplinar b-Inadequação no consumo de nutrientes em escolares c- Júlia Andressa Weigela, Patrícia Molza, Luciana Tornquista, Silvia Isabel Rech Frankeb, Miria Suzana Burgosc a Mestranda, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS. b Doutora em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil, coordenadora adjunta do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS. c Doutora em Ciências de La Educacion pela Universidad Pontífica de Salomanca (UPS), Espanha e Doutora em Motricidade Humana pela Universidade Técnica de Lisboa, Portugal, coordenadora do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS. e- [email protected]; [email protected]; patrí[email protected]; [email protected]; [email protected] f) Todos possuem currículo cadastrado naplataforma Lattes do CNPq; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4367797U6 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785920P8 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4479358D5 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4448300H1 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780518Z5 g) Júlia- pesquisadora principal, participou da intervenção, análises estatísticas e escrita do artigo. 81 Miria- orientadora da pesquisa, auxiliou na composição do projeto, acompanhamento da intervenção, redação científica, revisão final do trabalho Silvia- co-orientadora da pesquisa, auxiliou na escrita do artigo e análises estatísticas. Patrícia- bolsista, contribuiu nas análises estatísticas e elaboração do artigo. Luciana- bolsista, contribuiu nas análises estatísticas e participou da intervenção. h- Conflito de interesse: Nada a declarar. i) Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC),Santa Cruz do Sul, RS. j) Autor correspondência: Miria Suzana Burgos Endereço: Avenida Independência, 2293, Santa Cruz do Sul- RS. CEP: 96815-900 Bloco 42- Mestrado em Promoção da Saúde Telefone: 51 96727170 Email: [email protected] k) Nome: Julia Weigel Endereço: Pastor Laechler, 44, Santa Cruz do Sul- RS.CEP: 96820-090 Telefone: 51 37173811/ 51 96259570 Email: [email protected] l) não há fonte financiadora ou fornecedora de equipamento e materiais. m) contagem total das palavras do texto, excluindo resumo, agradecimentos, referências bibliográficas, tabelas e legendas das figuras: 2998. n) contagem total das palavras do resumo: 245 palavras. o) número de tabelas e figura: 3 tabelas. 82 Resumo Objetivo: Avaliar o consumo de nutrientes em crianças e adolescentes e a prevalência de ingestão inadequada de micronutrientes em um grupo experimental e um controle antes e após a intervenção interdisciplinar (exercício físico, orientação alimentar, postural e bucal). Método: Constituiu-se em um estudo quase experimental, caracterizado por crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, com sobrepeso ou obesidade, conforme critérios da Organização Mundial de Saúde. Participaram do estudo 40 escolares, pareados por sexo e idade, divididos em: grupo experimental (n= 17) e grupo controle (n= 23). Antes e após 4 meses de intervenção interdisciplinar (três vezes semanais), foram realizadas avaliações antropométricas e questionários alimentares, nos dois grupos. O grupo controle não participou das atividades interdisciplinares. Resultados: No grupo intervenção, houve modificações em alguns nutrientes: a vitamina B6, B12 e C aumentaram no grupo intervenção, enquanto o consumo de sódio diminuiu para ambos os sexos, ficando todos no nível de ingestão recomendado. Proteína e lipídios ficaram adequados nos dois momentos. O índice de massa corporal (IMC) do grupo intervenção não modificou significativamente; entretanto, houve aumento de peso e diminuição do percentual de gordura no grupo controle masculino. A análise estatística incluiu a descrição da amostra. Conclusão: A intervenção foi efetiva na adequação da ingestão de micronutrientes. Ingestão de sódio diminuiu no grupo intervenção. IMC dos escolares não modificou, mas houve aumento de massa muscular. O projeto interdisciplinar foi eficaz, melhorando diversos nutrientes e mostrando a importância de estudos de intervenção a longo prazo. Sugere-se aumento do tempo de intervenção. Palavras-chave: educação nutricional; infanto-juvenil; interdisciplinar; nutrientes; obesidade; sobrepeso. 83 Abstract Objective: To describe the nutrient intake in children and adolescents and the prevalence of inadequate intake of micronutrients in an experimental group and a control before and after the interdisciplinary intervention (exercise, nutritional guidance, postural and oral). Method: It is a quasi-experimental study, typified by 9-17 year-old, overweighted or obese children and adolescents, according to the criteria of the World Health Organization Forty students participated, paired by genderand age, divided into: experimental group (n = 17) and controlgroup (n = 23). Before and after 4 months of interdisciplinary intervention (three times weekly), anthropometric measurements and dietary, were performed in both groups. The control group did not participate in interdisciplinary activities. Results: In the intervention group, there were changes in some nutrients: vitamin B6, B12 and C increased in the intervention group, while sodium intake decreased for both genders, getting all there commended level of intake. Protein and lipids were adequate in both periods. The BMI in the intervention group did not change significantly; however, there was weight gain and decreased fat percentage in the male control group. Statistical analysis included the description of the sample. Conclusion: The intervention was effective in adjusting the intake of several micronutrients. Sodium intake decreased in the intervention group. BMI of the students did not change, but there was na increase of muscle mass. The interdisciplinary Project was effective, improving various nutrients, showing the importance of long-term intervention studies. It is suggested increased intervention time. Keywords: nutrition education; children and youth; interdisciplinary; nutrients; obesity; overweight. 84 Introdução A tendência do crescimento da obesidade infantil é explicada pelo aumento no consumo de alimentos com alta energia e pela diminuição dos exercícios físicos.¹ A criação de exercícios de reeducação nutricional nas escolas, a existência de um ambiente ideal à saúde e o incentivo aos alunos sobre práticas alimentares e estilo de vida saudáveis são importantes métodos para modificar problemas alimentares e nutricionais como obesidadee doenças crônicas não transmissíveis associadas.² Conhecendo a ingestão de nutrientes, permite-se estabelecer diagnóstico nutricional, para formularem-se medidas que consigam promover as mudanças desejadas na reeducação alimentar.3,4 É imprescindível estar em um estado nutricional adequado enquanto criança e adolescente, pois uma alimentação rica em energia e nutrientes é essencial para o completo crescimento e desenvolvimento dos indivíduos nestas faixas etárias.5 A ingestão alimentar tem sido relacionada à obesidade, quanto ao volume do consumo alimentar e também à composição e qualidade da dieta. Crianças vêm mudando sua qualidade alimentar, o que está aumentando a adiposidade das mesmas, 6reduzindo o consumo de frutas, legumes, leite e derivados, aumentando o consumo de guloseimas e refrigerantese também omitindo o café da manhã.7 A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) defende que a ingestão de energia e nutrientes precisa atender necessidades fisiológicas de quase todas as pessoas de uma população sadia. A SBAN ainda enfatiza que as causas para desencadear a desnutrição crônica ou a obesidade, podem estar relacionadas com a carência ou o excesso de qualquer um dos macronutrientes.8 Os micronutrientes precisam de uma atenção especial, pois tem importância na preservação do bom estado nutricional, da capacidade cognitiva e da saúde dos escolares. 9 85 Crianças têm preferência por guloseimas e produtos gordurosos, o que sofre influência ambiental. Entretanto, estas preferências direcionam-se cada vez mais ao contrário das recomendações nutricionais, o que tem levado ao aumento da incidência de sobrepeso e obesidade em todo o mundo. 10 A alimentação e sua prática são determinantes diretos da obesidade e a educação nutricional deve ser vista como tática a ser seguida para que os jovens tenham uma alimentação mais saudável e correta, chegando assim a um peso adequado. 11 Este trabalho teve como objetivo estimar o consumo de macro e micronutrientes em crianças e adolescentes e a prevalência de ingestão inadequada de micronutrientes em diferentes grupos e tempos, antes e após a intervenção interdisciplinar (exercícios físicos, orientação nutricional, buscal e postural). Materiais e Métodos Este trabalho de intervenção interdisciplinar faz parte de uma pesquisa transversal intitulada “Obesidade em escolares da educação básica: um estudo de intervenção interdisciplinar”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul (RS), com registro de aprovação de nº 453.828. Constituiu-se em um estudo quase-experimental, caracterizado por um grupo experimental e um grupo controle de crianças e adolescentes obesos e com sobrepeso, de 9 a 17 anos, de ambos os sexos. As crianças foram separadas em dois grupos: intervenção e controle; este último não recebeu atividades de intervenção interdisciplinar. Os grupos são de localidades geográficas diferentes, mas com características semelhantes. A intervenção foi realizada de agosto a dezembro de 2013, em uma escola rural de Santa Cruz do Sul-RS. 86 Para calcular o tamanho amostral, utilizou-se o programa G*Power, considerando um poder de teste de 0,8, um efeito de 0,30 e nível de significância de 95%. Dessa forma, sugerese a necessidade de, no mínimo, 12 sujeitos para o grupo experimental e 12 sujeitos para o grupo controle. Não havia escolas com número suficiente de escolares obesos ou com sobrepeso para compormos o grupo controle. Por este motivo, escolhemos 2 escolas para o grupo controle, com características semelhantes entre si. As crianças de ambos os grupos foram submetidas primeiramente a coleta de avaliações antropométricas, aplicação do questionário dos hábitos alimentares, socioeconômico e avaliação sanguínea (bioquímica). O programa proposto às crianças, durante quatro meses consecutivos, três vezes por semana, consistiu em exercícios físicos de intensidade moderada a intensa, realizados no ginásio e campo da escola, reeducação postural e orientação nutricional, aplicadas em uma sala de aula. A duração de cada sessão do profissional da educação física foi de 1 hora e 30 minutos, 30 minutos de exercícios para reeducação postural, 15 minutos de orientação nutricional, realizada por uma nutricionista e uma acadêmica do curso de Nutrição da UNISC, em que foram realizadas palestras educativas, teatros, realização de folders junto aos alunos, aulas de culinária saudável na cozinha da escola, visualização de filmes, jogos educativos, brincadeiras com massa de modelar, implantação de uma horta frutífera, entre outras atividades, todas de caráter lúdico. Ainda teve intervenções de uma profissional da Odontologia. Os profissionais ficavam os dois turnos na escola durante a intervenção, criando vínculo com os escolares e estando junto aos mesmos nas horas do recreio e almoço, estando observando atitudes nutricionais deles durante estes momentos. A avaliação do consumo alimentar usual foi estimada pelo método Recordatório alimentar de 24 horas (R24h),12 aplicado em 2 dias não consecutivos, sendo sexta-feira e domingo, ao início e final da intervenção. No momento da realização do Recordatório com os 87 escolares, foram entregues figuras demonstrativas de tamanho de porções para facilitar e auxiliar na aplicação. A análise quantitativa das dietas foi realizada por meio do software AVANUTRI® versão 4.1. Foram analisados: calorias, carboidratos (CHO), proteínas (PTN), lipídeos (LIP), fibras, cálcio, ferro, fósforo, magnésio, manganês, cobre, iodo, sódio, selênio, zinco, folato, vitaminas A, C, D, B6, B12, E, tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3) e ácido pantotênico (B5). O percentual da composição energética usual fornecido por CHO, PTN e LIP e os percentis das distribuições de ingestão foram estimados através da extensão do método desenvolvido pelo Nacional Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, para modelo bivariado.13 Para verificar a prevalência de inadequação da ingestão dos nutrientes, foram utilizadas as recomendações do Institute of Medicine (IOM), considerando-se as Dietary Reference Intake (DRI).14 Os macronutrientes foram avaliados e comparados com a faixa de distribuição de macronutrientes aceitáveis (AMDR: Acceptable Macronutrient Distribution Range); os micronutrientes foram avaliados e comparados com o Requerimento Médio Estimado (EAR: Estimated Average Requirement), ou Ingestão Adequada (AI), considerandose ainda o Limite Máximo Tolerável (UL: Tolerable Upper Intake Level) de referência para o sódio, que é o nível máximo de ingestão diária contínua de um nutriente que é tolerável biologicamente, sem efeitos adversos a saúde.14 Para verificar o estado nutricional foi utilizado o índice de massa corporal (IMC: kg/m2), a partir das medidas antropométricas de peso (Kg) e altura (m). Após o cálculo do IMC, foram utilizados os indicadores de IMC por idade para meninos e meninas, respectivamente. A classificação do estado nutricional foi por escore Z, tendo como padrão de referência os dados da WHO (2007). A mensuração da estatura consistiu-se por meio de estadiômetro fixo em parede plana em 90º graus com o chão, com as crianças e adolescentes eretos, descalços, pés unidos e em 88 paralelo. A mensuração do peso foi obtida através de balança digital portátil (Filizola), com precisão de 100 gramas aferida antes das medições e com capacidade para 150 quilos, estando as crianças e adolescentes descalços, em posição ortostática, utilizando apenas o uniforme, sem boné. 15 Todas as estimativas foram calculadas utilizando o software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20.0 Windows. A análise estatística descritiva foi determinada pela média e desvio-padrão (DP) de peso, estatura, IMC e circunferência da cintura. O protocolo de estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul (RS), com registro de aprovação de nº 453.828. Foram obtidos os termos de consentimento livre e esclarecido de todos os pais ou responsáveis pelos escolares antes do início da pesquisa. Resultados Os resultados de interpretação de prevalência de adequação, inadequação, abaixo da AI ou acima da UL estão apresentados conforme a origem da recomendação diária do nutriente (EAR, AI, UL) para indivíduos saudáveis (tabelas 2 e 3). A caracterização da amostra, quanto aos dados de idade, sexo, peso, estatura, IMC e circunferência da cintura, estão apresentadas na tabela 1. A população de estudo foi composta de 40 escolares, sendo 14 do sexo feminino e 9 do sexo masculino no grupo controle e 8 do sexo feminino e 9 do sexo masculino no grupo intervenção. Destacam-se os fatos de que os grupos são de escolas diferentes, pareadas, mas com características semelhantes (testadas estatisticamente em relação ao sobrepeso e obesidade), de que ambas são do meio rural e que a intervenção ocorreu no horário inverso às aulas. A idade média dos entrevistados dos dois grupos foi de 11 anos (DP=1,14 anos). 89 Na avaliação do estado nutricional, verificou-se que a proporção de sobrepeso e obesidade (no primeiro momento- pré-teste) era de 20% de obesidade nas meninas e 80% de sobrepeso tanto no primeiro quanto no segundo momento; os meninos, tanto antes da intervenção quanto depois estavam 12,5% com sobrepeso e 75% com obesidade. Já, no grupo intervenção, havia a ocorrência de 50% de sobrepeso e 16,7% de obesidade nas meninas do grupo controle, e no segundo momento, após 4 meses, 66,7% e 16,7%, respectivamente e, nos meninos do grupo controle, era de 11,1% de sobrepeso e 55,6% de obesidade na primeira coleta e 44,4% e 33,3%, respectivamente, no segundo momento. Na tabela 2 estão apresentados os consumos de nutrientes e minerais dos escolares e o percentual de inadequação, observado no grupo de estudo, segundo EAR, AI ou UL, conforme o nutriente, antes de ser iniciada a intervenção. Como ponto positivo, destaca-se a ingestão proteica, que foi 100% adequada no grupo intervenção. O consumo de PTN ficou dentro dos limites da EAR em ambos os grupos. A ingestão média de fibras apresentou-se abaixo do ideal em todos os grupos, o que indicou a ingestão de frutas e legumes no dia-a-dia das crianças estava abaixo do recomendado. Já o folato, iodo e magnésio apresentaram prevalência de inadequação maior que 65%, exceto nas meninas do grupo intervenção que ficaram com inadequação de 58,3%. Vitaminas A, D, B5 e cálcio estavam 50% abaixo da AI. A vitamina B3 foi a mais ingerida, com prevalência de inadequação de somente 8,3%. O único micronutriente com nível de ingestão máximo tolerável citado na tabela 2 foi o sódio, sendo que, no grupo intervenção, 33,35% dos escolares apresentaram ingestão acima da UL, e no grupo controle, 32,6%. Na tabela 3 estão descritos os consumos de nutrientes e minerais dos escolares, divididos pelo grupo de estudo, segundo EAR, AI ou UL, após a intervenção. A quantidade da ingestão de proteína continuou 100% adequada nos meninos do grupo intervenção. Já, nas meninas, a inadequação passou para 8,3%. O consumo manteve-se similar nas fibras, 90 vitamina D, B5, folato, cálcio e iodo. O sódio continuou acima da UL, mas no grupo intervenção diminuiu o consumo no percentil 50, de 1223,50 mg para 1014,40 mg/dia, para os meninos e de 2103,90 mg para 2000,60 mg/dia, para as meninas. O consumo de vitamina A no grupo intervenção passou de 66,7% abaixo da AI para 100%. O consumo das vitaminas do complexo B em todos os grupos, exceto a B5 e B3 no sexo feminino do grupo intervenção, mostraram-se com ingestão dentro do recomendado, estando o percentual de inadequação ≤50%. Discussão Este projeto interdisciplinar mostra como é importante levar, aos alunos, informações gerais de saúde no sobrepeso e obesidade, evidenciando efeitos na melhora da ingestão de diversos nutrientes, o que gera melhoras na qualidade da dieta. Escolhemos avaliar escolares com sobrepeso e obesidade de Santa Cruz do Sul, pois estudo anterior com esta faixa etária na cidade e 1666 crianças e adolescentes, tanto da área rural quanto urbana, revelarem alto índice de obesidade ou sobrepeso e taxas de percentual de gordura acima de moderadamente alto.16 Sendo assim, na área rural do sul do Brasil, os costumes são de alimentação com muito carboidrato simples e gordura saturada, por isto a escolha desta área de estudo. Na avaliação do IMC, ambos os grupos eram parecidos entre si no primeiro momento; já, no segundo momento, este não modificou, o que mostra também em estudo realizado por Watts17, com 14 crianças obesas e com 8 semanas de exercícios físicos, fato que pode ser atribuído à falta de controle mais rígido do gasto energético realizado fora dos horários de aula, bem como da quantidade de consumo alimentar noturno. Entretanto, nosso estudo não confere com a intervenção realizada em Florianópolis-SC, que contou com 32 crianças obesas 91 e que no grupo intervenção passaram de 26,4 kg/m² (95% IC = 24,55-28,59) para 25,5 kg/m² (95% IC = 23,47-27,54).18 Também é preciso lembrar que o fato do peso e IMC não terem diminuído ao final dos 4 meses deve-se ao fato de que as crianças estavam em fase de crescimento, sendo que nesta faixa etária se espera um ganho ponderal médio de 1,5 Kg e um incremento de estatura por volta de 3cm no semestre. 19 Além disto, os escolares passaram de sedentários para pouco ativos, durante a intervenção, havendo aumento da necessidade e gasto energético. Estudos que mostraram a educação nutricional como estratégia das suas intervenções,20,21 relatam que houve melhoras no conhecimento nutricional, das atitudes e do comportamento alimentar dos participantes das pesquisas supra citadas, auxiliando e melhorando ainda os hábitos alimentares da família. Contudo, os autores concluíram que o maior conhecimento não foi suficiente para transformar a prática alimentar, levando a mudanças positivas no IMC, o que corrobora com os resultados do nosso estudo. Para os macronutrientes, o percentual de proteína estava de acordo com as recomendações em todos os grupos, o que corrobora com estudo realizado em Natal-RN com 45 crianças, com média de idade de 11 anos. Entretanto, no consumo de fibras, ambos os estudos e grupos apresentavam ingestão abaixo do valor ideal. 22 Um ponto negativo na aplicação do R24h é que o mesmo depende da memória dos escolares. Durante a intervenção de 4 meses foi criado um vínculo afetivo com os escolares, podendo fazer com que eles subestimassem o consumo diário na avaliação dos recordatórios para não ficarem constrangidos por não terem se alimentado corretamente. Percebem-se erros nas respostas, mesmo apresentando materiais com figuras, mostrando-se o tamanho das porções; entretanto, os adolescentes são mais confiantes na explicação de sua alimentação. A presença dos pais seria esclarecedora para a avaliação dos questionários das crianças. Outro 92 estudo com 85 crianças de 7 a 10 anos realizado em São Paulo-SP também visualizou dificuldades na exatidão das respostas em relação ao consumo alimentar. 23 Na literatura temos exemplos de passos metodológicos para limitar os erros de preenchimento de questionários por crianças, dentre os quais podemos citar o treinamento de avaliadores e de participantes antes do preenchimento de recordatórios e a checagem das informações um dia, após o seu preenchimento; a demonstração de réplicas, utensílios e embalagens de alimentos para estimar com qualidade os alimentos e a quantidade consumida e ter comunicação direta com os pais. 24,25 Estes passos foram seguidos no nosso estudo. As crianças e adolescentes do estudo apresentaram níveis elevados de ingestão de sódio, estando 27% dos escolares com ingestão acima da UL no segundo momento da intervenção. Isto sugere elevado consumo em produtos industrializados e ricos no nutriente. O mesmo acontece em estudo que verificou o consumo de cálcio, fósforo e vitamina D, por 59 crianças e adolescentes de Porto Alegre- RS.26 Este mesmo estudo apresentou níveis baixos de cálcio e vitamina D, de acordo com as recomendações, o que corrobora com os nossos resultados. Um estudo em 2008-2009 da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que avaliou 6.939 adolescentes brasileiros, encontrou consumo elevado de sódio, em mais de 70% dos escolares e mais de 95% consumia abaixo da recomendação de cálcio, o que confere com nossos resultados. As mesmas POF também encontraram inadequação no consumo de fósforo entre 54% e 69%, sendo o percentual encontrado no nosso estudo entre 58,3% e 83,3%. 27 Em estudo realizado por Escrivão et al.,28 o hábito de omitir refeições, como o desjejum, foi detectado principalmente entre adolescentes; este hábito, relacionado a várias mudanças de hábitos alimentares, como o uso de alimentos industrializados, geralmente de alto conteúdo energético como a gordura saturada e o colesterol, fazem parte do seu estilo de vida. Tais hábitos foram considerados comportamentos relevantes, que interferem no desenvolvimento da obesidade.28 93 Estudos29,30 mostram melhores resultados quando há associação entre a modificação dos hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos, seja em curto ou longo prazo. Essa associação melhora significativamente a composição corporal. No entanto, uma das limitações do nosso estudo foi o fato do questionário aplicado ser autorrelatado, sendo que as respostas referidas pelas crianças podem não condizer com a realidade. Outro aspecto é o tempo de intervenção, que poderia ter sido maior, e que os pais não contribuíram o suficiente para a melhor evolução da intervenção, sendo que houve 3 tentativas de reuniões em horários diversos, na tentativa de estimulá-los na melhora do consumo alimentar no ambiente domiciliar e da saúde de seus filhos, e menos de 50% compareciam. Não houve controle supervisionado da alimentação das crianças no dia-a-dia, o que pode ter explicado a não significância de alguns indicadores. É importante destacar que as crianças foram muito receptivas na intervenção, contribuindo nos exercícios e que as orientações nutricionais foram muito valiosas na melhora da qualidade da dieta dos escolares. O programa de intervenção interdisciplinar foi efetivo melhorando o consumo de alguns nutrientes, na orientação da melhora da qualidade da dieta e de vida, o que mostra a importância em estudos de intervenção com crianças e adolescentes. Diversos micronutrientes continuaram com consumos abaixo do recomendado, mesmo após a intervenção, sobretudo houve um pequeno aumento na ingestão dos mesmos. É possível que o método lúdico utilizado tenha contribuído para que as crianças memorizassem as orientações, estimulando mudanças profundas e duradouras no estilo de vida. Os resultados mostraram os múltiplos benefícios de um programa de intervenção interdisciplinar, com exercício físico e orientação nutricional para escolares obesos. Mais programas semelhantes deveriam ser criados, com período mais prolongado e com mais estratégias de aderência, a fim de haver mais efeitos positivos e para que as crianças possam auxiliar na melhoria dos hábitos de suas famílias. A alimentação saudável deve ser estimulada tanto em casa, quanto na escola, para mudanças e 94 reeducação alimentar a curto e longo prazo, aliado ao estímulo à prática de exercício físico, mas diferentes formas lúdico-desportivas. Conflitos de interesse: Os autores declaram não haver conflitos de interesse. 95 Referências 1. Novaes JF, Franceschini SC, Priore SE. Obesidade infantil: um distúrbio nutricional em ascensão no mundo moderno. Rev Soc Bras AlimNutr, São Paulo. 2007; 32: 5975. 2. Buss PM. Promoção e educação em saúde no âmbito da Escola de Governo em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública. Cad Saude Publica. 1999;15 Suppl 2:177-85. 3. Marchioni DM, Slater B, Fisberg RM. Aplicação das dietary reference intakes na avaliação da ingestão de nutrientes para indivíduos. Rev Nutr2004; 17: 207-16. 4. Tuma RC, Costa TH, Schmitz BA. Avaliação antropométrica e dietética de préescolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant 2005; 5: 419-28. 5. Garcia GC, Gambardella AM, Frutuoso MF. Estado Nutricional e consumo alimentar de adolescentes de um centro de juventude da cidade de São Paulo. Rev Nutr2003; 16: 41-50. 6. Nicklas TA, Baranowsky T, Cullen KW, Berenson G. Eating patterns, dietary quality and obesity. J Am Coll Nutr 2001;20:599-608. 7. Hanley JG, Harnis SB, Gittelsohn J, Wolever Ms, Saksvig B, Zinman B. Overweight among children and adolescents in a Native Canadian community: prevalence e associated factors. Am J Clin Nutr 2000;71:693-700. 8. Feltrin C, Speridião PGL, Neto UF. DRIs – Dietary Reference Intakes, as Novas Recomendações Nutricionais. Sociedad Latino-americana de Gastroenterología Pediátrica y Nutrición, 2003. 9. Lindsay H. Allen LH, Peerson JM, Olney DK. Provision of multiple rather than two or fewer micronutrients more effectively improves growth and other outcomes in micronutrient-deficient children and adults. J Nutr. 2009; 139: 1022-30. 10. Birch LL. Development of food preferences. Annu Rev Nutr. 1999; 19(1):41-62. 11. Boog MCF. Educação nutricional em serviços públicos de saúde. Cad. Saúde Pública. 1999; 15(2):139-147. 12. Fisberg RM, Martini LA, Slater B. Métodos de inquéritos alimentares. In Fisberg RM, Slater B, Marchioni DML, Martini LA, organizadores. Inquéritos alimentares: métodos e bases científicas.Barueri: Editora Manole; 2005. p. 2-24. 13. Freedman LS, Guenther PM, Dodd KW, Krebs-Smith SM, Midthune D. The population distribution of ratios of usual intakes of dietary components that are consumed every day can be estimated from repeated 24-hour recalls. J Nutr. 2010;140(1):111-6. 14. IOM (Institute of Medicine). Dietary reference intakes: applications in dietary assessment. Washington: IOM; 2001. 15. Farias JC, et al.Sensibilidade e especificidade de critérios de classificação do índice de massa corporal em adolescentes. Rev. Saúde Pública (SP). 2009; 43 (1): 53-59. 16. Burgos MS, Reuter CP, Burgos LT, Pohl HH, Pauli LTS, Horta JÁ, et al . Uma análise entre índices pressóricos, obesidade e capacidade cardiorrespiratória em escolares. Arq. Bras. Cardiol. 2010; 94(6): 788-793. 17. Watts K, Beye P, Siafarikas A, O´Driscoll G, Jones TW, Davis EA, Green DJ. Effects of exercise training on vascular function in obese children. J Pediatrics. 2004;144:6205. 18. Poeta LS, Duarte MF, Giuliano IC, Mota J. Interdisciplinary intervention in obese children and impact on health and quality of life. J Pediatr (Rio J). 2013;89:499-504. 96 19. Needlman RD. Growth and development. In: Behrman RE, Kliegman RM, Jenson HB, editors. Nelson textbook of pediatrics. 16th Ed. Philadelphia: W. B. Saunders Co.; 2000. p.23-61. 20. Muller MJ, Mast M, Asbeck I, Langnase K, Grund A. Preventions of obesity – it is possible? Obes Rev 2001;2:15-28. 21. Pérez-Rodrigo C, Aranceta J. School-based nutrition education: lessons learned and new perspectives. Publ Health Nutr 2001;4:131-9. 22. Lima SCVC, Arrais RF, Pedrosa LFC. Avaliação da dieta habitual de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Rev. Nutr. 2004. 17(4): 469-477. 23. Hinnig PF, Mariath AB, Freaza SRM, Gambardella AMD, Bergamaschi DP. Construção de questionário de frequência alimentar para crianças de 7 a 10 anos. Rev. bras. epidemiol. 2014. 17(2):479-494. 24. Hinnig PF, Mariath AB, Freaza SRM, Consolmagno DC, Giovannetti TL, Assunção NA, et al. Preenchimento de Registro Alimentar por escolares de 7 a 10 anos. Nutrire 2010; 35(1): 47-57. 25. Consolmagno DC, Assunção NA, Giovannetti TL, Zeraib DP, Hinnig PF, Freaza SRM, et al. Treinamento de escolares de 7 a 10 anos para o preenchimento de um Diário Alimentar. Rev Bras Epidemiol 2009; 12(3): 404-12. 26. Bueno AL, Czepielewski MA. O recordatório de 24 horas como instrumento na avaliação do consumo alimentar de cálcio, fósforo e vitamina D em crianças e adolescentes de baixa estatura. Rev. Nutr. 2010. 23(1): 65-73. 27. Veiga GV, Costa RS, Araújo MC, Souza AM, Bezerra IN, Barbosa FS, et al . Inadequação do consumo de nutrientes entre adolescentes brasileiros. Rev. Saúde Pública. 2013; 47(1): 212-221. 28. Escrivão MAMS, Oliveira FLC, Taddei JAAC, Lopez FA. Obesidade exógena na infância e na adolescência. J Pediatr 2000; 76: 305-10. 29. Bianchi C, Penno G, Daniele G, Benzi L, Del Prato S, Miccoli R. Optimizing management of metabolic syndrome to reduce risk: focus on life-style. Intern Emerg Med 2008;3: 87-98. 30. Wickham EP, Stern M, Evans RK, Bryan DL, Moskowitz WB, Clore JN, et al. Prevalence of the metabolic syndrome among obese adolescents enrolled in a multidisciplinary weight management program: clinical correlates and response to treatment. Metab Syndr Relat Disord 2009. 7:179-86. 97 Tabela 1. Características dos indivíduos estudados divididos por sexo e grupo de estudo (𝑛 = 40) Variável Idade (anos) Peso (kg) Estatura (cm) IMC (kg/m²) CC(cm) Grupo Controle (Média ± DP) Masculino Feminino 10,83±2,21 11,94±2,79 60,19±17,07 62,20±14,84 160,89±12,40 156,93±8,01 22,90±4,68 24,99±3,86 78,22±12,57 77,57±8,29 Grupo Intervenção (Média ± DP) Masculino Feminino 10,08±2,11 11,25±2,73 60,20±16,11 68,31±10,27 152,61±12,12 157,38±6,05 25,59±4,90 27,65±3,87 80,78±9,87 81,38±7,85 Grupo Controle: masculino (n=9) e feminino (n=14); Grupo Intervenção: masculino (n=9) e feminino (n=8); DP: Desvio padrão; CC: circunferência da cintura. 98 Tabela 2. Consumo de nutrientes e minerais por meninos e meninas entre 9 e 17 anos divididos pelo grupo de estudo, antes da intervenção Nutriente Zinco (mg/dia) EAR AI UL 7 Iodo (µg/dia) 73 Fósforo (mg/dia) 1055 Vit. C (mg/dia) 39 Magnésio (mg/dia) 200 Vit. E (mg/dia) 9 Vit. B1 (mg/dia) 0,7 Vit. B2 (mg/dia) 0,8 Vit. B3 (mg/dia) 9 Ferro (mg/dia) 5,9M 5,7F Grupo Média±DP Mínim o Máximo Prevalência de inadequação (%) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) 13,48± 9,06 10,28± 6,37 9,74± 6,01 3,00 3,20 0,80 28,70 19,00 16,80 25 35,3 25 Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) 11,86± 9,43 24,44± 41,37 24,05± 34,93 17,68± 23,19 11,32± 17,12 922,33±367,05 839,65±248,29 944,91±468,04 1016,06± 162,80 59,83± 50,18 50,80± 51,90 19,64± 23,10 33,34± 32,66 152,38±49,96 157,30±66,43 103,45± 68,07 131,68± 54,26 6,00± 3,43 7,40± 6,34 7,87± 7,88 11,66± 10,36 1,57± 0,83 1,44± 0,50 1,74± 1,39 3,07± 3,18 1,43± 0,7 0,99± 0,45 1,33± 047 1,66± 1,09 17,93±8,65 16,02± 3,77 16,17± 7,87 18,81± 5,92 13,58±7,44 11,12± 5,19 3,20 0,20 0,10 0,00 0,10 410,70 511,40 209,50 734,00 26,60 120,50 75,70 55,40 41,20 1644,20 1163,10 1336,50 1139,30 25 83,3 94,1 100 100 58,3 52,9 41,7 41,7 5,80 1,70 1,90 14,60 83,80 74,50 19,30 92,80 1,00 1,30 0,60 2,20 0,52 0,91 0,27 1,06 0,68 0,59 0,46 0,88 5,57 10,03 2,10 10,55 3,80 2,50 148,40 127,90 68,50 91,00 257,00 261,30 244,30 226,20 11,60 19,20 25,30 28,10 3,24 2,27 4,85 8,71 2,74 1,78 1,97 3,48 34,25 21,58 29,71 26,20 27,60 17,10 41,7 64,7 75 66,7 83,3 76,5 66,7 58,3 58,3 70,6 58,3 41,7 8,3 17,6 16,7 8,3 16,7 23,5 8,3 8,3 8,3 23,5 8,3 8,3 16,7 23,5 Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) 99 Vit. B6 (mg/dia) 0,8 Folato (µg/dia) 250 Vit. B12 (µg/dia) 1,5 Carboidratos (%) 45-65 Lipídios (%) 25-35 Proteínas (%) 10-30 Vit. B5 (mg/dia) 4 Vit. D (µg/dia) 5 Fibras (g/dia) 31M 26F Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) 11,33± 6,18 13,12± 3,13 1,54± 0,84 1,33± 0,22 0,92± 0,48 0,96± 0,23 84,79± 44,03 95,58± 61,79 78,16± 58,16 80,80± 67,61 5,00± 3,80 3,00± 3,02 4,60± 2,84 3,62± 2,06 1,90 8,40 0,36 1,06 0,07 0,57 28,80 15,90 21,00 19,10 1,27 0,87 0,30 1,34 19,60 15,50 2,94 1,58 1,47 1,15 160,70 176,90 166,70 196,00 13,23 8,86 7,77 5,38 Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) 52,35±10,27 48,53± 6,72 50,52± 7,33 51,97± 3,63 29,44± 7,25 33,39± 4,48 30,83± 8,06 31,84± 4,53 18,21±5,12 18,08± 3,35 18,65± 2,52 16,19± 2,83 29,44 40,66 33,74 49,27 23,14 22,67 24,09 25,33 11,31 12,60 13,61 11,22 65,55 58,76 58,13 58,13 43,53 36,23 50,93 36,28 27,03 23,11 21,58 18,07 Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) 2,48± 1,18 2,37± 0,62 2,18± 1,25 1,96± 1,09 2,79± 2,64 2,03± 1,03 2,23± 2,03 41,74± 88,92 11,81± 9,97 17,68± 14,77 6,19± 4,77 14,94± 8,45 404,01± 427,37 211,45± 243,60 1,26 1,38 0,70 1,14 0,30 0,80 0,20 0,70 1,30 4,10 1,40 6,10 55,70 48,40 5,18 3,31 3,73 3,81 8,20 3,10 5,30 200,80 28,50 45,40 14,30 26,00 1135,80 699,50 Intervenção (M) Intervenção (F) Vit. A (µg/dia) 445M 420F Controle (M) Controle (F) 25 8,3 25 23,5 16,7 16,7 100 94,1 91,7 100 100 23,5 16,7 33,3 Prevalência de adequação (%) 50 70,6 83,3 83,3 25 47,1 58,3 58,3 91,7 100 100 100 Percentagem de ingestão abaixo da AI 83,3 88,2 91,7 100 83,3 100 91,7 91,7 100 94,1 100 91,7 50 70,6 100 Cálcio (mg/dia) 1300 Sódio (mg/dia) 2400 Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) 329,68± 213,26 289,88± 199,52 485,09±367,97 360,43±169,48 304,54±186,26 414,16± 207,77 99,20 60,90 149,20 166,80 54,40 154,00 719,10 609,90 1339,20 590,20 662,90 736,00 Controle (M) 2259,97± 1088,12 1636,73± 315,62 1482,58± 1052,50 2030,14± 766,13 725,20 4378,10 66,7 66,7 91,7 100 100 100 Percentagem de ingestão acima da UL 41,7 1150,4 0 183,10 2040,10 23,5 3515,50 25 876,40 2835,70 41,7 Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) EAR: Requerimento Médio Estimado; AI: Ingestão Adequada; UL: O limite superior tolerável de maior ingestão (UL) é o maior nível de ingestão continuada de um nutriente que com uma dada probabilidade não coloca em risco a saúde da maior parte dos indivíduos. A menos que esteja especificado de outra maneira, o UL representa a ingestão total proveniente de alimentos, água e suplementos; P: Percentil; M: masculino; F: feminino. Grupo Controle: masculino (n=9) e feminino (n=14); Grupo Intervenção: masculino (n=9) e feminino (n=8); DP: Desvio padrão. 101 Tabela 3. Consumo de nutrientes e minerais por meninos e meninas entre 9 e 17 anos divididos pelo grupo de estudo, depois da intervenção Nutriente EAR AI UL Zinco (mg/dia) 7 Iodo (µg/dia) 73 Fósforo (mg/dia) 1055 Vit. C (mg/dia) 39 Magnésio (mg/dia) 200 Vit. E (mg/dia) 9 Vit. B1 (mg/dia) 0,7 Vit. B2 (mg/dia) 0,8 Vit. B3 (mg/dia) 9 Ferro (mg/dia) 5,9M 5,7F Vit. B6 0,8 Grupo Média± DP Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) 12,44± 7,15 9,78± 5,00 11,50± 6,80 7,50± 8,44 5,53± 3,94 8,42± 10,61 14,70± 23,22 5,94± 6,28 916,87±482,07 899,88± 436,07 736,81± 146,81 700,04± 302,62 126,86± 274,89 42,90± 45,05 41,00± 82,46 21,20± 22,41 168,26± 63,66 153,22± 81,64 105,66± 35,95 94,22± 39,84 9,51± 6,58 9,55± 6,51 6,28± 6,07 10,22± 7,26 1,47± 1,52 1,34± 1,72 1,32± 0,56 1,20± 0,92 1,05± 0,53 1,34± 0,85 1,02± 0,30 0,79± 0,36 16,88± 10,83 18,39± 13,00 14,39± 4,90 13,96± 7,08 12,78± 5,64 13,37± 7,71 9,46± 3,48 8,22± 5,23 1,35± 0,62 Mínimo Máximo Prevalência de inadequação (%) 1,20 2,10 2,90 2,30 0,60 0,20 0,20 1,00 305,60 331,40 519,40 286,90 13,40 2,70 0,50 0,90 85,30 25,20 47,90 29,80 4,40 3,10 1,70 1,60 0,63 0,18 0,54 0,57 0,31 0,64 0,54 0,34 5,68 5,40 3,15 7,36 4,80 4,10 4,10 3,00 0,87 23,30 15,70 22,30 22,40 10,40 24,00 55,70 16,00 1767,90 1638,60 992,60 986,10 854,00 114,80 243,20 54,80 305,90 266,00 160,00 126,90 25,40 18,20 20,90 18,10 5,42 4,79 2,08 2,83 1,85 2,91 1,53 1,19 37,08 43,14 18,38 24,68 24,20 25,70 14,30 15,90 2,67 25 23,5 33,3 75 100 94,1 100 100 58,3 58,8 83,3 83,3 66,7 64,7 83,3 91,7 75 76,5 83,3 100 58,3 76,5 75 66,7 16,7 41,2 16,7 50 41,7 41,2 8,3 41,7 16,7 35,3 8,3 58,3 16,7 35,3 8,3 50 8,3 102 (mg/dia) Folato (µg/dia) 250 Vit. B12 (µg/dia) 1,5 Carboidratos (%) 45-65 Lipídios (%) 25-35 Proteínas (%) 10-30 Vit B5 (mg/dia) 4 Vit D (µg/dia) 5 Fibras (g/dia) 31M 26F Vit. A (µg/dia) 445M 420F Cálcio (mg/dia) 1300 Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) 1,11± 0,53 1,29± 0,33 1,12± 0,58 101,89± 63,61 96,73± 69,94 72,48± 56,46 51,40± 26,53 3,73± 2,95 3,69± 2,51 4,82± 3,10 5,09± 3,68 0,29 0,79 0,46 30,10 28,50 13,80 11,10 0,00 0,45 1,03 0,91 1,86 1,71 1,74 206,40 230,20 183,30 85,40 10,11 5,79 10,10 10,10 Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) 55,57± 10,82 50,37± 13,52 46,83± 14,94 44,74± 10,96 27,56± 4,84 30,92± 10,61 30,67± 9,23 34,20± 8,11 16,87± 6,84 18,71± 4,28 22,50± 6,65 21,06± 3,66 30,00 29,08 17,90 36,65 20,94 6,08 23,14 14,94 9,82 11,65 14,03 11,78 65,80 82,27 60,82 72,23 38,60 47,71 49,00 41,80 34,20 28,25 33,10 21,55 Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) 2,52± 1,37 2,46± 1,14 2,04± 0,65 1,81± 1,04 1,32± 1,01 1,32± 1,09 1,34± 0,83 1,84± 1,98 14,64± 10,75 17,27± 10,09 4,11± 2,17 4,00± 1,82 181,41± 121,28 201,73± 221,42 133,40± 83,98 111,90± 47,39 310,68± 217,16 276,77± 225,53 183,66± 161,50 1,33 1,44 1,28 0,79 0,00 0,50 0,60 0,30 2,60 5,30 1,30 1,10 53,90 65,90 39,80 41,20 57,50 56,60 90,70 5,43 4,63 3,06 3,53 2,80 3,30 2,70 5,30 32,30 29,40 6,80 5,80 430,30 641,00 271,20 164,70 587,50 609,70 525,30 Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) Controle (M) Controle (F) Intervenção (M) 35,3 8,3 41,7 100 100 91,7 100 25 17,6 25 33,3 Prevalência de adequação (%) 50 64,7 16,7 33,3 50 52,9 50 33,3 75 88,2 100 91,7 Percentagem de ingestão abaixo da AI 83,3 94,1 100 100 100 94,1 100 91,7 91,7 88,2 100 100 100 76,5 100 100 100 100 100 103 Sódio (mg/dia) 2400 Intervenção (F) 220,58± 109,04 53,70 Controle (M) 1920,4± 1170,53 1663,58± 867,68 1238,25± 607,92 1891,86± 968,67 869,90 319,40 100 Percentagem de ingestão acima da UL 4845,40 25 488,70 2844,60 41,2 736,40 2476,30 16,7 545,10 2813,10 25 Controle (F) Intervenção (M) Intervenção (F) EAR: Requerimento Médio Estimado; AI: Ingestão Adequada; UL: O limite superior tolerável de maior ingestão (UL) é o maior nível de ingestão continuada de um nutriente que com uma dada probabilidade não coloca em risco a saúde da maior parte dos indivíduos. A menos que esteja especificado de outra maneira, o UL representa a ingestão total proveniente de alimentos, água e suplementos; P: Percentil; M: masculino; F: feminino. Grupo Controle: masculino (n=9) e feminino (n=14); Grupo Intervenção: masculino (n=9) e feminino (n=8); DP: Desvio padrão. 104 CAPÍTULO IV NOTA À IMPRENSA 105 PROGRAMA DE INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR EM ESCOLARES COM SOBREPESO E OBESIDADE MELHORA A INGESTÃO DE NUTRIENTES E DIMINUI OS RISCOS CARDIOVASCULARES Foi realizado, na Universidade de Santa Cruz do Sul, estudo que objetivou analisar a inadequação no consumo de nutrientes entre escolares e a relação do consumo de macronutrientes com os fatores de riscos cardiovasculares em crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade de Santa Cruz do Sul- RS. A pesquisa, resultado da dissertação do Programa de Pós- Graduação Mestrado em Promoção da Saúde da aluna Júlia Andressa Weigel, envolveu a participação de 40 escolares de 9 a 17 anos. As crianças e adolescentes foram separadas em dois grupos: intervenção e controle. O programa proposto às crianças durante quatro meses consecutivos, três vezes por semana, consistiu em exercícios físicos, reeducação postural e orientação nutricional. No grupo intervenção, houve modificações em alguns nutrientes: a vitamina B6, B12, C e selênio aumentaram no grupo intervenção enquanto o consumo de sódio diminuiu para ambos os sexos, ficando todos no nível de ingestão recomendado. Proteína e lipídios ficaram adequados nos dois momentos. O IMC do grupo intervenção não modificou significativamente, entretanto houve aumento de peso e diminuição do percentual de gordura no grupo controle masculino. As meninas da intervenção baixaram o consumo de carboidratos e calorias da dieta. O colesterol total baixou nas meninas, e o HDL, colesterol “bom”, aumentou. Já os meninos baixaram o percentual de gordura corporal, diminuíram as calorias diárias, carboidratos e lipídios. Nos exames sanguíneos, os triglicerídeos, colesterol total e LDL, o colesterol “ruim”, diminuíram os níveis. Os resultados mostraram os múltiplos benefícios de um programa de intervenção interdisciplinar, com exercício físico e orientação nutricional para escolares obesos. Mais programas semelhantes deveriam ser criados, com período prolongado de aderência, a fim de haver mais efeitos positivos e para que as crianças possam auxiliar na melhoria dos hábitos de suas famílias. A alimentação saudável deve ser estimulada tanto em casa quanto na escola, para mudanças e reeducação alimentar a curto e longo prazo. 106 ANEXOS 107 Lista de Anexos Anexo I- Classificação do percentual de gordura Anexo II- Recordatório alimentar 24 horas Anexo III- Questionário de frequência alimentar Anexo IV- Pontos de corte dos exames Anexo V- Documentos do comitê de ética Anexo VI- Normas da revista Anais da Academia Brasileira de Ciências Anexo VII- Normas do Jornal de Pediatria 108 ANEXO I- Classificação do percentual de gordura 109 ANEXO II-Recordatório alimentar 24 horas Recordatório Alimentar 24 h/ Registro Diário Código do paciente: Sexo: F( ) M( ) Data de nascimento:___/___/___ Data da entrevista: ___/___/___ Dia da semana: Peso: Altura: Anote a refeição, o local onde foi realizada e os alimentos e/ou preparações consumidos. Descreva o tipo de utensílio utilizado para servir (tipo de colher, copo, prato, etc). Local/ horário Alimentos e/ou preparações Quantidades 110 FISBERG, R. M., SLATER, B., MARCHIONI, D. M. L. & MARTINI, L. A. Inquéritos Alimentares: métodos e bases científicas. Barueri: Editora Manole Stda. 2005 111 ANEXO III- Questionário de frequência alimentar 112 113 ANEXO IV- Pontos de corte dos exames Marcador Ponto de corte Citação Referencia HDL NHLBI. National Heart, Lung, and Blood Institute. Expert panel on integrated guidelines for cardiovascular health and risk reduction in children and adolescents. Bethesda: National Heart, Lung, and Blood Institute, 2012. LDL NHLBI. National Heart, Lung, and Blood Institute. Expert panel on integrated guidelines for cardiovascular health and risk reduction in children and adolescents. Bethesda: National Heart, Lung, andBloodInstitute, 2012. Trigilcerideos NHLBI. National Heart, Lung, and Blood Institute. Expert panel on integrated guidelines for cardiovascular health and risk reduction in children and adolescents. Bethesda: National Heart, Lung, andBloodInstitute, 2012. Glicose ADA. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes Care, v. 34, suppl.1, p 11-61, 2011. Insulina ADA. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes Care, v. 34, suppl.1, p 11-61, 2011. HOMA 2,5 Fernandez et al, 2004. Perímetro da cintura Aptidão cardio IMC MI FERNÁNDEZ, J. R. et al. Waist circumference percentiles in nationally representative samples of African-American, EuropeanAmerican, and Mexican-American children and adolescents. JournalofPediatrics, v. 145, n. 4, p. 439-44, 2004. . Conde e Monteiro, CONDE, W. L.; MONTEIRO, C. A. Body mass index cutoff points for evaluation of 114 2006 Maturação sexual Tanner, 1962. nutritional status in Brazilian children and adolescents. Jornal de Pediatria, v. 82, n. 4, p. 266-72, 2006. 115 ANEXO V- Documentos do comitê de ética TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Nome do escolar:________________________________________________________ Escola:________________________________________________________________ Pesquisa: OBESIDADE EM ESCOLARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: um estudo de intervenção interdisciplinar Investigadores: Prof.ª Dra. Miria Suzana Burgos, do Curso de Educação Física (51- 37131116 / 51- 8118-0699), Prof.Dra Anelise Gaya, Professora Dra Silvia Franke e ProfDr Daniel Prá. Objetivos e benefícios Você está sendo convidada a autorizar o seu (sua) filho (a) a participar de uma pesquisa cujo objetivo principal é realização de um programa de intervenção com exercícios físicos, posturais, nutricionais e odontológicos por quatro meses, três vezes por semana, que visam a promoção da melhora dos indicadores de saúde.Os benefícios principais desta pesquisa serão: identificação e, através do programa de intervenção, melhora de fatores de risco cardiovasculares, avaliação da pressão arterial, perfil lipídico (colesterol, triglicerídeos), inflamatório, glicemia e aptidão física, além da detecção de esteatose hepática através da coleta sanguínea e exame por imagem (ultrassom), Também será realizada avaliação da condição de saúde bucal e hábitos bucais prejudiciais. Você receberá, sem custo algum, um laudo com os resultados da avaliação da presente pesquisa. Quando constatada alguma situação anormal, o escolar será encaminhado para assistência especializada na área da saúde. Procedimentos Para realizar essa pesquisa será necessária a coleta de sangue. O escolar deverá estar em jejum e não fazer exercícios físicos por 12 horas antes da coleta de sangue. Para tanto, serão coletados cerca de 10 mL de sangue da veia do braço e, ainda, para quem concordar, será coletado uma gota de sangue de um dos dedos da mão, a partir de uma pequena picada. Para a avaliação de saúde bucal será necessário que o escolar fique sentado em uma cadeira de frente a uma janela de forma que obtenha a máxima iluminação natural. Esta avaliação será realizada antes e após a intervenção do programa. Local de estudo Os procedimentos da coleta de sangue, avaliação antropométrica (peso, altura e pregas cutâneas, cintura quadril), verificação da pressão arterial, frequência cardíaca de repouso, testes de aptidão física (flexibilidade, abdominal, agilidade, velocidade, resistência geral, força dos músculos dos membros superiores e inferiores) e aplicação de um questionário sobre estilo de vida serão realizados no bloco 42 da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). As análises de sangue (glicemia, colesterol, triglicerídeos, ALT, AST, interleucina6, f2isoprostano, adiponectina, leptina, resistência a insulina,) serão realizadas nos laboratórios de Bioquímica e de Genética e Biotecnologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). A avaliação de esteatose hepática será realizada no Hospital Santa Cruz por um médico radiologista .A avaliação de saúde bucal também será realizada no bloco 42 da UNISC, sendo a mesma realizada por um dentista. 116 Riscos e desconfortos Para a coleta de sangue, será utilizado material totalmente descartável e um profissional devidamente capacitado fará a coleta, respeitando as normas de biossegurança..Embora não haja risco para a sua saúde, a coleta de sangue pode ocasionar, eventualmente, um pequeno arroxeamento na região da punção, que desaparece, em poucos dias.Para o exame de imagem não há nenhum efeito colateral e será realizado por um médico radiologista com mais de 10 anos de experiencia. Os demais procedimentos (exames) serão feitos em material já coletado e congelado para posterior exame e por isso não causarão desconfortos aos participantes do estudo. Pela natureza do exame bucal, não existe possibilidade de risco ou desconforto. Todo o exame será realizado respeitando as normas de biossegurança. Desistência na participação do estudo A participação de cada indivíduo nesse estudo é voluntária, ou seja, quem não quiser participar do estudo estará livre para fazê-lo sem que haja qualquer perda no atendimento de seus problemas de saúde a que tem direito. Se concordar em participar do estudo e mudar de idéia no decorrer do mesmo, estará livre para fazê-lo, e da mesma forma não sofrerá perdas relacionadas ao atendimento a que tem direito para seus problemas de saúde. Gostaria de ser comunicado dos resultados desta pesquisa? ( ) Sim, gostaria. ( ) Não gostaria de ser comunicado dos resultados desta pesquisa. Compensação financeira Não haverá nenhum pagamento aos indivíduos que concordarem em participar do estudo, bem como os participantes do estudo não terão nenhum custo adicional relacionado aos procedimentos e recebimento do laudo com os resultados. Confidencialidade das informações Toda a informação individual que será fornecida pelo participante do estudo e os resultados dos exames realizados serão considerados confidenciais. Todos os questionários e materiais coletados serão identificados através de um código (número) criado na entrada do estudo; este código será a única identificação utilizada no banco de dados do estudo. Este banco será utilizado para análise dos dados e divulgação dos mesmos, no meio cientifico. Perguntas e dúvidas relacionadas ao estudo Este termo de consentimento explica o estudo que está sendo proposto e convida os indivíduos a participar; no entanto, se houver alguma dúvida, estas poderão ser esclarecidas, pela equipe do estudo pelos telefones: 9335-7393 (profª Andréia), 8118-0699 (profª Miria). Demais dúvidas também poderão ser esclarecidas pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (CEP), pelo telefone (51) 3717-7680. Em caso de danos Se o participante do estudo acha que teve algum problema de saúde, relacionado com a sua participação no estudo, o tratamento será fornecido pelo SUS, na instituição participante. Autorização para estocagem de material biológico 117 1. Permito que minha amostra de sangue seja guardada para ser utilizada em outra pesquisa, mediante protocolo de pesquisa autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC, ficando, no entanto livre para solicitar a destruição da mesma a qualquer momento, se assim desejar; (sem minha identificação e/ou mantendo minha privacidade). ( ) Sim, permito ( ) Não permito que minha amostra seja utilizada em novos estudos ( ) Desejo que minha amostra seja destruída após o fim do presente estudo. O significado de sua assinatura A sua assinatura abaixo significa que você entendeu a informação que lhe foi fornecida sobre o estudo e sobre o termo de consentimento. Se você assinar este documento significa que você concorda em participar deste estudo. Você receberá uma cópia deste termo de consentimento. _______________________________________________________________ Assinatura do pai/responsável. Data: _______________________________________________________________ Assinatura do Coordenador do estudo. Data: Obs: O presente documento, baseado no item IV das diretrizes e normas regulamentares para pesquisa em saúde, do Conselho Nacional de Saúde (Resolução 196/96), será assinado em duas vias, de igual teor, ficando uma em poder do voluntário ou de seu responsável legal e outra com o pesquisador responsável. 118 ANEXO VI- Normas da revista Anais da Academia Brasileira de Ciências INSTRUÇÕES AOS AUTORES Objetivo e política editorial Preparação de originais ISSN 0001-3765 versião impressa ISSN 1678-2690 versão online Objetivo e política editorial A revista ANAIS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS encoraja fortemente as submissões online. Uma vez o artigo preparado de acordo com as instruções abaixo, visite o site de submissão online (http://aabc.abc.org.br). As instruções devem ser lidas cuidadosamente e seguidas integralmente. Desta forma, a avaliação e publicação de seu artigo poderão ser feitas com mais eficiência e rapidez. Os editores reservam-se o direito de devolver artigos que não estejam de acordo com estas instruções. Os artigos devem ser escritos em inglês claro e conciso. OBJETIVO E POLÍTICA EDITORIAL Todos os artigos submetidos devem conter pesquisa original e ainda não publicada ou submetida para publicação. O primeiro critério para aceitação é a qualidade científica. O uso excessivo de abreviaturas ou jargões deve ser evitado, e os artigos devem ser compreensíveis para uma audiência tão vasta quanto possível. Atenção especial deve ser dada ao Abstract, Introdução e Discussão, que devem nitidamente chamar a atenção para a novidade e importância dos dados relatados. A não observância desta recomendação poderá resultar em demora na publicação ou na recusa do artigo. Os textos podem ser publicados como uma revisão, um artigo ou como uma breve comunicação. A revista é trimestral, sendo publicada nos meses de março, junho, setembro e dezembro. TIPOS DE TRABALHOS Revisões. Revisões são publicadas somente a convite. Entretanto, uma revisão pode ser 119 submetida na forma de breve carta ao Editor a qualquer tempo. A carta deve informar os tópicos e autores da revisão proposta e declarar a razão do interesse particular do assunto para a área. Artigos. Sempre que possível, os artigos devem ser subdivididos nas seguintes partes: 1. Página de rosto; 2. Abstract (escrito em página separada, 200 palavras ou menos, sem abreviações); 3. Introdução; 4. Materiais e Métodos; 5. Resultados; 6. Discussão; 7. Agradecimentos quando necessário; 8. Resumo e palavras-chave (em português - os autores estrangeiros receberão assistência); 9. Referências. Artigos de algumas áreas, como Ciências Matemáticas, devem observar seu formato usual. Em certos casos pode ser aconselhável omitir a parte (4) e reunir as partes (5) e (6). Onde se aplicar, a parte de Materiais e Métodos deve indicar o Comitê de Ética que avaliou os procedimentos para estudos em humanos ou as normas seguidas para a manutenção e os tratamentos experimentais em animais. Breves comunicações Breves comunicações devem ser enviadas em espaço duplo. Depois da aprovação não serão permitidas alterações no artigo, a fim de que somente correções de erros tipográficos sejam feitos nas provas. Os autores devem enviar seus artigos somente em versão eletrônica. Preparação de originais PREPARO DOS ARTIGOS Os artigos devem ser preparados em espaço duplo. Depois de aceitos nenhuma modificação será realizada, para que nas provas haja somente correção de erros tipográficos. Tamanho dos artigos. Embora os artigos possam ter o tamanho necessário para a apresentação concisa e discussão dos dados, artigos sucintos e cuidadosamente preparados têm preferência tanto em termos de impacto quando na sua facilidade de leitura. Tabelas e ilustrações. Somente ilustrações de alta qualidade serão aceitas. Todas as ilustrações serão consideradas como figuras, inclusive desenhos, gráficos, mapas, 120 fotografias e tabelas com mais de 12 colunas ou mais de 24 linhas (máximo de figuras gratuitas: cinco figuras). A localização provável das figuras no artigo deve ser indicada. Figuras digitalizadas. As figuras devem ser enviadas de acordo com as seguintes especificações: 1. Desenhos e ilustrações devem ser em formato.PS/.EPS ou .CDR (Postscript ou Corel Draw) e nunca inseridas no texto; 2. Imagens ou figuras em meio tom devem ser no formato.TIF e nunca inseridas no texto; 3. Cada figura deve ser enviada em arquivo separado; 4. Em princípio, as figuras devem ser submetidas no tamanho em que devem aparecer na revista, i.e., largura de 8 cm (uma coluna) ou 12,6 cm (duas colunas) e com altura máxima para cada figura menor ou igual a 22 cm. As legendas das figuras devem ser enviadas em espaço duplo e em folha separada. Cada dimensão linear das menores letras e símbolos não deve ser menor que 2 mm depois da redução. Somente figuras em preto e branco serão aceitas. 5. Artigos de Matemática, Física ou Química podem ser digitados em Tex, AMS-Tex ou Latex; 6. Artigos sem fórmulas matemáticas podem ser enviados em .RTF ou em WORD para Windows. Página de rosto. A página de rosto deve conter os seguintes itens: 1. Título do artigo (o título deve ser curto, específico e informativo); 2. Nome (s) completo (s) do (s) autor (es); 3. Endereço profissional de cada autor; 4. Palavras-chave (4 a 6 palavras, em ordem alfabética); 5. Título abreviado (até 50 letras); 6. Seção da Academia na qual se enquadra o artigo; 7. Indicação do nome, endereço, números de fax, telefone e endereço eletrônico do autor a quem deve ser endereçada toda correspondência e prova do artigo. Agradecimentos. Devem ser inseridos no final do texto. Agradecimentos pessoais devem preceder os agradecimentos a instituições ou agências. Notas de rodapé devem ser evitadas; quando necessário, devem ser numeradas. Agradecimentos a auxílios ou bolsas, assim como agradecimentos à colaboração de colegas, bem como menção à origem de um artigo (e.g. teses) devem ser indicados nesta seção. Abreviaturas. As abreviaturas devem ser definidas em sua primeira ocorrência no texto, exceto no caso de abreviaturas padrão e oficial. Unidades e seus símbolos devem estar de acordo com os aprovados pela ABNT ou pelo Bureau International des Poids et Mesures (SI). Referências. Os autores são responsáveis pela exatidão das referências. Artigos publicados 121 e aceitos para publicação (no prelo) podem ser incluídos. Comunicações pessoais devem ser autorizadas por escrito pelas pessoas envolvidas. Referências a teses, abstracts de reuniões, simpósios (não publicados em revistas indexadas) e artigos em preparo ou submetidos mas ainda não aceitos, podem ser citados no texto como (Smith et al. unpublished data) e não devem ser incluídos na lista de referências. As referências devem ser citadas no texto como, por exemplo, (Smith 2004), (Smith and Wesson 2005) ou, para três ou mais autores, (Smith et al. 2006). Dois ou mais artigos do mesmo autor no mesmo ano devem ser distinguidos por letras, e.g. (Smith 2004a), (Smith 2004b) etc. Artigos com três ou mais autores com o mesmo primeiro autor e ano de publicação também devem ser distinguidos por letras. As referências devem ser listadas em ordem alfabética do primeiro autor sempre na ordem do sobrenome XY no qual X e Y são as iniciais. Se houver mais de 10 autores, use o primeiro seguido de et al. As referências devem ter o nome do artigo. Os nomes das revistas devem ser abreviados. Para as abreviações corretas, consultar a listagem de base de dados na qual a revista é indexada ou consulte a World List of Scientific Periodicals. A abreviatura para os Anais da Academia Brasileira de Ciências é An Acad Bras Cienc. Os seguintes exemplos são considerados como guia geral para as referências. Artigos ALBE-FESSARD D, CONDES-LARA M, SANDERSON P AND LEVANTE A. 1984a. Tentative explanation of the special role played by the áreas of paleospinothalamic projection in patients with deafferentation pain syndromes. Adv Pain Res Ther 6: 167-182. ALBE-FESSARD D, SANDERSON P, CONDES-LARA M, DELANDSHEER E, GIUFFRIDA R AND CESARO P. 1984b. Utilisation de la depression envahissante de Leão pour l'étude de relations entre structures centrales. An Acad Bras Cienc 56: 371-383. KNOWLES RG AND MONCADA S. 1994. Nitric oxide synthases in mammals. Biochem J 298: 249-258. PINTO ID AND SANGUINETTI YT. 1984. Mesozoic Ostracode Genus Theriosynoecum Branson, 1936 and validity of related Genera. An Acad Bras Cienc 56: 207-215. 122 Livros e Capítulos de Livros DAVIES M. 1947. An outline of the development of Science, Athinker's Library, n. 120. London: Watts, 214 p. PREHN RT. 1964. Role of immunity in biology of cancer. In: NATIONAL CANCER CONFERENCE, 5, Philadelphia Proceedings …., Philadelphia: J.B. Lippincott, p. 97-104. UYTENBOGAARDT W AND BURKE EAJ. 1971. Tables for microscopic identification of minerals, 2nd ed., Amsterdam: Elsevier, 430 p. WOODY RW. 1974. Studies of theoretical circular dichroism of Polipeptides: contributions of B-turns. In: BLOUTS ER ET AL. (Eds), Peptides, polypeptides and proteins, New York: J Wiley & Sons, New York, USA, p. 338-350. Outras Publicações INTERNATIONAL KIMBERLITE CONFERENCE, 5, 1991. Araxá, Brazil. Proceedings ... Rio de Janeiro: CPRM, 1994, 495 p. SIATYCKI J. 1985. Dynamics of Classical Fields. University of Calgary, Department of Mathematics and Statistics, 55 p. Preprint n. 600. 123 ANEXO VII- Normas do Jornal de Pediatria Instruções aos autores O Jornal de Pediatria é a publicação científica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com circulação regular desde 1934. Todo o conteúdo do Jornal de Pediatria está disponível em portuguêse inglês no site http://www.jped.com.br, que é de livre acesso. O Jornal de Pediatria é indexado pelo Index Medicus/MEDLINE (http://www.pubmed.gov), SciELO (http://www.scielo.org), LILACS (http://www.bireme.br/abd/P/lilacs.htm), EMBASE/Excerpta Medica (http://www.embase.com), Sociedad Ibero americana de Información Científica (SIIC) Data Bases (http://www.siicsalud.com), Medical Research Index (http://www.purplehealth.com/medical-research-index.htm) e University Microfilms International. O Jornal de Pediatria publica resultados de investigação clínica em pediatria e, excepcionalmente, de investigação científica básica. Aceita-se a submissão de artigos em português e inglês. Na versão impressa da revista, os artigos são publicados em inglês. No site, todos os artigos são publicados em português e inglês, tanto em HTML quanto em PDF. A grafia adotada é a do inglês americano. Por isso, recomenda-se que os autores utilizem a língua com a qual se sintam mais confortáveis e confiantes deque se comunicam com mais clareza. Se um determinado artigo foi escrito originalmente em português, não deve ser submetido em inglês, a não ser que se trate de uma tradução com qualidade profissional. Observação importante: A língua oficial de publicação do Jornal de Pediatria é o inglês e todo o site de submissão é apresentado exclusivamente em inglês. Processo de revisão (Peer review) Todo o conteúdo publicado pelo Jornal de Pediatria passa por processo de revisão por especialistas (peer review). Cada artigo submetido para apreciação é encaminhado aos editores, que fazem uma revisão inicial quanto aos padrões mínimos de exigência do Jornal de Pediatria e ao atendimento de todas as normas requeridas para envio dos originais. A seguir, remetem o artigo a dois revisores especialistas na área pertinente, selecionados de um cadastro de revisores. Os revisores são sempre de instituições diferentes da instituição de origem do artigo e são cegos quanto à identidade dos autores e ao local de origem do trabalho. Após receber ambos os pareceres, o Conselho Editorial os avalia e decide pela aceitação do artigo sem modificações, pela recusa ou pela devolução aos autores com as sugestões de modificações. Conforme a necessidade, um determinado artigo pode retornar várias vezes aos 124 autores para esclarecimentos e, a qualquer momento, pode ter sua recusa determinada. Cada versão é sempre analisada pelo Conselho Editorial, que detém o poder da decisão final. Tipos de artigos publicados O Jornal de Pediatria aceita a submissão espontânea de artigos originais, artigos especiais e cartas ao editor. Artigos originais incluem estudos controlados e randomizados, estudos de testes diagnósticos e de triagem e outros estudos descritivos ede intervenção, bem como pesquisa básica com animais de laboratório. O texto deve ter no máximo 3.000 palavras, excluindo tabelas e referências; o número de referências não deve exceder 30. O número total de tabelas e figuras não pode ser maior do que quatro. Artigos que relatam ensaios clínicos com intervenção terapêutica (clinical trials) devem ser registrados em um dos Registros de Ensaios Clínicos listados pela Organização Mundial da Saúde e pelo International Committee of Medical Journal Editors. Na ausência de um registro latino-americano, o Jornal de Pediatria sugere que os autores utilizem o registro www.clinicaltrials.gov, dos National Institutes of Health (NIH). O número de identificação deve ser apresentado ao final do resumo. Artigos especiais são textos não classificáveis nas demais categorias, que o Conselho Editorial julgue de especial relevância. Sua revisão admite critérios próprios, não havendo limite de tamanho ou exigências prévias quanto à bibliografia. Cartas ao editor devem comentar, discutir ou criticar artigos publicados no Jornal de Pediatria. O tamanho máximo é de 1.000 palavras, incluindo no máximo seis referências bibliográficas. Sempre que possível, uma resposta dos autores será publicada junto com a carta. São publicados, mediante convite, editoriais, comentários e artigos de revisão. Autores não convidados podem também submeter ao Conselho Editorial uma proposta para publicação de artigos dessas classificações. Editoriais e comentários, que geralmente se referem a artigos selecionados, são encomendados a autoridades em áreas específicas. O Conselho Editorial também analisa propostas de comentários submetidas espontaneamente. Artigos de revisão são avaliações críticas e ordenadas da literatura em relação a temas de importância clínica, com ênfase em fatores como causas e prevenção de doenças, seu diagnóstico, tratamento e prognóstico – em geral são escritos, mediante convite, por profissionais de reconhecida experiência. Meta-análises são incluídas nesta categoria. Autores não convidados podem também submeter ao Conselho Editorial uma proposta de artigo de revisão, com um roteiro. Se aprovado, o autor pode desenvolver o roteiro e submetê-lo para 125 publicação. Artigos de revisão devem limitar-se a 6.000 palavras, excluindo referências e tabelas. As referências bibliográficas devem ser atuais e em número mínimo de 30. Orientações gerais O arquivo original – incluindo tabelas, ilustrações e referências bibliográficas – deve estar em conformidade com os “Requisitos Uniformes para Originais Submetidos a Revistas Biomédicas”, publicado pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (http://www.icmje.org). Cada seção deve ser iniciada em nova página, na seguinte ordem: página de rosto, resumo em português, resumo em inglês, texto, agradecimentos, referências bibliográficas, tabelas (cada tabela completa, com título e notas de rodapé, em página separada), figuras (cada figura completa, com título e notas de rodapé, em página separada) e legendas das figuras. A seguir, as principais orientações sobre cada seção: Página de rosto A página de rosto deve conter todas as seguintes informações: a) título do artigo, conciso e informativo, evitando termos supérfluose abreviaturas; evitar também a indicação do local e dacidade onde o estudo foi realizado; Instruções aos autores b) título abreviado (para constar no topo das páginas), com máximo de 50 caracteres, contando os espaços; c) nome de cada um dos autores (primeiro nome e o último sobrenome; todos os demais nomes aparecem como iniciais); d) apenas a titulação mais importante de cada autor; e) endereço eletrônico de cada autor; f) informar se cada um dos autores possui currículo cadastrado na plataforma Lattes do CNPq; g) a contribuição específica de cada autor para o estudo; h) declaração de conflito de interesse (escrever “nada a declarar” ou a revelação clara de quaisquer interesses econômicos ou de outra natureza que poderiam causar constrangimento se conhecidos depois da publicação do artigo); i) definição de instituição ou serviço oficial ao qual o trabalho está vinculado para fins de registro no banco de dados do Index Medicus/MEDLINE; j) nome, endereço, telefone, fax e endereço eletrônico do autor responsável pela correspondência; k) nome, endereço, telefone, fax e endereço eletrônico do autor responsável pelos contatos pré-publicação; 126 l) fonte financiadora ou fornecedora de equipamento e materiais, quando for o caso; m) contagem total das palavras do texto, excluindo resumo, agradecimentos, referências bibliográficas, tabelas e legendas das figuras; n) contagem total das palavras do resumo; o) número de tabelas e figuras. Resumo O resumo deve ter no máximo 250 palavras ou 1.400 caracteres, evitando o uso de abreviaturas. Não se devem colocar no resumo palavras que identifiquem a instituição ou cidade onde foi feito o artigo, para facilitar a revisão cega. Todas as informações que aparecem no resumo devem aparecer também no artigo. O resumo deve ser estruturado conforme descrito a seguir: Resumo de artigo original Objetivo: informar por que o estudo foi iniciado e quais foram as hipóteses iniciais, se houve alguma. Definir precisamente qual foi o objetivo principal e informar somente os objetivos secundários mais relevantes. Métodos: informar sobre o delineamento do estudo (definir, se pertinente, se o estudo é randomizado, cego, prospectivo, etc.), o contexto ou local (definir, se pertinente, o nível de atendimento, se primário, secundário ou terciário, clínica privada, institucional, etc.), os pacientes ou participantes (definir critérios de seleção, número de casos no início e fim do estudo,etc.), as intervenções (descrever as características essenciais, incluindo métodos e duração) e os critérios de mensuração do desfecho. Resultados: informar os principais dados, intervalos de confiança e significância estatística dos achados. Conclusões: apresentar apenas aquelas apoiadas pelos dados do estudo e que contemplem os objetivos, bem como sua aplicação prática, dando ênfase igual a achados positivos e negativos que tenham méritos científicos similares. Resumo de artigo de revisão Objetivo: informar por que a revisão da literatura foi feita, indicando se enfatiza algum fator em especial, como causa, prevenção, diagnóstico, tratamento ou prognóstico. Fontes dos dados: descrever as fontes da pesquisa, definindo as bases de dados e os anos pesquisados. Informar sucintamente os critérios de seleção de artigos e os métodos de extração e avaliação da qualidade das informações. Síntese dos dados: informar os principais resultados da pesquisa, sejam quantitativos ou qualitativos. 127 Conclusões: apresentar as conclusões e suas aplicações clínicas, limitando generalizações ao escopo do assunto em revisão. Após o resumo, inclua de três a seis palavras-chave que serão usadas para indexação. Utilize termos do Medical Subject Headings (MeSH), disponíveis em http://www.nlm.nih.gov/mesh/ meshhome.html. Quando não estiverem disponíveis descritores adequados, é possível utilizar termos novos. Abreviaturas Devem ser evitadas, pois prejudicam a leitura confortável do texto. Quando usadas, devem ser definidas ao serem mencionadas pela primeira vez. Jamais devem aparecer no título e nos resumos. Texto O texto dos artigos originais deve conter as seguintes seções, cada uma com seu respectivo subtítulo: a) Introdução: sucinta, citando apenas referências estritamente pertinentes para mostrar a importância do tema e justificar o trabalho. Ao final da introdução, os objetivos do estudo devem ser claramente descritos. b) Métodos: descrever a população estudada, a amostra e os critérios de seleção; definir claramente as variáveis e detalhar a análise estatística; incluir referências padronizadas sobre os métodos estatísticos e informação de eventuais programas de computação. Procedimentos, produtos e equipamentos utilizados devem ser descritos com detalhes suficientes para permitir a reprodução do estudo. É obrigatória a inclusão de declaração de que todos os procedimentos tenham sido aprovados pelo comitê de ética em pesquisa da instituição a que se vinculam os autores ou, na falta deste, por outro comitê de ética em pesquisa indicado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde. c) Resultados: devem ser apresentados de maneira clara, objetiva e em sequência lógica. As informações contidas em tabelas ou figuras não devem ser repetidas no texto. Usar gráficos em vez de tabelas com um número muito grande de dados. d) Discussão: deve interpretar os resultados e compará-los com os dados já descritos na literatura, enfatizando os aspectos novos e importantes do estudo. Discutir as implicações dos achados e suaslimitações, bem como a necessidade de pesquisas adicionais. As conclusões devem ser apresentadas no final da discussão, levando em consideração os objetivos do trabalho. Relacionar as conclusões aos objetivos iniciais do estudo, evitando assertivas não apoiadas pelos achados e dando ênfase igual a achados positivo se negativos que tenham méritos científicos similares. Incluir recomendações, quando pertinentes. 128 O texto de artigos de revisão não obedece a um esquema rígido de seções. Sugere-se uma introdução breve, em que os autores explicam qual a importância da revisão para a prática pediátrica, à luz da literatura médica. Não é necessário descrever os métodos de seleção e extração dos dados, passando logo para a sua síntese, que, entretanto, deve apresentar todas as informações pertinentes em detalhe. A seção de conclusões deve correlacionar as ideias principais da revisão com as possíveis aplicações clínicas, limitando generalizações aos domínios da revisão. Agradecimentos Devem ser breves e objetivos, somente a pessoas ou instituições que contribuíram significativamente para o estudo, mas que não tenham preenchido os critérios de autoria. Integrantes da lista de agradecimento devem dar sua autorização por escrito para a divulgação de seus nomes, uma vez que os leitores podem supor seu endosso às conclusões do estudo. Referências bibliográficas As referências devem ser formatadas no estilo Vancouver, também conhecido como o estilo Uniform Requirements, que é baseado em um dos estilos do American National Standards Institute, adaptado pela U.S. National Library of Medicine(NLM) para suas bases de dados. Os autores devem consultar Citing Medicine, The NLM Style Guide for Authors, Editors,and Publishers (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=citmed) para informações sobre os formatos recomendados para uma variedade de tipos de referências. também Podem consultar o site “sample references” (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html), que contém uma lista de exemplos extraídos ou baseados em Citing Medicine, para uso geral facilitado; essas amostras de referências são mantidas pela NLM. As referências bibliográficas devem ser numeradas e ordenadas segundo a ordem de aparecimento no texto, no qual devem ser identificadas pelos algarismos arábicos respectivos sobrescritos. Para listar as referências, não utilize o recurso de notas de fim ou notas de rodapé do Word. Artigos aceitos para publicação, mas ainda não publicados, podem ser citados desde que indicando a revista e que estão “no prelo”. Observações não publicadas e comunicações pessoais não podem ser citadas como referências; se for imprescindível a inclusão de informações dessa natureza no artigo, elas devem ser seguidas pela observação “observação não publicada” ou “comunicação pessoal” entre parênteses no corpo do artigo. Os títulos dos periódicos devem ser abreviados conforme recomendao Index Medicus; uma lista com suas respectivas abreviaturas pode ser obtida através da publicação da NLM “List of Serials Indexed for Online Users”, disponível no endereço 129 http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lsiou.html. Para informações mais detalhadas, consulte os “Requisitos Uniformes para Originais Submetidos a Revistas Biomédicas”. Este documento está disponívelem http://www.icmje.org/. Abaixo, apresentamos alguns exemplos do modelo adotado pelo Jornal de Pediatria: Artigos em periódicos: 1. Até seis autores: Araújo LA, Silva LR, Mendes FA. Digestive tract neural control and gastrointestinal disorders in cerebral palsy.J Pediatr (Rio J).2012;88:455-64. 2. Mais de seis autores: Ribeiro MA, Silva MT, Ribeiro JD, Moreira MM, Almeida CC, Almeida-Junior AA, et al. Volumetric capnography as a tool to detect early peripheric lung obstruction in cystic fibrosis patients.J Pediatr (Rio J). 2012;88:509-17. 3. Organização como autor: Mercier CE, Dunn MS, Ferrelli KR, Howard DB, Soll RF; Vermont Oxford Network ELBW Infant Follow-Up Study Group. Neurodevelopmental outcome of extremely low birth weight infants from the Vermont Oxford network: 1998-2003. Neonatology. 2010;97:329- 38. 4. Sem autor: Informed consent, parental permission, and assent in pediatric practice. Committee on Bioethics, American Academy of Pediatrics.Pediatrics. 1995;95:314-7. 5. Artigos com publicação eletrônica ainda sem publicação impressa: Carvalho CG, Ribeiro MR, Bonilha MM, Fernandes Jr M, ProcianoyRS, Silveira RC. Use of off-label and unlicensed drugs in the neonatal intensive care unit and its association with severity scores.J Pediatr (Rio J).2012 Oct 30. [Epub ahead of print] Livros: Blumer JL, Reed MD. Principles of neonatal pharmacology. In: Yaffe SJ, Aranda JV, eds. Neonatal and Pediatric Pharmacology. 3rd ed. Baltimore: Lippincott, Williams and Wilkins; 2005. p. 146-58. Trabalhos acadêmicos: Borkowski MM. Infant sleep and feeding: a telephone survey of Hispanic Americans [dissertation]. Mount Pleasant, MI: Central Michigan University; 2002. CD-ROM: Anderson SC, Poulsen KB. Anderson’s electronic atlas of hematology [CD-ROM]. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2002. Homepage/website: 130 R Development Core Team [Internet]. R: A language and environment for statistical computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing; 2003 [cited 2011 Oct 21]. Available from: http:// www.R-project.org Documentos do Ministério da Saúde: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamentode Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúdedo recém-nascido: guia para os profissionais de saúde: cuidadosgerais. Brasília: Ministério da Saúde; 2011. v. 1. 192p. (Série A.Normas e Manuais Técnicos) Apresentação de trabalho: Bugni VM, Okamoto KY, Ozaki LS, Teles FM, Molina J, Bueno VC,et al. Development of a questionnaire for early detection of factors associated to the adherence to treatment of children and adolescents with chronic rheumatic diseases - “the Pediatric Rheumatology Adherence Questionnaire (PRAQ)”. Paper presented at the ACR/ARHP Annual Meeting; November 5-9, 2011; Chicago, IL. Tabelas Cada tabela deve ser apresentada em folha separada, numerada na ordem de aparecimento no texto, e conter um título sucinto, porém explicativo. Todas as explicações devem ser apresentadas em notas de rodapé e não no título, identificadas com letras sobrescritas em ordem alfabética. Não sublinhar ou desenhar linhas dentro das tabelas e não usar espaços para separar colunas. Não usar espaço em qualquer lado do símbolo ±. Instruções aos autores Figuras (fotografias, desenhos, gráficos, etc.) Todas as figuras devem ser numeradas na ordem de aparecimentono texto. Todas as explicações devem ser apresentadas nas legendas, inclusive acerca das abreviaturas utilizadas. Figuras reproduzidas de outras fontes já publicadas devem indicar esta condição na legenda, assim como devem ser acompanhadas por uma carta de permissão do detentor dos direitos. Fotos não devem permitir a identificação do paciente; tarjas cobrindo os olhos podem não constituir proteção adequada. Caso exista a possibilidade de identificação, é obrigatóriaa inclusão de documento escrito fornecendo consentimento livre e esclarecido para a publicação. Microfotografias devem apresentar escalas internas e setas que contrastem com o fundo. As ilustrações são aceitas em cores para publicação no site. Contudo, todas as figuras serão vertidas para o preto e branco na versão impressa. Caso os autores julguem essencial que uma determinada imagem seja colorida mesmo na versão impressa, solicita-se um contato especial com os editores. Imagens geradas em computador, como gráficos, devem ser 131 anexadas sob a forma de arquivos nos formatos.jpg, .gif ou .tif, com resolução mínima de 300 dpi, para possibilitar uma impressão nítida; na versão eletrônica, a resolução será ajustada para 72 dpi. Gráficos devem ser apresentados somente em duas dimensões, em qualquer circunstância. Desenhos, fotografias ou quaisquer ilustrações que tenham sido digitalizadas por escaneamento podem não apresentar grau de resolução adequado para a versão impressa da revista; assim, é preferível que sejam enviadas em versão impressa original (qualidade profissional, a nanquimou impressora com resolução gráfica superior a 300 dpi). Nesses casos, no verso de cada figura deve ser colada uma etiqueta com o seu número, o nome do primeiro autor e uma seta indicando o lado para cima. Legendas das figuras Devem ser apresentadas em página própria, devidamente identificadas com os respectivos números. Lista de verificação Como parte do processo de submissão, os autores são solicitados a indicar sua concordância com todos os itens abaixo; a submissão pode ser devolvida aos autores que não aderirem a estas diretrizes. 1. Todos os autores concordam plenamente com a Nota de Copyright. 2. O arquivo de submissão foi salvo como um documento do Microsoft Word. 3. A página de rosto contém todas as informações requeridas, conforme especificado nas diretrizes aos autores. 4. O resumo e as palavras-chave estão na língua de submissão (inglês ou português), seguindo a página de rosto. 5. O texto é todo apresentado em espaço duplo, utiliza fonte tamanho 12 e itálico em vez de sublinhado para indicar ênfase (exceto em endereços da internet). Todas as tabelas, figuras e legendas estão numeradas na ordem em que aparecem no texto e foram colocadas cada uma em página separada, seguindo as referências, no fim do arquivo. 6. O texto segue as exigências de estilo e bibliografia descritas nas normas de publicação. 7. As referências estão apresentadas no chamado estilo de Vancouver e numeradas consecutivamente na ordem em que aparecem no texto. 8. Informações acerca da aprovação do estudo por um conselho de ética em pesquisa são claramente apresentadas no texto, na seção de métodos. 9. Todos os endereços da internet apresentados no texto (p.ex., http://www.sbp.com.br) estão ativos e prontos para serem clicados.