Reabilitação urbana pode estancar perda de 95.000 empregos
Isabel Cristina Costa
A Federação Portuguesa da Construção (FEPICOP) defendeu hoje como medida de
combate ao desemprego no sector da construção a criação de apoios financeiros à
reabilitação urbana. Esta seria, segundo a FEPICOP, uma forma de estancar a
perda de 95 mil postos de trabalho, caso se prolongue a crise no mercado
habitacional.
“E isso significa que a despesa pública ascenderá dois a três mil milhões de euros
com os desempregados”, frisou o presidente da FEPICOP, Reis Campos.
“Temos um parque habitacional em degradação contínua e devíamos aproveitar este
momento de crise para ocupar trabalhadores que são específicos da construção. O
sector já perdeu 68 mil postos de trabalho e já o problema de Espanha, com muitos
trabalhadores portugueses a regressar sem emprego. Porque não se criam apoios
financeiros para reabilitar, podia ser um dos caminhos para evitar desempregos”,
continuou o mesmo responsável.
Segundo Reis Campos, para a reabilitação urbana aconteça é preciso que “o
Governo aceite o fracasso da Lei das Rendas”. Portugal tem 800 mil casas a
necessitar de reabilitação, um mercado que vale 28 mil milhões de euros e que “não
estar a ser aproveitado”. E atirou: “Queremos gruas no meio das cidades e das vilas
e não os prédios a cair sem inquilinos e com proprietários desmotivados”.
Na conferência de imprensa, hoje na sede da Associação dos Industriais da
Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), no Porto, Reis Campos explicou que
é igualmente importante acelerar o investimento público, como por exemplo a
renovação das escolas. Assim como, garantir o imediato pagamento das dívidas do
Estado às empresas do sector, que ascendem a 1.900 milhões de euros. “O Estado
tem que pagar o que deve”, atirou.
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