UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA-INC UNIDADE ACADEMICA DE BENJAMIN CONSTANT LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA MARIA ANTÔNIA FERREIRA DA SILVA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO A PRÁXIS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA Benjamim Constant-AM 2010 MARIA ANTÔNIA FERREIRA DA SILVA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: A PRÁXIS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial a obtenção do grau de Licenciado (a) no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pelo Instituto Natureza e Cultura-INC/UFAM/BC. Orientadora: Profª Oderlene Bráulio da Silva Benjamin Constant-Am 2010 MARIA ANTONIA FERREIRA DA SILA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: A PRÁXIS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA Trabalho de conclusão de Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito final á obtenção do grau de licenciado (a) no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pelo Instituto Natureza e CulturaINC/UFAM/BC. Aprovado em 30 de dezembro de 2010 BANCADA EXAMINADORA _______________________________________ Profª Mcs. Oderlene Bráulio da Silva- INC ∕ UFAM ∕ BC (Presidente) _______________________________________________________________________ Prof. Esp. Josenildo dos Santos de Souza- INC ∕ UFAM ∕ BC (Membro) ____________________________________________________________ Profª. Esp. Darcimar Souza Rodrigues∕ UEA ∕ TBT( Membro) Dedicatória Primeiramente dedico o resultado do meu trabalho a Deus, que tem me agraciado com bons resultados, nas atividades desenvolvidas no curso de Pedagogia. Depois dedico esta conquista, a minha capacidade de superar as dificuldades e nelas encontrar motivação para continuar me superando enquanto eterna aprendiz da vida. Agradecimentos Este é um trabalho resultante de percalços e superações, sendo que em cada obstáculo encontrado ao longo do percurso de quatro anos e meio, pude encontrar apoio na entidade maior (Deus) e pessoas que tanto me incentivos através de gestos e palavras confortantes e motivadoras, que me impulsionaram a concluir mais uma etapa do ensino continuado, na minha trajetória existencial. Para tanto meu agradecimento inicia-se na entidade maior, Deus, que movi a minha vida, para a direção que desejo navegar enquanto respiro a pureza da vida. Agradeço também a meus pais, pessoas humildes, que na simplicidade encontraram a forma mais correta de me ensinar os valores da vida. Aos meus filhos, Angelo Xavier e Xavier Junior, que compreenderam a minha ausência em momentos importantes dos seus desenvolvimentos, para alcançar uma conquista por mim desejada. Ao meu companheiro de 17 anos, que tem me dado apoio emocional e financeiro durante a jornada. As minhas amigas de turma, que cresceram junto comigo nesse objetivo compartilhado. E por último vão meus agradecimentos mais especiais, que estão reservados sem nenhum medo de errar, aos orientadores (as) do curso de pedagogia que mediaram para a minha formação os saberes pedagógicos. Epígrafe Verdades da profissão de professor Verdades da Profissão de Professor Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda. Paulo Freire RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso reúne a trajetória acadêmica de Maria Antônia Ferreira da Silva, aluna do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas, realizado na cidade de Benjamin Constant entre os anos de 2006 a 2010. De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso oconcludente de Pedagogia deve apresentar um trabalho científico contemplando os seguintes itens: memorial relatando a trajetória de formação; os estágios supervisionados em gestão escolar, educação infantil e anos iniciais, e a monografia com um objeto de estudo da área de formação neste caso com atemática Gestão Participativa na escola: um olhar a partir de uma instituição pública de ensino do município de Benjamin Constant, esta desenvolvida ao longo das disciplinas de Práticas da Pesquisa Pedagógica e do estágio em Gestão Escolar. Para tanto é um trabalho científico fundamentado em Bianchi (2005), que trata do estágio supervisionado, nas Diretrizes Curricular do Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia do INC/BC, e em Luck (2005, 2006), Paro (2008) dentre outros, que realiza estudos sobre a gestão escolar no Brasil. Dessa forma foi a partir deste TCC que pudemos verificar a importância da práxis na formação pedagógica do futuro profissional da educação. Palavras chaves: Educação. Memorial.Práxis Pedagógica. Gestão Participativa RESUMEN Este trabajo fin de curso cumple com la vida académica de María Antonia Ferreira da Silva, um estudiante de la Licenciatura enEducación completa, de la Universidad Federal del Amazonas, em La ciudad de Benjamin Constant entre los años 2006 a 2010.De acuerdo com el Programa de Educación del Curso de Educación facilitará El trabajo concluyentes científicos, incluídos los siguientes elementos: memoria informar de laruta de acceso de la formación, el entrenamiento supervisado en la gestión escolar, la educación de la primera infancia y los primeros años, y la monografia com un objeto de estúdio área de formación en este caso com el tema de gestión participativa em la educación: una visión desde una universidad pública em la ciudad de Benjamín Constant, Esta desarrollado en las disciplinas de la Investigación Educativa y Práctica em La Escuela de Dirección Escénica. Porque esto es un artículo científico sobre la base de Bianchi (2005), que se ocupa de entrenamiento supervisado, escenario Directrices Curriculares. Encuadramiento curso de Pedagogía, INC/BC., y la suerte (2005, 2006), Parodi (2008), entre otros, que realiza estudios sobre la gestión de la escuela en Brasil. Por lo tanto, se desprende que el TCC puede comprobar la importancia de la práxis em la formación pedagógica de la educación profesional em el futuro. Palabras claves: Educación. Memorial. Praxis Pedagógica. Manejo Participativo SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................. 09 1MINHA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO....10 1.1 Aprimorando a educação informal na escola.................................................................11 1.2 Educação formal: a superação........................................................................................13 1.3 Conhecimentos da Sociedade/Cultura: o núcleo comum da formação....................... 16 1.4 As disciplinas para a formação do pedagogo.................................................................19 1.5 Práticas da Pesquisa Pedagógica....................................................................................22 1.6 Atividades complementares...........................................................................................23 1.7 A prática profissional.....................................................................................................24 2 ENCONTRANDO-ME NO CAMPO PEDAGÓGICO..............................................27 2.1 Estágio na Educação Infantil: uma nova descoberta......................................................28 2.1.1 Observação e participação ativa: contato direto com o campo de estágio.................30 2.1.2 Regência supervisionada: momento de contribuição.................................................36 2.2Estágio nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: conhecendo a realidade do campo de estágio.............................................................................................................39 2.2.1 Observação e participação ativa: contado direto com o campo.................................41 2.2.2 Regência supervisionada: momento de contribuição.................................................43 2.3 Estágio Supervisionado na Gestão Escolar....................................................................48 2.3.1 Observação: identificando a participação...................................................................49 2.3.2 Intervenção ∕ docência: sensibilizando a participação................................................50 3 GESTÃO PARTICIPATIVA NA ESCOLA: UM OLHAR A PARTIR DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE BENJAMIN CONSTANT.......................................................................................................................54 3.1 Gestão participativa a luz da teoria................................................................................57 3.1.1 Conceito e importância da gestão participativa na escola..........................................57 3.1.2 A gestão escolar no Brasil: resgatando a história.......................................................61 3.1.3 A gestão participativa e os mecanismos de democratização.......................................68 3.2 Caracterizando o campo e os sujeitos da pesquisa........................................................72 3.3. Análises e discussões....................................................................................................77 3.3.1 Gestor escolar: atribuições e perfil.............................................................................77 3.3.2 A comunidade escolar: composição e papel frente à gestão......................................81 3.3.3 Os mecanismos de democratização da escola............................................................88 3.3.4 Os entraves e as possibilidades da gestão participativa na escola..............................91 CONSIDERAÇÕES FINAIS: TRÊS REALIDADES E UMA COMPREENSÃO............................................................................................................. 96 REFERÊNCIAS.................................................................................................................99 ANEXO............................................................................................................................. 103 INTRODUÇÃO O trabalho de Conclusão de Curso objetiva apresentar o memorial, os estágios supervisionados e a pesquisa, os quais são suporte à formação e atuação profissional do egresso de pedagogia. É um trabalho que se justifica por exigência legal do curso determinado no Projeto Político Pedagógico do Curso que configura-se como produto final das atividades realizadas durante as disciplinas obrigatórias voltadas a Prática da Pesquisa Pedagógica e a prática profissional, estas tão necessárias no aliamento entre ensino e pesquisa. É um trabalho de caráter científico, pois implicou num estudo rigoroso e detalhado da realidade educacional envolvendo os campos de atuação (gestão escolar, educação infantil e anos iniciais). Os estudos que proporcionaram uma abordagem qualitativa da educação no município de Benjamin Constant foi possibilitado a partir do levantamento bibliográfico, pesquisa em campo em escola pública onde foi utilizado algumas técnicas de pesquisa como: observação participante, estudo de caso e entrevista semiestruturada. Para tanto é um trabalho de conclusão organizado da seguinte forma: o capitulo número 1 traz de forma suscinta os acontecimentos mais relevantes que fizeram e ainda fazem parte do meu processo de desenvolvimento pessoal e profissional, bem como a vida familiar, iniciação a educação escolar e a preparação profissional, destacando assim as características particulares de cada uma das etapas de desenvolvimento pessoal e profissional. No 2° capítulo estão expostos os estágios supervisionados, suas atividades e resultados obtidos, dando relevância maior, aos pontos que promoveram análises e reflexões (questões norteadoras), diante da realidade encontrada. O 3° capitulo traz em seu contexto a monografia tema esse que aborda a ―Gestão participativa na escola: um olhar a partir de uma instituição pública de ensino do município de Benjamin Constant‖ objeto de estudo que esteve presente nos campos da prática profissional e do estágio em gestão, ressaltando neste os materiais e métodos, o referencial teórico, os resultados obtidos e as reflexões sobre à temática. Dessa forma o presente trabalho trata-se de um trabalho científico onde o acadêmico tem a oportunidade de fazer um apanhado geral, sobre sua trajetória acadêmica relacionando o aprendizado pessoal com o conhecimento profissional, transparecendo suas particularidades, em planejar, criar e executar o conhecimento pedagógico. 1 MINHA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO Foto 1: Minha participação na I Conferencia Municipal dos Conselhos Escolares do Alto Solimões- I COMCEAS “A consciência de ser inacabado dá às pessoas a possibilidade de irem além delas” e esta é uma das marcas dos seres humanos. Paulo Freire (1998) Este capítulo objetiva explicitar de forma articulada os acontecimentos mais relevantes da minha vida pessoal, profissional e acadêmica, enfatizando de forma coerente os acontecimentos que caracterizaram as disciplinas, as práticas pedagógicas as metodologias, as diferentes atividades a qual participei enquanto acadêmica e o que favoreceu a minha formação e futura atuação profissional. Neste será destacado os pontos positivos e negativos que proporcionaram aprendizagem pedagógica e vivencial para o dia-a-dia da realidade existente na minha vida enquanto acadêmica que buscou capacitação para exercer a profissão com qualidade e competência. O presente capítulo, portanto, configura-se como um memorial que segundo Severino (2000, p.175) (...) constitui-se, pois, uma autobiografia, configurando-se como uma narrativa simultaneamente histórica e reflexível. Deve então ser composta sob a forma de um relato histórico, analítico e crítico, que dê conta dos fatos e acontecimentos que constituíram a trajetória acadêmico-profissional de seu autor, de tal modo que o leitor possa ter uma informação completa e precisa do itinerário percorrido. Deve dar conta também de uma avaliação de cada etapa, expressando o que cada momento significou as contribuições ou perdas que representou. Desta forma, será descrito neste capítulo o meu processo de formação desde a educação obtida na minha convivência familiar à educação profissionalizante, onde será destacado em subtópico titulo referenciando cada um dos processos de aprendizagens adquirido ao longo da minha vida, como, ensino fundamental, médio e superior. 1.1 Aprimorando a educação informal na escola Filha de trabalhadores extrativistas do interior do Amazonas, mas precisamente de pequenas localidades situadas às margens afluentes do rio Solimões me cabia desde cedo à responsabilidade de ajudar a cuidar dos meus irmãos e da humilde casa a qual estávamos morando no momento, pois em virtude da sua atividade de trabalho meus pais eram obrigados a freqüentemente mudar de lugar para conseguir extrair madeiras. Os valores não podem ser vistos como atributos que se tem ou não se tem, mas precisam ser encarados como prática que, conduzindo a solidariedade, constrói a verdadeira liberdade. Valores não se explicam, praticam-se continuamente e, no seu exercício, analisa-se o mundo em que vive e no que se busca convier. (ANTUNES, 2004, p.46) Mesmo analfabetos, meus pais me educaram para viver em sociedade, pois se pautavam no respeito, na ética, na moral e nos bons costumes, fatores esses predominantes no dia-a-dia das pessoas humildes da nossa região. Dessa forma, quando fui apresentada a instituição de ensino, eu não era um ser zerado de conhecimentos e sim um ser com conhecimentos particulares que necessitavam serem aprimorados para que enquanto sujeito social pudesse exigir cada vez mais a formação e a qualificação profissional e por seqüência continuada. Devido às condições financeiras dos meus humildes pais eu iniciava o ano letivo na escola, mas poucas vezes pude concluir o mesmo, pelo motivo de termos que retornar para junto do meu pai enquanto praticava sua atividade madeireira. Na cidade a nossa situação financeira era muito pequena e em virtude disto, éramos levados a fazer companhia ao meu pai, pelos simples fato de que a vida por lá era farta e não era necessário ter dinheiro para comer e beber, uma vez que a floresta era rica de alimentos e a água também era de graça. Manter a família na cidade representava para meu pai duas despesas, a dele lá nos altos rios e a nossa no centro urbano. E como ele poderia fazer isso se as pessoas que financiavam o extrativismo, superfaturavam a mercadoria e o exploravam desvalorizando o produto do seu trabalho? Voltando ao assunto sobre minha formação, eu ficava no máximo seis meses na escola, e tinha que desistir. Mas é claro que o pouco que eu permanecia na escola era de grande valia para mim e minha família, pois redigia pequenas cartas para meu pai, quando ele queria mandar um recado para seu patrão na cidade, por alguém que passava vindo para Benjamin Constant. O simples fato de conhecer as letras do alfabeto me tornava uma pessoa necessária na vida do meu pai e seus ajudantes de trabalho. Como a maioria era analfabeta como meu simples pai, eu era a responsável para redigir cartas para os familiares de cada um que me pedia. Então, quando uma pessoa passava baixando das cabeceiras do rio indo rumo à cidade eu ficava cansada de tanto escrever pequenas cartas, onde continha nas cartas dez linhas que dizia: Rio Ituí, data do ano e mês, dava saudação aos familiares e lhes dizia que estava escrevendo-lhes poucas linhas para lhes informar que estava bem e que esperava que todos também estivessem e que Deus lhes abençoassem. Se a carta fosse para pai ou mãe, no inicio pediam-lhes a bênção e logo após a saudação. Para quem vive em uma sociedade letrada sabe ler e escrever da forma correta, como é pedido pela gramática os assentos, as vírgulas, as concordâncias, a forma de escrever é de suma importância, no entanto isso é diferente das pessoas que só têm a alfabetização, o que era o caso das pessoas que recebiam as cartas de alguém de sua família escrita por mim, o mesmo acontecia com os patrões que em grande maioria só sabiam escrever seus nomes. Eu era uma semi analfabeta escrevendo para pessoas que codificavam símbolos e interpretavam o que eu queria dizer nas poucas e simples palavras que lhes escrevia. Lembro-me que nesta época a minha simples forma de escrever cartinhas era composta pelas letras mais bonitas que eu podia escrever, e que também eram simples palavras que significavam bastante para as pessoas que queriam dar notícias ou recebê-las. Relatar esses fatos mostra que a educação obtida por mim durante minha infância foi resultante dos ensinamentos que recebi dos meus familiares, do meio a qual eu estava inserida e dos poucos momentos que convivi na escola. Dessa forma, o pouco que eu podia receber da escola era de suma importância para mim e o meu contexto familiar, não importava se eu não iria mudar de série no ano seguinte, mas o que eu havia aproveitado no pouco tempo que ficava na escola. Isto me lembra das várias vezes que minha mãe decidia me tirar da escola, e dizia: ―meus filhos vamos nos arrumar que iremos ao encontro do pai de vocês no máximo em uma semana‖. Então no dia seguinte eu ia para a escola e comentava com a minha professora, pessoa essa que eu demonstrava diretamente respeito e afeto. Ao saber da notícia a professora demonstrava tristeza com a minha desistência e mandava chamar a minha mãe para juntas encontrarem soluções. Em uma das viagens minha mãe e meus irmãos partiram sem mim. Tive que ficar morando na casa de parentes, para que eu não desistisse. Se de um lado era bom, por outro não era, mas como desde cedo fui obrigada a desenvolver responsabilidades de pessoas adultas, isso não representou problema e sim oportunidade. Dos sete aos dez anos de idade eu trabalhava em casa para ajudar a minha mãe ou as pessoas que ficavam comigo para que eu estudasse. A partir dos dez anos de idade eu estava na terceira serie e passei a trabalhar em casa de família, recebendo um baixo pagamento. As pessoas para quem trabalhei alegavam que eu ainda não era adulta e que, portanto iria ganhar menos. De início diziam-me que eu iria apenas realizar poucas atividades do lar, mas quando eu assumia a função trabalhava mais que muitos adultos, e recebia um valor em dinheiro muito abaixo da média, era a exploração do trabalho infantil. Ao refletir sobre a minha formação pessoal, me deparo com o que Paulo Freire (2001) diz: ―o homem é um ser inacabado, e que se constitui ao longo de sua vigência enquanto ser social, interagindo com o meio em que vive‖. Seguindo esta linha de pensamento identifico meu aprendizado como conseqüência da minha vivência junto aos meus familiares e a convivência nas instituições de ensino, pois com a minha família aprendi a sobreviver no mundo, e na escola aprimorei os conhecimentos existentes para me integrar a sociedade. 1.2 Educação formal: a superação Uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação social da profissão, da revisão constante dos significados sociais da profissão, da revisão das tradições. Mas também da reafirmação de práticas consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Práticas que resistem a inovações porque prenhes de saberes validos as necessidades da realidade. Do confronto entre as teorias e as praticas, da analise sistemática das praticas a luz das teorias existentes, da construção de novas teorias. Constrói-se também, pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor conferem a atividade docente em seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua historia de vida, de sua representação, de seus saberes, de suas angustias e anseios, do sentido que tem em sua vida o ser professor. Assim como a partir de sua rede de relações com outros professores, nas escolas, nos sindicatos e em outros agrupamentos. (PIMENTA apud LUCENA, 2004, p. 67) Como ninguém escapa das coisas da vida aos quinze anos de idade conheci um lindo rapaz, com quem tive meu primeiro filho um ano depois. Para muitos, ser mãe cedo é um atraso de vida no meu caso eu não penso assim. Aos dezesseis assumi minha família, e passei a cuidar dela até hoje. Na educação escolar, eu dei uma parada por sete anos consecutivos, estava esperando meus filhos crescerem, pois nesse espaço de tempo engravidei pela segunda vez, pena que dessa vez não tive a maravilhosa sorte de ter meu filho em meus braços, porque por algum motivo Deus quis meu filho para si, e na hora do parto meu bebê faleceu. Mas como Deus não faz nada por acaso, pouco tempo depois eu engravidei pela terceira vez e Deus me presenteou com um lindo menino. Após esse intervalo eu e o meu grande amigo companheiro construímos uma situação financeira estável, mas me faltava alguma coisa. Eu queria ser independente, mas sabia que não podia ser trabalhando na casa dos outros, pois eu tinha uma vida financeira que me proporcionava pagar alguém para realizar o trabalho doméstico. Foi quando decidi voltar a estudar para conseguir conquistar uma capacitação para concorrer a cargos mais elevados perante a nossa sociedade, fator esse que em certo momento passou a me cobrar um conhecimento escolar maior. Foi então que retornei a escola, de início participei de um programa da rede de ensino que proporcionou eu concluir o ensino fundamental uma vez que eu havia parado na terceira série. Nos dois anos seguintes participei do programa Tempo de Acelerar e conclui o ensino médio. Até aqui eu já havia conquistado várias vitórias. Enquanto eu concluía o ensino fundamental, tive a oportunidade de participar do concurso da SEDUC e conquistei o cargo de merendeira no qual já estou há seis anos. Um ano após ter conquistado o cargo de merendeira da escola Imaculada Conceição, participei de um vestibular que me ingressou ao curso de pedagogia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Da terceira série do ensino fundamental para o curso de pedagogia, isso em três anos, minha vida estudantil foi criticada e desvalorizada perante a sociedade local uma vez que eu estava buscando superar o tempo que passei fora da escola em um programa educacional que me proporcionou uma formação rápida sem cumprir as etapas correspondentes ao ensino fundamental e médio. Concluir e educação básica e o ensino fundamental através do programa Tempo de acelerar foi uma oportunidade que me apareceu e que eu aproveitei o máximo que pude. Mesmo sendo um programa muito criticado por algumas pessoas eu não me importei e aproveitei o que ele podia me proporcionar. Para comprovar a veracidade desde programa temos varias pessoas que se formaram através do mesmo inclusos na universidade federal do amazonas. Isto para mim é uma alegria e convicção de que não importa de que forma é oferecido o conhecimento o diferencial é a vontade do aprendiz. E é essa vontade que me move a cada dia que luto pela minha formação, jamais deixaria o aconchego do meu lar para esta em uma sala de aula somente para ser mais uma aluna, eu estou lá para aprende a aprender cada dia mais. Minha história de vida é baseada em um processo de construção onde cada dificuldade foi sendo superada, e isso me faz reconhecer que não importa o modelo de educação o importante é que eu saiba articular a diversidade de ensino, aprimorando cada conhecimento adquirido a todo instante de vida, sendo no convívio familiar ou nas instituições educacionais. Eu sou uma pessoa que desejo o conhecimento e tudo busco aprender. Tenho muito orgulho de dizer as pessoas a quem interessa de onde eu vim, e em qual realidade eu me formei como cidadã ativa, preocupada com a realidade da sociedade em que vivo. Sei que as coisas que fazem parte da vida humana aconteceram muito cedo em mim, mas acredito que já estava preparada para assumir responsabilidades graças à educação informal que recebi dos meus pais, ambos semi-analfabetos, mas conhecedores dos bons costumes e da moralidade. Pude comprovar a veracidade da educação dos meus pais quando conheci e freqüentei a sala de aula. Lá eu pude comprovar que os ensinamentos eram parecidos, somente tinham maior aprofundamento para que o que era falado pudesse ser escrito no papel. E isso foi reafirmado ao adentrar a Universidade. Ao ingressar no Instituto de Natureza e Cultura/UFAM, me senti alegre e amedrontada, pois eu nem tinha idéia do que estava a minha espera. Confesso que o meu maior receio naquele momento foi o fato de ter concluído o ensino fundamental e o médio através do programa É Tempo de acelerar, sabendo que a grande maioria tinha feito etapa por etapa e tinham se formado em magistério. Outro fato que pesou foi que a maioria das pessoas da minha turma já estava atuando em sala de aula há muito tempo, enquanto que eu não tinha a mínima idéia do que seria ministrar aulas. Deparei-me com tantas pessoas que pensei: meu Deus aonde eu vim parar! Será que é isto que quero? Mas aos poucos fui me encontrando, pois dos cursos que são oferecidos pela universidade a área pedagógica foi à única que eu me encaixava. Tive essa certeza quando foi ressaltado que a pedagogia é um curso que mesmo tendo um núcleo comum com os demais cursos de formações, proporciona conhecimentos tanto para o trabalho em sala de aula quanto para os diferentes setores das instituições educativas. 1.3 Conhecimento da Sociedade/Cultura: o núcleo comum da formação A Universidade é uma Instituição de Educação Superior, com o objetivo de realizar a missão de conjugar ensino, pesquisa e extensão. Atualmente a UFAM ocupa posição de liderança na Região Norte, sendo reconhecida como responsável pelo aprimoramento intelectual e a formação profissional do homem amazônico, pela preservação da nossa cultura, da nossa história. Trata-se, portanto, de uma Universidade pública e gratuita comprometida com a formação do cidadão. Saber do objetivo e do papel da Universidade nas sociedades brasileiras me causou a felicidade de ter alcançado uma grande conquista mesmo estando apenas iniciando o curso, era como ter dado um passo bastante grande em direção a um topo que há muito tempo desejo chegar. Lembro-me de quando adentramos a sala de aula cada professor que também adentrava, se apresentava e pedia para que cada acadêmico também o fizesse complementando com o porquê da escolha pelo curso de pedagogia. Esse foi um momento de impacto para mim, eu sabia que queria uma formação, somente não tinha certeza do que eu queria. A maioria se apresentou dizendo que tinha escolhido pedagogia pelo fato de trabalharem como professores e que a rede de ensino estava cobrando a formação dos mesmos. No meu caso eu expliquei que o que eu entendia de educação era ter ajudado minha mãe cuidar e educar os meus irmãos ter cuidado dos filhos de algumas pessoas com quem trabalhei e depois de cuidar e educar os meus filhos. Após ter feito o reconhecimento da turma fiquei um pouco mais calma, mas não deu para relaxar. Em seguida fomos conhecendo as disciplinas correspondentes ao curso de pedagogia, sua grade de professores, suas metodologias e a carga horária de cada disciplina. Quando foi dito o nome de cada atividade, eu tremia de medo, pois eu nunca tinha nem ouvido falar que existia tais atividades. Esse foi o primeiro momento em que pensei a desistir do curso, não me achava capaz de realizar as atividades e seus procedimentos. O primeiro período foi muito difícil, por mais que eu me esforçasse eu não estava compreendendo o sentido das disciplinas. Outro fato era que eu não conseguia relacionar uma disciplina com a outra. Essas primeiras dificuldades me reafirmaram o conceito que eu não tenho a vocação para ministrar aulas para quem quer que seja. Na metade do primeiro período, os trabalhos eram sempre em grupo ou dupla, depois chegamos à fase individual, onde cada um batalhava para obter sua nota. Essa foi à etapa da estréia de todos, passamos a defender nossos trabalhos acadêmicos na frente no lugar do orientador da disciplina. Confesso que esse foi o momento que mais senti dificuldade. As pernas tremiam, a voz gaguejava, o corpo suava frio e não tinha ninguém para me socorrer, era o meu momento. No primeiro período já comecei a ficar para a prova final, pois tinha dificuldade em tudo. Uma das coisas que me chamou bastante a atenção é o fato de que na grade curricular do curso de pedagogia existem disciplinas que são comuns aos demais cursos de licenciatura da Universidade. No núcleo comum da formação temos as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa I, Língua Portuguesa II, Introdução a Filosofia, Gestão Organizacional, Sociologia Geral, Psicologia Geral, Informática Básica, Introdução a Antropologia, Fundamentos da Matemática e Estatística, Metodologia do Estudo e da Pesquisa. Essas são as disciplinas que são indispensáveis na vida acadêmica de qualquer curso. O núcleo comum da formação é composto por disciplinas que trazem em seus conteúdos básicos informações necessárias para a formação de todo e qualquer profissional, sendo que as mesmas são referentes aos saberes culturais e sociais das sociedades. Todas as disciplinas têm suas finalidades específicas e suas características, mas que se relacionam nos ensinamentos de formação do conhecimento profissional. Como exemplo de disciplinas comuns ao núcleo de formação, podemos citar a importância da língua portuguesa que é de suma importância na formação acadêmica de todos envolvidos. Sem saber ler e escrever da forma que pede a gramática é como um surdo que ainda não apreendeu a linguagem dos sinais e que não consegue se comunicar e assim expor pensamentos e reflexões com clareza. No meu caso a disciplina de introdução a língua portuguesa teve uma relevância muito maior, uma vez que o meu processo de formação do ensino fundamental e médio foi desenvolvido as pressas sem tempo para reavaliação dos erros gramáticos. Até nos dias de hoje tenho dificuldade para escrever algumas palavras. Sei que já superei muito meus erros ortográficos, mas também sei que ainda tenho muito que conserta uma vês que posso ministrar ensinamentos para outras pessoas tenho que lhes proporcionar o melhor que eu puder oferecer. Para me auxiliar na questão da organização do tempo e das atividades a disciplina gestão organizacional, trouxe em seu contexto diferentes olhares sobre a forma de se organizar, uma estrutura de trabalho ou habitação, podendo transferir seu conceito de organização para a sociedade em geral a partir do conhecimento orgânico e estrutural da sociedade que necessite de organização. Neste contexto não podemos deixar de destacar a informática básica e a matemática, disciplinas estas que estão presente e se fazem necessário no nosso dia a dia e em todos os momentos de nossas vidas. Friso mais ainda a informática pela necessidade de vivermos e interagirmos com e no mundo globalizado e industrializado. Faz parte de toda e qualquer profissão terem o conhecimento básico sobre a informática, do contrario será um profissional leigo sobre a modernidade do mundo que gira a sua volta. Falando em mundo foi a Metodologia do Estudo e da Pesquisa que me mostrou a importância do professor também ser um pesquisador. Foi nela que entrei no mundo da pesquisa colocando em prática as metodologias de pesquisa de acordo com as orientações da orientadora. Em minha primeira pesquisa escolhi com a ajuda da orientadora meu tema de pesquisa, para as futuras práticas de pesquisa. Com a disciplina metodologia do estudo e da pesquisa aprendi a organizar o meu tempo de acordo com as necessidades da vida acadêmica. Falando em organização vale ressaltar entre as áreas de conhecimento as disciplinas alicerce, do campo pedagógico. Através da sociologia conhecemos seus representantes mais assíduos como Karl Máx. Homem esse que proporcionou um olhar crítico a respeito das organizações sociais. Movimentos esses capazes de transformar os interesses capitalistas em processo de capacitação, onde a mão-de-obra necessita de capacitação para desenvolver o trabalho desejado pelos empregadores. Complementando a capacitação prevista pela sociologia, encontramos a psicologia, área de conhecimento essa que classifica as diferentes formas que o ser humano tem para aprender e se desenvolver. Para tanto o sistema educacional deve promover atividades e metodologias diversificada para sua nação aprendiz. Em meio a tanta diversidade para aprender, encontramos a filosofia disciplina que aguça cada vês mais o interesse pelo saber, uma vês que a mesma nos coloca em questionamentos perante o conhecido. Será que eu já sei o suficiente! Esse suficiente até que ponto me basta! Se o pouco me basta, acabou a minha evolução! Essas são algumas das perguntas que a filosofia nos instiga a fase todos os dias, diante da diversidade de conhecimento. Diante de tantas disciplinas uma me chamou a atenção em particular, a Antropologia. Não foi uma disciplina que dominei muito bem, quando fui compreender a amplitude do seu conteúdo de pesquisa, o período estava no final, e eu estava no plano de estudo. Eu esta no plano de estudo não significou que eu não gostava, muito pelo contrario eu gostava da metodologia de ensino do conteúdo da disciplina. O que mais me surpreendeu foi quando eu acreditava que eu estava compreendendo o assunto, o orientador me levava a realizar novas pesquisas, pois a minha compreensão ainda não estava coerente com o objetivo da disciplina. Olhando a grade curricular do curso de pedagogia, fica claro a importância que cada disciplina tem para a formação, sendo o que falta em uma disciplina a outra que vem logo em seqüência supre sua necessidade deixada pela anterior. Isto significa que o curso é como um bom prato de comida, se não houver os ingredientes certos a comida fica sem o seu sabor particular e não desperta o apetite de quem o vai degustar. Mesmo sendo uma grade que organiza as disciplinas, por grau de necessidade e ordem de acordo com os períodos alcançados, o curso dispõem disciplinas comuns e específicas que se articulam ao longo da ampla formação. 1.4 Disciplinas especificas para a formação do Pedagogo O Curso de Pedagogia que favorece ampla formação em Educação Infantil, Anos Iniciais e Gestão Educacional veio atender aos anseios das demandas educacionais, buscando contribuir com o processo democrático de implementação da própria política do MEC para as crianças, adolescente e jovens, chamando para junto de si os demais órgãos públicos que se sintam envolvidos com esses níveis da Educação Básica. Para que obtivesse esta formação nos três campos de atuação tive que cursar várias disciplinas especificamente pedagógicas, estas que são essenciais a formação de um profissional apto a lidar com as questões educacionais. Estas disciplinas faziam parte do núcleo específico da formação do pedagogo, dentre as quais se destacaram: Didática I, Didática II, Fundamentos da Educação Ambiental, Filosofia da Educação, Sociologia da Educação, Introdução a Pedagogia, Psicologia da Educação e Desenvolvimento, Psicologia da Aprendizagem, Novas Tecnologias da Informação/Comunicação, Saberes Tradicionais História e Legislação Educacional, História da Educação; Política Educacional e Organização do Ensino Básico; Fundamentos da Educação Especial; Língua Brasileira de Sinais, Princípios e Métodos da Educação, Escola, Currículo e Cultura; Avaliação Educacional e Institucional; Educação,Cultura e Identidade Étnicas, Educação Indígena. Cabe salientar que estas disciplinas favoreceram o desenvolvimento de um novo olhar sobre a prática docente e gestionária, uma vez que as mesmas perpassam o desenvolvimento humano e suas particularidades, destacando ainda a forma de desenvolvimento de cada sociedade. Isto nos leva a refletir o quanto devemos estar preparado para oferecer conhecimento para uma sociedade mista de diferentes etnias, culturas e valores particulares. Alcançar a tripla formação é motivo de orgulho e muita preocupação, pois da mesma forma que aumentar os horizontes do pedagogo, também alarga a necessidade pelo conhecimento, isto não significa que temos que ser perfeitos nas três ares de atuação mais sim dedicação plena nas disciplinas de formação. Como todas as disciplinas têm seu grau de contribuição na minha formação fica difícil destacar algumas para aprofundar neste contesto, sendo que meu tema de pesquisa é gestão escolar não posso de forma alguma priorizar disciplina e nem dar menos importância a outra. Mesmo porque tenho a convicção de que tudo que eu puder absorver de todas as disciplinas será mais enriquecimento para minha temática e para minha formação profissional, sendo que fazer o diferencial e ter bagagem argumentativa para transforma e atualizar o que ainda continua estagnado na mesmice. Mesmo porque as disciplinas são ministrada de acordo com a necessidade da tripla formação (educação infantil, anos iniciais e gestão), áreas essas estabelecidas no projeto pedagógico curricular do curso. De acordo com o Projeto Político Curricular o objetivo das disciplinas para educação infantil busca ―formar educadores capazes de realizar as ações pedagógicas a partir dos princípios e finalidades gerais da educação brasileira, articulados à finalidade específica e às diretrizes orientadoras do ato pedagógico de cuidado e educação das crianças pequenas‖. (p.18) As disciplinas que nos orientaram para a área da educação infantil foram conhecimentos que se fundamentaram no campo pedagógico, sendo que a teoria foi colocada em prática de acordo com a nossa competência estipuladas no projeto de curso. Sendo que o mesmo deve acontecer de acordo com a compreensão e permissão do campo concedente. Para tanto o acadêmico estagiário deve desenvolver através das disciplinas um olhar diferenciado, tento o cuidado de não classificar as crianças observadas em uma única infância, sendo que o projeto do curso de pedagogia ressalta a preparação para o atendimento a varias infâncias, uma vez que a sala de aula para de educação infantil é composta por crianças de cultura e faixa etárias diferentes. Sendo que Literatura Infantil; Artes na Educação Infantil e Anos Iniciais; Psicomotricidade e Recreação na Educação Infantil e Anos Iniciais são disciplinas comum à tripla formação pedagógica, da mesma forma que as demais disciplinas contribuem na compreensão e aplicabilidade do conteúdo das práticas e metodologias pedagógicas. Para confirma a colocação prevista no projeto curricular do curso varia disciplinas são comuns às três dimensões pedagógicas, sendo que o sistema lança a idade hábil para que o ser humano freqüente a escola, mas também é percebível na realidade escolar que isto não se aplica na integra, pois tem muitas pessoas que não conseguem se desenvolver plenamente e outras não tiveram a oportunidade de freqüentar a escola o tempo correspondente, entre estes tem diversos fatores que implicam com que as crianças esteja na sala de aula correspondente a sua idade. Para atuação nos anos iniciais do ensino fundamental tive que apreender como articular propostas teórico-metodológicas para o desenvolvimento da educação, referenciadas na interdisciplinaridade como uma necessidade e como problema. Para isto foi de suma importância as disciplinas de metodologias para o ensino das diferentes áreas do conhecimento desta etapa do ensino fundamental. As disciplinas para anos iniciais vão alem do cuidar, nos mostra a visão ampla onde a sala de aula se transforma em um contexto de informações e ensinamentos, uma vês que as crianças são maiores e necessitam que o espaço escolar esteja devidamente adequada a elas. São crianças que se impõe e desejam respostas para suas descobertas duvidas e anseios. Nos anos iniciais os alunos ainda são crianças mais com um olhar amplo sobre o mundo que as cerca. As disciplinas de metodologias serviram para que através da pesquisa de observação fossem planeados e desenvolvidas atividades com as metodologias adequadas a situação diagnosticadas. Educação de Jovens e Adultos, Metodologia da Língua Portuguesa nos Anos Iniciais; Metodologia das Ciências nos Anos Iniciais; Metodologia da Historia e Geografia nos Anos Iniciais, são disciplinas direcionadas para preparação na área do ensino fundamental, mas nada nos impede enquanto aprendiz de realizar adaptações para as demais etapas do ensino. Na mesma linha de pensamento o Projeto Político Curricular diz que o ensino em gestão escolar deve ―organizar situações de ensino eficazes para o desenvolvimento pleno da aprendizagem dominando estratégias de gestão da classe e dos instrumentos para a organização da educação, de acordo com os diferentes níveis e ritmos de aprendizagem das pessoas e de suas necessidades, Intervindo de forma crítica e criadora na organização da escola e do trabalho escolar‖ (p.19) Gestão Democrática do Trabalho Pedagógico, Docência, Gestão e Relações Humanas, Princípios da Gestão Pedagógica são direcionadas para o conhecimento da área de gestão escolar, enfatizam o tema de estudo enfocando as formas existentes de gestar priorizando a maneira esperada de se desenvolver a gestão conceituada pelos pensadores que enaltecem o campo pedagógico. As disciplinas ofertadas na grade curricular do curso de pedagogia foram de suma importância para a formação profissional mesmo alcançando três dimensões são conhecimentos que se articularam no desenvolver do curso, entrelaçando-se os objetivos de todas as disciplinas com a realidade das escolas pesquisadas. 1.5 Práticas da pesquisa pedagógica A pesquisa como princípio educativo terá como propósito garantir que cada aluno do curso de graduação plena em pedagogia realizado na Universidade Federal do Amazonas no Instituto Natureza e Cultura possa utilizar a investigação quantitava/qualitativa para, concretamente, melhorar a sua eficácia tanto na função docente quanto na função de dirigente de atividades curriculares e não curriculares, capaz de registrar e produzir conhecimentos sobre o ambiente educativo, interrelacionando teoria e prática (Projeto Politico Curricular, p. 7). Através da pesquisa o academico aprendiz dos conhecimentos pedagóicos se lana ao ato de práticar suas teorias, para tanto o mesmo deve assumir o papel de pesquisadorobserador. Cada movimento em sua volta deve ser visto como um dado de informacao, fator esse predominante na hora de desenolver os reatos de pesquisa. As disciplinas como Prática da Pesquisa Pedagógica I,II,III,IV e V cada uma com 02 créditos (2.1.1) com 225 horas-aula desenvolvidas ao longo do curso e o Estágio Supervisionado de 330 articulados na composição curricular embasarão a prática educativa do formando, inserindo-o no universo da pesquisa, da investigação em caráter exploratório, orientando-o na prática de formular problemas de pesquisa que serão investigados no modo processual educacional, culminando com o estágio de docência e gestão (Projeto Político Curricular). Ao se deparar com o campo de pesquisa (escola), o aprendiz relaciona sua base teórica com a realidade local, sabendo que ambos podem promover alteração de aprendizagem na partes envolvidas no processo de pesquisa, sendo que a medida que o acadêmico interage com a escola e sua comunidade transmite seus conhecimentos e recebe aprendizagem. Para promover as práticas de pesquisas pedagógicas da grade curricular do curso de pedagogia iniciar ofertando a Metodologia do Estudo e da Pesquisa, disciplina essa que me promoveu organizar meu tempo acadêmico com o pessoal. Sendo que a mesma assume o papel de introdução a práticas de pesquisa pedagógica, uma vez que serve como um orientador dor curso ensina como aproveitar o tempo cronológico e as metodologias de pesquisa, destacando que cada tipo de pesquisa se organiza de forma diferente, com metodologias especifica e práticas para desenvolver a pesquisa. As práticas de pesquisas pedagógicas são colocadas em desenvolvimento tendo uma seqüência a ser seguida. Tivemos a I, II, III, IV, V. Na verdade é uma disciplina que ganha amplitude a cada período que se passa. Uma subsidia as atividades da pesquisa seguinte, a cada campo pesquisado utilizamos técnicas particulares à etapa da prática de pesquisa, ressaltando que o pesquisador pode utilizar técnicas de pesquisa da prática passada. No primeiro projeto de pesquisa defini meu tema de pesquisa, que permaneceu ao longo de todas as pesquisas, se tornando um tema amplo a cada pesquisa de campo. A temática gestão escolar é um tema comum que pode ser estudado e observado em todo contexto escolar, podendo expandir seu significado a cada escola pesquisada. Ao longo da pesquisa um tema que era inicialmente centralizado em uma única pessoal se expandiu para todas as instancias das escolas pesquisadas. Durante as pesquisa o tema gestão escolar causava certo desconforto para mim e para as pessoas que estavam assumindo o cargo. Eu iniciei com o olhar centralizado no papel do gestor, e a gestão observada não desenvolvia suas funções gestionária com naturalidade, como de costume, com receio de que o pesquisador estava lhe vigiando com o objetivo de criticar sua gestão. Após o primeiro contato com o campo de pesquisa, o professor orientador teve o cuidado de preparar cada acadêmico para agir com ética e responsabilidade em todos os momentos para que na pesquisa seguinte fossemos bem recebidos, fato esse que não aconteceu no inicio. Segundo o Projeto Político Curricular o curso de licenciatura plena em pedagogia promoverá a formação do estudante numa relação concomitante entre teoria e prática, buscando oferecer-lhe oportunidade de desenvolver-se de forma abrangente, adquirindo uma consciência crítica em torno da grande temática: educação e formação para a cidadania. 1.6 Atividades complementares De acordo com projeto curricular do curso de pedagogia, as atividades complementares devem compreender a área do ensino, da pesquisa e extensão. O planejamento que norteia o desenvolvimento da progressividade dos trabalhos do curso envolvendo as atividades de monitoria bem como a participação em semana de curso, em programa de treinamento/PET, curso de extensão, debates em mesa redonda, estagio não obrigatório e atividades que ofertem créditos estabelecidos pelo coordenador de curso e a comissão de avaliação. Dependendo do interesse do acadêmico, às 100 horas de atividades complementares pode ser desenvolvida de varias formas, podendo ter inicio no primeiro período do curso, desde que seja do conhecimento do colegiado do curso de pedagogia. Vale destacar que as realizações das atividades complementares são de suma importância para a formação do acadêmico, sendo que as mesmas são formas do formando aprofundar seus conhecimentos obtidos ao longo do curso. Por trabalhar diariamente pela parte da manha não pude participar de muitas horas complementares, mas participei de algumas atividades como: CONIC- Congresso de Iniciação Cientifica da UFAM; Amostra acadêmica do Instituto Natureza e Cultura O Ano Internacional da Terra; semanas de letras, semana de atividades complementares do curso de pedagogia onde fiz parte da comissão de inscrição e da oficina de currículo, escola e relações étnico-raciais, curso de espanhol (ablemos), oficina na semana de ciência. São eventos desenvolvidos pelos cursos, ou Instituto Natureza e Cultura, que tem por objetivo expor os resultados das atividades desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem, sendo na proposta de ensino, pesquisa e extensão. As atividades complementares é uma das formas da universidade proporcionar aos seus acadêmicos e comunidade local, a oportunidades de Vale ressaltar que essas atividades nos proporcionaram outra forma de ver a realidade e colocar em prática os ensinamentos de sala de aula, uma vez que as mesmas nos mostram formas de desenvolver as atividades através do dialogo e interação com as pessoas envolvida, isto nos favorece diretamente na formação de trabalho, sendo que a proposta pedagógica almeja inovação na prática profissional. 1.7 A prática profissional O estágio supervisionado é uma atividade curricular que contribuiu na formação profissional do acadêmico, através das experiências técnicos-cientificos e das relações humanas. Da mesma forma que oportuniza o acadêmico a integrar plenamente a pesquisa, extensão e ensino em beneficio da sociedade, de acordo com a realidade local e social. Resolução N°004/00/CEP/UFAM Os estágios supervisionados foram às atividades que me colocou de frente com a área profissional que almejava atua. No desenvolvimento dos estágios foi necessário que antes de conhecer os campos onde foram executadas as atividades dos estágios, a construção dos projetos/planos de estágio que contemplaram os seguintes procedimentos: a forma de se observar, sem constranger ou inibir o alvo observado; como registrar os acontecimentos da realidade interna e externa durante o estágio; de que maneira deveria acontecer a participação ativa no campo de estágio e como escolher o tema e a metodologia da regência/docência supervisionada. Vale ressaltar que o estágio supervisionado acontecer mediante o convenio estabelecido entre a unidade acadêmica e secretaria municipal de educação. O Estágio Supervisionado é uma atividade em que o aluno revela sua criatividade, independência e caráter, proporcionando-lhe oportunidade para perceber se a escolha da profissão para a qual se destina corresponde a sua verdadeira aptidão. Portanto, ―Compreender primeiramente o que é ou como se conceitua o Estágio Supervisionado é de muita importância para o aluno. BIANCHI apud ALVARENGA, (2005, p. 1) No campo da gestão educacional o aprendiz acadêmico disponibilizou de 90 horas para observar, transcrever a experiência sentida no ambiente escolar e não escolar, e participar ativamente realizando uma intervenção planejada que contribuísse com a atuação da gestão escolar. Dessa forma o estágio supervisionado na gestão educacional, me proporcionou uma nova visão diante da temática gestão, sendo que a mesma se encontra no processo de implantação permanente da democracia. Para tanto foi possível identificar que a gestão participativa esta sendo o primeiro passo ruma à democratização na instituição de ensino onde foram desenvolvidas as atividades correspondentes a esta etapa do estágio. No estágio supervisionado em educação infantil e nos anos iniciais o acadêmico fica focado nos acontecimentos de sala de aula observando a metodologia de ensino e o desenvolvimento das crianças envolvidas no nível de ensino, oferecido pela rede publica ou privada desde que estejam devidamente regularizadas. O estágio supervisionado na educação infantil me proporcionou aprendizagens significativas para minha profissão, sendo que a mesma direcionou meu olhar para um mundo particular reservado para as crianças, pessoas essas que necessitam de um amparo particular para que se desenvolva integralmente. Tendo continuidade nos anos iniciais, etapa esta que pude conhecer através do estágio supervisionado atividade essa que me colocou em contato direto com algumas das dificuldades encontrada pelos professores em sala de aula. Sendo que os alunos já não são da educação infantil, são crianças que estão se reafirmando enquanto ser humano e concretizando seus conceitos morais e sociais. Educação infantil e anos iniciais representaram um conhecimento amplo, sobre o que devemos, e como podemos trabalhar em sala de aula. Os cursos de formação de professores (as), ao longo do processo histórico, passam por várias reformulações em busca de uma melhor adequação ao mercado de trabalho e as novas descobertas em relação à profissão docente e a educação. Os avanços conquistados em termos de pesquisas e construção de saberes têm nos, mostrado a importância de superar a dicotomia teoria-prática, possibilitando uma articulação crítica entre ambas. Disciplinas como Didática, Prática de Ensino e Estágio, dentre outras, são consideradas como as maiores responsáveis pela (re) significação dos cursos que visam formar professores. (PROFORMAR, 2007) 2 ENCONTRANDO-ME NO CAMPO PEDAGÓGICO A finalidade do estágio é propiciar ao aluno uma aproximação a realidade na qual atuará. Assim, o estágio se afasta da compreensão até então corrente, de que seria a parte prática do curso. Pimenta e Gonçalves (1990) O Estágio Supervisionado é um ato educativo desenvolvido através de acompanhamento supervisionado determinado pela instituição de ensino, a qual o estagiário deve está devidamente inserido, (Lei 11.788/2008, art.3° §1°). Neste sentido o estágio supervisionado, configura-se como uma disciplina obrigatória à formação profissional de pedagogos e um espaço de interação, reflexão e construção de conhecimentos sobre as ações pedagógicas necessárias à promoção da educação da população, pois favorece ao (à) estagiário (a): a) A assimilação de informações da sala de aula e da realidade encontrada no campo de estágio, procurando direcionar a uma problemática de pesquisa; b) A descoberta de técnicas, habilidades e comportamentos que deverão ser apreendidos para o desenvolvimento de suas atividades enquanto profissional munido de competências. O estágio curricular supervisionado é uma disciplina em que o aprendiz confronta teoria e prática ao ser colocado no seu campo de atuação. O curso de licenciatura em pedagogia tem o objetivo de formar o pedagogo capaz de atuar como docente no campo da Educação Infantil, séries iniciais do ensino fundamental, para que possa desenvolver a formação cidadã dos alunos que integrarão o corpo discente da educação básica, bem como atuar no campo da gestão democrática educacional escolar e não-escolar nos parâmetros da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9394/96. Os estágios em cada campo de atuação do pedagogo foram orientados pela Lei 11.788/2008 da Presidência da República; a Resolução 004/00/CEP/UFAM; as Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o curso de Pedagogia e o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia INC/UFAM/BC e o Convenio N° 028/2009 que celebra a fundação da Universidade do Amazonas e a Secretaria de Educação do Município de Benjamin Constant. Estas bases legais determinaram e estabeleceram as formas de desenvolvimento de cada estágio durante o processo de formação do pedagogo. Mediante os amparos legais teve-se a segurança para desenvolver as etapas dos estágios supervisionados nos diferentes campos, sendo que a temática de pesquisa sobre gestão participativa na escola necessitava de diferentes realidades para que se pudesse confrontar os resultados obtidos. Os campos de estágio foram escolas públicas de diferentes bairros do município de Benjamin Constant, localidade essa situada no interior do Amazonas, fronteira com Peru, fator esse que faz do município, um local com grande diversidade de cultural. Para melhor sistematização e compreensão dos resultados das atividades dos estágios supervisionados, o presente capítulo abordará o estágio que ocorreu no sétimo período do curso direcionado para a gestão educacional com a carga horária de 90 horas realizado na escola Cosme Jean localizada no Bairro da Cohabam, o desenvolvido na educação infantil com a carga horária de 120 horas na escola Centro Educacional Francisco Chagas de Almeida situada no Bairro Humarizal, e o desenvolvimento das atividades exigidas para o estagio nos anos iniciais do ensino fundamental, foram realizada na escola Centro Social Batista Independente (CESBI) localizada no bairro de Coimbra. As instituições que nos permitiram realizar as etapas do estagio supervisionado estão situadas na zona urbana de Benjamin Constant, no centro da cidade. Contextualizando os dados obtidos, bem como proporcionando reflexões e análises a cerca da realidade educacional dos lócus de estudo, despertando assim outros olhares para o processo de ensino e aprendizagem das escolas públicas do município de Benjamin Constant. 2.1 Estágio na Educação Infantil: uma nova descoberta O estágio supervisionado na educação infantil colocou o aprendiz acadêmico em sala de aula, creche ou pré-escola, para desenvolver horas práticas, cronometrando as atividades realizadas, através da observação participante, desenvolvendo técnicas e habilidades específicas para todos os acontecimentos comuns dessa etapa escolar. O estagio na educação infantil teve, portanto o objetivo de proporcionar a iniciação à docência dos acadêmicos, visando à complementação do ensino e da aprendizagem, por meio de procedimentos de observação, reflexão, participação ativa, docência supervisionada, desenvolvimento de intervenção da realidade, com fins de treinamento teórico-prático e aperfeiçoamento técnico, cultura, cientifico e social, desenvolvendo as competências necessárias a atuação profissional na educação do ensino básico. As Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o curso de Pedagogia, desenvolvidas com base nas leis acima citadas, determinaram que o Estágio na Educação Infantil deva ser desenvolvido em 120h, sendo necessário, dentro desta carga horária, a realização das seguintes atividades: elaboração do presente projeto de estágio, observação, participação ativa, registro, investigação; docência/regência supervisionada; relatório do estágio e memorial. Para que o estágio fosse concretizado como práxis educativa, era de suma importância que durante o desenvolvimento das atividades o estagiário tenha uma boa relação com todos os sujeitos envolvidos, sendo esta determinada nas definições curriculares do estágio supervisionado na educação infantil. Os atores envolvidos neste processo deviam manifestar reciprocidade, colaboração e participação em todos os momentos do trabalho pedagógico e das atividades da escola, buscando contribuir com a qualidade da educação oferecida na instituição, esta que sendo pública ou particular, o papel dos compromissados no processo ensino e aprendizagem devem permanecer o mesmo. Fotos da frente do Centro Educacional Francisco Chagas de Almeida Fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva Seguindo o objetivo do plano do Curso de Pedagogia, o Estágio Supervisionado Educação Infantil foi desenvolvido em uma instituição de pública do Município de Benjamin Constant, Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida, é uma instituição de Educação Infantil que atende as crianças 04 a 06 anos de idade e, as crianças com necessidades especiais. É uma instituição de ensino publico regular, situada a Rua São Francisco, s/n no bairro Umarizal, na área urbana do município de Benjamin Constant-AM. A instituição possui no seu quadro de funcionários 20 (vinte) professores, alguns concluíram a graduação, outros ainda por concluírem, 01 gestora, 01 coordenadora pedagógica, 02 secretários, 04 merendeiras, 05 auxiliares de serviços gerais e 3 vigias. No seu espaço possui 02 play-graudes, antena parabólica, 01 televisão, 01 DVD, 06 computadores, 01 microssistem e 02 bebedouros. As 07 salas de aula, cada uma, são compostas com 04 mesinhas coloridas possuindo 04 cadeirinhas cada uma, 01 armário, 01 mesa e 01 cadeira para o professor. Em mais 02 salas de aula, cada uma possui 30 carteiras, 01 mesa e 01 cadeira para o professor. Em relação ao material pedagógico, uniforme, material permanente e expediente e merenda escolar são mantidos pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto-SEMED. 2.1.1 Observação e participação ativa: contato direto com o campo de estágio O Estágio Supervisionado é uma atividade em que o aluno revela sua criatividade, independência e caráter, proporcionando-lhe oportunidade para perceber se a escolha da profissão para a qual se destina corresponde a sua verdadeira aptidão. Portanto, Compreender primeiramente o que é ou como se conceitua o Estágio Supervisionado é de muita importância para o aluno. (BIANCHI apud ALVARENGA, 2005, p. 1) A sala de aula observada possuía 24 alunos freqüentando diariamente as aulas da professora, são 14 meninos e 10 meninas. No primeiro Bimestre escolar não houve desistência das crianças do centro educativo, mesmo tento a troca de professora as crianças não pararam de freqüentar a sala de aula. O fato das crianças serem moradores do bairro onde o Centro está inserido aproxima os pais da escola e a escola dos pais. Pude comprovar quando vir os pais contribuindo com a escola. O material que a escola dispõe é pouco quando acaba a professora pede a colaboração os pais, quando os mesmos vão pegar seus filhos na escola. Nesta etapa do estágio deu para conhecer um pouco da realidade da professora, da sala de aula, da gestão e dos alunos. Art. 29- A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB) Fotos da sala de aula mostrando o tamanho da mesa e das cadeiras Fonte: fotos tiradas durante o estágio pela acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva A sala de aula é composta por seis mesas pequenas e baixas contendo quadro cadeiras. São coloridas. Têm um armário para guarda os materiais didáticos. Possui dois quadros para escrever, um ar-condicionado, uma mesa com cadeira para a professora, tem um palhaço segurando balões coloridos com os nomes e as datas de aniversários das crianças, um quadro com as vogais, um quadro com os numerais representados em figuras de frutas e um painel bem grande dando as boas vindas. A professora e seus alunos dispõem dos seguintes materiais didáticos: papel ofício, giz de cera, massa de modelar, quebra cabeça móvel com letras e formas, quadro branco, sala de TV, mimeógrafo e tinta guache. Observando os de materiais que a professora dispõe para trabalhar com as crianças, deu para imaginar e depois acompanhar as atividades que as criancas desenvolvem em sala de aula. Com o papel ofício a professora desenvolve as atividades que podem ser rodadas no mimeógrafo, nesta atividade a professora aproveita para expor os trabalhos dos alunos em um barbante que fica esticado na parede da sala de aula próximo a sua cadeira, no dia que o trabalho é mimeografado as crianças pintam a atividade com o giz de cera ou com a tinta guache. Segundo Mota (2010) Educar e cuidar criancas não é uma tarefa fácil, nem tão pouco aleatório, é necessário todo um conhecimento técnico, cientifico, social e cultural para que as instituições de educação infantil possam promover uma educação de qualidade na formação de identidades para viverem suas cidadanias. (p. 108) Quando a professora tem atividades para escrever nos cadernos das crianças, ela distribuiu as poucas caixas de massa de modelar para as crianças desenvolverem o que imaginarem ou um exemplo posto por ela, pude está presente em dois momentos desta atividade, no primeiro as crianças foram induzias a construir com a massinha as letras que correspondem às vogais, algumas conseguiram fazer o que lhe foi pedido sem a nossa ajuda mais as demais só com a nossa colaboração. Educar uma criança ensiná-la, evitando perturbações em seu comportamento, exige do adulto, além de amor e dedicação, o conhecimento das características infantis em cada fase do desenvolvimento: seus interesses, necessidades, motivações e possibilidades. Para ensinar uma atividade a uma criança, precisase saber como poderá ser motivada, quais os melhores meios de ensiná-la de tornar duradoura a aprendizagem. (BARROS, 2002, p.10) O quebra cabeça que a professora dispõe é composto por peças adequadas para trabalhar com as crianças, as peças são grande de espessura irregular e detalhes na superfície é largo, cada bloco cotem encaixes de letras e formas. As crianças encaixam as letras e formas, mas também dão diversos formatos sendo que o mesmo permite que as crianças criem novas formas de brincar com suas peças, formam casa, dados, as formas geométricas e etc. O quadro branco foi pouco utilizado pela professora, quando usou escreveu as vogais e leu junto com as crianças, em outra oportunidade trabalhou com números de 0 a 9. As crianças ainda não sabem ler, mas aos poucos conseguem acompanhar o que a professora lhes ensina. As crianças que já freqüentaram as escolas particulares de educação infantil têm maior facilidade em acompanhar as atividades, mas as crianças que estão pela primeira vez não conseguem acompanhar com tanta facilidade. Quando surge um imprevisto as criancas são levadas para a sala de TV, onde escolhem o filme que desejam assistir. As crianças têm como hábito colocarem seus desenhos favoritos na bolsa que levam para a sala de aula. Nesta sala as criancas são acomodadas no chão da sala sentadas ou deitadas. O interessante que eles comentam sobre o que assistem à medida que lhes chama a atenção, quando não gostam, eles voltam a ficar bastante agitados querendo ir ao banheiro ou tomar água. Quando éramos avisados que iríamos assistir TV, eu procurava auxiliar a professora, conduzindo as criancas até o banheiro e depois pedia uma jarra na cozinha do centro educativo e levava com água e copos para a sala de TV. Quando pediam a água já estava na sala, não necessitava de sair no corredor para tomar água. Vale ressaltar que as atividades não são diferentes das desenvolvidas em outras instituições de educação infantil da rede pública do município de Benjamin Constant. Mas o que fica de importante é a forma que o educador encontra para desenvolver as atividades, mesmo dispondo de poucos recursos. Como exemplo tem o ambiente da sala de aula que dispõe das seguintes características: espaço pequeno; iluminação insuficiente; ventilação prejudicada. De acordo com a atividade a sala de aula se organiza da seguinte forma: quando se preparam para cantar, afastam as mesas para os cantos da sala de aula e colocam as pequenas cadeiras no centro da sala formando um pequeno círculo. Quando vão realizar outras atividades como pintura ou modelagem retornam as mesas aos seus lugares e acomodam suas cadeiras. Na hora das crianças comerem a merenda que trazem de casa, a criança que não tem fica olhando ou pedindo um pouco ou pedaço, tem uns que até compartilham mais tem outros que não tem o habito de repartir com o outro, por ser criança é egoísta sobre repartir o que é seu. Como se não fosse o suficiente quando tem merenda na escola algumas crianças enfrentam outro problema, porque quando a merenda está quente eles não sabem esfriar para comer. Este foi mais uma das dificuldades que a professora já está superando aos poucos, quando está quente ela esfria a merenda para que o aluno não deixe de comer. Isto me lembrou que quando a merenda estava muito gostosa alguma queriam repetir e não tinha mais, a solução foi fazer com que o aluno que não queria a sua merenda ofereça para a criança que ainda tinha fome, não sei se isto é correto ou não mais foi uma forma que eu enquanto acadêmica estágiaria encontrei de estimular a colaboração para com o outro e combater o desperdício. Segundo o MEC e a UNICEF (2004) (...) Ambiente escolar de qualidade são espaços educativos organizados, limpos, arejados, cuidados, com flores e árvores, moveis, equipamentos e materiais didáticos adequados a realidade da escola, com recursos que permitam a prestação de serviços de qualidade aos alunos, aos pais e a comunidade, alem de boas condições de trabalho aos professores, diretores e funcionários em geral. Como as crianças são bastante ativas o relacionamento entre elas é muito tumultuado, as brincadeiras são agressivas e acabam agredindo uns aos outros. Mas o bom era que a professora da turma chamava o agressor e o agredido e pedia para um pedir desculpa e o outro aceitava com um abraço. Quando a professora assumiu a sala de aula as crianças eram totalmente estranhas para ela, mais nesse pequeno espaço de tempo ela já conheceu a fundo a historia familiar de quase todos os seus alunos, notei que isto aproxima a professora da criança e faz que os pais participem mais da vida escolar dos filhos. O que favorece a aproximação da professora com os pais é o fato de a mesma morar no mesmo bairro que a maioria das crianças mora. Na sala de aula do pré II da turma G, onde foi realizado o estágio supervisionado na educação infantil, são realizadas as seguintes metodologias: diariamente realizam a oração do anjo da guarda e cantam algumas músicas realizando os movimentos pedidos nas letras das canções no objetivo de alongar e relaxar a musculatura da criança. Realizam a pintura, enquanto dão cor aos desenhos as crianças classificam as cores de acordo com a sua percepção visual. Através dos trabalhos em pontilhados as crianças desenvolvem a coordenação motora fina quando ligam os pontos, formando uma figura. Com a modelagem as crianças usam a imaginação para construir seus objetos e trabalha a musculatura dos dedos e das mãos. A professora trabalhar suas atividades da seguinte forma: quando a atividade é rodada, a professora explica o que deseja que as crianças façam e os mesmo atendem seu pedido, a compreensão é rápida, mas quando a atividade é colocada para desenvolver em casa elas não prestam atenção no que a professora pede e acabam não fazendo. A professora da turma atribui esta dificuldade a falta de incentivo de alguns pais. Tem casos que os pais não sabem ler nem escrever e não podem ajudar seus filhos, mais pedem para os filhos que sabem ensinar o irmão que ainda sabe de acordo com a professora isto tem funcionado em alguns casos. A formação escolar, a educação propiciada às crianças não deve estar em desacordo com a vida. As paredes das salas de aula não devem ser vistas como limites do processo; não deve haver cisão entre a vida dentro e fora da instituição. A criança deve ser preparada para a vida, dentro de condições, de experiências, situações e conhecimentos equilibrados, condizentes com a vida fora dos muros escolares. (FREINET apud ANGOTT, 2002, p.48) Tive a grata oportunidade de participar de uma reunião do corpo docente (professores, pedagoga e gestora) da escola, onde a gestora enfatizou que teria que haver mudanças nos planos de aulas dos professores, pois a mesma com o apoio pedagógico notou que os planos de aula eram apenas alterados em alguns pontos, e não refletiam a nova concepção de educação voltada para o atendimento das necessidades de aprendizagem das crianças e para sua realidade. Reunião com a gestora do Centro Educacional (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva) Para que a educação infantil se concretize como um segmento importante no processo educativo, não bastam leis que garantam isso no papel nem tampouco teorias elaboradas sobre o desenvolvimento infantil. As pessoas que trabalham diretamente com as crianças precisam estar continuamente se formando, para exercer sua função da melhor maneira possível, de forma a favorecer o desenvolvimento infantil em diversos aspectos, promovendo a ampliação das experiências das crianças e seus conhecimentos. (KRAMER, LEITE, NUNES, GUIMARÃES, 1999, p. 78) A prática da professora condiz com a faixa etária dos seus alunos. As crianças da turma G são pequenas tem de 4 a 6 anos de idade, então no fim de semana eles aproveitavam para observar o mundo em sua volta, para contar histórias para professora quando retornarem a sala de aula. A professora gostava de ouvir e abrir um diálogo com eles, nesse momento de interação da criança para com ela era aproveitado no objetivo de estabelecer uma relação mais próxima com seus alunos. Dessa forma, quando ficam na roda de musicas, algumas crianças gostam de cantar e a professora apoia suas iniciativas para começar o momento das cantigas. Após a iniciação todos procuram participar do momento de descontração em que os gestos são sempre motivos de gargalhadas mútuas, mesmo que alguns tentam disfarçar a beleza do sorriso cobrindo-o com as mãos. De acordo com Kramer, Jobim e Souza: Só é possível concretizar um trabalho com a infância, voltado para construção da cidadania e da emancipação, e preocupado, portanto, com a cooperação e autonomia, se os adultos envolvidos forem dessa mesma forma considerados. Isso implica o entendimento de que os mecanismos de formação devem ser percebidos como prática social inevitavelmente coerente com a prática que se pretende implantar na sala de aula e implica, ainda, salários, planos de carreira e condições de trabalho dignos. (1992, p. 6) Durante o processo de observação pude participar ativamente das aulas e procurei reafirmar os ensinamentos da professora da sala de aula. Por exemplo, Quando a criança acertava fazer à atividade a professora elogiava a criança sem destacá-lo dos demais coleguinhas, lembrando também de incentiva a crianças que ainda estavam com dificuldades. A maior parte das atividades são rodados no mimeógrafo, são semi-prontas, então todos conseguem desenvolver as atividades sem grandes dificuldades. No início as crianças pintavam os trabalhos e depois cobrem os pontilhados depois iniciaram a reproduzir a atividade que a professora produzia em seu caderno ou mimeógrafo. 2.1.2 Regência supervisionada: momento de contribuição Analisando junto com a orientadora optamos por contribuir com o objetivo da escola de resgatar as cantigas de rodas na educação infantil. Dessa forma, fomos orientadas há desenvolver um roteiro onde a escolha da cantiga, poderia ser trabalhada em várias áreas do campo de educação infantil. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação: A linguagem musical deve ser explorada através de materiais e a escuta de obras musicais levando-se em consideração: a produção centrada na experimentação e na imitação; apreciação, percepção tanto de sons e silencio quanto das estruturas e organizações musicais; refletir sobre questões que se referem à organização, criação, produtos e produtores musicais. O roteiro de atividade foi devidamente planejado e elaborado para ter inicio em uma segunda feira, para dá seqüência durante a semana. Para o primeiro dia de regência foi preparado o roteiro de sexta-feira, trabalhando o tema música nas seguintes atividades: apresentação da estagiária, cantigas conhecidas pelas crianças, trabalhamos com crachás com os nomes das crianças, classificamos o nome de objetos da sala de aula, construímos um cartaz com as palavras básicas da boa convivência. Após a entrada das crianças levamos todos ao banheiro e depois para toma água, ao retornarmos para a sala de aula a professora da turminha lhes explicou que a aula para aquela tarde iria ser desenvolvida por mim a acadêmica estagiaria da sala, e que os mesmos teriam que colaborar e prestar atenção. Neste primeiro momento eu estava bastante nervosa. Para não perder tempo dei início à aula chamando as crianças para cantarem junto comigo, usando o argumento de que não conhecíamos muito as músicas infantis. Como eu já estava estagiando nesta sala de aula já havia estabelecido uma relação afetuosa com as crianças. De início as crianças estavam tímidas para cantar, promovi uma pequena dinâmica entre as crianças, disse-lhes que desejava muito saber quais dos gêneros (feminino, masculino) tinham a facilidade de cantar as músicas em sala de aula. Foi o que aconteceu, os meninos cantavam uma música e as meninas cantava outra em seguida. Neste primeiro momento de regência a música serviu para relaxar tanto as crianças quanto a estagiaria ministrante, foi uma preparação para as próximas atividades previstas para o dia. Considerando que a música desenvolve a percepção de modo geral, serve de estímulo ao estudo das mais diversas disciplinas, e é, sem dúvida, um componente fundamental para a formação integral da personalidade humana, observa-se que esta se apresenta, positivamente, como elemento integrador e lúdico na promoção de ações pedagógicas e interdisciplinares com ênfase na aprendizagem criativa e inovadora. (DISTRITO FEDERAL, 2007, p. 01). As crianças ficaram contentes, ganharam um crachá colorido em formato de lápis, contendo a figura de um bebê cobra em uma pequena árvore, isto porque representava o tema da próxima aula (a cobra). Nesta atividade foi aberto um dialogo com as crianças sobre a importância de se ter um nome, ressaltando que o nome de uma pessoa é a sua identidade quando composto de dois sobrenomes, o do pai e o da mãe. Perguntei para as crianças se elas sabiam quem havia escolhido seus nomes: na maioria dos casos relataram que a escolha partiu dos pais em poucos casos foi à mãe quem lhes deu seus nomes. Como tema da próxima aula era COBRA, aproveitamos para apresentá-las para as crianças, foi um momento bastante gostoso, pois a letra pede interpretação e todos desenvolveram juntos (cantando e dançando). Após a agitação, iniciamos a atividade de classificação dos objetos existentes em sala de aula. Tinha produzido pequenas placas com vários nomes, então junto com as crianças fomos pregando-os de acordo com o objeto correspondente, (porta, janela, armário, quadro branco, mesa, cadeira etc.). Esta parece uma atividade simples mais é de grande relevância quando paramos para refletir que as crianças pequenas conhecem o objeto mais não identificam o nome. Percebesse que desta forma a criança passa a associar o objeto com seu nome porque estão vendo sempre que se depara com o objeto. Como na sala tem crianças que já conhecem algumas letras do alfabeto ficou mais fácil para elas compreenderem o que estava escrito nas placas de papel cartão. O interessante é que as crianças estavam bastante agitadas mais acompanhavam as atividades, quando estavam passando dos limites cantávamos uma música. Para trabalhar com as crianças a importância de algumas palavras no nosso dia-adia, anexamos um cartaz na parede da sala de aula e iniciei a explicação. Pegamos as palavras e usamos os acontecimentos do espaço escolar para encaixar cada uma das palavras de regras básicas. Exemplo: quando chegamos à sala de aula no turno do vespertino e a professora já estiver em sala com os demais colegas, o que temos que fazer? Entra e sentar sem falar nada ou bater na porta, pedir licença para adentrar em sala de aula e dá boa tarde a todos que estiver presentes? Quando um coleguinha tem algo que eu estou precisando devo tomar a força ou tenho que pedir, por favor, ao colega para que ele possa me emprestar? E se o colega me empresta o que eu estava precisando fico para mim e não devolvo ou lhe entrego de volta agradecendo, dizendo muito obrigado coleguinha? Quando estou brincando no corredor da escolar e, sem quere tropeço em alguém, devo olhar se me machuquei e nem ligar para o outro, ou devo antes de tudo ver o que aconteceu e lhe pedir desculpas? Por menores que as crianças sejam elas já conhecem e sabem como dizer-las, só não estão acostumadas a usar estas poucas palavras no seu cotidiano. Após as explicações as crianças ficaram, por favor, professora, com licença, posso ir ao banheiro etc. Na próxima aula de intervenção retornamos há escola e antes de iniciarmos as atividades foi necessário realizar algumas atividades para com as crianças bem como levarlas ao banheiro, orientar sobres à higiene para depois tomarem água. Ao retornarmos a sala de aula, oramos uma pequena oração e cantamos cinco canções de roda, relembramos as regras básicas de convivência e apresentei a música tema da aula do dia. Para trabalhar desenvolvi atividades com a música do corpo humano cantada pela Xuxa em seu DVD infantil. Cantei a música para as crianças e depois catamos varias vezes realizando os movimentos pedidos. Após usamos o quebra do corpo humano para as crianças encaixarem suas partes de acordo com a música. Depois pedi para as crianças identificar as partes do corpo do coleguinha, todos sem exceção conseguiram desenvolver esta atividade. Em seguida usei o alfabetoche para apresentar a palavra cobra para as crianças, trabalhando a matemática quando contamos a quantidade de letras, silabas e palavra. Enquanto eram mostradas as letras no alfabetoche, as crianças procuravam forma à palavra cobra com as letras do alfabetomóvel. Nesta atividade as crianças encontraram bastantes palavras além da palavra cobra, uma vez que a maioria já conhece as vogais e algumas consoantes. A música possibilitou trabalha com o tema corpo. Cantamos a música acompanhando a letra e figuras que estava em um cartaz, não deixando de realizar os gestos que a cobra faz ao subir no pezinho de limão. Em seguida incentivamos as crianças a relatar sobre o tema cobra: Quem já viu uma cobra? Onde a cobra vive? O que temos que fazer ao ver uma cobra? A cobra tem pé? Tem mão? Quem sabe dizer sobre qual pezinho a música está falando? Quem tem pé? Quem tem mão? Alguém sabe dizer que cor tem as cobras? Após as indagações dei papel, tinta guache e avental, para que as crianças desunhassem alguma coisa que tinha na letra da música da cobra. O resultado foi muito bom! As crianças produziram com vontade pena que estava na hora de se arrumarem para irem para suas casas, lavei suas mãos e os arrumei suas coisas, enquanto cantávamos a música de saída. Usei os seguintes materiais nas atividades do dia: cartaz com a letra da música do corpo humano; quebra cabeça com o corpo humano; alfabetoche; alfabeto móvel. No fim do horário eu estava bastante cansada, mas contente em ter desenvolvido todas as atividades planejadas. Mesmo após o trabalho fui até a sala de aula que fiquei por quinze dias, e pedir para a professora chamasse as crianças para que eu pudesse agradecer e me despedir. Foi um momento triste, pois ao olhar as carinhas das crianças a emoção foi mais forte. Percebemos que o estágio havia sido muito significante para nossa formação profissional, mas também para o meu engrandecimento humano. É importante que a criança se veja constantemente desafiada com novas tarefas e desafios. Na medida em que planejamos um ambiente onde ela possa por si só dominar seu espaço, fornecendo instalações físicas para que com independência possa beber água, ir ao banheiro, pegar toalhas, materiais, ter acesso a prateleiras e estantes, estamos pensando num ambiente não somente como cenário, mas, certamente, como parte integrante da ação pedagógica. (Craidy, Kaercher, 2001, p. 77) 2.2 Estágio nos Anos iniciais do ensino fundamental: conhecendo a realidade do campo de estágio O estágio supervisionado nos Anos Iniciais é de suma importância na vida profissional do acadêmico, pois é através do estágio que abrem-se novos caminhos, novos conhecimentos e obtém-se novas experiências no campo de formação profissional mediante ao desenvolvimento das atividades no campo de estágio. O estágio vem assim possibilitar aos acadêmicos (as) estagiários (as) o conhecimento da realidade de sua área de formação, para que futuramente possa atuar de forma profissional e ética dentro do campo educacional. Turma do 1° ano do ensino fundamental da escola municipal CESBI (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva) Para tanto foi desenvolvida na expectativa de adquiri uma terceira visão diante da realidade educacional da rede pública de ensino, sendo que a formação em pedagogia objetiva a ampla formação para seus discentes, sendo que os anos iniciais é uma área contemplada pelo curso. O estágio teve o objetivo de analisar a realidade da instituição de educação dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, fazendo observações no campo de estágio, participando das atividades de salas de aula no campo de estágio, identificando os desafios, refletindo sobre a prática docente para provocar o reconhecimento e a incorporação de um referencial teórico-metodológico que contribua para a elevação de uma práxis pedagógica conseqüente que transforme o ato educativo em possibilidade real de intervenção e construção da realidade, chegando a produzir o relatório de estágio desta disciplina. Para alcançar o que foi objetivado na iniciação do estagio supervisionado mais uma vez utilização das seguintes atividades como: observação; participação ativa e regência/decência supervisionada, sendo que as mesmas dispõem da carga horária de 120 horas. Desta forma, o estágio supervisionado nos Anos Iniciais foi realizado na escola municipal CESBI (Centro Social Batista Independente), localizada no bairro de Coimbra, na Rua Elísio Ataíde. Mapa de onde está localizada a instituição de ensino CESBI (fonte: prefeitura municipal) A Escola Municipal CESBI — Centro Social Batista Independente, foi inaugurada em 1985 pelo missionário Pedro Vargas (Militar do Exército do Rio Grande do Sul). Iniciou suas atividades oferecendo Ensino Fundamental de 1a a 4a série e cursos profissionalizantes gratuitos. Tendo como acionista a convenção das Igrejas Batistas Independentes e Missão Evangélicas da Noruega e Suécia. Os missionários trabalhavam na igreja que se localizava na própria escola como professores. Sendo que o objetivo primordial era evangelizar e ajudar as pessoas. Neste sentido, em 1999 os responsáveis pelo prédio decidiram fazer um convênio com a Prefeitura Municipal de Benjamin Constant, cedendo o mesmo através de um comodato que a responsabilizou pela manutenção e custeação da escola e das casas dos missionários. A Escola Municipal CESBI, foi fundada no dia 06.08.1984, nas dependências da Igreja Batista Independente, na Rua Elízio Ataíde n.441, Coimbra na zona urbana do município. Era uma entidade filantrópica sem fins lucrativos. IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para Escola CENTRO SOCIAL BATISTA INDEPEND. - CESBI IDEB Observado Metas Projetadas Ensino Fundame ntal 2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 Anos Iniciais 2,3 2,8 2,4 2,7 3,1 3,4 3,7 4,0 4,3 4,6 Anos Finais - - - - - - - - - - Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar. Participação da escola CESBI no índice de desenvolvimento do ensino-IDEB 2.2.1 Observação e participação ativa: contado direto com o campo O estágio foi desenvolvido na turma ―E‖ do 1° ano do turno vespertino, na sala de aula com 32 alunos, tendo entre 06 e 08 anos de idade, contendo mais meninas do que meninos é uma turma multicultural, sendo que a mesma é composta por crianças perunas, israelitas e brasileiras. A professora estava passando pelo processo de adaptação, uma vez que a mesma trabalha como professora de apoio de outra escola e foi convidada pela secretaria de educação para assumir a sala de aula de outra professora que não podia permanecer com a turma por motivo de saúde. A mesma é formada em magistério e fez o PRO-FORMAR da UEA. As atividades são realizadas de acordo com o plano diário da professora, sendo que o mesmo prioriza a língua portuguesa e o ensino da matemática, sempre em sala de aula, por estudarem no turno vespertino a temperatura não favorece para que a professoras as leve para outro espaço, como o pátio que dispõe de um espaço bastante amplo, mais não tem cobertura, para proteger as crianças do sol e da chuva. A metodologia de ensino segue sempre a mesma seqüência: escreve-se o assunto no quadro branco, pede para as crianças escreverem em seus cadernos, os que não conseguem a professora pedem-lhes os seus cadernos e passa atividade para que desenvolvam. Quando eu participava da correção dos cadernos, escrevia palavras carinhosas para incentivar as crianças, quando eles viam um coração ou uma estrela ao lado da atividade corrigida mostravam imediatamente aos colegas com muita alegria e pediam para que eu lhes passasse mais atividades para o outro dia. Os conteúdos trabalhados pela professora não favorece o aprendizado das crianças, sendo que a turma é composta por 32 alunos, onde a metade não consegue acompanhar as aulas. Além da super lotação a professora não dispõe de recursos pedagógicos e nem de professora de apoio, sendo que cada turno conta com o apoio de três professoras de apoio por turno, para atender 21 salas de aulas. Quando a professora nos pedia para escrever no quadro a atividade do dia, escrevia o conteúdo e desenhava várias figuras relacionadas com o conteúdo, no objetivo de promover a melhor compreensão por parte dos alunos. O interesse das crianças aumentava e ficavam mais atentos para o que a atividade lhes pedia, e juntos corrigíamos a atividade no quadro, com a participação da professora da turma. A sala era aberta e tinha dois ventiladores na parede, mas os mesmo não eram capazes de ventilar um espaço grande cheio de gentes. Quando o dia está muito quente as crianças ficam bastante agitadas e a solução encontrada pela professora é colocá-los para pintar com a tinta guache ou montar as peças de encaixes no objetivo de manter-los mais calmos e centrados em uma atividade educativa. Uma das participações ativas que me proporcionou contribuir para com a professora foi cantar com as crianças quando as mesmas estavam muito agitadas. Quando eu os deixava a vontade para cantarem a canção que desejassem aos poucos a atividade virava uma bagunça, mas quando eu organizava a situação todos brincavam sem grandes problemas. Como a maioria das crianças vieram direto para a alfabetização, não conhecem as canções de roda que tanto contribui na educação infantil. Mas aos poucos todos acabam por lembra de uma musica que gostam. As musicas que motivam a participação das crianças são as que pedem a participação e interpretação de todos, com moimentos engraçados, como sacudi o braço ou a perna, pular para frente e para traz. A turma, não se diferencia das demais salas de aulas anteriormente observadas, tem crianças agitadas e as quietinhas. No caso em que as crianças se excedem nas travessuras a professora pede para que os pais venham até a escola, para juntos encontrarem uma solução para contorna a situação ocorrida. Nas situações que a professora consegue resolver através do dialogo, ela para suas atividades e conversas com seus alunos sobre o que estavam fazendo dentro da escola que não está de acordo com os bons costumes ou regras da escola. No dia que eu me apresentei para turma, todos comentavam que a professora já havia falado ao meu respeito, dizendolhes o objetivo da minha presença na sala de aula por alguns dias, e qual seria o comportamento mais adequado dele para comigo. Durante a participação ativa, foi possível observar que as crianças são bastante ativas, mas falta uma metodologia que prenda as atenções, pois gastam suas energias em brincadeiras inadequadas para a sala de aula e para seus desenvolvimentos como: ficam apelidando os coleguinhas, pegam os objetos alheios sem pedir permissão e se são contrariados regem com gritos e agressões corporais, dependendo de quem os repreendam. As mesmas gostam de cantar, mas quando chega o momento cada uma das crianças canta do seu jeito, sem se importar com o que o colega está cantando. Dessa forma a bagunça toma conta da sala de aula, e a professora tem que interromper o momento de cantigas. Em virtude da falta de utilização de metodologias adequadas, percebemos um grande desinteresse dos alunos pela as aulas, desta forma resolvi trabalhar em minha regência uma técnica inovadora, dinâmica que chamasse a atenção das crianças da turma. 2.2.2 Regência supervisionada: momento de contribuição A temática música na regência do estagio supervisionado nos anos iniciais do ensino fundamental trouxe a perspectiva de auxiliar a professora em suas futuras atividades, sendo que a mesma ainda não dispunha de uma metodologia que prendesse a atenção das crianças. É também do conhecimento da mesma que a intenção da regência supervisionada era somente de contribuir e jamais constranger sua metodologia de ensino, sendo que a docência supervisionada em sala de aula faz parte do aprendizado do acadêmico, uma vez que a mesma constitui as etapas de formação do (a) futuro (a) pedagogo (a). Para tanto a mesma deve ser planejada e desenvolvida de acordo com os regulamentos do curso de licenciatura em pedagogia devidamente orientada pelo professor (a) da disciplina, sendo que a atividade só deve acontecer com a autorização do campo concedente e da professora responsável pela sala onde foi desenvolvido o estagio supervisionado. A escolha pela música como atividade de regência emergiu do interesse de contribuir para com a sala de aula, mostrando-lhes outras formas de trabalhar a música interligando seu contexto com as disciplinas ministradas no 1º. ano do ensino fundamental. Para Lovisaro (1999) a iniciação musical contribui para o desenvolvimento da coordenação viso motora, imitação de sons e gestos, atenção e concentração, linguagem e raciocínio. Cabe ao professor, favorecer estes momentos, pois são fundamentais para a construção da personalidade do aluno à compreensão da realidade da qual ele faz parte. Rosa (1990), a simples atividade de cantar uma música proporciona a criança o treinamento de uma série de aptidões importantes, pois através de uma simples música a criança estará adquirindo conhecimentos e desenvolvendo-se de forma psicológica e cognitiva, e tudo isso a ajudará no processo ensino/aprendizagem. A música é importante, desde a infância, pois desperta na criança a ludicidade, a socialização, inteligência, coordenação motora, expressão, percepção sonora e espacial. Segundo o Referencial Curricular Nacional (1998) muitas instituições de ensino encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional, mostrando a defasagem existente entre o trabalho realizado na área da música e nas demais áreas do conhecimento. É importante que haja a integração dos conteúdos para que a linguagem musical não fique fragmentada. É necessário que a escola perceba a importância de desenvolver todos os conteúdos usando a linguagem musical, desta forma, estará desenvolvendo todas as áreas do conhecimento. Na visão de Gainza (1988) a linguagem musical é aquilo que conseguimos conscientizar ou aprender a partir da experiência. A música é uma linguagem muito expressiva e as canções são veículos de emoções e sentimentos, podendo fazer com que a criança reconheça nelas seu próprio sentir. A música assim, contribui de maneira sistemática e significativa com o processo integral do desenvolvimento de ser humano. É importante frisarmos que as Diretrizes Curriculares Nacionais Ensino Fundamental apresenta em seu Art. 3º que as Escolas deverão estabelecer como norteadores e suas ações pedagógicas os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade e do respeito à Ordem Democrática e os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais bem como explicitar o reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais e a identidade de cada unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino e reconhecer que as aprendizagens são constituídas pela interação entre os processos de conhecimento com os de linguagem e os afetivos, em conseqüência das relações entre as distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarizado; as diversas experiências de vida de alunos, professores e demais participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidades afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações autônomas e solidárias em relação a conhecimentos e valores indispensáveis à vida cidadã. Visando atender as diretrizes e o objetivo maior da educação escolar que é a formação integral do aluno é que foi desenvolvida uma regência com base num planejamento interdisciplinar, pois a mesma possibilita a transversalidade do conteúdo. A transversalidade abordada nos PCNs (1998) também foi contemplada, pois Ambas — transversalidade e interdisciplinaridade — se fundamentam na crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado. Ambas apontam a complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de relações entre os seus diferentes e contraditórios aspectos. Mas diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da didática. (p.31) É impreterível assim desenvolver uma ação pedagógica que favorecesse a construção coletiva do conhecimento, onde fossem valorizados os saberes, a vivência dos/as alunos/as. É buscando atingir esta finalidade que o planejamento das atividades teve como base a perspectiva construtiva de Jean Piaget, que faz a seguinte abordagem sobre a temática: ―o construtivista nos ajuda a pensar o conhecimento científico na perspectiva da criança ou daquele que aprende. O seu estudo é principalmente centrado em compreender como o aprendiz passa de um estado de menor conhecimento a outro de maior conhecimento, o que está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do indivíduo 1.‖ A contemporânea teoria construtivista da aprendizagem reconhece que as crianças são agentes ativos que se comprometem com a construção do seu próprio conhecimento, integrando a nova informação no seu esquema mental e representando-a de uma maneira significativa O paradigma construtivista conduz a compreender como a aprendizagem pode ser facilitada através da realização de determinados tipos de atividades atraentes de construção. Segundo Gardner (2000) uma forma de integrar os princípios construtivistas 1 Retirado do site www. Ginux. ufla.br/ kacilene/ Piaget.html nas salas de aula é através da realização de projetos. O seu desenvolvimento envolve a observação da vida extra-escolar, propiciando aos alunos a oportunidade de organizar os conceitos e habilidades previamente estabelecidas, utilizando-os ao serviço de um novo objetivo ou empreendimento. Um elemento crucial da participação ativa de atividades colaborativas é o diálogo nas experiências partilhadas, indispensável para suportar a negociação e a criação da significação e da compreensão. Desta forma a regência teve o objetivo de demonstrar que a música é um importante instrumento para o processo ensino- aprendizagem tão necessária ao desenvolvimento integral dos/as alunos/as, e para este ser alcançado foi trabalhado o plano exposto abaixo: Área do conhecimento Português Objetivos específicos Conteúdo Conhecer a escrita das palavras da canção, favorecendo a leitura Musica: a Canoa virou (canto, leitura e escrita de palavras e frase da letra da musica) Desenvolver a noção de quantidade e de tamanho. Adição e noção maior ou menor. Procedimentos de ensino Cantar acompanhando no cartaz Contextualizar a letra da canção com as ilustrações Escrever e ler as palavras Separação de sílabas e letras Contagem das silabas e letras Matemática Recursos de ensino Cartaz; Pincel; Quadro; Alfabetoche; Alfabeto móvel; # Pincel; # Quadro branco Escrita dos numerais correspondentes Identificação de quantidades através de maior que (>) e menor que (<) #Caixa matemática #Palitos coloridos Efetuação de adição com os numerais escritos Geografia Ciências História Artes Distinguir o lugar de origem da arvore que se faz a canoa e os tipos de árvores adequadas para sua produção. Identificar os meios de transporte da região, descrevendo-os e ressaltando a canoa como transporte fluvial Sensibilizar-se sobre a importância da canoa na construção da historia do povo local Motivar a criatividade dos alunos. Meio ambiente: as arvores Identificar entre diversas localidades o local de origem da arvore. Dialogo; Quadro branco; Pincel; Cartaz; Cartazes Meio de transporte. Através do dialogo, enumerar quais são os meios de transporte. Apresentação de cartazes Dialogo; Quadro branco; Pincel; A importância da canoa Contar uma história criada pela a acadêmica. Dialogo; Televisão de papelão; Desenho livre. Dobradura Pedir que cada um desenvolva um barco na arte do origami. Papel ofício; Cola branca; Tesoura; Papel madeira; Tema transversal Reconhecer os impactos ambientais provocados pela grande retirada de madeira nas florestas locais. #Impactos ambientais; Dialogo Professora e alunos Durante a aplicação do plano percebemos que as crianças são hiperativas e que necessitam de atividades dinâmicas e diferenciadas para que prendam suas atenções e lhes ocupem o tempo. Turma E, e materiais utilizados (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva) As crianças do campo de estágio necessitavam de limites, saber à hora de realizar cada atividade do dia. Pois durante a observação as atividades desenvolvidas pela professora da turma não prendia por muito tempo a atenção dos alunos. Atividades sobre a origem da canoa (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva) Durante as atividades, enquanto uns participavam, tinham outros fazendo outra coisa, dessa forma tivemos que parar por várias vezes para conter, alguns alunos. Assim percebemos História sobre a canoa indígena, desenho com o tema canoa e construção de barcos em dobradura (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva) 2.3 Estágio Supervisionado na Gestão Escolar O estágio supervisionado na gestão educacional teve como objetivo conhecer a realidade da gestão escolar de uma escola pública e a interação da gestão escolar com a comunidade escolar e local, uma vez que a mesma está inserida no bairro onde seus alunos moram com seus familiares. Dessa forma é um trabalho que foi desenvolvido em uma escola que estava passando pelo processo de implantação, já funcionou como anexo de uma escola, e também funcionou com prefeitura do município de Benjamin Constant, mas atualmente a Escola Municipal Cosme Jean, é uma instituição de ensino regular que atende 801 alunos distribuídos nos três turnos: matutino, vespertino e noturno, ofertando o Ensino Fundamental com o 1o ao 4o Ano e a 1a a 8a séries, bem como a modalidade da EJA (Educação de Jovens e Adultos) nos seus 1o e 2o segmentos. Desta forma, o estágio em gestão me colocou em contato com as dificuldades e possibilidades de realizar uma gestão escolar que favoreça a participação e que contribua com o processo de decisões e ações que proporcionem uma melhoria na qualidade de ensino. Para tanto atividades de observação participante, entrevista semiestruturada e intervenção foram cruciais durante o desenvolvimento do estágio. 2.3.1 Observação: identificando a participação ―Observação constitui um dos procedimentos mais importantes na experiência de estágio na escola. Trata se de uma das mais antigas formas de conhecer. A observação consiste no uso atento dos sentidos um objeto ou situação, na sua manifestação espontânea, para adquirir um conhecimento determinante sobre um ou mais aspectos da realidade‖. FERREIRA (2010) Através da observação pode-se conhecer a realidade da gestão escolar desenvolvida no campo de estágio, da comunidade interna e externa e os segmentos da instituição de ensino. Sendo que para tanto se fez necessário a utilização de outras técnicas de pesquisa como entrevista semi estruturada e observação participante. Como o estágio foi direcionado para a gestão escolar, as atividades realizadas pelo gestor foram acompanhadas diretamente, sendo que o mesmo me comunicou em conversa que tanto a instituição de ensino quanto ele estava à disposição para colaborar com as atividades do estágio. Dessa forma tomei a liberdade para desenvolver a técnica de estrevista-semi-estruturada com membros da comunidade escola em diferentes seguimentos da instituição de ensino. (gestor, professor (a), funcionários, alunos e pais). A observação favoreceu o conhecimento da forma de gestão da escola, o perfil do gestor, nível e a forma de participação da comunidade e a relação entre os sujeitos da comunidade escolar. Os resultados destas observações serão descritos no terceiro capítulo deste trabalho em virtude de ser o mesmo campo e o mesmo objeto de estudo da pesquisa realizada durante as disciplinas de Prática da Pesquisa Pedagógica. O estágio em gestão serviu, portanto, para aprofundar o meu objeto de estudo retratado na monografia, mas também favoreceu a intervenção em alguns problemas detectados. Por não ser a intervenção um dos objetivos da pesquisa será retratado abaixo como se deu a intervenção durante o estágio, pois algo notório foi a pouca participação dos discentes na gestão escolar. Uma forma de conceituar gestão é vê-la como um processo de mobilização competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para que, por sua participação ativa e competente possível, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, os objetivos educacionais. A gestão participativa se assenta, portanto, no entendimento de que o alcance dos objetivos educacionais, em seu sentido amplo, depende da canalização e do emprego adequado da energia dinâmica das relações interpessoais ocorrentes no contexto de sistema de ensino e escolas, em torno de objetivos educacionais, concebidos e assumidos por seus membros, de modo a constituir um empenho em torno de sua realização (LUCK, 2006, p.21) 2.3.2 Intervenção: sensibilizando a participação Grupo de estágio (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva) De acordo com a observação foi possível encontrar uma temática que favorecesse a implantação e permanência da gestão participativa no campo de estagio. Foi realizada uma palestra como prática de intervenção. A mesmo foi desenvolvida no objetivo de orientar os alunos dos seus direitos e deveres para com a gestão da escola, onde estudam e fazem parte do seu funcionamento. Isto significou que todos devem participar ativamente da gestão escolar, em busca de alcançar o mesmo objetivo O projeto que organizou as atividades do estágio supervisionado em gestão estava pautado no caráter investigativo e interventivo voltado para a área de educação. Foi elaborado a partir das pesquisas realizadas nas disciplinas de práticas pedagógicas e das observações gestionárias realizadas no primeiro momento do Estágio Supervisionado. Sendo que a gestão participativa é entendida com um processo social que consiste na participação efetiva de todos os seguimentos que compõe o âmbito escolar. A escola pesquisada possui apenas dois anos de funcionamento. Contudo, com bastante esforço e dedicação vem dando passos significativos na construção de uma gestão mais participativa. Nesse sentindo, foi proposto a realização e desenvolvimento do Projeto de Intervenção, junto aos discentes tendo como tema: ―O papel dos discentes na gestão participativa da escola”, no intuito de abordar questões relacionadas à importância da participação efetiva dos alunos e como deve ser desenvolvida no ambiente escolar, para que a escola venha a ser mais dinâmica participativa e democrática, uma vez que acreditamos que são pré-requisitos básicos e se bem desenvolvidos servem de caminhos para conseguirmos uma escola e uma educação de qualidade que a sociedade tanto almeja alcançar. Uma vez que o mesmo objetivou contribuir para na construção de uma cultura de Gestão Participativa no âmbito escolar enfatizando a importância, orientação e planejamento, significados e ressignificados, favorecendo assim a formação do aluno para qualificar sua participação e organização na perspectiva da gestão participativa. Segundo Libâneo(2008, p. 102) pontua que: A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e favorecem uma aproximação maior entre professores, alunos, pais. Nas empresas, a participação nas decisões é quase sempre uma estratégia que visa o aumento de produtividade, Nas escolas, esse objetivo não precisa ser descartado, pois elas também buscam bons resultados. Entretanto, há aí um sentido mais forte de prática de democracia, de experimentar formas não-autoritárias de exercício do poder, de intervir nas decisões da organização e definir coletivamente o rumo dos trabalhos. Dessa forma o projeto de intervenção foi devidamente apresentado ao gestor da instituição, para que o mesmo pudesse dar o seu parecer e sugestões sobre as atividades. (Sendo que o mesmo considerou o tema de extrema relevância para sua gestão, aprovando e autorizando a realização das atividades). Para tanto foi selecionados os convidados e solicitamos os recursos necessários que a escola poderia nos disponibilizar como espaço, cadeiras, quadro branco, pincel para escrever no quadro, computador e data-show. Distribuímos os convites por diversas instâncias da escola Cosme Jean e agendamos a programação interventiva A intervenção foi realizada através de uma palestra interativa, onde convidamos duas palestrantes, a Antropóloga Gilse e a pedagoga Antonia Rodrigues, para promover o diálogo entre todos os presentes. Os acadêmicos interagiram com os convidados, usando cartazes que ilustravam vários seguimentos da instituição de ensino e suas respectivas atividades, perguntei onde eles sempre estavam e onde eles quase nunca estavam presentes. Por exemplo, na sala de aula todos diziam está presente, já na direção da escola poucos já freqüentaram, por acharem que lá é o lugar do gestor e que só ele pode utilizar a sala da direção escolar. Nessa atividade dialogamos sobre o significado da gestão participativa, que é um processo de construção onde todos devem juntos busca o melhor para a escola e sua comunidade e que para isto todos devem está presentes em todos os setores que forem necessários, devem compartilhar das atividades a das decisões uma vez que todos é parte integrante de uma comunidade. Convidados: gestor da escola, apoio pedagógico da escola, secretária, bibliotecária, representantes das turmas, as professoras palestrantes e todos os membros do grupo de estágio. Professora Antropóloga Gilse palestrando (Fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva) A antropóloga Gilse palestrou por uma hora e meia, ela enfatizou sobre a importância de se trabalhar em coletivo, usou também os diferentes povos que modificaram seu modo de viver através da coletividade em pequenos grupos a até mesmo em sociedades inteiras. Em seguida à palavra foi concedida a professora Antônia Rodrigues que palestrou sobre o tema gestão participativa na linguagem pedagógica, ressaltando a escola e as pessoas envolvidas no seu processo de ensino e aprendizagem, para tanto a pedagoga mostrou varias imagens no data-shou que ilustravam escola e comunidade em uma alegria recíproca, sua explanação sobre a temática, durou duas horas, agradecemos a presença e a contribuição de todos, quando o gestor da escola pediu a palavra e confessou estar muito contente com a vontade de colaboração com a escola que o grupo demonstra ter. Durante a atividade de intervenção, ou seja, da palestra conseguimos fazer com que todos os representantes discentes participassem e percebessem a importância de sua participação na gestão escolar. Mas não somente dos discentes e sim de todos os segmentos da comunidade escolar e local, pois somente através de uma gestão participativa conseguiremos melhores resultado na educação escolar. É essa concepção de gestão que também nos levou a realizar a pesquisa sobre Gestão Participativa na referente escola, o que será apresentada no capítulo seguinte. 3 GESTÃO PARTICIPATIVA NA ESCOLA: UM OLHAR A PARTIR DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICIPIO DE BENJAMIN CONSTANT Fonte: PNFCEs A gestão emerge para superar, dentre outras aspectos, carência: a) de orientação e de liderança clara e competente, exercida a partir de princípios educacionais democráticos e participativos; b) de referencial teórico-metodológico avançado para a organização e orientação do trabalho em educação; c) de uma perspectiva de superação efetiva das dificuldades cotidianas pela adoção de mecanismos e métodos estratégicos globalizadores para a superação de seus problemas. (LUCK, 2006) O presente capítulo objetiva apresentar os resultados e discussões da pesquisa desenvolvida nas Práticas da Pesquisa Pedagógica intitulada ―Gestão participativa na escola: um olhar a partir de uma instituição pública de ensino do município de Benjamin Constant”, que surgiu mediante ao contato com a realidade das escolas públicas do município. Tornou-se necessário frente às situações observadas conhecer como vem se processando a implantação da gestão participativa nas escolas publicas. Para isso buscouse conhecer o trabalho desenvolvido pelo (a) gestor (a) escolar, apresentando o seu perfil profissional e humano, verificar o nível de participação da comunidade escolar e os mecanismos de democratização da escola, identificando a relação existente entre a escola, os pais e a comunidade local. É interesse no curso de pedagogia a realização de uma pesquisa a respeito da temática uma vez que os discentes do curso são contemplados em tríplice formação: gestão educacional, educação infantil e anos iniciais. Desta forma trata-se de uma pesquisa que contribui diretamente na formação acadêmica do futuro profissional de pedagogia. Ela foi realizada com gestor, docentes, alunos, funcionários, e pais de alunos de uma escola pública do município de Benjamin Constant, instituição esta situada na Rua 21 de abril no Bairro Cohabam. Dessa forma é um trabalho acadêmico que apresenta os resultados finais de uma pesquisa educacional sobre gestão participativa em uma escola municipal do município de Benjamin Constant no Estado do Amazonas realizada no período de 2008 a 2009. A realização da pesquisa voltada para a gestão participativa em uma escola pública do município de Benjamin Constant justifica-se pela necessidade de entendimento e compreensão sobre a forma que desenvolve o processo participativo no contexto educacional. Essa é uma questão paradigmática que promove reflexões, debates, discussões em diferentes espaços, na perspectiva de caracterizar o papel dos cidadãos ativos na construção da educação de qualidade. Para identificar a participação desenvolvida na escola pública do município de Benjamin Constant, foi necessário realizar uma pesquisa que envolveu o processo administrativo e pedagógico da escola concedente. Os resultados obtidos foram devidamente comparados com teorias que discutem a temática. Para desenvolver a pesquisa se fez necessário a utilização de um trabalho qualitativo. Segundo Gonçalves (2003), a pesquisa qualitativa preocupa-se com a compreensão, com a interpretação do fenômeno, considerando o significado que os outros dão as suas práticas. Nesta pesquisa se fez necessário a realização de um estudo de caso, pois o objeto da pesquisa está inserido dentro de um sistema, onde suas ações podem promover o exercício da democracia. Gonçalves (2003) pontua como um ―tipo de pesquisa que privilegia um caso particular, uma unidade significativa, considerada suficiente para a análise de um fenômeno. É impor destacar, que, no geral, o estudo de caso, ao realizar um exame minucioso de uma experiência, objetiva colaborar na tomada de decisões sobre o problema estudado, indicando as possibilidades para sua modificação‖. O estudo de caso possibilitou a utilização de procedimentos que favoreceram a obtenção dos dados necessários e o alcance dos objetivos da pesquisa. Os procedimentos utilizados foram: a) Levantamento bibliográfico- foi o primeiro passo da (o) acadêmica (o) enquanto pesquisador, este promoveu um prévio conhecimento a respeito da temática, foi um procedimento inicial que deu subsídio teórico a prática de pesquisa, dando um direcionamento ao estudo de campo. Para tanto as teorias agem como uma base que fundamenta o exercício da pesquisa. Dessa forma a pesquisa em campo, teve inicio com a observação participante. b) Observação participante- este foi o segundo passo que se fez necessário em todos os momentos da pesquisa. De acordo com Ferreira (2010) ―a observação constitui um dos procedimentos mais importantes na experiência [...]. Trata-se de uma das mais antigas formas de conhecer. A observação consiste no uso atento dos sentidos um objeto ou situação, na sua manifestação espontânea, para adquirir um conhecimento determinado sobre um ou mais aspecto da realidade‖. Com a observação pode-se verificar o comportamento e as relações entre os membros da comunidade escolar e local, o cotidiano da instituição, o perfil do gestor dentre outros. c) Entrevista semi-estruturada- foi o terceiro passo da pesquisa que proporcionou contato direto com 1gestor, 10 professores, 10 funcionários, 10 alunos e 10 pais, conforme disponibilidade dos 41sujeitos apresentados. Conforme Lakatos e Marconi (2001), neste tipo de entrevista ―o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão‖. Dessa forma obtive informações a respeito do nível de participação da comunidade escolar e local, nas tomadas de ações e decisões escolares, bem como as concepções destes sobre a gestão da escola e sobre os avanços e as dificuldades encontradas, sendo que os pais e alunos são cidadãos da comunidade local. O caminho metodológico traçado contribuiu significativamente com o conhecimento da realidade gestionária da escola pesquisada, o que poderíamos demonstrar ao longo ao longo deste capítulo que para direcionar o estudo de pesquisa e o histórico sobre gestão educacional brasileira, mostrando o processo de transformação durante o processo; o conceito de gestão participativa, apresentando qual é o papel assumido pela comunidade escolar e local; a gestão escolar e os mecanismos de democratização e por ultimo será apresentado às análises e discussões deste estudo que torna-se significativo para a formação do pedagogo-gestor. 3.1 A gestão participativa à luz da teoria A fundamentação teórica é um suporte onde o acadêmico se ancora para obter segurança na hora de argumenta os resultados obtidos durante a pesquisa. Dessa forma é uma maneira do acadêmico mostrar que existem estudos anteriores que podem afirma que suas colocações são reais e que podem ser comprovadas em teorias desenvolvidas por estudioso que já tinham a preocupação a respeito da mesma temática. 3.1.1 Conceito e importância da gestão participativa na escola Cury, (2002) apresenta seu conceito etmológico da gestão, ressaltando que o termo gestão provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere e significa: levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. Trata-se de algo que implica o sujeito. Isto pode ser visto em um dos substantivos derivado deste verbo. Trata-se de gestatio, ou seja, gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si e dentro de si, algo novo, diferente: um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger, que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. A gestão escolar, no que se refere principalmente ao papel do gestor/a e coordenador/a pedagógico/a, embasada nos princípios democráticos educacionais, conforme promulga a Constituição Federal - CF de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN n. 9394/96, tem a competência de direcionar e mobilizar as ações conjuntas, associadas e articuladas entre todos os segmentos institucionais necessárias capazes de sustentar e dinamizar a cultura das escolas, canalizando para resultados positivos acerca das propostas educacionais coletivas, dito de outra forma, de um modo democrático de gestão. Dessa forma a democratização escolar é desenvolvida a partir da participação coletiva de todos envolvidos na comunidade interna, sendo que a mesma tem por objetivo desenvolver sua própria cultura, buscando assim a autonomia. A instituição é levada assim a desenvolver atividades de melhoria pensando no bem comum de todos: gestor (a), professor (a), funcionários, estudantes, pais e comunidade externa (moradores da comunidade a qual a instituição está inserida. Em consonância com a Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que: Art. 14 - Fica assegurada pelo Sistema Municipal de Ensino a gestão democrática no Ensino Fundamental e Infantil, com base nos seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola; II- participação da comunidade escolar e local nos Conselhos Escolares ou em seus equivalentes; III - progressivo grau de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira; IV- participação efetiva da comunidade escolar nas decisões colegiadas da escola. Sendo assim todos ganham direitos e voz nas tomadas decisões, para tanto devem participar assiduamente das reuniões e outras atividades desenvolvida a partir dos interesses particulares da instituição de ensino e sua comunidade, buscando juntos alcançar a autonomia escolar. Vale ressaltar que a autonomia da escola não tem o objetivo de desvincular a instituição das normas educacional maiores, que regem o sistema educacional brasileiro, muito pelo contrário, proporciona recursos para que a escola autônoma alcance o objetivo geral do sistema maior de ensino, como por exemplo, a tão sonhada ―educação de qualidade‖, que tem se tornado cada dia mais a menina dos olhos do sistema educativo, Nacional, Estadual, Municipal e local. Segundo Luck (2006) Uma forma de conceituar gestão é vê-la como um processo de mobilização da competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para que, por sua participação ativa e competente, promovam a realização, o mais plenamente possível, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, os objetivos educacionais. A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais, humanas e tecnológicas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos educandos. (RODRIGUES, 2010, em um trabalho sobre atribuições do gesto (a) escolar ) A gestão democrática para Gracindo (2009) é construída a partir da efetivação de seus elementos bem como: (a) Participação: que significa ―partilhar juntos‖. Significa que todos podem contribuir, com igualdade de oportunidades, nos processos de formação discursiva da vontade, ou seja, consiste em construir comunicativamente o consenso quanto a um plano coletivo. (b) Autonomia: É a faculdade que os indivíduos ou as organizações têm de se regerem por regras próprias, pressupondo a liberdade de decidir. A idéia de autonomia é intrínseca à idéia de democracia e cidadania (autonomia da escola é relativa... Mas a escola pode construir seu próprio caminho – cultura escolar). (c) Transparência: está intrinsecamente ligada à idéia de escola como espaço público. Pressupõe a construção de um espaço público aberto às diversidades de opiniões, contemplando a participação de todos os envolvidos na escola. (d) Pluralidade: consolida-se como uma postura de reconhecimento da existência de diferentes identidades e de interesses que convivem no interior da escola - pode propiciar de duas facetas da autonomia da escola (autonomia da escola e dos sujeitos). Desenvolver a gestão participativa como princípio da democracia escolar, é uma tarefa que exige que todos estejam compromissados com a causa, sendo que a mesma necessita que o participante disponibilize boa vontade e tempo. Pois as dificuldades a serem superadas podem surgir a todos os momentos, sem escolha de dia, hora ou turno em que funcione a instituição escolar. Segundo Cunha (2005, p.87): [...] é com a escola que a população interage. Ao povo não interessa saber quem administra a escola: a união, o governo estadual ou o município. Se a unidade escolar dispuser de condições, recursos e vontade política para abrir espaços efetivos à informação, participação e controle por parte as sociedade, escolar e população poderão estabelecer juntas, o que é o interesse objetivo da maioria, sem perder de vista as diretrizes nacionais e estadual. A população, esse parceiro sempre ausente, precisa desenvolver suas próprias formas de organização e encontrar nas esferas de governo a ressonância para suas aspirações e necessidades. Na visão de Luck, (2005, p. 29). A participação, em seu sentido pleno caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade social reconhecem e assumem seu poder. Os professores e os gestores trabalham juntos para melhorarem a qualidade do ambiente. Dessa forma as pessoas envolvidas diretamente no processo de ensino e aprendizagem assumem o papel de motivadores e sensibilizadores da participação das demais pessoas envolvidas como: funcionários e pais. Que necessitam de convites para participar das atividades escolares. De acordo com Dalmas, (1994). A participação reforça a consideração constante do bem comum. Para que seja realmente um processo participativo, é preciso participação nas responsabilidades de elaboração, execução e avaliação, e não apenas na execução. É necessário, portanto a assiduidade por parte dos membros participativos para com as ações gestionárias e institucionais. Segundo Luck, (2005) tanto os gestores como os demais funcionários devem está dispostos há dedicar algum tempo e atenção para está aprendizagem, viabilizando a criação de um sistema de trabalho com base na gestão participativa. Para tanto a gestão escolar deve trabalhar com transparência, colocando sempre que possível as dificuldades a serem superadas em pauta, para que através do dialogo encontre formas para diagnosticar o problema e promover soluções cabíveis para situação inadequada ao projeto de desenvolvimento institucional. Na perspectiva de Dalmas (1994) são infinitos os fatores contribuinte para que se desenvolva a gestão participava na escola, basta dá o primeiro passo, colaboração não é participação. Para promover a participação na escola ou em outra instância da sociedade, há obrigação do emprego de uma metodologia adequada que conduza aos objetivos desejados. Luck (2005) afirma que administrar participativamente, assim como ensinar, é uma forma de arte, quando bem praticada. Na proposta de gestão participativa, não basta à intenção, tem que ter força de vontade para permanecer desenvolvendo as atividades participativas. Portanto não se trata de está deporariamente participativo tem que ser gestão participativa. Deve-se vivenciar a participação, e isto para Dalmas (1994) envolve riscos e conflitos, num verdadeiro desafio aos que lutam por um constante envolvimento dos membros da comunidade educativa no processo participativo. O diálogo-comunicação é elemento essencial no processo de intercâmbio de vivências, experiências, interações, diálogos entre os participantes. No entanto, segundo Ferreira (2000) a consulta individual aos atores envolvidos não garante, por si só, a participação consciente. O primeiro da especificidade da escola pública é a sua intensa relação com a comunidade, muitos indivíduos, interferindo fortemente em muitas decisões constituem um sistema bastante participante. É necessário praticar constantemente o exercício da participação em todos os seus sentidos: internamente, na inserção política transformadora e emancipadora. Isso também é exposto por Paro (2004) quando pontua o seguinte sobre a participação da comunidade. A participação da comunidade escolar, como todo processo democrático, é um caminho que faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se refletir previamente a respeito dos abstáculos e potencialidade que a realidade apresenta para a ação e que o processo de democratização da instituição de ensino é uma constante caminhada onde os sujeitos envolvidos decidem em coletivo a forma de retiras os pedregulhos do caminho para que a caminhada possa prosseguir ruma ao destino almejado por todos, a ―gestão escolar democrática‖. Paro (2008, p.130.) complementa esta reflexão pontuando o seguinte: O gestor escolar deve ser um líder pedagógico que apóia o estabelecimento das prioridades, avaliando, participando na elaboração de programas de ensino e de programas de desenvolvimento e capacitação de funcionários, incentivando a sua equipe a descobrir o que é necessário para dar um passo à frente, auxiliando os profissionais a melhor compreender a realidade educacional em que atuam, cooperando na solução de problemas pedagógicos, estimulando os docentes a debaterem em grupo, a refletirem sobre sua prática pedagógica e a experimentarem novas possibilidades, bem como enfatizando os resultados alcançados pelos alunos. O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, professores e funcionários (BORGES, 2008). Sua função envolve atividades de mobilização, de motivação e de coordenação. Dirigir uma escola implica colocar em ação os elementos do processo organizacional (planejamento, organização, avaliação) de forma integrada e articulada. Assim, o gestor é a figura que deve possuir e liderança, no clima de organização da escola que pressupõe a liberdade de decidir no processo educativo e não nos gabinetes burocraticos (HENGEMUHL, 2004). Essa concepção de gestão se fortalece no processo de redemocratização e abertura política do Brasil, mas nem sempre se prezou pela participação. Torna-se importante assim resgatar a história do Brasil da gestão escolar no Brasil para melhor compreender este processo. 3.1.2 A gestão escolar no Brasil: resgatando a história De acordo com Cunha (2005), A ampliação da presença de administrações participativas no Brasil é um fato político maior que a vontade ou ideologia de partidos progressistas que assumem o poder. O mundo moderno, marcado pela globalização e pela complexidade das sociedades de massa, aponta, cada vez mais, para uma profunda crise de governabilidade de executivos, que não estabelecem parcerias com a comunidade. Para tentar entende o processo participativo, deve ser levada em contar o novo cenário mundial, em termos da globalização a nova configuração das sociedades entre si, com a diminuição da autonomia dos estados nacionais e sua conseqüência perda de governabilidade e pode em implementar políticas eficazes‖. (p.11) Historicamente a gestão escolar é marcada por um modelo de direção centralizada na figura do diretor, que agi como tutelado aos órgãos centrais, competindo-lhe zelar pelo cumprimento de normas. Dessa forma, atuava sem voz própria para determinar o destino da escola e, portanto, deresponsabilizado dos resultados de suas ações, (gerente de operações ditada). Dessa forma é uma história de desenvolvimento, marcado por diferentes formas de administrar a educação escolar, oferecida pelo governo regente, no entanto poucos são os teóricos que descrevem essa trajetória no Brasil. De acordo com Sander (2007) a ausência de um sistema de ensino para a população, fruto do descaso dos governantes daquele período, não favoreceu o desenvolvimento de um corpo teórico em relação à administração educacional. As publicações que existiam até a Primeira República consistiam em ―memórias, relatórios e descrições de caráter subjetivo, normativo, assistemático e legalista‖ dessa forma a história da gestão educacional Brasileira está embasada em estudiosos que se reportam a década de 1930. Pra tanto buscarei sistematizar a história da gestão educacional, seguindo dos fatores importantes neste percurso: modelo de administração escolar antes e depois da Proclamação da República. Com base nos trabalhos de Sander (1995 e 2007) e Libâneo (2005). Antes da proclamação da republica, o ensino era administrado de acordo com o movimento paternalista, onde o governo geral ditava seus interesses e o administrador (pessoa indicada), assumia a postura autoritária para pensar e agir, em beneficio do governo maior baseando-se na visão vertical. Onde o poder vinha de cima para baixo sem desconhecendo o outro como igual. Esta foi uma realidade que a administração escolar, assumiu por várias décadas do século XIX e XX. No século XIX, por exemplo, a luta por uma melhor educação no Brasil começa após a proclamação, onde povo tentou implantar varias reformas que pudesse da um rumo melhor à educação brasileira, esses movimentos que levam ao otimismo pedagógico e ao entusiasmo pela educação vieram se fortalecer. Em 1937 a aprovação da Constituição que conduziu a orientação político-educacional dando ênfase maior, no ensino profissional (preparação da mão-de-obra). Neste período segundo Sander (1995) instalou-se na administração pública o reinado da tecnocracia que tinha como preocupação a adoção de soluções racionais para resolver problemas organizacionais e administrativos como base nos princípios da escola clássica de administração de Taylor e Fayol. A escola era administrada seguindo os princípios que buscavam produtividade como assim era as indústrias, as empresas. Ao traçarmos o histórico sobre a gestão educacional percebemos, portanto que os dirigentes escolares entre as décadas de 1930 e 1940 disseminaram a eficiência associada à produtividade econômica não se importando com a dimensão humana, cultural e política da gestão escolar. Leão (1945 apud DRABACH e MOUSQUER, 2009, p.154) retrata que administração da educação desse período inspirava-se como já foi ressaltado, na organização inteligente das companhias, das empresas, das associações industriais ou comerciais bem aparelhadas. Concomitante a isto na década de 1930, surgem também os movimentos reformistas da Escola Nova de John Dewey, que apresentam através do documento do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova a preocupação com o espírito filosófico e científico na resolução dos problemas de administração escolar como principal responsável pela desorganização do aparelho escolar. Ribeiro (1986, p. 64) apresenta algumas contribuições a respeito da administração com base em Taylor e Fayol. A administração é uma elaboração natural inerente a qualquer tipo de grupo humano em ação. A administração é uma atividade produtiva. A administração é um conjunto de processos articulados dos quais a administração é parte. A administração pode ser tratada por método científico. Administração interessa a todos os elementos do grupo, embora em proporção diferente. Já na década de 40, surge uma nova concepção de administração escolar, esta pautada na escola psicossociológica da administração, que se opõe a teoria clássica, pois passa a valorizar a motivação humana a liderança e a comunicação. Isso não implicou segundo Sander (1995) no abandono da autoridade, da razão e da disciplina, mas passa a ver o homem como um ser emocional, psicológico e social e não como uma maquina o qual tão bem se reporta o filme Tempos Modernos de Charles Chaplim. Para o mesmo autor o enfoque comportamental da escola psicossológico é substituído pelo enfoque desenvolvimentista da educação após a 2 guerra Mundial pois a preocupação passa a ser com o desenvolvimento sócio-econômico da população. Segundo Sander (1995) a educação passa a ser vista como o fato mais importante para a preparação da mão de obra para o mercado de trabalho, é o período do ensino tecnicista da Ditadura Militar. Estes três momentos, o da escola nova clássica, o da escola das relações humanas (psicossociológica) e o da escola Desenvolvimentista fazem parte para Libâneo da concepção, técnico - científico de gestão escolar. A concepção técnico - científico representa: [...] uma visão burocrática e tecnicista da escola. A direção é centralizada em uma pessoa, as decisões vêm de cima para baixo e basta cumprir um plano previamente elaborado, especialistas, alunos e funcionários (LIBÃNEO, 2005, p. 323- 324). Dessa forma, Paro (2000) ressalta que a divisão do trabalho tal como se vê na administração escolar (alguns pensam-especialistas-outros executam) é fruto da necessidade surgida a partir do trabalho que o capitalista agrega valor a sua matéria-prima, o que lhe garante o lucro. A concepção técnico-cientifico apresentada por Libãneo é muito mais evidenciado durante o período militar onde se instaura a antidemocracia. Neste, professores e estudantes foram presos, bem como também fecharam as universidades. Como as mudanças da administração não para, no final da década de 70, surge o período da reivindicação pela democracia. Em várias áreas do governo a gestão democrática da educação passa a ser intensamente reivindicada. De acordo com Ramos (2006), esta luta fez com que a comunidade construísse entidades educacionais, sindicatos e movimentos sociais, encontros e congressos para discutir medidas que pudessem transformar a escola. Percebe-se que esta é uma etapa do percurso onde a gestão escolar passa a ser pensada com participação de vários segmentos envolvidos no processo da educação escolar. Frente a isso Libâneo (2000) pontua que, ―a gestão democrática da educação esta vinculada aos mecanismos legais e institucionais e a coordenação de atitudes que propõem a participação social: na tomada de decisão; na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição; na execução das resoluções colegiadas; nos períodos de avaliação da escola e da política educacional, o que vem a ser contemplada no texto da Constituição Federal de 1988. Na Constituição Federal de 1988, os municípios também passam a ter responsabilidades e liberdade para criar e organizar oportunidades dentro do seu processo de ensino (realidade local). Nesta a gestão democrática passa a ser tratada como um princípio de gestão escolar. De acordo com Cury (2002) na Constituição Federal de 1988, em seu art. 37 estabelece principio que devem reger a administração pública: legalidade; impessoalidade; moralidade; publicidade e eficiência. a) Legalidade se caracteriza pela adequação a ordem jurídica e democrática em suas regras e formalidades. Os procedimentos formais da legislação competentes para que uma presença política se legitime. b) Impessoalidade é um critério de universalidade da norma, geral e abstrata, pelo qual o poder público, na generalidade das leis, se investe contra o arbitrário e se ausenta de atribuir algo a alguém cujo pessoa, enquanto individuo, se situaria acima da lei. Para atender o cidadão existente em todas as pessoas e para atender o principio de igualdade de todos perante a lei, [...] c) Moralidade implica não só o respeito as regras do jogo e aos outros princípios aqui enunciados, mas também o ataque frontal aos opostos destes princípios. Em geral, tais opostos são conhecidos e designados pelo termo corrupção, seja ela processual, seja financeira. d) Publicidade é a qualidade do que é público. Faz parte dessa qualidade expor a todos, ao público, algo cuja natureza tem no cidadão sua fonte e referencia. Deste modo, é pública a exposição de algo que pode ser diretamente assistida por qualquer um como, por exemplo, a reunião de órgão colegiado, a defesa de uma tese acadêmica ou a realização do casamento civil. e) Eficiência implica na efetivação concreta de deveres e na satisfação dos cidadãos nos seus direitos, efetivados com padrão de qualidade que atendam as normas técnicas, sem duplicação de meios para mesmos fins e uso de recursos contemporâneos de administração a gestão. Para tanto a Constuicao Federal ( 1988) tambem determina em seu Art. 206. que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VI – gestão democrática do ensino público,na forma desta lei; Ainda de acordo com o autor. Estes princípios, se e quando efetivados, colocam a transparência, o diálogo, a justiça e a competência como transversais a cidadania democrática e republicana. Eles, se validos para todo e qualquer servidor publico, com maior razão, se aplicam aos que detém uma parcela de autoridade no âmbito do serviço púbico. Mediante (2006) retrata que é com a LDB, LEI 9.394|96, que vigora nos dias atuais, que o país passa então a conta com o Sistema Federal, Sistemas Estaduais e Municipais de Ensino, sendo eles autônomos no que tange a organização, devem ter órgão normativo, sua relação passa a ser de cooperação e não de subordinação. A LDBEN / 9394 art. 3º, VIII e art. 14. Os sistemas de ensino definirão as Normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Plano Nacional de Educação (PDE, lei 10.172/2001) apresenta um dos seus objetivos a democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. O princípio da gestão democrática tratado na CF/88 e nas legislações atuais da educação se enquadra na concepção sócio-crítica de gestão. Para Libâneo (2005, p. 324) esta concepção: [...] concebe organização escolar como um sistema que agrega pessoas, considerando o caráter internacional de suas ações e as interações sociais que estabelecem entre si e com o contexto sociopolítico, nas formas democráticas de tomada de decisões que dá-se coletivamente, possibilitando aos membros do grupo discutir e deliberar, em relação de colaboração. Este modelo de gestão para Sander (1995) é um novo paradigma que envolve as dimensões: econômica (efetividade diferente na escola clássica), pedagogicamente (eficácia - da escola psicossociológica), política (efetividade-de-escola desenvolvimentista) e cultural (relevância, do enfoque cultural que se preocupa com a qualidade de vida na educação e na sociedade). Essas dimensões estão interligadas e favorecem a participação da sociedade. A materialização desse compromisso exige da administração da educação, um envolvimento concreto na vida da comunidade através de uma filosofia solidaria e uma metodologia participativa. Quanto maior o grau de participação solidaria dos membros da comunidade direta ou indiretamente comprometidos com a administração da educação, maior será sua efetividade e maior sua capacidade política para responder concreta e imediatamente as necessidades e aspirações sociais (Sander, 1995, p.48-49) Para melhor compreensão do breve histórico da gestão educacional brasileira, vamos observar no quadro comparativo as mudanças que ocorreram durante o processo de democratização da gestão escolar. Desta forma podemos estabelecer a diferença entre administração e gestão democrática. Quadro comparativos usados por professoras do INC, em um palestra do Programa Refletindo na escola da SEDUC- Am. Nos dias atuais a gestão democrática continua tendo como palavras chaves a autonomia e a participação onde todos são envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma a democratização escolar depende da vinculação com a • ADMINISTRAÇÃO Tomadas de decisão de forma isolada e vertical; • Função pautada na individualidade; • O dirigente orienta suas ações pelo princípio da centralização; • O dirigente exerce sua ação com base no comando, controle e cobrança; • Compete ao administrador manter-se objetivo, imparcial, condição para poder exercer controle e garantir os resultados. GESTÃO DEMOCRÁTICA • Coletividade nas tomadas de decisão, • Relações de poder de forma horizontal; • O dirigente exerce ação de orientação, coordenação, mediação e acompanhamento; • A autoridade do dirigente é centrada em sua competência e capacidade de liderança; • Ao gestor compete envolver-se nos processos sob sua orientação, interagindo com os demais participantes. sociedade a qual esta inserida. Segundo Barros, (1998) ―A administração escolar atravessa uma transformação, cujo objetivo é alarga e redefinir o conceito de escola. O processo de autonomia das escolas desenvolve-se num contexto amplo, procurando resolver a crise de governabilidade do sistema de ensino. Essa crise enquadre-se no governo sobrecarregado devido ao crescimento exponencial do sistema educativo, a complexidade das situações geradas pela heterogeneidade dos alunos individual, social e culturalmente, a quebra de confiança na transição entre, os disfuncionamentos burocráticos‖. Em suma pode-se dizer que o desenvolvimento da gestão democrática na escola é um processo longo que vem por década se rastejando. Ela é resultado de movimentos que buscavam qualidade no ato de ensinar e de aprender. Foi aprovado por governantes que queriam o crescimento cultural e social. Para isto a educação passa ser colocada como meio de transforma a sociedade vista como uma forma de moldá-la de acordo com a globalização tecnológica, visando o crescimento econômico, sócia, cultural. Sendo que a comunidade local passa a assumir o papel de participante. 3.1.3 A gestão participativa e os mecanismos de democratização Para a efetivação da gestão participativa, a participação da comunidade escolar e local é de suma importância no processo participativo da instituição de ensino, sendo que sem a atuação consciente das pessoas evolvidas não há gestão participativa na escola. A participação, em seu sentido pleno, caracteriza-se por uma forca de atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade social reconhecem seu poder de exercer influencia na determinação da dinâmica dessa unidade social, de sua cultura e de seus resultados, poder esse resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir em torno de questões que lhe são afetas. [...] todas as pessoas tem um de poder influência sobre o contexto de que faz parte, exercendo-o, independentemente da sua consciência desse fato e da direção e intenção de sua atividade (LUCK, et al.2005, p.18) Teoricamente a gestão participativa é um processo contínuo, que caminha em direção a gestão democrática, buscando concretizar os objetivos da gestão participativa. Dentro do sistema educacional a participação de todos em prol da educação de qualidade, significa trabalhar em coletivos, compartilhando as responsabilidades cabíveis para a instituição escolar, seja ela municipal ou estadual. Como todo processo a gestão participativa tem seus objetivos a fins, favorecendo o desenvolvimento da comunidade escolar e local. Toda a comunidade educativa na intencionalização (projetualização) da educação. No entanto, cabe ao gestor escolar assegurar que a escola realize sua missão: ser um local de educação, entendida como elaboração do conhecimento, aquisição de habilidades e formação de valores. O gestor deverá animar e articular a comunidade educativa na execução do projeto educacional, incrementando a gestão participativa da ação pedagógico-administrativa, conduzindo a gestão da escola em seus aspectos administrativos, econômicos, jurídicos e sociais. O gestor é o articulados/mediador entre escola e comunidade. Ele deve incentivar a participação, respeitando as pessoas e suas opiniões, no que chamamos de gestão democrática. (DOS SANTOS, 2006, p.130) De acordo com o Plano Nacional de Educação, cabe ao gestor escolar, desenvolver normas democráticas para o ensino público, com a participação da comunidade escolar. A descentralização de poder é o primeiro passo que o gestor deve tomar, dividindo as decisões e as responsabilidades os demais membros da escola. Dessa forma todos assumem a autonomia escolar, planejando e desenvolvendo o exercício da democracia. Para tanto Luck, (2006, p.50) A ação participativa, como prática social segundo o espírito de equipe, depende de que seja realizada mediante a orientação por certos valores substanciais, como ética, solidariedade, equidade e compromisso, dentre vários outros corelacionados, sem os quais a participação no contexto da educação perde seu caráter social e pedagógico. Dessa forma para favorecer a questão da democratização da gestão escolar foram criados mecanismos que favorecem a participação da comunidade escolar e local. Os mecanismos têm como função básica mobilizar e organizar os atores envolvidos como representantes das organizações associativas da escola para juntos discutirem os interesses e objetivos da instituição de ensino para com o processo educativo que pretendem desenvolver durante o ano letivo. Para tanto são formas que a escola dispõe de integrar seus segmentos no processo participativo da instituição, pois possibilitam participação, compromisso e partilhamento de decisões, sendo, pois, o gestor (a) e o Coordenador (a) Pedagógico (a) os elementos ativos em todas as proposições da Escola. Estes mecanismos são assegurados no texto da legislação máxima da República Federativa do Brasil, a Constituição Federal (CF/88) quando ela apregoa que a educação deve ser promovida e incentivada em colaboração com a sociedade ( art.205) através do princípio da gestão democrática do ensino público ( art.206). Assim, a Carta magna estabeleceu constitucionalmente as diretrizes para que este modelo de gestão fosse uma das prioridades dentro dos textos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96) e do Plano Nacional de Educação (PNE-10.172/2001). Os mecanismos de democratização da gestão escolar são:a)conselho escolar; b)Plano Desenvolvimento Escolar;c) Projeto Político Pedagógico,d) Regime Escolar; e) Organizações Associativas da Escola: De acordo com os cadernos dos conselhos escolares do PNFCEs da SEB/MEC, os conselhos escolares são órgãos colegiados com objetivos administrativos, financeiros e, sobretudo, político-pedagógicos, estes sustentáculos de projetos políticos pedagógicos emancipadores. O plano de desenvolvimento da escola – PDE trata-se do processo de planejamento estratégico que a escola desenvolve para construção de sua identidade, definindo o que é a escola, o que pretende fazer, aonde quer chegar, como e com quais recursos atingir os objetivos educacionais. Foi – lançado em 1999, pelo Governo Federal como um plano estratégico de trabalho que, define diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pela Unidade escolar. É o processo gerencial de planejamento estratégico que a escola desenvolve para a melhoria da qualidade de ensino. Um outro importante mecanismo é o Projeto Político Pedagógico. Para Libâneo (2004) o Projeto Político Pedagógico é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar. É uma síntese dos diversos interesses e tem como propósito dar um sentido coletivo às autonomias individuais. O Regimento Escolar também é de suma importância no processo de democratização da escola, pois é o instrumento legal que traça as diretrizes técnicas, administrativas, pedagógicas e disciplinares da Unidade escolar. Sob a coordenação do Gestor escolar é elaborado com a participação do Conselho escolar, devendo ser analisado e aprovado pelo Conselho Municipal de Educação. Além desses mecanismos existem também o Conselho de Classe e as Organizações Associativas dos Alunos: Conselho de Representantes de Turmas (CRT), envolvendo os estudantes da Educação infantil ao Ciclo II e Grêmios Escolares direcionados aos estudantes do 6º ao 9º ano de escolarização. Essas organizações têm como função básica mobilizar e organizar os atores envolvidos como representantes das organizações associativas da escola para discutirem interesses coletivos a respeito do ensino e de melhoria da aprendizagem dos alunos, contando nessa discussão com a participação de diretor, coordenador pedagógico, professores, alunos e pais, de acordo com as diretrizes da escola. De acordo com Luck (2006. p. 50,51) os mesmo têm tais significados, na gestão participativa: a) A ética é representada mediante a ação orientada pelo respeito ao ser humano, as instituições sociais e aos elevados valores necessários ao desenvolvimento da sociedade com qualidade de vida, que se faz traduzir nas ações de cada um. b) A solidariedade é manifestada mediante o reconhecimento do valor inerente a cada pessoa e o sentido de que como seres humanos nos desenvolveram em condições de troca e reciprocidade, para cuja efetivação são necessárias redes de apoio recíproco. c) A equidade é representada pelo reconhecimento de que pessoas e grupos em situação diferenciadas ou desfavoráveis necessitam de atenção e condições especiais, a fim de que possam colocar-se em paridade com seus semelhantes no processo de desenvolvimento. d) O compromisso se traduz na ação dos envolvidos no processo pedagógico, focada e identificada com os seus objetivos, valores, princípios e estratégias de desenvolvimento. Dessa forma para que a gestão participativa seja efetivada no contexto educativo se faz necessário também a absolvição por parte da comunidade escolar, dos valores que orientam a ação participativa, são fatores que interferem diretamente no objetivo da gestão participativa, como principio democrático. De acordo com Luck, (2006, p. 52,53) são: a) Promover o desenvolvimento do ser humano como ser social (cidadão), e a transformação da escola como unidade social dinâmica e aberta à comunidade, de modo que a educação se transforme em um valor cultivado pela comunidade, uma responsabilidade exclusiva de governo e a escola. b) Desenvolver o comunitarismo e o espírito de coletividade na escola, caracterizados pela responsabilidade social, de modo que esta se torne ambiente de expressão de cidadania por parte de seus profissionais e de aprendizagem social efetiva e de cidadania, por seus alunos. Percebesse que os pontos citados pela autora nos colocam em consonância com o significa real da gestão participativa na escola, deixando transparecer quais são seus objetivos para com a educação oferecida, destacando assim seus valores orientadores que devem ser pautados em alguns cuidados básicos, também explanado pela a autora. a) Desenvolvimento de consciência dos valores educacionais assumidos pela escola; b) Estabelecimento de um fluxo aberto de comunicação entre todos os componentes da escola. c) Promoção da consciência do jogo de influencias estabelecido na escola e seu significado. d) Ética e transparência. A gestão participativa enquanto iniciação a democratização da gestão escolar, é um processo que necessita de planejamento devidamente discutido e analisado, para assim traçar a forma adequada, para que a escola e sua comunidade possam promover a participação consciente das pessoas envolvidas. Sendo que os mesmos devem se organizar de acordo com a legislação que ampara a efetivação da gestão escolar no sistema de ensino. Para tanto se devem levar em conta, os fatores que favorecem o desenvolvimento das ações participativas na realidade institucional, pois como outros processos já existentes no sistema de ensino têm seus amparos, seus objetivos e finalidades, para que possa ser devidamente efetivada no contexto desejado. 3.2 Caracterizando o campo e os sujeitos da pesquisa A pesquisa foi realizada no município de Benjamin Constant, localidade essa que buscarei apresenta nas figuras logo abaixo: Mapa da localização do município de Benjamin Constant no Estado do Amazonas (fonte: IBGE, 2009) A origem de Benjamin Constant esta ligada a diferentes contextos, como a política de aldeamento, ação demarcatória dos limites do Brasil com o Peru e o extrativismo da borracha. Na origem remota está a Aldeia do Javari, situada a margem direita do Solimões. Da ação demarcatória da fronteira entre Brasil e Peru, realizada entre 1864 e 1874, surgiu, em 1890, um povoado, antigo seringal, com o nome de Remates de Males. Localizado a margem do rio Itacoai, este povoado deu origem ao Município de Benjamin Constant. O nome da cidade, sugerido por Candido Rondon, é uma homenagem a Benjamin Constant, um dos ativistas da República proclamada no Brasil em 1889. Foto: Benjamin Constant Botelho Magalhães (fonte: www.wikipedia.com.br) Com a proclamação da republica brasileira, em 1889, ocorreram maiores mudanças político-administrativas no Brasil e conseguintemente no amazonas, que deixou de ser província e passou a Estado. Muitos Municípios foram criados, formando assim, o Estado do Amazonas. No alto Solimões, foi criado o município de Benjamin Constant, em 29 de janeiro de 1898, no governo de Fileto Pires Ferreira. A sede desse município foi instalada no povoado de Remate de Males, na embocadura do rio Itacoaí, afluente do rio Javari. Esses rios eram os de maior acesso ao transporte da borracha. Remate de Males teve um rápido crescimento porque ficava localizado em um centro seringueiro, na época em que a borracha alcançou bons preços. Na época havia grandes quantidades de seringueiras na área do Solimões. Com a valorização da borracha, pessoas de outras regiões e de outros países vieram morar em remates de Males, com isso a população do município de Benjamin Constant e de outros povoados aumentou bastante. O comércio e a economia de Remates de Males também cresceu, assim, a 12 de outubro de 1904, esse povoado passou a condição de vila. Remates de Males (1913) Primeiro porto de B.Constant (1940) Frente do município de B.Constant (2006) Fonte: prefeitura municipal (ação para todos) Entre 1904 a 1910, a vila teve o mais próspero comércio de toda região do Alto Solimões. Em remates de Males havia vários comércios como: loas de moda, armarinhos, joalherias, alfaiataria, açougues e pequenas barracas de madeira que a chamavam de hotéis. No período de alagações as pessoas ficavam doentes com doenças típicas dessa região como: malaria e hepatite. Em conseqüência dessas doenças as pessoas começaram a se muda para o povoado chamado Esperança, localizado na foz do rio Javari, só permaneceram em Remates de Males os funcionários públicos. Esperança foi fundada pelo comerciante Antonio José dos Remédios, que instalou ali um estabelecimento comercial, onde vendia mercadorias para os moradores vizinhos, e abastecia os seringueiros que trabalhavam nos rios Itui e Javari. Em 1876, os ingleses contrabandearam da Amazônia grande quantidade de sementes de seringueiras, essas sementes foram levadas para a Malásia, onde foram feitas as primeiras plantações de seringueiras fora da Amazônia. Era um plantio organizado e planejado, por isso a produção e a comercialização da borracha nesse país, reduziu o poderio da Amazônia em relação a esse produto. Portanto já não havia motivos para a população de Remates de Males permanecerem ali. Como a população de Remates de Males se transferiu para o povo de Esperança, este passou a ser a sede do município. Em 04 de janeiro de 1928, por decisão do governo do Constant que substituiu o nome de Esperança. Finalmente no dia 31 de marco do ano seguinte a vila de Benjamin Constant foi elevada a categoria de cidade. Em 24 de dezembro de 1952, a cidade ganhou a sua comarca, na qual tinha um juiz de direito representante da justiça brasileira. No decorrer do tempo o município cresceu bastante a população aumentou e o comercio expandiu. No período de 1984, o município foi área de segurança nacional, por fazer fronteira com Peru e Colômbia, nesse período o Brasil era governado por militares. A parti de 1985, o Brasil passou a ser novamente governado por civis, Benjamin Constant deixou de ser área de segurança nacional. A escolha de prefeito voltou a ser através de votos secretos populares, ao contrario da era militante que o prefeito era escolhido através de indicação do poder militar. O município de Benjamin Constant limita-se da seguinte forma: ao norte com o município de Tabatinga e República do Peru; ao nordeste com o município de São Paulo de Olivença; no sudeste com o município de Jutaí; ao sul com o município de Ipixuna e Eirunepé e no sudoeste, oeste e noroeste com o município de Atalaia do Norte. Benjamin Constant possui uma área de 8.996 km de modo que está entre os menores municípios do Estado do Amazonas. E atualmente possui uma população de 31.195, segundo dados do IBGE, 2007, estão distribuídos entre a área urbana (sede do município) e as 59 comunidades ribeirinhas existentes. O município possui supermercados, pequenos comércios, restaurantes, farmácias, danceterias, padarias, centro de informática, bares, oficinas, clinicas particulares e instituições públicas como hospital, escolas, delegacia, igrejas, universidade federal etc. Estas instituições na sede do município, a qual é composta por cinco bairros: Coimbra, Bom Jardim, Centro, Colônia e Umarizal. Foto 2 Mapa do bairro do Umarizal Fonte: Prefeitura Municipal A escola situa-se à rua vinte e um de Abril, s/no, Bairro Umarizal, na área urbana do município de Benjamin Constant. Foi fundada no ano de 1977, perpassando por modificações nos anos consecutivos. O nome da Cosme Jean foi uma homenagem a um antigo morador do Bairro do Umarizal, um carpinteiro conhecido no Município de Benjamin Constant. Em 2008 a instituição de ensino foi reinaugurada com o aumento da demanda de alunos por conta do crescimento e desenvolvimento do bairro o qual está inserida. No ano de 2009 o estabelecimento de ensino reorganiza sua estrutura física da seguinte forma: 7 salas de aula, 1 biblioteca, 1 sala dos professores, 1 diretoria, 1 secretaria, 1 sala de apoio pedagógico, 1 almoxarifado, 5 banheiros, 1 cozinha, 1 laboratório, 1 sala de TV, 1 pátio, 1 quadra esportiva. trata-se de uma instituição de ensino que necessita de uma melhor organização em seu espaço físico, bem como nas salas de aulas, que não dispõe de climatização e iluminação adequada. As escolas públicas recebem seu recurso financeiro de acordo com a etapa de ensino oferecida pela instituição e suas necessidades que devem ser requerido através de projetos, que venha favorecer o processo de ensino e aprendizagem. Órgãos responsáveis: FUNDEB - Fundo de manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Regulamentado pela Lei N. 11.494, de 20 de junho de 2007. Com relação aos recursos humanos a escola conta com um amplo quadro funcional constituídos por serviços gerais e merendeiras, administrativos, docentes, gestor, coordenação pedagógica. Para atender as exigências da LDB, a secretaria de educação municipal oportunizou aos docentes cursos de graduação. Os docentes têm formação em nível superior REM cursos de licenciatura, predominando a formação em Pedagogia, curso Normal Superio, Geografia e Ciências. No quadro abaixo está exposto o numero de professores e o nível de formação. PROFESSORES LICENCIADOS PROFESSORES CURSANDO LICENCIATURA 13 30 Quadro 1_ Nível de Formação dos docentes da escola Docentes Gestor Apoio pedagógico Secretario Auxiliares Administrativos Auxiliares de serviços gerais Vigia Merendeiras Serventes Bibliotecários 43 01 02 01 03 02 01 06 12 03 Quadro 2 : quadro pessoal da escola O amplo quadro de professores e demais funcionários torna-se necessário para atender a grande demanda de alunos do ensino fundamental (anos iniciais e anos finais), bem como a modalidade da EJA nos seus 1o e 2o segmentos do Ensino Fundamental no turno noturno. Os alunos (crianças, adolescentes, adultos e idosos) que advém dos mais diferentes bairros, das mais diferentes nacionalidades (peruanos e colombianos) e etnias. São na grande maioria de famílias com baixa renda financeira, sendo filhos de agricultores, pescadores, extrativistas, domésticas e servidores públicos. Com base nos 826 alunos matriculados em 2008, podemos verificar o rendimento final escolar dos alunos, através do gráfico abaixo. aprovados 11% aprovado com dependência 20% 64% 3% 2% Transferido Evadido Reprovado Gráfico 1: rendimento escolar dos alunos no ano de 2008 Fontes: Escola Cosme Jean Analisando os resultados do gráfico, podemos frisar a importância da gestão escolar participativa, pontuando melhoria nos resultados. É reconhecendo a importância da gestão participativa na escola que abaixo estaremos apresentando como esta se processando a gestão da escola Cosme Jean. 3.3 Análises e discussões 3.3.1 O gestor escolar: atribuições e perfil A gestão participativa na escola todos acabam por ganha voz ativa dentro e fora da instituição, tornando-se representantes da escola a qual estão inseridos. Para que isso ocorra o/a gestor/a escolar tem um papel fundamental, pois deve articular e dividir com os demais envolvidos a responsabilidade e o poder de decisão. Para assim democratizar o processo de ensino oferecido pela instituição a qual esteja inserido. Buscamos em virtude da importância do (a) gestor(a) escolar verificar quais as atribuições e perfil deste segmento ou melhor , deste profissional na escola pesquisada. Através da aplicação da entrevista foi possível obter informações a respeito das ações gestionárias desenvolvidas por ele na instituição. O gestor que tem formação em nível de especialização em Gestão Educacional pela UFAM, está no cargo desde 2008. O compromisso assumido inicialmente foi um desafio devido a falta de experiência, mesmo sendo exercendo a profissão de docente a mais de 20 anos. Este relata o que sentiu no inicio do seu trabalho gestionário. Quando assumi o cargo de gestor eu estava muito cheio de preocupações queria realizar tudo sozinho sem dividir as tarefas com os demais. Agora fiz divisões e percebi que trabalhar em coletivo facilita e muito e os resultados aos poucos vão surgindo. Mas isto não significa que eu não esteja coordenando tudo, muito pelo contrário dou autonomia à pessoa mais está à parte dos acontecimentos da escola. Aprendi a confiar nas pessoas em minha volta e tive grandes surpresas nos resultados obtidos (falas do gestor da escola em entrevista) Percebemos que foi percebendo que deveria trabalhar coletivamente, distribuindo funções e dando autonomia e confiança aos demais membros da escola que pode ver seu trabalho facilitado passando a obter maior êxito. O mesmo demonstra a importância de agir coletivamente numa instituição de ensino. O gestor escolar deve vê e julgar para pode agir e desenvolver a democracia através da participação. Dessa forma o gestor deve diagnosticar as situações, para poder agir de forma consciente no objetivo de amenizar ou solucionar as dificuldades existentes no momento. Através do bom senso, o gestor participativo motiva a comunidade escolar. Usando analises e exemplos, o gestor usa a visão estratégica para promover a coletividade. As dificuldades gestionárias estão presentes em todas as situações (práticas pedagógicas e administrativas) (gestor da escola em entrevista) Desde o início, devido sua formação, o gestor tinha o conhecimento que deveria promover um trabalho em que houvesse cooperação e a participação de todos nas tomadas de decisões e ações referentes à escola, pois ao lhe ser perguntado sobre o papel do gestor , este ressaltou que: Para promover a gestão participativa, o gestor deve desenvolver no espaço escolar atividades democráticas, planejadas conforme a necessidade do corpo docente e comunidade escolar. A comunidade escolar é composta por todas as pessoas que participam ativamente das atividades escolar, gestor, professores, alunos, funcionários e os vizinhos da instituição de ensino como os pequenos comerciantes. Dessa busca a transparência quando discute junto ao corpo docente, as dificuldades para desenvolver as atividades no espaço escolar. Para tanto os seguimentos da escola participam das eleições colegiadas e eventos culturais. (gestor da escola em entrevista) Um dos pontos positivos que se destacou durante a pesquisa, foi à forma que o gestor tem para usar com a comunidade escolar. Quando chega à instituição ele vai a cada segmento da escola procurando saber, se está tudo bem ou se está faltando alguma coisa. Como exemplo, posso citar a preocupação que o mesmo tem para com a merenda escolar, ao processo pedagógico, aos aspectos administrativos, ao IDEB da escola, dentre outros. No entanto ressalta que são muitas atribuições do gestor escolar, pois desenvolve múltiplas atividades. Como diz “o gestor deve ser polivalente nas atividades e decisões que são tomadas no cotidiano escolar”. Dentre as atribuições do gestor da escola percebeu-se através da observação e das entrevistas que estão: monitoramento dos funcionários, através da freqüência; acompanhar as ações administrativa; o controle do rendimento escolar; responsabilidade para com os recursos didáticos pedagógicos, da secretaria, da limpeza, da merenda; realização de reuniões; problemas de comportamentos e rendimento dos alunos). A realização das atividades implica a participação dos demais membros de cada setor da instituição e para isso é importante ter liderança. Para ele ser gestor é ser líder o que implica em. Não permitir o autoritarismo e sim desempenhar a autoridade, pois autoritarismo é imposição através da repressão enquanto que a autoridade é ser respeitado por sua ação. Dessa forma uso o diálogo para promover a liberdade de expressão de todos, para assim obter a compreensão da realidade de ambas as partes. (gestor em entrevista) Podemos verificar que tanto pelas falas e pelas observações o gestor da escola é uma pessoa ágil e dinâmica. Quando estava na escola andava por todos os segmentos da instituição conferindo o que estava acontecendo ou faltando para o pleno funcionamento, em seguida saia rumo a Secretaria de Educação (SEMED), para fazer solicitações juntos a secretaria de educação, como: abastecimento de gás de cozinha, água potável e transformador de energia, pois a instituição estava tendo problemas com o seu conduto de eletricidade. Para que suas atividades diárias desse certo, o gestor compartilhava o desenvolvimento das mesmas com os demais membros da comunidade escolar. Como ele mesmo disse aprendeu a compartilhar as responsabilidades que a instituição de ensino lhe exige, pois assim as pessoas sentem-se comprometidas e responsáveis pelas atividades desenvolvidas na instituição de ensino. Além das atribuições citadas o gestor também se preocupa com os elementos que servem de avaliação da escola como a prova Brasil, a qual é feita pelos alunos do 5º. Ano e do 9º. A ano do Ensino Fundamental, que contribuem com o IDEB da escola. Aonde o mesmo iria junto com a professora da turma esclarecer algumas duvidas dos alunos sobre algumas questões da Provinha Brasil, sendo que a mesma iria acontecer nos próximos dias. De acordo com a professora seus alunos iram ter dificuldade nas formulas matemática e na interpretação das perguntas da prova, pois a mesma não traz em seu contexto a linguagem simples a qual os alunos são habituados. A Provinha Brasil é um método que o sistema de ensino utiliza para medir o grau de aprendizagem dos alunos da rede pública de ensino. Dessa forma é o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo gestor da escola favorece a obtenção de uma avaliação positiva por parte dos funcionários Acredito que a gestão da escola é ótima, temos funcionários e professores capacitados assim como nosso gestor, que desenvolve um trabalho harmonioso, o gestor é batalhador e vem lutando pelo melhor da escola (funcionário em entrevista) Ou ainda, Democracia é liberdade de escolha para melhoria de atividades, procurando alternativas na medida do desenvolvimento de um objetivo a ser alcançados. Dessa forma o gestor escolar tem incentivado o desenvolvimento da democracia e incentiva a elaboração de projetos pedagógicos que envolva os aspectos físicos, psicológico e social da instituição como todo (projeto interdisciplinar). (professora da escola em entrevista) Frente ao exposto devemos ressaltar que o gestor da escola, mesmo defendendo uma postura democrática teve seu cargo obtido através da indicação do prefeito do município de Benjamin Constant, fator esse que se contrapõem com o objetivo da gestão democrática, onde a gestão escolar deve ser desenvolvida por um profissional da educação que seja eleito pela comunidade ou população, através do voto secreto. Isto implica diretamente em uma nova visão de gestão escolar, onde a mesma deixa de ser um cargo de confiança do poder executivo e assume a autonomia junto com a comunidade escolar. 3.3.2 A comunidade escolar: composição e papel frente à gestão . A comunidade escolar é de suma importância no desenvolvimento da gestão participativa na escola, sendo que a mesma é formada pelos seguintes membros: gestor, professores, alunos, funcionários. Através da participação a instituição de ensino desenvolve ações capazes de promover a autonomia escolar. De acordo com a comunidade escolar, a gestão da instituição de ensino não se diferencia muito da gestão existentes em outras escolas do município de Benjamin Constant. Quando vai acontecer um evento promovido pela escola, a comunidade se prontifica em ajudar, colabora para que todos promovam o sucesso da instituição de ensino, que interage com a comunidade externa, sendo que a mesmo acolhe as pessoas da comunidade a qual está inserida. Cada segmento da comunidade tem um papel na instituição, mas todos devem contribuir com o processo de gestão escolar. Através das entrevistas podemos colher as falas de cada um sobre o que considerava ser seu papel e o que vinha fazendo para contribuir com a gestão escolar. O que cada segmento considera ser o seu papel frente á gestão está apresentados abaixo: a) Os/as professores/as O corpo docente da escola é formado por professores com formação em nível superior, onde a formação em pedagogia se destaca entre os mesmos. Dessa forma são pessoas dotadas de conhecimento para contribuir ativamente no processo de ensino e aprendizagem da instituição. No entanto, o que prevaleceu na pesquisa realizada foi que os (as) professores (as) com mais experiências tinham segurança ao falar sobre o processo de ensino da escola e qual é o seu papel perante o ensino, enquanto que os (as) novatos (as) semi-formados (as) ficavam receosos para se expressar sobre o mesmo assunto. Dessa forma os sujeitos da pesquisa retratam que: Como educadora vejo o meu papel é o de ensinar para transformar, pois só há aprendizagem quando há mudança de atitude no educando, transformando-o em cidadão apto a enfrentar e solucionar problemas de sua vida. Para tanto somos agentes transformadores de uma sociedade. (falas da professora durante a entrevista) Portanto, a professora reconhece que sua prática educativa tem o objetivo de formar indivíduos críticos, hábitos para viver na sociedade a qual estiver inserido. E que para isso o planejamento é de suma importância, por isso buscam desenvolver atividades de acordo com a realidade de aprendizagem de cada turma, podendo assim ser adaptada para superar a dificuldade individual do aluno. No planejamento os professores expõem as dificuldades, e juntos procuram planejar a realização de atividades que promova a superação. Após a sistematização e diagnóstico da dificuldade, os professores formam grupos de acordo com a série que trabalha para juntos planejarem as atividades de acordo com a sua turma. Como o planejamento escolar é desenvolvido em cada um dos turnos, a relação entre os professores é de companheirismos. Onde juntos planejam e desenvolver suas práticas pedagógicas. Juntos buscam a melhor forma para promover a aprendizagem dos alunos e a melhoria da escola. De acordo com a pesquisa, os professores contribuem com a gestão escoar, quando assumem seu papel de educador, assumindo seu compromisso para com a escola e seus alunos. Se o educador cumpre com as suas funções, é uma preocupação amena nas atividades diárias, da mesma forma o gestor pode empregar o tempo disponível em outra situação de necessidade. Para tanto os mesmo retratam qual o seu papel frente à gestão da escola: Entre os participantes ativos o docente assume papel semelhante aos demais membros envolvidos, ele deve participar de todos os planejamentos pedagógicos, zelando o tempo inteiro pela qualidade da aprendizagem oferecida aos educandos, desenvolvendo estratégias de motivação para o aluno desmotivado a participar das atividades escolares. Para tanto o professor comprometido com a educação, deve participar integralmente de todas as atividades escolares, proporcionando juntamente com a escola a participação dos pais nas ações estudantis dos filhos (professora da escola durante a entrevista) b) apoio pedagógico O apoio pedagógico da escola atua como professora há quase 20 anos e é formada pelo PROFORMAR/UEA- curso Normal Superior. É uma profissional que trabalha auxiliando a gestão escolar e professores que por sua fez direciona as atividades pedagógicas para o desenvolvimento pleno do educando. Ainda com relação ao planejamento, torna-se necessário ressaltar que este é desenvolvido com o suporte técnico da coordenação pedagógica da escola. De acordo com a pesquisa o planejamento escolar é realizado quinzenalmente, onde o corpo docente se reúne de acordo com o turno em que trabalhar. Para tanto a gestor e o apoio pedagógico da instituição se fazem presente na reunião de cada turno. O planejamento escolar é organizado por série sendo trabalhado quinzenalmente através do plano de curso, o plano de aula é flexível dependendo da necessidade.( apoio pedagógico da escola em entrevista) Para tanto os professores se reúnem em cada 15 dias para desenvolver o planejamento, são devidamente orientados por um coordenador pedagógico. Alem do planejamento escolar a coordenadora também retrata os projetos desenvolvidos na instituição. [...] há participação do planejamento e também na elaboração de projetos didático-pedagógicos que buscam fortalecer os vínculos entre todos os segmentos da comunidade escolar e local, um exemplo o projeto: Recreio Educativo. Este projeto teve o objetivo de chama à comunidade externa para a escola, sendo que os responsáveis pelos alunos se envolvem, na confecção das fantasias e matérias para as apresentações. Foto de algumas das atividades do projeto Recreio Educativo (Fonte: estagiária Maria Antonia Ferreira da Silva) Sua culminância foi realizada na quadra de esporte onde as crianças desenvolveram dramatizações com musicas e danças. Para isso a coordenadora ressalta a importância da colaboração do gestor da escola. A coordenação e o gestor da escola trabalham de forma harmoniosa as questões e as sugestões são repassadas sempre de forma coerente. Relacionando as informações coletadas com os membros da comunidade escolar, fica bem claro que o pouco que a escola já conseguiu desenvolver, foi realizado com a participação de todos, fato esse ter dado certo em todas as atividades. (apoio pedagógico da escola em entrevista) A fala da coordenadora pode ser comprovada em algumas reuniões do Conselho Escolar, onde tive a oportunidade de participar ativamente, dando opinião a respeito da temática em pauta. Para tanto a coordenadora pedagógica busca auxiliar o gestor e sua ações em tudo que está em seu alcance, um exemplo disto e que em algumas vezes no caminho para a escola surgia algum problema com o gestor que iria implicar que ele chega-se na reunião na hora prevista, ele ligava para a coordenadora pedagógica para ela iniciar a reunião enquanto ele chegava, sendo que os mesmo são membros interinos do Conselho Escolar e demais órgãos colegiados da escola. Sendo assim a coordenadora pedagógica da escola Cosme Jean assume um papel de colaboradora permanente das ações gestionárias, sendo que os mesmos trabalham em parceria no objetivo de juntos com os demais membros da comunidade escolar e local alcançar o ensino de qualidade. O papel que o gestor e a coordenadora pedagógica desempenham é de grande importância no cotidiano escolar, no entanto a falta de diretrizes que norteiam o seu fazer profissional e que dêem clareza na definição de suas funções acabava levando-os a desenvolverem atividades múltiplas e fragmentadas no âmbito da escola, pois a coordenadora também executava atividades administrativas, na ausência do gestor e o gestor atividades pedagógicas que condiziam à tarefa da coordenação como a questão dos projetos pedagógicos. c) Os/as alunos (as) Os alunos são de suma importância na gestão escolar, sem aluno não há escola e não tem gestão. Isto foi constado durante a pesquisa e o estágio, quando ficavam-mos em sala de aula e tomamos conhecimento sobre a vida de alguns alunos, bem como: quando um problema familiar interfere no rendimento escolar do educando. Quando isto acontece o educador procura os pais, para saber do acontecido, de acordo com o problema encontrado, o gestor interferi junto com o apoio do conselho escolar. Dessa forma o educando, assume o foco maior da instituição, perpassando pelas verbas governamentais e ao objetivo do ensino que lhe é passado enquanto aprendiz. A avaliação do aluno está no campo do bom relacionamento o que também é importante para o desenvolvimento de um trabalho coletivo Estou muito satisfeita com a escola em que estudo, dá para ver que a escola é limpa e organizada. Nós como alunos buscamos nos relacionar bem, um ajudando o outro. Tenho uma boa relação com o gestor da escola e com os demais funcionários, porque a escola é a preparação do futuro das pessoas. (aluna durante a entrevista) Ou ainda, Gosto de está nesta escola, ela sempre está limpa e é organizada. Tenho uma relação boa com os meus amigos, pois procuramos nos ajudar sempre. Com a minha professora eu me relaciono bem, ela é educativa e muito legal, também me relaciono muito bem com o gestor e os funcionários. (aluno durante a entrevista) Mas percebeu-se que o nível de participação dos alunos ainda é muito pequeno, mais isso se deve a necessidade de incentivar os alunos à participação, mas aos poucos estão se envolvendo nas atividades escolares como: datas comemorativas, projetos pedagógicos, arraial e amostra escolar. d ) A família No início da pesquisa não foi possível, observar a participação dos pais nas ações gestionárias, mas no decorrer do estudo em campo, a participação dos pais foi surgindo em algumas situações, bem como: no conselho escolar, os pais estão presentes, através de seus representantes inseridos no conselho escolar; quando o aluno some da escola, a professora vai até os pais e através do dialogo o mesmo é convencido a procurar o gestor para juntos encontrarem uma forma para que o aluno retorne para a escola. Opinião de uma mãe de um aluno sobre a escola: Meu filho está indo bem nos estudos, a escola é boa, pois tem comida para ele comer, em vez de está na rua esta na escola. (mãe em entrevista com a acadêmica) Para explicitar a relação que a família tem com a escola, é cabível usar a o que diz uma mãe, a respeito da escola: Meu relacionamento com a escola é muito boa, porque eu participo das reuniões na escola e procuro saber como vai os meus filhos na escola. Estou satisfeita com a educação oferecida pela escola. Eu acho que a escola é muito boa. Só sugiro que a escola tenha um auditório para as crianças brincarem. Acredito que a educação está bem. (mãe durante a entrevista com a acadêmica) Já com relação ao papel da educação ela falou o seguinte: Coloquem o que quiserem, pois eu não sei responder. Esse foi um dos momentos que nos levou a reflexão, sobre o papel da escola no meio social. Se os pais são ``ignorantes`` por falta de estudo, como podem ajudar a escola a trabalhar com seus filhos. Mesmo assim a participação dos pais vem crescendo gradativamente na escola. Os pais têm contribuído bastante neste processo, pois estão acompanhamento as atividades diárias dos educandos. (professora em entrevista com a acadêmica) De acordo com a mãe, a escola é boa tem merenda escolar para seu filho comer. Partindo dessa colocação, percebeu-se que nas entrevistas com os pais a escola é como a casa do aluno, onde se ele tem o que comer está tudo bem. Isto também serve para comprovar que pesquisas já realizada apontam que a merenda escolar serve de motivação para que a criança não falte às aulas. Para a família enquanto o filho está na escola, podem trabalhar na agricultura, pesca ou atividades domésticas, trabalhos mais comuns na comunidade onde a escola está inserida. Dessa forma, a escola assume uma relação de parceria com a família dos alunos. De acordo com alguns professores quando a escola tem algo para apresentar, os pais são convidados a comparecer e participar do evento. E quando um aluno se afasta da escola por mais de uma semana, o professor da turma a qual pertence vai até a casa do aluno e convence na maioria das vezes a voltarem para a sala de aula. Tem casos em que os alunos maiores pedem permissão do gestor da escola para se ausentarem por 15 dias, pois tem que acompanharem seus pais na pescaria, função esta exercida pela maioria dos chefes de família da comunidade onde a escola está inserida. Isto é freqüente no turno noturno, na modalidade EJA. e) Os demais funcionários Na entrevista com os funcionários, verificamos nas falas que a escola é um espaço de trabalho, mas também de laços afetivos que tornam o ambiente mais agradável: Do trabalho que realizo, procuro fazer o melhor. Pois me sento motivada diariamente através da relação amigável que estabeleci com os demais, trabalhamos em equipe sem si importar com a função que devo assumir. Não escondo que a jornada de trabalho é cansativa, em função de que o mesmo exige esforço físico. (funcionário dos serviços gerais durante a entrevista) Para minha pessoa, a escola está sendo um dos melhores locais de trabalho. A criança quando ela nos obedece, é claro que vale a pena, sempre dar uma forca, ajudando no que for preciso. Minha relação com os demais é de pura amizade e carinho, por que eu sempre preciso e posso contar com elas (gestor, professor, alunos e demais funcionários). Busco sempre que posso contribuir mais com a escol. Nosso trabalho é desenvolvido na mais pura harmonia; sempre todos estão sorrindo, brincando sem nunca faltar com o respeito com as pessoas da escola e com os pais. (funcionário durante a entrevista) Podemos verificar nas falas que há uma relação de amizade, mas também de profissionalismo entre os funcionários e isso os leva a ter uma avaliação positiva da escola e do trabalho que realizam. Ao lhe ser perguntado como contribuem na gestão estes ressaltam que: Os funcionários participam da gestão escolar, dando idéias ao gestor, cumprindo os afazeres e o horário de trabalho, sempre deixando as dificuldades particulares de lado, procurando sempre fazendo o melhor para a escola, os alunos, professores e colegas de trabalho. Dessa forma nos relacionamos na mais simplicidade possível. Pois os pais é quem vai nos avaliar lá fora da escola. Quando você está caminhando é de repente você é surpreendido por um aluno com um bom dia, abraços, sorrisos para mim isso é muito importante. (funcionário) Para melhor compreensão, vamos destacar no quadro abaixo, de que forma os membros dos segmentos desenvolvem o exercício da participação em colaboração com a gestão escolar. Segmento da Comunidade Forma de Participação na Gestão Escolar Escolar Gestor A gestão escolar divide com os demais, as funções e responsabilidades, dando-lhe poder de voz e decisões Coordenação pedagógica Trabalha em participação com a gestão escolar, são duas funções paralelas e complementares Docentes Os professores dizem ser transformadores da realidade social, por isso participam de todos os planejamentos e execução das atividades. Discentes Os alunos assumem o papel de objetivo maior da escola, onde a qualidade do seu aprendizado perpassa por todos os segmentos da instituição de ensino. Sua participação é pequena , mas contribuem na realização dos projetos Funcionários Participam da gestão escolar, assumindo sua função, com compromisso e responsabilidades, buscando ajudar o gestor e demais sempre que for solicitado e na elaboração e execução dos projetos Família Os pais participam da gestão escolar quando auxilia no aprendizado frequentemente de na seu filho, escola e comparecendo participando dos mecanismos de democratização. Quadro 3: formas que a comunidade escolar participa da gestão escolar Vale ressaltar que os membros da comunidade estão inseridos nos órgãos colegiados, sendo que os mesmo têm poder de decisão junto à gestão escolar. Para tanto, participam de reuniões que determinam finalidades para o processo de ensino-aprendizagem da instituição. 3.3.3 Os mecanismos de democratização da escola. A atual luta pela efetivação da gestão democrática nas escolas públicas levou a escola a criar, implementar e fortalecer mecanismos que propiciassem a tomada de decisões e a realização de ações coletivas em que se visse garantido o respeito, a autonomia, as peculiaridades locais e a participação de todos. Desta forma, o atendimento ao que determina as legislações educacionais, bem como a necessidade de se exercitar a democracia participativa no âmbito das instituições de ensino. A escola vem implementando alguns desses mecanismos, o conselho escolar, o projeto político pedagógico, o regime escolar e APMC. a) O Conselho escolar O Conselho Escolar foi criado no ano de 2009, através do suporte da UFAM, que orientou todo o processo da criação, regulamentação, capacitação dos conselhos. O conselho é composto pelo gestor, professores, funcionários, alunos e pais. São pessoas convidadas para participarem de apresentações de trabalhos escolares, reuniões bimestrais e das datas comemorativas, estando presentes em todos ao planejamento e execução das atividades desenvolvidas pela a escola. Segundo o gestor da escola, o conselho veio para auxiliar e contribuir na gestão e na melhoria dos resultados das ações gestionárias. Durante o período da pesquisa, a comunidade escolar estava muito agitada, pois o conselho escolar estava na fase final de aprovação, sendo que participamos de todo o processo de implementação. Vale ressaltar que a construção do regime interno do conselho escola, conta com a participação da UFAM, através de algumas professoras que auxiliavam dando orientações sobre a forma correta de atuação do conselho escolar. A efetivação do conselho escolar é de suma importância para a escola, pois o mesmo está organizando a documentação da instituição bem como elaboração do PPP. (projeto político pedagógico). O conselho é composto por pais, funcionários da escola, professores e alunos. São pessoas convidadas para participar de apresentações de trabalhos escolares, de reuniões bimestrais e das datas comemorativas, estão presentes em todas as atividades desenvolvidas pela escola. b) Projeto político pedagógico Na escola após a criação do Conselho Escolar, foi também iniciado o planejamento e execução do projeto político pedagógico da escola, documento de suma importância no desenvolvimento do ensino oferecido pela a escola (cartão postal), onde a instituição expressa seu objetivo e os procedimentos a serem desenvolvidos para que a escola e sua comunidade alcance o objetivo determinado. A escola tinha um projeto que havia sido desenvolvido por uma única pessoa em um momento de necessidade (rascunho), mas que o mesmo estava passando por reparações e correções para ser devidamente classificado como projeto desenvolvido pela a escola e seus membros (estava em andamento). O projeto político pedagógico da escola estava em processo de elaboração. De acordo com realidade encontrada na instituição durante a pesquisa, um ponto negativo que se destacou foi à ausência do projeto político pedagógico da escola, sendo que o mesmo se desenvolve junto com a instituição, e como não existia é como se a escola não tivesse sua identidade. Dessa forma, foi com a implantação do Conselho Escolar, que o projeto político pedagógico da instituição ganhou um enfoque maior para ser devidamente organizado e colocado em prática no cotidiano escolar. O gestor procura justificar a inexistência do PPP. Como a escola havia sido totalmente paralisada e a elaboração do P.P.P. foi um dos fatores que foi prejudicado, mas com implantação do conselho escolar o Projeto Político Pedagógica está sendo elaborado, para isto é necessário concluir os documentos da escola, como histórico e os projetos pedagógicos. (gestor da escola) Já a coordenadora pedagógica pontua o seguinte sobre algumas situações existentes na instituição onde trabalha: O projeto político pedagógico da escola está em fase de construção, mas isto não significa que não sejam usadas regras, deveres, direitos e outros pontos impostos no projeto, às escolas funcionam de acordo com a realidade do aluno (apoio pedagógico da escola). c) Associação de Pais Mestres e Comunitários- APMC: A escola tem este mecanismo de democratização que trabalha buscando atender, dar suporte para a instituição e sua comunidade escolar contribuindo na compra de matérias que trazem melhorias para todos que convivem na escola, através dos recursos do PDDE- Programa Dinheiro Direto na Escola 2, Os APMCs são responsáveis pela definição da forma de utilização dos recursos que dever se, em conformidade com as decisões da comunidade. Devem está atentos aquilo que pode e o que não pode ser gasto os recursos, assim como a prestação de contas. 2 Este foi criado em 1995 sob coordenação do FNDE, é um programa que repassa para a escola um complemento. A partir de 2009 abrange toda a Ed. Básica. (Ed. Especial). As escolas com mais de 50 alunos devem instituir as APMCs. Sendo que a mesma deve ser composta por membros da comunidade que assuma o compromisso de supervisionar os gastos da instituição de ensino, dessa forma serão responsáveis por presta conta, sobre o destino do dinheiro investido durante o ano letivo. Na instituição, a APMC é composta pelo gestor, professores, funcionários, alunos e pais que fazem parte da comunidade local. Os componentes realizam reuniões onde fizeram aquisição de recursos para a escola, pois é os recursos que dão mais autonomia a escola, claro que dentro do que se determina, mas sem precisar da autorização da SEMED. d) Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) Processo de planejamento estratégico que a escola desenvolve para construção de sua identidade, definindo o que é a escola, o que pretende fazer, aonde quer chegar, como e com quais recursos atingir os objetivos educacionais. Através do PDE da escola, o gestor e seus colaboradores desenvolvem atividades que possa promover recurso para instituição, sendo que as atividades promovidas pela escola durante o ano letivo são planejadas e desenvolvidas de acordo com o recurso que a mesma dispõe no momento. O PDE também é o instrumento que credencia todas as demandas da escola referentes à sua gestão pedagógica, aos seus recursos humanos, à sua infra-estrutura e aos seus recursos materiais. Define a situação em que a escola deseja estar ao final de cinco anos, em termos de eficiência e rendimento dos alunos, do processo de ensinoaprendizagem a ser utilizado, das melhorias a serem introduzidas na infra-estrutura, dos serviços de apoio aos alunos, e dos processos administrativos e financeiros.3 No ano de 2008, a escola teve que organizar seu primeiro PDE, para isto fizeram reuniões onde se estabeleceram as necessidades físicas e pedagógicas da escola. e) Regimento Escolar É o instrumento legal que traça as diretrizes técnicas, administrativas, pedagógicas e disciplinares da Unidade escolar. Sob a coordenação do Gestor escolar é elaborado com a 3 http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=282, visitado em 25/11/2010. participação do Conselho escolar, devendo ser analisado e aprovado pelo Conselho Municipal de educação. Segundo a presidenta do conselho escolar da escola (professora Gilmara Ipuchima) o Regimento escolar é um documento legal de existência obrigatória na unidade escolar. É amparado legalmente pela constituição de 1988, pela LDB e pelo estatuto do servidor público. Tem por objetivo regulamentar os seguimentos internos da instituição escolar. O Conselho escolar escola estava estruturando o regimento interno, estavam colocando em pauta o objetivo da instituição e quais seriam os procedimentos adotados para que a escola alcance o que foi almejado. 3.3.4 Os entraves e as possibilidades da gestão participativa na escola Nas análises percebesse que no momento em que a pesquisa foi desenvolvida, a gestão escolar da instituição, estava passando pelo processo de adaptação, (nova gestão, novo corpo docente, novos funcionários e alunos também recém chegados). Isto pode ser visto por dois olhares, um mostra que tanto a instituição quanto seu gestor estava buscando um caminho a seguir, onde o único indicador de percurso é a SEMED. No outro olhar encontramos a força de vontade do gestor e da comunidade escolar, que assume que a situação da instituição que não é uma das melhores, mas que almeja mudar a realidade a qual se encontravam. Vale destacar que através da pesquisa realizada no ano de 2009, tornou-se notório que a realidade do campo estava mudando realmente para melhor, mostrando-nos que o trabalho da escola foi se ampliando e se modificando com o tempo. Ao iniciar a pesquisa na instituição, as ações gestionárias estavam centralizadas no gestor, tudo que tinha para acontecer, só era desenvolvida perante o gestor, e posteriormente o poder de decisão foi ficando descentralizado, sendo que se o gestor não estava presente na instituição, o apoio pedagógico ou outro funcionário como secretaria tinham o poder de decisão mediante a situação, ou então do contrário comunicavam o gestor por telefone e juntos decidiam. Quando perguntamos sobre as dificuldades enfrentadas pela gestão escolar podemos verificar que as que mais se destacam estão relacionadas à questão da estrutura física da escola: A escola foi reinaugurada no dia 14 de março de 2008. Então como seu funcionamento ainda está recente as maiores dificuldades, ainda não foram superadas. Mas isto não significa que não estão sendo providenciadas, muito pelo contrário existem projetos de melhorias que já foram sistematizados com as políticas públicas responsáveis. As maiores dificuldades enfrentadas pela gestão escolar estão na estrutura física do prédio onde funciona a escola, no setor administrativo da escola, no apoio pedagógico, na falta de cobertura na entrada da escola, ampliação da biblioteca, falta de laboratório de tecnologia e cientifico, a ausência de um transformador de energia elétrica, água encanada, professores de apoio, as repartições da escola, a climatização. (gestor escolar) Avaliando a escola, vejo que falta um refeitório e um pátio com cobertura. E para mim a educação é a melhor parte do futuro da pessoa. (aluna da escola pesquisada) Como membro da comunidade escolar, eu avalio o desenvolvimento da gestão escolar como média, pois a mesma aos poucos tende a melhorar. E é pensando em melhorias que eu sugiro a construção de um refeitório, de uma área de lazer e a cobertura na entrada da escolar, pensando na exposição dos alunos ao sol e a chuva (professora em entrevista) A estrutura física da instituição pesquisada foi um ponto bastante citado nas entrevistas, pois a escola não está devidamente adequada para receber e promover a permanência dos seus educandos. Pois a mesma não dispõe de uma cobertura na entrada para que os alunos ou visitantes possam aguardar à hora de funcionamento escolar; também não estava devidamente climatizada, as salas de aula ficavam bastante quente no horário de aula, fator esse que promovia constante agitação dos alunos; a organização dos espaços da escola também não estão inadequados. É compreensível que a gestão escolar por si só não tem condições para mudar a realidade da instituição e sua comunidade, sendo que a mesma depende da condição financeira e material que os governantes lhe propiciam mensalmente, e da participação de todos, sendo que a gestão escolar pública ou privada depende diretamente de condições adequadas para que se promovam modificações desejadas tanto no aprendizado quanto na instituição em geral. Para que a gestão participativa se efetive no campo onde foi desenvolvida a pesquisa e o estágio em gestão, o impasse da estrutura física da instituição implica diretamente nos resultados da participação, sendo que a estrutura não promove condições necessárias para que todos possam participar ativamente das reuniões e planejamento, impossibilitando que a escola promova grandes eventos culturais e sociais. Em entrevista uma professora diz que as reuniões por serem realizadas por turno acaba limitando o contato com as pessoas que trabalham em turno diferente, sendo que os mesmos não podem trocar suas experiências de dificuldades e superações presenciadas no seu turno de trabalho. A escola dispõe de um calendário onde estão expostas as datas onde iram ser desenvolvida reuniões do conselho escolar, AMPC e regimento interno da escola. Para tanto cada membro da comunidade escolar recebe este calendário para se fazer presentes nas reuniões da instituição. Quando um membro deixa participar de uma dessas reuniões é um ponto a menos para a gestão participativa, sendo que a participação de um membro implica na decisão tomada na sua ausência. Ao participar de algumas reuniões os representantes de pais e alunos, tinham receio em fazer colocações, mas com muito incentivo do gestor e professores os mesmo acabavam por contribuir. Na escola um ponto que pode ser observado e classificado como positivo para a efetivação da gestão participativa na escola, foi à auto-estima que a instituição como um todo passou a assumir depois da implantação dos seus órgãos colegiados. A alegria de serem membros de cada órgão colegiados estava exposta no rosto de cada um dos participantes. Durante a pesquisa, em uma reunião uma professora que era presidente do Conselho Escolar, deixou os acadêmicos surpresos com o tanto de informação que ela transparecia ter a respeito do processo de democratização da gestão escolar e seus segmentos. Conhecia as leis e teorias que davam maior suporte na implementação de democratização. Por tanto a força de vontade das pessoas envolvidas diretamente com a escola é um fator que incentiva a gestão participativa na instituição pesquisada. Essa autoestima vem se ampliando com o compromisso destes profissionais para com a melhoria da qualidade de ensino que vem se refletindo na melhoria do índice do IDEB4 da escola que conforme o quadro abaixo teve em 2007 o índice de 2,9 e que no ano de 2009 apresentou um dos maiores das escolas municipais juntamente com a escola Olavo Bilac que foi de 3, 5 superando as metas projetadas 4 SAEB\IDEB - avaliação institucional: São órgãos responsáveis pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – um indicador de qualidade que reúne as taxas de aprovação escolar, reprovação, abandono e os resultados da Prova Brasil – nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, no final do 5º e 9º ano (5ª e 8ª série) do ensino fundamental. Este indicador varia de 0 a 10 pontos. A partir das informações coletadas, o MEC e as Secretarias Estaduais e Municipais podem definir ações voltadas para a correção de distorções e O apoio pedagógico auxilia a ações gestionárias, pedagógico e administrativo para as debilidades identificadas, a fim de direcionar seus recursos técnicos e financeiros para áreas prioritárias. IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para Escola Municipal Francisco Chagas de Almeida (Cosme Jean) IDEB Observado Metas Projetadas Ensino Fundame ntal 2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 Anos Iniciais 2,5 2,9 2,5 2,9 3,2 3,5 3,8 4,1 4,4 4,7 Anos Finais - 1,2 - 1,8 2,3 2,9 3,4 3,7 4,0 4,2 Fonte: IBEB Dessa forma é notório que a escola Cosme Jean vem crescendo seu índice de desenvolvimento a cada avaliação realizada na instituição (SAEB\IDEB) e para a comunidade escolar é em virtude da participação de todos na tomada de decisões e nas ações da escola CONSIDERAÇÕES FINAIS: TRÊS REALIDADES E UMA COMPREENSÃO O trabalho de conclusão é resultante de um estudo planejado para quatro anos e meio, sendo que o mesmo traz em seu contexto sistemático, informações sobre elaboração e execução de projetos que nos colocaram em contato com a realidade da educação escolar existente no município de Benjamin Constant, através da prática da pesquisa pedagógica e estagio supervisionado. Enfoques esses de suma importância para minha formação enquanto pedagoga e nas futuras atividades que eu venha desenvolver enquanto profissional qualificada pelo Instituto Natureza e Cultura (INC). Das práticas da pesquisa pedagógica e do estágio supervisionado, ficaram os embasamentos teóricos, os planejamentos, os métodos e execução de atividades que podem interferir diretamente no processo ensino aprendizagem dos campos estudados. E dessas experiências o que ficou? a) Na gestão podemos contribuir dando opiniões fundamentadas no planejamento e desenvolvimento dos órgãos colegiados. Dessa forma as ações gestionárias foram ganhando autonomia através da participação da comunidade escolar, local e colaboradores (pedagogos da UFAM). b) Na educação infantil, fica a sensibilização a respeito das atividades e metodologias que podem ser trabalhadas na realidade infantil. Para tanto seguindo o referencial teórico que embasa esta etapa de ensino, podemos planejar atividades com metodologias que promovam o desenvolvimento global do ser infantil. c) Para os anos iniciais as teorias de bases se contrapõem com a realidade encontrada na escola, sendo que nesta etapa o ensino escolar não vem atendendo o objetivo a ser alcançado com o planejamento e a metodologia para esta etapa de ensino. Dessa forma a aprendizagem que ficou nos leva a pensar que podemos sugerir que as atividades devem partir da realidade de sala de aula, sendo que a mesma tem crianças de várias idades e com grau de conhecimento escolar, diferenciado. Em suma os estágios na educação do município de Benjamin Constant, proporcionaram-nos um aprendizado sistematizado, tridimensionalmente composto por realidades diferenciadas e suas particularidades. Uma vez que cada campo teve um enfoque central, que nos limitava acompanhar pequenas amostras, que aos poucos se interligava com os demais envolvidos. Dessa forma os estágios realizados alcançaram o que foi justificado no início da elaboração do projeto, nos colocou em realidades onde através da observação participante, entrevista semiestruturada e regência tiveram um contato significativo para o conhecimento pedagógico, pois os mesmos nos proporcionaram conhecer a realidade do campo, suas prática-metodológicas, seus desafios diários, as superações e o que ainda falta conquistar. Do projeto desenvolvido na gestão escolar, com a proposta participativa, fica reflexões que envolvem o um ciclo onde todos são iguais perante as Legislações, mas algo os impedem de atuar ativamente na sua realidade. Dessa forma cabe-nos acreditar que aos poucos a participação como exercício democrático seja efetivada permanentemente nas escolas benjaminenses, sendo que basta o primeiro passo para a caminhada prosseguir, e pelo que foi observado e analisado podemos dizer com segurança que o campo onde o estudo foi realizado que a participação está proporcionando bons resultados para a instituição, comunidade escolar e local. Vale ressaltar que a participação das pessoas na instituição pesquisada é motivação e orgulho para o gestor e comunidade, sendo que algumas reuniões são realizadas na frente da escola, onde a comunidade local está representada por pais e alunos inseridos nos órgãos escolares. Diante da amplitude que cabe a este trabalho, cabe-nos deixar soltos alguns pontos reflexivos, permeando o processo de ensino e aprendizagem do município de Benjamin Constant, bem com: a) Será que este processo de participação, pode futuramente transformar a realidade da escola para melhor? b) Uma escola com princípio democrático pode promover mudanças no sistema de ensino da nossa região? c) Quem ganha quando a escola trabalhar com a participação da comunidade e colaboradores? d) O aprendizado dos nossos filhos vai ser de qualidade? e) Que papel como cidadãos devemos assumir, para com a escola? f) Será que a gestão democrática pode muda a realidade social do município? g) Os futuros pedagogos formados pela UFAM, vão contribuir para que a realidade da sociedade benjaminense torne-se democrática? Finalizamos este trabalho deixando perguntas soltas, que cabe a cada um de nós procurar-mos respostas, pois são colocações que só podem ter respostas no futuro, onde neste mesmo futuro podemos ter contribuído positivamente na efetivação da educação de qualidade. Sendo que quem sabe o que é o melhor para nós, somos, nós mesmos, não devendo transferir para o outro o que podemos fazer. Vamos construir um pouco por de dia, porque o processo de implantação da democracia é todos construindo um mundo melhor, através do exercício da democracia a participação. REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso. Educação Infantil: propriedade imprescindível. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da educação. -2.ed. ver. e atual.- São Paulo: Moderna, 199 ________, Anna Cecília de Moraes, ALVARENGA, Marina, BIANCHI, Roberto. Orientação para estágio em licenciatura. - São Paulo: pioneira Thomson Learning, 2005. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, LDB: lei 9394/96. 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Administração Escolar: introdução crítica. 9ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2000. OLIVEIRA, Zilma de Morais Ramos de (org.) ANDRADE, Cyrce J. de, FILHO Gabriel de A. Junqueira, FLEURY, Maria das Graças, CARVALHO, Mara I. Campos de, RUBIANO, Márcia R. Bonagamba, MACHADO, Maria Lucia de A., ANGOTTI, Maristela, GONÇALVES, Marlene F. C. Educação Infantil: muitos olhares. – 7. Ed.- São Paulo: Cortes, 2007. PIERRO, Giulia – Coordenadora do EducaFórum e autora do livro O estuprador. Para mais informações visite http://educaforum.blogspot.com/ ou mande um e-mail para [email protected] PROFORMAR. Organização do trabalho pedagógico e gestão escolar. Manaus: Universidade Federal do Amazonas, 2004. _________, Universidade do Estado do Amazonas. Pesquisa e prática pedagógica II ∕ coordenadora Roseani Pereira Parente. Manaus, 2006 ____________. Teorias e práticas da Educação Infantil/Coordenador: Meire Terezinha Silva Botelho de Oliveira:- Manaus: UEA Edições, 2007. 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Ginux.ufla.br/ kacilene/ Piaget.html ANEXOS ROTEIRO DA REGÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1° MOMENTO: (cantar músicas variadas) Boa tarde Boa tarde coleguinha como vai, como vai A nossa amizade cresce mais, cresce mais Faremos o possível para sermos bons amigos Boa tarde coleguinha, como vai como vai. Boa tarde professora como vai, como vai A nossa amizade cresce mais, cresce mais Faremos o possível para sermos bons amigos Boa tarde professora, como vai como vai. CIRANDA Ciranda cirandinha vamos todos cirandar Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar O anel que tu me deste, era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou. ATIREI O PAU NO GATO Atirei o pau no gato to, to Mais o gato to, to Não morreu réu, réu Dona Chica cá, cá De mirou se, se Do mirro, do mirro Que o gato deu. Não atire o pau no gato to, to Porque isso so, so Não se faz, faz , faz O gatinho nho, nho É nosso amigo go, GO Não devemos, maltratar os animais. 2° MOMENTO: (trabalhar o mural de regras, classificar objetos da sala de aula, e entregar os crachás aos alunos). 2.1 Vamos apresentar as criancas à importância de usar no dia-a-dia algumas palavras de boa convivência. BOA TARDE POR FAVOR OBRIGADO COM LICENÇA DESCULPA 2.2 Localizarmos alguns objetos existentes na sala de aula e anexar seus nomes. PORTA JANELA MESA CADEIRA QUADRO ARMÁRIO 2.3 Através da lista de chamada da professora, realizar a chamada de freqüência e presenteá-los os crachás. 2.4 Acompanhar as criancas até o banheiro e ao bebedouro, antes de iniciar a aula. 3° MOMENTO: (música da cobra) 3.1 Cantar para os alunos acompanhando a letra no cartaz. A cobra não tem pé A cobra não tem mão Como é que ela sobe No pezinho de limão Estica, encolhe Seu corpo é todo mole Pra cima, pra trás Rebola até de mais. 3.2 Cantar com os alunos realizando os movimentos pedidos na letra da musica. 4° MOMENTO: (pintura) 4.1 Trabalhar o significado dos elementos da música como: cobra, mão, pé, pezinho, limão. COBRA, MÃO, PÉ, PEZINHO, LIMÃO. 4.2 Pedir para que as criancas pintem com a tinta guache, os elementos da música da cobra. COBRA, PÉ, MÃO, PEZINHO, LIMÃO. 5° MOMENTO: (merenda, intervalo) 5.1 antes da merenda, realizar a higiene das criancas (lavar as mãos). 5.2 cantar a música da hora do lanche: Meu lanchinho, meu lanchinho Vou comer, vou comer Pra ficar fortinho, pra ficar fortinho E crescer, e crescer. 5.3 trabalhar a música da limpeza da sala de aula: Cata aqui, cata lá Vamos cooperar Nossa sala tem que ser Como o nosso lar. (bis) 5.4 intervalo, ouvir e dançar com as criancas das duas turmas musicas de roda, no pátio da escola. 6° MOMENTO: (história na televisão) 6.1 contar uma historia sobre a cobra Ródano na televisão de papelão. 7° MOMENTO: (alfabetoche) 7.1 trabalhar letras silaba e palavras no alfabetoche. COBRA 1 PALAVRA CO BRA 2 SÍLABRA C O 5 LETRA 8° MOMENTO: (música de saída) A sineta, a sineta já tocou Para casa, para casa agora eu vou Até logo, até logo, coleguinha Amanhã, amanhã eu voltarei. B R A ROTEIRO PARA SEGUNDA-FEIRA 1° MOMENTO: leva as crianças ao banheiro e para tomar água, na volta cantar as seguintes músicas. Boa tarde Boa tarde coleguinha tarde coleguinha como vai, como vai A nossa amizade cresce mais, cresce mais Faremos o possível, para sermos bons amigos Boa tarde coleguinha como vai, com vai Boa tarde professora como vai, como vai A nossa amizade cresce mai, cresce mais Faremos o possível para sermos bons amigos Boa tarde professora como vai, como vai Formiguinha Fui ao mercado comprar café Veio a formiguinha e subiu no meu pé Eu sacudir, sacudir, sacudir Mais a formiguinha não parava de subir. Fui ao mercado comprar batata roxa Veio a formiguinha e subiu na minha coxa Eu sacudir, sacudir, sacudir Mais a formiguinha não parava de subir. Fui ao mercado comprar mamão Veio a formiguinha e subiu na minha mão Eu sacudir, sacudir, sacudir Mais a formiguinha não parava de subir. Fui ao mercado comprar jerimum Veio a formiguinha e subiu no meu bumbum Eu sacudir, sacudir, sacudir Mais a formiguinha não parava de subir. Formiguinha A formiguinha corta a folha e carrega Quando uma deixa a outra pega Veja que mistério glorioso A formiguinha ensinando o preguiçoso Deus não quer preguiçoso na escola Por que se não a lição sobra. RELEMBRAR A REGRA BÁSICA DA BOA CONVIVÊNCIA. 2° MOMENTO: (musica do corpo humano) 2.1 Cantar para as crianças, desenvolvendo os moimentos Cabeça ombro joelho e pé Joelho e pé Cabeça ombro joelho e pé Joelho e pé Olhos, ouvidos, boca e nariz Cabeça, ombro, joelho e pé Joelho e pé. 2.2 Cantar com as crianças 2.3 Cantar acompanhando o cartaz 3° MOMENTO: (quebra cabeça do corpo humano) 3.1 pedir para as criancas localizar em seu corpo as partes pertencente ao corpo humano. 3.2 pedir para as criancas encaixar as partes do corpo humano no cartaz. 4° MOMENTO: (lanche e intervalo) 4.1 música do lanche 4.2 música da limpeza da sala de aula Cata aqui Cata lá Vamos cooperar Nossa sala tem que ser Como o nosso lar. 5.2 cantar com as criancas Mão direita na frente Mão direita a traz Mão direita na frente E mexendo sem parar Roda, roda, roda E não saia do lugar Vem que eu vou te ensinar. 6° MOMENTO: (trabalhar com alfabeto móvel as palavras correspondentes aos membros do corpo humano. CORPO C O R 6. 1 MOMENTO: ( música de saída) A sineta, a sineta já tocou Para casa, para casa agora eu vou Até logo, até logo, coleguinha Amanhã, amanhã eu voltarei. P O ROTEIRO PARA SEXTA-FEIRA 1° MOMENTO: levar as criancas ao banheiro e para tomarem água. 2° MOMENTO : cantar musica que as criancas conhecem e gostam. 3° MOMENTO: realizar a chamada no diário da professora entregando o crachá a cada criança. 4° MOMENTO: colocar o nome de alguns objetos existente na sala de aula. 5° MOMENTO: trabalhar com os alunos a importância de usar no cotidiano algumas palavras de regras para a boa convivência. 6° MOMENTO: musica da cazinha. Tinha uma casinha Bem fechadinha. (bis) Abre a janelinha Deixa o sol entrar. (bis) Perto da casa Tem uma arvore. (bis) Que os passarinhos Pousam nela assim. (bis) Perto da árvore Tem uma ponte. (bis) Que por baixo dela Core um rio assim. (bis) Já está escurecendo Trovejando. (bis) Fecha a janelinha Que já vai chover. (bis) Xi, xi, xi Choveu !!! 3° MOMENTO: encontrar na caixa de papelão as figuras correspondentes a musica. 4° MOMENTO: cantar a música de saída. A sineta, a sineta já tocou Para casa, para casa agora eu vou Até logo, até logo, coleguinha Amanhã, amanhã eu voltarei. Roteiro da entrevista com a comunidade escolar da escola Cosme Jean. Roteiro da Entrevista Com o gestor: 1.Quais as dificuldades enfrentadas na gestão? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ................................................................................................................................ 2.Quais os recursos materiais disponíveis na escola? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ................................................................................................................................ 3.Qual a sua jornada de trabalho? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ................................................................................................................................ 4.De que forma acontece a prática e construção da autonomia da gestão? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ................................................................................................................................ 5.Como acontece as formas de acompanhamento da freqüência e do desempenho dos alunos e professores? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ......... 6.Como é o funcionamento do sistema de avaliação? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ......... 7.Como a escola elaborou e implantou o Projeto Político Pedagógico da escola? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ......... 8.A escola possui órgãos colegiados? Quais? Como atuam? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ......... 9.Como e feita a administração de recursos humanos e financeiros: programas federais e estaduais desenvolvidos na escola? .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. .................................................................................................................................................. ......... Roteiro de Entrevista com o professor: 1 De que forma a escola realiza o planejamento escolar? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Como educadora ativa você já participou da elaboração de projetos didáticos pedagógicos? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 A jornada de trabalho estabelecida para os educadores é cansativa? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Cite uma sugestão que promova melhorias no âmbito escolar? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Sobre o órgão colegiado, o que você tem a dizer? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 Quais são as atividades escolares que trazem os pais a escola, para participar das mesmas? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------7 Professor você dispõe de outro horário para que seus alunos possam procurá-la e esclarecerem as duvidas? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------8 Quais são as ações de organização adotadas pela escol? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------9 Professor as experiências como profissional da educação tem enriquecido seus conhecimentos? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10 A escola já tem o apoio da APMC? Como ela funciona no desenvolvimento escolar? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------11 De que forma você classifica as ações pode dizer o por quê? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------12 De que forma age a coordenação, a supervisão e a orientação pedagógica da escola onde você trabalha? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------13 Senhor professor, como você vê e avalia as praticas educativas desenvolvida na escola em que trabalha? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------14 De o seu conceito de escola e de educação? Na realidade você coloca em pratica os conceitos em que acredita? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Roteiro de Entrevista Com o apoio pedagógico: 1 Como chegou a coordenação pedagógica da escola Cosme Jean? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Qual é a sua formação? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 Como funciona o planejamento escolar? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Como foi desenvolvido o projeto político pedagógico da escola? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Quais são as maiores dificuldades, enfrentada diariamente? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 A escola tem projetos pedagógicos que já foram colocados em pratica? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------7 Como coordenadora, você sente que colabora diretamente com o aprendizado? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------8 Quais são suas sugestões de melhorias? _________________________________________________________________________ __ 9 Como funciona a APMC e o conselho escola? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10 Qual é o significado de gestão educacional? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10 De seu conceito de educação e de escola? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Roteiro de Entrevista Com o funcionário: 1 Como colaborador da escola, você se sente satisfeito com o trabalho que realiza diariamente? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Você se sente estimulado para desenvolver suas tarefas? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 Sua jornada de trabalho é cansativa? Por que? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Quais são suas sugestões de melhorias? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Qual é a sua concepção de educação? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Com o aluno: 1 Você esta satisfeito com a escola onde estuda? Por que? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Qual é sua relação com os seus colegas de aula? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 E com seus professores, como você se relaciona? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Você se relaciona bem com o gestor e com os demais funcionários? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Como você avalia a escola e quais são as suas sugestões de melhoria? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 Qual é a sua concepção de educação? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Roteiro de Entrevista Com o pai ou a mãe: 1 Qual é o seu relacionamento com a escola? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Você é convidado para participar das atividades escolares? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 Como cidadão você esta satisfeito com a educação oferecida pela escola onde seu filho estuda? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Como avalia a escola que seu filho freqüenta? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Qual é a sua sugestão de melhoria? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 Qual é sua concepção de educação? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------