CINEMA NO ENSINO DE GEOGRAFIA: EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA DO PIBID NO ENSINO FUNDAMENTAL Aline de Fatima Carvalho dos Santos Graduanda de Licenciatura em Geografia. Universidade Estadual do Centro Oeste UNICENTRO Bolsista CAPES – PIBID [email protected] Catiane Pohlod Graduanda de Licenciatura em Geografia. Universidade Estadualdo Centro Oeste UNICENTRO Bolsista CAPES – PIBID [email protected] Everton de Jesus Ratis Graduando de Licenciatura em Geografia. Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO Bolsista CAPES – PIBID [email protected] Rudimar da Rocha Rebello Graduando de Licenciatura em Geografia. Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO Bolsista CAPES – PIBID [email protected] Paula Saldan Professora supervisora PIBID [email protected] Resumo: Este trabalho¹ apresenta os resultados de uma experiência realizada pela equipe do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO, Campus CEDETEG, em parceria com o Colégio Estadual do Campo de Palmeirinha, ambos localizados no município de Guarapuava, Paraná. Esta experiência se deu por meio de um levantamento bibliográfico, a partir do qual foram elaboradas dinâmicas pedagógicas, dentre elas, o cinema na escola, que discutiremos neste trabalho. A partir dela, buscou-se uma forma diferenciada de abordagem de um assunto, por meio do debate de um filme numa ação interdisciplinar. O objetivo principal da ação consistiu-se em abordar junto aos alunos alguns temas como o sistema de produção e consumo da sociedade capitalista, suas consequências para o ambiente e a produção de resíduos sólidos como consequência desse processo e os problemas associados a eles. Neste texto, vamos abordar o processo metodológico de realização das atividades, bem como as reflexões sobre sua contribuição pedagógica e para a formação cidadã dos alunos. Esse trabalho se faz importante para a formação do pibidiano, tendo em conta o contato com a escola e os alunos podendo ¹ Este trabalho já teve divulgação na XXII Semana de Geografia e V Seminário de Pós-Graduação de Geografia da UNICENTRO. desenvolver suas capacidades como professores, aprender a expressar-se em sala de aula, selecionar conteúdos e atividades, ganhar experiência sobre o tempo necessário para a realização de atividades em sala de aula, tudo isso sob a orientação do professor supervisor. Palavras Chave: Ensino de Geografia, Experiência Pedagógica, PIBID. A realização da atividade de Cinema foi realizada em uma Escola de Educação do Campo em um distrito da cidade de Guarapuava-PR, com alunos dos quatro anos da segunda etapa do ensino fundamental. As turmas foram mescladas e divididas em grupos de aproximadamente quarenta alunos, em que cada integrante do PIBID ficou responsável por um grupo. Na primeira etapa, foi iniciada a proposta das atividades a serem realizadas. Foi utilizado o data show como recurso áudio visual para a exibição do filme Wall-E; na segunda etapa foi desenvolvida a discussão com os alunos sobre a temática abordada; e a terceira e ultima etapa, finalizou-se com a elaboração de cartazes expondo os pontos de vista relacionando o filme com o tema e o contexto local. Esses cartazes ficaram expostos no colégio como resultado concreto do trabalho realizado. A justificativa das atividades desenvolvidas está em problematizar as dimensões do ambiente, considerando-o como físico, social, cultural e econômico que por sua vez, buscou relacionar com as ações e o cotidiano dos discentes, ao discutir as questões ambientais através do filme Wall-E os alunos podem ser sensibilizados para melhorar suas atitudes frente ao meio ambiente , construindo conceitos como ética ambiental. O cinema como instrumento pedagógico é importante para o ensino de geografia, pois trás um maior envolvimento despertando interesse e motivação para se trabalhar em sala de aula. Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte. Assim, dos mais comerciais e descomprometidos aos mais sofisticados, os filmes têm sempre alguma possibilidade para o trabalho escolar (NAPOLITANO, 2005, p. 11). O filme Wall-E, tem um importante roteiro para abordagem do tema proposto pois, aborda várias questões ambientais. Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao auto conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio, curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada. Nos últimos tempos o modelo capitalista caracteriza-se pela aceleração dos meios de produção de bens e serviços materiais e imateriais, resultantes da evolução tecnológica. As grandes empresas priorizam a acumulação de capital, com grande poder de expansão e de oferecer os mais variados produtos utilizando-se da exploração da mais valia. Para que a produção econômica seja estabelecida, os recursos naturais são utilizados, gerando desiquilíbrios ambientais. Segundo Nunes (2002), a natureza concebida como externa ao homem não só é apropriada como fonte de materiais, mas também como depósito dos desejos e, desta forma, espaços como: “fundo de vales, várzeas de corpos d’água, vertentes de relevo dissecadas, terminam servindo de depósitos de lixo”, além dos depósitos concentrados em céu aberto como os “lixões”. Estas ações geram vários problemas ambientais, como: deslizamentos, enchentes, vetores proliferadores de doenças, odores, poluição do solo, do ar, das águas entre outros (NUNES 2002). Os destinos incorretos de alguns lixos domésticos e a incineração podem afetar gravemente a saúde humana, a exemplo dos materiais de limpeza, tintas, baterias de telefone celular, lâmpadas de mercúrio, pilhas embalagens de agroquímicos que precisam receber tratamento especial. Uma vez produzidos, deveria ser dado o destino de forma correta para o bem do meio ambiente e da vida. Atualmente, há diferentes formas de destino dos resíduos, tais como: compactação, trituração, incineração, aterro sanitário e controlado, compostagem, reciclagem, etc. E também há vários tipos de tratamento, são eles: biogasificação, processamento, confinamento, entre outros. Ao trabalhar com temas como a educação ambiental com os discentes, temos o objetivo de possibilitar que eles possam ser agentes transformadores e promotores da consciência IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 ambiental, tanto em seu espaço familiar entre outros vários espaços sociais por ela frequentados. Assim, a partir do cinema na escola, proporcionar o conhecimento e essa sensibilização dos alunos de forma lúdica, acerca dos temas que envolvem o ambiente, resíduos sólidos e cidadania intercalando a sua importância e a preservação para as futuras gerações. Nesse sentido cabe ressaltar Medina e Santos: Não se trata tão-somente de ensinar sobre a natureza, mas de educar ‘para’ e ‘com’ a natureza; para compreender e agir corretamente ante os grandes problemas das relações do homem com o ambiente; tratase de ensinar sobre o papel do ser humano na biosfera para a compreensão das complexas relações entre a sociedade e a natureza e dos processos históricos que condicionam os modelos de desenvolvimento adotados pelos diferentes grupos sociais” (1999, p. 25). Resultados e discussão Após a exibição do filme, os alunos foram orientados a produzir cartazes, figura 01, que exprimissem suas ideias sobre o tema abordado no filme, e críticas a respeito de como os problemas ambientais e o capitalismo tem sido tratados pelas autoridades e cidadãos. Orientouse, também a discussão e debate entre os estudantes, para que assim eles tivessem a possibilidade de desenvolver seus argumentos e defender suas linhas de pensamento sobre o assunto abordado. Os cartazes produzidos foram expostos na escola, como pode ser observado na figura 01, para valorizar o trabalho dos alunos, e através deles possibilitar outros estudantes a pensar sobre os problemas ambientais e sociais. IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 Figura 01: Alunos durante a produção dos cartazes. Fonte: RATIS J. E, 2014. IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 Figura 02: Cartaz produzido por alunos do Ensino Fundamental, representando a suas opiniões sobre o tema abordado no filme Wall-E. Fonte: Santos A.F.C 2014. Considerações finais O desenvolvimento do trabalho possibilitou uma prática diferenciada para a escola e para os alunos. Tal atividade despertou o interesse dos estudantes que foi perceptível no entusiasmo durante a realização das atividades, mudando a rotina em sala de aula. Essa experiência foi fundamental para formação dos futuros professores, ao trabalhar temas como educação ambiental, capitalismo, produção excessiva de resíduos, entre outros que são obrigatórios no ensino fundamental. Na formação dos pibidianos observou-se grande contribuição, pois o contato com a escola e alunos é de grande importância, assim é possível desenvolver as habilidades como docentes, sendo uma formação complementar que valoriza o acadêmico e possibilita o engrandecimento profissional e pessoal contribuindo na formação de caráter e no senso crítico. IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 Referências MEDINA, Nana M & SANTOS, Elizabeth. Educação Ambiental: uma metodologia participativa de formação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. NAPOLITANO, M. Como usar o cinema na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. NUNES, J. O. R. Uma contribuição metodológica ao estudo da dinâmica da paisagem aplicada a escolha de áreas para construção de aterro sanitário em Presidente PrudenteSP. 2002. 209p. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciência e Tecnologia,Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400