Portugalglobal Pense global pense Portugal Entrevista Frank Gutzeit Director-geral da Schenker Portugal Logística global 6 Destaque Convenção da ASD em Lisboa atrai investimento estrangeiro 10 Mercados Novembro 2012 // www.portugalglobal.pt Estados Unidos na mira das empresas portuguesas 32 Empresas Nobre, José Maria da Fonseca, Grupo Montalva 26 Novembro 2012 // www.portugalglobal.pt sumário Entrevista // 6 A Schenker Portugal/Schenker Transitários é uma das principais empresas transitárias a operar em território nacional com forte expansão internacional. Frank Gutzeit, director-geral da empresa alemã no nosso país, sublinha a aposta no transporte ferroviário de mercadorias nas ligaçoes com a Alemanha, numa operação que se tem revelado um sucesso e que atrai cada vez mais empresas exportadoras. Destaque // 10 A indústria Aeronáutica e do Espaço portuguesa tem vindo a conquistar terreno e a afirmar-se internacionalmente. O sector prima por ser líder mundial de tecnologia e pelo retorno que gera para as empresas que nele investem. Projectos internacionais // 20 O Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), de que Portugal é um dos países fundadores, actua em 29 países da Europa Central e Oriental, Ásia Central, Balcãs Ocidentais e Turquia. Conheça o testemunho da EDP Renováveis, que tem em operação dois parques eólicos na Roménia no âmbito de um projecto financiado pelo BERD. Empresas // 26 Nobre: crescer em Portugal e nos mercados externos. José Maria da Fonseca: inovação de mãos dadas com a tradição. Grupo Montalva: reforçar internacionalização e levar carne portuguesa a mais mercados. Mercado // 32 As relações económicas entre Portugal e os Estados Unidos conhecem um novo fôlego, com as exportações nacionais e o investimento directo português a crescerem neste mercado. Conheça a experiência da Indasa e da WeDo Technologies no mercado norte-americano. Opinião // 42 Um artigo de Carlos Moura, director da AICEP no Brasil, sobre o Ano de Portugal no mercado brasileiro. Análise de risco por país – COSEC // 44 Veja também a tabela classificativa de países. Estatísticas // 47 Investimento directo e comércio externo. AICEP Rede Externa // 50 Bookmarks // 52 EDITORIAL Revista Portugalglobal Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: +351 217 909 500 Fax: +351 217 909 578 Propriedade aicep Portugal Global Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto 4050-012 Porto Tel.: +351 226 055 300 Fax: +351 226 055 399 NIFiscal 506 320 120 Conselho de Administração Pedro Reis (Presidente), José Vital Morgado, Manuel Mendes Brandão, Pedro Pereira Gonçalves, Pedro Pessoa e Costa (Vogais) Directora Ana de Carvalho [email protected] Redacção Cristina Cardoso [email protected] Vitor Quelhas [email protected] Colaboram neste número Abel Mateus, António Neto da Silva, Carla Tavares, Carlos Moura, Direcção Grandes Empresas da AICEP, Direcção de Informação da AICEP, Direcção Internacional da COSEC, Direcção PME da AICEP, Frank Gutzeit, Grupo de Trabalho das Multilaterais Financeiras (AICEP/GPEARI), Luís Pádua, Rui Boavista Marques. Fotografia e ilustração ©Fotolia, ProMéxico, Rodrigo Marques, Secretaría de Comunicaciones y Transportes (México). Publicidade Cristina Valente Almeida [email protected] Secretariado Cristina Santos [email protected] Assinaturas REGISTE-SE AQUI Projecto gráfico aicep Portugal Global Paginação e programação Rodrigo Marques [email protected] ERC: Registo nº 125362 As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados. 4 // Novembro 2012 // Portugalglobal Portugal consolida visibilidade estratégica no mercado global O nosso tema em destaque vai, naturalmente, para a Convenção da ASD, que se realizou em Outubro, em Lisboa. Esta organização representa as indústrias europeias de Aeronáutica, Espaço e Defesa e a sua Convenção constitui o mais importante evento anual do sector a nível da Europa. Só o facto de este acontecimento ter superado os objectivos traçados à partida pelas entidades organizadoras, de que a AICEP fez parte, e de ter colocado em foco, no palco internacional, a oferta da indústria aeronáutica e do espaço portuguesa, confere-lhe uma incontornável relevância estratégica para o país. O enorme potencial económico e tecnológico representado pelo sector aeronáutico, fortemente exportador, bem como a sua cultura industrial e o efeito indutor que este tem em diferentes sectores de bens e serviços nacionais, nomeadamente do universo PME, fazem dele um investimento estratégico para Portugal, tanto mais que as empresas portuguesas que venham a fornecer, ou que já fornecem a industria aeronáutica e do espaço, tanto nacional como internacional, contam com um elevado know-how, capacidade de investimento e uma alta intensidade tecnológica. A realização na edição deste ano, pela primeira vez, de um Fórum tecnológico, que mostrou presencialmente a capacidade da oferta nacional e a ligação com a academia e instituições de investigação e desenvolvimento foi crucial para a afirmação das nossas competências perante a elite da indústria aeronáutica europeia e internacional. Em análise está igualmente o mercado dos Estados Unidos da América e o relacionamento económico entre Portugal e a maior economia do mundo, num contexto em que as relações comerciais bilaterais têm vindo a ganhar um novo fôlego. Não só Portugal tem vindo a conquistar credibilidade como destino do investimento directo americano, como são de realçar as exportações portuguesas para os EUA, mercê da capacidade empreendedora das empresas portuguesas, esforço exportador que revela uma tendência muito positiva. São de sublinhar também, nas relações entre os dois países, as parcerias e o investimento directo portugueses em matéria de I&D e tecnologia aplicada, e de inovação de produto. Uma nota final, no capítulo das multilaterais financeiras, é conferida ao Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), de que Portugal é um dos países fundadores. Este banco, que actua em 29 países da Europa Central e Oriental, Ásia Central, Balcãs Ocidentais e Turquia, financiou projectos, entre 1991 e Maio de 2012, no valor acumulado de 210,7 mil milhões de euros. O apoio do BERD abrange um vasto leque de produtos, que se dirigem às empresas e a instituições financeiras privadas, mobilização de apoio directo estrangeiros e desenvolvimento de mercados de capitais até ao apoio técnico e financeiro a empresas e entidades públicas. PEDRO REIS Presidente do Conselho de Administração da AICEP A nossa energia é para a sua empresa! Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento, a consolidação e a competitividade da sua empresa. ENTREVISTA Frank Gutzeit Director-geral da Schenker Portugal LOGÍSTICA GLOBAL AO SERVIÇO DAS EMPRESAS A DB Schenker, que integra a divisão de Transporte e Logística da empresa Deutsche Bahn AG, é um dos líderes mundiais em serviços integrados de logística, transporte terrestre, aéreo e marítimo. Instalada em Portugal há pouco mais de meio século, a Schenker Portugal/Schenker Transitários, S.A. – com sete escritórios próprios, 300 funcionários e mais de 22.000 metros quadrados de espaço de armazenagem – é uma das principais empresas transitárias a operar em território nacional, com excelência de serviço e com forte expansão internacional. Actualmente a Schenker dispõe de dois comboios entre Portugal e a Alemanha, duas vezes por semana, que ligam Lisboa e Porto (através da plataforma da Pampilhosa) a Braunschweig e a Frankfurt. Um serviço inovador que está a conquistar a confiança das empresas. 6 // Novembro 12 // Portugalglobal ENTREVISTA Como evoluiu a Schenker em Portugal? Há meio século, a primeira fase do negócio da Schenker, quando se instalou no país, foi o transporte rodoviário entre a Alemanha e Portugal, tendo como clientes grandes empresas como a Siemens e a Schering. A partir de 2002, a Schenker começou a desenvolver outros produtos: logística, transporte aéreo e marítimo, e mais recentemente, o transporte ferroviário. Hoje temos um peso significativo em todas estas áreas de negócio, no mercado interno e noutros mercados. Há quem coloque questões quanto à menor flexibilidade do transporte ferroviário quando comparado com o rodoviário. O que é que faz a diferença entre ambos? Embora o comboio tenha menor flexibilidade, em termos geográficos, do que a transporte rodoviário, se houver uma rigorosa organização e gestão deste transporte, ele tem vantagens, nomeadamente em termos de custos mais baixos. O cliente tem que optar por flexibilidade (rodoviária) ou custos mais baixos (transporte ferroviário), fazendo bem as contas. Neste momento os custos do transporte rodoviário tornaram-se imprevisíveis, dado o custo dos combustíveis e dos encargos. Uma coisa é certa no entanto: embora neste momento os custos do transporte rodoviário e ferroviário sejam idênticos, os custos rodoviários irão crescer. Em contrapartida, os custos do comboio vão baixar, o que aumenta a sua competitividade. Foi tendo em consideração estes factores que a Schenker está a fazer uma forte aposta no transporte ferroviário de mercadorias, em parceria com a Autoeuropa/Volkswagen e a AICEP. À medida que teremos mais comboios em circulação e uma gestão optimizada e eficiente da carga, menores serão os custos. Dentro de 5 anos, a diferença de custos entre ambos os transportes oscilará entre os 15 e os 20 por cento, a que acresce, além do mais, a vantagem ambiental no caso do transporte ferroviário. Algumas indústrias querem capitalizar esta vantagem. O transporte ferroviário é para grandes empresas ou também vai estar ao alcance das PME? Nesta primeira fase, precisamos dos grandes clientes para operacionalizar e preencher o mais possível o volume de carga útil por vagão, dado que os custos são maiores se houver espaços vazios. Mas já começamos a ter clientes PME. Contudo, estes precisam de ter dimensão, pois não é vantajoso para as empresas transportarem um reduzido volume de carga. O comboio necessita de regularidade quanto ao transporte de mercadorias e de previsão para gerir de forma adequada e rentável a carga e os terminais. Aumentar a capacidade de transporte de um comboio não é somente uma questão de colocar mais vagões na composição, é preciso que haja aumento da carga útil por vagão. Neste sentido, o planeamento é essencial quando se trata de optimizar e agilizar o transporte ferroviário de mercadorias. Por isso, para as PME que não conseguem assegurar um volume significativo e uma regularidade no transporte dos seus produtos, a solução do transporte rodoviário é a ideal. Na vossa logística de transporte, qual é actualmente o peso da ferrovia? Até Setembro tivemos um comboio por semana, o que equivale a uma facturação de cerca de 3 milhões de eu- ros. Com dois comboios duplicamos este valor e com três triplicamos. O nosso objectivo situa-se entre os 10 e os 15 milhões de euros, com comboios mais cheios, com um melhor aproveitamento da carga útil por vagão. Actualmente cada composição conta com 32 vagões-plataformas/caixas, com uma extensão total de 480 metros e uma capacidade de carga total de 703 toneladas. Os vossos comboios, neste momento, exportam mais para a Alemanha ou importam mais da Alemanha? Neste momento exportam mais. Basta dizer que o primeiro comboio das sextas-feiras parte com carga a 100 por cento (exportação) e quando regressa a Portugal traz 70 por cento de carga (importação). Os sectores que mais utilizam este transporte ferroviário, para exportar, são a indústria automóvel e componentes, papel, cortiça, bens alimentares, resinas e químicos, cerâmica e vidro. Estes sectores tornaramse já clientes regulares. No seu universo de serviços, como é que a Schenker Portugal faz a gestão da intermodalidade? O transporte intermodal requer tráfego misto ou múltiplo, envolvendo mais de uma ou várias modalidades de transporte, e por isso é um processo exigente, que precisa de assegurar parcerias estratégicas. Neste sentido, fomos premiados pelo Deutsche Bahn porque a nossa empresa realizou o que é quase impossível alcançar: sentámos na mesma mesa importantes entidades ligadas aos vários transportes para desenvolver um transporte integrado, na óptica da intermodalidade, processo que exigiu dois anos de trabalho. Diga-se que não foi fácil encontrar os interlocutores certos. Seja como for, em 2011 testámos esta plataforma intermodal com dois comboios, experiência que se mostrou muito satisfatória e que é claramente para continuar. Em Portugal, como em Espanha, usa-se a bitola ibérica. Recentemente, passaram-se a usar dispositivos de mudança de bitola nos comboios que vão para França, onde se usa a bitola internacional. Como é que a Schenker Portugal está a gerir o desafio das diferentes bitolas das linhas? Foi uma questão que tivemos de ponderar muito atentamente, no sentido de se obterem os melhores resultados. Uma coisa é certa: uniformizar bitolas é um investimento elevado, custa tempo e muito dinheiro, e este é actualmente um recurso escasso e caro. Em Irún (País Basco), para resolver o problema das bitolas, criámos um sistema que leva seis horas a fazer o transbordo (boarding) das mercadorias transportadas, o que equivale, feitas as contas, ao custo do transporte rodoviário. É claro que o ideal seria uma bitola única de Portugal até à Alemanha, o que tornaria o transporte ferroviário mais rápido e com custos ainda mais baixos, mas este investimento é actualmente muito elevado. A solução que encontrámos foi fazer uma gestão eficiente das diferentes bitolas, investindo na optimização do tempo de transbordo, sendo o ideal reduzir as seis horas para as três horas, por exemplo. Até porque, no actual contexto de crise, nem Portugal nem Espanha Portugalglobal // Novembro 12 // 7 ENTREVISTA terão capacidade de investir na uniformização das bitolas nos próximos dez anos. Quer dizer que as bitolas, que eram um problema maior no início, se tornaram agora um problema menor? O transbordo das mercadorias para mudar de bitola custa tempo e dinheiro, é certo, mas ao optimizarmos este tempo de transbordo, reduzimos significativamente os custos e aumentamos os ganhos. Tempo é dinheiro, como sabemos. Por isso, a perfeita sincronização dos horários dos comboios é outro aspecto fundamental: nenhum comboio pode esperar por outro comboio. Neste processo, a organização e a precisão são incontornáveis. Nada nem ninguém pode esperar. Tudo tem que ser rigorosamente sincronizado. A Schenker Portugal tem projectos de internacionalização? Temos vários em curso. Estamos a criar a Schenker Angola, um processo que já vem de 2007, ano em que estabelecemos um contrato com investidores desse país para desenvolverem o projecto. Hoje estamos em processo de compra dessa empresa recém-criada. Temos já instalações em Luanda e no Lobito e em cinco anos tornámo-nos num player no mercado angolano. Entre os nossos clientes temos multinacionais que operam no mercado a partir do Dubai ou da China. É importante sublinhar que a coordenação destas ligações logísticas internacionais é feita a partir de Lisboa, na Schenker Portugal, o que faz de nós um centro de competências para o Grupo Schenker em matéria de países africanos, como Angola. O facto da Schenker estar em Portugal facilita os seus negócios em África? Portugal, dada a sua centralidade e relações históricas, é estrategicamente importante como plataforma para a África dos PALOP, em especial para Angola e Moçambique. Felizmente há cada vez mais eventos em torno desses países – o que mostra como são importantes enquanto mercados – não só promovidos pela AICEP, como pelas Câmaras de Comércio e Confederações da indústria e do comércio. 8 // Novembro 12 // Portugalglobal Que novos investimentos é que a empresa está a fazer no país? Estamos a construir um terminal em Vila do Conde, com mais de 7.500 metros quadrados para logística, 4.000 mil metros quadrados para o transporte rodoviário nacional e internacional, e 2.000 metros quadrados para escritórios, de forma a absorver, no seu conjunto, cerca de 150 postos de trabalho directos. A opção por esta localização está directamente ligada aos acessos existentes e à proximidade do porto de Leixões e do aeroporto de Pedras Rubras. Este novo terminal representa cerca de 9 milhões de euros de investimento e estará pronto a operar no início de 2014. De que maneira a recessão, o abrandamento da economia em Portugal e na Europa, afectam a dinâmica da Schenker Portugal? O volume de negócio diminui para nós, mas também diminui para a concorrência. Estamos todos no mesmo barco. A nossa maior preocupação, neste contexto de crise, é manter o negócio, os clientes, os nossos produtos, os postos de trabalho, e “Temos flexibilidade e agilidade para superar os constrangimentos com que a economia europeia se debate e temos o apoio do Grupo Schenker, se necessário. Mas em qualquer caso, o negócio local tem que valer o investimento e ser rentável, demonstrar que é uma boa aposta.” baixar custos. Relativamente ao nosso investimento no Norte do país (Vila do Conde), tivemos que provar à casa-mãe que haveria mais-valias apreciáveis geradas pelo investimento. Temos a nosso favor a obra feita, como sejam empreendimentos inovadores, boas parcerias de negócio, o investimento no transporte ferroviário, o centro de competências para Ango- ENTREVISTA caras da Europa como sofrem de sérios constrangimentos administrativos, já para não falar no custo da mão-deobra, que não é competitivo quando se vê confrontado com a concorrência de outros países europeus. É certo que se ganharia tempo ao utilizar Portugal como porto de entrada, mas perde-se claramente com impostos, custos, morosidade, burocracia administrativa. la. O nosso lema é fazermos sempre mais e melhor e termos sempre projectos rentáveis e com futuro em cima a mesa. Por outro lado, temos flexibilidade e agilidade para superar os constrangimentos com que a economia europeia se debate e temos o apoio do Grupo Schenker, se necessário. Mas em qualquer caso, o negócio local tem que valer o investimento e ser rentável, demonstrar que é uma boa aposta. O grupo Schenker acredita em Portugal e por isso está a investir neste momento, numa conjuntura menos favorável, sabendo que melhores dias chegarão num futuro próximo e que temos de estar bem preparados para lhes responder. Quais são os constrangimentos que uma empresa como a Schenker tem que enfrentar em Portugal? Morosidade nas licenças, autorizações, alvarás, escrituras, justiça, enfim, este é um capítulo em que tende a haver demasiada burocracia e lentidão nos processos. Neste sentido, o papel da AICEP pode ser fundamental como facilitadora do investimento e como interlocutora para desbloquear constrangimentos impeditivos da actividade económica do investimento estrangeiro. Que consequências é que estes múltiplos constrangimentos acarretam para o país? Além da morosidade que constrange os negócios, Portugal tem outros constrangimentos que se reflectem negativamente no investimento e na actividade exportadora/ importadora, como sejam os elevados encargos aduaneiros, pouco ou nada flexíveis, com impostos à cabeça. Para contornarem estes custos demasiado elevados, temos clientes que têm mercadoria importada proveniente do Extremo Oriente, da China, e que preferem, porque lhes fica mais barato, fazer o desalfandegamento em Roterdão, Antuérpia ou Hamburgo, sendo depois a carga transportada para Portugal. Embora o país possua excelentes infra-estruturas portuárias, estas são não só as mais Como antevê o ano 2013, cujos constrangimentos afectarão necessariamente a actividade empresarial? Que medidas preventivas está a tomar a Schenker Portugal? A primeira coisa a fazer é evitar riscos, nomeadamente em matéria de novos clientes, cobranças, falência de empresas. Neste sentido, estamos a melhorar os nossos procedimentos internos para evitar surpresas. Na realidade, constatamos que podemos manter ao melhor nível o nosso negócio, e também os nossos melhores clientes, evitando simultaneamente riscos desnecessários. É deste modo que estamos a proteger preventivamente, e sempre melhor, o ambiente de negócios da Schenker Portugal. Por outro lado, defendemonos, é certo, mas também estamos a expandir o negócio, internacionalizando-o. Estamos a expandi-lo para Angola, onde estamos a instalar a Schenker Angola, que estará a funcionar em 2013. Podemos afirmar que está tudo a postos para que o investimento em Angola seja um sucesso. E temos ainda planos para Moçambique, que é um país com um enorme potencial, e para a África do Sul. É nosso objectivo é estreitar cada vez mais as ligações entre Angola, Moçambique e África do Sul. Estamos a apostar também no Brasil e no transporte de mercadorias para a Venezuela. China e Índia estão igualmente na nossa agenda. Estamos a falar de consolidação e sustentabilidade? O nosso esforço para 2013 será sobretudo de consolidação e de sustentabilidade dos negócios em curso e dos novos investimentos, que para nós são matéria de desenvolvimento estratégico. Ou seja: mais serviços, mais comboios, mais internacionalização. Neste momento, a Schenker Portugal apresenta uma paleta de produtos e serviços completa: logística, transporte rodoviário doméstico e internacional, bem como marítimo, aéreo, ferroviário, e intermodal, serviço especial (just-in-time) de transporte de componentes automóveis e aeronáuticos, entre outros, tudo 24 horas por dia, 365 dias por ano. Há seis anos, eu e a minha equipa colocámos a questão: especialização ou diversificação? Optámos pela diversificação. Os nossos clientes têm, regra geral, negócios de exportação e importação envolvendo vários países e continentes e portanto vários produtos e serviços de transporte de mercadorias, a nível global. Schenker Portugal Estrada Nacional 115-5 Casal Novo 2660-364 São Julião do Tojal Tel. +351 219 739 700 [email protected] [email protected] Portugalglobal // Novembro 12 // 9 DESTAQUE CONVENÇÃO DA ASD 2012 EM LISBOA AERONÁUTICA NACIONAL POTENCIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO 10 // Novembro 12 // Portugalglobal DESTAQUE Dispensando grandes parangonas e permanecendo quase desconhecida do grande público, a indústria Aeronáutica e do Espaço portuguesa tem vindo a conquistar terreno e a afirmar-se internacionalmente nos últimos anos. Além de fortemente exportador, o sector prima não só por ser líder mundial de tecnologia, como pelo retorno que gera para as empresas que nele investem. Nesta medida, Portugal entrou assumidamente nesta corrida estratégica, potenciadora de crescimento económico e de desenvolvimento, posicionando-se de modo a garantir o sucesso global do seu ‘cluster’ aeronáutico e espacial. A aposta da EMBRAER no país, a significativa presença de Portugal nas feiras de Farnborough e Le Bourget, a participação e o investimento nacionais na ESA (Agência Espacial Europeia), bem como iniciativas que garantem a visibilidade internacional das empresas portuguesas do sector, como a recente Convenção da ASD em Lisboa, são a expressão mais visível desse esforço público e empresarial sustentado, que conta com o apoio da AICEP. A Convenção anual da ASD – associação que representa as indústrias europeias de Aeronáutica, Espaço e Defesa – não é apenas uma montra da actividade e da vitalidade do sector, mas também uma oportunidade para o país organizador ganhar visibilidade junto das indústrias aeroespacial e de defesa europeias, de modo a mostrar e a valorizar as suas competências, identificar parcerias de negócio e projectos de I&D, e captar investimento estrangeiro. Este ano coube a Portugal ser o anfitrião da Convenção da ASD, que se realizou em Lisboa no mês de Outubro. O envolvimento da AICEP na organização do evento – o primeiro da indústria aeronáutica, espaço e defesa a ser realizado no país – teve como objectivo potenciar as oportunidades oferecidas no âmbito da Convenção, permitindo às empresas portuguesas mostrar as suas competências em matéria de fornecimento, desde a alta qualidade do produto final até á excelência da mãode-obra especializada, passando pela elevada capacidade tecnológica. Os números falam por si: mais de mil delegados, 23 países participantes (incluindo Brasil e EUA) e cerca de 60 oradores. Durante três dias tiveram lugar conferências e uma significativa mostra de produtos, bem como visitas a empresas, instituições e infra-estruturas aeronáuticas nacionais, destacando-se as visitas à EMBRAER (às duas unidades criadas em Évora) e à OGMA (Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A, em Alverca), e ao Centro de Qualificação do IEFP em Évora (esforço na qualificação da mão-de-obra nacional para responder às necessidades específicas do sector). Os contactos e o networking com potenciais clientes e parceiros constituíram outro ponto forte da Convenção, apresentando as empresas portuguesas (potenciais fornecedoras) um elevado grau de motivação e vontade de investir em parcerias e projectos, bem como determinação em dar visibilidade global às suas competências e capacidades. A convenção permitiu ainda dar a conhecer que em Portugal se produz a um custo altamente competitivo alguns dos produtos mais avançados do sector a nível mundial e demonstrar que o país é detentor de avanços tecnológicos desenvolvidos por empresas nacionais com o apoio de centros de I&D portugueses, o que, a par dos apoios e incentivos disponibilizados pela AICEP, tornam atractivo o investimento estrangeiro neste domínio. Na realidade, as actividades desenvolvidas pelas empresas e outras organizações do sector aeronáutico e espacial, a nível das áreas tecnológicas avançadas, mostram que Portugal tem vindo a investir sustentadamente em investigação e desenvolvimento de aplicações e novas tecnologias, as quais incorporam um elevado conteúdo tecnológico e científico em áreas cruciais para o desenvolvimento global do sector. “As actividades desenvolvidas pelas empresas e outras organizações do sector aeronáutico e espacial português, a nível das áreas tecnológicas avançadas, mostram que Portugal tem vindo a investir sustentadamente em investigação e desenvolvimento de aplicações e novas tecnologias, as quais incorporam um elevado conteúdo tecnológico e científico, em áreas cruciais para o desenvolvimento global do sector.” É nesta medida que a participação portuguesa na ESA (Agência Espacial Europeia), de que a DANOTEC é expressão, representa um portal privilegiado de acesso das empresas nacionais ao Espaço, pela via das parcerias com programas espaciais desenvolvidos com a ESA, o que abre portas a grandes desafios em matéria de intensidades tecnológica e de benefícios na área das aplicações e tecnologias espaciais, potenciando deste modo a dimensão internacional desta área específica de negócio para as empresas portuguesas, nomeadamente do universo PME. Portugalglobal // Novembro 12 // 11 DESTAQUE CONVENÇÃO DA ASD DE LISBOA SUPEROU OS OBJECTIVOS >POR CARLA TAVARES, AICEP A Convenção da ASD é o maior e mais importante evento do sector na Europa, que se realiza, anualmente, num dos diferentes países de origem das Associações constituintes. Em 2012, pela primeira vez, a Convenção incluiu um Fórum Tecnológico, nos dias 11 e 12 de Outubro, que ofereceu uma oportunidade real de networking, ideias e talentos entre empresas, universidades e centros de investigação. A Convenção da ASD de Lisboa superou os objectivos. É uma conclusão unânime da organização e participantes. Foi uma “montra” de Portugal e das suas competências no sector aeronáutico, espaço e defesa. Mais de mil participantes, representando os principais players destes sectores, conheceram-se, trocaram experiências, reuniram e conheceram um pouco mais de Portugal, naquela que foi a maior Convenção da ASD alguma vez realizada, superior às edições de Istambul, Montreaux, Helsínquia, Paris ou Barcelona. Os impactos desta Convenção, considerado o 12 // Novembro 12 // Portugalglobal mais importante evento anual a nível europeu destes sectores, naturalmente serão sentidos a médio e longo prazo. Os testemunhos de algumas das empresas que participaram na Convenção, transmitidos durante e após o evento, são muito positivos. Empresas como a Tekever, a GMV, a OGMA, a Incompol e a Ply Engenharia, entre muitas outras, bem como as associações sectoriais participantes, incluído a própria ASD, transmitiram-nos que o seu balanço da Convenção é muito positivo. Quer pelo contacto e networking com potenciais clientes e parceiros estabelecidos durante este período, mas também pelo acesso a conhecimento sobre as tendências e pelos impactos dentro das suas próprias organizações. Para algumas filiais dos players internacionais já presentes em Portugal, esta foi uma oportunidade única para as equipas de gestão nacionais fazerem networking dentro das suas próprias organizações multinacionais. Foi destacado o facto de este ter sido “o primeiro evento da indústria aeronáutica, espaço e defesa feito em Portugal”, DESTAQUE SOBRE A ASD A ASD - AeroSpace and Defence Industries Association of Europe (ASD) representa as indústrias europeias de Aeronáutica, Espaço e Defesa. Tem 28 associações como membros, de 20 países, representando mais de 2.000 empresas, com 80.000 fornecedores e um volume de negócios de 163 mil milhões de euros. A ASD assegura um alto nível de representatividade deste sector na politica pública europeia, assumindose como uma entidade que tem por objectivo coordenar a nível europeu serviços e actividades, tais como projectos de investigação tecnológica, iniciativas europeias a nível empresarial, facilitar o desenvolvimento das PME dentro da cadeia de abastecimento competitiva, entre outras. A Associação das Empresas de Defesa, Armamento e Novas Tecnologias (DANOTEC) é a filial portuguesa da ASD, com 26 empresas associadas. A Convenção anual da Associação Europeia das Indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa (ASD), de 10 a 12 de Outubro em Lisboa, foi organizada pela AICEP e pela DANOTEC. algo inimaginável há uns anos atrás, sendo de realçar a qualidade da indústria que esteve presente em Portugal. Esta foi também uma porta para o “clube privado global” que são estes sectores. Ao fim de apenas um mês temos conhecimento de que players internacionais já contactaram empresas portuguesas presentes e conhecidas durante o evento. As sementes foram lançadas. ficativo efeito de arrastamento, a montante e a jusante, principalmente em PME, e criação de postos de trabalho directos e indirectos altamente qualificados (relação de 1 para 4 a 7 postos de trabalho indirectos), estas indústrias têm impactos a nível micro e macroeconómico transversais a toda a economia. Estes sectores caracterizam-se também por longos períodos de recuperação dos investimentos e com muito espaço para intervenção de diplomacia económica. Em 2004, a Embraer, a terceira OEM do sector aeronáutico mundial, adquire parte do capital da OGMA, através do processo de privatização. No Verão de 2006 são iniciados os trabalhos de avaliação de Portugal como uma das possíveis locali- Até 2011, várias equipas da Embraer realizaram algumas dezenas de missões em Portugal, de avaliação de potenciais parceiros tecnológicos, de investigação e desenvolvimento, fornecedores, infra-estruturas, disponibilidade de recursos humanos qualificados, localizações industriais, entre outros. A convenção em números • 1.000 delegados à Convenção. É reconhecido um enorme potencial a estes sectores. Considerados mundialmente como uma indústria de elevado interesse estratégico para as economias, pela indução de um conjunto de mais-valias tecnológicas e de cultura industrial e pelo seu efeito indutor que pode ter junto de outras áreas e sectores. Estes sectores são conhecidos pelo elevado investimento em tecnologia e pela disseminação deste conhecimento e práticas de excelência. Com um signi- zações para futuros projectos industriais. Em 2009 realizaram-se as primeiras missões de prospecção de fornecedores de componentes metálicos e em compósitos. Foram visitadas dezenas de empresas e seleccionadas 20 para participarem num exigente processo de certificação, ao abrigo do qual a Embraer já certificou algumas delas. • 23 países de origem, incluindo Brasil e Estados Unidos da América. • Mais de 300 reuniões. • 55 stands de empresas, associações e universidades, maioritariamente nacionais; exposição estática de projectos de investigação e desenvolvimento de cerca de duas dezenas de empresas portuguesas. • 36 sessões e mais de 60 oradores. • 60 participantes em dois programas de visitas a Évora, Alverca, Setúbal e Beja. • 310 acompanhantes que paralelamente à Convenção fizeram os vários programas culturais disponíveis. • 17 entidades que se associaram ao evento como Patrocinadores ou Parceiros. • Cerca de 15.000 visitas ao site do evento (www.portugalglobal.pt/asd). Portugalglobal // Novembro 12 // 13 DESTAQUE Em 2012, pela primeira vez, a Convenção da ASD incluiu um Fórum Tecnológico, nos dias 11 e 12 de Outubro, que ofereceu uma oportunidade real de networking, ideias e talentos entre empresas, universidades e centros de investigação. As empresas portuguesas potenciais fornecedoras apresentavam em 2009 elevado know-how, capacidade financeira e motivação. Porém, também um gap de cultura aeronáutica e reduzida massa crítica, que também se verificava do lado da procura. Enfrentavam ameaças como o grande esforço de investimento inicial, em qualificação e equipamento, difícil de rentabilizar. Mas o efeito âncora da procura e dos projectos da Embraer e da OGMA apresentava-se como uma oportunidade para a aposta estratégica neste sector, nestes anos. Angariação da Embraer Agosto de 2006: início dos trabalhos de angariação dos projectos de Évora. 2006-2011: realização de várias missões, por diversas equipas da Embraer, de prospecção e avaliação de potenciais fornecedores, parceiros tecnológicos, parceiros de investigação e desenvolvimento, infra-estruturas, disponibilidade de recursos humanos qualificados, localizações industriais, entre outros. 2008-2009: grupo de trabalho constituído por entidades do Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e do Ministério da Educação que permitiu que a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) introduzisse no Catálogo Nacional de Qualificações – instrumento de gestão estratégica de qualificações de nível não superior – quatro novas qualificações relacionadas com a indústria aeronáutica: Técnico/a de Tratamento de Metais (nível 3); Técnico/a de Produção e Transformação de Compósitos (nível 3); Técnico/a de Maquinação CNC (nível 3); Técnico/a de Produção Aeronáutica - Montagem de Estruturas (nível 3). Julho de 2008: anúncio público da decisão da Embraer de investir em Évora. Março de 2009: Kick-off do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores. 14 // Novembro 12 // Portugalglobal Abril de 2009: início da formação de pelo IEFP nas quatro novas qualificações relacionadas com a indústria aeronáutica, que estão a ser recrutados pelas várias empresas do sector. Abril a Outubro de 2009: formação em cultura aeronáutica para empresas portuguesas pela Associação Pool. Net com a colaboração da AICEP. Julho de 2009: Cerimónia de lançamento da primeira pedra do empreendimento. Novembro de 2010: início da construção das fábricas em Évora. 2011: construção do centro de formação na área aeronáutica, pelo IEFP, em Évora. Junho de 2011: primeira mostra pública do projecto de pesquisa e desenvolvimento denominado “LIFE”, desenvolvido por cinco entidades portuguesas em parceria com a Embraer, no Pavilhão de Portugal no Salão Aeronáutico de Le Bourget 2011. Setembro de 2012: inauguração das duas fábricas. Até Outubro de 2012, a Embraer já visitou mais de 60 empresas instaladas em Portugal e desenvolveu mais de duas dezenas. O Pavilhão de Portugal em Farnborough 2010 foi a maior representação portuguesa conjunta e integrada, internacional, das nossas competências, formado por 42 entidades (empresas, universidades, associações e AICEP). Depois de três Pavilhões de Portugal (Farnborough em 2010 e 2012 e Le Bourget em 2011), a Convenção da ASD foi uma montra das competências nacionais e um momento de conheci- “Com a apresentação em Portugal do AR5 Life Ray, o maior UAV autónomo português, partilhámos convosco o que foi, sem dúvida, um marco importante no reforço do posicionamento de entrada de Portugal no mercado global aeronáutico de sistemas autónomos, já iniciado com o lançamento para o mercado do AR4 Life Ray.” Grupo TEKEVER mento das tendências do sector e de networking para as empresas nacionais, com potenciais clientes e parceiros. Refira-se que os três Pavilhões de Portugal em Farnborough e Le Bourget, bem como a Convenção da ASD, foram organizados com a colaboração DESTAQUE das Associações sectoriais DANOTEC, PEMAS, POOL.NET e PROESPAÇO. O facto de Portugal ter entrado como parceiro a risco do Programa KC 390, o acordo entre a Airbus e a Salvador Caetano na área de compósitos, a inauguração dos dois centros de excelência da Embraer em Évora, com o arrastamento de outras importantes empresas neste sector, para além dos projectos de expansão da OGMA e da Lauak já presentes em Portugal, vão proporcionar às empresas portuguesas oportunidades de negócio que lhes permitirão rentabilizar os seus investimentos nestes sectores. Atendendo à elevada qualidade das competências nacionais que estiveram expostas no Fórum Tecnológico associado à Convenção da ASD, tornou-se evidente que existe já um grupo significativo de empresas qualificadas e a trabalhar de uma forma competitiva para o sector aeronáutico mundial. O esforço de cooperação entre associações e entre empresas, resultando numa complementaridade visível, são já a prova da existência de um verdadeiro cluster, reconhecido internacionalmente pelos principais players do mercado. A percepção que retiro do trabalho de angariação da Embraer, e paralelamente de acompanhamento do processo de prospecção de parceiros em Portugal, de desenvolvimento de fornecedores, da criação de notoriedade do nosso país neste “clube privado global” que é o sector aeronáutico, é que Portugal e, particularmente, o tecido industrial nacional que já trabalha, ou quer vir a trabalhar nestes sectores, tem elevadas capacidades e tem neste momento uma janela de oportunidade difícil de repetir. Para alguns, até comparável com a instalação da Autoeuropa em 1992, naturalmente, em escalas distintas. CONVENÇÃO ASD 2012 APOSTA NA ATRACÇÃO DE INVESTIMENTO ESTRANGEIRO >POR LUÍS PÁDUA, AICEP A convenção anual da ASD, a associação europeia para as indústrias aeronáutica, espaço e defesa, teve lugar em Outubro, em Lisboa, com a presença de mil delegados. O programa desenhado para os três dias de convenção, com o estreito envolvimento da AICEP, incluiu, para além de conferências, uma mostra de produtos e visitas a empresas, instituições e infraestruturas aeronáuticas nacionais. A representatividade da ASD torna a sua Convenção anual numa oportunidade para o país organizador ganhar visibilidade junto das indústrias aeroespacial e de defesa europeias. O envolvimento da AICEP na organização do evento visava apoiar a promoção das competências e das empresas nacionais para a identificação de parceiros de negócio ou para projectos de I&D, mas tinha também um objectivo claro de atracção de investimento para Portugal. Este evento envolveu mais de mil participantes, dos quais 993 delegados representantes das Associações Europeias, para além de membros dos Conselhos de Administração dos prime contractors europeus, Comissários e Membros do Parlamento Europeu, o Presidente da Agência Europeia de Defesa, Associações e empresas de vários países não europeus, nomeadamente, Brasil e EUA. Portugalglobal // Novembro 12 // 15 DESTAQUE Com a presença de mil delegados, na sua grande maioria decision makers, em representação de centenas de empresas europeias e algumas americanas, este evento representava assim uma oportunidade ímpar para posicionar Portugal como destino de investimento junto destas multinacionais. Sendo o nosso país pouco conhecido no seio da indústria aeroespacial, tornava-se imperativo utilizar este evento para alterar esta situação, mostrando o que já se produz, as qualidades ímpares da mão-de-obra nacional e as restantes vantagens em matéria de atractividade de investimento, a que acrescem os resultados do esforço reformista que o país está efectuar. O programa desenhado para os três dias de convenção incluiu, para além de conferências, uma mostra de produtos e visitas a empresas, instituições e infra-estruturas aeronáuticas nacionais. Tornou-se patente desde o primeiro momento o desconhecimento das capacidades e qualidades nacionais por parte dos responsáveis das diferentes multinacionais presentes. A visita a Évora e Alverca contribuiu assim para um primeiro impacto positivo junto dos delegados e uma alteração da percep- ção do esforço que o país está a fazer para se tornar mais competitivo. A Embraer mostrou as duas unidades criadas em Évora, esclarecendo muitas das dúvidas que os participantes tinham sobre o layout da fábrica e o tipo de operação desenvolvida. Como várias 16 // Novembro 12 // Portugalglobal das empresas presentes foram fornecedoras de outros projectos da Embraer, esta visita teve um valor adicional para estas, pois significa uma nova oportunidade de fornecimento. Para Portugal esta situação pode-se traduzir em novos investimentos, pois a distância logística a cobrir para fornecer a unidade de Évora poderá obrigar à construção de novas unidades em território nacional. A visita ao Centro de Qualificação do IEFP em Évora demonstrou o esforço na qualificação da mão-de-obra nacional para responder às necessidades específicas do sector. Causou particular impacto o facto de Portugal já estar a treinar trabalhadores para trabalhar com materiais compósitos e de forma tão assertiva. A presença de representantes de empresas especialistas nesta área serviu para validar a formação ministrada pelos técnicos do IEFP, a par do que se faz noutros países com mais experiência. Ao longo dos três dias, enquanto representante da equipa que na AICEP procura promover Portugal como destino de investimento e atrair novos projectos, tive a oportunidade de efectuar um número significativo de reuniões com representantes de topo de importantes multinacionais, muitos dos quais normalmente inacessíveis para contactos desta nature- za. O objectivo primordial destas reuniões era colocar o nosso país no mapa mental destas empresas, para que em futuros processos de expansão Portugal esteja desde o início presente como opção. As questões colocadas por estes decisores incluíram o interesse em perceber como decorreu o processo de selecção de localização das unidades da Embraer, assim como a recolha de informação sobre a qualificação e disponibilidade da mãode-obra nacional. Foi notório que muitos desconheciam que Portugal albergava unidades industriais de multinacionais onde se produzem alguns dos produtos mais avançados nestes sectores, a um custo altamente competitivo, por uma mão-de-obra qualificada e empenhada. Os avanços tecnológicos desenvolvidos por empresas nacionais, com o apoio de centros de I&D nacionais, eram também desconhecidos da maioria. Outros questionaram que tipologia de apoios o Estado português poderia disponibilizar para um projecto industrial, permitindo assim elencar a capacidade de apoio da AICEP a todos os investidores, desde a negociação de incentivos financeiros e fiscais, aos apoios à contratação, passando pela disponibilização de informação sobre potenciais localizações e fornecedores locais. Sendo notório que muitos dos delegados tinham uma imagem distorcida da realidade nacional, agravada pela situação actual, o ambiente proporcionado pelo Fórum Tecnológico e a elevada qualidade das empresas nacionais representadas permitiu corrigir percepções incorrectas e assegurar que os argumentos favoráveis à inclusão de Portugal em futuros processos de decisão ficaram presentes em quem nos visitou. Uma das primeiras coisas que se aprende quando se trabalha em Angariação de Investimento é que o processo de decisão de um projecto de investimento é longo, com muitos factores a contarem para um resultado final que se deseja favorável para o nosso país. A Convenção da ASD proporcionou a Portugal uma janela de oportunidade para promoção de investimento junto de uma indústria que não conhecia o nosso país. Os primeiros passos para nos posicionarmos foram tomados. Há agora um longo e moroso trabalho, a ser efectuado pelas equipas da AICEP em Portugal e no estrangeiro, e reforçado pelos esforços diplomáticos e pela actuação das nossas empresas, para garantir que a imagem de Portugal se mantêm forte, como opção válida para novos investimentos estrangeiros em território nacional. DESTAQUE INDÚSTRIA DO ESPAÇO SECTOR PORTUGUÊS COM LIDERANÇA MUNDIAL >POR ANTÓNIO NETO DA SILVA, PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA PROESPAÇO A indústria aeronáutica e do espaço está em expansão, é fortemente inovadora e é também uma das mais avançadas tecnologicamente. Cada euro investido induz um factor multiplicador de dois no rendimento do país, sendo o sector 100 por cento exportador. Os decisores políticos portugueses vão ser chamados brevemente a fazer opções estratégicas e, por isso, determinantes para o futuro da Indústria do Espaço no nosso país. Em causa está a reunião Interministerial da Agência Espacial Europeia (ESA), em que cada Estado-membro será chamado a assumir compromissos de investimento para o próximo triénio (2013-2015), nomeadamente através da subscrição dos chamados Programas Opcionais da ESA que melhor se adaptem às necessidades e à capacidade de resposta das indústrias espaciais nacionais. Temos a convicção plena de que os nossos decisores políticos já interiorizaram a enorme importância da participação de Portugal na ESA e queremos acreditar que terão também compreendido a decisiva necessidade da aposta na subscrição dos seus Programas Opcionais, assegurando assim o desenvolvimento futuro de uma indústria que, embora quase desconhecida do cidadão comum, tem uma influência decisiva na Portugalglobal // Novembro 12 // 17 DESTAQUE melhoria da sua quotidiana qualidade de vida – isto para além de estarmos a falar de investimentos com retorno garantido em valores muito acima da média. Uma indústria que está nas seis tecnologicamente mais avançadas do mundo e que tem Portugal como líder mundial em alguns dos seus nichos. De facto, está comprovado que todo o investimento realizado neste sector a nível internacional retorna a breve prazo ao país e à sua indústria, sendo certo que cada euro investido induz um efeito multiplicador de dois no rendimento nacional, para além de que o valor acrescentado bruto produzido por cada colaborador deste sector é quatro vezes superior à média nacional. É pois esta realidade que os decisores políticos deverão ter em conta quando, em Novembro, chegar a hora de decidir sobre o futuro das indústrias do Espaço em Portugal. Consciente das dificuldades financeiras que o país enfrenta, a PROESPAÇO (Associação Portuguesa das Indústrias do Espaço) solicitou ao Governo que recupere agora o nível de investimento estatal nos programas da ESA realizado em 2005, ou seja qualquer coisa como 32 milhões de euros para todo o triénio – um valor equivalente ao custo de três quilómetros de auto-estrada…! 18 // Novembro 12 // Portugalglobal É evidente que quem trabalha neste sector de actividade, líder mundial de tecnologia, tem a esperança de ver Portugal, no futuro, avançar nos seus patamares de desenvolvimento e investir no Espaço a mesma percentagem do PIB que é aplicada pelos países da ESA mais desenvolvidos. Mas, agora, em tempo de crise financeira do Estado, urge acima de tudo manter a chama viva – o mesmo é dizer que importa salvar o investimento e o know-how acumulados ao longo dos últimos 12 anos, desde a entrada do país na ESA em 2000. Trata-se pois de salvaguardar um sector de actividade em que Portugal atingiu já um elevado patamar de qualidade reconhecido e elogiado a nível internacional. Um sector tecnológico dos mais evoluídos, servido por algumas centenas de quadros técnicos de excepcional qualidade, cerca de um terço doutorados, que se veriam obrigados a emigrar para outros mercados, com o desperdício de muitos milhões de euros investidos pelo país na sua formação. Aliás, a superior capacidade e criatividade dos nossos técnicos fazem deste sector um nicho de excelência em Portugal, comprovado pelo facto de a Agência Espacial Europeia, em muitos casos, adjudicar a empresas portuguesas programas por ajuste directo, ou seja, sem concurso, porque as considera as melhores do mundo nas áreas em que trabalham. O país não pode perder este capital de qualidade e prestígio, para além de que não faria qualquer sentido abandonar um movimento que nos conduz aos mais ambiciosos programas de tecnologia de ponta mundiais, com enorme impacto na melhoria da qualidade de vida das populações, mesmo que estas disso não se apercebam. É a construção da inteligência dos satélites pelas indústrias do Espaço, bem como a fabricação de hardware relevante que os integra, que nos permite o acesso a soluções hoje tão usadas como o GPS e a detecção de navios ilegais em águas portuguesas, ou tão importantes para a economia como os alertas atempados para o risco de fogos florestais em áreas atempadamente identificadas, o avanço da desertificação ou a optimização dos sistemas de rega dos terrenos agrícolas, só para citar alguns exemplos. Portugal, para evoluir, tem que apostar neste que é um dos sectores com maior elasticidade-rendimento da procura mundial. Há que frisar que o investimento do Estado reclamado pelo sector para os próximos três anos é o equivalente ao custo de três quilómetros de auto-estrada e que o valor acrescentado por colaborador é de quatro vezes a média nacional. PROJECTOS INTERNACIONAIS MULTILATERAIS FINANCEIRAS BANCO EUROPEU PARA A RECONSTRUÇÃO E O DESENVOLVIMENTO Criado inicialmente para apoiar o regime de transição dos antigos países da União Soviética, o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) actua hoje em 29 países da Europa Central e Oriental, Ásia Central, Balcãs Ocidentais e Turquia, sendo o maior investidor externo na região onde opera. Desde a sua fundação em 1991, e até Maio de 2012, o BERD já financiou 3.374 projectos com um valor acumulado de 210,7 mil milhões de euros, dos quais 71,1 mil milhões de euros são contributo directo do Banco. Por Abel Mateus, Representante de Portugal no Conselho de Administração do BERD 20 // Novembro 12 // Portugalglobal PROJECTOS INTERNACIONAIS O BERD, com uma base de capital de 30 mil milhões de euros, tem 65 accionistas1, sendo Portugal um dos países fundadores. A sua missão é apoiar o progresso e a reconstrução económica, no sentido da promoção de economias de mercado assentes na iniciativa privada e num regime democrático. em projectos de investimento sustentáveis, lucrativos e estruturados de acordo com o risco associado à transacção. Para além destes três princípios, toda a actividade deverá seguir os mais elevados standards de boa governação e ambiente. A actividade do BERD concentra-se no apoio a empresas e instituições financeiras privadas, facilitando o acesso ao financiamento, mobilizando investimento directo estrangeiro e desenvolvendo os mercados de capitais domésticos. No seu esforço de promoção da iniciativa privada, o Banco também presta apoio técnico e financeiro a empresas e entidades públicas no sentido de promover a sua restruturação, comercialização e privatização, bem como o desenvolvimento das infra-estruturas necessárias ao suporte do sector privado, incluindo melhoria de serviços municipais. Como banco público também é fundamental o diálogo político com governos e a assistência técnica dada a entidades reguladoras e de administração central e local no sentido da reforma dos sistemas legais e fortalecimento das instituições. Modalidades de financiamento e valor acrescentado É importante notar que em 2011 o Banco iniciou o processo de extensão geográfica do seu mandato e modelo de negócio ao Sul e Este do Mediterrâneo (SEMED), tendo o Egipto2, a Jordânia, Marrocos e Tunísia tornado-se potenciais países recipientes na segunda metade de 2012. Para estes países, o Banco apoia o processo de transição iniciado com a chamada “Primavera Árabe”. subsidiárias ou participadas. Nalguns casos, o BERD poderá exigir garantias ou outras formas de apoio ao cliente. Os três princípios fundamentais que o BERD segue na escolha das suas operações são: I) Impacto na transição: para uma economia de mercado assente no sector privado. II) Adicionalidade: o BERD não deverá substituir fontes privadas de financiamento disponíveis no mercado e deverá oferecer financiamento a condições de mercado. III) S ound banking ou sustentabilidade do investimento: numa perspectiva de relação risco-retorno, investindo As operações de financiamento do BERD seguem tipicamente a estrutura de project finance com recurso limitado ao cliente ou de linha de crédito corporate que é utilizada no financiamento das operações das empresas “Representando 80 por cento do negócio do BERD, os projectos de investimento no sector privado constituem a principal oportunidade de acesso ao financiamento do banco, que varia entre os 5 milhões e os 250 milhões de euros.” Os principais instrumentos financeiros utilizados são3: empréstimos a médiolongo prazo (5-8 anos); participações de capital (equity) em empresas, bancos e fundos de investimento; instrumentos híbridos e financiamentos estruturados; garantias; e produtos de risk sharing. Na concessão de empréstimos, o BERD procura, sempre que possível, oferecer oportunidades de co-financiamento do seguinte tipo: empréstimos sindicados A/B, empréstimos paralelos, garantia de export credit, seguro de risco político. É ainda importante notar que o BERD oferece empréstimos em euros ou dólares, e moeda local quando possível. Convém referir que o BERD dispõe de um programa de apoio a operações export-import com os países de operação, o Trade Facilitation Program, do qual fazem parte os principais bancos portugueses enquanto bancos confirmadores. Como já foi referido anteriormente, além do apoio financeiro, o Banco disponibiliza serviços de consultoria quando relevante, na forma de assistência técnica (sectorial, ambiental, certificação, legal, etc.) a PME, a instituições financeiras parceiras do BERD (e.g. bancos) e respectivos clientes, bem como a entidades públicas e municipais. Conjuntamente com apoio financeiro e assistência técnica, o BERD apresenta as seguintes vantagens comparativas: • Forte presença regional (36 escritórios locais) e conhecimento das economias locais que se traduz: I) no forte conhecimento do contexto sectorial, institucional e legal; II) no acesso privilegiado a actores e informação locais; e III) na capacidade de intervenção junto das autoridades, governos e entidades relevantes. • Tomador de risco: incluindo cobertura do risco politico nos países de operação dada a sua proximidade e dialogo com os governos, estatuto de credor preferencial, e capacidade de identificação e gestão do risco. • Mobilização de capital e financiamento privado: o posicionamento e credibilidade do BERD a nível local e junto de investidores internacionais atraem fontes adicionais de investimento para os projectos. • Flexibilidade e adaptação: diversidade de instrumentos e soluções financeiras, destacando-se a capacidade de participar no capital das empresas beneficiárias. Oportunidades: identificação e acesso Investimento Representando 80 por cento do negócio do BERD, os projectos de investimento no sector privado constituem a principal oportunidade de acesso ao financiamento do banco. Este financiamento varia tipicamente entre os 5 milhões4 e os 250 milhões de euros, Portugalglobal // Novembro 12 // 21 PROJECTOS INTERNACIONAIS sendo o montante médio de investimento 25 milhões de euros, e deverá representar, no máximo, 35 por cento do custo total do projecto (no caso de project finance) ou da capitalização de longo-prazo da empresa (no caso de corporate finance). “Os sectores de maior interesse para as empresas portuguesas são o energético – em particular das energias renováveis, infra-estruturas municipais – incluindo transportes urbanos, agro-indústria, indústria manufactureira e imobiliário e turismo.” Os seguintes critérios são utilizados para avaliar a elegibilidade de um projecto: • Localização num país de operação do BERD; • Viabilidade técnica e financeira, com fortes perspectivas comerciais; • Criação de benefícios para a economia local e desenvolvimento do sector privado; • Respeito dos requisitos e políticas do banco, incluindo estratégias-país e políticas sectoriais, política ambiental, política e regras de procurement, e critérios de sound banking (incluindo estrutura accionista transparente e gestão financeira sustentável). • Beneficiar de contribuições de capital por parte do cliente. No caso de participação do BERD em equity, as contribuições de capital do cliente deverão ser pelo menos iguais ou acima do BERD. Os projectos de investimento são gerados pelas empresas que, tendo verificado as condições acima descritas, devem apresentar o projecto à equipa relevante do BERD que avaliará a elegibilidade e viabilidade da mesma. No caso de haver interesse em explorar a oportunidade de negócio, a equipa solicitará então informação detalhada e poderá iniciar negociações formais, na base dum acordo de 22 // Novembro 12 // Portugalglobal confidencialidade assinado por ambas as partes. A partir deste momento o projecto seguirá o ciclo habitual de considerações e aprovações internas (concept review, structure review, final review) que termina com a aprovação do conselho de administração. O ciclo formal do projecto pode demorar, em média, de 2-3 meses (projectos com clientes existentes ou transacções bastante simples) até mais de 12 meses (o ciclo é mais demorado para projectos de infraestruturas de transporte e energia ou alguns investimentos em operações green-field que exigem estudos de viabilidade mais complexos). Exemplos de projectos já financiados e actualmente em fase de consideração interna (que passaram a primeira fase de aprovação – concept review) podem ser consultados no website do banco, em www.ebrd.com/pages/ project.shtml. As estratégias-país e políticas sectoriais, também disponíveis online, são também importante fonte de informação sobre as prioridades de investimento. Finalmente, os projectos de investimento geram oportunidade de co-financiamento, incluindo participação em sindicações, para instituições financeiras, particularmente bancos comerciais e de investimento. Procurement e consultoria O segundo tipo de oportunidades oferecidas pelo BERD são contratos de procurement (contratação de bens, trabalhos e serviços) associados a: I) projectos financiados pelo BERD – project procurement, maioritariamente nos PROJECTOS INTERNACIONAIS sectores de infra-estruturas de transporte, municipais e energia; II) serviços para o próprio Banco – corporate procurement; e III) projectos de consultoria, nas mais diversas áreas do banco. Para aceder a informação relativa aos concursos lançados e administrados pelo banco, as empresas e consultores devem consultar a página de procurement podendo registar-se aqui de forma a receber periodicamente anúncios de pré-qualificação e de procurement. Tal como as demais instituições multilaterais, o BERD detém uma base de dados de consultores, e-selection, onde as empresas se podem e devem registar. Relativamente às oportunidades de procurement e consultoria, é importante referir as parcerias estratégicas e participação em consórcios com outras empre- sas, sobretudo com origem nos países de operação, como crucial na apresentação de propostas. Esta estratégia é determinante para ultrapassar limitações associadas a reduzida dimensão e falta de experiência nos mercados do BERD em comparação com empresas estrangeiras “instaladas” há décadas, bem como dar resposta à tendência verificada nos últimos anos: 75 por cento das propostas vencedoras são apresentadas por consórcios “liderados” por empresas originárias dos países de operação. Seja qual for o tipo de oportunidades, é aconselhável estabelecer contacto e relação com a sede em Londres e os escritórios locais. Isto pode ser feito através do representante português na instituição em coordenação com o Grupo de Trabalho das Multilaterais (AICEP / GPEARI). Portugal e o BERD A colaboração e co-financiamento entre Portugal e o BERD têm-se intensificado nos últimos anos, representando um investimento total de negócio 1,7 mil milhões de euros, dos quais o BERD financiou 1,2 mil milhões. Este valor inclui 870 milhões de euros correspondente a projectos de investimento aprovados entre Setembro de 20095 e Outubro de 2012 com clientes portugueses – EDP Renováveis, Mota-Engil, Logoplaste e Millennium BCP na Polónia, Roménia e Ucrânia, com o restante correspondendo à participação de bancos portugueses em empréstimos do BERD. Os sectores de maior interesse para as empresas portuguesas são o energético – em particular das energias renováveis, infra-estruturas municipais – incluindo transportes urbanos, agroindústria, indústria manufactureira e imobiliário e turismo. Em termos geográficos, se tradicionalmente os países membros da UE e alguns países dos Balcãs ocidentais representam a opção mais “natural”, a Turquia e os novos países do SEMED (nomeadamente Marrocos e Tunísia) apresentam oportunidades muitíssimo atractivas. 1 3 Países e duas instituições intergovernamentais – a UE 6 e o Banco Europeu de Investimento. 2 e notar que a data de redacção deste artigo, o Egipto D ainda não e formalmente considerado potencial pais recipiente do BERD, estatuto que devera ser aprovado ate final de Novembro. 3 Informação detalhada sobre cada instrumento e respectivas condições pode ser encontrada em www.ebrd.com/ downloads/research/factsheets/guide.pdf. 4 P rojectos que representem um financiamento do BERD mais reduzido são normalmente linhas de crédito a PME através de intermediários financeiros ou subprojectos inseridos em programas especiais (sectoriais, regionais, temáticos). 5 té 2009 o valor de projectos de investimento envolvenA do clientes Portugueses era de 40 milhões de euros. BERD Professor Abel Mateus, Representante Português no Conselho de Administração do BERD – Director Executivo por Portugal e Grécia. One Exchange Square, London EC2A 2JN Reino Unido Tel.: +44 207 338 6406 [email protected] www.ebrd.com Portugalglobal // Novembro 12 // 23 PROJECTOS INTERNACIONAIS EDP RENOVÁVEIS COM PARQUES EÓLICOS NA ROMÉNIA A EDP Renováveis (EDPR) tem em operação dois parques eólicos na Roménia, no âmbito de projecto executado em regime de project finance com um consórcio de bancos europeus liderado pelo Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) e pelo IFC (Grupo Banco Mundial). O projecto consiste em dois parques eólicos num total de 228 MW (90 MW o Pestera Wind Farm e 138 MW o Cernavoda Wind Farm) situados em Dobrogea, região do Sudoeste da Roménia, sendo detido em 85 por cento pela EDPR e em 15 por cento por um sócio local, o Renovatio Group. em operação no final de 2010. A EDPR conseguiu obter mais de 180 milhões de euros de dívida no mercado financeiro com vista ao financiamento dos custos do projecto. O projecto está actualmente em operação, recebendo um total de dois Certificados Verdes por MWh gerado, até ao final de 2017. A construção dos parques foi iniciada nos primeiros meses do segundo semestre de 2009, tendo sido finalizados e colocados O projecto representa a primeira negociação financeira de projectos na Roménia no campo da energia eólica 24 // Novembro 12 // Portugalglobal e no sector energético de forma mais vasta. Além disso, “assinala o financiamento dos primeiros parques eólicos da EDPR na Roménia, demonstrando o forte compromisso da empresa em implementar uma estratégia de financiamento que apoia o crescimento e um forte desempenho financeiro”, segundo explica a fonte da empresa. A Sociedade Financeira Internacional, membro do Grupo Banco Mundial, e o PROJECTOS INTERNACIONAIS Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) financiaram o projecto e sindicaram parte da dívida aos bancos comerciais Unicredit, Société Générale e La Caixa. Com cerca de 40 por cento da capacidade da energia eólica da Roménia, o projecto transformou eficazmente o mercado da “Com cerca de 40 por cento da capacidade da energia eólica da Roménia, o projecto transformou eficazmente o mercado da energia eólica do país, ajudando a cumprir as quotas de energia verde da União Europeia e abrindo caminho para outras transacções com projectistas de energia renovável de pequena e grande escala.” energia eólica do país, ajudando a cumprir as quotas de energia verde da União Europeia e abrindo caminho para outras transacções com projectistas de energia renovável de pequena e grande escala. Como prova do sucesso do projecto e da sua operação de financiamento, a EDPR ganhou o prémio de “Best Sustainability Deal”, pelo segundo ano consecutivo, na 5ª gala de prémios de Project Finance da EMEA realizada em Junho de 2012 em Londres. No ano anterior, este prémio foi também ganho pela EDPR por um projecto de financiamento para um parque eólico na Polónia. Até à data a EDPR fechou três financiamentos, na modalidade de project finance, com o BERD como banco multilateral. O primeiro foi na Polónia, em 2010, com o financiamento de um parque eólico de 120 MW (Margonin Wind Farm), no qual o papel do Banco, neste projecto liderado pelo Grzegorz Zielinski, foi muito importante desde o momento zero. Na Roménia foram contratualizados dois project finances, sendo também de salientar a colaboração e cooperação do responsável pelo projecto por parte do BERD, Louis Borgo, no financiamento dos dois parques eólicos já referidos (Pestera e Cernavoda). Criada em 2008, a EDR Renováveis (grupo EDP), com escritórios centrais em Madrid, está hoje presente em onze países – Bélgica, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Roménia – e três continentes. Em 2011 consolidou-se como o terceiro maior player no sector da energia eólica e, até 2015, irá aumentar a sua capacidade em 2,3 GW, investindo em energia eólica e solar. A fase de construção de um parque eólico dura em média entre 9 e 12 meses, dependendo da dimensão do projecto, e tem uma vida útil expectável de 25 anos. Como proprietário e operador dos parques eólicos, a EDPR “está empenhada em garantir a longo prazo a manutenção das melhores condições operacionais dos seus projectos, para benefício dos accionistas e ‘stakeholders’, ao mesmo tempo que reduz ao mínimo os impactos ambientais da sua actividade”, acrescenta a mesma fonte. EDP Renováveis Serrano Galvache, 56 - Edificio OLMO, 7 planta 28033 Madrid, Espanha Tel.: +34 902 830 700 www.edpr.com Portugalglobal // Novembro 12 // 25 EMPRESAS Com mais de 50 anos de história, a Nobre foi fundada por Marcolino Nobre, em Rio Maior, pertencendo hoje ao grupo Campofrio Food, a maior empresa de carnes processadas da Europa e uma das cinco maiores do mundo. As duas marcas – Nobre e Campofrio – ficaram fortalecidas com a fusão, em 2008, e têm a liderança no mercado em Portugal. Como afirma Rui Silva, CEO da empresa, a Nobre, “como uma das maiores companhias no sector das carnes processadas, é, de muitas formas, o standard da indústria devido ao seu profundo conhecimento dos clientes e dos consumidores, o que tem permitido a geração de novas oportunidades de crescimento no mercado e atingir o objectivo de ser uma das companhias líderes no sector alimentar”. A Nobre trabalha em todos os canais e segmentos de mercado, desenvolvendo soluções que vão desde a charcutaria tradicional até à mais moderna alimentação de conveniência – chouriço, fiambres de porco e de aves, presunto, salsichas, pizzas, refeições prontas, componentes de refeições e snacks. Segundo o mesmo responsável, “esta é uma gama de produtos que permite à Nobre, devido à sua variedade e qualidade, consolidar a sua posição de companhia e de marca líder na maior parte das categorias em que opera”. NOBRE CRESCER EM PORTUGAL E NOS MERCADOS EXTERNOS A Nobre, empresa líder na área da charcutaria em Portugal, exporta para 28 países. Uma empresa com mais de 50 anos, que aposta na inovação e na adequação das gamas, para os diferentes mercados alvo, para continuar a crescer tanto a nível interno como externo. 26 // Novembro 12 // Portugalglobal Com 700 colaboradores, a Nobre registou uma facturação de 102 milhões de euros em 2011 e um volume de vendas anual da ordem das 32 700 toneladas, das quais 3.900 toneladas foram para exportação, o que equivale a 12 por cento do total. Em 2011, exportação na Nobre registou um crescimento de 36 por cento, estando previsto para este ano um crescimento de cerca de 20 por cento. A exportar desde a década de 80, a empresa está actualmente presente em 28 países, com gamas adequadas a cada uma das vertentes do mercado respondendo aos hábitos de consumo locais e outros constrangimentos, quer sejam legais, religiosos ou outros, explica a mesma fonte. Exemplo disso são os produtos Halal destinados ao mercado muçulmano. EMPRESAS PALOP e Europa são os principais destinos de exportação dos produtos de charcutaria tradicional portuguesa da Nobre. A empresa aposta também em novos mercados de exportação, como a América Latina, Rússia e o mercado muçulmano. Ainda de acordo com Rui Silva, a Nobre “está totalmente comprometida com a sua visão de se tornar numa das empresas de produtos de grande consumo mais admiradas e de maior sucesso em Portugal: através de uma equipa fortemente motivada e capacitada através de uma estratégia assente em três pontos-chave. O primeiro tem a ver com a inovação permanente, desenvolvendo a empresa produtos saudáveis capazes de satisfazer os desejos de sabor, qualidade, variedade e valor procurados pelos nossos consumidores; o segundo, com a garantia que todos os nossos processos são a referência para o resto do mercado e que nos permitem garantir ‘performance’, qualidade, crescimento, satisfação do cliente e rentabilidade; e o terceiro, que é a liderança na transformação da nossa indústria e ser um exemplo a seguir no que diz respeito à ‘performance’ e aos elevados padrões éticos e de respeito ambiental e social que nos permitam ser reconhecidos como uma empresa de excelência e merecer a admiração dos consumidores e dos nossos parceiros de negócio”. Nobre Alimentação, Lda. Apartado 23 2040 - 998 Rio Maior Portugal Tel.: +351 219 179 400 Fax: +351 219 165 127 [email protected] www.nobre.pt Portugalglobal // Novembro 12 // 27 EMPRESAS JOSÉ MARIA DA FONSECA INOVAÇÃO DE MÃOS DADAS COM A TRADIÇÃO A José Maria da Fonseca, a mais antiga empresa de vinhos de mesa em Portugal, começou a exportar vinho quase desde a sua fundação em 1834. Hoje vende para mais de 50 países as suas marcas, entre vinhos de mesa, generosos e licorosos. Além de consolidar a presença nos mercados onde se encontra, é objectivo desta empresa de matriz familiar chegar a novos mercados de elevado potencial. Fundada em 1834, a José Maria da Fonseca é a mais antiga empresa de vinhos de mesa em Portugal, sendo actualmente gerida pelas 6ª e 7ª gerações da família Soares Franco. A empresa conta com uma longa história, tendo passado por períodos de enorme expansão, mas também por várias crises, tendo sempre conseguido prosperar e continuar a desenvolver-se. 28 // Novembro 12 // Portugalglobal As duas principais marcas da empresa são o Periquita e o Lancers, sendo cada uma delas um verdadeiro embaixador de Portugal junto dos consumidores globais. A oferta da empresa inclui vinhos das principais regiões vinícolas portuguesas: além da base na Península de Setúbal, conta com vinhos do Alentejo, Douro, Dão e Vinhos Verdes. As vinhas, que são a base fundamental na produ- ção dos vinhos de qualidade, estendemse por mais de 700 hectares, o que torna a José Maria da Fonseca um dos maiores proprietários de vinha em Portugal. A empresa conta ainda com dois centros de vinificação, sendo de realçar uma moderna adega em Azeitão, com capacidade de vinificação simultânea de mais de 6 milhões de litros. Actualmente com 100 trabalhadores, a empresa tem EMPRESAS vindo a modernizar-se nas diversas áreas em toda a cadeia de valor, de forma a enfrentar com sucesso o século XXI. “A José Maria da Fonseca tem uma História e tradição únicas, mas encontra-se também preparada para os desafios do futuro que se adivinham, contando com marcas fortes, uma elevada capacidade e flexibilidade de produção de diferentes vinhos adaptados aos gostos dos consumidores e com uma equipa jovem e motivada para alcançar os objectivos propostos”, afirma António Maria Soares Franco, vice-presidente da empresa. A aposta permanente na inovação e melhoria contínua dos seus vinhos tem permitido à José Maria da Fonseca criar, produzir e comercializar vinhos de qualidade reconhecida, continuando assim um historial e tradição familiar de negócio. De acordo com Domingos Soares Franco, também vice-presidente e enólogo da José Maria da Fonseca, a empresa está a “preparar o futuro, criando vinhos que irão surpreender os consumidores, sempre mantendo um elevado padrão de consistência e qualidade”. e que possam ser reais parceiros da José Maria da Fonseca, quer no conhecimento do mercado e adaptação dos seus vinhos e estratégias de marketing às especificidades locais, quer na promoção e divulgação destes junto dos consumidores, explica fonte da empresa. Aguardentes e Porto), provenientes das mais relevantes regiões do país (desde a região dos Vinhos Verdes até ao Alentejo, passando pelo Douro, Dão e Setúbal) e com vários segmentos de preço (desde as entradas de gama até aos vinhos super-premium). Os principais mercados para onde a empresa exporta os seus vinhos são a Suécia, Brasil, EUA, Canadá, Itália, Espanha, Noruega, Dinamarca, França, Luxemburgo e Angola. “Trabalhamos todos os dias para levar os nossos vinhos aos mais variados mercados, espalhando um pouco daquilo que é ser português pelo mundo fora”, afirma António Soares Franco, presidente da José Maria da Fonseca. As principais apostas da empresa na internacionalização centram-se no desenvolvimento do negócio nos mais relevantes mercados onde estão actualmente, bem como na abertura de novos mercados emergentes, como são o caso da Rússia, Leste da Europa, China e restante Ásia Oriental. Na Rússia a empresa tem em curso uma inovadora parceria entre cinco empresas portuguesas de diversas áreas de negócios, o projecto Porto Union, que se juntaram para em conjunto abordarem o mercado de uma forma estrutu- De referir ainda que a José Maria da Fonseca foi a primeira empresa do sector de vinhos de mesa a ser certificada pela norma ISO9001, em 1996. Actualmente está certificada pela norma ISO9001:2008 e cumpre os requisitos da BRC (British Retail Consortium), o standard inglês na área da segurança alimentar, estando no processo de certificação BRC em 2012. Em termos ambientais, a empresa tem actualmente a certificação ISO14001:2004, sendo certificada desde 2004. A empresa tem um volume de negócios que ronda os 24 milhões de euros, exportando 75 por cento da sua produção, e está presente em mais de 50 países. Detém 33 marcas distribuídas por vinhos de mesa, vinhos generosos e licoroso. Periquita é a sua maior marca, seguido do Lancers, do Moscatel de Setúbal José Maria da Fonseca e do BSE. A actividade exportadora da José Maria da Fonseca começou praticamente desde a sua fundação, no início do séc. XIX. Já nessa altura, a empresa exportava bastantes caixas de vinho para os mais diversos mercados, como por exemplo o Rio de Janeiro (onde a empresa teve um escritório de representação), S. Francisco, S.Petersburgo, Singapura, entre outros. A estratégia de abordagem aos mercados tem passado sempre pelo estabelecimento de parcerias com empresas (importadores, distribuidores, agentes) que tenham elevado know-how na comercialização de vinho nesses mercados rada e profissional. É um projecto que está no seu início mas que a empresa acredita poder servir de benchmark e exemplo para outros mercados. José Maria da Fonseca Vinhos, SA A José Maria da Fonseca caracterizase por oferecer aos consumidores um portfolio de vinhos muito completo, com vários tipos de vinhos (brancos, rosés, tintos, espumantes, Moscatéis, [email protected] Quinta da Bassaqueira 2925-511 Azeitão Tel.: +351 212 197 500 Fax: +351 212 197 501 www.jmf.pt Portugalglobal // Novembro 12 // 29 EMPRESAS GRUPO MONTALVA REFORÇAR INTERNACIONALIZAÇÃO E LEVAR CARNE PORTUGUESA A MAIS MERCADOS O Grupo Montalva, a maior empresa do sector das carnes em Portugal, está presente em cerca de 30 países mas quer reforçar a internacionalização do seu negócio e aumentar as exportações entre 10 por cento a 15 por cento, levando os produtos portugueses a um crescente número de consumidores em todo o mundo. O Grupo Montalva é a maior empresa do sector das carnes em Portugal e reúne marcas emblemáticas do sector agro-alimentar como Izidoro, Damatta, Montalva, DIN, Intergados e Progado, sendo responsável por vendas agregadas de cerca de 240 milhões de euros, vendas consolidadas de 168 milhões de euros e mais de mil colaboradores. 30 // Novembro 12 // Portugalglobal Com mais de 40 anos de história, o grupo português dedica-se à produção e comercialização de carnes e produtos à base de carne, actuando em Portugal e no mercado internacional com um conjunto de produtos de qualidade e marcas reputadas. Com uma operação integrada, que vai desde a criação e nutrição animal até ao produto final, o Grupo Montalva con- ta com uma oferta completa e garante um produto final que vai de encontro às necessidades de todos os consumidores. “Enquanto produtor português e líder da indústria agro-alimentar, o Grupo Montalva aposta na inovação e trabalha diariamente com o objectivo de encontrar soluções e desenvolver produ- EMPRESAS tos de valor acrescentado, permitindo aos consumidores beneficiar do que de melhor se faz e produz em Portugal”, afirma Carlos Mota, CEO do Grupo. Nos últimos anos, o Grupo apostou numa estratégia de crescimento orgânico através de fusões e aquisições, contando hoje com uma oferta alargada, das carnes de suíno às de bovino, explica fonte da empresa, acrescentando que “a qualidade dos seus produtos, a par da sua solidez empresarial, tem contribuído para um aprofundamento das relações com os actuais clientes, bem como para conquistar novos clientes em Portugal e no exterior”. A estratégia de desenvolvimento do Grupo Montalva passa pelo reforço da internacionalização, um caminho que permitiu alcançar exportações de 16 milhões de euros em 2011. As vendas de produtos de marca para o mercado internacional cresceram significativamente durante o último exercício, com destaque para os mercados africano – em especial para Angola – e europeu. O Grupo Montalva exporta, actualmente, para cerca de 30 países, entre os quais Angola, Cabo Verde, Moçambique, Luxemburgo, Espanha, França, Suíça, Bélgica, Macau, Hong Kong e China, abrangendo perto de 80 clientes, e está atento a novas oportunidades de parceria e expansão internacional, tanto nos mercados onde já opera como em novos mercados. Sublinhe-se que é objectivo do Grupo reforçar a internacionalização do seu negócio e aumentar as exportações de produtos de marca entre 10 por cento a 15 por cento, levando os produtos portugueses a um número crescente de consumidores em todo o mundo. “Em Portugal produzimos produtos de elevada qualidade que são muito apreciados pelos consumidores nacionais e estrangeiros. A internacionalização não é um caminho fácil, mas temos vindo a conseguir fazer um caminho interessante e que pretendemos acelerar no futuro, nomeadamente em mercados como África e América do Sul, não esquecendo a Europa e a Ásia”, revela Carlos Mota. O crescimento internacional do Grupo Montalva engloba países como Angola, Brasil, China e Rússia em áreas como as carnes frescas e transformadas. No âmbito da sua estratégia, no passado mês de Julho, o Grupo Montalva celebrou um acordo de cooperação com o grupo chinês Guangdong Nam Yue Group, tendo como objectivo disponibilizar produtos portugueses no território da República Popular da China, Hong Kong e Macau. O acordo prevê a pesquisa e desenvolvimento em conjunto de oportunidades de negócio na área da distribuição e comercialização de produtos alimentares do Grupo Montalva, tendo as primeiras exportações ocorrido durante o mês de Setembro. A estratégia de internacionalização do Grupo Montalva passa igualmente pela participação nas principais feiras internacionais do sector. Segundo a mesma GRUPO MONTALVA Marcas e Produtos: Área de Negócio Produção Animal – Intergados Área de Negócio Nutrição Animal – Progado e DIN Área de Negócio Carnes – Montalva Área de Negócio Charcutaria – Damatta e Izidoro Unidades industriais: Produção animal – 35 Explorações (todo o País, em especial Alentejo e Centro). Nutrição Animal – 3 Unidades (Santa Comba Dão, Rio Maior e Arcozelo). Carnes e Charcutaria – 7 Unidades (Milharado, Venda do Pinheiro, Montijo, Sardoal, Envendos, Torres Novas e Santarém). Vendas Agregadas: 240 milhões de euros. Vendas Consolidadas: 168 milhões de euros. Número de colaboradores: Mais de mil. fonte, em Setembro participou na principal feira da Rússia, em Moscovo, com uma forte presença marcada pela exposição e degustação de produtos das marcas Montalva, Damatta e Izidoro. Já no mês de Outubro, marcou presença na Feira Internacional de Macau (MIF) – o maior evento anual de carácter económico e comercial de Macau, que tem como principal objectivo a cooperação económica e comercial entre Macau, China e os Países de Língua Portuguesa – e no SIAL, em Paris, considerada a maior e mais completa feira internacional do sector, que tem como tema a inovação e abrange todas as áreas de produção: desde o processo de criação ao produto final. Grupo Montalva Av. Olivença s/n 2870-108 Montijo Tel.: +351 212 309 200 Fax: +351 212 309 290 [email protected] www.grupomontalva.pt Portugalglobal // Novembro 12 // 31 MERCADOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA RELACIONAMENTO COM PORTUGAL EM CONSOLIDAÇÃO CRESCENTE O relacionamento económico entre Portugal e a maior economia do mundo conhece novos desenvolvimentos. Além de ter uma balança comercial excedentária com os Estados Unidos desde 1997, e de as exportações nacionais para este mercado registarem uma tendência muito positiva, Portugal é hoje um investidor directo e um parceiro de grande potencial em termos de parcerias de I&D e de tecnologia aplicada, tendo em vista o lançamento de novos e inovadores produtos no mercado. O interesse que os Estados Unidos da América tem despertado junto das empresas portuguesas apresenta um saldo claramente positivo e, a manter-se, abre portas a um novo patamar qualitativo no relacionamento económico bilateral. A análise de Rui Boavista Marques, director coordenador do Centro de Negócios da AICEP para a América do Norte. 32 // Outubro 12 // Portugalglobal MERCADOS Os Estados Unidos da América sendo a maior economia mundial, foram também o epicentro da crise global de 2008, que tendo repercussões em todos os países levou à primeira quebra do PIB mundial após a Segunda Guerra Mundial. de 2013, e o difícil consenso político que terá de ser feito para o evitar. No caso de não se vir a encontrar consenso, estão em causa mais de 500 mil milhões de dólares que poderão ser retirados à economia sob a forma de aumento de A bolha económica do sub-prime rebentou em 2007 mas só no ano seguinte se alastrou à economia real, ficando a data da falência do banco de investimento Lehman Brothers, 15 de Setembro de 2008, como o marco simbólico da crise. Depois de um verdadeiro esforço conjunto a nível mundial e multilateral, alguns países que tinham entrado em recessão, iniciaram progressivamente uma retoma económica, o que nos EUA aconteceu a partir de Junho de 2009. investimento português, de investimento directo americano e de parcerias de I&D voltadas para resultados no mercado e de inovação de produto. Portugal mantém, desde 1997, uma balança comercial positiva com os EUA, num caso único e singular no panorama do comércio bilateral português, sendo o 6º maior cliente dos bens portugueses e o 2º maior fora da União Europeia. Em 2010 as exportações portuguesas aumentaram 32 por cento, tendo em 2011 aumentado 13 por cento e já, em 2012 (primeiros nove meses), mantido uma tendência de crescimento, registando 35 por cento de aumento. “A renovação do mandato [de Obama] garantirá alguma estabilidade nas políticas públicas, apesar de se aproximar o denominado ‘fiscal cliff’ (abismo orçamental), já no início de 2013, e o difícil consenso político que terá de ser feito para o evitar.” No momento em que a recuperação da economia norte-americana se debate com questões fulcrais como a redução da despesa pública, nível de desemprego elevado, desvalorização do mercado de habitação e aumento do custo de vida, os EUA sofreram pela primeira vez na sua história uma redução do rating de crédito de AAA para AA+. A redução do rating de crédito foi efectuada num contexto de enorme confronto politico em Washington sobre a manutenção ou alargamento do tecto da dívida, que em 2012 tem o limite legal fixado em 16,7 biliões de dólares, valor que em principio será ultrapassado até ao final do ano. Este acentuado crescimento é transversal a todos os sectores, nomeadamente no que diz respeito ao principal produto de exportação, a gasolina refinada – um produto da GALP –, cujo peso relativo no total das exportações tem variado entre os 25 e os 35 por cento. Neste contexto é relevante que tenham sido registadas variações percentuais positivas para os produtos de maior expressão entre 2010 e 2011, registando-se crescimentos de: 11 por cento – Máquinas e Aparelhos, 9 por cento – Madeira e Cortiça, 114 por cento – Produtos Químicos, 24 por cento – Pastas celulósicas e Papel, 33 por cento – Veículos e outro material de Transporte, 6 por cento – Produtos Alimentares, 13 por cento – Vestuário, 16 por cento – Calçado, e 85 por cento – Instrumentos de Óptica e Precisão (entre outros). impostos e redução de despesas sociais, e provocar não só a continuidade da crispação política elevada do passado recente, mas também um abrandamento da actividade económica. Na tentativa de contrariar uma eventual entrada em dupla recessão (doubledip recession), as medidas entretanto tomadas pela Reserva Federal Americana (FED, o banco central) incluem a decisão de manter os juros em níveis historicamente baixos (entre 0 por cento e 0,25 por cento) até 2014, e equacionar o timing da entrada, ou não, em vigor de um novo pacote de estímulo, os chamados quantitative easing, que consiste na aquisição de títulos de tesouro a longo prazo. Um novo capítulo político foi iniciado com a renovação do mandato de mais quatro anos para a Administração Obama, a 6 de Novembro de 2012. A renovação do mandato garantirá alguma estabilidade nas políticas públicas, apesar de se aproximar o denominado “fiscal cliff” (abismo orçamental), já no início Um outro facto digno de realce e que poderá vir a ser um verdadeiro “gamechanger” geopolítico mundial é o fenómeno que a Agência Internacional de Energia designa de “uma verdadeira revolução no panorama mundial, a idade de ouro do gás nos EUA”, com base Comércio com Portugal É neste contexto que as relações bilaterais Portugal - EUA têm vindo a ganhar uma nova dinâmica, nas várias vertentes de exportação e internacionalização, de BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS 2007 2008 2009 2010 2011 Var %a 07/11 2011 Jan/Set 2012 Jan/Set Var %b 11/12 Exportações 1.787.108 1.340.039 1.012.141 1.326.946 1.498.627 -1,4 1.057.953 1.428.673 35,0 Importações 953.828 1.030.620 864.390 843.348 1.098.283 4,9 908.239 682.757 -24,8 Saldo 833.280 309.419 147.751 483.598 400.345 -- 149.714 745.916 -- Coef. Cobertura (%) 187,4% 130,0% 117,1% 157,3% 136,5% -- 116,5% 209,3% -- Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007-2011; 2007 a 2009: Resultados definitivos; 2010 a 2012: Resultados preliminares (b) Taxa de variação homóloga 2011-2012 Portugalglobal // Outubro 12 // 33 MERCADOS numa nova tecnologia de detecção e exploração de gás de xisto, ao que se veio juntar agora a perspectiva de os EUA virem a ser o maior produtor mundial de petróleo já em 2020. hoje em dia o 6º mercado de destino de IDE português. Existem investimentos em sectores muito diversos, mas podem identificar- registar novas entradas no mercado, neste caso por parte de PME que fazem parte da cadeia de valor e subcontratação destas grandes empresas, e que estão nesta altura a identificar Porquanto o segundo facto – o da maior extracção de petróleo – vir a ter impacto nos fluxos comerciais globais, já o primeiro – o do gás de xisto – também pode ter implicações específicas para Portugal. A revolução tecnológica tem o nome de fracturação hidráulica, ou “fracking”, e corresponde a uma nova metodologia que permite expandir a capacidade de extracção de gás natural nas camadas geológicas de baixa permeabilidade, em particular as que são formadas de xisto. Esta nova tecnologia vem mais do que triplicar as estimativas de gás de xisto tecnicamente recuperáveis nos EUA e, a médio prazo, alimentar a possibilidade de colocar os EUA como potencial exportador de gás. A curto prazo correspondeu já a uma diminuição substantiva do preço do gás para a indústria, com grande impacto na competitividade generalizada de muitos sectores, e evitar uma maior desindustrialização para a Ásia e a América Latina. Estes desenvolvimentos, a confirmaremse, podem ter consequências para Portugal, que continua a afirmar o posicionamento excelente do Porto de Sines como uma plataforma europeia de transhipment de bens, mas também como relevante ponto de abastecimento e distribuição de GNL, como o atestam os recentes investimentos da REN em novas infraestruturas. Este novo posicionamento só é reforçado pelo facto de Sines ser um porto de águas profundas e geo-estrategicamente bem colocado para receber barcos de dimensão post-panamax quando o Canal do Panamá reabrir em 2014. Investimento português nos EUA Para além da tendência de crescimento das exportações, identificamos como provavelmente a maior alteração no relacionamento bilateral, a visão e a capacidade empreendedora de algumas empresas portuguesas através das suas recentes actividades de investimento directo português nos EUA, sendo este 34 // Outubro 12 // Portugalglobal se quatro clusters de actividade que têm merecido maior atenção por parte das empresas portuguesas. “Portugal mantém, desde 1997, uma balança comercial positiva com os EUA, num caso único e singular no panorama do comércio bilateral português, sendo o 6º maior cliente dos bens portugueses e o 2º maior fora da União Europeia.” O primeiro é sem dúvida o sector da energia. Após o investimento da EDP Renováveis na aquisição da Horizon e posterior expansão comercial, verificou-se a entrada no mercado da Efacec, da Martifer Solar, da EIP e da DST Renováveis. Prevê-se que se venham a oportunidades de instalação no mercado americano. Nas infra-estruturas, logística e novos conceitos industriais e de serviços, chegaram ao mercado a Brisa, a Soares da Costa, a Cifial e a Logoplaste, enquanto a Sovena já tinha investido no Estado de Nova Iorque na década passada. A terceira área de actividade identificada tem a ver com o cluster da saúde (envolvendo os sectores farmacêutico, a biotecnologia e aplicações à saúde, o denominado sector das Life-Sciences), no qual a Hovione com a sua fábrica e centro de I&D em Nova Jersey foi pioneira, tendo sido secundada pela Alfama, Biotecnol, Bluepharma, Crioestaminal, a Alert e, mais recentemente, pelo grupo Maló e pelo CGC Genetics. Existe igualmente um quarto grupo de empresas portuguesas, neste caso de base tecnológica e aplicações às TIC MERCADOS – Tecnologias de Informação e Comunicações, que tem vindo a estabelecer empresas comerciais de direito americano e que forma o quarto cluster de maior presença portuguesa nos EUA. De entre outras, podem mencionar-se as seguintes: a Outsystems, a Critical Links, a Tekever, a Wit Software, a Ndrive, a Gatewit e a WeDo Technologies. A forma de entrada no mercado mais frequente, por parte das empresas portuguesas com maior dedicação ao mercado, é por aquisição. Foi este o caso da WeDo Tecnologies que adquiriu a Connectiv Solutions, sedeada em Bethesda, próximo de Washington DC em Maio de 2012. A WeDo tinha vindo a gerir as operações nos EUA a partir de Chicago com uma equipa de seis pessoas. Após algum tempo a identificar um alvo de aquisição, a Connectiv, com um volume de facturação de cerca de 8 milhões de dólares e 35 colaboradores, tendo em carteira dez clientes americanos, incluindo quatro dos maiores dez operadores de telecomunicações móveis, foi uma aposta certeira. Segundo a administração da WeDo, oito meses após a aquisição, o nível e confiança que sentem por parte de novos clien- tes americanos é extraordinário, atribuindo estes novos contratos ganhos após a aquisição, ao simples factor da dimensão entretanto adquirida e à nova capacidade e nível de serviço. A deslocação ao Sillicon Valey de uma missão de 32 empresas de TIC, liderada pelo Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, por altura da visita oficial do Presidente da República (Novembro 2011), veio seguramente alargar o horizonte de oportunidades e diversificar os contactos com capitais de risco que poderão ser instrumentais no crescimento das empresas portuguesas do sector. Está previsto, em sede de follow-up, incluir S. Francisco num road-show de promoção de IDE e parcerias tecnológicas no primeiro semestre de 2013. Investimento americano em Portugal No que diz respeito ao investimento directo americano em Portugal verifica-se, entre 2009 e 2011, uma tendência de crescimento de 271 milhões de euros para 512 milhões, enquanto em 2012 (primeiro semestre) se regista uma descontinuidade desta tendência. Num registo do aumento da credibilidade de Portugal como destino de investimento directo americano, temos assistido aos recentes reforços de investimento da Cisco, da IBM, da Microsoft e mais recentemente da Xerox (inaugurou o Global Delivery Centre em Lisboa) em operações de outsourcing ou de desenvolvimento de novas aplicações de software, que confirmam o reconhecimento do nível de competitividade e patamar de excelência existente em Portugal. A HP anunciou publicamente em Janeiro de 2012 a intenção de abrir um novo centro de excelência em Portugal. É de particular relevância a instalação em Portugal de centros de competência europeus ou mesmo mundiais. Um bom exemplo é o da Cisco que gere cinco centros de operações e suportes e vendas em Portugal, e nomeada- “A forma de entrada mais frequente no mercado norteamericano, por parte das empresas portuguesas com maior dedicação ao mercado, é por aquisição.” mente os seus centros de operações europeus “Hercules” e “Liberty”, mas também do Microsoft R&D Center for Speech Recognition, sendo este o primeiro destes centros da Microsoft fora dos EUA. De realçar uma citação do guru tecnológico de Sillicon Valley, o fundador da Cisco, John Chambers, que na conferência de imprensa com o. Presidente da República português, a 14 de Novembro de 2011, disse: “convido os meus colegas CEO do Sillicon Valley a investir em Portugal, país onde estamos a reforçar o nosso investimento, num contexto de redução noutros países da Europa”. Há também a registar alguma dinâmica na aquisição, por parte de empresas americanas, de activos detidos por empresas de outras nacionalidades em Portugal, na área dos serviços, cablagens, distribuição electrónica e refinação de açúcar, a exemplo da METLIFE, Portugalglobal // Outubro 12 // 35 MERCADOS da WIRECO, da TECH DATA, da ARROW Electronics e da AMERICAN SUGAR Refining. possui passaporte, querendo isto dizer que só um em cada três americanos pode, por exemplo, visitar o Canadá. A nível industrial tem havido reforço das operações da DURA Automotive, que anunciou que irá triplicar a dimensão em Portugal em número de postos de trabalho, após ter assegurado novos contratos com a BMW e a Mercedes Benz. O mercado europeu continua a ser o principal destino de férias do turista americano, mas esta preferência tem vindo a perder relevância ao longo dos Em Setembro de 2012, a Porto Energy (listada no Canadá, mas pertencendo à holding da Mohave Oil&Gas com sede em Houston) anunciou a criação de uma joint-venture com a GALP, com plano de investimento a cinco anos de 285 milhões de euros, sendo que nas duas últimas décadas já investiu em Portugal 127 milhões de euros. Turismo O mercado norte-americano ocupou, no ano de 2011, a segunda posição a nível mundial como mercado emissor de turistas, atingindo as 63,5 milhões de viagens. O potencial de crescimento ainda é relevante tendo em atenção que apenas 33 por cento da população 36 // Outubro 12 // Portugalglobal “As relações bilaterais Portugal-EUA têm vindo a ganhar uma nova dinâmica, nas várias vertentes de exportação e internacionalização, de investimento português, de investimento directo americano e de parcerias de I&D voltadas para resultados no mercado e de inovação de produto.” últimos anos. Os últimos dados divulgados pelo Departamento do Comércio dos EUA revelam que apenas 38,9 por cento dos turistas americanos visitaram a Europa, um novo mínimo histórico. Destinos como a Ásia (principalmente), a Oceânia e o Médio Oriente têm atractivos mais valorizados pelo turista que depois se traduzem em taxas de crescimento significativas de viagens para esses destinos, em comparação com quedas dos indicadores para a Europa. Os principais Estados emissores de turistas são do Atlântico Médio (Middle Atlantic) – Nova Iorque, Nova Jersey e Pensilvânia – que representam 40 por cento do tráfego gerado para o exterior. Os Estados do Atlântico Sudeste (South Atlantic) representam 19 por cento, enquanto os Estados do Pacífico ascendem a 14 por cento. No que respeita à sua relação com Portugal, o mercado norte-americano tem registado um comportamento muito positivo nos últimos cinco anos, com crescimentos sistemáticos na ordem dos dois dígitos, situação muito mais positiva quando comparada com o tráfego dos EUA para a Europa nesse mesmo período. MERCADOS Actualmente o mercado dos Estados Unidos ocupa a 6ª posição enquanto gerador de receita em Portugal, lugar que tem vindo a ocupar nos últimos anos. Os dados divulgados pelo Banco de Portugal referem que, em 2011, os turistas americanos gastaram em solo português 363 milhões de euros, cerca de 22 por cento mais do que o registado no ano anterior. No primeiro semestre de 2012, a tendência de crescimento manteve-se, registando um aumento de 17,5 por cento. Em termos promocionais, e provavelmente em resultado do esforço para alcançar maior eficácia no mercado, nos primeiros seis meses do ano foram publicados 172 artigos relativos ao turismo em Portugal, o que representou um valor acrescentado de 2,5 milhões de euros. Em conjunto com as Regiões de Turismo de Portugal, foram organizadas e apoiadas 21 visitas de imprensa, num total de 37 jornalistas, e dadas respostas a 402 solicitações de jornalistas americanos. Através do website dedicado à imprensa americana (www. insideportugaltravel.com), e replicação nos perfis das redes sociais (Facebook e Twitter), foram publicados 293 artigos sobre o destino Portugal, tendo “Num registo do aumento da credibilidade de Portugal como destino de investimento directo americano, temos assistido aos recentes reforços de investimento da Cisco, da IBM, da Microsoft e da Xerox em operações de outsourcing ou de desenvolvimento de novas aplicações de software, que confirmam o reconhecimento do nível de competitividade e patamar de excelência existente em Portugal.” este website, gerido em Nova Iorque, atingido mais de 40 mil visitas mensais. Fruto das ligações aéreas diárias entre Newark e Lisboa, realizadas pela TAP e pela Continental, e das cinco ligações semanais entre Miami e Lisboa, operação aérea inaugurada este Verão, Lisboa é o principal destino do turista americano, com uma quota de 62 por cento, valor final de Junho deste ano. Os outros dois destinos mais importantes são o Porto e Norte (para onde a TAP também voa desde Newark) e o Algarve. Os Açores, alicerçados nas excelentes ligações proporcionadas pela SATA, através do aeroporto de Boston, têm também registado um volume considerável de turistas. Até ao final do ano prevê-se a inauguração do Hotel Pestana Miami, que será a primeira unidade hoteleira portuguesa nos EUA. Imagem de Portugal e Programa de Ajustamento Decorrente dos desenvolvimentos relacionados com o pedido de ajuda externa ao FMI e União Europeia em que Portugal incorreu em 2011, os próximos anos serão um teste à capacidade de afirmação do nosso país no que diz Road-show de captação de investimento directo estrangeiro nos EUA Presidente da AICEP liderou um roadO show de captação de investimento directo nos EUA, que começou no dia 15 em Nova Iorque, passando por Boston no dia 16 e acabando em Atlanta no dia 17 de Outubro. primeiro evento, no dia 15, decorreu O no prestigiado Harvard Club de Nova Iorque, e contou também com a participação do Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-ministro, Carlos Moedas, que fez uma intervenção de fundo sobre as Reformas Estruturais e o Programa de Ajustamento. Neste dia, 17 empresas cotadas estiveram em Wall Stret a promover a economia. Foi o “Dia de Portugal” no NYSE mais concorrido de sempre, com 100 investidores e mais de 250 reuniões, o que acentua a percepção de que o risco português diminuiu. No dia 16 de manhã, na State House de Boston, o seminário foi organizado em parceria com o MOITI – Massachusetts Office of International Trade and Investment e contou com uma intervenção de abertura do Governador do Massachusetts, Deval L. Patrick. No dia 17 de Outubro, o programa decorreu em Atlanta, a terceira cidade nos EUA com mais sedes de empresas no ranking da revista Fortune 500 e uma plataforma de logística mundial, sendo o aeroporto de Atlanta o que movimenta mais passageiros em termos mundiais. Para além dos seminários em cada cidade, teve lugar um intenso programa de encontros bilaterais com potenciais investidores, sendo este road-show o primeiro de uma série que será continuada em 2013. Portugalglobal // Outubro 12 // 37 MERCADOS respeito à percepção dos mercados financeiros e nomeadamente das Agências de Rating e dos analistas de mercado das empresas financeiras mundiais – e muito em particular dos relevantes agentes económicos americanos e dos órgãos de comunicação especializados que estão sedeados em Nova Iorque. No sentido de desenvolver uma estratégia de comunicação do país consolidada e eficaz, em particular pela elevada exposição das empresas portuguesas cotadas em Bolsa aos fundos de investimento e hedge funds americanos, tem vindo a rea- lizar-se anualmente um road-show a Nova Iorque por parte das empresas do PSI-20. A 4ª edição deste evento foi realizada com sucesso a 15 e 16 de Outubro de 2012, tendo cabido, este ano, a sua concretização, a uma parceria entre a NYSEEuronext e a Caixa BI. Numa sintonia do esforço promocional de Portugal, a AICEP realizou um road-show de promoção de investimento directo estrangeiro nos EUA, de 15 a 17 de Outubro, nas cidades de Nova Iorque, Boston e Atlanta (ver caixa). A acrescentar às dimensões anteriores, existe uma outra componente importante, que é a das Parcerias Internacionais estabelecidas pelo Governo português entre Universidades e empresas portuguesas com instituições americanas líderes mundiais da investigação científica aplicada: o Massachussets Institute of Technology, a CarnegieMellon University, a University of Texas in Austin e a Harvard Medical School. 38 // Outubro 12 // Portugalglobal Esta parceria nos EUA, numa escala única para Portugal (das cinco parcerias especiais quatro são nos EUA, sendo a outra com o Instituto Fraunhofer da Alemanha), irá seguramente trazer dividendos a curto prazo, através do maior envolvimento de Portugal na I&D mundial, com implicações a nível empresarial. Um bom exemplo é do da Universidade Carnegie Mellon que anunciou, no início de 2012, ter decidido apoiar activamente a internacionalização nos EUA de cinco empresas portuguesas de TIC (após ter enviado uma equipa de analistas a Portugal e em Janeiro de 2011, através de uma parceria com a incubadora de empresas de base tecnológica Plug and Play, num projecto liderado pela Leadership Business Consulting com o apoio da AICEP. ter visitado mais de 30) e ter detectado particular potencial das seguintes tecnológicas: Dognaedis, Wizi, ObservIT, Feedzai e TreatU. 17 para 87 empresas portuguesas. Do mesmo modo realizou-se uma missão a Washington ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento na última semana de Outubro de 2011, estando planeado para Dezembro de 2012, uma acção de grande dimensão em Lisboa, com oradores das instituições de crédito mundial sedeadas em Washington DC. “No turismo, no que respeita à sua relação com Portugal, o mercado norte-americano tem registado um comportamento muito positivo nos últimos cinco anos, com crescimentos sistemáticos na ordem dos dois dígitos, situação muito mais positiva quando comparada com o tráfego dos EUA para a Europa nesse mesmo período.” É digno de registo também o esforço que conduziu à abertura do Pavilhão Tecnológico Portugal no Sillicon Valley O mercado dos financiamentos multilaterais tem vindo a ser trabalhado com redobrada intensidade, tendo-se realizado um seminário em Lisboa, em Maio de 2011 na AICEP, no qual estiveram presentes especialistas da área de e-Procurement das Nações Unidas, que contribuiu para que o número de empresas certificadas na ONU passasse de Com o objectivo de sustentar o aumento de notoriedade de Portugal nos EUA, foi iniciada em 2011 uma Campanha País sob o lema “Portugal, Innovate with us”, que consiste numa série de road-shows sectoriais ao mercado e organização de seminários com bolsa de contactos em sectores de elevado potencial de parceria, nos quais Portugal tem oferta de excelência a exemplo das áreas: Energias Renováveis e Mobilidade Eléctrica, Life-Sciences (Biotecnologia, Farmacêutica e aplicações à MERCADOS Saúde), TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, e Logística / Engenharia & Infra-estruturas. Em paralelo, a AICEP propõe-se apresentar uma proposta de valor coordenada e integrada num intenso plano de road-shows de captação de investimento americano para Portugal, que já foi iniciado em 2012 e será reforçado durante 2013. Conclusões Em súmula, pode considerar-se que Portugal deixou de ser, somente, um país de exportação para os EUA, sendo também actualmente um país investidor e de grande potencial em termos de parcerias de I&D e de tecnologia aplicada, tendo em vista o lançamento de novos e inovadores produtos no mercado. Igualmente, é de registar uma área que ainda falta concretizar em todo o seu potencial, mas que já está a ser explorada: o das parcerias luso-americanas para a plataforma lusófona de negócios em particular para África e o Brasil (vide “Fórum Access África”, organizado em 2012 em Nova Iorque). EMPRESAS PORTUGUESAS NOS EUA WEDO TECHNOLOGIES REFORÇA POSIÇÃO NOS EUA Líder mundial em ‘software’ de garantia de receita e de controlo de negócio, a WeDo Technologies está presente nos Estados Unidos desde 2009, tendo reforçado a sua posição com a aquisição, já este ano, da empresa norte-americana Connectiv Solutions e a abertura de uma nova sede em Bethesda, na região de Washington (DC). Existe igualmente um potencial de expansão das actividades de investimento directo americano em Portugal, no sentido de virem a localizar em Portugal operações de forte intensidade tecnológica e de dimensão europeia. A manter-se este ritmo e intensidade de interesse dos agentes económicos portugueses pelas oportunidades geradas pela retoma económica, pela dimensão e características de inovação do mercado americano, estaremos seguramente numa época de grande relançamento do relacionamento bilateral Portugal - EUA. Centro de Negócios da AICEP – Nova Iorque 590 Fifth Avenue, 4th Floor New York NY 10036-4702 U.S.A. Tel.: +1 646-723 0299 Fax: +1 212-575 4737 (Comércio e Investimento) [email protected] (Turismo) [email protected] Portugalglobal // Outubro 12 // 39 MERCADOS Com subsidiárias em 15 países, presente nos cinco continentes, com clientes em 80 países e mais de 450 colaboradores de 18 nacionalidades distintas, a WeDo Technologies trabalha com algumas das empresas líderes nos sectores de grande retalho, energia e financeiro, bem como com mais de 140 operadoras de telecomunicações. Refira-se que a empresa adquirida fechou 2011 com receitas de cerca de 8 milhões de dólares, 35 colaboradores e ocupando uma posição de destaque no mercado de soluções de gestão de custos em redes de telecomunicações móveis e fixas com mais de dez clientes nos EUA, dos quais quatro integram o leque dos dez maiores operadores móveis do país. A multinacional portuguesa estava presente no mercado norte-americano desde 2009, com um pequeno escritório em Chicago, mas já este ano, em A propósito da aquisição e do potencial do mercado norte-americano, Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies, afirma que “uma das ambições estratégicas da em- Maio, anunciou a aquisição de uma empresa norte-americana Connectiv Solutions, uma operação que permite obter fortes sinergias em termos de equipas, oferta e clientes, e revela um potencial de crescimento elevado. presa sempre foi sermos uma referência importante na Garantia de Receita e de Gestão de Fraude na América do Norte, tanto em modelos Software-as-a-Service como de Managed Services; a aquisição da Connectiv Solutions permite-nos concretizar estas ambições”. O software da WeDo Technologies poderá, desta forma, ser potenciado nos EUA e Canadá, assim como a oferta da nova equipa americana terá grande ressonância noutros mercados onde a empresa portuguesa já tem presença relevante, segundo adianta fonte da empresa. A base mais alargada no sector das telecomunicações abre ainda portas a uma actuação intensificada junto dos sectores de retalho e energia da região, ambos sectores em que a WeDo Technologies actua com sucesso em outros mercados. 40 // Outubro 12 // Portugalglobal José Xavier, Vice-Presidente da WeDo Technologies responsável pela América do Norte e Caraíbas, reforça esta ideia: “As forças combinadas das Soluções Connectiv com as Soluções WeDo Technologies permitem-nos agora oferecer aos clientes norte-americanos um portfólio completo de controlo de negócio. Podemos oferecer uma solução abrangente e líder na indústria a qualquer cliente à procura de Optimização de Rede, Gestão de Margem, Garantia de Receita ou de Gestão de Fraude. Trata- se de uma oferta única que poucas empresas poderão igualar”. De acordo com a Gartner, o mercado norte-americano é o segundo maior do mundo no investimento em soluções de software comerciais de Garantia de Receita e Gestão de Fraude e o maior do mundo em termos de investimento em desenvolvimentos internos nestas áreas. Com cerca de 50 colaboradores na América do Norte e um forte plano de cresci- mento, a WeDo Technologies anunciou em Setembro a abertura da sua nova sede na região, em Bethesda (área metropolitana de Washington DC). Na inauguração estiveram presentes representantes da economia americana e portuguesa, incluindo o Embaixador de Portugal em Washington, Nuno Brito, o Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, e o Director da AICEP para a América do Norte, Rui Boavista Marques. WeDo Technologies - EUA 6500 Rock Spring Drive Suite 105 Bethesda, MD 20817 - USA Tel.: +1 240 223 8080 Fax: +1 240 223 8079 www.wedotechnologies.com MERCADOS INVESTIR NOS EUA O TESTEMUNHO DA INDASA Fundada em 1979, a INDASA é um dos principais fabricantes europeus de abrasivos flexíveis (lixas) da alta qualidade para o segmento da repintura automóvel e indústria em geral, exportando 90 por cento da sua produção para mais de 90 países nos cinco continentes. Tem uma filial nos EUA desde 1999. A estratégia de internacionalização da INDASA passou, precisamente, pela criação de uma rede comercial própria através de filiais comerciais em vários países, nos quais se incluem os Estados Unidos. A INDASA USA foi criada em 1999 e resultou da aquisição da empresa que era o importador exclusivo para este mercado. A INDASA manteve os colaboradores da empresa, beneficiando assim do seu conhecimento da realidade local, obtendo um crescimento significativo durante a década que se seguiu. Segundo fonte da empresa, nos anos de 2008 e 2009, a INDASA USA teve a capacidade de manter o seu nível de vendas, tendo nos anos seguintes regressado a um crescimento de dois dígitos. Os Estados Unidos são neste momento o maior mercado de exportação da INDASA, representando 16,3 por cento das vendas consolidadas do grupo no ano de 2011. A marca INDASA/Rhyno está presente nas principais redes de distribuição do segmento de repintura automóvel dos Estados Unidos e tem feito progressos significativos em outros segmentos industriais donde se destacam a construção e reparação naval, a indústria que trabalha com materiais compósitos ou a indústria do mobiliário. Entre os vários segmentos onde opera, a INDASA USA tem cerca de 500 distribuidores fidelizados nos 50 estados dos EUA, apoiados por um plano de marketing bastante completo e por uma força de vendas muito especializada. A INDASA USA emprega actualmente 11 pessoas e tem um plano de negócios para o período de 2011-2016 que pretende duplicar o volume de vendas. Para o efeito, mudou-se para novas instalações com maior dimensão e qualidade no ano de 2011, localizadas em Fairfield, Nova Jersey, e tem vindo a contratar novos quadros com experiência na indústria, sobretudo nas áreas de vendas e marketing. Neste momento a INDASA está em processo de recrutamento de quatro novos vendedores que se irão juntar a uma força de vendas de 15 pessoas (entre vendedores independentes e vendedores próprios). Além da filial nos EUA, a empresa portuguesa tem está presente no exterior através de: INDASA España, INDASA UK, INDASA France, INDASA GMBH (Alemanha), INDASA Brasil e INDASA Polska. grande com o mercado, tem sido capaz de desenvolver produtos e serviços com elevada qualidade, inovação e valor acrescentado que dão resposta às necessidades dos utilizadores finais mais exigentes e dos parceiros que constituem a sua rede de distribuição. A marca Rhyno é hoje reconhecida pelos principais players que actuam no segmento de repintura automóvel e tem-se afirmado como uma das principais marcas globais de abrasivos flexíveis. INDASA USA, INC. 23 MADISON ROAD FAIRFIELD - NJ 07004 Tel.: +1 97 39160090 Fax: +1 97 39160092 [email protected] www.indasausa.com Reforça a mesma fonte que a INDASA, mantendo uma proximidade muito www.indasa.pt Portugalglobal // Outubro 12 // 41 MERCADOS ENDEREÇOS ÚTEIS EUA EM FICHA EMBAIXADA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Av. Forças Armadas 1600-081 Lisboa – Portugal Tel.: +351 217 273 300 Fax: +351 217 269 109 [email protected] http://portugal.usembassy.gov www.american-embassy.pt Washington, D.C. Estados Unidos da América CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA EM PORTUGAL Rua D. Estefânia, 155, 5.º Esq. 1000-154 Lisboa – Portugal Tel.: +351 213 572 561 Fax: +351 213 572 580 www.amchamportugal.org www.amcham.org.pt EMBAIXADA DE PORTUGAL EM WASHINGTON 2012, Massachusetts Avenue, NW Washington, DC 20036 – USA Tel.: +1 202 350 5400 Fax: +1 202 462 3726 [email protected] [email protected] DEPARTMENT OF COMMERCE 1401, Constitution Avenue, NW Washington, DC 20230 – USA Tel.: +1 202 482 2000 [email protected] www.commerce.gov DEPARTMENT OF STATE 2201, C Street, NW Washington, DC 20520 – USA Tel.: +1 202 647 4000 www.state.gov FEDERAL RESERVE (BANCO CENTRAL) Twentieth Street and Constitution Avenue, NW Washington, DC 20551 – USA Tel.: +1 202 452 3000 Fax: +1 202 452 3819 www.federalreserve.gov AMERICAN ASSOCIATION OF EXPORTERS AND IMPORTERS (AAEI) 1050, Seventeenth Street - Suite 810, NW Washington, DC 20036 – USA Tel.: +1 202 857 8009 Fax: +1 202 857 7843 www.aaei.org 42 // Outubro 12 // Portugalglobal Área: 9.161.923 km2 Risco país: População: 311,6 milhões hab. (Estimativa 2011) Risco político – AA Densidade populacional: 34 hab./Km2 Risco de estrutura económica – A (AAA = risco menor; D = risco maior) Designação oficial: Estados Unidos da América (EUA) “Ranking” em negócios – Índice 8,09 Chefe do Estado: Presidente Barack H. Obama (eleito em Novembro de 2012 para um 2º mandato). “Ranking” geral – 9 (entre 82 países) Risco de crédito – 1 (1 = risco menor; 7 = risco maior) Vice-Presidente: Joseph R. Biden. Data da actual constituição: 17 de Setembro de 1787 (adoptada em 4 de Março de 1789) Principais partidos políticos: Democrata; Partido Republicano. (10 = máximo) Partido Grau da abertura e dimensão relativa do mercado (2011): Exp. + Imp. (bens e serviços) / PIB = 31,5% Capital: Washington, D.C. (5,5 milhões hab.). Imp. (bens e serviços) / PIB = 17,7% Outras cidades importantes: Nova Iorque (19,1 milhões hab.), Los Angeles (12,9 milhões hab.), Chicago (9,6 milhões hab.), Dallas (6,4 milhões hab.), Filadélfia (6,0 milhões hab.), Houston (5,9 milhões hab.), Miami (5,5 milhões) e Atlanta (5,5 milhões) (Julho 2009 – est. Census Bureau). Imp. (bens) / Imp. Mundial = 12,3% Religião: Maioritariamente (51,3%) e católica (23,9%). The Economist Intelligence Unit (EIU) – protestante Língua oficial: Inglês Unidade monetária: Dólar dos EUA (USD) 1 EUR = 1,3162 USD (média mensal - Abril 2012) 1 EUR = 1,392 USD (média anual 2011) Fontes: Country Report May, 2012; ViewsWire April 10th 2012; Organização Mundial de Comércio (OMT); CIA – The World Factbook; UNCTAD; World Trade Atlas (WTA); Organização Mundial de Turismo (OMT); Instituto Nacional de Estatística (INE); Banco de Portugal, COSEC – Companhia de Seguros de Crédito. Videoconferências AICEP Global Network A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os nossos responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países. Obtenha a informação sobre os mercados internacionais que necessita e esclareça as suas dúvidas sobre: • Potenciais clientes • Canais de distribuição • Aspectos regulamentares • Feiras e eventos • Informações específicas sobre o mercado Para mais informação e condições de utilização consulte o site: www.portugalglobal.pt Tudo isto, sem sair do seu escritório Lisboa Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 Lisboa Tel: + 351 217 909 500 Porto Rua António Bessa Leite, 1430 - 2º andar 4150-074 Porto Tel: + 351 226 055 300 E-mail: [email protected] Web: www.portugalglobal.pt OPINIÃO O ANO DE PORTUGAL NO BRASIL UM NOVO OLHAR PARA UM VELHO RELACIONAMENTO >POR CARLOS MOURA, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DA AICEP NO BRASIL De 7 de Setembro de 2012 a 10 de Junho de 2013 celebra-se o Ano de Portugal no Brasil. Estas celebrações apresentam uma excelente oportunidade de estreitar as relações entre os dois países, acima de tudo as de índole económico-comercial. Refira-se que as exportações portuguesas para o Brasil ascenderam a 585 milhões de euros em 2011, valor quase atingido só nos primeiros nove meses deste ano – 490,6 milhões de euros – que registou um aumento de 20,2 por cento face a idêntico período do ano passado. Como todos sabemos as relações económicas entre Portugal e Brasil são de grande importânica, ganhando cada vez mais uma maior dimensão. A partir de 2010 o Brasil integrou o top 10 de maiores clientes de Portugal e ascendeu a 3º maior mercado de destino das nossas exportações fora da UE. Por sua vez, encontramos cada vez mais empresas a exportar e a tomar interesse por 44 // Outubro 12 // Portugalglobal Nos comércio de serviços as exportações portuguesas para o mercado brasileiro ultrapassam os 1,58 mil milhões de euros (2011), tendo registado um incremento de 16,5 por cento de Janeiro a Agosto deste ano face aos mesmos meses de 2011. este mercado de dimensão continental (em 2011 existiam 1.561 empresas exportadoras portuguesas para o Brasil). Paralelamente, e em termos de investimento, encontramos uma grande OPINIÃO presença empresarial portuguesa no Brasil. Numa única ideia: existe um enorme potencial a explorar. Mas como temos vindo a explorar este potencial para as empresas portuguesas? Por um lado, no fortalecimento da diplomacia económica, com uma nova equipa diplomática desde Brasilia, passando por São Paulo e Rio de Janeiro, ao que acresce a extensão da presença da AICEP no Brasil. Desde Outubro passado que a AICEP está presente no Rio de Janeiro e tem estreitado a relação imprescindível com a rede de câmaras de comércio luso-brasileiras espalhadas por todo o Brasil, num total de 13. Por outro lado, no desenvolvimento de acções de promoção específicas e dirigidas às empresas portuguesas, seja as que já estão no Brasil, seja as que abordam o mercado directamente de Portugal (apoio a missões empresariais, sectoriais, sessões de capacitação empresarial, networking com entidades locais, aprofundamento e relacionamento com grandes players brasileiros, divulgação da oferta portuguesa, etc.). Acrescem as acções de formação, informação e lobbying junto de decisores locais desde os Governos Estaduais às Prefeituras, acabando no poder municipal. Uma chamada de atenção para a grande Mostra de Portugal Moderno, Sentir Portugal, a realizar em São Paulo na primeira semana de Dezembro, no Parque de Ibirapuera. Pretendemos apresentar um Portugal moderno e cosmopolita, de qualidade e voltado para o futuro nos vários sectores de actividade, desde os mais tradicionais aos mais modernos, incluindo o Turismo; um Portugal dinâmico atractivo e competitivo que inova, que exporta e que investe num ambiente clean, contemporâneo, leve, dinâmico e activo, orgânico e sensorial. Será a excelência da oferta portuguesa de modo a actualizar a percepção da realidade empresarial e estimular a aquisição de produtos e serviços portugueses. A realização da Mostra de Portugal Moderno tem em vista a promoção da imagem de Portugal no mercado brasileiro, mediante a realização de uma exposição de carácter abrangente e multissectorial, designadamente com o objectivo de proporcionar, a quem visita a exposição, uma viagem pelo Portugal Moderno e Contemporâneo, através da disponibilização de produtos e soluções inovadoras, em áreas de tecnologia avançada e de bens de valor acrescentado, para além dos produtos tradicionais que o Brasil já conhece, mas sempre numa vertente moderna e inovadora. O Brasil é uma potência regional e mundial, integrando o grupo dos BRICS, e com um elevado crescimento económi- “Em termos de investimento, encontramos uma grande presença empresarial portuguesa no Brasil. Numa única ideia: existe um enorme potencial a explorar.” co, sendo hoje a 1ª economia da América Latina e a 6ª economia do mundo. Com uma economia diversificada e rica em recursos naturais (maior biodiversidade mundial), o país tem uma dimensão continental e uma população de 192 milhões de habitantes/ consumidores com um forte crescimento da classe consumidora. À estabilidade económica, política e social, a maior abertura ao exterior e a inexistência de limite legal à entrada de capital estrangeiro e aquisição de empresas brasileiras por capital estrangeiro, juntamos um portfolio de grandes investimentos em infraestruturas associados a grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. E se a balança comercial bilateral de bens é deficitária para Portugal a de serviços não o é. Tudo isto faz com que o país se torne um dos mais atractivos para as empresas portuguesas (e mundiais). Mas onde nos devemos concentrar? Sem querermos ser exaustivos e detalhados deveremos focar-nos nos seguintes sectores: Em termos de exportação • Produtos alimentares (azeite, castanha, pêra fresca, frutos secos, queijos); • Vinho; • Têxteis (vestuário masculino e estilistas); • Têxtil-lar; • Bens de equipamento (máquinas, moldes, …); • Materiais de construção. Em termos de internacionalização (IDPE): • Energias; • TIC; • Serviços (consultoria/engenharia/arquitectura/saúde); • Infra-estruturas (rodovias, ferrovias, portos, saneamento, resíduos); • Petróleo e gás; • Portos e logística de transportes. Contudo não poderemos esquecer os obstáculos e barreiras que ainda existem à entrada neste mercado tão apetecido. São, no entanto, de referir dois exemplos recentes de sucesso neste domínio, alcançados por via da diplomacia económica. Falamos das exportações de azeite e de vinho portugueses para o mercado brasileiro: no 1º caso, foi garantido que o azeite português fica isento de análises de qualidade à chegada ao Brasil; aos vinhos não serão aplicadas as medidas de salvaguarda aos vinhos importados que o Brasil pretendia implementar. Independemente destes casos de sucesso, consideramos que as restantes barreiras se podem tornar desafios para o Brasil nos próximos anos, facilitando a actividade das empresas portuguesas, ao que acresce o calor, simpatia e cariz muito especial que o Brasil nutre por Portugal. AICEP São Paulo Serviços Comerciais da Embaixada de Portugal a/c Edif. Consulado de Portugal Rua Canadá 324 01436-000 SP, São Paulo BRASIL Tel: +55 (11) 3084 1830-32 Fax: +55 (11) 3061 0595 [email protected] Portugalglobal // Outubro 12 // 45 ANÁLISE DE RISCO - PAÍS COSEC Políticas de cobertura para mercados No âmbito de apólices individuais África do Sul* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Angola C Caso a caso. M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades. Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Caso a caso. Argélia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. M/L Em princípio. exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Argentina T Caso a caso. Barein C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Benim C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária. Brasil* C Aberta sem condições restritivas. M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária. Bulgária C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas. M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística). Camarões T Caso a caso, numa base muito restritiva. Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura. China* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Chipre C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Colômbia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Costa do Marfim T Decisão casuística. Costa Rica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Croácia C Carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. Cuba T Fora de cobertura. Egipto C Carta de crédito irrevogável M/L Caso a caso. Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Estónia M/L Garantia bancária. Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo). Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Iémen C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Índia C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária. Indonésia C Caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L aso a caso, com eventual exiC gência de garantia bancária ou garantia soberana. Irão C M/L Carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Garantia soberana. Iraque T Fora de cobertura. Etiópia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso numa base muito restritiva. Jordânia C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Filipinas C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Koweit C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Gana C Caso a caso numa base muito restritiva. M/L Macau C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malásia C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malawi C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva. Malta C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Marrocos* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Martinica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. México* C Aberta sem restrições. M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente. Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva (eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro). M/L Letónia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária. Fora de cobertura. Geórgia C Caso a caso numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L Lituânia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária. aso a caso, numa base muito C restritiva e com a exigência de contra garantias. Líbano C Clientes públicos: caso a caso numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L lientes públicos: fora de coberC tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva. Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva. privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L Guiné-Bissau T Fora de cobertura. 46 // Novembro 12 // Portugalglobal Líbia T Fora de cobertura. Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva. Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante. ANÁLISE DE RISCO - PAÍS de destino das exportações portuguesas No âmbito de apólices globais Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva (designadamente em termos de alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de garantia bancária). M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro. S. Tomé e Príncipe C Senegal C Em princípio. exigência de garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. M/L Oman C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Panamá C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Paquistão Temporariamente fora de cobertura. Paraguai C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Peru C M/L Aberta sem condições restritivas. lientes soberanos: aberta sem C condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária. Qatar C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Quénia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. República Checa C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC. M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária. Roménia C Exigência de carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística). Rússia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso. M/L Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso. Análise caso a caso, numa base muito restritiva. E ventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito). Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços. As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência. Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe. M/L Sérvia C C aso a caso, numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L aso a caso, com exigência de C garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante. Singapura C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Síria T aso a caso, numa base muito C restritiva. Suazilândia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Tailândia C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Não definida. Taiwan C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Tanzânia T Caso a caso, numa base muito restritiva. Tunísia* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Turquia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Ucrânia C Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. lientes públicos: eventual C exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária. Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso. Uganda C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Fora de cobertura. C M/L T Curto Prazo Médio / Longo Prazo Todos os Prazos Não definida. Venezuela C Clientes públicos: aberta caso a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência. M/L A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas. Legenda: Uruguai C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Advertência: * Mercado prioritário. berta caso a caso com exigência A de garantia soberana. Zâmbia C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Fora de cobertura. Zimbabwe C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Fora de cobertura. COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A. Direcção Internacional Avenida da República. 58 1069-057 Lisboa Tel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839 [email protected] www.cosec.pt Portugalglobal // Novembro 12 // 47 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES COSEC Tabela classificativa de países Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corresGrupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Alemanha * Andorra * Austrália * Áustria * Bélgica * Canadá * Checa. Rep. * Chipre Coreia do Sul * Dinamarca * Eslováquia * Eslovénia * Espanha * Estónia EUA * Finlândia * França * Grécia * Holanda * Hong-Kong Hungria * Irlanda * Islândia * Israel * Itália * Japão * Liechtenstein * Luxemburgo * Malta * Mónaco * Noruega * Nova Zelândia * Polónia * Portugal * Reino Unido * São Marino * Singapura * Suécia * Suiça * Taiwan Vaticano * Arábia Saudita Botswana Brunei Chile China • Gibraltar Koweit Macau Malásia Oman Qatar Trind. e Tobago África do Sul • Argélia Bahamas Barbados Brasil • Costa Rica Dep/ter Austr.b Dep/ter Din.c Dep/ter Esp.d Dep/ter EUAe Dep/ter Fra.f Dep/ter N. Z.g Dep/ter RUh EAUa Ilhas Marshall Índia Indonésia Lituânia Marrocos • Maurícias México • Micronésia Namíbia Palau Panamá Peru Rússia Tailândia Tunísia • Uruguai Grupo 4 Aruba Barein Bulgária Colômbia El Salvador Fidji Filipinas Letónia Roménia Turquia pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior. As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis. Grupo 5 Grupo 6 Angola Azerbeijão Cazaquistão Croácia Dominicana. Rep. Egipto Gabão Gana Guatemala Jordânia Lesoto Macedónia Mongólia Nigéria Papua–Nova Guiné Paraguai S. Vic. e Gren. Santa Lúcia Vietname Albânia Ant. e Barbuda Arménia Bangladesh Belize Benin Bolívia Butão Cabo Verde Camarões Camboja Comores Congo Djibouti Dominica Geórgia Honduras Kiribati Moçambique Montenegro Nauru Quénia Samoa Oc. Senegal Sérvia Sri Lanka Suazilândia Tanzânia Turquemenistão Tuvalu Uganda Uzbequistão Vanuatu Zâmbia Grupo 7 Afeganistão Argentina Bielorussia Bósnia e Herzegovina Burkina Faso Burundi Campuchea Cent. Af. Rep. Chade Congo. Rep. Dem. Coreia do Norte C. do Marfim Cuba • Equador Eritreia Etiópia Gâmbia Grenada Guiana Guiné Equatorial Guiné. Rep. da Guiné-Bissau • Haiti Iemen Irão Iraque • Nicarágua Níger Paquistão Quirguistão Ruanda S. Crist. e Nevis S. Tomé e Príncipe • Salomão Seicheles Serra Leoa Síria Somália Sudão Suriname Tadzequistão Togo Tonga Ucrânia Venezuela Zimbabué Jamaica Kosovo Laos Líbano Libéria Líbia Madagáscar Malawi Maldivas Mali Mauritânia Moldávia Myanmar Nepal Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A. * País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos. à excepção do Chipre. Hong-Kong e Taiwan. • Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional NOTAS a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândia d) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico 48 // Novembro 12 // Portugalglobal f) G uiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive h) A nguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta. Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos ESTATÍSTICAS INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO >PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES. INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2011 tvh 2011/10 2011 Jan./Set. 2012 Jan./Set. tvh 12/11 Jan./Set. tvh 12/11 Set./Set. tvc 12/12 Set./Ago. IDE bruto 39.626 0,0% 26.037 30.184 15,9% -17,4% -30,5% IDE desinvestimento 32.145 -14,6% 23.886 23.828 -0,2% -12,8% -31,2% IDE líquido 7.481 274,5% 2.151 6.356 195,6% -89,2% 348,6% IDE Intra UE 35.885 2,2% 23.269 27.649 18,8% -16,9% -31,5% IDE Extra UE 3.741 -17,0% 2.768 2.535 -8,4% -22,0% -19,2% IDE Intra UE 90,6% -- 89,4% 91,6% -- -- -- IDE Extra UE 9,4% -- 10,6% 8,4% -- -- -- Unidade: Milhões de euros % Total IDE bruto % Total tvh 12/11 % Total tvh 12/11 Espanha IDE bruto - Origem 2012 (Jan./Set.) 17,2% -2,8% Comércio 33,8% -12,7% França 16,6% 2,6% Act. financeiras e de seguros 22,3% 124,7% Reino Unido 15,8% 21,9% Ind. Transformadoras 18,5% -12,5% Luxemburgo 14,3% 515,5% Electricidade, gás, água 11,0% 477,6% Países Baixos 9,1% -19,5% Act. informação e comunicação 5,9% 16,0% 2011 tvh 2011/10 2011 Jan./Set. 2012 Jan./Set. tvh 12/11 Jan./Set. tvh 12/11 Set./Set. tvc 12/12 Set./Ago. IDPE bruto 15.592 59,3% 9.359 6.604 -29,4% -18,5% 74,1% IDPE desinvestimento 6.500 -57,9% 4.717 5.753 22,0% -55,9% -76,7% IDPE líquido 9.092 260,7% 4.642 851 -81,7% 183,4% 112,3% IDPE Intra UE 13.792 140,3% 7.971 5.447 -31,7% -11,9% 89,4% IDPE Extra UE 1.800 -55,6% 1.388 1.157 -16,6% -33,0% 41,6% IDPE Intra UE 88,5% 236,7% 85,2% 82,5% -- -- -- IDPE Extra UE 11,5% -136,7% 14,8% 17,5% -- -- -- % Total tvh 12/11 % Total tvh 12/11 Países Baixos 62,9% -35,0% Act. financeiras e de seguros 78,5% -30,7% Espanha 11,3% -22,6% Ind. transformadoras 8,2% 155,1% Brasil 8,6% 38,7% Construção 4,4% 19,6% Angola 2,6% 10,4% Comércio 3,1% -20,2% Luxemburgo 2,5% 113,6% Act. consultoria e técnicas 2,0% -69,7% INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR IDE bruto - Sector 2012 (Jan./Set.) Unidade: Milhões de euros % Total IDPE bruto IDPE bruto - Destinos 2012 (Jan./Set.) 2011 Dez. tvh 11/10 Dez./Dez. IDPE bruto - Sector 2012 (Jan./Set.) 2011 Set. 2012 Set. tvh 12/11 Jun./Jun. tvc 12/12 Set./Jun. Stock IDE 84.308 0,9% 85.198 84.555 -0,8% 2,7% Stock IDPE 52.594 5,3% 54.783 50.253 -8,3% -2,0% Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal Portugalglobal // Novembro 12 // 49 ESTATÍSTICAS COMÉRCIO INTERNACIONAL 2011 tvh 2011/10 2011 Jan./Set. 2012 Jan./Set. tvh 12/11 Jan./Set. tvh 12/11 Set./Set. tvc 12/12 Set./Ago. Exportações bens 42.326 15,1% 31.436 33.861 7,7% -6,5% 6,5% Exportações bens UE27 31.344 13,7% 23.521 24.099 2,5% -8,3% 19,6% Exportações bens Extra UE27 10.982 19,5% 7.916 9.763 23,3% -1,5% -17,0% Exportações bens UE27 74,1% -- 74,8% 71,2% -- -- -- Exportações bens Extra UE27 25,9% -- 25,2% 28,8% -- -- -- BENS (Exportação) Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total Exp. Bens - Clientes 2012 (Jan./Set.) % Total tvh 12/11 Espanha 22,3% -4,6% Alemanha 12,6% França Meur Cont. p. p. Angola 539 1,7 -1,3% China 378 1,2 11,8% 4,2% EUA 371 1,2 Angola 6,3% 34,0% França 163 0,5 Reino Unido 5,1% 8,4% Grécia 161 0,5 EUA 4,2% 35,0% Espanha -368 -1,2 Países Baixos 4,2% 9,8% México -186 -0,6 % Total tvh 12/11 Exp. Bens - Var. Valor (12/11) Meur Cont. p. p. Máquinas, Aparelhos 15,0% 11,7% Combustíveis Minerais 804 2,6 Veículos, Outro Material de Transporte 12,0% -2,4% Máquinas, Aparelhos 533 1,7 Combustíveis Minerais 8,8% 36,8% Metais Comuns 192 0,6 Metais Comuns 8,2% 7,4% Plásticos, Borracha 152 0,5 Plásticos, Borracha 6,9% 7,0% Agrícolas 145 0,5 Exp. Bens - Produtos 2012 (Jan./Set.) Exp. Bens - Var. Valor (12/11) 2011 tvh 2011/10 2011 Jan./Set. 2012 Jan./Set. tvh 12/11 Jan./Set. tvh 12/11 Set./Set. tvc 12/12 Set./Ago. Exportações totais de serviços 19.159 9,0% 14.502 14.544 0,3% -7,7% -22,4% Exportações serviços UE27 13.693 7,9% 10.449 10.002 -4,3% -8,9% -25,5% Exportações serviços extra UE27 5.466 11,8% 4.053 4.542 12,1% -4,7% -13,6% Exportações serviços UE27 71,5% -- 72,1% 68,8% -- -- -- Exportações serviços extra UE27 28,5% -- 27,9% 31,2% -- -- -- SERVIÇOS Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total 50 // Novembro 12 // Portugalglobal ESTATÍSTICAS BENS (Importação) 2011 tvh 2011/10 2011 Jan./Set. 2012 Jan./Set. tvh 12/11 Jan./Set. tvh 12/11 Set./Set. tvc 12/12 Set./Ago. Importações bens 57.730 1,2% 43.860 41.629 -5,1% -8,4% 7,2% Importações bens UE27 42.149 -2,4% 31.825 29.445 -7,5% -8,5% 15,2% Importações bens Extra UE27 15.581 12,5% 12.035 12.184 1,2% -8,4% -7,7% Importações bens UE27 73,0% -- 72,6% 70,7% -- -- -- Importações bens Extra UE27 27,0% -- 27,4% 29,3% -- -- -- Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total Imp. Bens - Fornecedores 2012 (Jan./Set.) % Total tvh 12/11 Espanha 31,3% -150,0% Alemanha 11,4% França 6,4% Itália Países Baixos Meur Cont. p. p. Angola 868 2,0 -158,6% Guiné-Equatorial 385 0,9 -74,5% Azerbaijão 301 0,7 5,2% -42,5% França -327 -0,7 4,8% -16,2% Nigéria -622 -1,4 Angola 3,5% 197,9% Espanha -658 -1,5 Reino Unido 3,0% -49,5% Alemanha -696 -1,6 % Total tvh 12/11 Imp. Bens - Var. Valor (12/11) Meur Cont. p. p. Combustíveis Minerais 21,3% 14,1% Combustíveis Minerais 1.096 2,5 Máquinas, Aparelhos 14,4% -8,0% Pastas Celulósicas, Papel -181 -0,4 Químicos 11,0% 1,3% Metais Comuns -436 -1,0 Agrícolas 10,5% -3,0% Máquinas, Aparelhos -520 -1,2 Veículos, Outro Material de Transporte 8,5% -26,5% Veículos, O. Mat. Transporte -1.275 -2,9 2011 tvh 2011/10 2011 Jan./Set. 2012 Jan./Set. tvh 12/11 Jan./Set. tvh 12/11 Set./Set. tvc 12/12 Set./Ago. Importações totais de serviços 11.414 5,0% 8.617 7.783 -9,7% -22,1% -9,8% Importações serviços UE27 8.023 4,5% 6.113 5.674 -7,2% -19,0% -7,2% Importações serviços extra UE27 3.391 6,4% 2.503 2.110 -15,7% -29,5% -16,2% Importações serviços UE27 70,3% -- 70,9% 72,9% -- -- -- Importações serviços extra UE27 29,7% - 29,1% 27,1% -- -- -- 2011 2012 1ºS FMI CE OCDE BdP Min. Finanças INE INE Out. 12 Nov. 12 Jul. 12 Nov. 12 Out. 12 PIB -1,7 -2,8 -3,0 : -1,0 -3,0 : -1,0 -3,1 : -1,8 -3,0 : -1,6 -3,0 : -1,0 Exportações Bens e Serviços 7,5 6,1 3,5 : 3,5 4,3 : 2,7 4,2 : 3,6 6,3 : 5,0 4,3 : 3,6 Imp. Bens - Produtos 2012 (Jan./Set.) SERVIÇOS Imp. Bens - Var. Valor (12/11) Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total PREVISÕES 2012 : 2013 (tvh real %) Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros tvc - Taxa de variação em cadeia Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga Portugalglobal // Novembro 12 // 51 REDE EXTERNA DA AICEP ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo BRASIL / São Paulo CABO VERDE / Praia ALEMANHA / Berlim CANADÁ / Toronto ANGOLA / Benguela CHILE / Santiago do Chile ANGOLA / Luanda CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA / Macau ARGÉLIA / Argel CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA / Pequim ARGENTINA / Buenos Aires ÁUSTRIA / Viena CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA / Xangai BÉLGICA / Bruxelas COLÔMBIA / Bogotá Copenhaga Berlim Haia Bruxelas Dublin Londres Paris Milão Toronto Nova Iorque Vigo Barcelona S. Francisco Madrid Rabat Mérida Praia Cidade do México Caracas Bogotá São Paulo Santiago do Chile Centro de Negócios Escritórios Representações 52 // Novembro 12 // Portugalglobal Buenos Aires Argel DINAMARCA / Copenhaga FINLÂNDIA / Helsínquia JAPÃO / Tóquio ROMÉNIA / Bucareste EMIRADOS ÁRABES UNIDOS / Abu Dhabi FRANÇA / Paris LÍBIA / Tripoli RÚSSIA / Moscovo GRÉCIA/ Atenas MALÁSIA/ Kuala Lumpur SINGAPURA / Singapura ESPANHA / Barcelona HOLANDA / Haia MARROCOS / Rabat SUÉCIA / Estocolmo ESPANHA / Mérida HUNGRIA / Budapeste MÉXICO / Cidade do México SUÍÇA / Zurique ESPANHA / Vigo ÍNDIA. REPÚBLICA DA / Nova Deli MOÇAMBIQUE / Maputo TUNÍSIA / Tunes ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / Nova Iorque INDONÉSIA / Jacarta POLÓNIA / Varsóvia TURQUIA / Ancara IRLANDA / Dublin REINO UNIDO / Londres TURQUIA / Istambul ITÁLIA / Milão REPÚBLICA CHECA / Praga VENEZUELA / Caracas ESPANHA / Madrid ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / S. Francisco Helsínquia Estocolmo Zurique Moscovo Varsóvia Praga Budapeste Viena Bucareste Pequim Ancara Istambul Atenas Tunes Tóquio Tripoli Nova Deli Abu Dhabi Xangai Macau Kuala Lumpur Singapura Jacarta Luanda Benguela Maputo Joanesburgo Portugalglobal // Novembro 12 // 53 BOOKMARKS PRINCÍPIOS DE GESTÃO Fruto da experiência de ensino das autoras, esta obra tem como objectivo servir de instrumento de apoio no processo ensino/aprendizagem em unidades curriculares que abordem conteúdos introdutórios de gestão de empresas. As matérias são apresentadas de uma forma metodológica e pedagogicamente compreensível para quem pretenda adquirir as noções básicas dos conhecimentos da gestão empresarial. Numa linguagem simples são apresentados os seguintes temas acompanhados por vários exemplos práticos e casos de estudo: Gestão e o Ambiente (Funções e níveis da gestão, competências dos gestores, evolução da gestão, contexto ambiental da empresa); Funções da gestão (Planeamento, organização e controlo); Gestão de pessoas nas organizações (Liderança, motivação, gestão de recursos humanos, comunicação, cultura organizacional, conflito e negociação). Felipa Lopes dos Reis é professora no mestrado em gestão/MBA na Universidade Aberta, onde lecciona algumas unidades curriculares, entre as quais Recrutamento e Selecção dos Recursos Humanos. É doutorada em gestão na área de recursos humanos pela Universidade Lusíada. É autora de vários artigos científicos em revistas internacionais. Maria João Rosa Silva é mestre em Gestão na área de Recursos Humanos e Licenciada em Ciências Sociais área Psicologia. Desenvolveu tutoria nas Licenciaturas de Gestão e Ciências Sociais nas vertentes de Princípios de Gestão e Gestão de Recursos Humanos. Autor: F elipa Lopes dos Reis, Maria João Rosa Silva Editor: Edições Sílabo Nº de páginas: 228 Ano: 2012 Preço: 18,90€ PAIXÃO E TALENTO NO TRABALHO TRABALHAR (E VIVER) COM PAIXÃO Sabe o que é que faz o alpinista João Garcia subir tão alto pelas próprias mãos? E qual é a base do sucesso de Cristiano Ronaldo? Porque é que Mozart ou Picasso se tornaram tão talentosos? Ou porque é que Bill Gates se tornou no ícone do empreendedorismo e do crescimento empresarial na segunda metade do século XX? A investigação e os casos reais relatados nesta obra mostram o porquê do sucesso pessoal e profissional destas pessoas: a sua paixão pelo que fazem e os talentos que desenvolveram desde cedo! A melhor notícia é que esta paixão e este desenvolvimento de talentos estão ao alcance de cada um de nós e em qualquer momento da nossa vida. Neste livro encontrará algumas das fórmulas para encontrar o melhor de 54 // Novembro 12 // Portugalglobal si mesmo e daqueles que o/a rodeiam e ajudar a desenhar um mundo com pessoas mais autorrealizadas, produtivas e satisfeitas com a vida. O livro Paixão e Talento no Trabalho é de leitura indispensável para todos os querem aprimorar os seus talentos e viver de forma mais apaixonada com o seu trabalho. Gestores, chefias, professores, pais, educadores, formadores e alunos não continuarão os mesmos depois de conhecer os factos científicos relatados nesta obra. Autores: M iguel Pereira Lopes, Patrícia Jardim da Palma Editor: Edições Sílabo Nº de páginas: 208 Ano: 2012 Preço: 14.90€ O caminho para os Mercados Externos começa aqui... portugalglobal.pt 808 214 214 [email protected] Mais contactos investir em Portugal comprar a Portugal porquê? como? porquê? o quê e a quem? conte connosco! as marcas. 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