IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO ESTUDO DAS FUNÇÕES ELEMENTARES Função Polinomial do 1º Grau [ou Função Linear] Introdução e Conceitos Básicos Vamos analisar os casos considerados abaixo: [Caso 1] Uma panela com água à temperatura de 15ºC é levada ao fogo e observa-se que, a cada 1 minuto, a temperatura sobe 2ºC. De acordo com os dados, forneça a lei (fórmula) que representa o aumento de temperatura em função do tempo. Resolução: Temperatura inicial [T0] : 15ºC Tempo inicial [t0]: 0 min Temperatura [ºC] 15 17 19 21 Tempo [min] 0 1 2 3 15 17 19 21 = = = = 15 15 15 15 + + + + 2.(0) 2.(1) 2.(2) 2.(3) Veja que cada temperatura da tabela acima é dada pela temperatura inicial mais um acréscimo de 2ºC por minuto. Assim, podemos dizer que a taxa de variação da temperatura pelo tempo é constante e equivale a 2ºC/min. Desta forma, a temperatura cresce com o passar do tempo e dizemos que a temperatura é uma função crescente do tempo. Por tudo isso, concluímos que a lei que relaciona o aumento de temperatura em função do tempo é: T(t) = 15 + 2t , sendo esta, a solução do problema em questão. [Caso 2] A tabela abaixo retrata um problema de equipes de buscas e salvamento trabalhando para achar excursionistas perdidos em áreas remotas. Para procurar um indivíduo, membros da equipe se separam e caminham paralelamente uns aos outros através da área a ser investigada. A experiência mostrou que a chance da equipe de achar um indivíduo está relacionada com a distância, d, que separa membros da equipe. A porcentagem de achados para várias separações está registrada na tabela. Observação: 1 pé = 0,3048 m Sucesso na busca de indivíduos “perdidos” Distância de separação “d” [em pés] 20 40 60 80 100 Porcentagem aproximada de achados “P” 90 80 70 60 50 Os dados desta tabela indicam que quando a distância de separação aumenta, uma porcentagem menor dos excursionistas é encontrada. Como P decresce quando d cresce, dizemos que P é função decrescente de d. Estes dados também mostram que para cada aumento de 20 pés de distância, a porcentagem cai por 10. taxa p. achados [ P ] distância [ d ] 50 60 100 80 Portanto a função pode ser assim definida: 10 20 1 2 P 100 1 [O sinal negativo mostra que “P” decresce quando “d” aumenta]. 2 1 2 d ou f (d ) 100 d 2 . Observação: As funções apresentadas nos casos acima são funções que têm taxa constante de crescimento ou decrescimento. Uma função é dita do 1º grau (ou linear) se sua taxa de variação é a mesma em toda parte ou momento. O fato da taxa de variação ser constante faz com que a representação gráfica destas funções seja uma RETA*, com uma inclinação única, que depende diretamente da taxa de variação. Comentário: Quando se conhece a função (fórmula matemática) de um determinado fenômeno, torna-se possível compreendê-lo melhor e mais precisamente; construindo uma representação gráfica (caso não se tenha), fazendo estimativas futuras (dependendo da situação) e entendendo a relação existente entre as variáveis envolvidas, como a taxa de variação, entre outras informações. [*] Dependendo do domínio da função do 1º grau, graficamente podemos ter: uma reta, um segmento de reta, uma semi-reta, ou ainda, um conjunto “discreto” [finito ou infinito] de pontos alinhados. Página 1 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Formalização dos Conceitos Uma função cuja lei de associação é do tipo f(x) = mx + n [ou y = mx + n] com m ℝ* e n ℝ é chamada de função polinomial do 1º grau, sendo “m” o coeficiente angular e “n” o coeficiente linear da reta que representa esta função graficamente no sistema cartesiano ortogonal. Veja os exemplos: f ( x) 2 x 5 m 2 n 5 g ( x) 7 x x h( x ) 14 3 m 1 3 n 14 L( x) ( 5 4) x (3 yx m 1 n 0 P( x) T ( x) 1 x m 1 n 1 3 x 2y 0 4 m 7 n 0 m 5 4 n 3 2 2) m 8 3 n 4 8 x 12 3 m 1 2 n 3 8 Geometricamente, a função polinomial do 1º grau é representada por uma linha reta oblíqua aos eixos coordenados, cortando o eixo das ordenadas no ponto (0 , n). Veja: Se m > 0 f(x) é crescente Se m < 0 f(x) é decrescente y y f(x) f(x) n n x’ 0 x f(x) = mx + n 0 Raiz ou zero da função x x’ Raiz ou zero da função coeficiente angular coeficiente linear ou ou taxa de variação [constante] intercepto “y” Observações: O valor da abscissa onde o gráfico corta o eixo “x” denomina-se raiz ou zero da função e indicaremos por x’. A raiz da função pode ser determinada algebricamente fazendo f(x) = 0. Observe que o ponto de encontro da reta com o eixo das abscissas tem a forma (x’, 0) e por isso podemos chamar também a raiz x’ de “intercepto x”. O valor de n na função, denominado coeficiente linear, também é a ordenada do ponto (0 , n) onde o gráfico corta o eixo “y” e por isso também podemos chamá-lo de “intercepto y”. Veja: Substituindo x = 0 em f(x) = mx + n temos: f(0) = m(0) + n f(0) = 0 + n f(0) = n (0,n) O gráfico de uma função polinomial do primeiro grau também pode ser representado por “variações” da reta, ou seja, por uma semi-reta, por um segmento de reta ou ainda por um conjunto finito [ou infinito] de pontos colineares. Essas configurações gráficas dependerão do domínio associado à referida função, como já estudado anteriormente. Nos dois casos gráficos genéricos apresentados acima, temos que: D = ℝ e Im = ℝ. Página 2 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Exemplos: 1) Uma barra de aço que se encontrava inicialmente a 30ºC foi resfriada [num ambiente “controlado”] durante 7 minutos. A função que descreve esse fenômeno linear é: f(x) = – 6x + 30. Abaixo, temos a sua representação gráfica, mostrando a variação da temperatura da barra em função do tempo, durante o resfriamento. Pergunta-se: Temperatura (ºC) a) A cada minuto decorrido, quanto varia a temperatura da barra? (trata-se da taxa de variação) b) Depois de quanto tempo após o início do resfriamento, a temperatura da barra atingiu 0º C? 30 c) Qual o domínio e o conjunto imagem de tal situação? 0 7 tempo (min) –12 Resposta (c): Analisando o gráfico acima, podemos escrever: D = { x ℝ | 0 x 7 } e Im = { y ℝ | –12 y 30 } Note que a função do problema em questão é decrescente. (observe que a taxa de variação [m] é negativa) [O exemplo acima foi adaptado do livro: PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática: conceitos, linguagem e aplicações. v.1. 1.ed. São Paulo: Moderna, 2002] 2) Faça um “esboço” [representação simplificada] do gráfico das funções f : ℝ ℝ, definidas por: a) f(x) = 2x b) f(x) = 3x y c) f(x) = 4x y y x d) f(x) = –2x e) f(x) = –2x + 3 y x x f) f(x) = –2x – 3 y y x x Página 3 de 29 x IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO g) f(x) = x – 1 h) f(x) = 2x – 3 y i) f(x) = 3x + 4 y y x x x 3) Construa o gráfico das funções f : D ℝ, definidas por: y a) f(x) = 2x com D = ℝ x b) f(x) = 2x + 1 com D = ℝ y x c) f(x) = –3x + 4 com D = ℝ y [apresentando os interceptos “x” e “y”] x d) f(x) = –2x – 6 com D = [ –1 , 2 [ y x Neste caso temos que: Im = ] –10 , – 4 ] Página 4 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO e) f(x) = x com D = { –2 , 0 , 1 , 3 } y x Neste caso temos que: Im = { –2 , 0 , 1 , 3 } Nota: A função f(x) = x é conhecida como Função Identidade. Além disso, ela representa a “bissetriz dos quadrantes ímpares” do plano cartesiano ortogonal, quando D = ℝ. Observações: As funções do 1º grau do tipo f(x) = mx + n são chamadas de funções afins. [m 0 e n 0] As funções do 1º grau do tipo f(x) = mx são chamadas de funções lineares. [m 0 e n = 0] Vale relembrar que, numa função f(x) = mx + n, O coeficiente angular da reta “m” pode ser chamado de declividade da reta, ou ainda, de taxa de variação. O coeficiente linear da reta “n” pode ser chamado de intercepto y. A raiz (ou zero) da função também pode ser chamada de intercepto x. Determinação da função do 1º grau a partir do seu gráfico Inicialmente vamos relembrar algumas relações associadas ao coeficiente angular da reta. Calculando o coeficiente angular “m” através do gráfico: Conhecendo o ângulo [inclinação] formado entre a reta “r” e o eixo “x” [no sentido anti-horário], usa-se: m tg ou Conhecendo dois pontos A(xA , yA) e B(xB , yB) pertencentes à reta “r”, usa-se: m tg y y x m yB y A xB x A B yB y A yA n x’ r 0 Raiz ou zero da função xA x xB Observações: Variação da inclinação da reta de uma função do 1º grau: 0 180 com 90º . x Se = 0 m = 0 tem-se neste caso uma “função constante” [reta paralela ao eixo “x”]. Considerações Importantes: Para escrevermos uma função do 1º grau [fórmula matemática] é necessário conhecer basicamente: dois pontos quaisquer da reta “r”, ou um ponto da reta “r” e o seu coeficiente angular (m), ou os coeficientes angular (m) e linear (n) da reta “r”. Página 5 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO De forma mais detalhada, temos: Para determinarmos uma função do 1º grau, conhecendo dois pontos A(xA , yA) e B(xB , yB) pertencentes à reta que a representa graficamente, podemos utilizar dois métodos: # Substituir as coordenadas dos pontos A e B sucessivamente na expressão y = mx + n e encontrar os valores de “m” e “n” resolvendo o sistema de equações assim gerado. # Substituir as coordenadas dos pontos A e B em x y xA yA 1 1 xB yB 1 0 . Resolvendo esse determinante, teremos a função procurada. Para determinarmos uma função do 1º grau, conhecendo um ponto P(xP , yP) e o coeficiente angular “m” da reta que a representa graficamente, podemos utilizar: y y P m( x x P ) Daí, substituindo as coordenadas de P e o valor de “m”, teremos então a função procurada. Para determinarmos uma função do 1º grau, conhecendo o coeficiente angular “m” e o coeficiente linear “n” da reta que a representa graficamente, podemos simplesmente utilizar: y mx n Daí, substituindo os valores de “m” e “n” nessa expressão, teremos então a função procurada. Posições relativas entre duas retas Considerando duas funções representadas graficamente pelas retas r: y = mr x + nr Retas Paralelas: Se Retas Concorrentes: r // s Se Observação: rs e s: y = ms x + ns mr ms mr ms Retas Perpendiculares [Um Caso Particular de Retas Concorrentes] rs Se mr 1 ou ainda ms mr ms 1 Exemplos: 1) Determine a função geradora do gráfico abaixo: y 1 –2 0 3 x –9 Notas: Analisando o gráfico acima, podemos escrever: D = ℝ e Im = ℝ A função do 1º grau em questão pode ser classificada como crescente (observe que a taxa de variação [m] é positiva). Página 6 de 29 tem-se: IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 2) O valor de uma máquina hoje é de US$ 10.000,00 e estima-se que daqui a 6 anos seja US$ 1.000,00. Pergunta-se: a) b) c) d) Qual Qual Qual Qual a função (fórmula matemática) que representa o fenômeno em questão, sabendo que a desvalorização é linear? a taxa de depreciação (variação do valor “y” em relação ao tempo “x”) da referida máquina? o valor da máquina após 4 anos? o Domínio e o conjunto Imagem desta situação? Valor y (US$) 10.000 1.000 6 0 D={x Resposta (d): tempo x (anos) ℝ|0x6} Im = { y ℝ | 1.000 y 10.000 } Observação: A função do 1º grau em questão pode ser classificada como decrescente (observe que a taxa de variação [m] é negativa). 3) Sabe-se que uma reta, no sistema de coordenadas cartesianas, passa pelo ponto P( 3 , 4 ) e tem inclinação de 150º. a) b) c) d) a) Construa o gráfico desta função. Determine o coeficiente angular da função. Escreva a função [fórmula matemática] em questão. Determine a raiz da função [intercepto “x”]. y 0 x Página 7 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 4) Certo encanador A cobra por serviço feito um valor fixo de R$ 60,00 mais R$ 10,00 por hora de trabalho. Um outro encanador B cobra um valor fixo de R$ 40,00 mais R$ 15,00 por hora de trabalho. a) Construa o gráfico das duas funções (valor cobrado “y” em função do tempo “x”) num mesmo plano cartesiano. b) Considerando o menor custo para a realização de um trabalho, analise as vantagens na contratação do serviço dos encanadores. y (R$) 0 x (horas) 5) Sabendo que reta “r” passa pelo ponto P(2, –8) e é paralela à reta “s”, que tem equação s: 6x + 2y = 18, determine a função que representa a reta “r”. y 0 2 x –8 P s Exercícios – Função Polinomial do 1º grau 1) Construa, no sistema cartesiano ortogonal, os gráficos das funções dadas por: a) y x 1 f) g ( x) 1 x 2 b) f ( x) 2 x 5 g) y x 4 c) x 2 y 3 0 d) F 9 C 32 h) y 3x com D = [ –2, + [ i) h( x) 2 x 2 com D = [ –1, 2 [ 5 e) f ( x) x 3 j) y 1 3x com D = { x ℝ | x 0 } Página 8 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 2) Construa, num mesmo sistema cartesiano ortogonal, os gráficos das funções dadas por f(x) = x e g(x) = – x. 3) Construa, num mesmo plano cartesiano, os gráficos de f ( x) x , g ( x) 2 x , h( x) 3x e para todos D = [–2 , 2] e ao final, observe o comportamento da posição das retas. j ( x) 1 x considerando 2 4) Construa, num mesmo plano, os gráficos das funções dadas por: f ( x) x , g ( x) x 1 , h( x) x 2 e j ( x) x 1 considerando para todas D = ℝ e ao final, observe o comportamento da posição das retas. 5) Duas operadoras de telefonia celular apresentam planos similares para seus usuários. O plano da operadora “V” tem uma mensalidade no valor de R$ 25,00 e uma tarifa de R$ 0,70 por minuto em ligações locais. O plano da operadora “T” tem custo de R$ 0,50 por minuto para ligações locais e uma mensalidade no valor de R$ 30,00. Utilizando seus conhecimentos sobre função polinomial do 1º grau e considerando somente ligações locais, conclui-se que: a) b) c) d) e) O plano da operadora T é melhor, independentemente do tempo de uso do telefone em um mês; O plano da operadora V é mais vantajoso somente para um uso mensal maior que 25 min; Para um uso mensal acima de 25 min, os dois planos têm um mesmo custo; O plano da operadora V é mais vantajoso somente para um uso mensal menor que 25 min Se nenhuma ligação for realizada no período de um mês, o plano da operadora T tem custo mensal inferior ao plano da operadora V. 6) Determine a função geradora de cada um dos gráficos a seguir. a) b) y c) y 6 4● 2 ● –2 d) y 0 3 x 0 0 30º x ● 2 x 0 ● 3 y 45º ● ● 2 ● e) y x ● 1 –2 0 x 7) [GIOVANNI] Determine o valor de p de modo que o gráfico da função f(x) = 3x + p – 2 intercepte o eixo y no ponto de ordenada 4. 8) Determine as funções do 1º grau que atendem as condições dadas: a) Tem coeficiente angular igual a –2 e intercepto y igual a 4. b) A reta é paralela à reta y = 4x – 2 e o seu intercepto y é 7. c) A reta é paralela à reta 3x + 2y = 5 e passa pelo ponto (–1, 2). d) A reta é perpendicular à y = 5x + 9 e o seu intercepto y é 6. e) A reta é perpendicular à x – 4y = 7 e passa por (3 ,– 4). f) A reta passa pelos pontos (2, 4) e (1, –7). g) A reta passa por A(–3, 6) e por B(–2, 1). Observações: h) O intercepto y é 2 e o intercepto x é – 4. Note que a reta em “j” NÃO é uma função. i) A reta tem coeficiente angular 2 e a raiz da função é 3. A reta em “k” é uma função que chamamos de CONSTANTE. j) A reta é paralela ao eixo y, passando pelo ponto (–2, –3). k) A reta é perpendicular ao eixo y e passa pelo ponto (– 4, 1). 9) [GIOVANNI] Determine “m” de modo que o gráfico da função g(x) = –2x + 4m + 5 intercepte o eixo x no ponto de abscissa 3. 10) [GIOVANNI] Sabendo que a função y = mx + n admite 3 como raiz e f(1) = – 8, calcule os valores de m e n. Página 9 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 11) Dada as equações r: 2x – y – 1 = 0 e s: x – y = 2 , determine: a) O ponto de intersecção das retas r e s; b) Os pontos de encontro das retas com os eixos coordenados. y 12) [GIOVANNI] Dadas as funções f(x) = ax + 4 e g(x) = bx + 1, calcule os valores de “a” e “b” de modo que os gráficos dessas funções se interceptem no ponto (1 , 6). P 2 –4 13) Observando o gráfico ao lado, determine as equações das retas (funções); as coordenadas do ponto P e os zeros das funções. 1 2 –2 f x g 14) [GIOVANNI] Considerando as funções f(x) = 8 – x e g(x) = 3x, determine: a) as raízes das funções “f” e “g” dadas; b) as coordenadas do ponto P, que representa a interseção das retas em questão; c) qual a classificação [crescente ou decrescente] para cada uma das funções. Custo (R$) 15) O custo C(x) de produção de “x” litros de certa substância é dado por uma função linear, cujo gráfico está representado ao lado. Nestas condições, pergunta-se: 520 400 a) O custo de R$ 700,00 corresponde à produção de quantos litros? b) Qual a taxa de variação do custo em função da produção? 0 16) O gráfico ao lado apresenta uma situação de frenagem, onde a velocidade do veículo varia em função do tempo. Sendo assim, responda: a) b) c) d) 8 x (Litros) v (m/s) Qual a taxa de variação da velocidade em função do tempo? Qual a velocidade do veículo no instante 3s? O que acontece com o veículo após 5s de frenagem? Qual o Domínio e o Conjunto Imagem do problema? 20 Nota: Para se ter uma melhor noção da velocidade (neste caso), podemos convertê-la de m/s para km/h, que é a unidade mais utilizada em nosso cotidiano. Para isto, basta multiplicar o valor da velocidade em m/s por 3,6 que teremos o resultado em km/h. 0 5 t (s) RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) 1b) 1c) 1d) y y 1e) F y 5● 1/2 ● 5/2 ● 0 x 1f) 3 ● 0 x 1g) –3/2 ● –160/9 y 0 ● –1 x –1 ● 0 0 4 x –2 ● x y y –1 6 x –1 0 –1 2● 0 Página 10 de 29 3 0 1j) y ● ● –3 C 1i) 6 ● –1 ● x 1h) y ● ● 32 1/2 ● 0 y 2 x ● –4 x IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO y 2) 3) f(x) 3 4) y h 6 ● y h g 2● 45º 45º 3 x 4 g 2 f 1 j –2 ● –3 g(x) –2 R$ V 42,50 V(x) = 0,7x + 25 25,00 T(x) = 0,5x + 30 25 2x 5 7) p = 6 4 min Resposta: “d” 6b) y = –2x + 4 5 8a) f(x) = –2x + 4 8f) f(x) =11x – 18 f –2 g –4 h –6 6c) y = 3x 6d) y 8b) f(x) = 4x + 7 8g) f(x) = – 5x – 9 13) f(x) = 1 2 x2 3x 2 8h) f(x) 2 x 2 3x 3 8c) f(x) 2 3x 2 3 utilizando valores tabelados 1 8d) f(x) 2 8i) f(x) = 2x – 6 x 14b) P(2 , 6) 15b) +15 reais/Litro (que é o coeficiente angular da função) x 5 6e) y = x + 3 8e) f(x) = – 4x + 8 6 8j) x = – 2 [não é função, é apenas uma relação] 9) m = ¼ 10) m = 4 e n = –12 12) a = 2 e b = 5 / P(4 , 4) / raiz de f(x): x = – 4, raiz de g(x): x = 14a) raiz de f(x): x = 8, raiz de g(x): x = 0 15a) 20 litros ● 1 As retas f, g, h e j são paralelas, pois têm o mesmo coeficiente angular. 11b) r eixo x = (1/2, 0) e r eixo y = (0, –1) s eixo x = (2 , 0) e s eixo y = (0, –2) e g(x) = ● –1 ● j x 8k) f(x) = 1 [É uma função constante que pode ser considerada função do 1º grau] 11a) r s = (–1, –3) ● Observação (exercício 4): 30,00 6a) y –1 T ● 0 j 1● ● –1 2 5) ● f 4 3 14c) f(x) é decrescente e g(x) é crescente. 16a) – 4 m/s2 (que é o coef. angular) 16b) 8 m/s 16d) D = { t ℝ | 0 t 5 } e Im = { v ℝ | 0 v 20 } 16c) Sua velocidade torna-se “zero”, ou seja, o veículo para. Para refletir: Não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos erros. (Confúcio) Função Constante A função constante é um caso particular da função de 1º grau. Vamos analisar os casos considerados abaixo: [Caso 1] Em diversas áreas do conhecimento humano, podemos representar vários fenômenos graficamente. Na Física, temos como exemplo o movimento uniforme (MU) que é o movimento caracterizado por manter um móvel sempre com a mesma velocidade, ou seja, constante. No gráfico (v x t) ao lado, temos a representação de um veículo em MU, num intervalo de 5h e a uma velocidade constante de 30 km/h. Pode-se escrever então a função: v(t) = 30 ou f(x) = 30. Matematicamente se tem: D = [0 , 5] e Im = { 30 }. Página 11 de 29 v (km/h) 30 0 5 t (h) IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO [Caso 2] Em um determinado ano, uma empresa em expansão contratou 100 funcionários em março e 100 em outubro. Em janeiro deste mesmo ano o número de funcionários era 200. Matematicamente, podemos equacionar esta situação como sendo uma função f : D ℕ com D = {meses do ano} definida por: f(x) 200, 300, 400, se x { janeiro , fev ereiro } se x { março , abril , maio , junho , julho , agosto , setembro } se x { outubro , nov embro , dezembro } Foi solicitada pelo setor de recursos humanos desta firma uma representação visual, de modo a relacionar os meses do ano com o número de funcionários empregados (meses X funcionários). Assim temos: Número de Funcionários 400 300 200 J F M A M J J A S O N D Meses do ano (20XX) [Caso 3] Vamos considerar que uma Litorina [Automotriz] fará uma pequena viagem partindo de uma estação A até uma estação B. Veja abaixo, a representação gráfica da velocidade pelo tempo de viagem. v (km/h) 55 A B 10 0 50 t (min) 65 No esquema ao lado, podemos trocar a palavra velocidade por função, e assim identificamos as três partes da função que compõem o gráfico: Velocidade Constante Para: 0 t 10 a função é crescente Para: 10 t 50 a função é constante Para: 50 t 65 a função é decrescente Velocidade Crescente Velocidade Decrescente Apenas para complementar, no caso acima temos: D = { t ℝ | 0 t 65 } e Im = { v ℝ | 0 v 55 } Agora observe: y 3 0 g(x) = 2x + 3 f(x) = 0x + 3 [ com m > 0 ] [ com m = 0 ] e simplesmente escrevemos: f(x) = 3 x h(x) = –2x + 3 [ com m < 0 ] Página 12 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Formalizando, temos: Uma função f : ℝ ℝ cuja lei de associação é do tipo f(x) = n , com n ℝ é chamada de função constante, pois para qualquer valor atribuído à variável “x”, sua imagem será sempre a mesma, de valor “n”. Podemos acrescentar ainda, que se trata de uma função que não é crescente, nem decrescente, mas sim constante, pois o valor da função f(x) não cresce nem decresce, permanecendo o mesmo, ou seja, sem variar [constante]. Lembre-se que: y = f(x). Graficamente, tem-se uma reta paralela ao eixo das abscissas, cortando o eixo das ordenadas no ponto (0 , n). Se n > 0: Se n = 0: y Se n < 0: y y n x 0 0 x x 0 n Observações: Se n = 0, a reta é coincidente com o eixo das abscissas (x), tem-se então que a lei fica sendo f(x) = 0 ou mesmo y = 0. Vale reforçar que nos casos acima, tem-se que D = ℝ e o conjunto Imagem sempre será do tipo: Im = { n }. Exemplos: 1) Construa o gráfico da função f(x) = 6 e determine o seu conjunto imagem. y x 2) Represente graficamente as funções de Domínio Real, indicadas a seguir. y 0 g(x) = 14 y x y x 0 h(x) = –5 0 x y = 7,2 3) Faça o gráfico de g(x) = – 3 com D = ] –1 , 5 ] e escreva o seu conjunto imagem. y x Calcule: g(0) = g(5) = g(–1) = Página 13 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 4) Construa o gráfico da função: f(x) 3x 1 , se x 1 2 , se x 1 y Calcule: x f(1) = f(5) = f(–3) = D=ℝ Note que: e Im = { y ℝ | y = – 2 ou y 4} 5) Uma linha de elevadores de carga é construída conforme as seguintes especificações técnicas: Quando o elevador tiver capacidade de carga (x) menor ou igual a 1000 kg, será utilizado um conjunto de cabos de aço de 20 mm de diâmetro para a sua sustentação. Quando o elevador tiver capacidade de carga (x) maior que 1000 kg e menor que 3000 kg, será utilizado um conjunto de cabos de aço com x 50 mm de diâmetro para a sua sustentação. D (mm) Assim, escreva a função D(x) que define o diâmetro dos cabos de aço em função da capacidade de carga “x” e construa seu gráfico. x (kg) 0 [O exemplo acima foi adaptado do livro: PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática: conceitos, linguagem e aplicações. v.1. 1.ed. São Paulo: Moderna, 2002] Exercícios – Função Constante 1) Construa os gráficos das funções dadas por: a) f(x) = 4 e) y = 0 b) g(x) = c) y = 40 3 com d) y = – 3 com D = ℝ+ D=ℝ com com D={x ℝ|–4<x 3} f) h(x) = 51 g) y = – 7 com D={x ℝ|x<6} D = [–5 , 2 [ 2) Determine o conjunto imagem para cada uma das funções do exercício anterior. Página 14 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 3) [GIOVANNI] Em uma cidade, o departamento de água da prefeitura decidiu fazer uma experiência e passou a cobrar as contas de água dos consumidores com preços fixos para intervalos de consumo. Assim, por exemplo, para qualquer consumo inferior a 20m3, a conta será de R$ 18,50. Abaixo, você pode ver a lei de formação utilizada para determinar o valor “V” da conta, em reais, em função do consumo “c”, em metros cúbicos. 18,50 V (c) 47,50 59,00 a) b) c) d) se 0 c 20 se 20 c 50 se Obs.: O consumo é medido mensalmente. c 50 Construa o gráfico no plano cartesiano V x c (valor da conta por consumo) determinando o Domínio e o Conj. Imagem. Quanto pagará um morador que consumir 20m 3 de água em um mês? E se consumir 36,4m3 num mês? Qual foi o consumo de uma casa cuja conta apresentou um valor de R$ 59,00? Quanto pagou um morador que supostamente não consumiu nenhuma quantidade de água num mês? 4) [PUCCAMP / Adaptada] Ao lado, pode-se ver parte de um gráfico que mostra o valor “y” a ser pago (em reais) pelo uso de um determinado estacionamento por um período de “x” horas. Suponha que o padrão observado no gráfico não se altere quando “x” cresce. Nestas condições, pergunta-se: a) Quanto deverá pagar uma pessoa, por utilizar o estacionamento durante meia hora? E durante duas horas? b) Quanto deverá pagar alguém que estacionar das 8h e 46min até às 11h e 50min? c) Quanto tempo ficou no estacionamento um carro se o proprietário pagou R$ 8,00? d) Quanto pagará um indivíduo que estacionar seu veículo das 22h de um dia até às 8h e 30min do dia seguinte? R$ 6,5 5 3,5 2 0 1 2 4 3 Horas 5) Construa, no sistema cartesiano ortogonal, os gráficos das funções dadas por: x, se x 2 2, se x 2 a) f(x) d) h(x) b) g(x) 2x , se x 1 x 3, se x 1 e) 2x, 1 , se x 0 c) y se x 0 10 , se x 0 10 , se x 0 3 , se x 2 j(x) 1 x, se 2 x 2 4, se x 2 RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) 1b) y 1c) y 4 1d) y y –5 0 0 x 0 x 1f) y 1g) y 2 x – 40/3 1e) 0 x 3 2a) Im = { 4 } y 2b) Im = { – 40/3 } 2c) Im = { } 51 –4 3 0 0 x 0 x x –7 Página 15 de 29 2d) Im = { 3 } 6 2e) Im = { 0 } 2f) Im = { 51 } 2g) Im = { –7 } IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 3a) Valor conta (R$) 3a) D = { c ℝ| c 0} e Im = { 18,50 ; 47,50 ; 59,00 } 59,00 3b) R$ 47,50 e R$ 47,50 47,50 3c) c 50 m3 3d) R$ 18,50 4a) R$ 2,00 e R$ 3,50 18,50 4b) R$ 6,50 0 20 50 5a) 5b) y 4c) { x Consumo (m3) 4d) R$ 17,00 5c) y y 2 –3 –2 10 0 x 0 0 1 –2 x x –1 –3 5d) –10 5e) y y 3 3 2 1 1 –2 –1 0 ℝ|4<x5} –2 x 2 0 –1 –2 –4 –4 Para descontrair.... Para refletir: É costume de um tolo, quando erra, queixar-se dos outros. [Sócrates] Página 16 de 29 x IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Função Polinomial do 2º Grau [Função Quadrática] Introdução: Veja a situação-problema abaixo: Existem campeonatos de futebol onde cada clube joga 2 vezes com outro, em turno e returno. Assim, o número “P” de partidas do campeonato é dado em função do número “x” de clubes participantes. Para efeito de planejamento da competição, entre outros fatores, o número de partidas que serão realizadas é um dado muito importante. Desta forma, quantos jogos teremos num campeonato deste tipo, com 24 clubes? Variáveis envolvidas: Número de partidas P Número de clubes x Por dedução, montamos a tabela: Através da análise da tabela, temos que: Daí, podemos fazer: Número de partidas 2(2 – 1) = 02 3(3 – 1) = 06 4(4 – 1) = 12 5(5 – 1) = 20 Número de clubes 2 3 4 5 x x(x – 1) = P 2 P=x –x ou P = x(x – 1) P(x) = x2 – x Então: P(24) = (24)2 – 24 = 576 – 24 P(24) = 552 Logo, teremos 552 jogos numa competição desse formato. Nota: Observe que a lei [fórmula matemática] que calcula a quantidade de jogos mediante o número de clubes participantes é um polinômio de 2º grau, que chamaremos de Função Polinomial do 2º Grau ou Função Quadrática. Definição: Função Polinomial do 2º grau é toda função definida pela lei: f(x) = ax2 + bx + c , com a ℝ*, b ℝ e c ℝ. Exemplos: Na função 2 f (x) x 4 x 7 2 temos: a=1 , b=–4 e c = 7. Na função g( x ) 2 x 1 5 x temos: a = –2 , b=5 e c = –1. Na função h( x ) x 3x 2 temos: a = –1 , b=3 e c = 0. temos: a=1 , b=0 e c = –9. temos: a=1 , b=0 e c = 0. Na função Na função 2 P( x ) x 9 y x 2 Graficamente a função quadrática, com D = ℝ, é representada por uma figura “aberta” e “infinita” denominada parábola. A parábola pertence a uma família de figuras denominada CÔNICAS. Esta família é composta por figuras delineadas pela intersecção de um cone [circular reto de duas folhas] por um plano que não passe pelo vértice, chamado de plano secante. Fazem parte desta família, além da parábola, as figuras: Circunferência, Elipse e Hipérbole. Veja o esquema abaixo: O fator que determina a diferença para se obter uma das seções cônicas é a inclinação com que o plano secciona o cone. Nota: A função quadrática tem inúmeras aplicações nas mais variadas áreas do conhecimento humano, tanto na sua forma algébrica (fórmula matemática) quanto na forma geométrica (parábola). Página 17 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Curiosidade: A Excentricidade das Cônicas Apenas como curiosidade, podemos dizer que, para algumas das cônicas [elipse e hipérbole], a excentricidade é um número que mede o seu “achatamento”. Abaixo temos uma ilustração sobre a excentricidade como fator determinante do tipo de cônica. Como variam os valores de “f(x)” de uma Função Quadrática [a taxa de variação NÃO é constante]: Veja abaixo um (exemplo) comparativo com uma função do 1º grau: f(x) = x2 +1 g(x) = 2x +1 x x g(x) f(x) Taxa de Variação “Muda” –3 –2 –2 –1 –1 0 0 1 1 2 2 3 3 4 Taxa de Variação “Fixa” Neste caso: m = 2 Note que, para uma função quadrática com DOMÍNIO REAL, haverá um intervalo CRESCENTE e outro DECRESCENTE. Particularidades: O gráfico de uma função de 2o grau é uma parábola com eixo de simetria paralelo ao eixo y. Se o coeficiente de x2 for positivo [a > 0], a parábola tem a concavidade voltada para cima. Se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo. A intersecção do eixo de simetria com a parábola determina um ponto chamado vértice [V]. Se a parábola interceptar o eixo x, então a intersecção define as raízes x1 e x2 da função [para isto, faz-se f(x) = 0]. A parábola intercepta o eixo das ordenadas [y] no ponto (0 , c) [para isto, faz-se: x = 0]. Neste último item, podemos destacar uma característica das funções polinomiais. O intercepto “y” sempre coincide com o termo independente. Veja: f(x) = ax2 + bx + c f(0) = a(0)2 + b(0) + c f(0) = 0 + 0 + c f(0) = c ( 0 , c ) é o ponto em que o gráfico intercepta o eixo “y”. Página 18 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO No esquema abaixo, caracterizamos as diversas possibilidades gráficas: = b2 – 4ac > 0 = b2 – 4ac = 0 = b2 – 4ac < 0 a parábola intercepta o eixo x em dois pontos distintos a parábola intercepta o eixo x em um único ponto a parábola não intercepta o eixo x y y y c c c V V x1 a>0 x x2 x x x1 = x2 = xV ∄ x1 , x2 ∈ ℝ V xV y a<0 x1 x 2 2 y y ∄ x1 , x2 ∈ ℝ V x1 x1 = x2 = xV x2 x x c c x V V c As Coordenadas do Vértice da Parábola e o Conjunto Imagem da Função Quadrática: Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo: V(xV , yV). O valor mínimo é o yV e seu conjunto Imagem é Im = { y ℝ | y yV }. Quando a < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo: V(xV , yV). O valor máximo é o yV e seu conjunto Imagem é Im = { y ℝ | y yV }. Veja: y y a>0 V [ponto de máximo] valor máximo yV xV x valor mínimo yV x xV V [ponto de mínimo] a<0 As coordenadas do vértice V são Nota: x V , y V , podendo ser calculadas através de: xV b 2a e yV Δ 4a . Se temos o XV de uma função quadrática (conhecida), então podemos calcular o YV fazendo a substituição do valor numérico do XV na função em questão. Algebricamente, temos a relação: YV = a(XV)2 + b(XV) + c Página 19 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Sobre a “abertura” da concavidade de uma parábola Observe as ilustrações a seguir e tire suas conclusões em relação ao coeficiente do termo com x2 da função quadrática. Regra Prática para Construção “Otimizada” de Gráficos de Funções Quadráticas: Considere a função f(x) = ax2 + bx + c sabendo que o seu gráfico é uma parábola. Assim, é só seguir os passos... 1. Calcule as coordenadas do vértice da parábola V(XV , YV). Tem-se que: XV b 2a e YV Δ 4a sendo 2 Δ b 4ac Podemos usar também: YV = a(XV)2 + b(XV) + c 2. Calcule as raízes [x’ e x”] da função f(x) = ax2 + bx + c , fazendo f(x) = 0 [caso seja necessário]. Para calcular as raízes, usa-se: x b 2a Δ sendo 2 Δ b 4ac [Fórmula de Bháskara] As raízes identificam o(s) ponto(s) de encontro da parábola com o eixo x. Na resolução da equação do 2º grau, pode-se observar que: Se > 0 existem 2 raízes reais diferentes. Assim sendo, a parábola “cortará” o eixo x em dois pontos: (x’, 0) e (x”, 0). Se = 0 existem 2 raízes reais iguais (raiz dupla). Assim, a parábola “encostará” no eixo x em apenas um ponto: (x’ , 0) que coincide com o vértice V. Se < 0 não existem raízes reais. Assim sendo, a parábola não “encontrará” o eixo x. 3. Identifique o ponto onde a parábola “corta” o eixo das ordenadas [eixo y]. Este ponto [pertencente ao eixo y] sempre terá o formato: (0 , c) 4. Identifique a direção da concavidade da parábola: Concavidade para cima: a>0 Concavidade para baixo: a<0 5. Após marcar os pontos encontrados no plano cartesiano, trace então a parábola a partir do vértice. Lembre-se que a parábola é uma figura simétrica, e que o vértice encontra-se sobre o eixo de simetria, que sempre é paralelo ao eixo y. V V Nota: com um pouco de prática, você conseguirá construir gráficos de funções quadráticas facilmente. Página 20 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Exemplos: y 1) Construa o gráfico das funções abaixo, com D = ℝ. a) y = x2 – 4 x Obs.: ● Im = { y ℝ | y –4} ● Quando temos na função b = 0, a parábola é simétrica em relação ao eixo “y”. y b) f(x) = – x2 + 2x + 3 x Note que: Im = { y ℝ | y 4 } c) g(x) = x2 + 6x + 9 y x Note que: Im = { y ℝ | y 0} Página 21 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO d) f(x) = x2 – 6x y x e) h(x) = – x2 – 4x – 9 y Resolução: –4 = (– 4)2 – 4.(–1).(–9) = 16 – 36 = – 20 não existem raízes reais [a parábola não “corta” o eixo x] xV = yV = (4) 4 2 2(1) 2 (20) 20 5 4(1) 4 V(–2, –5) –2 0 x V Ponto deduzido através do gráfico –5 –9 Eixo de simetria da parábola Note que: Im = { y ℝ | y – 5 } 2) Um pequeno foguete é lançado de uma base, como mostra o “esquema” ao lado, descrevendo uma trajetória parabólica de equação y = – 3x2 + 60x [sendo x e y medidos em metros]. Determinar: a) a altura máxima atingida pelo foguete; b) o alcance do disparo; c) a que distância do lançamento [na horizontal] o foguete atingiu a sua altura máxima; d) a que distância do lançamento, o foguete atingiu a altura máxima. Página 22 de 29 y 0 x IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 3) Determine a função quadrática que graficamente passa pelos pontos A(–1, 0), B(4, 5) e C(2, –3). 80 m 4) [REBELLO] No desenho ao lado, temos a representação esquemática do sistema de sustentação de uma ponte pênsil. Assim, determine [em metros] a altura do tirante “h”. 40 m 30 m h Resposta: A altura do tirante é h = 22,5 m. Para refletir: O que não se busca de maneira correta não se encontra. [Pensamento retirado de um biscoito da sorte chinês] Página 23 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Exercícios – Função Quadrática 1) Construa o gráfico das funções abaixo, determinando o valor máximo (ou mínimo), o ponto de máximo (ou de mínimo) e o conjunto imagem para cada item. 2 b) g(x) 2x 5x 2 2 2 2 x2 , j) T(x) 3 , 2 e) f(x) 3x 12x d) y 2x 5x g) f(x) x 2 c) h(x) x x 2 9 2 a) f(x) x 9 h) y 2x se x 0 se x 0 f) y x 16 2 2 i) g(x) x 8x 16 x 1 , k) y x 2 4 , 5 , se x 2 se 2 x 2 se x2 l) y se x 1 4 , 2 x x 6 , se 1 x 2x 1 , se x 3 3 2) Através de uma pesquisa estatística, visando um planejamento estratégico, estima-se que, daqui a x anos, o número de pessoas que visitarão um determinado museu será dado pela lei N(x) = 30x2 – 120x + 3000, sendo que 0 ≤ x ≤ 20 anos. Sabendo disso, responda as questões: a) Atualmente, qual é o número de pessoas que visitam o museu? b) Quantas pessoas visitarão o museu no 10o ano? c) Daqui a quantos anos será registrado o menor número de visitantes? d) Qual será o menor número de visitantes? e) Faça uma representação gráfica do modelo matemático em questão. 3) O custo diário de produção de uma indústria de aparelhos telefônicos é dado por C(x) = x 2 – 86x + 2500, onde C(x) é o custo em dólares e x é o número de unidades fabricadas. Quantos aparelhos devem ser produzidos diariamente para que o custo seja mínimo? 4) Um corpo lançado verticalmente do solo para cima, tem as suas posições no decorrer do tempo, dadas pela função horária S = 40t – 5t2 [“t” em segundos e “S” em metros]. Pergunta-se: a) Qual o tempo gasto para atingir a altura máxima? b) Qual a altura máxima atingida? 5) Sabe-se que o lucro total “L” de uma empresa é dado pela fórmula L = R – C, em que, “R” é a receita total e “C” é o custo total da produção (em reais). Numa certa empresa que produziu “p” unidades em determinado período, verificou-se que R(p) = 1000p – p2 e C(p) = 300 + 40p + p2. Nestas condições, determine: a) b) c) d) a função L(p); a produção “p” para que o lucro da empresa seja o máximo possível para esta situação; o lucro máximo; o lucro obtido para uma produção de 300 unidades. Para a Resolução do Exercício 6: Você viu no exercício anterior que Lucro = Receita Total – Custo Total, ou seja, L = R – C. Num contexto bem simples [onde tudo que é produzido é vendido], podemos dizer que a Receita Total [R] é determinada pela multiplicação do Preço de Venda do produto [PV] pela quantidade de Unidades vendidas [U] desse produto. O Custo Total [C] pode ser determinado multiplicando-se o Custo de uma unidade [C1] pela quantidade de produtos ou Unidades fabricadas [U]. Ou seja: Lucro = [PV]U – [C1]U 6) Um pintor de quadros de uma feira de artesanato calculou que o custo total de uma tela pequena é de R$30,00. Ele acredita que se vender cada tela por “x” reais, venderá, por mês, (90 – x) telas. [Considere que: 0 < x < 90]. a) O lucro L obtido pelo pintor é função do preço de venda x. Escreva a lei que define L(x). b) Qual será o lucro mensal se o preço de venda de cada tela for de R$ 40,00? c) Para que valor de x o pintor terá lucro máximo? Qual será esse lucro? 7) Determinar dois números cuja soma seja 70 e o produto seja o maior possível. Página 24 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 8) Qual a área máxima que pode ter uma superfície retangular de perímetro igual a 40 cm? 9) Em uma fazenda, o seu proprietário precisa construir um galinheiro de forma retangular. Dispondo de apenas 30 metros de tela, o homem decide aproveitar um velho muro como uma das laterais do galinheiro. Pergunta-se: a) Qual será a área máxima desse cercado? b) Quais as dimensões deste galinheiro de maior área? 10) [UFOP – MG] Certo dia, numa praia, a temperatura atingiu o seu valor máximo às 14 h. Suponhamos que, neste dia, a temperatura f(t) em graus Celsius era uma função do tempo t, medido em horas, dada por f(t) = – t2 + bt – 160, quando 8 t 20. Obtenha: a) o valor de b; b) a temperatura máxima atingida nesse dia; c) o gráfico de f. 11) O gráfico da função f(x) = 3x – 2 intercepta o gráfico da função g(x) = x2 em dois pontos. Quais são estes pontos? 12) [VUNESP / Adaptada] Duas plantas de mesma espécie A e B, que nasceram no mesmo dia, foram tratadas desde o início com adubos diferentes. Um botânico mediu todos os dias o crescimento (em centímetros) destas plantas. Após 10 dias de observação, ele notou que o gráfico que representa o crescimento da planta A é uma reta e o que representa o crescimento da planta B pode ser Altura y (cm) Planta B 24 x x . Um esquema 12 3 a) a “lei” que descreve o crescimento da planta A; b) o dia em que as plantas A e B atingiram a mesma altura e qual foi essa altura. 0 descrito pela função y Planta A 2 desta situação está apresentado ao lado. Calcule: 2 Tempo x (dias) 13) [GIOVANNI] Determine a função quadrática y = ax2 + bx + 5 correspondente ao gráfico abaixo: y 9 V Lembre-se que: x V 2 b 2a x 14) Determine a função quadrática que passa pelos pontos A(0, 18), B(2, 10) e C(–3, 0). 15) Sabendo que f(1) = 4 e que a função f(x) = ax2 + bx + c passa pelos pontos (2, 0) e C(3, –2), determine o valor de S = a.b.c. 40 m 16) [REBELLO] Para retificar um rio, foi construído um canal de formato parabólico, conforme a figura ao lado. Sabendo que a profundidade máxima do canal é de 12 m, determine a largura do canal a cada 4 m de profundidade. Página 25 de 29 IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 17) [REBELLO] O centro de gravidade de um golfinho saltador descreve uma trajetória parabólica, conforme a figura ao lado. Considerando as medidas apresentadas no desenho, determine a altura máxima atingida pelo golfinho na situação em questão. 18) [REBELLO] Um foguete experimental é disparado do topo de uma colina, toca a extremidade superior de uma árvore, sem mudar sua trajetória e atinge o solo, conforme a figura a seguir. Determine: a) a altura máxima atingida; b) a distância do ponto em que o foguete passa pela altura máxima até o topo da árvore. Reflita sobre isto: O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer. [Albert Einstein] RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS y 1a) f(x) = x2 – 9 1e) f(x) = –3x2 + 12x = 36 = 144 0 Valor mínimo = –9 Ponto de mínimo (0, –9) Im = { y ℝ | y –9 } y –3 V V 12 x 3 Valor máximo = 12 Ponto de máximo (2, 12) Im = { y ℝ | y 12 } –9 0 4 y 2 x 1b) f(x) = 2x2 – 5x + 2 =9 1f) y = –x2 – 16 2 Valor mínimo = –9/8 Ponto de mínimo (5/4, –9/8) Im = { y ℝ | y –9/8 } = – 64 5/4 0 ½ Valor máximo = –16 Ponto de máximo (0, –16) Im = { y ℝ | y –16 } V 2 1c) f(x) = –x + x – 2/9 y = 1/9 Valor máximo = 1/36 Ponto de máximo (1/2, 1/36) Im = { y ℝ | y 1/36 } 1/3 ½ 2/3 V –16 –17 x 1g) f(x) = x2 = 25 –5/4 0 –5/2 V y =0 y 1d) y = 2x2 + 5x Valor mínimo = –25/8 Ponto de mínimo (–5/4, –25/8) Im = { y ℝ | y –25/8 } 1 V 1/36 –2/9 –1 x x 2 –9/8 y x 4 Valor mínimo = 0 Ponto de mínimo (0, 0) Im = { y ℝ | y 0 } –25/8 Página 26 de 29 1 –2 –1 1 2 x IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO 2a) 3000 pessoas =0 2e) Visitantes Gráfico fora de proporção! y 1h) y = 2x2 2b) 4800 pessoas 8 12600 2c) Daqui a 2 anos Valor mínimo = 0 Ponto de mínimo (0, 0) Im = { y ℝ | y 0 } 2d) 2880 visitantes 2 –2 –1 1 3000 x 2 2880 y –8 1i) g(x) = – x2 – 8x – 16 –4 0 20 anos 0 x V =0 2 3) 43 aparelhos 4a) 4 s 4b) 80 m 5a) L(p) = – 2p2 + 960p – 300 Valor máximo = 0 Ponto de máximo (– 4, 0) Im = { y ℝ | y 0 } 5b) p = 240 unidades (XV) –16 5c) Lucro máximo = 114.900 reais (YV) 5d) L(300) = 107.700 reais 1j) Ponto de mínimo infinitos pontos: (x , –3) com x < 0 Im = { y ℝ | y 0 ou y = –3 } Valor mínimo = –3 6a) L(x) = – x2 + 120x – 2700 y 6b) R$ 500,00 6c) x = 60 reais e L(60) = 900 reais 4 V 0 x 2 7) 35 e 35 8) 100 cm2 9a) 112,5 m2 9b) 15 x 7,5 m 10a) b = 28 10b) temper. máxima = 36 ºC (YV) 10c) –3 temperatura (ºC) 1k) Valor máximo = 5 Ponto de máximo infinitos pontos: (x , 5) com x > 2 Im = { y ℝ | y < –3 ou 0 y 4 ou y = 5 } V 36 y 5 4 V 0 –3 8 14 20 tempo (h) 0 x 2 –2 11) Os pontos são: (1, 1) e (2, 4) –3 –4 12a) y 2 12b) Atingiram a mesma altura, de 9 cm, no 6º dia. 1l) Im = { y ℝ | –25/4 y < 0 ou y 5 } Ponto de mínimo (1/2 , –25/4) y Valor mínimo = –25/4 13) y = – x2 + 4x + 5 5 14) f(x) = – 2x2 + 18 0 15) S = –70 16) profundidade “zero” largura do canal = 40 m 1/2 –1 3x 3 profundidade 04 m largura do canal 32,7 m x profundidade 08 m largura do canal 23,1 m –4 –6 –25/4 profundidade 12 m largura do canal = “zero” V 17) 3,2 m Página 27 de 29 18a) 29,3 m 18b) 28,9 m IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Curiosidade: A Catenária Existem duas formas geométricas que são muito parecidas: a parábola e a catenária. As curvas representadas nas figuras [1] e [2] ao lado, têm a mesma longitude, no entanto, as primeiras são catenárias e as segundas, parábolas. A diferença é perceptível, embora sutil. Veja que na segunda figura, as curvas são mais pontiagudas. Quando a curva não é muito pronunciada, a única forma de distinguir uma catenária de uma parábola é através das respectivas equações. Assim, em situações digamos “simples”, podemos modelar um problema matematicamente fazendo uso de uma parábola e não de uma catenária, obviamente considerando uma aproximação razoável. Faríamos isso, pois a catenária necessita de uma função “transcendente” para representá-la analiticamente e a parábola, na posição em que aparece na figura ao lado, pode ser representada analiticamente por uma função quadrática, como acabamos de estudar. Matematicamente falando, a catenária descreve uma família de curvas planas semelhantes às que seriam geradas por uma corda [ou cabo] suspensa pelas suas extremidades e sujeita à ação da gravidade. A palavra catena significa “corrente”. A figura ao lado apresenta uma catenária [ou cabo pendente] como um cabo telefônico [ou de tv, por exemplo] estendido entre as duas torres, e pendendo livremente devido ao seu peso. Note que a figura está posicionada num sistema de coordeandas cartesianas. Figura: THOMAS, George B. Cálculo. v.1. Pearson, 2009. Agora, veja abaixo que a equação da curva catenária é dada por uma função hiperbólica: x a y a.cosh y Sendo que a sua equivalente forma exponencial é: a 2 ex/a e x/a Abaixo temos catenárias para diferentes valores de “a”. Página 28 de 29 [onde “cosh” é o cosseno hiperbólico] [onde “e” é o número de Euler] IFSC / Cálculo I Prof. Júlio César TOMIO Aspectos Históricos: O problema de descrever matematicamente a forma da curva formada por um fio suspenso entre dois pontos e sob a ação exclusiva da gravidade foi proposto por Galileu Galilei, que propôs a conjectura de que a curva fosse uma parábola. Aos 17 anos de idade, Huygens mostrou em 1646 de que a conjectura era falsa. Em 1690, Johann Bernoulli relançou o problema à comunidade científica. A resolução do problema foi publicada independentemente em 1691 por John Bernoulli, Leibniz e Huygens. Referências [acessadas em 17/08/2011]: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caten%C3%A1ria http://sosmatematica.com.sapo.pt/mundomatematico/catenaria.htm Curta se puder... Espaço para anotações: Página 29 de 29 Interessou? Procure saber mais!