Portugalglobal
Pense global pense Portugal
Entrevista
Frank Gutzeit
Director-geral
da Schenker Portugal
Logística global 6
Destaque
Convenção da ASD em Lisboa
atrai investimento estrangeiro 10
Mercados
Novembro 2012 // www.portugalglobal.pt
Estados Unidos na mira
das empresas portuguesas 32
Empresas
Nobre, José Maria da Fonseca,
Grupo Montalva 26
Novembro 2012 // www.portugalglobal.pt
sumário
Entrevista // 6
A Schenker Portugal/Schenker Transitários é uma das principais
empresas transitárias a operar em território nacional com forte
expansão internacional. Frank Gutzeit, director-geral da empresa
alemã no nosso país, sublinha a aposta no transporte ferroviário
de mercadorias nas ligaçoes com a Alemanha, numa operação
que se tem revelado um sucesso e que atrai cada vez mais empresas exportadoras.
Destaque // 10
A indústria Aeronáutica e do Espaço portuguesa tem vindo a
conquistar terreno e a afirmar-se internacionalmente. O sector
prima por ser líder mundial de tecnologia e pelo retorno que
gera para as empresas que nele investem.
Projectos internacionais // 20
O Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento
(BERD), de que Portugal é um dos países fundadores, actua em
29 países da Europa Central e Oriental, Ásia Central, Balcãs Ocidentais e Turquia. Conheça o testemunho da EDP Renováveis,
que tem em operação dois parques eólicos na Roménia no âmbito de um projecto financiado pelo BERD.
Empresas // 26
Nobre: crescer em Portugal e nos mercados externos.
José Maria da Fonseca: inovação de mãos dadas com a tradição.
Grupo Montalva: reforçar internacionalização e levar carne
portuguesa a mais mercados.
Mercado // 32
As relações económicas entre Portugal e os Estados Unidos conhecem um novo fôlego, com as exportações nacionais e o investimento directo português a crescerem neste mercado.
Conheça a experiência da Indasa e da WeDo Technologies no
mercado norte-americano.
Opinião // 42
Um artigo de Carlos Moura, director da AICEP no Brasil, sobre o
Ano de Portugal no mercado brasileiro.
Análise de risco por país – COSEC // 44
Veja também a tabela classificativa de países.
Estatísticas // 47
Investimento directo e comércio externo.
AICEP Rede Externa // 50
Bookmarks // 52
EDITORIAL
Revista Portugalglobal
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Redacção
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Vitor Quelhas
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Colaboram neste número
Abel Mateus, António Neto da Silva,
Carla Tavares, Carlos Moura,
Direcção Grandes Empresas da AICEP,
Direcção de Informação da AICEP,
Direcção Internacional da COSEC,
Direcção PME da AICEP, Frank Gutzeit,
Grupo de Trabalho das Multilaterais Financeiras
(AICEP/GPEARI), Luís Pádua, Rui Boavista Marques.
Fotografia e ilustração
©Fotolia, ProMéxico, Rodrigo Marques,
Secretaría de Comunicaciones y Transportes (México).
Publicidade
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Secretariado
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4 // Novembro 2012 // Portugalglobal
Portugal consolida visibilidade
estratégica no mercado global
O nosso tema em destaque vai, naturalmente, para a Convenção da ASD,
que se realizou em Outubro, em Lisboa. Esta organização representa as
indústrias europeias de Aeronáutica,
Espaço e Defesa e a sua Convenção
constitui o mais importante evento
anual do sector a nível da Europa. Só
o facto de este acontecimento ter superado os objectivos traçados à partida pelas entidades organizadoras, de
que a AICEP fez parte, e de ter colocado em foco, no palco internacional,
a oferta da indústria aeronáutica e do
espaço portuguesa, confere-lhe uma
incontornável relevância estratégica
para o país.
O enorme potencial económico e tecnológico representado pelo sector
aeronáutico, fortemente exportador,
bem como a sua cultura industrial e
o efeito indutor que este tem em diferentes sectores de bens e serviços
nacionais, nomeadamente do universo PME, fazem dele um investimento
estratégico para Portugal, tanto mais
que as empresas portuguesas que venham a fornecer, ou que já fornecem
a industria aeronáutica e do espaço,
tanto nacional como internacional,
contam com um elevado know-how,
capacidade de investimento e uma alta
intensidade tecnológica. A realização
na edição deste ano, pela primeira vez,
de um Fórum tecnológico, que mostrou presencialmente a capacidade
da oferta nacional e a ligação com a
academia e instituições de investigação e desenvolvimento foi crucial para
a afirmação das nossas competências
perante a elite da indústria aeronáutica
europeia e internacional.
Em análise está igualmente o mercado dos Estados Unidos da América e o
relacionamento económico entre Portugal e a maior economia do mundo,
num contexto em que as relações comerciais bilaterais têm vindo a ganhar
um novo fôlego. Não só Portugal tem
vindo a conquistar credibilidade como
destino do investimento directo americano, como são de realçar as exportações portuguesas para os EUA, mercê
da capacidade empreendedora das
empresas portuguesas, esforço exportador que revela uma tendência muito
positiva. São de sublinhar também, nas
relações entre os dois países, as parcerias e o investimento directo portugueses em matéria de I&D e tecnologia
aplicada, e de inovação de produto.
Uma nota final, no capítulo das multilaterais financeiras, é conferida ao Banco
Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), de que Portugal
é um dos países fundadores. Este banco, que actua em 29 países da Europa
Central e Oriental, Ásia Central, Balcãs
Ocidentais e Turquia, financiou projectos, entre 1991 e Maio de 2012, no valor acumulado de 210,7 mil milhões de
euros. O apoio do BERD abrange um
vasto leque de produtos, que se dirigem às empresas e a instituições financeiras privadas, mobilização de apoio
directo estrangeiros e desenvolvimento
de mercados de capitais até ao apoio
técnico e financeiro a empresas e entidades públicas.
PEDRO REIS
Presidente do Conselho de Administração da AICEP
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ENTREVISTA
Frank Gutzeit
Director-geral da Schenker Portugal
LOGÍSTICA GLOBAL
AO SERVIÇO DAS EMPRESAS
A DB Schenker, que integra a divisão de Transporte e Logística da empresa Deutsche
Bahn AG, é um dos líderes mundiais em serviços integrados de logística, transporte
terrestre, aéreo e marítimo. Instalada em Portugal há pouco mais de meio século,
a Schenker Portugal/Schenker Transitários, S.A. – com sete escritórios próprios, 300
funcionários e mais de 22.000 metros quadrados de espaço de armazenagem – é uma
das principais empresas transitárias a operar em território nacional, com excelência de
serviço e com forte expansão internacional.
Actualmente a Schenker dispõe de dois comboios entre Portugal e a Alemanha, duas
vezes por semana, que ligam Lisboa e Porto (através da plataforma da Pampilhosa) a
Braunschweig e a Frankfurt. Um serviço inovador que está a conquistar a confiança
das empresas.
6 // Novembro 12 // Portugalglobal
ENTREVISTA
Como evoluiu a Schenker em Portugal?
Há meio século, a primeira fase do negócio da Schenker,
quando se instalou no país, foi o transporte rodoviário entre a
Alemanha e Portugal, tendo como clientes grandes empresas
como a Siemens e a Schering. A partir de 2002, a Schenker
começou a desenvolver outros produtos: logística, transporte
aéreo e marítimo, e mais recentemente, o transporte ferroviário. Hoje temos um peso significativo em todas estas áreas
de negócio, no mercado interno e noutros mercados.
Há quem coloque questões quanto à menor
flexibilidade do transporte ferroviário quando
comparado com o rodoviário. O que é que faz a
diferença entre ambos?
Embora o comboio tenha menor flexibilidade, em termos geográficos, do que a transporte rodoviário, se houver uma rigorosa organização e gestão deste transporte, ele tem vantagens,
nomeadamente em termos de custos mais baixos. O cliente
tem que optar por flexibilidade (rodoviária) ou custos mais
baixos (transporte ferroviário), fazendo bem as contas. Neste
momento os custos do transporte rodoviário tornaram-se imprevisíveis, dado o custo dos combustíveis e dos encargos. Uma
coisa é certa no entanto: embora neste momento os custos do
transporte rodoviário e ferroviário sejam idênticos, os custos rodoviários irão crescer. Em contrapartida, os custos do comboio
vão baixar, o que aumenta a sua competitividade. Foi tendo em
consideração estes factores que a Schenker está a fazer uma
forte aposta no transporte ferroviário de mercadorias, em parceria com a Autoeuropa/Volkswagen e a AICEP. À medida que
teremos mais comboios em circulação e uma gestão optimizada e eficiente da carga, menores serão os custos. Dentro de 5
anos, a diferença de custos entre ambos os transportes oscilará
entre os 15 e os 20 por cento, a que acresce, além do mais, a
vantagem ambiental no caso do transporte ferroviário. Algumas indústrias querem capitalizar esta vantagem.
O transporte ferroviário é para grandes empresas ou
também vai estar ao alcance das PME?
Nesta primeira fase, precisamos dos grandes clientes para operacionalizar e preencher o mais possível o volume de carga útil
por vagão, dado que os custos são maiores se houver espaços
vazios. Mas já começamos a ter clientes PME. Contudo, estes
precisam de ter dimensão, pois não é vantajoso para as empresas transportarem um reduzido volume de carga. O comboio
necessita de regularidade quanto ao transporte de mercadorias
e de previsão para gerir de forma adequada e rentável a carga
e os terminais. Aumentar a capacidade de transporte de um
comboio não é somente uma questão de colocar mais vagões
na composição, é preciso que haja aumento da carga útil por
vagão. Neste sentido, o planeamento é essencial quando se
trata de optimizar e agilizar o transporte ferroviário de mercadorias. Por isso, para as PME que não conseguem assegurar um
volume significativo e uma regularidade no transporte dos seus
produtos, a solução do transporte rodoviário é a ideal.
Na vossa logística de transporte, qual é actualmente o
peso da ferrovia?
Até Setembro tivemos um comboio por semana, o que
equivale a uma facturação de cerca de 3 milhões de eu-
ros. Com dois comboios duplicamos este valor e com três
triplicamos. O nosso objectivo situa-se entre os 10 e os 15
milhões de euros, com comboios mais cheios, com um melhor aproveitamento da carga útil por vagão. Actualmente
cada composição conta com 32 vagões-plataformas/caixas,
com uma extensão total de 480 metros e uma capacidade
de carga total de 703 toneladas.
Os vossos comboios, neste momento, exportam mais
para a Alemanha ou importam mais da Alemanha?
Neste momento exportam mais. Basta dizer que o primeiro
comboio das sextas-feiras parte com carga a 100 por cento
(exportação) e quando regressa a Portugal traz 70 por cento
de carga (importação). Os sectores que mais utilizam este
transporte ferroviário, para exportar, são a indústria automóvel e componentes, papel, cortiça, bens alimentares, resinas e químicos, cerâmica e vidro. Estes sectores tornaramse já clientes regulares.
No seu universo de serviços, como é que a Schenker
Portugal faz a gestão da intermodalidade?
O transporte intermodal requer tráfego misto ou múltiplo,
envolvendo mais de uma ou várias modalidades de transporte, e por isso é um processo exigente, que precisa de
assegurar parcerias estratégicas. Neste sentido, fomos premiados pelo Deutsche Bahn porque a nossa empresa realizou o que é quase impossível alcançar: sentámos na mesma
mesa importantes entidades ligadas aos vários transportes
para desenvolver um transporte integrado, na óptica da intermodalidade, processo que exigiu dois anos de trabalho.
Diga-se que não foi fácil encontrar os interlocutores certos.
Seja como for, em 2011 testámos esta plataforma intermodal com dois comboios, experiência que se mostrou muito
satisfatória e que é claramente para continuar.
Em Portugal, como em Espanha, usa-se a bitola
ibérica. Recentemente, passaram-se a usar dispositivos
de mudança de bitola nos comboios que vão para
França, onde se usa a bitola internacional. Como é
que a Schenker Portugal está a gerir o desafio das
diferentes bitolas das linhas?
Foi uma questão que tivemos de ponderar muito atentamente, no sentido de se obterem os melhores resultados.
Uma coisa é certa: uniformizar bitolas é um investimento
elevado, custa tempo e muito dinheiro, e este é actualmente um recurso escasso e caro. Em Irún (País Basco),
para resolver o problema das bitolas, criámos um sistema
que leva seis horas a fazer o transbordo (boarding) das
mercadorias transportadas, o que equivale, feitas as contas, ao custo do transporte rodoviário. É claro que o ideal
seria uma bitola única de Portugal até à Alemanha, o que
tornaria o transporte ferroviário mais rápido e com custos
ainda mais baixos, mas este investimento é actualmente
muito elevado. A solução que encontrámos foi fazer uma
gestão eficiente das diferentes bitolas, investindo na optimização do tempo de transbordo, sendo o ideal reduzir
as seis horas para as três horas, por exemplo. Até porque,
no actual contexto de crise, nem Portugal nem Espanha
Portugalglobal // Novembro 12 // 7
ENTREVISTA
terão capacidade de investir na uniformização das bitolas
nos próximos dez anos.
Quer dizer que as bitolas, que eram um problema maior
no início, se tornaram agora um problema menor?
O transbordo das mercadorias para mudar de bitola custa
tempo e dinheiro, é certo, mas ao optimizarmos este tempo de transbordo, reduzimos significativamente os custos e
aumentamos os ganhos. Tempo é dinheiro, como sabemos.
Por isso, a perfeita sincronização dos horários dos comboios
é outro aspecto fundamental: nenhum comboio pode esperar por outro comboio. Neste processo, a organização e
a precisão são incontornáveis. Nada nem ninguém pode esperar. Tudo tem que ser rigorosamente sincronizado.
A Schenker Portugal tem projectos de
internacionalização?
Temos vários em curso. Estamos a criar a Schenker Angola,
um processo que já vem de 2007, ano em que estabelecemos
um contrato com investidores desse país para desenvolverem
o projecto. Hoje estamos em processo de compra dessa empresa recém-criada. Temos já instalações em Luanda e no Lobito e em cinco anos tornámo-nos num player no mercado
angolano. Entre os nossos clientes temos multinacionais que
operam no mercado a partir do Dubai ou da China. É importante sublinhar que a coordenação destas ligações logísticas
internacionais é feita a partir de Lisboa, na Schenker Portugal,
o que faz de nós um centro de competências para o Grupo
Schenker em matéria de países africanos, como Angola.
O facto da Schenker estar em Portugal facilita os seus
negócios em África?
Portugal, dada a sua centralidade e relações históricas, é estrategicamente importante como plataforma para a África
dos PALOP, em especial para Angola e Moçambique. Felizmente há cada vez mais eventos em torno desses países
– o que mostra como são importantes enquanto mercados
– não só promovidos pela AICEP, como pelas Câmaras de
Comércio e Confederações da indústria e do comércio.
8 // Novembro 12 // Portugalglobal
Que novos investimentos é que a empresa está a
fazer no país?
Estamos a construir um terminal em Vila do Conde, com
mais de 7.500 metros quadrados para logística, 4.000 mil
metros quadrados para o transporte rodoviário nacional e
internacional, e 2.000 metros quadrados para escritórios,
de forma a absorver, no seu conjunto, cerca de 150 postos
de trabalho directos. A opção por esta localização está directamente ligada aos acessos existentes e à proximidade
do porto de Leixões e do aeroporto de Pedras Rubras. Este
novo terminal representa cerca de 9 milhões de euros de
investimento e estará pronto a operar no início de 2014.
De que maneira a recessão, o abrandamento da
economia em Portugal e na Europa, afectam a
dinâmica da Schenker Portugal?
O volume de negócio diminui para nós, mas também diminui
para a concorrência. Estamos todos no mesmo barco. A nossa
maior preocupação, neste contexto de crise, é manter o negócio, os clientes, os nossos produtos, os postos de trabalho, e
“Temos flexibilidade e agilidade para superar
os constrangimentos com que a economia
europeia se debate e temos o apoio do Grupo
Schenker, se necessário. Mas em qualquer
caso, o negócio local tem que valer o
investimento e ser rentável, demonstrar que é
uma boa aposta.”
baixar custos. Relativamente ao nosso investimento no Norte
do país (Vila do Conde), tivemos que provar à casa-mãe que
haveria mais-valias apreciáveis geradas pelo investimento. Temos a nosso favor a obra feita, como sejam empreendimentos inovadores, boas parcerias de negócio, o investimento no
transporte ferroviário, o centro de competências para Ango-
ENTREVISTA
caras da Europa como sofrem de sérios constrangimentos
administrativos, já para não falar no custo da mão-deobra, que não é competitivo quando se vê confrontado
com a concorrência de outros países europeus. É certo
que se ganharia tempo ao utilizar Portugal como porto de
entrada, mas perde-se claramente com impostos, custos,
morosidade, burocracia administrativa.
la. O nosso lema é fazermos sempre mais e melhor e termos
sempre projectos rentáveis e com futuro em cima a mesa. Por
outro lado, temos flexibilidade e agilidade para superar os
constrangimentos com que a economia europeia se debate
e temos o apoio do Grupo Schenker, se necessário. Mas em
qualquer caso, o negócio local tem que valer o investimento
e ser rentável, demonstrar que é uma boa aposta. O grupo
Schenker acredita em Portugal e por isso está a investir neste
momento, numa conjuntura menos favorável, sabendo que
melhores dias chegarão num futuro próximo e que temos de
estar bem preparados para lhes responder.
Quais são os constrangimentos que uma empresa
como a Schenker tem que enfrentar em Portugal?
Morosidade nas licenças, autorizações, alvarás, escrituras,
justiça, enfim, este é um capítulo em que tende a haver demasiada burocracia e lentidão nos processos. Neste sentido,
o papel da AICEP pode ser fundamental como facilitadora do investimento e como interlocutora para desbloquear
constrangimentos impeditivos da actividade económica do
investimento estrangeiro.
Que consequências é que estes múltiplos
constrangimentos acarretam para o país?
Além da morosidade que constrange os negócios, Portugal tem outros constrangimentos que se reflectem negativamente no investimento e na actividade exportadora/
importadora, como sejam os elevados encargos aduaneiros, pouco ou nada flexíveis, com impostos à cabeça.
Para contornarem estes custos demasiado elevados, temos clientes que têm mercadoria importada proveniente
do Extremo Oriente, da China, e que preferem, porque
lhes fica mais barato, fazer o desalfandegamento em Roterdão, Antuérpia ou Hamburgo, sendo depois a carga
transportada para Portugal. Embora o país possua excelentes infra-estruturas portuárias, estas são não só as mais
Como antevê o ano 2013, cujos constrangimentos
afectarão necessariamente a actividade
empresarial? Que medidas preventivas está a tomar
a Schenker Portugal?
A primeira coisa a fazer é evitar riscos, nomeadamente em
matéria de novos clientes, cobranças, falência de empresas.
Neste sentido, estamos a melhorar os nossos procedimentos internos para evitar surpresas. Na realidade, constatamos que podemos manter ao melhor nível o nosso negócio,
e também os nossos melhores clientes, evitando simultaneamente riscos desnecessários. É deste modo que estamos a
proteger preventivamente, e sempre melhor, o ambiente de
negócios da Schenker Portugal. Por outro lado, defendemonos, é certo, mas também estamos a expandir o negócio,
internacionalizando-o. Estamos a expandi-lo para Angola,
onde estamos a instalar a Schenker Angola, que estará a
funcionar em 2013. Podemos afirmar que está tudo a postos para que o investimento em Angola seja um sucesso. E
temos ainda planos para Moçambique, que é um país com
um enorme potencial, e para a África do Sul. É nosso objectivo é estreitar cada vez mais as ligações entre Angola,
Moçambique e África do Sul. Estamos a apostar também
no Brasil e no transporte de mercadorias para a Venezuela.
China e Índia estão igualmente na nossa agenda.
Estamos a falar de consolidação e sustentabilidade?
O nosso esforço para 2013 será sobretudo de consolidação
e de sustentabilidade dos negócios em curso e dos novos
investimentos, que para nós são matéria de desenvolvimento estratégico. Ou seja: mais serviços, mais comboios, mais
internacionalização. Neste momento, a Schenker Portugal
apresenta uma paleta de produtos e serviços completa:
logística, transporte rodoviário doméstico e internacional,
bem como marítimo, aéreo, ferroviário, e intermodal, serviço especial (just-in-time) de transporte de componentes
automóveis e aeronáuticos, entre outros, tudo 24 horas por
dia, 365 dias por ano. Há seis anos, eu e a minha equipa
colocámos a questão: especialização ou diversificação? Optámos pela diversificação. Os nossos clientes têm, regra geral, negócios de exportação e importação envolvendo vários
países e continentes e portanto vários produtos e serviços
de transporte de mercadorias, a nível global.
Schenker Portugal
Estrada Nacional 115-5 Casal Novo
2660-364 São Julião do Tojal
Tel. +351 219 739 700
[email protected]
[email protected]
Portugalglobal // Novembro 12 // 9
DESTAQUE
CONVENÇÃO DA ASD 2012 EM LISBOA
AERONÁUTICA NACIONAL
POTENCIA INVESTIMENTO
ESTRANGEIRO
10 // Novembro 12 // Portugalglobal
DESTAQUE
Dispensando grandes
parangonas e
permanecendo quase
desconhecida do grande
público, a indústria
Aeronáutica e do
Espaço portuguesa
tem vindo a conquistar
terreno e a afirmar-se
internacionalmente nos
últimos anos. Além de
fortemente exportador,
o sector prima não só
por ser líder mundial
de tecnologia, como
pelo retorno que gera
para as empresas que
nele investem. Nesta
medida, Portugal entrou
assumidamente nesta
corrida estratégica,
potenciadora de
crescimento económico
e de desenvolvimento,
posicionando-se de
modo a garantir o
sucesso global do seu
‘cluster’ aeronáutico e
espacial. A aposta da
EMBRAER no país, a
significativa presença
de Portugal nas feiras
de Farnborough e Le
Bourget, a participação e
o investimento nacionais
na ESA (Agência
Espacial Europeia), bem
como iniciativas que
garantem a visibilidade
internacional das
empresas portuguesas do
sector, como a recente
Convenção da ASD em
Lisboa, são a expressão
mais visível desse esforço
público e empresarial
sustentado, que conta
com o apoio da AICEP.
A Convenção anual da ASD – associação
que representa as indústrias europeias
de Aeronáutica, Espaço e Defesa – não
é apenas uma montra da actividade e da
vitalidade do sector, mas também uma
oportunidade para o país organizador
ganhar visibilidade junto das indústrias
aeroespacial e de defesa europeias, de
modo a mostrar e a valorizar as suas
competências, identificar parcerias de
negócio e projectos de I&D, e captar investimento estrangeiro.
Este ano coube a Portugal ser o anfitrião
da Convenção da ASD, que se realizou
em Lisboa no mês de Outubro. O envolvimento da AICEP na organização do evento – o primeiro da indústria aeronáutica,
espaço e defesa a ser realizado no país –
teve como objectivo potenciar as oportunidades oferecidas no âmbito da Convenção, permitindo às empresas portuguesas
mostrar as suas competências em matéria
de fornecimento, desde a alta qualidade
do produto final até á excelência da mãode-obra especializada, passando pela elevada capacidade tecnológica.
Os números falam por si: mais de mil delegados, 23 países participantes (incluindo Brasil e EUA) e cerca de 60 oradores.
Durante três dias tiveram lugar conferências e uma significativa mostra de
produtos, bem como visitas a empresas,
instituições e infra-estruturas aeronáuticas nacionais, destacando-se as visitas à
EMBRAER (às duas unidades criadas em
Évora) e à OGMA (Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A, em Alverca), e ao
Centro de Qualificação do IEFP em Évora
(esforço na qualificação da mão-de-obra
nacional para responder às necessidades
específicas do sector).
Os contactos e o networking com potenciais clientes e parceiros constituíram
outro ponto forte da Convenção, apresentando as empresas portuguesas (potenciais fornecedoras) um elevado grau
de motivação e vontade de investir em
parcerias e projectos, bem como determinação em dar visibilidade global às
suas competências e capacidades.
A convenção permitiu ainda dar a conhecer que em Portugal se produz a um
custo altamente competitivo alguns dos
produtos mais avançados do sector a
nível mundial e demonstrar que o país é
detentor de avanços tecnológicos desenvolvidos por empresas nacionais com o
apoio de centros de I&D portugueses, o
que, a par dos apoios e incentivos disponibilizados pela AICEP, tornam atractivo o
investimento estrangeiro neste domínio.
Na realidade, as actividades desenvolvidas pelas empresas e outras organizações do sector aeronáutico e espacial, a
nível das áreas tecnológicas avançadas,
mostram que Portugal tem vindo a investir sustentadamente em investigação
e desenvolvimento de aplicações e novas
tecnologias, as quais incorporam um elevado conteúdo tecnológico e científico
em áreas cruciais para o desenvolvimento global do sector.
“As actividades desenvolvidas
pelas empresas e outras
organizações do sector
aeronáutico e espacial
português, a nível das
áreas tecnológicas
avançadas, mostram que
Portugal tem vindo a
investir sustentadamente
em investigação e
desenvolvimento de
aplicações e novas
tecnologias, as quais
incorporam um elevado
conteúdo tecnológico e
científico, em áreas cruciais
para o desenvolvimento
global do sector.”
É nesta medida que a participação portuguesa na ESA (Agência Espacial Europeia), de que a DANOTEC é expressão,
representa um portal privilegiado de
acesso das empresas nacionais ao Espaço, pela via das parcerias com programas
espaciais desenvolvidos com a ESA, o
que abre portas a grandes desafios em
matéria de intensidades tecnológica e
de benefícios na área das aplicações e
tecnologias espaciais, potenciando deste modo a dimensão internacional desta
área específica de negócio para as empresas portuguesas, nomeadamente do
universo PME.
Portugalglobal // Novembro 12 // 11
DESTAQUE
CONVENÇÃO DA ASD DE LISBOA
SUPEROU OS OBJECTIVOS
>POR CARLA TAVARES, AICEP
A Convenção da ASD é o maior e mais importante evento do sector na Europa,
que se realiza, anualmente, num dos diferentes países de origem das Associações
constituintes. Em 2012, pela primeira vez, a Convenção incluiu um Fórum Tecnológico,
nos dias 11 e 12 de Outubro, que ofereceu uma oportunidade real de networking,
ideias e talentos entre empresas, universidades e centros de investigação.
A Convenção da ASD de Lisboa superou os objectivos. É uma conclusão unânime da organização e participantes.
Foi uma “montra” de Portugal e das
suas competências no sector aeronáutico, espaço e defesa. Mais de mil participantes, representando os principais
players destes sectores, conheceram-se,
trocaram experiências, reuniram e conheceram um pouco mais de Portugal,
naquela que foi a maior Convenção da
ASD alguma vez realizada, superior às
edições de Istambul, Montreaux, Helsínquia, Paris ou Barcelona. Os impactos desta Convenção, considerado o
12 // Novembro 12 // Portugalglobal
mais importante evento anual a nível
europeu destes sectores, naturalmente
serão sentidos a médio e longo prazo.
Os testemunhos de algumas das empresas que participaram na Convenção, transmitidos durante e após o
evento, são muito positivos. Empresas
como a Tekever, a GMV, a OGMA, a Incompol e a Ply Engenharia, entre muitas outras, bem como as associações
sectoriais participantes, incluído a própria ASD, transmitiram-nos que o seu
balanço da Convenção é muito positivo. Quer pelo contacto e networking
com potenciais clientes e parceiros estabelecidos durante este período, mas
também pelo acesso a conhecimento
sobre as tendências e pelos impactos
dentro das suas próprias organizações.
Para algumas filiais dos players internacionais já presentes em Portugal,
esta foi uma oportunidade única para
as equipas de gestão nacionais fazerem networking dentro das suas próprias organizações multinacionais.
Foi destacado o facto de este ter sido “o
primeiro evento da indústria aeronáutica, espaço e defesa feito em Portugal”,
DESTAQUE
SOBRE A ASD
A ASD - AeroSpace and Defence Industries Association of Europe (ASD)
representa as indústrias europeias
de Aeronáutica, Espaço e Defesa.
Tem 28 associações como membros,
de 20 países, representando mais de
2.000 empresas, com 80.000 fornecedores e um volume de negócios
de 163 mil milhões de euros.
A ASD assegura um alto nível de representatividade deste sector na politica pública europeia, assumindose como uma entidade que tem por
objectivo coordenar a nível europeu
serviços e actividades, tais como
projectos de investigação tecnológica, iniciativas europeias a nível empresarial, facilitar o desenvolvimento
das PME dentro da cadeia de abastecimento competitiva, entre outras.
A Associação das Empresas de Defesa, Armamento e Novas Tecnologias
(DANOTEC) é a filial portuguesa da
ASD, com 26 empresas associadas.
A Convenção anual da Associação
Europeia das Indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa (ASD), de 10 a
12 de Outubro em Lisboa, foi organizada pela AICEP e pela DANOTEC.
algo inimaginável há uns anos atrás,
sendo de realçar a qualidade da indústria que esteve presente em Portugal.
Esta foi também uma porta para o “clube privado global” que são estes sectores. Ao fim de apenas um mês temos
conhecimento de que players internacionais já contactaram empresas portuguesas presentes e conhecidas durante
o evento. As sementes foram lançadas.
ficativo efeito de arrastamento, a montante e a jusante, principalmente em
PME, e criação de postos de trabalho
directos e indirectos altamente qualificados (relação de 1 para 4 a 7 postos
de trabalho indirectos), estas indústrias
têm impactos a nível micro e macroeconómico transversais a toda a economia.
Estes sectores caracterizam-se também
por longos períodos de recuperação dos
investimentos e com muito espaço para
intervenção de diplomacia económica.
Em 2004, a Embraer, a terceira OEM do
sector aeronáutico mundial, adquire parte do capital da OGMA, através do processo de privatização. No Verão de 2006
são iniciados os trabalhos de avaliação de
Portugal como uma das possíveis locali-
Até 2011, várias equipas da Embraer realizaram algumas dezenas de
missões em Portugal, de avaliação de
potenciais parceiros tecnológicos, de
investigação e desenvolvimento, fornecedores, infra-estruturas, disponibilidade de recursos humanos qualificados,
localizações industriais, entre outros.
A convenção em números
• 1.000 delegados à Convenção.
É reconhecido um enorme potencial a
estes sectores. Considerados mundialmente como uma indústria de elevado
interesse estratégico para as economias, pela indução de um conjunto de
mais-valias tecnológicas e de cultura
industrial e pelo seu efeito indutor que
pode ter junto de outras áreas e sectores. Estes sectores são conhecidos pelo
elevado investimento em tecnologia e
pela disseminação deste conhecimento
e práticas de excelência. Com um signi-
zações para futuros projectos industriais.
Em 2009 realizaram-se as primeiras
missões de prospecção de fornecedores de componentes metálicos e em
compósitos. Foram visitadas dezenas
de empresas e seleccionadas 20 para
participarem num exigente processo de
certificação, ao abrigo do qual a Embraer já certificou algumas delas.
• 23 países de origem, incluindo Brasil
e Estados Unidos da América.
• Mais de 300 reuniões.
• 55 stands de empresas, associações
e universidades, maioritariamente
nacionais; exposição estática de projectos de investigação e desenvolvimento de cerca de duas dezenas de
empresas portuguesas.
• 36 sessões e mais de 60 oradores.
• 60 participantes em dois programas
de visitas a Évora, Alverca, Setúbal
e Beja.
• 310 acompanhantes que paralelamente à Convenção fizeram os vários
programas culturais disponíveis.
• 17 entidades que se associaram
ao evento como Patrocinadores ou
Parceiros.
• Cerca de 15.000 visitas ao site do
evento (www.portugalglobal.pt/asd).
Portugalglobal // Novembro 12 // 13
DESTAQUE
Em 2012, pela primeira vez, a Convenção
da ASD incluiu um Fórum Tecnológico,
nos dias 11 e 12 de Outubro, que ofereceu
uma oportunidade real de networking,
ideias e talentos entre empresas, universidades e centros de investigação.
As empresas portuguesas potenciais
fornecedoras apresentavam em 2009
elevado know-how, capacidade financeira e motivação. Porém, também um
gap de cultura aeronáutica e reduzida
massa crítica, que também se verificava
do lado da procura. Enfrentavam ameaças como o grande esforço de investimento inicial, em qualificação e equipamento, difícil de rentabilizar. Mas o efeito âncora da procura e dos projectos da
Embraer e da OGMA apresentava-se
como uma oportunidade para a aposta
estratégica neste sector, nestes anos.
Angariação da Embraer
Agosto de 2006: início dos trabalhos
de angariação dos projectos de Évora.
2006-2011: realização de várias missões, por diversas equipas da Embraer,
de prospecção e avaliação de potenciais
fornecedores, parceiros tecnológicos,
parceiros de investigação e desenvolvimento, infra-estruturas, disponibilidade
de recursos humanos qualificados, localizações industriais, entre outros.
2008-2009: grupo de trabalho constituído por entidades do Ministério da
Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, do Ministério do Trabalho
e da Solidariedade Social e do Ministério da Educação que permitiu que a
Agência Nacional para a Qualificação
(ANQ) introduzisse no Catálogo Nacional de Qualificações – instrumento
de gestão estratégica de qualificações
de nível não superior – quatro novas
qualificações relacionadas com a indústria aeronáutica:
Técnico/a de Tratamento de Metais (nível 3); Técnico/a de Produção e Transformação de Compósitos (nível 3);
Técnico/a de Maquinação CNC (nível
3); Técnico/a de Produção Aeronáutica
- Montagem de Estruturas (nível 3).
Julho de 2008: anúncio público da decisão da Embraer de investir em Évora.
Março de 2009: Kick-off do Programa
de Desenvolvimento de Fornecedores.
14 // Novembro 12 // Portugalglobal
Abril de 2009: início da formação de
pelo IEFP nas quatro novas qualificações relacionadas com a indústria aeronáutica, que estão a ser recrutados
pelas várias empresas do sector.
Abril a Outubro de 2009: formação
em cultura aeronáutica para empresas portuguesas pela Associação Pool.
Net com a colaboração da AICEP.
Julho de 2009: Cerimónia de lançamento da primeira pedra do empreendimento.
Novembro de 2010: início da construção das fábricas em Évora.
2011: construção do centro de formação na área aeronáutica, pelo IEFP,
em Évora.
Junho de 2011: primeira mostra pública do projecto de pesquisa e desenvolvimento denominado “LIFE”,
desenvolvido por cinco entidades
portuguesas em parceria com a Embraer, no Pavilhão de Portugal no Salão Aeronáutico de Le Bourget 2011.
Setembro de 2012: inauguração das
duas fábricas.
Até Outubro de 2012, a Embraer já
visitou mais de 60 empresas instaladas em Portugal e desenvolveu mais
de duas dezenas.
O Pavilhão de Portugal em Farnborough 2010 foi a maior representação
portuguesa conjunta e integrada, internacional, das nossas competências,
formado por 42 entidades (empresas,
universidades, associações e AICEP).
Depois de três Pavilhões de Portugal
(Farnborough em 2010 e 2012 e Le
Bourget em 2011), a Convenção da
ASD foi uma montra das competências
nacionais e um momento de conheci-
“Com a apresentação em
Portugal do AR5 Life Ray,
o maior UAV autónomo
português, partilhámos
convosco o que foi, sem
dúvida, um marco importante
no reforço do posicionamento
de entrada de Portugal no
mercado global aeronáutico de
sistemas autónomos, já iniciado
com o lançamento para o
mercado do AR4 Life Ray.”
Grupo TEKEVER
mento das tendências do sector e de
networking para as empresas nacionais,
com potenciais clientes e parceiros.
Refira-se que os três Pavilhões de Portugal em Farnborough e Le Bourget,
bem como a Convenção da ASD, foram organizados com a colaboração
DESTAQUE
das Associações sectoriais DANOTEC,
PEMAS, POOL.NET e PROESPAÇO.
O facto de Portugal ter entrado como
parceiro a risco do Programa KC 390, o
acordo entre a Airbus e a Salvador Caetano na área de compósitos, a inauguração
dos dois centros de excelência da Embraer em Évora, com o arrastamento de outras importantes empresas neste sector,
para além dos projectos de expansão
da OGMA e da Lauak já presentes em
Portugal, vão proporcionar às empresas
portuguesas oportunidades de negócio
que lhes permitirão rentabilizar os seus
investimentos nestes sectores.
Atendendo à elevada qualidade das
competências nacionais que estiveram
expostas no Fórum Tecnológico associado à Convenção da ASD, tornou-se
evidente que existe já um grupo significativo de empresas qualificadas e a trabalhar de uma forma competitiva para
o sector aeronáutico mundial. O esforço de cooperação entre associações e
entre empresas, resultando numa complementaridade visível, são já a prova
da existência de um verdadeiro cluster,
reconhecido internacionalmente pelos
principais players do mercado.
A percepção que retiro do trabalho de
angariação da Embraer, e paralelamente de acompanhamento do processo de
prospecção de parceiros em Portugal,
de desenvolvimento de fornecedores,
da criação de notoriedade do nosso
país neste “clube privado global” que
é o sector aeronáutico, é que Portugal
e, particularmente, o tecido industrial
nacional que já trabalha, ou quer vir a
trabalhar nestes sectores, tem elevadas
capacidades e tem neste momento uma
janela de oportunidade difícil de repetir.
Para alguns, até comparável com a instalação da Autoeuropa em 1992, naturalmente, em escalas distintas.
CONVENÇÃO ASD 2012
APOSTA NA ATRACÇÃO
DE INVESTIMENTO
ESTRANGEIRO
>POR LUÍS PÁDUA, AICEP
A convenção anual da ASD, a associação europeia
para as indústrias aeronáutica, espaço e defesa, teve
lugar em Outubro, em Lisboa, com a presença de mil
delegados. O programa desenhado para os três dias
de convenção, com o estreito envolvimento da AICEP,
incluiu, para além de conferências, uma mostra de
produtos e visitas a empresas, instituições e infraestruturas aeronáuticas nacionais.
A representatividade da ASD torna a sua
Convenção anual numa oportunidade
para o país organizador ganhar visibilidade junto das indústrias aeroespacial e
de defesa europeias. O envolvimento da
AICEP na organização do evento visava
apoiar a promoção das competências e
das empresas nacionais para a identificação de parceiros de negócio ou para
projectos de I&D, mas tinha também
um objectivo claro de atracção de investimento para Portugal.
Este evento envolveu mais de mil participantes, dos quais 993 delegados representantes das Associações Europeias,
para além de membros dos Conselhos de
Administração dos prime contractors europeus, Comissários e Membros do Parlamento Europeu, o Presidente da Agência Europeia de Defesa, Associações e
empresas de vários países não europeus,
nomeadamente, Brasil e EUA.
Portugalglobal // Novembro 12 // 15
DESTAQUE
Com a presença de mil delegados, na
sua grande maioria decision makers,
em representação de centenas de empresas europeias e algumas americanas, este evento representava assim
uma oportunidade ímpar para posicionar Portugal como destino de investimento junto destas multinacionais.
Sendo o nosso país pouco conhecido
no seio da indústria aeroespacial, tornava-se imperativo utilizar este evento
para alterar esta situação, mostrando
o que já se produz, as qualidades ímpares da mão-de-obra nacional e as
restantes vantagens em matéria de
atractividade de investimento, a que
acrescem os resultados do esforço reformista que o país está efectuar.
O programa desenhado para os três
dias de convenção incluiu, para além
de conferências, uma mostra de produtos e visitas a empresas, instituições e
infra-estruturas aeronáuticas nacionais.
Tornou-se patente desde o primeiro
momento o desconhecimento das capacidades e qualidades nacionais por
parte dos responsáveis das diferentes
multinacionais presentes. A visita a
Évora e Alverca contribuiu assim para
um primeiro impacto positivo junto dos
delegados e uma alteração da percep-
ção do esforço que o país está a fazer
para se tornar mais competitivo.
A Embraer mostrou as duas unidades
criadas em Évora, esclarecendo muitas
das dúvidas que os participantes tinham
sobre o layout da fábrica e o tipo de
operação desenvolvida. Como várias
16 // Novembro 12 // Portugalglobal
das empresas presentes foram fornecedoras de outros projectos da Embraer,
esta visita teve um valor adicional para
estas, pois significa uma nova oportunidade de fornecimento. Para Portugal
esta situação pode-se traduzir em novos
investimentos, pois a distância logística
a cobrir para fornecer a unidade de Évora poderá obrigar à construção de novas
unidades em território nacional.
A visita ao Centro de Qualificação do
IEFP em Évora demonstrou o esforço na
qualificação da mão-de-obra nacional
para responder às necessidades específicas do sector. Causou particular impacto
o facto de Portugal já estar a treinar trabalhadores para trabalhar com materiais
compósitos e de forma tão assertiva. A
presença de representantes de empresas especialistas nesta área serviu para
validar a formação ministrada pelos técnicos do IEFP, a par do que se faz noutros países com mais experiência.
Ao longo dos três dias, enquanto representante da equipa que na AICEP procura
promover Portugal como destino de investimento e atrair novos projectos, tive
a oportunidade de efectuar um número
significativo de reuniões com representantes de topo de importantes multinacionais, muitos dos quais normalmente
inacessíveis para contactos desta nature-
za. O objectivo primordial destas reuniões
era colocar o nosso país no mapa mental
destas empresas, para que em futuros
processos de expansão Portugal esteja
desde o início presente como opção.
As questões colocadas por estes decisores
incluíram o interesse em perceber como
decorreu o processo de selecção de localização das unidades da Embraer, assim
como a recolha de informação sobre a
qualificação e disponibilidade da mãode-obra nacional. Foi notório que muitos
desconheciam que Portugal albergava
unidades industriais de multinacionais
onde se produzem alguns dos produtos
mais avançados nestes sectores, a um
custo altamente competitivo, por uma
mão-de-obra qualificada e empenhada.
Os avanços tecnológicos desenvolvidos
por empresas nacionais, com o apoio de
centros de I&D nacionais, eram também
desconhecidos da maioria. Outros questionaram que tipologia de apoios o Estado português poderia disponibilizar para
um projecto industrial, permitindo assim
elencar a capacidade de apoio da AICEP
a todos os investidores, desde a negociação de incentivos financeiros e fiscais, aos
apoios à contratação, passando pela disponibilização de informação sobre potenciais localizações e fornecedores locais.
Sendo notório que muitos dos delegados tinham uma imagem distorcida da
realidade nacional, agravada pela situação actual, o ambiente proporcionado pelo Fórum Tecnológico e a elevada
qualidade das empresas nacionais representadas permitiu corrigir percepções
incorrectas e assegurar que os argumentos favoráveis à inclusão de Portugal em
futuros processos de decisão ficaram
presentes em quem nos visitou.
Uma das primeiras coisas que se aprende quando se trabalha em Angariação
de Investimento é que o processo de decisão de um projecto de investimento é
longo, com muitos factores a contarem
para um resultado final que se deseja favorável para o nosso país. A Convenção
da ASD proporcionou a Portugal uma
janela de oportunidade para promoção
de investimento junto de uma indústria
que não conhecia o nosso país. Os primeiros passos para nos posicionarmos
foram tomados. Há agora um longo e
moroso trabalho, a ser efectuado pelas equipas da AICEP em Portugal e no
estrangeiro, e reforçado pelos esforços
diplomáticos e pela actuação das nossas
empresas, para garantir que a imagem
de Portugal se mantêm forte, como opção válida para novos investimentos estrangeiros em território nacional.
DESTAQUE
INDÚSTRIA DO ESPAÇO
SECTOR PORTUGUÊS
COM LIDERANÇA MUNDIAL
>POR ANTÓNIO NETO DA SILVA, PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA PROESPAÇO
A indústria aeronáutica e do espaço
está em expansão, é fortemente inovadora e é também uma das mais avançadas tecnologicamente. Cada euro
investido induz um factor multiplicador
de dois no rendimento do país, sendo o
sector 100 por cento exportador.
Os decisores políticos portugueses vão
ser chamados brevemente a fazer opções
estratégicas e, por isso, determinantes
para o futuro da Indústria do Espaço no
nosso país. Em causa está a reunião Interministerial da Agência Espacial Europeia (ESA), em que cada Estado-membro
será chamado a assumir compromissos
de investimento para o próximo triénio
(2013-2015), nomeadamente através da
subscrição dos chamados Programas Opcionais da ESA que melhor se adaptem às
necessidades e à capacidade de resposta
das indústrias espaciais nacionais.
Temos a convicção plena de que os nossos decisores políticos já interiorizaram
a enorme importância da participação
de Portugal na ESA e queremos acreditar que terão também compreendido a
decisiva necessidade da aposta na subscrição dos seus Programas Opcionais,
assegurando assim o desenvolvimento
futuro de uma indústria que, embora
quase desconhecida do cidadão comum, tem uma influência decisiva na
Portugalglobal // Novembro 12 // 17
DESTAQUE
melhoria da sua quotidiana qualidade
de vida – isto para além de estarmos
a falar de investimentos com retorno
garantido em valores muito acima da
média. Uma indústria que está nas seis
tecnologicamente mais avançadas do
mundo e que tem Portugal como líder
mundial em alguns dos seus nichos.
De facto, está comprovado que todo o
investimento realizado neste sector a
nível internacional retorna a breve prazo ao país e à sua indústria, sendo certo
que cada euro investido induz um efeito multiplicador de dois no rendimento nacional, para além de que o valor
acrescentado bruto produzido por cada
colaborador deste sector é quatro vezes superior à média nacional.
É pois esta realidade que os decisores
políticos deverão ter em conta quando,
em Novembro, chegar a hora de decidir sobre o futuro das indústrias do Espaço em Portugal.
Consciente das dificuldades financeiras que o país enfrenta, a PROESPAÇO
(Associação Portuguesa das Indústrias
do Espaço) solicitou ao Governo que
recupere agora o nível de investimento
estatal nos programas da ESA realizado
em 2005, ou seja qualquer coisa como
32 milhões de euros para todo o triénio
– um valor equivalente ao custo de três
quilómetros de auto-estrada…!
18 // Novembro 12 // Portugalglobal
É evidente que quem trabalha neste
sector de actividade, líder mundial de
tecnologia, tem a esperança de ver Portugal, no futuro, avançar nos seus patamares de desenvolvimento e investir no
Espaço a mesma percentagem do PIB
que é aplicada pelos países da ESA mais
desenvolvidos. Mas, agora, em tempo
de crise financeira do Estado, urge acima de tudo manter a chama viva – o
mesmo é dizer que importa salvar o investimento e o know-how acumulados
ao longo dos últimos 12 anos, desde a
entrada do país na ESA em 2000.
Trata-se pois de salvaguardar um sector
de actividade em que Portugal atingiu
já um elevado patamar de qualidade
reconhecido e elogiado a nível internacional. Um sector tecnológico dos mais
evoluídos, servido por algumas centenas de quadros técnicos de excepcional
qualidade, cerca de um terço doutorados, que se veriam obrigados a emigrar
para outros mercados, com o desperdício de muitos milhões de euros investidos pelo país na sua formação. Aliás, a
superior capacidade e criatividade dos
nossos técnicos fazem deste sector um
nicho de excelência em Portugal, comprovado pelo facto de a Agência Espacial Europeia, em muitos casos, adjudicar a empresas portuguesas programas
por ajuste directo, ou seja, sem concurso, porque as considera as melhores do
mundo nas áreas em que trabalham.
O país não pode perder este capital de
qualidade e prestígio, para além de que
não faria qualquer sentido abandonar
um movimento que nos conduz aos
mais ambiciosos programas de tecnologia de ponta mundiais, com enorme
impacto na melhoria da qualidade de
vida das populações, mesmo que estas
disso não se apercebam.
É a construção da inteligência dos satélites pelas indústrias do Espaço, bem
como a fabricação de hardware relevante que os integra, que nos permite
o acesso a soluções hoje tão usadas
como o GPS e a detecção de navios
ilegais em águas portuguesas, ou tão
importantes para a economia como os
alertas atempados para o risco de fogos florestais em áreas atempadamente identificadas, o avanço da desertificação ou a optimização dos sistemas
de rega dos terrenos agrícolas, só para
citar alguns exemplos.
Portugal, para evoluir, tem que apostar
neste que é um dos sectores com maior
elasticidade-rendimento da procura
mundial. Há que frisar que o investimento do Estado reclamado pelo sector para os próximos três anos é o equivalente ao custo de três quilómetros de
auto-estrada e que o valor acrescentado por colaborador é de quatro vezes a
média nacional.
PROJECTOS INTERNACIONAIS
MULTILATERAIS FINANCEIRAS
BANCO EUROPEU
PARA A RECONSTRUÇÃO
E O DESENVOLVIMENTO
Criado inicialmente para apoiar o regime de transição dos antigos
países da União Soviética, o Banco Europeu para a Reconstrução e o
Desenvolvimento (BERD) actua hoje em 29 países da Europa Central
e Oriental, Ásia Central, Balcãs Ocidentais e Turquia, sendo o maior
investidor externo na região onde opera. Desde a sua fundação em
1991, e até Maio de 2012, o BERD já financiou 3.374 projectos com um
valor acumulado de 210,7 mil milhões de euros, dos quais 71,1 mil milhões de euros são contributo directo do Banco.
Por Abel Mateus, Representante de Portugal no Conselho de Administração do BERD
20 // Novembro 12 // Portugalglobal
PROJECTOS INTERNACIONAIS
O BERD, com uma base de capital de
30 mil milhões de euros, tem 65 accionistas1, sendo Portugal um dos países
fundadores. A sua missão é apoiar o
progresso e a reconstrução económica,
no sentido da promoção de economias
de mercado assentes na iniciativa privada e num regime democrático.
em projectos de investimento sustentáveis, lucrativos e estruturados
de acordo com o risco associado à
transacção.
Para além destes três princípios, toda a
actividade deverá seguir os mais elevados
standards de boa governação e ambiente.
A actividade do BERD concentra-se
no apoio a empresas e instituições
financeiras privadas, facilitando o
acesso ao financiamento, mobilizando investimento directo estrangeiro e desenvolvendo os mercados de
capitais domésticos. No seu esforço
de promoção da iniciativa privada, o
Banco também presta apoio técnico
e financeiro a empresas e entidades
públicas no sentido de promover a
sua restruturação, comercialização e
privatização, bem como o desenvolvimento das infra-estruturas necessárias ao suporte do sector privado,
incluindo melhoria de serviços municipais. Como banco público também
é fundamental o diálogo político com
governos e a assistência técnica dada
a entidades reguladoras e de administração central e local no sentido da
reforma dos sistemas legais e fortalecimento das instituições.
Modalidades de
financiamento e valor
acrescentado
É importante notar que em 2011 o Banco iniciou o processo de extensão geográfica do seu mandato e modelo de
negócio ao Sul e Este do Mediterrâneo
(SEMED), tendo o Egipto2, a Jordânia,
Marrocos e Tunísia tornado-se potenciais países recipientes na segunda metade de 2012. Para estes países, o Banco
apoia o processo de transição iniciado
com a chamada “Primavera Árabe”.
subsidiárias ou participadas. Nalguns
casos, o BERD poderá exigir garantias
ou outras formas de apoio ao cliente.
Os três princípios fundamentais que o
BERD segue na escolha das suas operações são:
I) Impacto na transição: para uma economia de mercado assente no sector
privado.
II) Adicionalidade: o BERD não deverá
substituir fontes privadas de financiamento disponíveis no mercado
e deverá oferecer financiamento a
condições de mercado.
III) S ound banking ou sustentabilidade
do investimento: numa perspectiva
de relação risco-retorno, investindo
As operações de financiamento do
BERD seguem tipicamente a estrutura
de project finance com recurso limitado ao cliente ou de linha de crédito
corporate que é utilizada no financiamento das operações das empresas
“Representando 80 por
cento do negócio do BERD,
os projectos de investimento
no sector privado
constituem a principal
oportunidade de acesso ao
financiamento do banco,
que varia entre os 5 milhões
e os 250 milhões de euros.”
Os principais instrumentos financeiros
utilizados são3: empréstimos a médiolongo prazo (5-8 anos); participações
de capital (equity) em empresas, bancos e fundos de investimento; instrumentos híbridos e financiamentos
estruturados; garantias; e produtos
de risk sharing. Na concessão de empréstimos, o BERD procura, sempre
que possível, oferecer oportunidades
de co-financiamento do seguinte tipo:
empréstimos sindicados A/B, empréstimos paralelos, garantia de export credit, seguro de risco político. É ainda
importante notar que o BERD oferece
empréstimos em euros ou dólares, e
moeda local quando possível.
Convém referir que o BERD dispõe de
um programa de apoio a operações
export-import com os países de operação, o Trade Facilitation Program,
do qual fazem parte os principais
bancos portugueses enquanto bancos confirmadores.
Como já foi referido anteriormente,
além do apoio financeiro, o Banco disponibiliza serviços de consultoria quando relevante, na forma de assistência
técnica (sectorial, ambiental, certificação, legal, etc.) a PME, a instituições financeiras parceiras do BERD (e.g. bancos) e respectivos clientes, bem como a
entidades públicas e municipais.
Conjuntamente com apoio financeiro
e assistência técnica, o BERD apresenta
as seguintes vantagens comparativas:
• Forte presença regional (36 escritórios locais) e conhecimento das
economias locais que se traduz: I)
no forte conhecimento do contexto
sectorial, institucional e legal; II) no
acesso privilegiado a actores e informação locais; e III) na capacidade de
intervenção junto das autoridades,
governos e entidades relevantes.
• Tomador de risco: incluindo cobertura do risco politico nos países de
operação dada a sua proximidade e
dialogo com os governos, estatuto de
credor preferencial, e capacidade de
identificação e gestão do risco.
• Mobilização de capital e financiamento privado: o posicionamento e
credibilidade do BERD a nível local e
junto de investidores internacionais
atraem fontes adicionais de investimento para os projectos.
• Flexibilidade e adaptação: diversidade de instrumentos e soluções financeiras, destacando-se a capacidade
de participar no capital das empresas
beneficiárias.
Oportunidades:
identificação e acesso
Investimento
Representando 80 por cento do negócio do BERD, os projectos de investimento no sector privado constituem
a principal oportunidade de acesso ao
financiamento do banco. Este financiamento varia tipicamente entre os 5
milhões4 e os 250 milhões de euros,
Portugalglobal // Novembro 12 // 21
PROJECTOS INTERNACIONAIS
sendo o montante médio de investimento 25 milhões de euros, e deverá
representar, no máximo, 35 por cento
do custo total do projecto (no caso de
project finance) ou da capitalização de
longo-prazo da empresa (no caso de
corporate finance).
“Os sectores de maior
interesse para as empresas
portuguesas são o
energético – em particular
das energias renováveis,
infra-estruturas municipais
– incluindo transportes
urbanos, agro-indústria,
indústria manufactureira e
imobiliário e turismo.”
Os seguintes critérios são utilizados para
avaliar a elegibilidade de um projecto:
• Localização num país de operação do
BERD;
• Viabilidade técnica e financeira, com
fortes perspectivas comerciais;
• Criação de benefícios para a economia local e desenvolvimento do sector privado;
• Respeito dos requisitos e políticas do
banco, incluindo estratégias-país e
políticas sectoriais, política ambiental, política e regras de procurement,
e critérios de sound banking (incluindo estrutura accionista transparente
e gestão financeira sustentável).
• Beneficiar de contribuições de capital
por parte do cliente. No caso de participação do BERD em equity, as contribuições de capital do cliente deverão ser
pelo menos iguais ou acima do BERD.
Os projectos de investimento são gerados pelas empresas que, tendo verificado as condições acima descritas,
devem apresentar o projecto à equipa relevante do BERD que avaliará a
elegibilidade e viabilidade da mesma. No caso de haver interesse em
explorar a oportunidade de negócio,
a equipa solicitará então informação
detalhada e poderá iniciar negociações formais, na base dum acordo de
22 // Novembro 12 // Portugalglobal
confidencialidade assinado por ambas as partes. A partir deste momento o projecto seguirá o ciclo habitual
de considerações e aprovações internas (concept review, structure review, final review) que termina com
a aprovação do conselho de administração. O ciclo formal do projecto
pode demorar, em média, de 2-3 meses (projectos com clientes existentes ou transacções bastante simples)
até mais de 12 meses (o ciclo é mais
demorado para projectos de infraestruturas de transporte e energia ou
alguns investimentos em operações
green-field que exigem estudos de
viabilidade mais complexos).
Exemplos de projectos já financiados
e actualmente em fase de consideração interna (que passaram a primeira
fase de aprovação – concept review)
podem ser consultados no website
do banco, em www.ebrd.com/pages/
project.shtml. As estratégias-país e
políticas sectoriais, também disponíveis online, são também importante
fonte de informação sobre as prioridades de investimento.
Finalmente, os projectos de investimento geram oportunidade de co-financiamento, incluindo participação em sindicações, para instituições financeiras,
particularmente bancos comerciais e
de investimento.
Procurement e consultoria
O segundo tipo de oportunidades oferecidas pelo BERD são contratos de
procurement (contratação de bens, trabalhos e serviços) associados a: I) projectos financiados pelo BERD – project
procurement, maioritariamente nos
PROJECTOS INTERNACIONAIS
sectores de infra-estruturas de transporte, municipais e energia; II) serviços
para o próprio Banco – corporate procurement; e III) projectos de consultoria, nas mais diversas áreas do banco.
Para aceder a informação relativa aos
concursos lançados e administrados
pelo banco, as empresas e consultores
devem consultar a página de procurement podendo registar-se aqui de forma a receber periodicamente anúncios
de pré-qualificação e de procurement.
Tal como as demais instituições multilaterais, o BERD detém uma base de
dados de consultores, e-selection, onde
as empresas se podem e devem registar.
Relativamente às oportunidades de procurement e consultoria, é importante
referir as parcerias estratégicas e participação em consórcios com outras empre-
sas, sobretudo com origem nos países
de operação, como crucial na apresentação de propostas. Esta estratégia é
determinante para ultrapassar limitações
associadas a reduzida dimensão e falta
de experiência nos mercados do BERD
em comparação com empresas estrangeiras “instaladas” há décadas, bem
como dar resposta à tendência verificada nos últimos anos: 75 por cento das
propostas vencedoras são apresentadas
por consórcios “liderados” por empresas
originárias dos países de operação.
Seja qual for o tipo de oportunidades,
é aconselhável estabelecer contacto e
relação com a sede em Londres e os
escritórios locais. Isto pode ser feito
através do representante português
na instituição em coordenação com
o Grupo de Trabalho das Multilaterais
(AICEP / GPEARI).
Portugal e o BERD
A colaboração e co-financiamento
entre Portugal e o BERD têm-se intensificado nos últimos anos, representando um investimento total de
negócio 1,7 mil milhões de euros,
dos quais o BERD financiou 1,2 mil
milhões. Este valor inclui 870 milhões
de euros correspondente a projectos
de investimento aprovados entre Setembro de 20095 e Outubro de 2012
com clientes portugueses – EDP Renováveis, Mota-Engil, Logoplaste e
Millennium BCP na Polónia, Roménia
e Ucrânia, com o restante correspondendo à participação de bancos portugueses em empréstimos do BERD.
Os sectores de maior interesse para
as empresas portuguesas são o energético – em particular das energias
renováveis, infra-estruturas municipais
– incluindo transportes urbanos, agroindústria, indústria manufactureira e
imobiliário e turismo. Em termos geográficos, se tradicionalmente os países
membros da UE e alguns países dos
Balcãs ocidentais representam a opção
mais “natural”, a Turquia e os novos
países do SEMED (nomeadamente
Marrocos e Tunísia) apresentam oportunidades muitíssimo atractivas.
1
3 Países e duas instituições intergovernamentais – a UE
6
e o Banco Europeu de Investimento.
2
e notar que a data de redacção deste artigo, o Egipto
D
ainda não e formalmente considerado potencial pais recipiente do BERD, estatuto que devera ser aprovado ate
final de Novembro.
3
Informação detalhada sobre cada instrumento e respectivas condições pode ser encontrada em www.ebrd.com/
downloads/research/factsheets/guide.pdf.
4
P rojectos que representem um financiamento do BERD mais
reduzido são normalmente linhas de crédito a PME através
de intermediários financeiros ou subprojectos inseridos em
programas especiais (sectoriais, regionais, temáticos).
5
té 2009 o valor de projectos de investimento envolvenA
do clientes Portugueses era de 40 milhões de euros.
BERD
Professor Abel Mateus,
Representante Português no Conselho
de Administração do BERD –
Director Executivo por Portugal e Grécia.
One Exchange Square, London EC2A 2JN
Reino Unido
Tel.: +44 207 338 6406
[email protected]
www.ebrd.com
Portugalglobal // Novembro 12 // 23
PROJECTOS INTERNACIONAIS
EDP RENOVÁVEIS
COM PARQUES EÓLICOS NA ROMÉNIA
A EDP Renováveis (EDPR) tem em operação dois parques eólicos na Roménia, no
âmbito de projecto executado em regime de project finance com um consórcio
de bancos europeus liderado pelo Banco Europeu para a Reconstrução e
Desenvolvimento (BERD) e pelo IFC (Grupo Banco Mundial).
O projecto consiste em dois parques
eólicos num total de 228 MW (90
MW o Pestera Wind Farm e 138 MW
o Cernavoda Wind Farm) situados em
Dobrogea, região do Sudoeste da Roménia, sendo detido em 85 por cento
pela EDPR e em 15 por cento por um
sócio local, o Renovatio Group.
em operação no final de 2010. A EDPR
conseguiu obter mais de 180 milhões de
euros de dívida no mercado financeiro
com vista ao financiamento dos custos
do projecto. O projecto está actualmente em operação, recebendo um total de
dois Certificados Verdes por MWh gerado, até ao final de 2017.
A construção dos parques foi iniciada nos
primeiros meses do segundo semestre de
2009, tendo sido finalizados e colocados
O projecto representa a primeira negociação financeira de projectos na
Roménia no campo da energia eólica
24 // Novembro 12 // Portugalglobal
e no sector energético de forma mais
vasta. Além disso, “assinala o financiamento dos primeiros parques eólicos
da EDPR na Roménia, demonstrando o
forte compromisso da empresa em implementar uma estratégia de financiamento que apoia o crescimento e um
forte desempenho financeiro”, segundo explica a fonte da empresa.
A Sociedade Financeira Internacional,
membro do Grupo Banco Mundial, e o
PROJECTOS INTERNACIONAIS
Banco Europeu para a Reconstrução e
o Desenvolvimento (BERD) financiaram
o projecto e sindicaram parte da dívida
aos bancos comerciais Unicredit, Société Générale e La Caixa.
Com cerca de 40 por cento da capacidade
da energia eólica da Roménia, o projecto
transformou eficazmente o mercado da
“Com cerca de 40 por
cento da capacidade da
energia eólica da Roménia,
o projecto transformou
eficazmente o mercado
da energia eólica do país,
ajudando a cumprir as
quotas de energia verde da
União Europeia e abrindo
caminho para outras
transacções com projectistas
de energia renovável de
pequena e grande escala.”
energia eólica do país, ajudando a cumprir as quotas de energia verde da União
Europeia e abrindo caminho para outras
transacções com projectistas de energia
renovável de pequena e grande escala.
Como prova do sucesso do projecto e
da sua operação de financiamento, a
EDPR ganhou o prémio de “Best Sustainability Deal”, pelo segundo ano
consecutivo, na 5ª gala de prémios
de Project Finance da EMEA realizada
em Junho de 2012 em Londres. No
ano anterior, este prémio foi também
ganho pela EDPR por um projecto de
financiamento para um parque eólico
na Polónia.
Até à data a EDPR fechou três financiamentos, na modalidade de project
finance, com o BERD como banco
multilateral. O primeiro foi na Polónia,
em 2010, com o financiamento de um
parque eólico de 120 MW (Margonin
Wind Farm), no qual o papel do Banco, neste projecto liderado pelo Grzegorz Zielinski, foi muito importante
desde o momento zero. Na Roménia
foram contratualizados dois project
finances, sendo também de salientar
a colaboração e cooperação do responsável pelo projecto por parte do
BERD, Louis Borgo, no financiamento
dos dois parques eólicos já referidos
(Pestera e Cernavoda).
Criada em 2008, a EDR Renováveis
(grupo EDP), com escritórios centrais
em Madrid, está hoje presente em
onze países – Bélgica, Brasil, Canadá,
Espanha, Estados Unidos, França, Itália,
Polónia, Portugal, Reino Unido e Roménia – e três continentes. Em 2011
consolidou-se como o terceiro maior
player no sector da energia eólica e,
até 2015, irá aumentar a sua capacidade em 2,3 GW, investindo em energia
eólica e solar.
A fase de construção de um parque
eólico dura em média entre 9 e 12
meses, dependendo da dimensão do
projecto, e tem uma vida útil expectável de 25 anos. Como proprietário e
operador dos parques eólicos, a EDPR
“está empenhada em garantir a longo prazo a manutenção das melhores
condições operacionais dos seus projectos, para benefício dos accionistas e
‘stakeholders’, ao mesmo tempo que
reduz ao mínimo os impactos ambientais da sua actividade”, acrescenta a
mesma fonte.
EDP Renováveis
Serrano Galvache, 56 - Edificio OLMO, 7
planta
28033 Madrid, Espanha
Tel.: +34 902 830 700
www.edpr.com
Portugalglobal // Novembro 12 // 25
EMPRESAS
Com mais de 50 anos de história, a Nobre foi fundada por Marcolino Nobre,
em Rio Maior, pertencendo hoje ao grupo Campofrio Food, a maior empresa de
carnes processadas da Europa e uma das
cinco maiores do mundo. As duas marcas – Nobre e Campofrio – ficaram fortalecidas com a fusão, em 2008, e têm a
liderança no mercado em Portugal.
Como afirma Rui Silva, CEO da empresa, a Nobre, “como uma das maiores companhias no sector das carnes
processadas, é, de muitas formas, o
standard da indústria devido ao seu
profundo conhecimento dos clientes e
dos consumidores, o que tem permitido a geração de novas oportunidades
de crescimento no mercado e atingir o
objectivo de ser uma das companhias
líderes no sector alimentar”.
A Nobre trabalha em todos os canais e
segmentos de mercado, desenvolvendo soluções que vão desde a charcutaria tradicional até à mais moderna alimentação de conveniência – chouriço,
fiambres de porco e de aves, presunto, salsichas, pizzas, refeições prontas,
componentes de refeições e snacks.
Segundo o mesmo responsável, “esta
é uma gama de produtos que permite à Nobre, devido à sua variedade e
qualidade, consolidar a sua posição de
companhia e de marca líder na maior
parte das categorias em que opera”.
NOBRE
CRESCER EM PORTUGAL
E NOS MERCADOS
EXTERNOS
A Nobre, empresa líder na área da charcutaria em
Portugal, exporta para 28 países. Uma empresa
com mais de 50 anos, que aposta na inovação e na
adequação das gamas, para os diferentes mercados
alvo, para continuar a crescer tanto a nível interno
como externo.
26 // Novembro 12 // Portugalglobal
Com 700 colaboradores, a Nobre registou uma facturação de 102 milhões de
euros em 2011 e um volume de vendas
anual da ordem das 32 700 toneladas,
das quais 3.900 toneladas foram para exportação, o que equivale a 12 por cento
do total. Em 2011, exportação na Nobre
registou um crescimento de 36 por cento, estando previsto para este ano um
crescimento de cerca de 20 por cento.
A exportar desde a década de 80, a
empresa está actualmente presente
em 28 países, com gamas adequadas
a cada uma das vertentes do mercado
respondendo aos hábitos de consumo
locais e outros constrangimentos, quer
sejam legais, religiosos ou outros, explica a mesma fonte. Exemplo disso são
os produtos Halal destinados ao mercado muçulmano.
EMPRESAS
PALOP e Europa são os principais destinos
de exportação dos produtos de charcutaria tradicional portuguesa da Nobre. A
empresa aposta também em novos mercados de exportação, como a América
Latina, Rússia e o mercado muçulmano.
Ainda de acordo com Rui Silva, a Nobre
“está totalmente comprometida com a
sua visão de se tornar numa das empresas de produtos de grande consumo
mais admiradas e de maior sucesso em
Portugal: através de uma equipa fortemente motivada e capacitada através
de uma estratégia assente em três pontos-chave. O primeiro tem a ver com a
inovação permanente, desenvolvendo a
empresa produtos saudáveis capazes de
satisfazer os desejos de sabor, qualidade, variedade e valor procurados pelos
nossos consumidores; o segundo, com
a garantia que todos os nossos processos são a referência para o resto do
mercado e que nos permitem garantir
‘performance’, qualidade, crescimento,
satisfação do cliente e rentabilidade; e
o terceiro, que é a liderança na transformação da nossa indústria e ser um
exemplo a seguir no que diz respeito à
‘performance’ e aos elevados padrões
éticos e de respeito ambiental e social
que nos permitam ser reconhecidos
como uma empresa de excelência e
merecer a admiração dos consumidores
e dos nossos parceiros de negócio”.
Nobre Alimentação, Lda.
Apartado 23
2040 - 998 Rio Maior
Portugal
Tel.: +351 219 179 400
Fax: +351 219 165 127
[email protected]
www.nobre.pt
Portugalglobal // Novembro 12 // 27
EMPRESAS
JOSÉ MARIA DA FONSECA
INOVAÇÃO DE MÃOS DADAS
COM A TRADIÇÃO
A José Maria da Fonseca, a mais antiga empresa de vinhos de mesa em Portugal, começou a exportar vinho quase desde a sua fundação em 1834. Hoje vende para mais de 50
países as suas marcas, entre vinhos de mesa, generosos e licorosos. Além de consolidar a
presença nos mercados onde se encontra, é objectivo desta empresa de matriz familiar
chegar a novos mercados de elevado potencial.
Fundada em 1834, a José Maria da
Fonseca é a mais antiga empresa de
vinhos de mesa em Portugal, sendo
actualmente gerida pelas 6ª e 7ª gerações da família Soares Franco. A empresa conta com uma longa história,
tendo passado por períodos de enorme expansão, mas também por várias
crises, tendo sempre conseguido prosperar e continuar a desenvolver-se.
28 // Novembro 12 // Portugalglobal
As duas principais marcas da empresa
são o Periquita e o Lancers, sendo cada
uma delas um verdadeiro embaixador
de Portugal junto dos consumidores globais. A oferta da empresa inclui vinhos
das principais regiões vinícolas portuguesas: além da base na Península de
Setúbal, conta com vinhos do Alentejo,
Douro, Dão e Vinhos Verdes. As vinhas,
que são a base fundamental na produ-
ção dos vinhos de qualidade, estendemse por mais de 700 hectares, o que
torna a José Maria da Fonseca um dos
maiores proprietários de vinha em Portugal. A empresa conta ainda com dois
centros de vinificação, sendo de realçar
uma moderna adega em Azeitão, com
capacidade de vinificação simultânea de
mais de 6 milhões de litros. Actualmente
com 100 trabalhadores, a empresa tem
EMPRESAS
vindo a modernizar-se nas diversas áreas
em toda a cadeia de valor, de forma a
enfrentar com sucesso o século XXI.
“A José Maria da Fonseca tem uma História e tradição únicas, mas encontra-se
também preparada para os desafios do
futuro que se adivinham, contando com
marcas fortes, uma elevada capacidade
e flexibilidade de produção de diferentes vinhos adaptados aos gostos dos
consumidores e com uma equipa jovem
e motivada para alcançar os objectivos
propostos”, afirma António Maria Soares Franco, vice-presidente da empresa.
A aposta permanente na inovação e
melhoria contínua dos seus vinhos
tem permitido à José Maria da Fonseca
criar, produzir e comercializar vinhos
de qualidade reconhecida, continuando assim um historial e tradição
familiar de negócio. De acordo com
Domingos Soares Franco, também vice-presidente e enólogo da José Maria
da Fonseca, a empresa está a “preparar o futuro, criando vinhos que irão
surpreender os consumidores, sempre
mantendo um elevado padrão de consistência e qualidade”.
e que possam ser reais parceiros da José
Maria da Fonseca, quer no conhecimento do mercado e adaptação dos seus
vinhos e estratégias de marketing às especificidades locais, quer na promoção e
divulgação destes junto dos consumidores, explica fonte da empresa.
Aguardentes e Porto), provenientes
das mais relevantes regiões do país
(desde a região dos Vinhos Verdes até
ao Alentejo, passando pelo Douro, Dão
e Setúbal) e com vários segmentos de
preço (desde as entradas de gama até
aos vinhos super-premium).
Os principais mercados para onde a
empresa exporta os seus vinhos são a
Suécia, Brasil, EUA, Canadá, Itália, Espanha, Noruega, Dinamarca, França,
Luxemburgo e Angola.
“Trabalhamos todos os dias para levar os nossos vinhos aos mais variados
mercados, espalhando um pouco daquilo que é ser português pelo mundo
fora”, afirma António Soares Franco,
presidente da José Maria da Fonseca.
As principais apostas da empresa na
internacionalização centram-se no desenvolvimento do negócio nos mais
relevantes mercados onde estão actualmente, bem como na abertura de
novos mercados emergentes, como
são o caso da Rússia, Leste da Europa, China e restante Ásia Oriental. Na
Rússia a empresa tem em curso uma
inovadora parceria entre cinco empresas portuguesas de diversas áreas de
negócios, o projecto Porto Union, que
se juntaram para em conjunto abordarem o mercado de uma forma estrutu-
De referir ainda que a José Maria da
Fonseca foi a primeira empresa do sector de vinhos de mesa a ser certificada
pela norma ISO9001, em 1996. Actualmente está certificada pela norma
ISO9001:2008 e cumpre os requisitos
da BRC (British Retail Consortium), o
standard inglês na área da segurança
alimentar, estando no processo de certificação BRC em 2012. Em termos ambientais, a empresa tem actualmente
a certificação ISO14001:2004, sendo
certificada desde 2004.
A empresa tem um volume de negócios que ronda os 24 milhões de euros,
exportando 75 por cento da sua produção, e está presente em mais de 50 países. Detém 33 marcas distribuídas por
vinhos de mesa, vinhos generosos e licoroso. Periquita é a sua maior marca,
seguido do Lancers, do Moscatel de Setúbal José Maria da Fonseca e do BSE.
A actividade exportadora da José Maria da Fonseca começou praticamente
desde a sua fundação, no início do
séc. XIX. Já nessa altura, a empresa
exportava bastantes caixas de vinho
para os mais diversos mercados, como
por exemplo o Rio de Janeiro (onde a
empresa teve um escritório de representação), S. Francisco, S.Petersburgo,
Singapura, entre outros.
A estratégia de abordagem aos mercados tem passado sempre pelo estabelecimento de parcerias com empresas
(importadores, distribuidores, agentes)
que tenham elevado know-how na comercialização de vinho nesses mercados
rada e profissional. É um projecto que
está no seu início mas que a empresa
acredita poder servir de benchmark e
exemplo para outros mercados.
José Maria da
Fonseca Vinhos, SA
A José Maria da Fonseca caracterizase por oferecer aos consumidores um
portfolio de vinhos muito completo,
com vários tipos de vinhos (brancos,
rosés, tintos, espumantes, Moscatéis,
[email protected]
Quinta da Bassaqueira
2925-511 Azeitão
Tel.: +351 212 197 500
Fax: +351 212 197 501
www.jmf.pt
Portugalglobal // Novembro 12 // 29
EMPRESAS
GRUPO MONTALVA
REFORÇAR INTERNACIONALIZAÇÃO
E LEVAR CARNE PORTUGUESA
A MAIS MERCADOS
O Grupo Montalva, a maior empresa do sector das carnes em Portugal, está presente
em cerca de 30 países mas quer reforçar a internacionalização do seu negócio e
aumentar as exportações entre 10 por cento a 15 por cento, levando os produtos
portugueses a um crescente número de consumidores em todo o mundo.
O Grupo Montalva é a maior empresa do sector das carnes em Portugal e
reúne marcas emblemáticas do sector
agro-alimentar como Izidoro, Damatta,
Montalva, DIN, Intergados e Progado,
sendo responsável por vendas agregadas de cerca de 240 milhões de euros,
vendas consolidadas de 168 milhões de
euros e mais de mil colaboradores.
30 // Novembro 12 // Portugalglobal
Com mais de 40 anos de história, o grupo
português dedica-se à produção e comercialização de carnes e produtos à base de
carne, actuando em Portugal e no mercado internacional com um conjunto de
produtos de qualidade e marcas reputadas. Com uma operação integrada, que
vai desde a criação e nutrição animal até
ao produto final, o Grupo Montalva con-
ta com uma oferta completa e garante
um produto final que vai de encontro às
necessidades de todos os consumidores.
“Enquanto produtor português e líder
da indústria agro-alimentar, o Grupo
Montalva aposta na inovação e trabalha diariamente com o objectivo de encontrar soluções e desenvolver produ-
EMPRESAS
tos de valor acrescentado, permitindo
aos consumidores beneficiar do que de
melhor se faz e produz em Portugal”,
afirma Carlos Mota, CEO do Grupo.
Nos últimos anos, o Grupo apostou
numa estratégia de crescimento orgânico através de fusões e aquisições,
contando hoje com uma oferta alargada, das carnes de suíno às de bovino,
explica fonte da empresa, acrescentando que “a qualidade dos seus produtos,
a par da sua solidez empresarial, tem
contribuído para um aprofundamento
das relações com os actuais clientes,
bem como para conquistar novos clientes em Portugal e no exterior”.
A estratégia de desenvolvimento do
Grupo Montalva passa pelo reforço da
internacionalização, um caminho que
permitiu alcançar exportações de 16
milhões de euros em 2011. As vendas
de produtos de marca para o mercado
internacional cresceram significativamente durante o último exercício, com
destaque para os mercados africano –
em especial para Angola – e europeu.
O Grupo Montalva exporta, actualmente, para cerca de 30 países, entre
os quais Angola, Cabo Verde, Moçambique, Luxemburgo, Espanha, França,
Suíça, Bélgica, Macau, Hong Kong e
China, abrangendo perto de 80 clientes, e está atento a novas oportunidades de parceria e expansão internacional, tanto nos mercados onde já opera
como em novos mercados.
Sublinhe-se que é objectivo do Grupo
reforçar a internacionalização do seu
negócio e aumentar as exportações de
produtos de marca entre 10 por cento
a 15 por cento, levando os produtos
portugueses a um número crescente de
consumidores em todo o mundo.
“Em Portugal produzimos produtos de
elevada qualidade que são muito apreciados pelos consumidores nacionais e
estrangeiros. A internacionalização não
é um caminho fácil, mas temos vindo a
conseguir fazer um caminho interessante e que pretendemos acelerar no futuro, nomeadamente em mercados como
África e América do Sul, não esquecendo
a Europa e a Ásia”, revela Carlos Mota.
O crescimento internacional do Grupo
Montalva engloba países como Angola,
Brasil, China e Rússia em áreas como as
carnes frescas e transformadas.
No âmbito da sua estratégia, no passado mês de Julho, o Grupo Montalva
celebrou um acordo de cooperação com
o grupo chinês Guangdong Nam Yue
Group, tendo como objectivo disponibilizar produtos portugueses no território
da República Popular da China, Hong
Kong e Macau. O acordo prevê a pesquisa e desenvolvimento em conjunto
de oportunidades de negócio na área
da distribuição e comercialização de produtos alimentares do Grupo Montalva,
tendo as primeiras exportações ocorrido
durante o mês de Setembro.
A estratégia de internacionalização do
Grupo Montalva passa igualmente pela
participação nas principais feiras internacionais do sector. Segundo a mesma
GRUPO MONTALVA
Marcas e Produtos:
Área de Negócio Produção Animal –
Intergados
Área de Negócio Nutrição Animal –
Progado e DIN
Área de Negócio Carnes – Montalva
Área de Negócio Charcutaria –
Damatta e Izidoro
Unidades industriais:
Produção animal – 35 Explorações
(todo o País, em especial Alentejo e
Centro).
Nutrição Animal – 3 Unidades (Santa
Comba Dão, Rio Maior e Arcozelo).
Carnes e Charcutaria – 7 Unidades (Milharado, Venda do Pinheiro,
Montijo, Sardoal, Envendos, Torres
Novas e Santarém).
Vendas Agregadas:
240 milhões de euros.
Vendas Consolidadas:
168 milhões de euros.
Número de colaboradores:
Mais de mil.
fonte, em Setembro participou na principal feira da Rússia, em Moscovo, com
uma forte presença marcada pela exposição e degustação de produtos das
marcas Montalva, Damatta e Izidoro.
Já no mês de Outubro, marcou presença na Feira Internacional de Macau
(MIF) – o maior evento anual de carácter económico e comercial de Macau,
que tem como principal objectivo a
cooperação económica e comercial entre Macau, China e os Países de Língua
Portuguesa – e no SIAL, em Paris, considerada a maior e mais completa feira
internacional do sector, que tem como
tema a inovação e abrange todas as
áreas de produção: desde o processo
de criação ao produto final.
Grupo Montalva
Av. Olivença s/n
2870-108 Montijo
Tel.: +351 212 309 200
Fax: +351 212 309 290
[email protected]
www.grupomontalva.pt
Portugalglobal // Novembro 12 // 31
MERCADOS
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
RELACIONAMENTO COM PORTUGAL
EM CONSOLIDAÇÃO CRESCENTE
O relacionamento económico entre Portugal e a maior economia do
mundo conhece novos desenvolvimentos. Além de ter uma balança
comercial excedentária com os Estados Unidos desde 1997, e de as
exportações nacionais para este mercado registarem uma tendência
muito positiva, Portugal é hoje um investidor directo e um parceiro
de grande potencial em termos de parcerias de I&D e de tecnologia
aplicada, tendo em vista o lançamento de novos e inovadores
produtos no mercado.
O interesse que os Estados Unidos da América tem despertado junto das empresas
portuguesas apresenta um saldo claramente positivo e, a manter-se, abre portas a um
novo patamar qualitativo no relacionamento económico bilateral.
A análise de Rui Boavista Marques, director coordenador do Centro de Negócios da
AICEP para a América do Norte.
32 // Outubro 12 // Portugalglobal
MERCADOS
Os Estados Unidos da América sendo a
maior economia mundial, foram também o epicentro da crise global de 2008,
que tendo repercussões em todos os países levou à primeira quebra do PIB mundial após a Segunda Guerra Mundial.
de 2013, e o difícil consenso político
que terá de ser feito para o evitar. No
caso de não se vir a encontrar consenso,
estão em causa mais de 500 mil milhões
de dólares que poderão ser retirados à
economia sob a forma de aumento de
A bolha económica do sub-prime rebentou em 2007 mas só no ano seguinte se alastrou à economia real, ficando a data da falência do banco de
investimento Lehman Brothers, 15 de
Setembro de 2008, como o marco simbólico da crise. Depois de um verdadeiro esforço conjunto a nível mundial e
multilateral, alguns países que tinham
entrado em recessão, iniciaram progressivamente uma retoma económica,
o que nos EUA aconteceu a partir de
Junho de 2009.
investimento português, de investimento directo americano e de parcerias de
I&D voltadas para resultados no mercado e de inovação de produto.
Portugal mantém, desde 1997, uma
balança comercial positiva com os EUA,
num caso único e singular no panorama
do comércio bilateral português, sendo
o 6º maior cliente dos bens portugueses e o 2º maior fora da União Europeia.
Em 2010 as exportações portuguesas
aumentaram 32 por cento, tendo em
2011 aumentado 13 por cento e já, em
2012 (primeiros nove meses), mantido
uma tendência de crescimento, registando 35 por cento de aumento.
“A renovação do mandato
[de Obama] garantirá
alguma estabilidade nas
políticas públicas, apesar de
se aproximar o denominado
‘fiscal cliff’ (abismo
orçamental), já no início de
2013, e o difícil consenso
político que terá de ser feito
para o evitar.”
No momento em que a recuperação da
economia norte-americana se debate
com questões fulcrais como a redução
da despesa pública, nível de desemprego elevado, desvalorização do mercado
de habitação e aumento do custo de
vida, os EUA sofreram pela primeira vez
na sua história uma redução do rating
de crédito de AAA para AA+. A redução do rating de crédito foi efectuada
num contexto de enorme confronto
politico em Washington sobre a manutenção ou alargamento do tecto da
dívida, que em 2012 tem o limite legal
fixado em 16,7 biliões de dólares, valor
que em principio será ultrapassado até
ao final do ano.
Este acentuado crescimento é transversal a todos os sectores, nomeadamente
no que diz respeito ao principal produto
de exportação, a gasolina refinada – um
produto da GALP –, cujo peso relativo
no total das exportações tem variado
entre os 25 e os 35 por cento. Neste
contexto é relevante que tenham sido
registadas variações percentuais positivas para os produtos de maior expressão entre 2010 e 2011, registando-se
crescimentos de: 11 por cento – Máquinas e Aparelhos, 9 por cento – Madeira e Cortiça, 114 por cento – Produtos
Químicos, 24 por cento – Pastas celulósicas e Papel, 33 por cento – Veículos e
outro material de Transporte, 6 por cento – Produtos Alimentares, 13 por cento
– Vestuário, 16 por cento – Calçado, e
85 por cento – Instrumentos de Óptica
e Precisão (entre outros).
impostos e redução de despesas sociais,
e provocar não só a continuidade da
crispação política elevada do passado
recente, mas também um abrandamento da actividade económica.
Na tentativa de contrariar uma eventual entrada em dupla recessão (doubledip recession), as medidas entretanto
tomadas pela Reserva Federal Americana (FED, o banco central) incluem a
decisão de manter os juros em níveis
historicamente baixos (entre 0 por cento e 0,25 por cento) até 2014, e equacionar o timing da entrada, ou não, em
vigor de um novo pacote de estímulo,
os chamados quantitative easing, que
consiste na aquisição de títulos de tesouro a longo prazo.
Um novo capítulo político foi iniciado
com a renovação do mandato de mais
quatro anos para a Administração Obama, a 6 de Novembro de 2012. A renovação do mandato garantirá alguma estabilidade nas políticas públicas, apesar
de se aproximar o denominado “fiscal
cliff” (abismo orçamental), já no início
Um outro facto digno de realce e que
poderá vir a ser um verdadeiro “gamechanger” geopolítico mundial é o fenómeno que a Agência Internacional
de Energia designa de “uma verdadeira
revolução no panorama mundial, a idade de ouro do gás nos EUA”, com base
Comércio com Portugal
É neste contexto que as relações bilaterais Portugal - EUA têm vindo a ganhar
uma nova dinâmica, nas várias vertentes
de exportação e internacionalização, de
BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS
2007
2008
2009
2010
2011
Var %a
07/11
2011
Jan/Set
2012
Jan/Set
Var %b
11/12
Exportações
1.787.108
1.340.039
1.012.141
1.326.946
1.498.627
-1,4
1.057.953
1.428.673
35,0
Importações
953.828
1.030.620
864.390
843.348
1.098.283
4,9
908.239
682.757
-24,8
Saldo
833.280
309.419
147.751
483.598
400.345
--
149.714
745.916
--
Coef. Cobertura (%)
187,4%
130,0%
117,1%
157,3%
136,5%
--
116,5%
209,3%
--
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007-2011;
2007 a 2009: Resultados definitivos; 2010 a 2012: Resultados preliminares
(b) Taxa de variação homóloga 2011-2012
Portugalglobal // Outubro 12 // 33
MERCADOS
numa nova tecnologia de detecção e
exploração de gás de xisto, ao que se
veio juntar agora a perspectiva de os
EUA virem a ser o maior produtor mundial de petróleo já em 2020.
hoje em dia o 6º mercado de destino
de IDE português.
Existem investimentos em sectores
muito diversos, mas podem identificar-
registar novas entradas no mercado,
neste caso por parte de PME que fazem parte da cadeia de valor e subcontratação destas grandes empresas,
e que estão nesta altura a identificar
Porquanto o segundo facto – o da maior
extracção de petróleo – vir a ter impacto
nos fluxos comerciais globais, já o primeiro – o do gás de xisto – também pode
ter implicações específicas para Portugal.
A revolução tecnológica tem o nome de
fracturação hidráulica, ou “fracking”, e
corresponde a uma nova metodologia
que permite expandir a capacidade de
extracção de gás natural nas camadas
geológicas de baixa permeabilidade, em
particular as que são formadas de xisto.
Esta nova tecnologia vem mais do que
triplicar as estimativas de gás de xisto
tecnicamente recuperáveis nos EUA e,
a médio prazo, alimentar a possibilidade de colocar os EUA como potencial
exportador de gás. A curto prazo correspondeu já a uma diminuição substantiva
do preço do gás para a indústria, com
grande impacto na competitividade generalizada de muitos sectores, e evitar
uma maior desindustrialização para a
Ásia e a América Latina.
Estes desenvolvimentos, a confirmaremse, podem ter consequências para Portugal, que continua a afirmar o posicionamento excelente do Porto de Sines como
uma plataforma europeia de transhipment de bens, mas também como relevante ponto de abastecimento e distribuição de GNL, como o atestam os recentes
investimentos da REN em novas infraestruturas. Este novo posicionamento só
é reforçado pelo facto de Sines ser um
porto de águas profundas e geo-estrategicamente bem colocado para receber
barcos de dimensão post-panamax quando o Canal do Panamá reabrir em 2014.
Investimento português
nos EUA
Para além da tendência de crescimento
das exportações, identificamos como
provavelmente a maior alteração no
relacionamento bilateral, a visão e a capacidade empreendedora de algumas
empresas portuguesas através das suas
recentes actividades de investimento
directo português nos EUA, sendo este
34 // Outubro 12 // Portugalglobal
se quatro clusters de actividade que
têm merecido maior atenção por parte
das empresas portuguesas.
“Portugal mantém, desde
1997, uma balança comercial
positiva com os EUA, num
caso único e singular no
panorama do comércio
bilateral português, sendo
o 6º maior cliente dos bens
portugueses e o 2º maior
fora da União Europeia.”
O primeiro é sem dúvida o sector da
energia. Após o investimento da EDP
Renováveis na aquisição da Horizon e
posterior expansão comercial, verificou-se a entrada no mercado da Efacec, da Martifer Solar, da EIP e da DST
Renováveis. Prevê-se que se venham a
oportunidades de instalação no mercado americano.
Nas infra-estruturas, logística e novos
conceitos industriais e de serviços, chegaram ao mercado a Brisa, a Soares da
Costa, a Cifial e a Logoplaste, enquanto a Sovena já tinha investido no Estado de Nova Iorque na década passada.
A terceira área de actividade identificada tem a ver com o cluster da saúde
(envolvendo os sectores farmacêutico,
a biotecnologia e aplicações à saúde, o
denominado sector das Life-Sciences),
no qual a Hovione com a sua fábrica e
centro de I&D em Nova Jersey foi pioneira, tendo sido secundada pela Alfama, Biotecnol, Bluepharma, Crioestaminal, a Alert e, mais recentemente,
pelo grupo Maló e pelo CGC Genetics.
Existe igualmente um quarto grupo de
empresas portuguesas, neste caso de
base tecnológica e aplicações às TIC
MERCADOS
– Tecnologias de Informação e Comunicações, que tem vindo a estabelecer
empresas comerciais de direito americano e que forma o quarto cluster de
maior presença portuguesa nos EUA.
De entre outras, podem mencionar-se
as seguintes: a Outsystems, a Critical
Links, a Tekever, a Wit Software, a Ndrive, a Gatewit e a WeDo Technologies.
A forma de entrada no mercado mais
frequente, por parte das empresas
portuguesas com maior dedicação ao
mercado, é por aquisição. Foi este o
caso da WeDo Tecnologies que adquiriu a Connectiv Solutions, sedeada
em Bethesda, próximo de Washington DC em Maio de 2012. A WeDo
tinha vindo a gerir as operações nos
EUA a partir de Chicago com uma
equipa de seis pessoas. Após algum
tempo a identificar um alvo de aquisição, a Connectiv, com um volume de
facturação de cerca de 8 milhões de
dólares e 35 colaboradores, tendo em
carteira dez clientes americanos, incluindo quatro dos maiores dez operadores de telecomunicações móveis,
foi uma aposta certeira. Segundo a
administração da WeDo, oito meses
após a aquisição, o nível e confiança
que sentem por parte de novos clien-
tes americanos é extraordinário, atribuindo estes novos contratos ganhos
após a aquisição, ao simples factor
da dimensão entretanto adquirida e
à nova capacidade e nível de serviço.
A deslocação ao Sillicon Valey de uma
missão de 32 empresas de TIC, liderada
pelo Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação,
por altura da visita oficial do Presidente
da República (Novembro 2011), veio
seguramente alargar o horizonte de
oportunidades e diversificar os contactos com capitais de risco que poderão
ser instrumentais no crescimento das
empresas portuguesas do sector. Está
previsto, em sede de follow-up, incluir
S. Francisco num road-show de promoção de IDE e parcerias tecnológicas no
primeiro semestre de 2013.
Investimento americano
em Portugal
No que diz respeito ao investimento
directo americano em Portugal verifica-se, entre 2009 e 2011, uma tendência de crescimento de 271 milhões
de euros para 512 milhões, enquanto
em 2012 (primeiro semestre) se regista
uma descontinuidade desta tendência.
Num registo do aumento da credibilidade de Portugal como destino de
investimento directo americano, temos assistido aos recentes reforços de
investimento da Cisco, da IBM, da Microsoft e mais recentemente da Xerox
(inaugurou o Global Delivery Centre
em Lisboa) em operações de outsourcing ou de desenvolvimento de novas
aplicações de software, que confirmam
o reconhecimento do nível de competitividade e patamar de excelência
existente em Portugal. A HP anunciou
publicamente em Janeiro de 2012 a
intenção de abrir um novo centro de
excelência em Portugal.
É de particular relevância a instalação
em Portugal de centros de competência europeus ou mesmo mundiais. Um
bom exemplo é o da Cisco que gere
cinco centros de operações e suportes
e vendas em Portugal, e nomeada-
“A forma de entrada mais
frequente no mercado norteamericano, por parte das
empresas portuguesas com
maior dedicação ao mercado,
é por aquisição.”
mente os seus centros de operações
europeus “Hercules” e “Liberty”, mas
também do Microsoft R&D Center
for Speech Recognition, sendo este o
primeiro destes centros da Microsoft
fora dos EUA. De realçar uma citação
do guru tecnológico de Sillicon Valley,
o fundador da Cisco, John Chambers,
que na conferência de imprensa com o.
Presidente da República português, a
14 de Novembro de 2011, disse: “convido os meus colegas CEO do Sillicon
Valley a investir em Portugal, país onde
estamos a reforçar o nosso investimento, num contexto de redução noutros
países da Europa”.
Há também a registar alguma dinâmica na aquisição, por parte de empresas americanas, de activos detidos por
empresas de outras nacionalidades em
Portugal, na área dos serviços, cablagens, distribuição electrónica e refinação de açúcar, a exemplo da METLIFE,
Portugalglobal // Outubro 12 // 35
MERCADOS
da WIRECO, da TECH DATA, da ARROW Electronics e da AMERICAN SUGAR Refining.
possui passaporte, querendo isto dizer
que só um em cada três americanos
pode, por exemplo, visitar o Canadá.
A nível industrial tem havido reforço das
operações da DURA Automotive, que
anunciou que irá triplicar a dimensão em
Portugal em número de postos de trabalho, após ter assegurado novos contratos com a BMW e a Mercedes Benz.
O mercado europeu continua a ser o
principal destino de férias do turista
americano, mas esta preferência tem
vindo a perder relevância ao longo dos
Em Setembro de 2012, a Porto Energy
(listada no Canadá, mas pertencendo
à holding da Mohave Oil&Gas com
sede em Houston) anunciou a criação
de uma joint-venture com a GALP, com
plano de investimento a cinco anos de
285 milhões de euros, sendo que nas
duas últimas décadas já investiu em
Portugal 127 milhões de euros.
Turismo
O mercado norte-americano ocupou,
no ano de 2011, a segunda posição a
nível mundial como mercado emissor
de turistas, atingindo as 63,5 milhões
de viagens. O potencial de crescimento ainda é relevante tendo em atenção
que apenas 33 por cento da população
36 // Outubro 12 // Portugalglobal
“As relações bilaterais
Portugal-EUA têm vindo
a ganhar uma nova
dinâmica, nas várias
vertentes de exportação
e internacionalização, de
investimento português,
de investimento directo
americano e de parcerias de
I&D voltadas para resultados
no mercado e de inovação
de produto.”
últimos anos. Os últimos dados divulgados pelo Departamento do Comércio
dos EUA revelam que apenas 38,9 por
cento dos turistas americanos visitaram
a Europa, um novo mínimo histórico.
Destinos como a Ásia (principalmente),
a Oceânia e o Médio Oriente têm atractivos mais valorizados pelo turista que
depois se traduzem em taxas de crescimento significativas de viagens para
esses destinos, em comparação com
quedas dos indicadores para a Europa.
Os principais Estados emissores de turistas são do Atlântico Médio (Middle
Atlantic) – Nova Iorque, Nova Jersey e
Pensilvânia – que representam 40 por
cento do tráfego gerado para o exterior. Os Estados do Atlântico Sudeste
(South Atlantic) representam 19 por
cento, enquanto os Estados do Pacífico
ascendem a 14 por cento.
No que respeita à sua relação com Portugal, o mercado norte-americano tem
registado um comportamento muito
positivo nos últimos cinco anos, com
crescimentos sistemáticos na ordem
dos dois dígitos, situação muito mais
positiva quando comparada com o
tráfego dos EUA para a Europa nesse
mesmo período.
MERCADOS
Actualmente o mercado dos Estados
Unidos ocupa a 6ª posição enquanto
gerador de receita em Portugal, lugar
que tem vindo a ocupar nos últimos
anos. Os dados divulgados pelo Banco de Portugal referem que, em 2011,
os turistas americanos gastaram em
solo português 363 milhões de euros,
cerca de 22 por cento mais do que o
registado no ano anterior. No primeiro
semestre de 2012, a tendência de crescimento manteve-se, registando um
aumento de 17,5 por cento.
Em termos promocionais, e provavelmente em resultado do esforço para
alcançar maior eficácia no mercado,
nos primeiros seis meses do ano foram
publicados 172 artigos relativos ao turismo em Portugal, o que representou
um valor acrescentado de 2,5 milhões
de euros. Em conjunto com as Regiões
de Turismo de Portugal, foram organizadas e apoiadas 21 visitas de imprensa, num total de 37 jornalistas, e dadas
respostas a 402 solicitações de jornalistas americanos. Através do website
dedicado à imprensa americana (www.
insideportugaltravel.com), e replicação
nos perfis das redes sociais (Facebook
e Twitter), foram publicados 293 artigos sobre o destino Portugal, tendo
“Num registo do aumento
da credibilidade de Portugal
como destino de investimento
directo americano, temos
assistido aos recentes reforços
de investimento da Cisco, da
IBM, da Microsoft e da Xerox
em operações de outsourcing
ou de desenvolvimento
de novas aplicações de
software, que confirmam o
reconhecimento do nível de
competitividade e patamar
de excelência existente
em Portugal.”
este website, gerido em Nova Iorque,
atingido mais de 40 mil visitas mensais.
Fruto das ligações aéreas diárias entre
Newark e Lisboa, realizadas pela TAP e
pela Continental, e das cinco ligações
semanais entre Miami e Lisboa, operação aérea inaugurada este Verão,
Lisboa é o principal destino do turista
americano, com uma quota de 62 por
cento, valor final de Junho deste ano.
Os outros dois destinos mais importantes são o Porto e Norte (para onde a
TAP também voa desde Newark) e o
Algarve. Os Açores, alicerçados nas excelentes ligações proporcionadas pela
SATA, através do aeroporto de Boston,
têm também registado um volume
considerável de turistas.
Até ao final do ano prevê-se a inauguração do Hotel Pestana Miami, que
será a primeira unidade hoteleira portuguesa nos EUA.
Imagem de Portugal e
Programa de Ajustamento
Decorrente dos desenvolvimentos relacionados com o pedido de ajuda externa ao FMI e União Europeia em que
Portugal incorreu em 2011, os próximos anos serão um teste à capacidade
de afirmação do nosso país no que diz
Road-show de captação de investimento
directo estrangeiro nos EUA
Presidente da AICEP liderou um roadO
show de captação de investimento directo nos EUA, que começou no dia 15
em Nova Iorque, passando por Boston
no dia 16 e acabando em Atlanta no
dia 17 de Outubro.
primeiro evento, no dia 15, decorreu
O
no prestigiado Harvard Club de Nova
Iorque, e contou também com a participação do Secretário de Estado Adjunto
do Primeiro-ministro, Carlos Moedas,
que fez uma intervenção de fundo sobre as Reformas Estruturais e o Programa de Ajustamento.
Neste dia, 17 empresas cotadas estiveram em Wall Stret a promover a economia. Foi o “Dia de Portugal” no NYSE
mais concorrido de sempre, com 100
investidores e mais de 250 reuniões, o
que acentua a percepção de que o risco
português diminuiu.
No dia 16 de manhã, na State House
de Boston, o seminário foi organizado
em parceria com o MOITI – Massachusetts Office of International Trade and
Investment e contou com uma intervenção de abertura do Governador do
Massachusetts, Deval L. Patrick.
No dia 17 de Outubro, o programa decorreu em Atlanta, a terceira cidade nos EUA
com mais sedes de empresas no ranking
da revista Fortune 500 e uma plataforma de logística mundial, sendo o aeroporto de Atlanta o que movimenta
mais passageiros em termos mundiais.
Para além dos seminários em cada
cidade, teve lugar um intenso programa de encontros bilaterais com
potenciais investidores, sendo este
road-show o primeiro de uma série
que será continuada em 2013.
Portugalglobal // Outubro 12 // 37
MERCADOS
respeito à percepção dos mercados financeiros e nomeadamente das Agências de Rating e dos analistas de mercado das empresas financeiras mundiais
– e muito em particular dos relevantes
agentes económicos americanos e dos
órgãos de comunicação especializados
que estão sedeados em Nova Iorque.
No sentido de desenvolver uma estratégia
de comunicação do país consolidada e
eficaz, em particular pela elevada exposição das empresas portuguesas cotadas
em Bolsa aos fundos de investimento e
hedge funds americanos, tem vindo a rea-
lizar-se anualmente um road-show a Nova
Iorque por parte das empresas do PSI-20.
A 4ª edição deste evento foi realizada
com sucesso a 15 e 16 de Outubro de
2012, tendo cabido, este ano, a sua concretização, a uma parceria entre a NYSEEuronext e a Caixa BI. Numa sintonia do
esforço promocional de Portugal, a AICEP
realizou um road-show de promoção de
investimento directo estrangeiro nos EUA,
de 15 a 17 de Outubro, nas cidades de
Nova Iorque, Boston e Atlanta (ver caixa).
A acrescentar às dimensões anteriores,
existe uma outra componente importante, que é a das Parcerias Internacionais estabelecidas pelo Governo português entre Universidades e empresas
portuguesas com instituições americanas líderes mundiais da investigação
científica aplicada: o Massachussets
Institute of Technology, a CarnegieMellon University, a University of Texas
in Austin e a Harvard Medical School.
38 // Outubro 12 // Portugalglobal
Esta parceria nos EUA, numa escala
única para Portugal (das cinco parcerias especiais quatro são nos EUA, sendo a outra com o Instituto Fraunhofer
da Alemanha), irá seguramente trazer
dividendos a curto prazo, através do
maior envolvimento de Portugal na
I&D mundial, com implicações a nível
empresarial. Um bom exemplo é do
da Universidade Carnegie Mellon que
anunciou, no início de 2012, ter decidido apoiar activamente a internacionalização nos EUA de cinco empresas
portuguesas de TIC (após ter enviado
uma equipa de analistas a Portugal e
em Janeiro de 2011, através de uma
parceria com a incubadora de empresas
de base tecnológica Plug and Play, num
projecto liderado pela Leadership Business Consulting com o apoio da AICEP.
ter visitado mais de 30) e ter detectado
particular potencial das seguintes tecnológicas: Dognaedis, Wizi, ObservIT,
Feedzai e TreatU.
17 para 87 empresas portuguesas. Do
mesmo modo realizou-se uma missão
a Washington ao Banco Mundial e ao
Banco Interamericano de Desenvolvimento na última semana de Outubro
de 2011, estando planeado para Dezembro de 2012, uma acção de grande
dimensão em Lisboa, com oradores das
instituições de crédito mundial sedeadas em Washington DC.
“No turismo, no que respeita
à sua relação com Portugal, o
mercado norte-americano tem
registado um comportamento
muito positivo nos últimos
cinco anos, com crescimentos
sistemáticos na ordem dos dois
dígitos, situação muito mais
positiva quando comparada
com o tráfego dos EUA para a
Europa nesse mesmo período.”
É digno de registo também o esforço
que conduziu à abertura do Pavilhão
Tecnológico Portugal no Sillicon Valley
O mercado dos financiamentos multilaterais tem vindo a ser trabalhado
com redobrada intensidade, tendo-se
realizado um seminário em Lisboa, em
Maio de 2011 na AICEP, no qual estiveram presentes especialistas da área de
e-Procurement das Nações Unidas, que
contribuiu para que o número de empresas certificadas na ONU passasse de
Com o objectivo de sustentar o aumento de notoriedade de Portugal nos
EUA, foi iniciada em 2011 uma Campanha País sob o lema “Portugal, Innovate with us”, que consiste numa série
de road-shows sectoriais ao mercado e
organização de seminários com bolsa
de contactos em sectores de elevado
potencial de parceria, nos quais Portugal tem oferta de excelência a exemplo
das áreas: Energias Renováveis e Mobilidade Eléctrica, Life-Sciences (Biotecnologia, Farmacêutica e aplicações à
MERCADOS
Saúde), TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, e Logística / Engenharia & Infra-estruturas. Em paralelo,
a AICEP propõe-se apresentar uma proposta de valor coordenada e integrada
num intenso plano de road-shows de
captação de investimento americano
para Portugal, que já foi iniciado em
2012 e será reforçado durante 2013.
Conclusões
Em súmula, pode considerar-se que
Portugal deixou de ser, somente,
um país de exportação para os EUA,
sendo também actualmente um país
investidor e de grande potencial em
termos de parcerias de I&D e de tecnologia aplicada, tendo em vista o
lançamento de novos e inovadores
produtos no mercado.
Igualmente, é de registar uma área que
ainda falta concretizar em todo o seu
potencial, mas que já está a ser explorada: o das parcerias luso-americanas
para a plataforma lusófona de negócios em particular para África e o Brasil
(vide “Fórum Access África”, organizado em 2012 em Nova Iorque).
EMPRESAS PORTUGUESAS NOS EUA
WEDO TECHNOLOGIES
REFORÇA POSIÇÃO
NOS EUA
Líder mundial em ‘software’ de garantia de receita
e de controlo de negócio, a WeDo Technologies
está presente nos Estados Unidos desde 2009, tendo
reforçado a sua posição com a aquisição, já este ano,
da empresa norte-americana Connectiv Solutions e a
abertura de uma nova sede em Bethesda, na região de
Washington (DC).
Existe igualmente um potencial de expansão das actividades de investimento
directo americano em Portugal, no sentido de virem a localizar em Portugal
operações de forte intensidade tecnológica e de dimensão europeia.
A manter-se este ritmo e intensidade
de interesse dos agentes económicos
portugueses pelas oportunidades geradas pela retoma económica, pela
dimensão e características de inovação do mercado americano, estaremos
seguramente numa época de grande
relançamento do relacionamento bilateral Portugal - EUA.
Centro de Negócios
da AICEP – Nova Iorque
590 Fifth Avenue, 4th Floor
New York NY 10036-4702
U.S.A.
Tel.: +1 646-723 0299
Fax: +1 212-575 4737
(Comércio e Investimento)
[email protected]
(Turismo)
[email protected]
Portugalglobal // Outubro 12 // 39
MERCADOS
Com subsidiárias em 15 países, presente nos cinco continentes, com clientes
em 80 países e mais de 450 colaboradores de 18 nacionalidades distintas, a
WeDo Technologies trabalha com algumas das empresas líderes nos sectores
de grande retalho, energia e financeiro,
bem como com mais de 140 operadoras de telecomunicações.
Refira-se que a empresa adquirida fechou 2011 com receitas de cerca de 8
milhões de dólares, 35 colaboradores e
ocupando uma posição de destaque no
mercado de soluções de gestão de custos
em redes de telecomunicações móveis e
fixas com mais de dez clientes nos EUA,
dos quais quatro integram o leque dos
dez maiores operadores móveis do país.
A multinacional portuguesa estava
presente no mercado norte-americano
desde 2009, com um pequeno escritório em Chicago, mas já este ano, em
A propósito da aquisição e do potencial
do mercado norte-americano, Rui Paiva,
CEO da WeDo Technologies, afirma que
“uma das ambições estratégicas da em-
Maio, anunciou a aquisição de uma
empresa norte-americana Connectiv
Solutions, uma operação que permite
obter fortes sinergias em termos de
equipas, oferta e clientes, e revela um
potencial de crescimento elevado.
presa sempre foi sermos uma referência
importante na Garantia de Receita e de
Gestão de Fraude na América do Norte,
tanto em modelos Software-as-a-Service
como de Managed Services; a aquisição
da Connectiv Solutions permite-nos concretizar estas ambições”.
O software da WeDo Technologies poderá, desta forma, ser potenciado nos
EUA e Canadá, assim como a oferta
da nova equipa americana terá grande
ressonância noutros mercados onde
a empresa portuguesa já tem presença relevante, segundo adianta fonte
da empresa. A base mais alargada
no sector das telecomunicações abre
ainda portas a uma actuação intensificada junto dos sectores de retalho e
energia da região, ambos sectores em
que a WeDo Technologies actua com
sucesso em outros mercados.
40 // Outubro 12 // Portugalglobal
José Xavier, Vice-Presidente da WeDo
Technologies responsável pela América
do Norte e Caraíbas, reforça esta ideia:
“As forças combinadas das Soluções
Connectiv com as Soluções WeDo Technologies permitem-nos agora oferecer
aos clientes norte-americanos um portfólio completo de controlo de negócio.
Podemos oferecer uma solução abrangente e líder na indústria a qualquer
cliente à procura de Optimização de
Rede, Gestão de Margem, Garantia de
Receita ou de Gestão de Fraude. Trata-
se de uma oferta única que poucas empresas poderão igualar”.
De acordo com a Gartner, o mercado
norte-americano é o segundo maior
do mundo no investimento em soluções de software comerciais de Garantia de Receita e Gestão de Fraude
e o maior do mundo em termos de
investimento em desenvolvimentos internos nestas áreas.
Com cerca de 50 colaboradores na América do Norte e um forte plano de cresci-
mento, a WeDo Technologies anunciou
em Setembro a abertura da sua nova
sede na região, em Bethesda (área metropolitana de Washington DC). Na inauguração estiveram presentes representantes
da economia americana e portuguesa,
incluindo o Embaixador de Portugal em
Washington, Nuno Brito, o Secretário de
Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, e
o Director da AICEP para a América do
Norte, Rui Boavista Marques.
WeDo Technologies - EUA
6500 Rock Spring Drive
Suite 105
Bethesda, MD 20817 - USA
Tel.: +1 240 223 8080
Fax: +1 240 223 8079
www.wedotechnologies.com
MERCADOS
INVESTIR NOS EUA
O TESTEMUNHO DA INDASA
Fundada em 1979, a INDASA é um dos principais fabricantes europeus de abrasivos
flexíveis (lixas) da alta qualidade para o segmento da repintura automóvel e indústria
em geral, exportando 90 por cento da sua produção para mais de 90 países nos cinco
continentes. Tem uma filial nos EUA desde 1999.
A estratégia de internacionalização da
INDASA passou, precisamente, pela criação de uma rede comercial própria através de filiais comerciais em vários países,
nos quais se incluem os Estados Unidos.
A INDASA USA foi criada em 1999 e resultou da aquisição da empresa que era o
importador exclusivo para este mercado.
A INDASA manteve os colaboradores
da empresa, beneficiando assim do seu
conhecimento da realidade local, obtendo um crescimento significativo durante a década que se seguiu. Segundo
fonte da empresa, nos anos de 2008 e
2009, a INDASA USA teve a capacidade
de manter o seu nível de vendas, tendo nos anos seguintes regressado a um
crescimento de dois dígitos. Os Estados
Unidos são neste momento o maior
mercado de exportação da INDASA, representando 16,3 por cento das vendas
consolidadas do grupo no ano de 2011.
A marca INDASA/Rhyno está presente
nas principais redes de distribuição do
segmento de repintura automóvel dos
Estados Unidos e tem feito progressos
significativos em outros segmentos industriais donde se destacam a construção e reparação naval, a indústria que
trabalha com materiais compósitos ou
a indústria do mobiliário. Entre os vários segmentos onde opera, a INDASA
USA tem cerca de 500 distribuidores
fidelizados nos 50 estados dos EUA,
apoiados por um plano de marketing
bastante completo e por uma força de
vendas muito especializada.
A INDASA USA emprega actualmente
11 pessoas e tem um plano de negócios para o período de 2011-2016 que
pretende duplicar o volume de vendas.
Para o efeito, mudou-se para novas instalações com maior dimensão e qualidade no ano de 2011, localizadas em
Fairfield, Nova Jersey, e tem vindo a
contratar novos quadros com experiência na indústria, sobretudo nas áreas de
vendas e marketing. Neste momento a
INDASA está em processo de recrutamento de quatro novos vendedores
que se irão juntar a uma força de vendas de 15 pessoas (entre vendedores
independentes e vendedores próprios).
Além da filial nos EUA, a empresa portuguesa tem está presente no exterior
através de: INDASA España, INDASA UK,
INDASA France, INDASA GMBH (Alemanha), INDASA Brasil e INDASA Polska.
grande com o mercado, tem sido capaz
de desenvolver produtos e serviços com
elevada qualidade, inovação e valor
acrescentado que dão resposta às necessidades dos utilizadores finais mais
exigentes e dos parceiros que constituem a sua rede de distribuição. A marca Rhyno é hoje reconhecida pelos principais players que actuam no segmento
de repintura automóvel e tem-se afirmado como uma das principais marcas
globais de abrasivos flexíveis.
INDASA USA, INC.
23 MADISON ROAD
FAIRFIELD - NJ 07004
Tel.: +1 97 39160090
Fax: +1 97 39160092
[email protected]
www.indasausa.com
Reforça a mesma fonte que a INDASA, mantendo uma proximidade muito
www.indasa.pt
Portugalglobal // Outubro 12 // 41
MERCADOS
ENDEREÇOS ÚTEIS
EUA EM FICHA
EMBAIXADA DOS ESTADOS UNIDOS
DA AMÉRICA
Av. Forças Armadas
1600-081 Lisboa – Portugal
Tel.: +351 217 273 300
Fax: +351 217 269 109
[email protected]
http://portugal.usembassy.gov
www.american-embassy.pt
Washington, D.C.
Estados Unidos da América
CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA
EM PORTUGAL
Rua D. Estefânia, 155, 5.º Esq.
1000-154 Lisboa – Portugal
Tel.: +351 213 572 561
Fax: +351 213 572 580
www.amchamportugal.org
www.amcham.org.pt
EMBAIXADA DE PORTUGAL
EM WASHINGTON
2012, Massachusetts Avenue, NW
Washington, DC 20036 – USA
Tel.: +1 202 350 5400
Fax: +1 202 462 3726
[email protected]
[email protected]
DEPARTMENT OF COMMERCE
1401, Constitution Avenue, NW
Washington, DC 20230 – USA
Tel.: +1 202 482 2000
[email protected]
www.commerce.gov
DEPARTMENT OF STATE
2201, C Street, NW
Washington, DC 20520 – USA
Tel.: +1 202 647 4000
www.state.gov
FEDERAL RESERVE
(BANCO CENTRAL)
Twentieth Street and Constitution Avenue,
NW
Washington, DC 20551 – USA
Tel.: +1 202 452 3000
Fax: +1 202 452 3819
www.federalreserve.gov
AMERICAN ASSOCIATION
OF EXPORTERS AND IMPORTERS
(AAEI)
1050, Seventeenth Street - Suite 810, NW
Washington, DC 20036 – USA
Tel.: +1 202 857 8009
Fax: +1 202 857 7843
www.aaei.org
42 // Outubro 12 // Portugalglobal
Área: 9.161.923 km2
Risco país:
População: 311,6 milhões hab. (Estimativa
2011)
Risco político – AA
Densidade populacional: 34 hab./Km2
Risco de estrutura económica – A
(AAA = risco menor; D = risco maior)
Designação oficial: Estados Unidos da
América (EUA)
“Ranking” em negócios – Índice 8,09
Chefe do Estado: Presidente Barack H.
Obama (eleito em Novembro de 2012 para
um 2º mandato).
“Ranking” geral – 9 (entre 82 países)
Risco de crédito – 1
(1 = risco menor; 7 = risco maior)
Vice-Presidente: Joseph R. Biden.
Data da actual constituição: 17 de
Setembro de 1787 (adoptada em 4 de
Março de 1789)
Principais partidos políticos:
Democrata; Partido Republicano.
(10 = máximo)
Partido
Grau da abertura e dimensão relativa
do mercado (2011):
Exp. + Imp. (bens e serviços) / PIB =
31,5%
Capital: Washington, D.C. (5,5 milhões hab.).
Imp. (bens e serviços) / PIB = 17,7%
Outras cidades importantes: Nova Iorque
(19,1 milhões hab.), Los Angeles (12,9
milhões hab.), Chicago (9,6 milhões hab.),
Dallas (6,4 milhões hab.), Filadélfia (6,0
milhões hab.), Houston (5,9 milhões hab.),
Miami (5,5 milhões) e Atlanta (5,5 milhões)
(Julho 2009 – est. Census Bureau).
Imp. (bens) / Imp. Mundial = 12,3%
Religião: Maioritariamente
(51,3%) e católica (23,9%).
The Economist Intelligence Unit (EIU) –
protestante
Língua oficial: Inglês
Unidade monetária: Dólar dos EUA (USD)
1 EUR = 1,3162 USD (média mensal - Abril
2012)
1 EUR = 1,392 USD (média anual 2011)
Fontes:
Country Report May, 2012; ViewsWire
April 10th 2012; Organização Mundial
de Comércio (OMT); CIA – The World
Factbook; UNCTAD; World Trade Atlas
(WTA); Organização Mundial de Turismo
(OMT); Instituto Nacional de Estatística (INE);
Banco de Portugal, COSEC – Companhia de
Seguros de Crédito.
Videoconferências
AICEP Global Network
A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para
reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os nossos
responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países.
Obtenha a informação sobre os mercados internacionais que necessita
e esclareça as suas dúvidas sobre:
• Potenciais clientes
• Canais de distribuição
• Aspectos regulamentares
• Feiras e eventos
• Informações específicas sobre o mercado
Para mais informação e condições de utilização consulte o site:
www.portugalglobal.pt
Tudo isto,
sem sair
do seu escritório
Lisboa
Av. 5 de Outubro, 101,
1050-051 Lisboa
Tel: + 351 217 909 500
Porto
Rua António Bessa Leite, 1430 - 2º andar
4150-074 Porto
Tel: + 351 226 055 300
E-mail: [email protected]
Web: www.portugalglobal.pt
OPINIÃO
O ANO DE PORTUGAL NO BRASIL
UM NOVO OLHAR
PARA UM VELHO RELACIONAMENTO
>POR CARLOS MOURA, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DA AICEP NO BRASIL
De 7 de Setembro de 2012 a 10 de Junho
de 2013 celebra-se o Ano de Portugal no
Brasil. Estas celebrações apresentam uma
excelente oportunidade de estreitar as relações entre os dois países, acima de tudo
as de índole económico-comercial.
Refira-se que as exportações portuguesas
para o Brasil ascenderam a 585 milhões
de euros em 2011, valor quase atingido
só nos primeiros nove meses deste ano
– 490,6 milhões de euros – que registou
um aumento de 20,2 por cento face a
idêntico período do ano passado.
Como todos sabemos as relações económicas entre Portugal e Brasil são de
grande importânica, ganhando cada
vez mais uma maior dimensão.
A partir de 2010 o Brasil integrou o top
10 de maiores clientes de Portugal e ascendeu a 3º maior mercado de destino
das nossas exportações fora da UE. Por
sua vez, encontramos cada vez mais empresas a exportar e a tomar interesse por
44 // Outubro 12 // Portugalglobal
Nos comércio de serviços as exportações portuguesas para o mercado brasileiro ultrapassam os 1,58 mil milhões
de euros (2011), tendo registado um
incremento de 16,5 por cento de Janeiro a Agosto deste ano face aos mesmos meses de 2011.
este mercado de dimensão continental
(em 2011 existiam 1.561 empresas exportadoras portuguesas para o Brasil).
Paralelamente, e em termos de investimento, encontramos uma grande
OPINIÃO
presença empresarial portuguesa no
Brasil. Numa única ideia: existe um
enorme potencial a explorar.
Mas como temos vindo a explorar este
potencial para as empresas portuguesas?
Por um lado, no fortalecimento da diplomacia económica, com uma nova
equipa diplomática desde Brasilia, passando por São Paulo e Rio de Janeiro,
ao que acresce a extensão da presença
da AICEP no Brasil. Desde Outubro passado que a AICEP está presente no Rio
de Janeiro e tem estreitado a relação
imprescindível com a rede de câmaras
de comércio luso-brasileiras espalhadas
por todo o Brasil, num total de 13.
Por outro lado, no desenvolvimento de
acções de promoção específicas e dirigidas às empresas portuguesas, seja as
que já estão no Brasil, seja as que abordam o mercado directamente de Portugal (apoio a missões empresariais, sectoriais, sessões de capacitação empresarial, networking com entidades locais,
aprofundamento e relacionamento com
grandes players brasileiros, divulgação
da oferta portuguesa, etc.). Acrescem
as acções de formação, informação e
lobbying junto de decisores locais desde os Governos Estaduais às Prefeituras,
acabando no poder municipal.
Uma chamada de atenção para a grande Mostra de Portugal Moderno, Sentir
Portugal, a realizar em São Paulo na
primeira semana de Dezembro, no Parque de Ibirapuera.
Pretendemos apresentar um Portugal
moderno e cosmopolita, de qualidade e voltado para o futuro nos vários sectores de actividade, desde os
mais tradicionais aos mais modernos,
incluindo o Turismo; um Portugal dinâmico atractivo e competitivo que
inova, que exporta e que investe num
ambiente clean, contemporâneo,
leve, dinâmico e activo, orgânico e
sensorial. Será a excelência da oferta portuguesa de modo a actualizar
a percepção da realidade empresarial
e estimular a aquisição de produtos e
serviços portugueses.
A realização da Mostra de Portugal
Moderno tem em vista a promoção da
imagem de Portugal no mercado brasileiro, mediante a realização de uma
exposição de carácter abrangente e
multissectorial, designadamente com
o objectivo de proporcionar, a quem
visita a exposição, uma viagem pelo
Portugal Moderno e Contemporâneo,
através da disponibilização de produtos e soluções inovadoras, em áreas de tecnologia avançada e de bens
de valor acrescentado, para além dos
produtos tradicionais que o Brasil já
conhece, mas sempre numa vertente
moderna e inovadora.
O Brasil é uma potência regional e mundial, integrando o grupo dos BRICS, e
com um elevado crescimento económi-
“Em termos de investimento,
encontramos uma grande
presença empresarial
portuguesa no Brasil. Numa
única ideia: existe um enorme
potencial a explorar.”
co, sendo hoje a 1ª economia da América Latina e a 6ª economia do mundo.
Com uma economia diversificada e
rica em recursos naturais (maior biodiversidade mundial), o país tem uma
dimensão continental e uma população de 192 milhões de habitantes/
consumidores com um forte crescimento da classe consumidora.
À estabilidade económica, política e
social, a maior abertura ao exterior e
a inexistência de limite legal à entrada de capital estrangeiro e aquisição
de empresas brasileiras por capital
estrangeiro, juntamos um portfolio
de grandes investimentos em infraestruturas associados a grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
E se a balança comercial bilateral de
bens é deficitária para Portugal a de
serviços não o é.
Tudo isto faz com que o país se torne
um dos mais atractivos para as empresas portuguesas (e mundiais). Mas
onde nos devemos concentrar?
Sem querermos ser exaustivos e detalhados deveremos focar-nos nos seguintes sectores:
Em termos de exportação
• Produtos alimentares (azeite, castanha, pêra fresca, frutos secos, queijos);
• Vinho;
• Têxteis (vestuário masculino e estilistas);
• Têxtil-lar;
• Bens de equipamento (máquinas,
moldes, …);
• Materiais de construção.
Em termos de internacionalização
(IDPE):
• Energias;
• TIC;
• Serviços (consultoria/engenharia/arquitectura/saúde);
• Infra-estruturas (rodovias, ferrovias,
portos, saneamento, resíduos);
• Petróleo e gás;
• Portos e logística de transportes.
Contudo não poderemos esquecer os
obstáculos e barreiras que ainda existem
à entrada neste mercado tão apetecido.
São, no entanto, de referir dois exemplos
recentes de sucesso neste domínio, alcançados por via da diplomacia económica. Falamos das exportações de azeite
e de vinho portugueses para o mercado
brasileiro: no 1º caso, foi garantido que
o azeite português fica isento de análises
de qualidade à chegada ao Brasil; aos vinhos não serão aplicadas as medidas de
salvaguarda aos vinhos importados que o
Brasil pretendia implementar.
Independemente destes casos de sucesso, consideramos que as restantes
barreiras se podem tornar desafios para
o Brasil nos próximos anos, facilitando
a actividade das empresas portuguesas, ao que acresce o calor, simpatia e
cariz muito especial que o Brasil nutre
por Portugal.
AICEP São Paulo
Serviços Comerciais
da Embaixada de Portugal
a/c Edif. Consulado de Portugal
Rua Canadá 324
01436-000 SP, São Paulo
BRASIL
Tel: +55 (11) 3084 1830-32
Fax: +55 (11) 3061 0595
[email protected]
Portugalglobal // Outubro 12 // 45
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
COSEC
Políticas de cobertura para mercados
No âmbito de apólices individuais
África do Sul*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Angola
C Caso a caso.
M/L Garantia soberana. Limite total de
responsabilidades.
Arábia Saudita
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Caso a caso.
Argélia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L Em princípio. exigência de garantia bancária ou garantia soberana.
Argentina
T Caso a caso.
Barein
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Benim
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária.
Brasil*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Clientes soberanos: Aberta sem
condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Bulgária
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Cabo Verde
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Eventual exigência de garantia
bancária ou de garantia soberana
(decisão casuística).
Camarões
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Cazaquistão
Temporariamente fora de cobertura.
China*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Chipre
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Colômbia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Guiné Equatorial
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L
Coreia do Sul
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Costa do Marfim
T Decisão casuística.
Costa Rica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Croácia
C Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro para
12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por
cento. Limite por operação.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. Extensão do prazo
constitutivo de sinistro para 12
meses. Redução da percentagem
de cobertura para 90 por cento.
Limite por operação.
Cuba
T Fora de cobertura.
Egipto
C Carta de crédito irrevogável
M/L Caso a caso.
Emirados Árabes Unidos
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Estónia
M/L Garantia bancária.
Clientes
públicos e soberanos:
caso a caso, mediante análise das
garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do
petróleo. Clientes privados: caso
a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais
contrapartidas (garantia de banco
comercial aceite pela COSEC ou
contrapartidas do petróleo).
Hong-Kong
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Iémen
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Índia
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Indonésia
C Caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.
M/L
aso a caso, com eventual exiC
gência de garantia bancária ou
garantia soberana.
Irão
C
M/L
Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária.
Garantia soberana.
Iraque
T Fora de cobertura.
Etiópia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso numa base muito
restritiva.
Jordânia
C Caso a caso.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Filipinas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Koweit
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Gana
C Caso a caso numa base muito
restritiva.
M/L
Macau
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malásia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malawi
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações
de interesse nacional. Clientes
privados: análise casuística, numa
base muito restritiva.
Malta
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Marrocos*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Martinica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
México*
C Aberta sem restrições.
M/L Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
bancária, para clientes privados,
será decidida casuisticamente.
Moçambique
C Caso a caso, numa base restritiva
(eventualmente com a exigência de
carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco
aceite pela COSEC e aumento do
prazo constitutivo de sinistro).
M/L
Letónia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
Fora de cobertura.
Geórgia
C Caso a caso numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L
Lituânia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
aso a caso, numa base muito
C
restritiva e com a exigência de
contra garantias.
Líbano
C Clientes públicos: caso a caso
numa base muito restritiva.
Clientes privados: carta de crédito
irrevogável ou garantia bancária.
M/L
lientes públicos: fora de coberC
tura. Clientes privados: caso a
caso numa base muito restritiva.
Montenegro
C Caso a caso, numa base restritiva.
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L
Guiné-Bissau
T Fora de cobertura.
46 // Novembro 12 // Portugalglobal
Líbia
T
Fora de cobertura.
Aumento do prazo constitutivo
de sinistro. Sector privado: caso a
caso numa base muito restritiva.
Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
admitam a afectação prioritária
de receitas ao pagamento dos
créditos garantidos, terão uma
ponderação positiva na análise do
risco; sector público: caso a caso
numa base muito restritiva.
Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para
operações de pequeno montante.
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
de destino das exportações portuguesas
No âmbito de apólices globais
Nigéria
C Caso a caso, numa base restritiva
(designadamente em termos de
alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária).
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento
do prazo contitutivo de sinistro.
S. Tomé e Príncipe
C
Senegal
C Em princípio. exigência de
garantia bancária emitida por
um banco aceite pela COSEC e
eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro.
M/L
Oman
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Paquistão
Temporariamente fora de cobertura.
Paraguai
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Peru
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
lientes soberanos: aberta sem
C
condições restritivas. Clientes
públicos e privados: aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Qatar
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Quénia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
República Checa
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida
por um banco aceite pela COSEC.
M/L Aberta caso a caso com exigência
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária.
Roménia
C Exigência de carta de crédito
irrevogável (decisão casuística).
M/L Exigência de garantia bancária
ou garantia soberana (decisão
casuística).
Rússia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso.
M/L Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de
garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso.
Análise caso a caso, numa base
muito restritiva.
E ventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro. Sector
público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e
transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector
privado: exigência de garantia
bancária ou garantia emitida pela
Autoridade Monetária (preferência
a projectos que permitam a
alocação prioritária dos cash-flows
ao reembolso do crédito).
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única
transação para um determinado mercado. enquanto a apólice
global cobre todas as transações em todos os países para onde o
empresário exporta os seus produtos ou serviços.
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens
de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de
curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se
repetem com alguma frequência.
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a
política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.
Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque
e S. Tomé e Príncipe.
M/L
Sérvia
C C
aso a caso, numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L
aso a caso, com exigência de
C
garantia soberana ou bancária,
para operações de pequeno
montante.
Singapura
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Síria
T
aso a caso, numa base muito
C
restritiva.
Suazilândia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Tailândia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
Não definida.
Taiwan
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Tanzânia
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Tunísia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Turquia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Ucrânia
C Clientes públicos: eventual
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
lientes públicos: eventual
C
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de garantia bancária.
Para todas as operações, o prazo
constitutivo de sinistro é definido
caso a caso.
Uganda
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Fora de cobertura.
C
M/L
T
Curto Prazo
Médio / Longo Prazo
Todos os Prazos
Não definida.
Venezuela
C Clientes públicos: aberta caso
a caso com eventual exigência
de garantia de transferência ou
soberana. Clientes privados: aberta
caso a caso com eventual exigência
de carta de crédito irrevogável e/ou
garantia de transferência.
M/L
A lista e as políticas de cobertura são
indicativas e podem ser alteradas
sempre que se justifique. Os países
que constam da lista são os mais
representativos em termos de consultas
e responsabilidades assumidas. Todas
as operações são objecto de análise e
decisão específicas.
Legenda:
Uruguai
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
Advertência:
* Mercado prioritário.
berta caso a caso com exigência
A
de garantia soberana.
Zâmbia
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Fora de cobertura.
Zimbabwe
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Fora de cobertura.
COSEC
Companhia de Seguro
de Créditos. S. A.
Direcção Internacional
Avenida da República. 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 832
Fax: +351 217 913 839
[email protected]
www.cosec.pt
Portugalglobal // Novembro 12 // 47
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função
do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de
cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corresGrupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Alemanha *
Andorra *
Austrália *
Áustria *
Bélgica *
Canadá *
Checa. Rep. *
Chipre
Coreia do Sul *
Dinamarca *
Eslováquia *
Eslovénia *
Espanha *
Estónia
EUA *
Finlândia *
França *
Grécia *
Holanda *
Hong-Kong
Hungria *
Irlanda *
Islândia *
Israel *
Itália *
Japão *
Liechtenstein *
Luxemburgo *
Malta *
Mónaco *
Noruega *
Nova Zelândia *
Polónia *
Portugal *
Reino Unido *
São Marino *
Singapura *
Suécia *
Suiça *
Taiwan
Vaticano *
Arábia Saudita
Botswana
Brunei
Chile
China •
Gibraltar
Koweit
Macau
Malásia
Oman
Qatar
Trind. e Tobago
África do Sul •
Argélia
Bahamas
Barbados
Brasil •
Costa Rica
Dep/ter Austr.b
Dep/ter Din.c
Dep/ter Esp.d
Dep/ter EUAe
Dep/ter Fra.f
Dep/ter N. Z.g
Dep/ter RUh
EAUa
Ilhas Marshall
Índia
Indonésia
Lituânia
Marrocos •
Maurícias
México •
Micronésia
Namíbia
Palau
Panamá
Peru
Rússia
Tailândia
Tunísia •
Uruguai
Grupo 4
Aruba
Barein
Bulgária
Colômbia
El Salvador
Fidji
Filipinas
Letónia
Roménia
Turquia
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
e o grupo 7 à maior.
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas
de prémio aplicáveis.
Grupo 5
Grupo 6
Angola
Azerbeijão
Cazaquistão
Croácia
Dominicana. Rep.
Egipto
Gabão
Gana
Guatemala
Jordânia
Lesoto
Macedónia
Mongólia
Nigéria
Papua–Nova Guiné
Paraguai
S. Vic. e Gren.
Santa Lúcia
Vietname
Albânia
Ant. e Barbuda
Arménia
Bangladesh
Belize
Benin
Bolívia
Butão
Cabo Verde
Camarões
Camboja
Comores
Congo
Djibouti
Dominica
Geórgia
Honduras
Kiribati
Moçambique
Montenegro
Nauru
Quénia
Samoa Oc.
Senegal
Sérvia
Sri Lanka
Suazilândia
Tanzânia
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia
Grupo 7
Afeganistão
Argentina
Bielorussia
Bósnia e Herzegovina
Burkina Faso
Burundi
Campuchea
Cent. Af. Rep.
Chade
Congo. Rep. Dem.
Coreia do Norte
C. do Marfim
Cuba •
Equador
Eritreia
Etiópia
Gâmbia
Grenada
Guiana
Guiné Equatorial
Guiné. Rep. da
Guiné-Bissau •
Haiti
Iemen
Irão
Iraque •
Nicarágua
Níger
Paquistão
Quirguistão
Ruanda
S. Crist. e Nevis
S. Tomé e Príncipe •
Salomão
Seicheles
Serra Leoa
Síria
Somália
Sudão
Suriname
Tadzequistão
Togo
Tonga
Ucrânia
Venezuela
Zimbabué
Jamaica
Kosovo
Laos
Líbano
Libéria
Líbia
Madagáscar
Malawi
Maldivas
Mali
Mauritânia
Moldávia
Myanmar
Nepal
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos. à excepção do Chipre. Hong-Kong e Taiwan.
• Mercado de diversificação de oportunidades
• Fora de cobertura
• Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional
NOTAS
a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma
b) Ilhas Norfolk
c) Ilhas Faroe e Gronelândia
d) Ceuta e Melilha
e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico
48 // Novembro 12 // Portugalglobal
f) G
uiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia
Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna
g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive
h) A
nguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.
Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos
ESTATÍSTICAS
INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR
INVESTIMENTO DIRECTO
DO EXTERIOR EM PORTUGAL
2011
tvh
2011/10
2011
Jan./Set.
2012
Jan./Set.
tvh 12/11
Jan./Set.
tvh 12/11
Set./Set.
tvc 12/12
Set./Ago.
IDE bruto
39.626
0,0%
26.037
30.184
15,9%
-17,4%
-30,5%
IDE desinvestimento
32.145
-14,6%
23.886
23.828
-0,2%
-12,8%
-31,2%
IDE líquido
7.481
274,5%
2.151
6.356
195,6%
-89,2%
348,6%
IDE Intra UE
35.885
2,2%
23.269
27.649
18,8%
-16,9%
-31,5%
IDE Extra UE
3.741
-17,0%
2.768
2.535
-8,4%
-22,0%
-19,2%
IDE Intra UE
90,6%
--
89,4%
91,6%
--
--
--
IDE Extra UE
9,4%
--
10,6%
8,4%
--
--
--
Unidade: Milhões de euros
% Total IDE bruto
% Total
tvh 12/11
% Total
tvh 12/11
Espanha
IDE bruto - Origem 2012 (Jan./Set.)
17,2%
-2,8%
Comércio
33,8%
-12,7%
França
16,6%
2,6%
Act. financeiras e de seguros
22,3%
124,7%
Reino Unido
15,8%
21,9%
Ind. Transformadoras
18,5%
-12,5%
Luxemburgo
14,3%
515,5%
Electricidade, gás, água
11,0%
477,6%
Países Baixos
9,1%
-19,5%
Act. informação e comunicação
5,9%
16,0%
2011
tvh
2011/10
2011
Jan./Set.
2012
Jan./Set.
tvh 12/11
Jan./Set.
tvh 12/11
Set./Set.
tvc 12/12
Set./Ago.
IDPE bruto
15.592
59,3%
9.359
6.604
-29,4%
-18,5%
74,1%
IDPE desinvestimento
6.500
-57,9%
4.717
5.753
22,0%
-55,9%
-76,7%
IDPE líquido
9.092
260,7%
4.642
851
-81,7%
183,4%
112,3%
IDPE Intra UE
13.792
140,3%
7.971
5.447
-31,7%
-11,9%
89,4%
IDPE Extra UE
1.800
-55,6%
1.388
1.157
-16,6%
-33,0%
41,6%
IDPE Intra UE
88,5%
236,7%
85,2%
82,5%
--
--
--
IDPE Extra UE
11,5%
-136,7%
14,8%
17,5%
--
--
--
% Total
tvh 12/11
% Total
tvh 12/11
Países Baixos
62,9%
-35,0%
Act. financeiras e de seguros
78,5%
-30,7%
Espanha
11,3%
-22,6%
Ind. transformadoras
8,2%
155,1%
Brasil
8,6%
38,7%
Construção
4,4%
19,6%
Angola
2,6%
10,4%
Comércio
3,1%
-20,2%
Luxemburgo
2,5%
113,6%
Act. consultoria e técnicas
2,0%
-69,7%
INVESTIMENTO DIRECTO
DE PORTUGAL NO EXTERIOR
IDE bruto - Sector 2012 (Jan./Set.)
Unidade: Milhões de euros
% Total IDPE bruto
IDPE bruto - Destinos 2012 (Jan./Set.)
 
2011 Dez.
tvh 11/10
Dez./Dez.
IDPE bruto - Sector 2012 (Jan./Set.)
2011 Set.
2012 Set.
tvh 12/11
Jun./Jun.
tvc 12/12
Set./Jun.
Stock IDE
84.308
0,9%
85.198
84.555
-0,8%
2,7%
Stock IDPE
52.594
5,3%
54.783
50.253
-8,3%
-2,0%
Unidade: Milhões de euros
Fonte: Banco de Portugal
Portugalglobal // Novembro 12 // 49
ESTATÍSTICAS
COMÉRCIO INTERNACIONAL
2011
tvh
2011/10
2011
Jan./Set.
2012
Jan./Set.
tvh 12/11
Jan./Set.
tvh 12/11
Set./Set.
tvc 12/12
Set./Ago.
Exportações bens
42.326
15,1%
31.436
33.861
7,7%
-6,5%
6,5%
Exportações bens UE27
31.344
13,7%
23.521
24.099
2,5%
-8,3%
19,6%
Exportações bens Extra UE27
10.982
19,5%
7.916
9.763
23,3%
-1,5%
-17,0%
Exportações bens UE27
74,1%
--
74,8%
71,2%
--
--
--
Exportações bens Extra UE27
25,9%
--
25,2%
28,8%
--
--
--
BENS (Exportação)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Exp. Bens - Clientes 2012 (Jan./Set.)
% Total
tvh 12/11
Espanha
22,3%
-4,6%
Alemanha
12,6%
França
Meur
Cont. p. p.
Angola
539
1,7
-1,3%
China
378
1,2
11,8%
4,2%
EUA
371
1,2
Angola
6,3%
34,0%
França
163
0,5
Reino Unido
5,1%
8,4%
Grécia
161
0,5
EUA
4,2%
35,0%
Espanha
-368
-1,2
Países Baixos
4,2%
9,8%
México
-186
-0,6
% Total
tvh 12/11
Exp. Bens - Var. Valor (12/11)
Meur
Cont. p. p.
Máquinas, Aparelhos
15,0%
11,7%
Combustíveis Minerais
804
2,6
Veículos, Outro Material de Transporte
12,0%
-2,4%
Máquinas, Aparelhos
533
1,7
Combustíveis Minerais
8,8%
36,8%
Metais Comuns
192
0,6
Metais Comuns
8,2%
7,4%
Plásticos, Borracha
152
0,5
Plásticos, Borracha
6,9%
7,0%
Agrícolas
145
0,5
Exp. Bens - Produtos 2012 (Jan./Set.)
Exp. Bens - Var. Valor (12/11)
2011
tvh
2011/10
2011
Jan./Set.
2012
Jan./Set.
tvh 12/11
Jan./Set.
tvh 12/11
Set./Set.
tvc 12/12
Set./Ago.
Exportações totais de serviços
19.159
9,0%
14.502
14.544
0,3%
-7,7%
-22,4%
Exportações serviços UE27
13.693
7,9%
10.449
10.002
-4,3%
-8,9%
-25,5%
Exportações serviços extra UE27
5.466
11,8%
4.053
4.542
12,1%
-4,7%
-13,6%
Exportações serviços UE27
71,5%
--
72,1%
68,8%
--
--
--
Exportações serviços extra UE27
28,5%
--
27,9%
31,2%
--
--
--
 SERVIÇOS
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
50 // Novembro 12 // Portugalglobal
 
ESTATÍSTICAS
BENS (Importação)
2011
tvh
2011/10
2011
Jan./Set.
2012
Jan./Set.
tvh 12/11
Jan./Set.
tvh 12/11
Set./Set.
tvc 12/12
Set./Ago.
Importações bens
57.730
1,2%
43.860
41.629
-5,1%
-8,4%
7,2%
Importações bens UE27
42.149
-2,4%
31.825
29.445
-7,5%
-8,5%
15,2%
Importações bens Extra UE27
15.581
12,5%
12.035
12.184
1,2%
-8,4%
-7,7%
Importações bens UE27
73,0%
--
72,6%
70,7%
--
--
--
Importações bens Extra UE27
27,0%
--
27,4%
29,3%
--
--
--
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Imp. Bens - Fornecedores 2012 (Jan./Set.)
% Total
tvh 12/11
Espanha
31,3%
-150,0%
Alemanha
11,4%
França
6,4%
Itália
Países Baixos
Meur
Cont. p. p.
Angola
868
2,0
-158,6%
Guiné-Equatorial
385
0,9
-74,5%
Azerbaijão
301
0,7
5,2%
-42,5%
França
-327
-0,7
4,8%
-16,2%
Nigéria
-622
-1,4
Angola
3,5%
197,9%
Espanha
-658
-1,5
Reino Unido
3,0%
-49,5%
Alemanha
-696
-1,6
% Total
tvh 12/11
Imp. Bens - Var. Valor (12/11)
Meur
Cont. p. p.
Combustíveis Minerais
21,3%
14,1%
Combustíveis Minerais
1.096
2,5
Máquinas, Aparelhos
14,4%
-8,0%
Pastas Celulósicas, Papel
-181
-0,4
Químicos
11,0%
1,3%
Metais Comuns
-436
-1,0
Agrícolas
10,5%
-3,0%
Máquinas, Aparelhos
-520
-1,2
Veículos, Outro Material de Transporte
8,5%
-26,5%
Veículos, O. Mat. Transporte
-1.275
-2,9
2011
tvh
2011/10
2011
Jan./Set.
2012
Jan./Set.
tvh 12/11
Jan./Set.
tvh 12/11
Set./Set.
tvc 12/12
Set./Ago.
Importações totais de serviços
11.414
5,0%
8.617
7.783
-9,7%
-22,1%
-9,8%
Importações serviços UE27
8.023
4,5%
6.113
5.674
-7,2%
-19,0%
-7,2%
Importações serviços extra UE27
3.391
6,4%
2.503
2.110
-15,7%
-29,5%
-16,2%
Importações serviços UE27
70,3%
--
70,9%
72,9%
--
--
--
Importações serviços extra UE27
29,7%
- 
29,1%
27,1%
--
--
--
2011
2012 1ºS
FMI
CE
OCDE
BdP
Min.
Finanças
INE
INE
Out. 12
Nov. 12
Jul. 12
Nov. 12
Out. 12
PIB
-1,7
-2,8
-3,0 : -1,0
-3,0 : -1,0
-3,1 : -1,8
-3,0 : -1,6
-3,0 : -1,0
Exportações Bens e Serviços
7,5
6,1
3,5 : 3,5
4,3 : 2,7
4,2 : 3,6
6,3 : 5,0
4,3 : 3,6
Imp. Bens - Produtos 2012 (Jan./Set.)
 SERVIÇOS
Imp. Bens - Var. Valor (12/11)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
PREVISÕES 2012 : 2013 (tvh real %)
Fontes: INE/Banco de Portugal
Notas e siglas: Meur - Milhões de euros
tvc - Taxa de variação em cadeia
Cont. - Contributo para o crescimento das exportações
p.p. - Pontos percentuais
tvh - Taxa de variação homóloga
Portugalglobal // Novembro 12 // 51
REDE
EXTERNA
DA AICEP
ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo
BRASIL / São Paulo
CABO VERDE / Praia
ALEMANHA / Berlim
CANADÁ / Toronto
ANGOLA / Benguela
CHILE / Santiago do Chile
ANGOLA / Luanda
CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA
/ Macau
ARGÉLIA / Argel
CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA
/ Pequim
ARGENTINA / Buenos Aires
ÁUSTRIA / Viena
CHINA. REPÚBLICA POPULAR DA
/ Xangai
BÉLGICA / Bruxelas
COLÔMBIA / Bogotá
Copenhaga
Berlim
Haia
Bruxelas
Dublin
Londres
Paris
Milão
Toronto
Nova Iorque
Vigo
Barcelona
S. Francisco
Madrid
Rabat
Mérida
Praia
Cidade do México
Caracas
Bogotá
São Paulo
Santiago do Chile
Centro de Negócios
Escritórios
Representações
52 // Novembro 12 // Portugalglobal
Buenos Aires
Argel
DINAMARCA / Copenhaga
FINLÂNDIA / Helsínquia
JAPÃO / Tóquio
ROMÉNIA / Bucareste
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
/ Abu Dhabi
FRANÇA / Paris
LÍBIA / Tripoli
RÚSSIA / Moscovo
GRÉCIA/ Atenas
MALÁSIA/ Kuala Lumpur
SINGAPURA / Singapura
ESPANHA / Barcelona
HOLANDA / Haia
MARROCOS / Rabat
SUÉCIA / Estocolmo
ESPANHA / Mérida
HUNGRIA / Budapeste
MÉXICO / Cidade do México
SUÍÇA / Zurique
ESPANHA / Vigo
ÍNDIA. REPÚBLICA DA / Nova Deli
MOÇAMBIQUE / Maputo
TUNÍSIA / Tunes
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ Nova Iorque
INDONÉSIA / Jacarta
POLÓNIA / Varsóvia
TURQUIA / Ancara
IRLANDA / Dublin
REINO UNIDO / Londres
TURQUIA / Istambul
ITÁLIA / Milão
REPÚBLICA CHECA / Praga
VENEZUELA / Caracas
ESPANHA / Madrid
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ S. Francisco
Helsínquia
Estocolmo
Zurique
Moscovo
Varsóvia
Praga
Budapeste
Viena
Bucareste
Pequim
Ancara
Istambul
Atenas
Tunes
Tóquio
Tripoli
Nova Deli
Abu Dhabi
Xangai
Macau
Kuala Lumpur
Singapura
Jacarta
Luanda
Benguela
Maputo
Joanesburgo
Portugalglobal // Novembro 12 // 53
BOOKMARKS
PRINCÍPIOS DE GESTÃO
Fruto da experiência de ensino das autoras, esta obra tem como objectivo servir
de instrumento de apoio no processo
ensino/aprendizagem em unidades curriculares que abordem conteúdos introdutórios de gestão de empresas.
As matérias são apresentadas de uma
forma metodológica e pedagogicamente compreensível para quem pretenda adquirir as noções básicas dos
conhecimentos da gestão empresarial.
Numa linguagem simples são apresentados os seguintes temas acompanhados por vários exemplos práticos e
casos de estudo: Gestão e o Ambiente
(Funções e níveis da gestão, competências dos gestores, evolução da gestão,
contexto ambiental da empresa); Funções da gestão (Planeamento, organização e controlo); Gestão de pessoas
nas organizações (Liderança, motivação, gestão de recursos humanos,
comunicação, cultura organizacional,
conflito e negociação).
Felipa Lopes dos Reis é professora no
mestrado em gestão/MBA na Universidade Aberta, onde lecciona algumas
unidades curriculares, entre as quais
Recrutamento e Selecção dos Recursos
Humanos. É doutorada em gestão na
área de recursos humanos pela Universidade Lusíada. É autora de vários artigos
científicos em revistas internacionais.
Maria João Rosa Silva é mestre em Gestão na área de Recursos Humanos e
Licenciada em Ciências Sociais área Psicologia. Desenvolveu tutoria nas Licenciaturas de Gestão e Ciências Sociais
nas vertentes de Princípios de Gestão e
Gestão de Recursos Humanos.
Autor: F elipa Lopes dos Reis,
Maria João Rosa Silva
Editor: Edições Sílabo
Nº de páginas: 228
Ano: 2012
Preço: 18,90€
PAIXÃO E TALENTO NO TRABALHO
TRABALHAR (E VIVER) COM PAIXÃO
Sabe o que é que faz o alpinista João
Garcia subir tão alto pelas próprias
mãos? E qual é a base do sucesso de
Cristiano Ronaldo? Porque é que Mozart ou Picasso se tornaram tão talentosos? Ou porque é que Bill Gates se
tornou no ícone do empreendedorismo
e do crescimento empresarial na segunda metade do século XX? A investigação e os casos reais relatados nesta
obra mostram o porquê do sucesso
pessoal e profissional destas pessoas:
a sua paixão pelo que fazem e os talentos que desenvolveram desde cedo!
A melhor notícia é que esta paixão e
este desenvolvimento de talentos estão ao alcance de cada um de nós e
em qualquer momento da nossa vida.
Neste livro encontrará algumas das
fórmulas para encontrar o melhor de
54 // Novembro 12 // Portugalglobal
si mesmo e daqueles que o/a rodeiam
e ajudar a desenhar um mundo com
pessoas mais autorrealizadas, produtivas e satis­feitas com a vida. O livro Paixão e Talento no Trabalho é de leitura
indispensável para todos os querem
aprimorar os seus talentos e viver de
forma mais apaixonada com o seu trabalho. Gestores, chefias, professores,
pais, educadores, formadores e alunos
não continuarão os mesmos depois de
conhecer os factos científicos relatados
nesta obra.
Autores: M
iguel Pereira Lopes,
Patrícia Jardim da Palma
Editor: Edições Sílabo
Nº de páginas: 208
Ano: 2012
Preço: 14.90€
O caminho para os Mercados Externos começa aqui...
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