Física – Arquitectura Paisagística Análise gráfica dos resultados experimentais __________________________________________________________________________ ANÁLISE GRÁFICA DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS Após a realização de um experimento, deseja-se estabelecer a função matemática que relaciona as variáveis do fenómeno físico estudado. Nos nossos experimentos obteremos funções do tipo y = ax + b (rectas) e/ou y = ax 2 (parábolas) onde a e b são constantes a determinar. Um dos métodos mais simples para abordar este problema é o da análise gráfica e a linearização dos resultados experimentais. O gráfico é importante para visualizar o comportamento das grandezas físicas utilizadas de uma forma fácil e directa. Sistema de eixos cartesianos ortogonais • Para construir um gráfico, utiliza-se um sistema de eixos cartesianos ortogonais que são dois eixos perpendiculares entre si, sendo o ponto de intersecção denominado origem. • Os valores das grandezas envolvidas são colocados utilizando uma escala adequada para cada eixo. • O eixo na horizontal (por convenção) é denominado eixo das abcissas e nele são colocados os valores da variável independente. • O eixo na vertical é denominado eixo das ordenadas e nele são colocados os valores da variável dependente. I) CONSTRUIR O GRÁFICO PARA OS DADOS DA TABELA 1 Tabela 1 s (m) t (s) 0 0 5 1 10 2 15 3 20 4 25 5 Observe que o espaço (s) é a variável dependente (y) e o tempo (t) é a variável independente (x). Será uma recta que passará na origem. No Excel 1. A primeira coluna será a das variáveis independentes, x. Copiamos a segunda coluna da tabela para a coluna A do Excel. _______________________________________________________________________ Ana Rodrigues Departamento de Física FCT 1 Física – Arquitectura Paisagística Análise gráfica dos resultados experimentais __________________________________________________________________________ 2. A segunda coluna será a das variáveis dependentes, y. Copiamos a primeira coluna da tabela para a coluna B do Excel. 3. Inserir o gráfico “Dispersão”: • • • • • • • Seleccionar dados. Adicionar. Nome da série: Nome do gráfico. Seleccionar a coluna A para x. Seleccionar a coluna B para y. Ok. Eliminar as linhas horizontais. 4. Inserir uma caixa de texto: no eixo y com s(m) e no eixo x com t(s). Pode ser inserido também no Word. 5. Com o lado direito do rato: • Carregar nos símbolos. • Seleccionar: adicionar linha de tendência (linear). t(s) Existem algumas normas para a construção de gráficos que deverão ser seguidas: • • • • Não escrever no gráfico os valores da tabela original. Não traçar linhas paralelas aos eixos. Não ligar os pontos através das linhas. Deve-se indicar a grandeza representada no eixo e a respectiva unidade. _______________________________________________________________________ Ana Rodrigues Departamento de Física FCT 2 Física – Arquitectura Paisagística Análise gráfica dos resultados experimentais __________________________________________________________________________ CÁLCULO DOS PARÂMETROS DA RECTA. A partir do declive e da ordenada na origem da recta podemos determinar valores de grandezas físicas. Uma recta é descrita analiticamente por: y = ax + b ande a é o declive da recta e b a ordenada na origem. Para determinar gráficamente os parâmetros a e b da recta procedemos da seguinte forma: • Escolhemose dois pontos sobre a recta, preferencialmente próximos de extremos opostos da linha, para diminuir o erro gráfico. • Determinamos as cooordenadas (x1 , y1 ) e (x 2 , y 2 ) dos pontos P1 e P2 , respectivamente. O declive é dado por: a= ∆y y 2 − y1 = ∆x x 2 − x1 Exemplo: Considere a Figura. _______________________________________________________________________ Ana Rodrigues Departamento de Física FCT 3 Física – Arquitectura Paisagística Análise gráfica dos resultados experimentais __________________________________________________________________________ Cálculo do declive: Para o ponto P1 , temos x1= 14 g e y1= 76 cm3. Para o ponto P2 , temos x2= 48 g e y2= 236 cm3. a= 236 − 76 = 4.7 cm 3 / g 48 − 14 Não há restrições quanto a escolher pontos pontos experimentais, desde que a recta passe pelos pontos. Cálculo da ordenada na origem: O coeficiente b é o valor de y para x=0. Se o par (0, y ) estiver representado no gráfico, pode-se ler directamente o valor de b, pois é a ordenada em que a recta intercepta o eixo y. Quando a intercepção acontece num ponto diferente deste, teremos que recorrer a equação da recta para determiná-lo. Podemos substituir na equação, y = ax + b , os valores das coordenadas do ponto P1 ( ou P2 ) e o valor do declive da recta, para calcular b. Substituindo os valores das coordenadas do ponto P1 teremos : 76 = 4.7 × 14 + b ⇒ b = 10 cm 3 No Excel: • • Declive da recta → Inserir Função. Carregar no declive. Seleccionar os valores para x e para y. Resultado: 5. Ordenada na origem → Inserir Função. Carregar na Intercepção. Seleccionar os valores para x e para y. Resultado: 0. II) CONSTRUIR O GRÁFICO PARA OS DADOS DA TABELA II Tabela 2 x (m) y (m) 6,68 3,5 y (m) 100 90 80 70 12,46 20,1 60 18,57 29,8 50 24,48 40,6 Série1 Potência (Série1) 40 30 27,69 65,1 20 33,36 85,0 10 x (m) 0 0 10 20 30 40 _______________________________________________________________________ Ana Rodrigues Departamento de Física FCT 4 Física – Arquitectura Paisagística Análise gráfica dos resultados experimentais __________________________________________________________________________ Observação: Para o Excel temos que utilizar vírgulas e não pontos nas casas decimais. Obtemos uma parábola. LINEARIZAÇÃO DO GRÁFICO Para linearizar o gráfico anterior temos que elevar os valores de x ao quadrado, porque a curva anterior é uma parábola. y (m) x (m) y (m) x2 (m2) 6,68 3,5 44,62 90 80 70 12,46 20,1 155,25 60 18,57 29,8 344,84 50 Série1 24,48 40,6 599,27 40 Linear (Série1) 27,69 65,1 766,74 33,36 85,0 1112,89 30 20 10 x2 (m) 0 0 500 1000 1500 _______________________________________________________________________ Ana Rodrigues Departamento de Física FCT 5