GÊNERO DISCURSIVO “CONTO” E PRODUÇÃO DE DESFECHOS Flávia Gumieiro Vieira (PIBID-CAPES/UNICENTRO Franciane Lava (PIBID-CAPES/UNICENTRO) Loremi Loregian-Penkal (PIBID-CAPES/UNICENTRO) Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de Letras/Irati, PR. Resumo: Privilegiar o texto em sala de aula é fundamental, tanto para trabalhar a análise e reflexão linguística quanto a produção textual. O trabalho realizado tentou proporcionar uma proposta diferenciada na produção de textos, utilizando, para tal, o gênero discursivo “conto” e a temática “violência”. As aulas foram ministradas para duas turmas de 2º ano do Ensino Médio, em uma escola pública de Irati, Paraná, por meio do PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, subprojeto Letras-Português. Para as atividades acontecerem, foi adotada a concepção interacionista, pensando a escrita como relação cooperativa. O trabalho foi realizado por meio de leituras e interpretações de contos e a proposta final foi a produção de desfechos de contos diversos. Após a realização da primeira versão da produção, os textos passaram pelo processo de reescrita para posterior exposição. Palavras-Chave: PIBID-Português; gênero discursivo; Ensino Médio. Introdução Já está postulada a ideia de que levar gêneros variados para a sala de aula amplia o horizonte de expectativas dos alunos, deixando-os mais críticos em relação ao que ouvem, falam, leem e escrevem. Todo texto abre espaço para o debate durante a aula, o professor precisa instigar o aluno, incentivá-lo a levantar hipóteses, perguntar o que acharam da leitura, etc. De acordo com as DCEs “esse é um momento importante para que o aluno se perceba como co-autor e tenha contato, também, com outras leituras, a dos colegas de sala, que não havia percebido”. (PARANÁ, 2008, p. 75 e 76). Os alunos não devem realizar interpretações livremente, o professor precisa realizar um trabalho de mediador, por isso a importância de utilizar um roteiro, a fim de proporcionar maior significância à leitura, sem ultrapassar as fronteiras do texto, pois uma leitura significativa contribui para uma produção escrita mais significativa ainda. IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 A escrita, de acordo com Antunes (2003, p. 45), numa abordagem interacionista, pressupõe encontro, parceria, envolvimento entre sujeitos, para que aconteça a comunhão das ideias, das informações e das intenções pretendidas. Uma leitura bem realizada é o primeiro passo para essa construção de ideias. Imbuídos desse suporte teórico, vamos apresentar parte do trabalho realizado em duas turmas do Ensino Médio de uma escola pública de Irati, Paraná, utilizando o gênero discursivo “conto” e a temática “violência”. As aulas foram ministradas para duas turmas de 2º ano do Ensino Médio. Para as atividades acontecerem, foi adotada a concepção interacionista, pensando a escrita como relação cooperativa. O trabalho foi realizado por meio de leituras e interpretações de contos e a proposta final foi a produção de desfechos de contos diversos. Após a realização da primeira versão da produção, os textos passaram pelo processo de reescrita para posterior exposição à turma. Materiais e métodos Nas aulas de Língua Portuguesa, a leitura está cada vez mais presente, visto que é a partir dela que a maioria dos trabalhos se desenvolve. Diante disso, o trabalho realizado objetivou utilizar práticas leitoras e de produção textual, contemplando o gênero discursivo “conto”, em duas turmas de segundo ano do Ensino Médio de um Colégio Estadual de Irati- PR, visando a produção de desfechos do gênero em questão. O tema escolhido para as aulas foi a “violência’’. Nas primeiras aulas o tema foi exposto por meio de textos, seguido por discussões que objetivavam a participação dos alunos. Depois de ter explorado bastante a temática e o gênero escolhido, foram propostas produções de desfechos para contos diversos, de acordo com o tema discutido. Após a correção dos desfechos, foi proposta a leitura em voz alta, seguido por exposição dos textos na escola. IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 Resultados e Discussão Para os PCNs, o trabalho com gêneros é muito importante, pois “os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunitárias, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros que darão forma aos textos” (p. 26). Assim, o trabalho com a produção textual a partir de determinado gênero e determinada temática, aliado a discussões em sala de aula, proporciona maior interesse por parte dos alunos, visto que a concepção interacionista possibilita uma abertura maior em relação à escrita. Nas aulas em questão, os alunos se sentiram instigados em produzir os desfechos porque eles sabiam que alguém os leria e, conforme Antunes: “socialmente não existe a escrita para nada, para não dizer, para não ser ato de linguagem”. (2008, p. 48). As condições de produção auxiliam muito o processo da escrita, pois ninguém escreve do nada, a não ser que seja uma escrita mecânica. O que pode ser feito é propor um trabalho bem estruturado e explicado, seguindo o que Antunes afirma, ao explicar que a escrita deve passar por etapas distintas e integradas, o que implica planejamento, operação e revisão, também sugere que quem escreve precisa tomar certas decisões. (2003, p. 54). Conclusões O trabalho com leitura, oralidade e escrita deve estar presente nas aulas de Língua Portuguesa e o PIBID contempla tudo isso nas aulas ministradas pelas bolsistas. Delimitar uma temátia e um gênero é uma das possibilidades que visam chegar a um objetivo final, que, neste caso, é a produção textual. Em seguida é necessário colocar o aluno diante de textos e propor discussões relevantes. A interação e o diálogo entre os alunos é fundamental para o bom andamento das aulas, pois possibilita melhores resultados nas propostas de produção textual. Além IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400 disso, os alunos sentem-se mais à vontade ao escreverem acerca de temas em que tiveram a oportunidade de opinar, discutir, refletir, etc. Aos poucos, os alunos demosnstraram mais interesse pelas aulas e aderiram a todas as propostas feitas, pois, ao fazerem isso, seus trabalhos e atitudes foram valorizados ainda mais, o que proporcionou realização e produção de sentidos sobre tais atividades. Referências ANTUNES, I. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba: SEED/DEB, 2008. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, 144p. IV Fórum das Licenciaturas/VI Encontro do PIBID/II Encontro PRODOCÊNCIA – Diálogos entre licenciaturas: demandas da contemporaneidade – UNICENTRO – 2015 – ISSN 2237-1400