UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA-INC
UNIDADE ACADEMICA DE BENJAMIN CONSTANT
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
MARIA ANTÔNIA FERREIRA DA SILVA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A PRÁXIS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
Benjamim Constant-AM
2010
MARIA ANTÔNIA FERREIRA DA SILVA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
A PRÁXIS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito parcial a obtenção do grau de Licenciado (a)
no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pelo
Instituto Natureza e Cultura-INC/UFAM/BC.
Orientadora: Profª Oderlene Bráulio da Silva
Benjamin Constant-Am
2010
MARIA ANTONIA FERREIRA DA SILA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
A PRÁXIS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
Trabalho de conclusão de Trabalho de
Conclusão de Curso, apresentado como
requisito final á obtenção do grau de licenciado
(a) no Curso de Licenciatura Plena em
Pedagogia pelo Instituto Natureza e CulturaINC/UFAM/BC.
Aprovado em 30 de dezembro de 2010
BANCADA EXAMINADORA
_______________________________________
Profª Mcs. Oderlene Bráulio da Silva- INC ∕ UFAM ∕ BC (Presidente)
_______________________________________________________________________
Prof. Esp. Josenildo dos Santos de Souza- INC ∕ UFAM ∕ BC (Membro)
____________________________________________________________
Profª. Esp. Darcimar Souza Rodrigues∕ UEA ∕ TBT( Membro)
Dedicatória
Primeiramente dedico o resultado do
meu trabalho a Deus, que tem me
agraciado com bons resultados, nas
atividades desenvolvidas no curso de
Pedagogia.
Depois
dedico
esta
conquista, a minha capacidade de
superar
as
dificuldades
e
nelas
encontrar motivação para continuar me
superando enquanto eterna aprendiz da
vida.
Agradecimentos
Este é um trabalho resultante de percalços e superações, sendo que em cada obstáculo
encontrado ao longo do percurso de quatro anos e meio, pude encontrar apoio na
entidade maior (Deus) e pessoas que tanto me incentivos através de gestos e palavras
confortantes e motivadoras, que me impulsionaram a concluir mais uma etapa do ensino
continuado, na minha trajetória existencial.
Para tanto meu agradecimento inicia-se na entidade maior, Deus, que movi a minha vida,
para a direção que desejo navegar enquanto respiro a pureza da vida.
Agradeço também a meus pais, pessoas humildes, que na simplicidade encontraram a
forma mais correta de me ensinar os valores da vida.
Aos meus filhos, Angelo Xavier e Xavier Junior, que compreenderam a minha ausência em
momentos importantes dos seus desenvolvimentos, para alcançar uma conquista por mim
desejada.
Ao meu companheiro de 17 anos, que tem me dado apoio emocional e financeiro durante a
jornada.
As minhas amigas de turma, que cresceram junto comigo nesse objetivo compartilhado.
E por último vão meus agradecimentos mais especiais, que estão reservados sem nenhum
medo de errar, aos orientadores (as) do curso de pedagogia que mediaram para a minha
formação os saberes pedagógicos.
Epígrafe
Verdades da profissão de professor
Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um
bom professor é imprescindível. Mas, ainda
que desejem bons professores para seus filhos,
poucos pais desejam que seus filhos sejam
professores. Isso nos mostra o reconhecimento
que o trabalho de educar é duro, difícil e
necessário, mas que permitimos que esses
profissionais continuem sendo desvalorizados.
Apesar de mal remunerados, com baixo
prestígio social e responsabilizados pelo
fracasso da educação, grande parte resiste e
continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais,
alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e
nossas atitudes, pois com elas demonstramos o
compromisso com a educação que queremos.
Aos professores, fica o convite para que não
descuidem de sua missão de educar, nem
desanimem diante dos desafios, nem deixem de
educar as pessoas para serem “águias” e não
apenas “galinhas”. Pois, se a educação
sozinha não transforma a sociedade, sem ela,
tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso reúne a trajetória acadêmica de Maria
Antônia Ferreira da Silva, aluna do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da
Universidade Federal do Amazonas, realizado na cidade de Benjamin Constant entre os
anos de 2006 a 2010. De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso oconcludente de
Pedagogia deve apresentar um trabalho científico contemplando os seguintes itens:
memorial relatando a trajetória de formação; os estágios supervisionados em gestão
escolar, educação infantil e anos iniciais, e a monografia com um objeto de estudo da área
de formação neste caso com atemática Gestão Participativa na escola: um olhar a partir
de uma instituição pública de ensino do município de Benjamin Constant, esta
desenvolvida ao longo das disciplinas de Práticas da Pesquisa Pedagógica e do estágio em
Gestão Escolar. Para tanto é um trabalho científico fundamentado em Bianchi (2005), que
trata do estágio supervisionado, nas Diretrizes Curricular do Estágio Supervisionado do
Curso de Pedagogia do INC/BC, e em Luck (2005, 2006), Paro (2008) dentre outros, que
realiza estudos sobre a gestão escolar no Brasil. Dessa forma foi a partir deste TCC que
pudemos verificar a importância da práxis na formação pedagógica do futuro profissional
da educação.
Palavras chaves: Educação. Memorial.Práxis Pedagógica. Gestão Participativa
RESUMEN
Este trabajo fin de curso cumple com la vida académica de María Antonia Ferreira
da Silva, um estudiante de la Licenciatura enEducación completa, de la Universidad
Federal del Amazonas, em La ciudad de Benjamin Constant entre los años 2006 a 2010.De
acuerdo com el Programa de Educación del Curso de Educación facilitará El trabajo
concluyentes científicos, incluídos los siguientes elementos: memoria informar de laruta de
acceso de la formación, el entrenamiento supervisado en la gestión escolar, la educación de
la primera infancia y los primeros años, y la monografia com un objeto de estúdio área de
formación en este caso com el tema de gestión participativa em la educación: una visión
desde una universidad pública em la ciudad de Benjamín Constant, Esta desarrollado en las
disciplinas de la Investigación Educativa y Práctica em La Escuela de Dirección Escénica.
Porque esto es un artículo científico sobre la base de Bianchi (2005), que se ocupa de
entrenamiento supervisado, escenario Directrices Curriculares. Encuadramiento curso de
Pedagogía, INC/BC., y la suerte (2005, 2006), Parodi (2008), entre otros, que realiza
estudios sobre la gestión de la escuela en Brasil. Por lo tanto, se desprende que el TCC
puede comprobar la importancia de la práxis em la formación pedagógica de la educación
profesional em el futuro.
Palabras claves: Educación. Memorial. Praxis Pedagógica. Manejo Participativo
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................. 09
1MINHA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO....10
1.1 Aprimorando a educação informal na escola.................................................................11
1.2 Educação formal: a superação........................................................................................13
1.3 Conhecimentos da Sociedade/Cultura: o núcleo comum da formação....................... 16
1.4 As disciplinas para a formação do pedagogo.................................................................19
1.5 Práticas da Pesquisa Pedagógica....................................................................................22
1.6 Atividades complementares...........................................................................................23
1.7 A prática profissional.....................................................................................................24
2 ENCONTRANDO-ME NO CAMPO PEDAGÓGICO..............................................27
2.1 Estágio na Educação Infantil: uma nova descoberta......................................................28
2.1.1 Observação e participação ativa: contato direto com o campo de estágio.................30
2.1.2 Regência supervisionada: momento de contribuição.................................................36
2.2Estágio nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: conhecendo a realidade
do campo de estágio.............................................................................................................39
2.2.1 Observação e participação ativa: contado direto com o campo.................................41
2.2.2 Regência supervisionada: momento de contribuição.................................................43
2.3 Estágio Supervisionado na Gestão Escolar....................................................................48
2.3.1 Observação: identificando a participação...................................................................49
2.3.2 Intervenção ∕ docência: sensibilizando a participação................................................50
3 GESTÃO PARTICIPATIVA NA ESCOLA: UM OLHAR A PARTIR DE UMA
INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE BENJAMIN
CONSTANT.......................................................................................................................54
3.1 Gestão participativa a luz da teoria................................................................................57
3.1.1 Conceito e importância da gestão participativa na escola..........................................57
3.1.2 A gestão escolar no Brasil: resgatando a história.......................................................61
3.1.3 A gestão participativa e os mecanismos de democratização.......................................68
3.2 Caracterizando o campo e os sujeitos da pesquisa........................................................72
3.3. Análises e discussões....................................................................................................77
3.3.1 Gestor escolar: atribuições e perfil.............................................................................77
3.3.2 A comunidade escolar: composição e papel frente à gestão......................................81
3.3.3 Os mecanismos de democratização da escola............................................................88
3.3.4 Os entraves e as possibilidades da gestão participativa na escola..............................91
CONSIDERAÇÕES FINAIS: TRÊS REALIDADES E UMA
COMPREENSÃO............................................................................................................. 96
REFERÊNCIAS.................................................................................................................99
ANEXO............................................................................................................................. 103
INTRODUÇÃO
O trabalho de Conclusão de Curso objetiva apresentar o memorial, os estágios
supervisionados e a pesquisa, os quais são suporte à formação e atuação profissional do
egresso de pedagogia. É um trabalho que se justifica por exigência legal do curso
determinado no Projeto Político Pedagógico do Curso que configura-se como produto final
das atividades realizadas durante as disciplinas obrigatórias voltadas a Prática da Pesquisa
Pedagógica e a prática profissional, estas tão necessárias no aliamento entre ensino e
pesquisa. É um trabalho de caráter científico, pois implicou num estudo rigoroso e
detalhado da realidade educacional envolvendo os campos de atuação (gestão escolar,
educação infantil e anos iniciais). Os estudos que proporcionaram uma abordagem
qualitativa da educação no município de Benjamin Constant foi possibilitado a partir do
levantamento bibliográfico, pesquisa em campo em escola pública onde foi utilizado
algumas técnicas de pesquisa como: observação participante, estudo de caso e entrevista
semiestruturada.
Para tanto é um trabalho de conclusão organizado da seguinte forma: o
capitulo número 1 traz de forma suscinta os acontecimentos mais relevantes que fizeram e
ainda fazem parte do meu processo de desenvolvimento pessoal e profissional, bem como a
vida familiar, iniciação a educação escolar e a preparação profissional, destacando assim as
características particulares de cada uma das etapas de desenvolvimento pessoal e
profissional. No 2° capítulo estão expostos os estágios supervisionados, suas atividades e
resultados obtidos, dando relevância maior, aos pontos que promoveram análises e
reflexões (questões norteadoras), diante da realidade encontrada. O 3° capitulo traz em seu
contexto a monografia tema esse que aborda a ―Gestão participativa na escola: um olhar
a partir de uma instituição pública de ensino do município de Benjamin Constant‖
objeto de estudo que esteve presente nos campos da prática profissional e do estágio em
gestão, ressaltando neste os materiais e métodos, o referencial teórico, os resultados
obtidos e as reflexões sobre à temática.
Dessa forma o presente trabalho trata-se de um trabalho científico onde o
acadêmico tem a oportunidade de fazer um apanhado geral, sobre sua trajetória acadêmica
relacionando o aprendizado pessoal com o conhecimento profissional, transparecendo suas
particularidades, em planejar, criar e executar o conhecimento pedagógico.
1 MINHA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Foto 1: Minha participação na I Conferencia Municipal dos Conselhos Escolares do Alto Solimões- I
COMCEAS
“A consciência de ser inacabado dá às pessoas a possibilidade de irem além
delas” e esta é uma das marcas dos seres humanos.
Paulo
Freire
(1998)
Este capítulo objetiva explicitar de forma articulada os acontecimentos mais
relevantes da minha vida pessoal, profissional e acadêmica, enfatizando de forma coerente
os acontecimentos que caracterizaram as disciplinas, as práticas pedagógicas as
metodologias, as diferentes atividades a qual participei enquanto acadêmica e o que
favoreceu a minha formação e futura atuação profissional.
Neste será destacado os pontos positivos e negativos que proporcionaram
aprendizagem pedagógica e vivencial para o dia-a-dia da realidade existente na minha vida
enquanto acadêmica que buscou capacitação para exercer a profissão com qualidade e
competência. O presente capítulo, portanto, configura-se como um memorial que segundo
Severino (2000, p.175)
(...) constitui-se, pois, uma autobiografia, configurando-se como uma narrativa
simultaneamente histórica e reflexível. Deve então ser composta sob a forma de
um relato histórico, analítico e crítico, que dê conta dos fatos e acontecimentos
que constituíram a trajetória acadêmico-profissional de seu autor, de tal modo
que o leitor possa ter uma informação completa e precisa do itinerário
percorrido. Deve dar conta também de uma avaliação de cada etapa, expressando
o que cada momento significou as contribuições ou perdas que representou.
Desta forma, será descrito neste capítulo o meu processo de formação desde a
educação obtida na minha convivência familiar à educação profissionalizante, onde será
destacado em subtópico titulo referenciando cada um dos processos de aprendizagens
adquirido ao longo da minha vida, como, ensino fundamental, médio e superior.
1.1 Aprimorando a educação informal na escola
Filha de trabalhadores extrativistas do interior do Amazonas, mas precisamente
de pequenas localidades situadas às margens afluentes do rio Solimões me cabia desde
cedo à responsabilidade de ajudar a cuidar dos meus irmãos e da humilde casa a qual
estávamos morando no momento, pois em virtude da sua atividade de trabalho meus pais
eram obrigados a freqüentemente mudar de lugar para conseguir extrair madeiras.
Os valores não podem ser vistos como atributos que se tem ou não se tem, mas
precisam ser encarados como prática que, conduzindo a solidariedade, constrói a
verdadeira liberdade. Valores não se explicam, praticam-se continuamente e, no
seu exercício, analisa-se o mundo em que vive e no que se busca convier.
(ANTUNES, 2004, p.46)
Mesmo analfabetos, meus pais me educaram para viver em sociedade, pois se
pautavam no respeito, na ética, na moral e nos bons costumes, fatores esses
predominantes no dia-a-dia das pessoas humildes da nossa região. Dessa forma, quando fui
apresentada a instituição de ensino, eu não era um ser zerado de conhecimentos e sim um
ser com conhecimentos particulares que necessitavam serem aprimorados para que
enquanto sujeito social pudesse exigir cada vez mais a formação e a qualificação
profissional e por seqüência continuada.
Devido às condições financeiras dos meus humildes pais eu iniciava o ano letivo
na escola, mas poucas vezes pude concluir o mesmo, pelo motivo de termos que retornar
para junto do meu pai enquanto praticava sua atividade madeireira. Na cidade a nossa
situação financeira era muito pequena e em virtude disto, éramos levados a fazer
companhia ao meu pai, pelos simples fato de que a vida por lá era farta e não era
necessário ter dinheiro para comer e beber, uma vez que a floresta era rica de alimentos e a
água também era de graça. Manter a família na cidade representava para meu pai duas
despesas, a dele lá nos altos rios e a nossa no centro urbano. E como ele poderia fazer isso
se as pessoas que financiavam o extrativismo, superfaturavam a mercadoria e o
exploravam desvalorizando o produto do seu trabalho?
Voltando ao assunto sobre minha formação, eu ficava no máximo seis meses na
escola, e tinha que desistir. Mas é claro que o pouco que eu permanecia na escola era de
grande valia para mim e minha família, pois redigia pequenas cartas para meu pai, quando
ele queria mandar um recado para seu patrão na cidade, por alguém que passava vindo para
Benjamin Constant.
O simples fato de conhecer as letras do alfabeto me tornava uma pessoa necessária
na vida do meu pai e seus ajudantes de trabalho. Como a maioria era analfabeta como meu
simples pai, eu era a responsável para redigir cartas para os familiares de cada um que me
pedia.
Então, quando uma pessoa passava baixando das cabeceiras do rio indo rumo à
cidade eu ficava cansada de tanto escrever pequenas cartas, onde continha nas cartas dez
linhas que dizia: Rio Ituí, data do ano e mês, dava saudação aos familiares e lhes dizia que
estava escrevendo-lhes poucas linhas para lhes informar que estava bem e que esperava
que todos também estivessem e que Deus lhes abençoassem. Se a carta fosse para pai ou
mãe, no inicio pediam-lhes a bênção e logo após a saudação.
Para quem vive em uma sociedade letrada sabe ler e escrever da forma correta,
como é pedido pela gramática os assentos, as vírgulas, as concordâncias, a forma de
escrever é de suma importância, no entanto isso é diferente das pessoas que só têm a
alfabetização, o que era o caso das pessoas que recebiam as cartas de alguém de sua
família escrita por mim, o mesmo acontecia com os patrões que em grande maioria só
sabiam escrever seus nomes.
Eu era uma semi analfabeta escrevendo para pessoas que codificavam símbolos e
interpretavam o que eu queria dizer nas poucas e simples palavras que lhes escrevia.
Lembro-me que nesta época a minha simples forma de escrever cartinhas era composta
pelas letras mais bonitas que eu podia escrever, e que também eram simples palavras que
significavam bastante para as pessoas que queriam dar notícias ou recebê-las.
Relatar esses fatos mostra que a educação obtida por mim durante minha infância
foi resultante dos ensinamentos que recebi dos meus familiares, do meio a qual eu estava
inserida e dos poucos momentos que convivi na escola. Dessa forma, o pouco que eu podia
receber da escola era de suma importância para mim e o meu contexto familiar, não
importava se eu não iria mudar de série no ano seguinte, mas o que eu havia aproveitado
no pouco tempo que ficava na escola.
Isto me lembra das várias vezes que minha mãe decidia me tirar da escola, e
dizia: ―meus filhos vamos nos arrumar que iremos ao encontro do pai de vocês no máximo
em uma semana‖. Então no dia seguinte eu ia para a escola e comentava com a minha
professora, pessoa essa que eu demonstrava diretamente respeito e afeto. Ao saber da
notícia a professora demonstrava tristeza com a minha desistência e mandava chamar a
minha mãe para juntas encontrarem soluções.
Em uma das viagens minha mãe e meus irmãos partiram sem mim. Tive que
ficar morando na casa de parentes, para que eu não desistisse. Se de um lado era bom, por
outro não era, mas como desde cedo fui obrigada a desenvolver responsabilidades de
pessoas adultas, isso não representou problema e sim oportunidade.
Dos sete aos dez anos de idade eu trabalhava em casa para ajudar a minha mãe ou
as pessoas que ficavam comigo para que eu estudasse. A partir dos dez anos de idade eu
estava na terceira serie e passei a trabalhar em casa de família, recebendo um baixo
pagamento. As pessoas para quem trabalhei alegavam que eu ainda não era adulta e que,
portanto iria ganhar menos. De início diziam-me que eu iria apenas realizar poucas
atividades do lar, mas quando eu assumia a função trabalhava mais que muitos adultos, e
recebia um valor em dinheiro muito abaixo da média, era a exploração do trabalho infantil.
Ao refletir sobre a minha formação pessoal, me deparo com o que Paulo Freire
(2001) diz: ―o homem é um ser inacabado, e que se constitui ao longo de sua vigência
enquanto ser social, interagindo com o meio em que vive‖. Seguindo esta linha de
pensamento identifico meu aprendizado como conseqüência da minha vivência junto aos
meus familiares e a convivência nas instituições de ensino, pois com a minha família
aprendi a sobreviver no mundo, e na escola aprimorei os conhecimentos existentes para me
integrar a sociedade.
1.2 Educação formal: a superação
Uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação social da
profissão, da revisão constante dos significados sociais da profissão, da revisão
das tradições. Mas também da reafirmação de práticas consagradas culturalmente
e que permanecem significativas. Práticas que resistem a inovações porque
prenhes de saberes validos as necessidades da realidade. Do confronto entre as
teorias e as praticas, da analise sistemática das praticas a luz das teorias
existentes, da construção de novas teorias. Constrói-se também, pelo significado
que cada professor, enquanto ator e autor conferem a atividade docente em seu
cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua
historia de vida, de sua representação, de seus saberes, de suas angustias e
anseios, do sentido que tem em sua vida o ser professor. Assim como a partir de
sua rede de relações com outros professores, nas escolas, nos sindicatos e em
outros agrupamentos. (PIMENTA apud LUCENA, 2004, p. 67)
Como ninguém escapa das coisas da vida aos quinze anos de idade conheci um
lindo rapaz, com quem tive meu primeiro filho um ano depois. Para muitos, ser mãe cedo é
um atraso de vida no meu caso eu não penso assim. Aos dezesseis assumi minha família, e
passei a cuidar dela até hoje. Na educação escolar, eu dei uma parada por sete anos
consecutivos, estava esperando meus filhos crescerem, pois nesse espaço de tempo
engravidei pela segunda vez, pena que dessa vez não tive a maravilhosa sorte de ter meu
filho em meus braços, porque por algum motivo Deus quis meu filho para si, e na hora do
parto meu bebê faleceu. Mas como Deus não faz nada por acaso, pouco tempo depois eu
engravidei pela terceira vez e Deus me presenteou com um lindo menino.
Após esse intervalo eu e o meu grande amigo companheiro construímos uma
situação financeira estável, mas me faltava alguma coisa. Eu queria ser independente, mas
sabia que não podia ser trabalhando na casa dos outros, pois eu tinha uma vida financeira
que me proporcionava pagar alguém para realizar o trabalho doméstico. Foi quando decidi
voltar a estudar para conseguir conquistar uma capacitação para concorrer a cargos mais
elevados perante a nossa sociedade, fator esse que em certo momento passou a me cobrar
um conhecimento escolar maior.
Foi então que retornei a escola, de início participei de um programa da rede de
ensino que proporcionou eu concluir o ensino fundamental uma vez que eu havia parado na
terceira série. Nos dois anos seguintes participei do programa Tempo de Acelerar e conclui
o ensino médio.
Até aqui eu já havia conquistado várias vitórias. Enquanto eu concluía o ensino
fundamental, tive a oportunidade de participar do concurso da SEDUC e conquistei o cargo
de merendeira no qual já estou há seis anos. Um ano após ter conquistado o cargo de
merendeira da escola Imaculada Conceição, participei de um vestibular que me ingressou
ao curso de pedagogia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Da terceira série do ensino fundamental para o curso de pedagogia, isso em três
anos, minha vida estudantil foi criticada e desvalorizada perante a sociedade local uma vez
que eu estava buscando superar o tempo que passei fora da escola em um programa
educacional que me proporcionou uma formação rápida sem cumprir as etapas
correspondentes ao ensino fundamental e médio. Concluir e educação básica e o ensino
fundamental através do programa Tempo de acelerar foi uma oportunidade que me
apareceu e que eu aproveitei o máximo que pude. Mesmo sendo um programa muito
criticado por algumas pessoas eu não me importei e aproveitei o que ele podia me
proporcionar. Para comprovar a veracidade desde programa temos varias pessoas que se
formaram através do mesmo inclusos na universidade federal do amazonas. Isto para mim
é uma alegria e convicção de que não importa de que forma é oferecido o conhecimento o
diferencial é a vontade do aprendiz. E é essa vontade que me move a cada dia que luto pela
minha formação, jamais deixaria o aconchego do meu lar para esta em uma sala de aula
somente para ser mais uma aluna, eu estou lá para aprende a aprender cada dia mais.
Minha história de vida é baseada em um processo de construção onde cada
dificuldade foi sendo superada, e isso me faz reconhecer que não importa o modelo de
educação o importante é que eu saiba articular a diversidade de ensino, aprimorando cada
conhecimento adquirido a todo instante de vida, sendo no convívio familiar ou nas
instituições educacionais.
Eu sou uma pessoa que desejo o conhecimento e tudo busco aprender. Tenho
muito orgulho de dizer as pessoas a quem interessa de onde eu vim, e em qual realidade eu
me formei como cidadã ativa, preocupada com a realidade da sociedade em que vivo.
Sei que as coisas que fazem parte da vida humana aconteceram muito cedo em
mim, mas acredito que já estava preparada para assumir responsabilidades graças à
educação informal que recebi dos meus pais, ambos semi-analfabetos, mas conhecedores
dos bons costumes e da moralidade. Pude comprovar a veracidade da educação dos meus
pais quando conheci e freqüentei a sala de aula. Lá eu pude comprovar que os
ensinamentos eram parecidos, somente tinham maior aprofundamento para que o que era
falado pudesse ser escrito no papel.
E isso foi reafirmado ao adentrar a Universidade. Ao ingressar no Instituto de
Natureza e Cultura/UFAM, me senti alegre e amedrontada, pois eu nem tinha idéia do que
estava a minha espera. Confesso que o meu maior receio naquele momento foi o fato de ter
concluído o ensino fundamental e o médio através do programa É Tempo de acelerar,
sabendo que a grande maioria tinha feito etapa por etapa e tinham se formado em
magistério.
Outro fato que pesou foi que a maioria das pessoas da minha turma já estava
atuando em sala de aula há muito tempo, enquanto que eu não tinha a mínima idéia do que
seria ministrar aulas. Deparei-me com tantas pessoas que pensei: meu Deus aonde eu vim
parar! Será que é isto que quero? Mas aos poucos fui me encontrando, pois dos cursos que
são oferecidos pela universidade a área pedagógica foi à única que eu me encaixava. Tive
essa certeza quando foi ressaltado que a pedagogia é um curso que mesmo tendo um
núcleo comum com os demais cursos de formações, proporciona conhecimentos tanto para
o trabalho em sala de aula quanto para os diferentes setores das instituições educativas.
1.3 Conhecimento da Sociedade/Cultura: o núcleo comum da formação
A Universidade é uma Instituição de Educação Superior, com o objetivo de
realizar a missão de conjugar ensino, pesquisa e extensão. Atualmente a UFAM ocupa
posição de liderança na Região Norte, sendo reconhecida como responsável pelo
aprimoramento intelectual e a formação profissional do homem amazônico, pela
preservação da nossa cultura, da nossa história. Trata-se, portanto, de uma Universidade
pública e gratuita comprometida com a formação do cidadão.
Saber do objetivo e do papel da Universidade
nas sociedades brasileiras me
causou a felicidade de ter alcançado uma grande conquista mesmo estando apenas
iniciando o curso, era como ter dado um passo bastante grande em direção a um topo que
há muito tempo desejo chegar.
Lembro-me de quando adentramos a sala de aula cada professor que também
adentrava, se apresentava e pedia para que cada acadêmico também o fizesse
complementando com o porquê da escolha pelo curso de pedagogia. Esse foi um momento
de impacto para mim, eu sabia que queria uma formação, somente não tinha certeza do que
eu queria.
A maioria se apresentou dizendo que tinha escolhido pedagogia pelo fato de
trabalharem como professores e que a rede de ensino estava cobrando a formação dos
mesmos. No meu caso eu expliquei que o que eu entendia de educação era ter ajudado
minha mãe cuidar e educar os meus irmãos ter cuidado dos filhos de algumas pessoas com
quem trabalhei e depois de cuidar e educar os meus filhos.
Após ter feito o reconhecimento da turma fiquei um pouco mais calma, mas não
deu para relaxar. Em seguida fomos conhecendo as disciplinas correspondentes ao curso de
pedagogia, sua grade de professores, suas metodologias e a carga horária de cada
disciplina. Quando foi dito o nome de cada atividade, eu tremia de medo, pois eu nunca
tinha nem ouvido falar que existia tais atividades. Esse foi o primeiro momento em que
pensei a desistir do curso, não me achava capaz de realizar as atividades e seus
procedimentos.
O primeiro período foi muito difícil, por mais que eu me esforçasse eu não estava
compreendendo o sentido das disciplinas. Outro fato era que eu não conseguia relacionar
uma disciplina com a outra. Essas primeiras dificuldades me reafirmaram o conceito que
eu não tenho a vocação para ministrar aulas para quem quer que seja.
Na metade do primeiro período, os trabalhos eram sempre em grupo ou dupla,
depois chegamos à fase individual, onde cada um batalhava para obter sua nota. Essa foi à
etapa da estréia de todos, passamos a defender nossos trabalhos acadêmicos na frente no
lugar do orientador da disciplina.
Confesso que esse foi o momento que mais senti dificuldade. As pernas
tremiam, a voz gaguejava, o corpo suava frio e não tinha ninguém para me socorrer, era o
meu momento. No primeiro período já comecei a ficar para a prova final, pois tinha
dificuldade em tudo.
Uma das coisas que me chamou bastante a atenção é o fato de que na grade
curricular do curso de pedagogia existem disciplinas que são comuns aos demais cursos de
licenciatura da Universidade. No núcleo comum da formação temos as seguintes
disciplinas: Língua Portuguesa I, Língua Portuguesa II, Introdução a Filosofia, Gestão
Organizacional, Sociologia Geral, Psicologia Geral, Informática Básica, Introdução a
Antropologia, Fundamentos da Matemática e Estatística, Metodologia do Estudo e da
Pesquisa. Essas são as disciplinas que são indispensáveis na vida acadêmica de qualquer
curso.
O núcleo comum da formação é composto por disciplinas que trazem em seus
conteúdos básicos informações necessárias para a formação de todo e qualquer
profissional, sendo que as mesmas são referentes aos saberes culturais e sociais das
sociedades. Todas as disciplinas têm suas finalidades específicas e suas características, mas
que se relacionam nos ensinamentos de formação do conhecimento profissional.
Como exemplo de disciplinas comuns ao núcleo de formação, podemos citar a
importância da língua portuguesa que é de suma importância na formação acadêmica de
todos envolvidos. Sem saber ler e escrever da forma que pede a gramática é como um
surdo que ainda não apreendeu a linguagem dos sinais e que não consegue se comunicar e
assim expor pensamentos e reflexões com clareza.
No meu caso a disciplina de introdução a língua portuguesa teve uma relevância
muito maior, uma vez que o meu processo de formação do ensino fundamental e médio foi
desenvolvido as pressas sem tempo para reavaliação dos erros gramáticos. Até nos dias de
hoje tenho dificuldade para escrever algumas palavras. Sei que já superei muito meus erros
ortográficos, mas também sei que ainda tenho muito que conserta uma vês que posso
ministrar ensinamentos para outras pessoas tenho que lhes proporcionar o melhor que eu
puder oferecer.
Para me auxiliar na questão da organização do tempo e das atividades a disciplina
gestão organizacional, trouxe em seu contexto diferentes olhares sobre a forma de se
organizar, uma estrutura de trabalho ou habitação, podendo transferir seu conceito de
organização para a sociedade em geral a partir do conhecimento orgânico e estrutural da
sociedade que necessite de organização.
Neste contexto não podemos deixar de destacar a informática básica e a
matemática, disciplinas estas que estão presente e se fazem necessário no nosso dia a dia e
em todos os momentos de nossas vidas. Friso mais ainda a informática pela necessidade de
vivermos e interagirmos com e no mundo globalizado e industrializado. Faz parte de toda e
qualquer profissão terem o conhecimento básico sobre a informática, do contrario será um
profissional leigo sobre a modernidade do mundo que gira a sua volta.
Falando em mundo foi a Metodologia do Estudo e da Pesquisa que me mostrou a
importância do professor também ser um pesquisador. Foi nela que entrei no mundo da
pesquisa colocando em prática as metodologias de pesquisa de acordo com as orientações
da orientadora. Em minha primeira pesquisa escolhi com a ajuda da orientadora meu tema
de pesquisa, para as futuras práticas de pesquisa. Com a disciplina metodologia do estudo e
da pesquisa aprendi a organizar o meu tempo de acordo com as necessidades da vida
acadêmica.
Falando em organização vale ressaltar entre as áreas de conhecimento as
disciplinas alicerce, do campo pedagógico. Através da sociologia conhecemos seus
representantes mais assíduos como Karl Máx. Homem esse que proporcionou um olhar
crítico a respeito das organizações sociais. Movimentos esses capazes de transformar os
interesses capitalistas em processo de capacitação, onde a mão-de-obra necessita de
capacitação para desenvolver o trabalho desejado pelos empregadores.
Complementando a capacitação prevista pela sociologia, encontramos a psicologia,
área de conhecimento essa que classifica as diferentes formas que o ser humano tem para
aprender e se desenvolver. Para tanto o sistema educacional deve promover atividades e
metodologias diversificada para sua nação aprendiz.
Em meio a tanta diversidade para aprender, encontramos a filosofia disciplina que
aguça cada vês mais o interesse pelo saber, uma vês que a mesma nos coloca em
questionamentos perante o conhecido. Será que eu já sei o suficiente! Esse suficiente até
que ponto me basta! Se o pouco me basta, acabou a minha evolução! Essas são algumas
das perguntas que a filosofia nos instiga a fase todos os dias, diante da diversidade de
conhecimento.
Diante de tantas disciplinas uma me chamou a atenção em particular, a
Antropologia. Não foi uma disciplina que dominei muito bem, quando fui compreender a
amplitude do seu conteúdo de pesquisa, o período estava no final, e eu estava no plano de
estudo. Eu esta no plano de estudo não significou que eu não gostava, muito pelo contrario
eu gostava da metodologia de ensino do conteúdo da disciplina. O que mais me
surpreendeu foi quando eu acreditava que eu estava compreendendo o assunto, o
orientador me levava a realizar novas pesquisas, pois a minha compreensão ainda não
estava coerente com o objetivo da disciplina.
Olhando a grade curricular do curso de pedagogia, fica claro a importância que cada
disciplina tem para a formação, sendo o que falta em uma disciplina a outra que vem logo
em seqüência supre sua necessidade deixada pela anterior. Isto significa que o curso é
como um bom prato de comida, se não houver os ingredientes certos a comida fica sem o
seu sabor particular e não desperta o apetite de quem o vai degustar.
Mesmo sendo uma grade que organiza as disciplinas, por grau de necessidade e
ordem de acordo com os períodos alcançados, o curso dispõem disciplinas comuns e
específicas que se articulam ao longo da ampla formação.
1.4 Disciplinas especificas para a formação do Pedagogo
O Curso de Pedagogia que favorece ampla formação em Educação Infantil, Anos
Iniciais e Gestão Educacional veio atender aos anseios das demandas educacionais,
buscando contribuir com o processo democrático de implementação da própria política do
MEC para as crianças, adolescente e jovens, chamando para junto de si os demais órgãos
públicos que se sintam envolvidos com esses níveis da Educação Básica.
Para que obtivesse esta formação nos três campos de atuação tive que cursar
várias disciplinas especificamente pedagógicas, estas que são essenciais a formação de um
profissional apto a lidar com as questões educacionais. Estas disciplinas faziam parte do
núcleo específico da formação do pedagogo, dentre as quais se destacaram: Didática I,
Didática II, Fundamentos da Educação Ambiental, Filosofia da Educação, Sociologia da
Educação, Introdução a Pedagogia, Psicologia da Educação e Desenvolvimento, Psicologia
da Aprendizagem, Novas Tecnologias da Informação/Comunicação, Saberes Tradicionais
História e Legislação Educacional, História da Educação; Política Educacional e
Organização do Ensino Básico; Fundamentos da Educação Especial; Língua Brasileira de
Sinais, Princípios e Métodos da Educação, Escola, Currículo e Cultura; Avaliação
Educacional e Institucional; Educação,Cultura e Identidade Étnicas, Educação Indígena.
Cabe salientar que estas disciplinas favoreceram o desenvolvimento de um novo
olhar sobre a prática docente e gestionária, uma vez que as mesmas perpassam o
desenvolvimento humano e suas particularidades, destacando ainda a forma de
desenvolvimento de cada sociedade. Isto nos leva a refletir o quanto devemos estar
preparado para oferecer conhecimento para uma sociedade mista de diferentes etnias,
culturas e valores particulares.
Alcançar a tripla formação é motivo de orgulho e muita preocupação, pois da
mesma forma que aumentar os horizontes do pedagogo, também alarga a necessidade pelo
conhecimento, isto não significa que temos que ser perfeitos nas três ares de atuação mais
sim dedicação plena nas disciplinas de formação.
Como todas as disciplinas têm seu grau de contribuição na minha formação fica
difícil destacar algumas para aprofundar neste contesto, sendo que meu tema de pesquisa é
gestão escolar não posso de forma alguma priorizar disciplina e nem dar menos
importância a outra.
Mesmo porque tenho a convicção de que tudo que eu puder absorver de todas as
disciplinas será mais enriquecimento para minha temática e para minha formação
profissional, sendo que fazer o diferencial e ter bagagem argumentativa para transforma e
atualizar o que ainda continua estagnado na mesmice.
Mesmo porque as disciplinas são ministrada de acordo com a necessidade da tripla
formação (educação infantil, anos iniciais e gestão), áreas essas estabelecidas no projeto
pedagógico curricular do curso.
De acordo com o Projeto Político Curricular o objetivo das disciplinas para educação
infantil busca ―formar educadores capazes de realizar as ações pedagógicas a partir dos
princípios e finalidades gerais da educação brasileira, articulados à finalidade específica e
às diretrizes orientadoras do ato pedagógico de cuidado e educação das crianças
pequenas‖. (p.18)
As disciplinas que nos orientaram para a área da educação infantil foram
conhecimentos que se fundamentaram no campo pedagógico, sendo que a teoria foi
colocada em prática de acordo com a nossa competência estipuladas no projeto de curso.
Sendo que o mesmo deve acontecer de acordo com a compreensão e permissão do campo
concedente. Para tanto o acadêmico estagiário deve desenvolver através das disciplinas um
olhar diferenciado, tento o cuidado de não classificar as crianças observadas em uma única
infância, sendo que o projeto do curso de pedagogia ressalta a preparação para o
atendimento a varias infâncias, uma vez que a sala de aula para de educação infantil é
composta por crianças de cultura e faixa etárias diferentes.
Sendo que Literatura Infantil; Artes na Educação Infantil e Anos Iniciais;
Psicomotricidade e Recreação na Educação Infantil e Anos Iniciais são disciplinas comum
à tripla formação pedagógica, da mesma forma que as demais disciplinas contribuem na
compreensão e aplicabilidade do conteúdo das práticas e metodologias pedagógicas.
Para confirma a colocação prevista no projeto curricular do curso varia disciplinas são
comuns às três dimensões pedagógicas, sendo que o sistema lança a idade hábil para que o
ser humano freqüente a escola, mas também é percebível na realidade escolar que isto não
se aplica na integra, pois tem muitas pessoas que não conseguem se desenvolver
plenamente e outras não tiveram a oportunidade de freqüentar a escola o tempo
correspondente, entre estes tem diversos fatores que implicam com que as crianças esteja
na sala de aula correspondente a sua idade.
Para atuação nos anos iniciais do ensino fundamental tive que apreender como
articular propostas teórico-metodológicas para o desenvolvimento da educação,
referenciadas na interdisciplinaridade como uma necessidade e como problema. Para isto
foi de suma importância as disciplinas de metodologias para o ensino das diferentes áreas
do conhecimento desta etapa do ensino fundamental.
As disciplinas para anos iniciais vão alem do cuidar, nos mostra a visão ampla onde a
sala de aula se transforma em um contexto de informações e ensinamentos, uma vês que as
crianças são maiores e necessitam que o espaço escolar esteja devidamente adequada a
elas. São crianças que se impõe e desejam respostas para suas descobertas duvidas e
anseios. Nos anos iniciais os alunos ainda são crianças mais com um olhar amplo sobre o
mundo que as cerca.
As disciplinas de metodologias serviram para que através da pesquisa de observação
fossem planeados e desenvolvidas atividades com as metodologias adequadas a situação
diagnosticadas.
Educação de Jovens e Adultos, Metodologia da Língua Portuguesa nos Anos
Iniciais; Metodologia das Ciências nos Anos Iniciais; Metodologia da Historia e Geografia
nos Anos Iniciais, são disciplinas direcionadas para preparação na área do ensino
fundamental, mas nada nos impede enquanto aprendiz de realizar adaptações para as
demais etapas do ensino.
Na mesma linha de pensamento o Projeto Político Curricular diz que o ensino em
gestão escolar deve ―organizar situações de ensino eficazes para o desenvolvimento pleno
da aprendizagem dominando estratégias de gestão da classe e dos instrumentos para a
organização da educação, de acordo com os diferentes níveis e ritmos de aprendizagem das
pessoas e de suas necessidades, Intervindo de forma crítica e criadora na organização da
escola e do trabalho escolar‖ (p.19)
Gestão Democrática do Trabalho Pedagógico, Docência, Gestão e Relações
Humanas, Princípios da Gestão Pedagógica são direcionadas para o conhecimento da área
de gestão escolar, enfatizam o tema de estudo enfocando as formas existentes de gestar
priorizando a maneira esperada de se desenvolver a gestão conceituada pelos pensadores
que enaltecem o campo pedagógico.
As disciplinas ofertadas na grade curricular do curso de pedagogia foram de suma
importância para a formação profissional mesmo alcançando três dimensões são
conhecimentos que se articularam no desenvolver do curso, entrelaçando-se os objetivos de
todas as disciplinas com a realidade das escolas pesquisadas.
1.5 Práticas da pesquisa pedagógica
A pesquisa como princípio educativo terá como propósito garantir que cada aluno
do curso de graduação plena em pedagogia realizado na Universidade Federal do
Amazonas
no
Instituto
Natureza
e
Cultura
possa
utilizar
a
investigação
quantitava/qualitativa para, concretamente, melhorar a sua eficácia tanto na função docente
quanto na função de dirigente de atividades curriculares e não curriculares, capaz de
registrar e produzir conhecimentos sobre o ambiente educativo, interrelacionando teoria e
prática (Projeto Politico Curricular, p. 7).
Através da pesquisa o academico aprendiz dos conhecimentos pedagóicos se lana
ao ato de práticar suas teorias, para tanto o mesmo deve assumir o papel de pesquisadorobserador. Cada movimento em sua volta deve ser visto como um dado de informacao,
fator esse predominante na hora de desenolver os reatos de pesquisa.
As disciplinas como Prática da Pesquisa Pedagógica I,II,III,IV e V cada uma com
02 créditos (2.1.1) com 225 horas-aula desenvolvidas ao longo do curso e o Estágio
Supervisionado de 330 articulados na composição curricular embasarão
a prática
educativa do formando, inserindo-o no universo da pesquisa, da investigação em caráter
exploratório, orientando-o na prática de formular problemas de pesquisa que serão
investigados no modo processual educacional, culminando com o estágio de docência e
gestão (Projeto Político Curricular).
Ao se deparar com o campo de pesquisa (escola), o aprendiz relaciona sua base
teórica com a realidade local, sabendo que ambos podem promover alteração de
aprendizagem na partes envolvidas no processo de pesquisa, sendo que a medida que o
acadêmico interage com a escola e sua comunidade transmite seus conhecimentos e recebe
aprendizagem.
Para promover as práticas de pesquisas pedagógicas da grade curricular do curso de
pedagogia iniciar ofertando a Metodologia do Estudo e da Pesquisa, disciplina essa que me
promoveu organizar meu tempo acadêmico com o pessoal. Sendo que a mesma assume o
papel de introdução a práticas de pesquisa pedagógica, uma vez que serve como um
orientador dor curso ensina como aproveitar o tempo cronológico e as metodologias de
pesquisa, destacando que cada tipo de pesquisa se organiza de forma diferente, com
metodologias especifica e práticas para desenvolver a pesquisa.
As práticas de pesquisas pedagógicas são colocadas em desenvolvimento tendo
uma seqüência a ser seguida. Tivemos a I, II, III, IV, V. Na verdade é uma disciplina que
ganha amplitude a cada período que se passa. Uma subsidia as atividades da pesquisa
seguinte, a cada campo pesquisado utilizamos técnicas particulares à etapa da prática de
pesquisa, ressaltando que o pesquisador pode utilizar técnicas de pesquisa da prática
passada.
No primeiro projeto de pesquisa defini meu tema de pesquisa, que permaneceu ao
longo de todas as pesquisas, se tornando um tema amplo a cada pesquisa de campo. A
temática gestão escolar é um tema comum que pode ser estudado e observado em todo
contexto escolar, podendo expandir seu significado a cada escola pesquisada. Ao longo da
pesquisa um tema que era inicialmente centralizado em uma única pessoal se expandiu
para todas as instancias das escolas pesquisadas.
Durante as pesquisa o tema gestão escolar causava certo desconforto para mim e para
as pessoas que estavam assumindo o cargo. Eu iniciei com o olhar centralizado no papel do
gestor, e a gestão observada não desenvolvia suas funções gestionária com naturalidade,
como de costume, com receio de que o pesquisador estava lhe vigiando com o objetivo de
criticar sua gestão.
Após o primeiro contato com o campo de pesquisa, o professor orientador teve o
cuidado de preparar cada acadêmico para agir com ética e responsabilidade em todos os
momentos para que na pesquisa seguinte fossemos bem recebidos, fato esse que não
aconteceu no inicio. Segundo o Projeto Político Curricular o curso de licenciatura plena em
pedagogia promoverá a formação do estudante numa relação concomitante entre teoria e
prática, buscando oferecer-lhe oportunidade de desenvolver-se de forma abrangente,
adquirindo uma consciência crítica em torno da grande temática: educação e formação para
a cidadania.
1.6 Atividades complementares
De acordo com projeto curricular do curso de pedagogia, as atividades
complementares devem compreender a área do ensino, da pesquisa e extensão. O
planejamento que norteia o desenvolvimento da progressividade dos trabalhos do curso
envolvendo as atividades de monitoria bem como a participação em semana de curso, em
programa de treinamento/PET, curso de extensão, debates em mesa redonda, estagio não
obrigatório e atividades que ofertem créditos estabelecidos pelo coordenador de curso e a
comissão de avaliação.
Dependendo do interesse do acadêmico, às 100 horas de atividades
complementares pode ser desenvolvida de varias formas, podendo ter inicio no primeiro
período do curso, desde que seja do conhecimento do colegiado do curso de pedagogia.
Vale destacar que as realizações das atividades complementares são de suma importância
para a formação do acadêmico, sendo que as mesmas são formas do formando aprofundar
seus conhecimentos obtidos ao longo do curso.
Por trabalhar diariamente pela parte da manha não pude participar de muitas
horas complementares, mas participei de algumas atividades como: CONIC- Congresso de
Iniciação Cientifica da UFAM; Amostra acadêmica do Instituto Natureza e Cultura O Ano
Internacional da Terra; semanas de letras, semana de atividades complementares do curso
de pedagogia onde fiz parte da comissão de inscrição e da oficina de currículo, escola e
relações étnico-raciais, curso de espanhol (ablemos), oficina na semana de ciência. São
eventos desenvolvidos pelos cursos, ou Instituto Natureza e Cultura, que tem por objetivo
expor os resultados das atividades desenvolvidos no processo de ensino e aprendizagem,
sendo na proposta de ensino, pesquisa e extensão. As atividades complementares é uma
das formas da universidade proporcionar aos seus acadêmicos e comunidade local, a
oportunidades de
Vale ressaltar que essas atividades nos proporcionaram outra forma de ver a
realidade e colocar em prática os ensinamentos de sala de aula, uma vez que as mesmas
nos mostram formas de desenvolver as atividades através do dialogo e interação com as
pessoas envolvida, isto nos favorece diretamente na formação de trabalho, sendo que a
proposta pedagógica almeja inovação na prática profissional.
1.7 A prática profissional
O estágio supervisionado é uma atividade curricular que contribuiu na formação
profissional do acadêmico, através das experiências técnicos-cientificos e das
relações humanas. Da mesma forma que oportuniza o acadêmico a integrar
plenamente a pesquisa, extensão e ensino em beneficio da sociedade, de acordo
com a realidade local e social. Resolução N°004/00/CEP/UFAM
Os estágios supervisionados foram às atividades que me colocou de frente com
a área profissional que almejava atua. No desenvolvimento dos estágios foi necessário que
antes de conhecer os campos onde foram executadas as atividades dos estágios, a
construção dos projetos/planos de estágio que contemplaram os seguintes procedimentos: a
forma de se observar, sem constranger ou inibir o alvo observado; como registrar os
acontecimentos da realidade interna e externa durante o estágio; de que maneira deveria
acontecer a participação ativa no campo de estágio e como escolher o tema e a
metodologia da regência/docência supervisionada. Vale ressaltar que o estágio
supervisionado acontecer mediante o convenio estabelecido entre a unidade acadêmica e
secretaria municipal de educação.
O Estágio Supervisionado é uma atividade em que o aluno revela sua
criatividade, independência e caráter, proporcionando-lhe oportunidade para
perceber se a escolha da profissão para a qual se destina corresponde a sua
verdadeira aptidão. Portanto, ―Compreender primeiramente o que é ou como se
conceitua o Estágio Supervisionado é de muita importância para o aluno.
BIANCHI apud ALVARENGA, (2005, p. 1)
No campo da gestão educacional o aprendiz acadêmico disponibilizou de 90
horas para observar, transcrever a experiência sentida no ambiente escolar e não escolar, e
participar ativamente realizando uma intervenção planejada que contribuísse com a atuação
da gestão escolar. Dessa forma o estágio supervisionado na gestão educacional, me
proporcionou uma nova visão diante da temática gestão, sendo que a mesma se encontra no
processo de implantação permanente da democracia. Para tanto foi possível identificar que
a gestão participativa esta sendo o primeiro passo ruma à democratização na instituição de
ensino onde foram desenvolvidas as atividades correspondentes a esta etapa do estágio.
No estágio supervisionado em educação infantil e nos anos iniciais o acadêmico
fica focado nos acontecimentos de sala de aula observando a metodologia de ensino e o
desenvolvimento das crianças envolvidas no nível de ensino, oferecido pela rede publica
ou privada desde que estejam devidamente regularizadas. O estágio supervisionado na
educação infantil me proporcionou aprendizagens significativas para minha profissão,
sendo que a mesma direcionou meu olhar para um mundo particular reservado para as
crianças, pessoas essas que necessitam de um amparo particular para que se desenvolva
integralmente. Tendo continuidade nos anos iniciais, etapa esta que pude conhecer através
do estágio supervisionado atividade essa que me colocou em contato direto com algumas
das dificuldades encontrada pelos professores em sala de aula. Sendo que os alunos já não
são da educação infantil, são crianças que estão se reafirmando enquanto ser humano e
concretizando seus conceitos morais e sociais.
Educação infantil e anos iniciais
representaram um conhecimento amplo, sobre o que devemos, e como podemos trabalhar
em sala de aula.
Os cursos de formação de professores (as), ao longo do processo histórico,
passam por várias reformulações em busca de uma melhor adequação ao
mercado de trabalho e as novas descobertas em relação à profissão docente e a
educação. Os avanços conquistados em termos de pesquisas e construção de
saberes têm nos, mostrado a importância de superar a dicotomia teoria-prática,
possibilitando uma articulação crítica entre ambas. Disciplinas como Didática,
Prática de Ensino e Estágio, dentre outras, são consideradas como as maiores
responsáveis pela (re) significação dos cursos que visam formar professores.
(PROFORMAR, 2007)
2
ENCONTRANDO-ME NO CAMPO PEDAGÓGICO
A finalidade do estágio é propiciar ao aluno uma aproximação a realidade na
qual atuará. Assim, o estágio se afasta da compreensão até então corrente, de
que seria a parte prática do curso.
Pimenta e Gonçalves (1990)
O Estágio Supervisionado é um ato educativo desenvolvido através de
acompanhamento supervisionado determinado pela instituição de ensino, a qual o
estagiário deve está devidamente inserido, (Lei 11.788/2008, art.3° §1°). Neste sentido o
estágio supervisionado, configura-se como uma disciplina obrigatória à formação
profissional de pedagogos e um espaço de interação, reflexão e construção de
conhecimentos sobre as ações pedagógicas necessárias à promoção da educação da
população, pois favorece ao (à) estagiário (a):
a) A assimilação de informações da sala de aula e da realidade encontrada no campo
de estágio, procurando direcionar a uma problemática de pesquisa;
b) A descoberta de técnicas, habilidades e comportamentos que deverão ser
apreendidos para o desenvolvimento de suas atividades enquanto profissional
munido de competências.
O estágio curricular supervisionado é uma disciplina em que o aprendiz confronta
teoria e prática ao ser colocado no seu campo de atuação. O curso de licenciatura em
pedagogia tem o objetivo de formar o pedagogo capaz de atuar como docente no campo da
Educação Infantil, séries iniciais do ensino fundamental, para que possa desenvolver a
formação cidadã dos alunos que integrarão o corpo discente da educação básica, bem como
atuar no campo da gestão democrática educacional escolar e não-escolar nos parâmetros da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9394/96.
Os estágios em cada campo de atuação do pedagogo foram orientados pela Lei
11.788/2008 da Presidência da República; a Resolução 004/00/CEP/UFAM; as Diretrizes
do Estágio Curricular Supervisionado para o curso de Pedagogia e o Projeto Pedagógico do
Curso de Pedagogia INC/UFAM/BC e o Convenio N° 028/2009 que celebra a fundação da
Universidade do Amazonas e a Secretaria de Educação do Município de Benjamin
Constant. Estas bases legais determinaram e estabeleceram as formas de desenvolvimento
de cada estágio durante o processo de formação do pedagogo.
Mediante os amparos legais teve-se a segurança para desenvolver as etapas dos
estágios supervisionados nos diferentes campos, sendo que a temática de pesquisa sobre
gestão participativa na escola necessitava de diferentes realidades para que se pudesse
confrontar os resultados obtidos.
Os campos de estágio foram escolas públicas de diferentes bairros do município de
Benjamin Constant, localidade essa situada no interior do Amazonas, fronteira com Peru,
fator esse que faz do município, um local com grande diversidade de cultural.
Para melhor sistematização e compreensão dos resultados das atividades dos
estágios supervisionados, o presente capítulo abordará o estágio que ocorreu no sétimo
período do curso direcionado para a gestão educacional com a carga horária de 90 horas
realizado na escola Cosme Jean localizada no Bairro da Cohabam, o desenvolvido na
educação infantil com a carga horária de 120 horas na escola Centro Educacional
Francisco Chagas de Almeida situada no Bairro Humarizal, e o desenvolvimento das
atividades exigidas para o estagio nos anos iniciais do ensino fundamental, foram realizada
na escola Centro Social Batista Independente (CESBI) localizada no bairro de Coimbra. As
instituições que nos permitiram realizar as etapas do estagio supervisionado estão situadas
na zona urbana de Benjamin Constant, no centro da cidade.
Contextualizando os dados obtidos, bem como proporcionando reflexões e análises
a cerca da realidade educacional dos lócus de estudo, despertando assim outros olhares
para o processo de ensino e aprendizagem das escolas públicas do município de Benjamin
Constant.
2.1 Estágio na Educação Infantil: uma nova descoberta
O estágio supervisionado na educação infantil colocou o aprendiz acadêmico em
sala de aula, creche ou pré-escola, para desenvolver horas práticas, cronometrando as
atividades realizadas, através da observação participante, desenvolvendo técnicas e
habilidades específicas para todos os acontecimentos comuns dessa etapa escolar. O
estagio na educação infantil teve, portanto o objetivo de proporcionar a iniciação à
docência dos acadêmicos, visando à complementação do ensino e da aprendizagem, por
meio
de procedimentos de observação,
reflexão,
participação
ativa,
docência
supervisionada, desenvolvimento de intervenção da realidade, com fins de treinamento
teórico-prático e aperfeiçoamento técnico, cultura, cientifico e social, desenvolvendo as
competências necessárias a atuação profissional na educação do ensino básico.
As Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o curso de Pedagogia,
desenvolvidas com base nas leis acima citadas, determinaram que o Estágio na Educação
Infantil deva ser desenvolvido em 120h, sendo necessário, dentro desta carga horária, a
realização das seguintes atividades: elaboração do presente projeto de estágio, observação,
participação ativa, registro, investigação; docência/regência supervisionada; relatório do
estágio e memorial.
Para que o estágio fosse concretizado como práxis educativa, era de suma importância
que durante o desenvolvimento das atividades o estagiário tenha uma boa relação com
todos os sujeitos envolvidos, sendo esta determinada nas definições curriculares do estágio
supervisionado na educação infantil. Os atores envolvidos neste processo deviam
manifestar reciprocidade, colaboração e participação em todos os momentos do trabalho
pedagógico e das atividades da escola, buscando contribuir com a qualidade da educação
oferecida na instituição, esta que sendo pública ou particular, o papel dos compromissados
no processo ensino e aprendizagem devem permanecer o mesmo.
Fotos da frente do Centro Educacional Francisco Chagas de Almeida
Fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva
Seguindo o objetivo do plano do Curso de Pedagogia, o Estágio Supervisionado
Educação Infantil foi desenvolvido em uma instituição de pública do Município de
Benjamin Constant, Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida,
é uma instituição de Educação Infantil que atende as crianças 04 a 06 anos de idade e, as
crianças com necessidades especiais. É uma instituição de ensino publico regular, situada a
Rua São Francisco, s/n no bairro Umarizal, na área urbana do município de Benjamin
Constant-AM.
A instituição possui no seu quadro de funcionários 20 (vinte) professores, alguns
concluíram a graduação, outros ainda por concluírem, 01 gestora, 01 coordenadora
pedagógica, 02 secretários, 04 merendeiras, 05 auxiliares de serviços gerais e 3 vigias. No
seu espaço possui 02 play-graudes, antena parabólica, 01 televisão, 01 DVD, 06
computadores, 01 microssistem e 02 bebedouros. As 07 salas de aula, cada uma, são
compostas com 04 mesinhas coloridas possuindo 04 cadeirinhas cada uma, 01 armário, 01
mesa e 01 cadeira para o professor. Em mais 02 salas de aula, cada uma possui 30
carteiras, 01 mesa e 01 cadeira para o professor. Em relação ao material pedagógico,
uniforme, material permanente e expediente e merenda escolar são mantidos pela
Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto-SEMED.
2.1.1 Observação e participação ativa: contato direto com o campo de estágio
O Estágio Supervisionado é uma atividade em que o aluno revela sua
criatividade, independência e caráter, proporcionando-lhe oportunidade para
perceber se a escolha da profissão para a qual se destina corresponde a sua
verdadeira aptidão. Portanto, Compreender primeiramente o que é ou como se
conceitua o Estágio Supervisionado é de muita importância para o aluno.
(BIANCHI apud ALVARENGA, 2005, p. 1)
A sala de aula observada possuía 24 alunos freqüentando diariamente as aulas da
professora, são 14 meninos e 10 meninas. No primeiro Bimestre escolar não houve
desistência das crianças do centro educativo, mesmo tento a troca de professora as crianças
não pararam de freqüentar a sala de aula. O fato das crianças serem moradores do bairro
onde o Centro está inserido aproxima os pais da escola e a escola dos pais. Pude
comprovar quando vir os pais contribuindo com a escola. O material que a escola dispõe é
pouco quando acaba a professora pede a colaboração os pais, quando os mesmos vão pegar
seus filhos na escola. Nesta etapa do estágio deu para conhecer um pouco da realidade da
professora, da sala de aula, da gestão e dos alunos.
Art. 29- A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade. (LDB)
Fotos da sala de aula mostrando o tamanho da mesa e das cadeiras
Fonte: fotos tiradas durante o estágio pela acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva
A sala de aula é composta por seis mesas pequenas e baixas contendo quadro
cadeiras. São coloridas. Têm um armário para guarda os materiais didáticos. Possui dois
quadros para escrever, um ar-condicionado, uma mesa com cadeira para a professora, tem
um palhaço segurando balões coloridos com os nomes e as datas de aniversários das
crianças, um quadro com as vogais, um quadro com os numerais representados em figuras
de frutas e um painel bem grande dando as boas vindas. A professora e seus alunos
dispõem dos seguintes materiais didáticos: papel ofício, giz de cera, massa de modelar,
quebra cabeça móvel com letras e formas, quadro branco, sala de TV, mimeógrafo e tinta
guache. Observando os de materiais que a professora dispõe para trabalhar com as
crianças, deu para imaginar e depois acompanhar as atividades que as criancas
desenvolvem em sala de aula.
Com o papel ofício a professora desenvolve as atividades que podem ser rodadas no
mimeógrafo, nesta atividade a professora aproveita para expor os trabalhos dos alunos em
um barbante que fica esticado na parede da sala de aula próximo a sua cadeira, no dia que
o trabalho é mimeografado as crianças pintam a atividade com o giz de cera ou com a tinta
guache. Segundo Mota (2010)
Educar e cuidar criancas não é uma tarefa fácil, nem tão pouco aleatório, é
necessário todo um conhecimento técnico, cientifico, social e cultural para que as
instituições de educação infantil possam promover uma educação de qualidade
na formação de identidades para viverem suas cidadanias. (p. 108)
Quando a professora tem atividades para escrever nos cadernos das crianças, ela
distribuiu as poucas caixas de massa de modelar para as crianças desenvolverem o que
imaginarem ou um exemplo posto por ela, pude está presente em dois momentos desta
atividade, no primeiro as crianças foram induzias a construir com a massinha as letras que
correspondem às vogais, algumas conseguiram fazer o que lhe foi pedido sem a nossa
ajuda mais as demais só com a nossa colaboração.
Educar uma criança ensiná-la, evitando perturbações em seu comportamento,
exige do adulto, além de amor e dedicação, o conhecimento das características
infantis em cada fase do desenvolvimento: seus interesses, necessidades,
motivações e possibilidades. Para ensinar uma atividade a uma criança, precisase saber como poderá ser motivada, quais os melhores meios de ensiná-la de
tornar duradoura a aprendizagem. (BARROS, 2002, p.10)
O quebra cabeça que a professora dispõe é composto por peças adequadas para
trabalhar com as crianças, as peças são grande de espessura irregular e detalhes na
superfície é largo, cada bloco cotem encaixes de letras e formas. As crianças encaixam as
letras e formas, mas também dão diversos formatos sendo que o mesmo permite que as
crianças criem novas formas de brincar com suas peças, formam casa, dados, as formas
geométricas e etc.
O quadro branco foi pouco utilizado pela professora, quando usou escreveu as
vogais e leu junto com as crianças, em outra oportunidade trabalhou com números de 0 a 9.
As crianças ainda não sabem ler, mas aos poucos conseguem acompanhar o que a
professora lhes ensina.
As crianças que já freqüentaram as escolas particulares de
educação infantil têm maior facilidade em acompanhar as atividades, mas as crianças que
estão pela primeira vez não conseguem acompanhar com tanta facilidade.
Quando surge um imprevisto as criancas são levadas para a sala de TV, onde
escolhem o filme que desejam assistir. As crianças têm como hábito colocarem seus
desenhos favoritos na bolsa que levam para a sala de aula. Nesta sala as criancas são
acomodadas no chão da sala sentadas ou deitadas. O interessante que eles comentam sobre
o que assistem à medida que lhes chama a atenção, quando não gostam, eles voltam a ficar
bastante agitados querendo ir ao banheiro ou tomar água. Quando éramos avisados que
iríamos assistir TV, eu procurava auxiliar a professora, conduzindo as criancas até o
banheiro e depois pedia uma jarra na cozinha do centro educativo e levava com água e
copos para a sala de TV. Quando pediam a água já estava na sala, não necessitava de sair
no corredor para tomar água.
Vale ressaltar que as atividades não são diferentes das desenvolvidas em outras
instituições de educação infantil da rede pública do município de Benjamin Constant. Mas
o que fica de importante é a forma que o educador encontra para desenvolver as atividades,
mesmo dispondo de poucos recursos. Como exemplo tem o ambiente da sala de aula que
dispõe das seguintes características: espaço pequeno; iluminação insuficiente; ventilação
prejudicada. De acordo com a atividade a sala de aula se organiza da seguinte forma:
quando se preparam para cantar, afastam as mesas para os cantos da sala de aula e colocam
as pequenas cadeiras no centro da sala formando um pequeno círculo. Quando vão realizar
outras atividades como pintura ou modelagem retornam as mesas aos seus lugares e
acomodam suas cadeiras.
Na hora das crianças comerem a merenda que trazem de casa, a criança que não tem
fica olhando ou pedindo um pouco ou pedaço, tem uns que até compartilham mais tem
outros que não tem o habito de repartir com o outro, por ser criança é egoísta sobre repartir
o que é seu. Como se não fosse o suficiente quando tem merenda na escola algumas
crianças enfrentam outro problema, porque quando a merenda está quente eles não sabem
esfriar para comer. Este foi mais uma das dificuldades que a professora já está superando
aos poucos, quando está quente ela esfria a merenda para que o aluno não deixe de comer.
Isto me lembrou que quando a merenda estava muito gostosa alguma queriam repetir e não
tinha mais, a solução foi fazer com que o aluno que não queria a sua merenda ofereça para
a criança que ainda tinha fome, não sei se isto é correto ou não mais foi uma forma que eu
enquanto acadêmica estágiaria encontrei de estimular a colaboração para com o outro e
combater o desperdício. Segundo o MEC e a UNICEF (2004)
(...) Ambiente escolar de qualidade são espaços educativos organizados, limpos,
arejados, cuidados, com flores e árvores, moveis, equipamentos e materiais
didáticos adequados a realidade da escola, com recursos que permitam a prestação
de serviços de qualidade aos alunos, aos pais e a comunidade, alem de boas
condições de trabalho aos professores, diretores e funcionários em geral.
Como as crianças são bastante ativas o relacionamento entre elas é muito tumultuado,
as brincadeiras são agressivas e acabam agredindo uns aos outros. Mas o bom era que a
professora da turma chamava o agressor e o agredido e pedia para um pedir desculpa e o
outro aceitava com um abraço.
Quando a professora assumiu a sala de aula as crianças eram totalmente estranhas para
ela, mais nesse pequeno espaço de tempo ela já conheceu a fundo a historia familiar de
quase todos os seus alunos, notei que isto aproxima a professora da criança e faz que os
pais participem mais da vida escolar dos filhos. O que favorece a aproximação da
professora com os pais é o fato de a mesma morar no mesmo bairro que a maioria das
crianças mora.
Na sala de aula do pré II da turma G, onde foi realizado o estágio supervisionado na
educação infantil, são realizadas as seguintes metodologias: diariamente realizam a oração
do anjo da guarda e cantam algumas músicas realizando os movimentos pedidos nas letras
das canções no objetivo de alongar e relaxar a musculatura da criança. Realizam a pintura,
enquanto dão cor aos desenhos as crianças classificam as cores de acordo com a sua
percepção visual. Através dos trabalhos em pontilhados as crianças desenvolvem a
coordenação motora fina quando ligam os pontos, formando uma figura. Com a
modelagem as crianças usam a imaginação para construir seus objetos e trabalha a
musculatura dos dedos e das mãos.
A professora trabalhar suas atividades da seguinte forma: quando a atividade é rodada,
a professora explica o que deseja que as crianças façam e os mesmo atendem seu pedido, a
compreensão é rápida, mas quando a atividade é colocada para desenvolver em casa elas
não prestam atenção no que a professora pede e acabam não fazendo. A professora da
turma atribui esta dificuldade a falta de incentivo de alguns pais. Tem casos que os pais
não sabem ler nem escrever e não podem ajudar seus filhos, mais pedem para os filhos que
sabem ensinar o irmão que ainda sabe de acordo com a professora isto tem funcionado em
alguns casos.
A formação escolar, a educação propiciada às crianças não deve estar em
desacordo com a vida. As paredes das salas de aula não devem ser vistas como
limites do processo; não deve haver cisão entre a vida dentro e fora da
instituição. A criança deve ser preparada para a vida, dentro de condições, de
experiências, situações e conhecimentos equilibrados, condizentes com a vida
fora dos muros escolares. (FREINET apud ANGOTT, 2002, p.48)
Tive a grata oportunidade de participar de uma reunião do corpo docente
(professores, pedagoga e gestora) da escola, onde a gestora enfatizou que teria que haver
mudanças nos planos de aulas dos professores, pois a mesma com o apoio pedagógico
notou que os planos de aula eram apenas alterados em alguns pontos, e não refletiam a
nova concepção de educação voltada para o atendimento das necessidades de
aprendizagem das crianças e para sua realidade.
Reunião com a gestora do Centro Educacional (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva)
Para que a educação infantil se concretize como um segmento importante no
processo educativo, não bastam leis que garantam isso no papel nem tampouco
teorias elaboradas sobre o desenvolvimento infantil. As pessoas que trabalham
diretamente com as crianças precisam estar continuamente se formando, para
exercer sua função da melhor maneira possível, de forma a favorecer o
desenvolvimento infantil em diversos aspectos, promovendo a ampliação das
experiências das crianças e seus conhecimentos. (KRAMER, LEITE, NUNES,
GUIMARÃES, 1999, p. 78)
A prática da professora condiz com a faixa etária dos seus alunos. As crianças da
turma G são pequenas tem de 4 a 6 anos de idade, então no fim de semana eles
aproveitavam para observar o mundo em sua volta, para contar histórias para professora
quando retornarem a sala de aula. A professora gostava de ouvir e abrir um diálogo com
eles, nesse momento de interação da criança para com ela era aproveitado no objetivo de
estabelecer uma relação mais próxima com seus alunos. Dessa forma, quando ficam na
roda de musicas, algumas crianças gostam de cantar e a professora apoia suas iniciativas
para começar o momento das cantigas. Após a iniciação todos procuram participar do
momento de descontração em que os gestos são sempre motivos de gargalhadas mútuas,
mesmo que alguns tentam disfarçar a beleza do sorriso cobrindo-o com as mãos. De acordo
com Kramer, Jobim e Souza:
Só é possível concretizar um trabalho com a infância, voltado para construção da
cidadania e da emancipação, e preocupado, portanto, com a cooperação e
autonomia, se os adultos envolvidos forem dessa mesma forma considerados.
Isso implica o entendimento de que os mecanismos de formação devem ser
percebidos como prática social inevitavelmente coerente com a prática que se
pretende implantar na sala de aula e implica, ainda, salários, planos de carreira e
condições de trabalho dignos. (1992, p. 6)
Durante o processo de observação pude participar ativamente das aulas e procurei
reafirmar os ensinamentos da professora da sala de aula. Por exemplo, Quando a criança
acertava fazer à atividade a professora elogiava a criança sem destacá-lo dos demais
coleguinhas, lembrando também de incentiva a crianças que ainda estavam com
dificuldades. A maior parte das atividades são rodados no mimeógrafo, são semi-prontas,
então todos conseguem desenvolver as atividades sem grandes dificuldades. No início as
crianças pintavam os trabalhos e depois cobrem os pontilhados depois iniciaram a
reproduzir a atividade que a professora produzia em seu caderno ou mimeógrafo.
2.1.2 Regência supervisionada: momento de contribuição
Analisando junto com a orientadora optamos por contribuir com o objetivo da
escola de resgatar as cantigas de rodas na educação infantil.
Dessa forma, fomos
orientadas há desenvolver um roteiro onde a escolha da cantiga, poderia ser trabalhada em
várias áreas do campo de educação infantil.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação: A linguagem
musical deve ser explorada através de materiais e a escuta de obras musicais levando-se em
consideração: a produção centrada na experimentação e na imitação; apreciação, percepção
tanto de sons e silencio quanto das estruturas e organizações musicais; refletir sobre
questões que se referem à organização, criação, produtos e produtores musicais.
O roteiro de atividade foi devidamente planejado e elaborado para ter inicio em
uma segunda feira, para dá seqüência durante a semana. Para o primeiro dia de regência foi
preparado o roteiro de sexta-feira, trabalhando o tema música nas seguintes atividades:
apresentação da estagiária, cantigas conhecidas pelas crianças, trabalhamos com crachás
com os nomes das crianças, classificamos o nome de objetos da sala de aula, construímos
um cartaz com as palavras básicas da boa convivência.
Após a entrada das crianças levamos todos ao banheiro e depois para toma água, ao
retornarmos para a sala de aula a professora da turminha lhes explicou que a aula para
aquela tarde iria ser desenvolvida por mim a acadêmica estagiaria da sala, e que os mesmos
teriam que colaborar e prestar atenção.
Neste primeiro momento eu estava bastante
nervosa. Para não perder tempo dei início à aula chamando as crianças para cantarem junto
comigo, usando o argumento de que não conhecíamos muito as músicas infantis. Como eu
já estava estagiando nesta sala de aula já havia estabelecido uma relação afetuosa com as
crianças. De início as crianças estavam tímidas para cantar, promovi uma pequena
dinâmica entre as crianças, disse-lhes que desejava muito saber quais dos gêneros
(feminino, masculino) tinham a facilidade de cantar as músicas em sala de aula. Foi o que
aconteceu, os meninos cantavam uma música e as meninas cantava outra em seguida.
Neste primeiro momento de regência a música serviu para relaxar tanto as crianças quanto
a estagiaria ministrante, foi uma preparação para as próximas atividades previstas para o
dia.
Considerando que a música desenvolve a percepção de modo geral, serve de
estímulo ao estudo das mais diversas disciplinas, e é, sem dúvida, um
componente fundamental para a formação integral da personalidade humana,
observa-se que esta se apresenta, positivamente, como elemento integrador e
lúdico na promoção de ações pedagógicas e interdisciplinares com ênfase na
aprendizagem criativa e inovadora. (DISTRITO FEDERAL, 2007, p. 01).
As crianças ficaram contentes, ganharam um crachá colorido em formato de
lápis, contendo a figura de um bebê cobra em uma pequena árvore, isto porque
representava o tema da próxima aula (a cobra). Nesta atividade foi aberto um dialogo com
as crianças sobre a importância de se ter um nome, ressaltando que o nome de uma pessoa
é a sua identidade quando composto de dois sobrenomes, o do pai e o da mãe. Perguntei
para as crianças se elas sabiam quem havia escolhido seus nomes: na maioria dos casos
relataram que a escolha partiu dos pais em poucos casos foi à mãe quem lhes deu seus
nomes. Como tema da próxima aula era COBRA, aproveitamos para apresentá-las para as
crianças, foi um momento bastante gostoso, pois a letra pede interpretação e todos
desenvolveram juntos (cantando e dançando).
Após a agitação, iniciamos a atividade de classificação dos objetos existentes em
sala de aula. Tinha produzido pequenas placas com vários nomes, então junto com as
crianças fomos pregando-os de acordo com o objeto correspondente, (porta, janela,
armário, quadro branco, mesa, cadeira etc.). Esta parece uma atividade simples mais é de
grande relevância quando paramos para refletir que as crianças pequenas conhecem o
objeto mais não identificam o nome. Percebesse que desta forma a criança passa a associar
o objeto com seu nome porque estão vendo sempre que se depara com o objeto. Como na
sala tem crianças que já conhecem algumas letras do alfabeto ficou mais fácil para elas
compreenderem o que estava escrito nas placas de papel cartão. O interessante é que as
crianças estavam bastante agitadas mais acompanhavam as atividades, quando estavam
passando dos limites cantávamos uma música.
Para trabalhar com as crianças a importância de algumas palavras no nosso dia-adia, anexamos um cartaz na parede da sala de aula e iniciei a explicação. Pegamos as
palavras e usamos os acontecimentos do espaço escolar para encaixar cada uma das
palavras de regras básicas. Exemplo: quando chegamos à sala de aula no turno do
vespertino e a professora já estiver em sala com os demais colegas, o que temos que fazer?
Entra e sentar sem falar nada ou bater na porta, pedir licença para adentrar em sala de aula
e dá boa tarde a todos que estiver presentes? Quando um coleguinha tem algo que eu estou
precisando devo tomar a força ou tenho que pedir, por favor, ao colega para que ele possa
me emprestar? E se o colega me empresta o que eu estava precisando fico para mim e não
devolvo ou lhe entrego de volta agradecendo, dizendo muito obrigado coleguinha? Quando
estou brincando no corredor da escolar e, sem quere tropeço em alguém, devo olhar se me
machuquei e nem ligar para o outro, ou devo antes de tudo ver o que aconteceu e lhe pedir
desculpas? Por menores que as crianças sejam elas já conhecem e sabem como dizer-las,
só não estão acostumadas a usar estas poucas palavras no seu cotidiano. Após as
explicações as crianças ficaram, por favor, professora, com licença, posso ir ao banheiro
etc.
Na próxima aula de intervenção retornamos há escola e antes de iniciarmos as
atividades foi necessário realizar algumas atividades para com as crianças bem como levarlas ao banheiro, orientar sobres à higiene para depois tomarem água. Ao retornarmos a sala
de aula, oramos uma pequena oração e cantamos cinco canções de roda, relembramos as
regras básicas de convivência e apresentei a música tema da aula do dia. Para trabalhar
desenvolvi atividades com a música do corpo humano cantada pela Xuxa em seu DVD
infantil. Cantei a música para as crianças e depois catamos varias vezes realizando os
movimentos pedidos. Após usamos o quebra do corpo humano para as crianças encaixarem
suas partes de acordo com a música. Depois pedi para as crianças identificar as partes do
corpo do coleguinha, todos sem exceção conseguiram desenvolver esta atividade. Em
seguida usei o alfabetoche para apresentar a palavra cobra para as crianças, trabalhando a
matemática quando contamos a quantidade de letras, silabas e palavra. Enquanto eram
mostradas as letras no alfabetoche, as crianças procuravam forma à palavra cobra com as
letras do alfabetomóvel. Nesta atividade as crianças encontraram bastantes palavras além
da palavra cobra, uma vez que a maioria já conhece as vogais e algumas consoantes.
A música possibilitou trabalha com o tema corpo. Cantamos a música
acompanhando a letra e figuras que estava em um cartaz, não deixando de realizar os
gestos que a cobra faz ao subir no pezinho de limão. Em seguida incentivamos as crianças
a relatar sobre o tema cobra: Quem já viu uma cobra? Onde a cobra vive? O que temos que
fazer ao ver uma cobra? A cobra tem pé? Tem mão? Quem sabe dizer sobre qual pezinho a
música está falando? Quem tem pé? Quem tem mão? Alguém sabe dizer que cor tem as
cobras? Após as indagações dei papel, tinta guache e avental, para que as crianças
desunhassem alguma coisa que tinha na letra da música da cobra. O resultado foi muito
bom! As crianças produziram com vontade pena que estava na hora de se arrumarem para
irem para suas casas, lavei suas mãos e os arrumei suas coisas, enquanto cantávamos a
música de saída. Usei os seguintes materiais nas atividades do dia: cartaz com a letra da
música do corpo humano; quebra cabeça com o corpo humano; alfabetoche; alfabeto
móvel.
No fim do horário eu estava bastante cansada, mas contente em ter desenvolvido
todas as atividades planejadas. Mesmo após o trabalho fui até a sala de aula que fiquei por
quinze dias, e pedir para a professora chamasse as crianças para que eu pudesse agradecer
e me despedir. Foi um momento triste, pois ao olhar as carinhas das crianças a emoção foi
mais forte.
Percebemos que o estágio havia sido muito significante para nossa formação
profissional, mas também para o meu engrandecimento humano.
É importante que a criança se veja constantemente desafiada com
novas tarefas e desafios. Na medida em que planejamos um ambiente
onde ela possa por si só dominar seu espaço, fornecendo instalações
físicas para que com independência possa beber água, ir ao banheiro,
pegar toalhas, materiais, ter acesso a prateleiras e estantes, estamos
pensando num ambiente não somente como cenário, mas, certamente,
como parte integrante da ação pedagógica. (Craidy, Kaercher, 2001, p.
77)
2.2 Estágio nos Anos iniciais do ensino fundamental: conhecendo a realidade do campo de
estágio
O estágio supervisionado nos Anos Iniciais é de suma importância na vida
profissional do acadêmico, pois é através do estágio que abrem-se novos caminhos, novos
conhecimentos e obtém-se novas experiências no campo de formação
profissional
mediante ao desenvolvimento das atividades no campo de estágio. O estágio vem assim
possibilitar aos acadêmicos (as) estagiários (as) o conhecimento da realidade de sua área de
formação, para que futuramente possa atuar de forma profissional e ética dentro do campo
educacional.
Turma do 1° ano do ensino fundamental da escola municipal CESBI (fonte: Acadêmica Maria
Antonia Ferreira da Silva)
Para tanto foi desenvolvida na expectativa de adquiri uma terceira visão diante da
realidade educacional da rede pública de ensino, sendo que a formação em pedagogia
objetiva a ampla formação para seus discentes, sendo que os anos iniciais é uma área
contemplada pelo curso.
O estágio teve o objetivo de analisar a realidade da instituição de educação dos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental, fazendo observações no campo de estágio,
participando das atividades de salas de aula no campo de estágio, identificando os desafios,
refletindo sobre a prática docente para provocar o reconhecimento e a incorporação de um
referencial teórico-metodológico que contribua para a elevação de uma práxis pedagógica
conseqüente que transforme o ato educativo em possibilidade real de intervenção e
construção da realidade, chegando a produzir o relatório de estágio desta disciplina. Para
alcançar o que foi objetivado na iniciação do estagio supervisionado mais uma vez
utilização
das
seguintes
atividades
como:
observação;
participação
ativa
e
regência/decência supervisionada, sendo que as mesmas dispõem da carga horária de 120
horas.
Desta forma, o estágio supervisionado nos Anos Iniciais foi realizado na escola
municipal CESBI (Centro Social Batista Independente), localizada no bairro de Coimbra,
na Rua Elísio Ataíde.
Mapa de onde está localizada a instituição de ensino CESBI (fonte: prefeitura municipal)
A Escola Municipal CESBI — Centro Social Batista Independente, foi inaugurada em
1985 pelo missionário Pedro Vargas (Militar do Exército do Rio Grande do Sul). Iniciou
suas atividades oferecendo Ensino Fundamental de 1a a 4a série e cursos
profissionalizantes gratuitos. Tendo como acionista a convenção das Igrejas Batistas
Independentes e Missão Evangélicas da Noruega e Suécia.
Os missionários trabalhavam na igreja que se localizava na própria escola como
professores. Sendo que o objetivo primordial era evangelizar e ajudar as pessoas. Neste
sentido, em 1999 os responsáveis pelo prédio decidiram fazer um convênio com a
Prefeitura Municipal de Benjamin Constant, cedendo o mesmo através de um comodato
que a responsabilizou pela manutenção e custeação da escola e das casas dos missionários.
A Escola Municipal CESBI, foi fundada no dia 06.08.1984, nas dependências da
Igreja Batista Independente, na Rua Elízio Ataíde n.441, Coimbra na zona urbana do
município. Era uma entidade filantrópica sem fins lucrativos.
IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para Escola
CENTRO SOCIAL BATISTA INDEPEND. - CESBI
IDEB Observado
Metas Projetadas
Ensino
Fundame
ntal
2005
2007
2007
2009
2011
2013
2015
2017
2019
2021
Anos
Iniciais
2,3
2,8
2,4
2,7
3,1
3,4
3,7
4,0
4,3
4,6
Anos
Finais
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar.
Participação da escola CESBI no índice de desenvolvimento do ensino-IDEB
2.2.1 Observação e participação ativa: contado direto com o campo
O estágio foi desenvolvido na turma ―E‖ do 1° ano do turno vespertino, na sala de
aula com 32 alunos, tendo entre 06 e 08 anos de idade, contendo mais meninas do que
meninos é uma turma multicultural, sendo que a mesma é composta por crianças perunas,
israelitas e brasileiras.
A professora estava passando pelo processo de adaptação, uma vez que a mesma
trabalha como professora de apoio de outra escola e foi convidada pela secretaria de
educação para assumir a sala de aula de outra professora que não podia permanecer com a
turma por motivo de saúde. A mesma é formada em magistério e fez o PRO-FORMAR da
UEA.
As atividades são realizadas de acordo com o plano diário da professora, sendo que o
mesmo prioriza a língua portuguesa e o ensino da matemática, sempre em sala de aula, por
estudarem no turno vespertino a temperatura não favorece para que a professoras as leve
para outro espaço, como o pátio que dispõe de um espaço bastante amplo, mais não tem
cobertura, para proteger as crianças do sol e da chuva.
A metodologia de ensino segue sempre a mesma seqüência: escreve-se o assunto no
quadro branco, pede para as crianças escreverem em seus cadernos, os que não conseguem
a professora pedem-lhes os seus cadernos e passa atividade para que desenvolvam.
Quando eu participava da correção dos cadernos, escrevia palavras carinhosas para
incentivar as crianças, quando eles viam um coração ou uma estrela ao lado da atividade
corrigida mostravam imediatamente aos colegas com muita alegria e pediam para que eu
lhes passasse mais atividades para o outro dia.
Os conteúdos trabalhados pela professora não favorece o aprendizado das crianças,
sendo que a turma é composta por 32 alunos, onde a metade não consegue acompanhar as
aulas. Além da super lotação a professora não dispõe de recursos pedagógicos e nem de
professora de apoio, sendo que cada turno conta com o apoio de três professoras de apoio
por turno, para atender 21 salas de aulas.
Quando a professora nos pedia para escrever no quadro a atividade do dia, escrevia o
conteúdo e desenhava várias figuras relacionadas com o conteúdo, no objetivo de
promover a melhor compreensão por parte dos alunos. O interesse das crianças aumentava
e ficavam mais atentos para o que a atividade lhes pedia, e juntos corrigíamos a atividade
no quadro, com a participação da professora da turma.
A sala era aberta e tinha dois ventiladores na parede, mas os mesmo não eram
capazes de ventilar um espaço grande cheio de gentes. Quando o dia está muito quente as
crianças ficam bastante agitadas e a solução encontrada pela professora é colocá-los para
pintar com a tinta guache ou montar as peças de encaixes no objetivo de manter-los mais
calmos e centrados em uma atividade educativa.
Uma das participações ativas que me proporcionou contribuir para com a professora
foi cantar com as crianças quando as mesmas estavam muito agitadas. Quando eu os
deixava a vontade para cantarem a canção que desejassem aos poucos a atividade virava
uma bagunça, mas quando eu organizava a situação todos brincavam sem grandes
problemas.
Como a maioria das crianças vieram direto para a alfabetização, não conhecem as
canções de roda que tanto contribui na educação infantil. Mas aos poucos todos acabam
por lembra de uma musica que gostam. As musicas que motivam a participação das
crianças são as que pedem a participação e interpretação de todos, com moimentos
engraçados, como sacudi o braço ou a perna, pular para frente e para traz.
A turma, não se diferencia das demais salas de aulas anteriormente observadas, tem
crianças agitadas e as quietinhas. No caso em que as crianças se excedem nas travessuras a
professora pede para que os pais venham até a escola, para juntos encontrarem uma
solução para contorna a situação ocorrida.
Nas situações que a professora consegue resolver através do dialogo, ela para suas
atividades e conversas com seus alunos sobre o que estavam fazendo dentro da escola que
não está de acordo com os bons costumes ou regras da escola. No dia que eu me apresentei
para turma, todos comentavam que a professora já havia falado ao meu respeito, dizendolhes o objetivo da minha presença na sala de aula por alguns dias, e qual seria o
comportamento mais adequado dele para comigo.
Durante a participação ativa, foi possível observar que as crianças são bastante ativas,
mas falta uma metodologia que prenda as atenções, pois gastam suas energias em
brincadeiras inadequadas para a sala de aula e para seus desenvolvimentos como: ficam
apelidando os coleguinhas, pegam os objetos alheios sem pedir permissão e se são
contrariados regem com gritos e agressões corporais, dependendo de quem os repreendam.
As mesmas gostam de cantar, mas quando chega o momento cada uma das crianças
canta do seu jeito, sem se importar com o que o colega está cantando. Dessa forma a
bagunça toma conta da sala de aula, e a professora tem que interromper o momento de
cantigas.
Em virtude da falta de utilização de metodologias adequadas, percebemos um grande
desinteresse dos alunos pela as aulas, desta forma resolvi trabalhar em minha regência uma
técnica inovadora, dinâmica que chamasse a atenção das crianças da turma.
2.2.2 Regência supervisionada: momento de contribuição
A temática música na regência do estagio supervisionado nos anos iniciais do
ensino fundamental trouxe a perspectiva de auxiliar a professora em suas futuras
atividades, sendo que a mesma ainda não dispunha de uma metodologia que prendesse a
atenção das crianças.
É também do conhecimento da mesma que a intenção da regência supervisionada
era somente de contribuir e jamais constranger sua metodologia de ensino, sendo que a
docência supervisionada em sala de aula faz parte do aprendizado do acadêmico, uma vez
que a mesma constitui as etapas de formação do (a) futuro (a) pedagogo (a).
Para tanto a mesma deve ser planejada e desenvolvida de acordo com os
regulamentos do curso de licenciatura em pedagogia devidamente orientada pelo professor
(a) da disciplina, sendo que a atividade só deve acontecer com a autorização do campo
concedente e da professora responsável pela sala onde foi desenvolvido o estagio
supervisionado.
A escolha pela música como atividade de regência emergiu do interesse de
contribuir para com a sala de aula, mostrando-lhes outras formas de trabalhar a música
interligando seu contexto com as disciplinas ministradas no 1º. ano do ensino fundamental.
Para Lovisaro (1999) a iniciação musical contribui para o desenvolvimento da
coordenação viso motora, imitação de sons e gestos, atenção e concentração, linguagem e
raciocínio. Cabe ao professor, favorecer estes momentos, pois são fundamentais para a
construção da personalidade do aluno à compreensão da realidade da qual ele faz parte.
Rosa (1990), a simples atividade de cantar uma música proporciona a criança o
treinamento de uma série de aptidões importantes, pois através de uma simples música a
criança estará adquirindo conhecimentos e desenvolvendo-se de forma psicológica e
cognitiva,
e
tudo
isso
a
ajudará
no
processo
ensino/aprendizagem.
A música é importante, desde a infância, pois desperta na criança a ludicidade, a
socialização, inteligência, coordenação motora, expressão, percepção sonora e espacial.
Segundo o Referencial Curricular Nacional (1998) muitas instituições de ensino
encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional,
mostrando a defasagem existente entre o trabalho realizado na área da música e nas demais
áreas do conhecimento. É importante que haja a integração dos conteúdos para que a
linguagem musical não fique fragmentada. É necessário que a escola perceba a importância
de desenvolver todos os conteúdos usando a linguagem musical, desta forma, estará
desenvolvendo todas as áreas do conhecimento.
Na visão de Gainza (1988) a linguagem musical é aquilo que conseguimos
conscientizar ou aprender a partir da experiência. A música é uma linguagem muito
expressiva e as canções são veículos de emoções e sentimentos, podendo fazer com que a
criança reconheça nelas seu próprio sentir. A música assim, contribui de maneira
sistemática e significativa com o processo integral do desenvolvimento de ser humano.
É importante frisarmos que as Diretrizes Curriculares Nacionais Ensino
Fundamental apresenta em seu Art. 3º que as Escolas deverão estabelecer como
norteadores e suas ações pedagógicas os Princípios Éticos da Autonomia, da
Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; os Princípios Políticos
dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade e do respeito à Ordem
Democrática e os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da diversidade
de Manifestações Artísticas e Culturais bem como explicitar o reconhecimento da
identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais e a identidade de cada
unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino e reconhecer que as
aprendizagens são constituídas pela interação entre os processos de conhecimento com os
de linguagem e os afetivos, em conseqüência das relações entre as distintas identidades dos
vários participantes do contexto escolarizado; as diversas experiências de vida de alunos,
professores e demais participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas
formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidades afirmativas,
persistentes e capazes de protagonizar ações autônomas e solidárias em relação a
conhecimentos e valores indispensáveis à vida cidadã.
Visando atender as diretrizes e o objetivo maior da educação escolar que é a
formação integral do aluno é que foi desenvolvida uma regência com base num
planejamento interdisciplinar, pois a mesma possibilita a transversalidade do conteúdo.
A transversalidade abordada nos PCNs (1998) também foi contemplada, pois
Ambas — transversalidade e interdisciplinaridade — se fundamentam na crítica
de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de
dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado. Ambas
apontam a complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de
relações entre os seus diferentes e contraditórios aspectos. Mas diferem uma da
outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem
epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a transversalidade diz
respeito principalmente à dimensão da didática. (p.31)
É impreterível assim desenvolver uma ação pedagógica que favorecesse a construção
coletiva do conhecimento, onde fossem valorizados os saberes, a vivência dos/as alunos/as.
É buscando atingir esta finalidade que o planejamento das atividades teve como base a
perspectiva construtiva de Jean Piaget, que faz a seguinte abordagem sobre a temática: ―o
construtivista nos ajuda a pensar o conhecimento científico na perspectiva da criança ou
daquele que aprende. O seu estudo é principalmente centrado em compreender como o
aprendiz passa de um estado de menor conhecimento a outro de maior conhecimento, o
que está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do indivíduo 1.‖
A contemporânea teoria construtivista da aprendizagem reconhece que as crianças
são agentes ativos que se comprometem com a construção do seu próprio conhecimento,
integrando a nova informação no seu esquema mental e representando-a de uma maneira
significativa O paradigma construtivista conduz a compreender como a aprendizagem pode
ser facilitada através da realização de determinados tipos de atividades atraentes de
construção. Segundo Gardner (2000) uma forma de integrar os princípios construtivistas
1
Retirado do site www. Ginux. ufla.br/ kacilene/ Piaget.html
nas salas de aula é através da realização de projetos. O seu desenvolvimento envolve a
observação da vida extra-escolar, propiciando aos alunos a oportunidade de organizar os
conceitos e habilidades previamente estabelecidas, utilizando-os ao serviço de um novo
objetivo ou empreendimento. Um elemento crucial da participação ativa de atividades
colaborativas é o diálogo nas experiências partilhadas, indispensável para suportar a
negociação e a criação da significação e da compreensão.
Desta forma a regência teve o objetivo de demonstrar que a música é um importante
instrumento para o processo ensino- aprendizagem tão necessária ao desenvolvimento
integral dos/as alunos/as, e para este ser alcançado foi trabalhado o plano exposto abaixo:
Área do
conhecimento
Português
Objetivos específicos
Conteúdo
Conhecer a escrita das
palavras da canção,
favorecendo a leitura
Musica: a
Canoa virou
(canto, leitura
e escrita de
palavras e
frase da letra
da musica)
Desenvolver a noção
de quantidade e de
tamanho.
Adição e
noção maior
ou menor.
Procedimentos de ensino
Cantar acompanhando no
cartaz
Contextualizar a letra da
canção com as ilustrações
Escrever e ler as palavras
Separação de sílabas e
letras
Contagem das silabas e
letras
Matemática
Recursos de ensino
Cartaz;
Pincel;
Quadro;
Alfabetoche;
Alfabeto móvel;
# Pincel;
# Quadro branco
Escrita dos numerais
correspondentes
Identificação de
quantidades através de
maior que (>) e menor que
(<)
#Caixa matemática
#Palitos coloridos
Efetuação de adição com
os numerais escritos
Geografia
Ciências
História
Artes
Distinguir o lugar de
origem da arvore que
se faz a canoa e os
tipos de árvores
adequadas para sua
produção.
Identificar os meios de
transporte da região,
descrevendo-os e
ressaltando a canoa
como transporte
fluvial
Sensibilizar-se sobre a
importância da canoa
na construção da
historia do povo local
Motivar a criatividade
dos alunos.
Meio
ambiente: as
arvores
Identificar entre diversas
localidades o local de
origem da arvore.
Dialogo;
Quadro branco;
Pincel;
Cartaz;
Cartazes
Meio de
transporte.
Através do dialogo,
enumerar quais são os
meios de transporte.
Apresentação de cartazes
Dialogo;
Quadro branco;
Pincel;
A importância
da canoa
Contar uma história criada
pela a acadêmica.
Dialogo;
Televisão de
papelão;
Desenho livre.
Dobradura
Pedir que cada um
desenvolva um barco na
arte do origami.
Papel ofício;
Cola branca;
Tesoura;
Papel madeira;
Tema
transversal
Reconhecer os
impactos ambientais
provocados pela
grande retirada de
madeira nas florestas
locais.
#Impactos
ambientais;
Dialogo
Professora e alunos
Durante a aplicação do plano percebemos que as crianças são hiperativas e que
necessitam de atividades dinâmicas e diferenciadas para que prendam suas atenções e lhes
ocupem o tempo.
Turma E, e materiais utilizados (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva)
As crianças do campo de estágio necessitavam de limites, saber à hora de realizar
cada atividade do dia. Pois durante a observação as atividades desenvolvidas pela
professora da turma não prendia por muito tempo a atenção dos alunos.
Atividades sobre a origem da canoa (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva)
Durante as atividades, enquanto uns participavam, tinham outros fazendo outra
coisa, dessa forma tivemos que parar por várias vezes para conter, alguns alunos. Assim
percebemos
História sobre a canoa indígena, desenho com o tema canoa e construção de barcos em dobradura (fonte:
Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva)
2.3 Estágio Supervisionado na Gestão Escolar
O estágio supervisionado na gestão educacional teve como objetivo conhecer a
realidade da gestão escolar de uma escola pública e a interação da gestão escolar com a
comunidade escolar e local, uma vez que a mesma está inserida no bairro onde seus alunos
moram com seus familiares. Dessa forma é um trabalho que foi desenvolvido em uma
escola que estava passando pelo processo de implantação, já funcionou como anexo de
uma escola, e também funcionou com prefeitura do município de Benjamin Constant, mas
atualmente a Escola Municipal Cosme Jean, é uma instituição de ensino regular que atende
801 alunos distribuídos nos três turnos: matutino, vespertino e noturno, ofertando o Ensino
Fundamental com o 1o ao 4o Ano e a 1a a 8a séries, bem como a modalidade da EJA
(Educação de Jovens e Adultos) nos seus 1o e 2o segmentos.
Desta forma, o estágio em gestão me colocou em contato com as dificuldades e
possibilidades de realizar uma gestão escolar que favoreça a participação e que contribua
com o processo de decisões e ações que proporcionem uma melhoria na qualidade de
ensino. Para tanto atividades de observação participante, entrevista semiestruturada e
intervenção foram cruciais durante o desenvolvimento do estágio.
2.3.1 Observação: identificando a participação
―Observação constitui um dos procedimentos mais importantes na experiência
de estágio na escola. Trata se de uma das mais antigas formas de conhecer. A
observação consiste no uso atento dos sentidos um objeto ou situação, na sua
manifestação espontânea, para adquirir um conhecimento determinante sobre um
ou mais aspectos da realidade‖.
FERREIRA
(2010)
Através da observação pode-se conhecer a realidade da gestão escolar desenvolvida
no campo de estágio, da comunidade interna e externa e os segmentos da instituição de
ensino. Sendo que para tanto se fez necessário a utilização de outras técnicas de pesquisa
como entrevista semi estruturada e observação participante.
Como o estágio foi direcionado para a gestão escolar, as atividades realizadas pelo
gestor foram acompanhadas diretamente, sendo que o mesmo me comunicou em conversa
que tanto a instituição de ensino quanto ele estava à disposição para colaborar com as
atividades do estágio. Dessa forma tomei a liberdade para desenvolver a técnica de
estrevista-semi-estruturada com membros da comunidade escola em diferentes
seguimentos da instituição de ensino. (gestor, professor (a), funcionários, alunos e pais).
A observação favoreceu o conhecimento da forma de gestão da escola, o perfil do
gestor, nível e a forma de participação da comunidade e a relação entre os sujeitos da
comunidade escolar. Os resultados destas observações serão descritos no terceiro capítulo
deste trabalho em virtude de ser o mesmo campo e o mesmo objeto de estudo da pesquisa
realizada durante as disciplinas de Prática da Pesquisa Pedagógica. O estágio em gestão
serviu, portanto, para aprofundar o meu objeto de estudo retratado na monografia, mas
também favoreceu a intervenção em alguns problemas detectados. Por não ser a
intervenção um dos objetivos da pesquisa será retratado abaixo como se deu a intervenção
durante o estágio, pois algo notório foi a pouca participação dos discentes na gestão
escolar.
Uma forma de conceituar gestão é vê-la como um processo de mobilização
competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para que, por sua
participação ativa e competente possível, dos objetivos de sua unidade de
trabalho, no caso, os objetivos educacionais. A gestão participativa se assenta,
portanto, no entendimento de que o alcance dos objetivos educacionais, em seu
sentido amplo, depende da canalização e do emprego adequado da energia
dinâmica das relações interpessoais ocorrentes no contexto de sistema de ensino
e escolas, em torno de objetivos educacionais, concebidos e assumidos por seus
membros, de modo a constituir um empenho em torno de sua realização (LUCK,
2006, p.21)
2.3.2 Intervenção: sensibilizando a participação
Grupo de estágio (fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da Silva)
De acordo com a observação foi possível encontrar uma temática que favorecesse a
implantação e permanência da gestão participativa no campo de estagio.
Foi realizada uma palestra como prática de intervenção. A mesmo foi desenvolvida
no objetivo de orientar os alunos dos seus direitos e deveres para com a gestão da escola,
onde estudam e fazem parte do seu funcionamento. Isto significou que todos devem
participar ativamente da gestão escolar, em busca de alcançar o mesmo objetivo
O projeto que organizou as atividades do estágio supervisionado em gestão estava
pautado no caráter investigativo e interventivo voltado para a área de educação. Foi
elaborado a partir das pesquisas realizadas nas disciplinas de práticas pedagógicas e das
observações gestionárias realizadas no primeiro momento do Estágio Supervisionado.
Sendo que a gestão participativa é entendida com um processo social que consiste
na participação efetiva de todos os seguimentos que compõe o âmbito escolar. A escola
pesquisada possui apenas dois anos de funcionamento. Contudo, com bastante esforço e
dedicação vem dando passos significativos na construção de uma gestão mais participativa.
Nesse sentindo, foi proposto a realização e desenvolvimento do Projeto de
Intervenção, junto aos discentes tendo como tema: ―O papel dos discentes na gestão
participativa da escola”, no intuito de abordar questões relacionadas à importância da
participação efetiva dos alunos e como deve ser desenvolvida no ambiente escolar, para
que a escola venha a ser mais dinâmica participativa e democrática, uma vez que
acreditamos que são pré-requisitos básicos e se bem desenvolvidos servem de caminhos
para conseguirmos uma escola e uma educação de qualidade que a sociedade tanto almeja
alcançar.
Uma vez que o mesmo objetivou contribuir para na construção de uma cultura de
Gestão Participativa no âmbito escolar enfatizando a importância, orientação e
planejamento, significados e ressignificados, favorecendo assim a formação do aluno para
qualificar sua participação e organização na perspectiva da gestão participativa. Segundo
Libâneo(2008, p. 102) pontua que:
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola,
possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada
de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona
um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de
sua dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e favorecem uma
aproximação maior entre professores, alunos, pais. Nas empresas, a participação
nas decisões é quase sempre uma estratégia que visa o aumento de
produtividade, Nas escolas, esse objetivo não precisa ser descartado, pois elas
também buscam bons resultados. Entretanto, há aí um sentido mais forte de
prática de democracia, de experimentar formas não-autoritárias de exercício do
poder, de intervir nas decisões da organização e definir coletivamente o rumo
dos trabalhos.
Dessa forma o projeto de intervenção foi devidamente apresentado ao gestor da
instituição, para que o mesmo pudesse dar o seu parecer e sugestões sobre as atividades.
(Sendo que o mesmo considerou o tema de extrema relevância para sua gestão, aprovando
e autorizando a realização das atividades). Para tanto foi selecionados os convidados e
solicitamos os recursos necessários que a escola poderia nos disponibilizar como espaço,
cadeiras, quadro branco, pincel para escrever no quadro, computador e data-show.
Distribuímos os convites por diversas instâncias da escola Cosme Jean e agendamos a
programação interventiva
A intervenção foi realizada através de uma palestra interativa, onde convidamos duas
palestrantes, a Antropóloga Gilse e a pedagoga Antonia Rodrigues, para promover o
diálogo entre todos os presentes. Os acadêmicos interagiram com os convidados, usando
cartazes que ilustravam vários seguimentos da instituição de ensino e suas respectivas
atividades, perguntei onde eles sempre estavam e onde eles quase nunca estavam presentes.
Por exemplo, na sala de aula todos diziam está presente, já na direção da escola poucos já
freqüentaram, por acharem que lá é o lugar do gestor e que só ele pode utilizar a sala da
direção escolar. Nessa atividade dialogamos sobre o significado da gestão participativa,
que é um processo de construção onde todos devem juntos busca o melhor para a escola e
sua comunidade e que para isto todos devem está presentes em todos os setores que forem
necessários, devem compartilhar das atividades a das decisões uma vez que todos é parte
integrante de uma comunidade.
Convidados: gestor da escola, apoio pedagógico da escola, secretária, bibliotecária, representantes das
turmas, as professoras palestrantes e todos os membros do grupo de estágio.
Professora Antropóloga Gilse palestrando (Fonte: Acadêmica Maria Antonia Ferreira da
Silva)
A antropóloga Gilse palestrou por uma hora e meia, ela enfatizou sobre a importância
de se trabalhar em coletivo, usou também os diferentes povos que modificaram seu modo
de viver através da coletividade em pequenos grupos a até mesmo em sociedades inteiras.
Em seguida à palavra foi concedida a professora Antônia Rodrigues que palestrou
sobre o tema gestão participativa na linguagem pedagógica, ressaltando a escola e as
pessoas envolvidas no seu processo de ensino e aprendizagem, para tanto a pedagoga
mostrou varias imagens no data-shou que ilustravam escola e comunidade em uma alegria
recíproca, sua explanação sobre a temática, durou duas horas, agradecemos a presença e a
contribuição de todos, quando o gestor da escola pediu a palavra e confessou estar muito
contente com a vontade de colaboração com a escola que o grupo demonstra ter.
Durante a atividade de intervenção, ou seja, da palestra conseguimos fazer com que
todos os representantes discentes participassem e percebessem a importância de sua
participação na gestão escolar. Mas não somente dos discentes e sim de todos os
segmentos da comunidade escolar e local, pois somente através de uma gestão participativa
conseguiremos melhores resultado na educação escolar. É essa concepção de gestão que
também nos levou a realizar a pesquisa sobre Gestão Participativa na referente escola, o
que será apresentada no capítulo seguinte.
3 GESTÃO PARTICIPATIVA NA ESCOLA: UM OLHAR A PARTIR DE UMA
INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICIPIO DE BENJAMIN
CONSTANT
Fonte: PNFCEs
A gestão emerge para superar, dentre outras aspectos, carência: a) de orientação
e de liderança clara e competente, exercida a partir de princípios educacionais
democráticos e participativos; b) de referencial teórico-metodológico avançado
para a organização e orientação do trabalho em educação; c) de uma perspectiva
de superação efetiva das dificuldades cotidianas pela adoção de mecanismos e
métodos estratégicos globalizadores para a superação de seus problemas.
(LUCK, 2006)
O presente capítulo objetiva apresentar os resultados e discussões da pesquisa
desenvolvida nas Práticas da Pesquisa Pedagógica intitulada ―Gestão participativa na
escola: um olhar a partir de uma instituição pública de ensino do município de
Benjamin Constant”, que surgiu mediante ao contato com a realidade das escolas públicas
do município.
Tornou-se necessário frente às situações observadas conhecer como vem se
processando a implantação da gestão participativa nas escolas publicas. Para isso buscouse conhecer o trabalho desenvolvido pelo (a) gestor (a) escolar, apresentando o seu perfil
profissional e humano, verificar o nível de participação da comunidade escolar e os
mecanismos de democratização da escola, identificando a relação existente entre a escola,
os pais e a comunidade local.
É interesse no curso de pedagogia a realização de uma pesquisa a respeito da
temática uma vez que os discentes do curso são contemplados em tríplice formação: gestão
educacional, educação infantil e anos iniciais. Desta forma trata-se de uma pesquisa que
contribui diretamente na formação acadêmica do futuro profissional de pedagogia.
Ela foi realizada com gestor, docentes, alunos, funcionários, e pais de alunos de
uma escola pública do município de Benjamin Constant, instituição esta situada na Rua 21
de abril no Bairro Cohabam. Dessa forma é um trabalho acadêmico que apresenta os
resultados finais de uma pesquisa educacional sobre gestão participativa em uma escola
municipal do município de Benjamin Constant no Estado do Amazonas realizada no
período de 2008 a 2009.
A realização da pesquisa voltada para a gestão participativa em uma escola pública
do município de Benjamin Constant justifica-se pela necessidade de entendimento e
compreensão sobre a forma que desenvolve o processo participativo no contexto
educacional. Essa é uma questão paradigmática que promove reflexões, debates,
discussões em diferentes espaços, na perspectiva de caracterizar o papel dos cidadãos
ativos na construção da educação de qualidade.
Para identificar a participação desenvolvida na escola pública do município de
Benjamin Constant, foi necessário realizar uma pesquisa que envolveu o processo
administrativo e pedagógico da escola concedente. Os resultados obtidos foram
devidamente comparados com teorias que discutem a temática.
Para desenvolver a pesquisa se fez necessário a utilização de um trabalho
qualitativo. Segundo Gonçalves (2003), a pesquisa qualitativa preocupa-se com a
compreensão, com a interpretação do fenômeno, considerando o significado que os outros
dão as suas práticas.
Nesta pesquisa se fez necessário a realização de um estudo de caso, pois o objeto
da pesquisa está inserido dentro de um sistema, onde suas ações podem promover o
exercício da democracia.
Gonçalves (2003) pontua como um ―tipo de pesquisa que
privilegia um caso particular, uma unidade significativa, considerada suficiente para a
análise de um fenômeno. É impor destacar, que, no geral, o estudo de caso, ao realizar um
exame minucioso de uma experiência, objetiva colaborar na tomada de decisões sobre o
problema estudado, indicando as possibilidades para sua modificação‖.
O estudo de caso possibilitou a utilização de procedimentos que favoreceram a
obtenção dos dados necessários e o alcance dos objetivos da pesquisa. Os procedimentos
utilizados foram:
a)
Levantamento bibliográfico- foi o primeiro passo da (o) acadêmica (o)
enquanto pesquisador, este promoveu um prévio conhecimento a respeito da
temática, foi um procedimento inicial que deu subsídio teórico a prática de
pesquisa, dando um direcionamento ao estudo de campo. Para tanto as
teorias agem como uma base que fundamenta o exercício da pesquisa. Dessa
forma a pesquisa em campo, teve inicio com a observação participante.
b)
Observação participante- este foi o segundo passo que se fez necessário em
todos os momentos da pesquisa. De acordo com Ferreira (2010) ―a
observação constitui um dos procedimentos mais importantes na experiência
[...]. Trata-se de uma das mais antigas formas de conhecer. A observação
consiste no uso atento dos sentidos um objeto ou situação, na sua
manifestação espontânea, para adquirir um conhecimento determinado sobre
um ou mais aspecto da realidade‖. Com a observação pode-se verificar o
comportamento e as relações entre os membros da comunidade escolar e
local, o cotidiano da instituição, o perfil do gestor dentre outros.
c)
Entrevista semi-estruturada- foi o terceiro passo da pesquisa que
proporcionou contato direto com 1gestor, 10 professores, 10 funcionários,
10 alunos e 10 pais, conforme disponibilidade dos 41sujeitos apresentados.
Conforme Lakatos e Marconi (2001), neste tipo de entrevista ―o
entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer
direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais
amplamente uma questão‖. Dessa forma obtive informações a respeito do
nível de participação da comunidade escolar e local, nas tomadas de ações e
decisões escolares, bem como as concepções destes sobre a gestão da escola
e sobre os avanços e as dificuldades encontradas, sendo que os pais e alunos
são cidadãos da comunidade local.
O
caminho
metodológico
traçado
contribuiu
significativamente
com
o
conhecimento da realidade gestionária da escola pesquisada, o que poderíamos demonstrar
ao longo ao longo deste capítulo que para direcionar o estudo de pesquisa e o histórico
sobre gestão educacional brasileira, mostrando o processo de transformação durante o
processo; o conceito de gestão participativa, apresentando qual é o papel assumido pela
comunidade escolar e local; a gestão escolar e os mecanismos de democratização e por
ultimo será apresentado às análises e discussões deste estudo que torna-se significativo
para a formação do pedagogo-gestor.
3.1 A gestão participativa à luz da teoria
A fundamentação teórica é um suporte onde o acadêmico se ancora para obter
segurança na hora de argumenta os resultados obtidos durante a pesquisa. Dessa forma é
uma maneira do acadêmico mostrar que existem estudos anteriores que podem afirma que
suas colocações são reais e que podem ser comprovadas em teorias desenvolvidas por
estudioso que já tinham a preocupação a respeito da mesma temática.
3.1.1 Conceito e importância da gestão participativa na escola
Cury, (2002) apresenta seu conceito etmológico da gestão, ressaltando que o termo
gestão provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere e significa: levar sobre si,
carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. Trata-se de algo que implica o sujeito. Isto
pode ser visto em um dos substantivos derivado deste verbo. Trata-se de gestatio, ou seja,
gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si e dentro de si, algo novo, diferente: um novo
ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger, que significa fazer brotar,
germinar, fazer nascer.
A gestão escolar, no que se refere principalmente ao papel do gestor/a e
coordenador/a pedagógico/a, embasada nos princípios democráticos educacionais,
conforme promulga a Constituição Federal - CF de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDBEN n. 9394/96, tem a competência de direcionar e mobilizar as
ações conjuntas, associadas e articuladas entre todos os segmentos institucionais
necessárias capazes de sustentar e dinamizar a cultura das escolas, canalizando para
resultados positivos acerca das propostas educacionais coletivas, dito de outra forma, de
um modo democrático de gestão.
Dessa forma a democratização escolar é desenvolvida a partir da participação
coletiva de todos envolvidos na comunidade interna, sendo que a mesma tem por objetivo
desenvolver sua própria cultura, buscando assim a autonomia. A instituição é levada assim
a desenvolver atividades de melhoria pensando no bem comum de todos: gestor (a),
professor (a), funcionários, estudantes, pais e comunidade externa (moradores da
comunidade a qual a instituição está inserida. Em consonância com a Lei Diretrizes e
Bases da Educação Nacional estabelece que:
Art. 14 - Fica assegurada pelo Sistema Municipal de Ensino a gestão
democrática no Ensino Fundamental e Infantil, com base nos seguintes
princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político
Pedagógico da Escola;
II- participação da comunidade escolar e local nos Conselhos Escolares ou em
seus equivalentes;
III - progressivo grau de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão
financeira;
IV- participação efetiva da comunidade escolar nas decisões colegiadas da
escola.
Sendo assim todos ganham direitos e voz nas tomadas decisões, para tanto
devem participar assiduamente das reuniões e outras atividades desenvolvida a partir dos
interesses particulares da instituição de ensino e sua comunidade, buscando juntos alcançar
a autonomia escolar.
Vale ressaltar que a autonomia da escola não tem o objetivo de desvincular a
instituição das normas educacional maiores, que regem o sistema educacional brasileiro,
muito pelo contrário, proporciona recursos para que a escola autônoma alcance o objetivo
geral do sistema maior de ensino, como por exemplo, a tão sonhada ―educação de
qualidade‖, que tem se tornado cada dia mais a menina dos olhos do sistema educativo,
Nacional, Estadual, Municipal e local.
Segundo Luck (2006) Uma forma de conceituar gestão é vê-la como um processo
de mobilização da competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para
que, por sua participação ativa e competente, promovam a realização, o mais plenamente
possível, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, os objetivos educacionais.
A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva
promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições
materiais, humanas e tecnológicas necessárias para garantir o avanço dos
processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a
promoção efetiva da aprendizagem pelos educandos. (RODRIGUES, 2010, em
um trabalho sobre atribuições do gesto (a) escolar )
A gestão democrática para Gracindo (2009) é construída a partir da efetivação de
seus elementos bem como:
(a) Participação: que significa ―partilhar juntos‖.
Significa que todos podem
contribuir, com igualdade de oportunidades, nos processos de formação discursiva
da vontade, ou seja, consiste em construir comunicativamente o consenso quanto a
um plano coletivo.
(b) Autonomia: É a faculdade que os indivíduos ou as organizações têm de se regerem
por regras próprias, pressupondo a liberdade de decidir. A idéia de autonomia é
intrínseca à idéia de democracia e cidadania (autonomia da escola é relativa... Mas
a escola pode construir seu próprio caminho – cultura escolar).
(c) Transparência: está intrinsecamente ligada à idéia de escola como espaço público.
Pressupõe a construção de um espaço público aberto às diversidades de opiniões,
contemplando a participação de todos os envolvidos na escola.
(d) Pluralidade: consolida-se como uma postura de reconhecimento da existência de
diferentes identidades e de interesses que convivem no interior da escola - pode
propiciar de duas facetas da autonomia da escola (autonomia da escola e dos
sujeitos).
Desenvolver a gestão participativa como princípio da democracia escolar, é uma
tarefa que exige que todos estejam compromissados com a causa, sendo que a mesma
necessita que o participante disponibilize boa vontade e tempo. Pois as dificuldades a
serem superadas podem surgir a todos os momentos, sem escolha de dia, hora ou turno em
que funcione a instituição escolar. Segundo Cunha (2005, p.87):
[...] é com a escola que a população interage. Ao povo não interessa saber quem
administra a escola: a união, o governo estadual ou o município. Se a unidade
escolar dispuser de condições, recursos e vontade política para abrir espaços
efetivos à informação, participação e controle por parte as sociedade, escolar e
população poderão estabelecer juntas, o que é o interesse objetivo da maioria,
sem perder de vista as diretrizes nacionais e estadual. A população, esse parceiro
sempre ausente, precisa desenvolver suas próprias formas de organização e
encontrar nas esferas de governo a ressonância para suas aspirações e
necessidades.
Na visão de Luck, (2005, p. 29). A participação, em seu sentido pleno
caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade
social reconhecem e assumem seu poder. Os professores e os gestores trabalham juntos
para melhorarem a qualidade do ambiente. Dessa forma as pessoas envolvidas diretamente
no processo de ensino e aprendizagem assumem o papel de motivadores e sensibilizadores
da participação das demais pessoas envolvidas como: funcionários e pais. Que necessitam
de convites para participar das atividades escolares.
De acordo com Dalmas, (1994). A participação reforça a consideração constante
do bem comum. Para que seja realmente um processo participativo, é preciso participação
nas responsabilidades de elaboração, execução e avaliação, e não apenas na execução.
É necessário, portanto a assiduidade por parte dos membros participativos para
com as ações gestionárias e institucionais. Segundo Luck, (2005) tanto os gestores como os
demais funcionários devem está dispostos há dedicar algum tempo e atenção para está
aprendizagem, viabilizando a criação de um sistema de trabalho com base na gestão
participativa.
Para tanto a gestão escolar deve trabalhar com transparência, colocando sempre
que possível as dificuldades a serem superadas em pauta, para que através do dialogo
encontre formas para diagnosticar o problema e promover soluções cabíveis para situação
inadequada ao projeto de desenvolvimento institucional. Na perspectiva de Dalmas (1994)
são infinitos os fatores contribuinte para que se desenvolva a gestão participava na escola,
basta dá o primeiro passo, colaboração não é participação. Para promover a participação na
escola ou em outra instância da sociedade, há obrigação do emprego de uma metodologia
adequada que conduza aos objetivos desejados.
Luck (2005) afirma que administrar participativamente, assim como ensinar, é
uma forma de arte, quando bem praticada. Na proposta de gestão participativa, não basta à
intenção, tem que ter força de vontade para permanecer desenvolvendo as atividades
participativas. Portanto não se trata de está deporariamente participativo tem que ser gestão
participativa.
Deve-se vivenciar a participação, e isto para Dalmas (1994) envolve riscos e
conflitos, num verdadeiro desafio aos que lutam por um constante envolvimento dos
membros da comunidade educativa no processo participativo. O diálogo-comunicação é
elemento essencial no processo de intercâmbio de vivências, experiências, interações,
diálogos entre os participantes.
No entanto, segundo Ferreira (2000) a consulta individual aos atores envolvidos
não garante, por si só, a participação consciente. O primeiro da especificidade da escola
pública é a sua intensa relação com a comunidade, muitos indivíduos, interferindo
fortemente em muitas decisões constituem um sistema bastante participante. É necessário
praticar constantemente o exercício da participação em todos os seus sentidos:
internamente, na inserção política transformadora e emancipadora.
Isso também é exposto por Paro (2004) quando pontua o seguinte sobre a
participação da comunidade. A participação da comunidade escolar, como todo processo
democrático, é um caminho que faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se
refletir previamente a respeito dos abstáculos e potencialidade que a realidade apresenta
para a ação e que o processo de democratização da instituição de ensino é uma constante
caminhada onde os sujeitos envolvidos decidem em coletivo a forma de retiras os
pedregulhos do caminho para que a caminhada possa prosseguir ruma ao destino almejado
por todos, a ―gestão escolar democrática‖. Paro (2008, p.130.) complementa esta reflexão
pontuando o seguinte:
O gestor escolar deve ser um líder pedagógico que apóia o estabelecimento das
prioridades, avaliando, participando na elaboração de programas de ensino e de
programas de desenvolvimento e capacitação de funcionários, incentivando a sua
equipe a descobrir o que é necessário para dar um passo à frente, auxiliando os
profissionais a melhor compreender a realidade educacional em que atuam,
cooperando na solução de problemas pedagógicos, estimulando os docentes a
debaterem em grupo, a refletirem sobre sua prática pedagógica e a
experimentarem novas possibilidades, bem como enfatizando os resultados
alcançados pelos alunos.
O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar
todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento
de responsabilidades com alunos, pais, professores e funcionários (BORGES, 2008). Sua
função envolve atividades de mobilização, de motivação e de coordenação. Dirigir uma
escola implica colocar em ação os elementos do processo organizacional (planejamento,
organização, avaliação) de forma integrada e articulada. Assim, o gestor é a figura que
deve possuir e liderança, no clima de organização da escola que pressupõe a liberdade de
decidir no processo educativo e não nos gabinetes burocraticos (HENGEMUHL, 2004).
Essa concepção de gestão se fortalece no processo de redemocratização e abertura
política do Brasil, mas nem sempre se prezou pela participação. Torna-se importante assim
resgatar a história do Brasil da gestão escolar no Brasil para melhor compreender este
processo.
3.1.2 A gestão escolar no Brasil: resgatando a história
De acordo com Cunha (2005),
A ampliação da presença de administrações participativas no Brasil é um fato
político maior que a vontade ou ideologia de partidos progressistas que assumem
o poder. O mundo moderno, marcado pela globalização e pela complexidade das
sociedades de massa, aponta, cada vez mais, para uma profunda crise de
governabilidade de executivos, que não estabelecem parcerias com a
comunidade. Para tentar entende o processo participativo, deve ser levada em
contar o novo cenário mundial, em termos da globalização a nova configuração
das sociedades entre si, com a diminuição da autonomia dos estados nacionais e
sua conseqüência perda de governabilidade e pode em implementar políticas
eficazes‖. (p.11)
Historicamente a gestão escolar é marcada por um modelo de direção centralizada
na figura do diretor, que agi como tutelado aos órgãos centrais, competindo-lhe zelar pelo
cumprimento de normas. Dessa forma, atuava sem voz própria para determinar o destino
da escola e, portanto, deresponsabilizado dos resultados de suas ações, (gerente de
operações ditada). Dessa forma é uma história de desenvolvimento, marcado por diferentes
formas de administrar a educação escolar, oferecida pelo governo regente, no entanto
poucos são os teóricos que descrevem essa trajetória no Brasil.
De acordo com Sander (2007) a ausência de um sistema de ensino para a
população, fruto do descaso dos governantes daquele período, não favoreceu o
desenvolvimento de um corpo teórico em relação à administração educacional. As
publicações que existiam até a Primeira República consistiam em ―memórias, relatórios e
descrições de caráter subjetivo, normativo, assistemático e legalista‖ dessa forma a história
da gestão educacional Brasileira está embasada em estudiosos que se reportam a década de
1930.
Pra tanto buscarei sistematizar a história da gestão educacional, seguindo dos
fatores importantes neste percurso: modelo de administração escolar antes e depois da
Proclamação da República. Com base nos trabalhos de Sander (1995 e 2007) e Libâneo
(2005). Antes da proclamação da republica, o ensino era administrado de acordo com o
movimento paternalista, onde o governo geral ditava seus interesses e o administrador
(pessoa indicada), assumia a postura autoritária para pensar e agir, em beneficio do
governo maior baseando-se na visão vertical. Onde o poder vinha de cima para baixo sem
desconhecendo o outro como igual. Esta foi uma realidade que a administração escolar,
assumiu por várias décadas do século XIX e XX.
No século XIX, por exemplo, a luta por uma melhor educação no Brasil começa
após a proclamação, onde povo tentou implantar varias reformas que pudesse da um rumo
melhor à educação brasileira, esses movimentos que levam ao otimismo pedagógico e ao
entusiasmo pela educação vieram se fortalecer. Em 1937 a aprovação da Constituição que
conduziu a orientação político-educacional dando ênfase maior, no ensino profissional
(preparação da mão-de-obra). Neste período segundo Sander (1995) instalou-se na
administração pública o reinado da tecnocracia que tinha como preocupação a adoção de
soluções racionais para resolver problemas organizacionais e administrativos como base
nos princípios da escola clássica de administração de Taylor e Fayol. A escola era
administrada seguindo os princípios que buscavam produtividade como assim era as
indústrias, as empresas.
Ao traçarmos o histórico sobre a gestão educacional percebemos, portanto que os
dirigentes escolares entre as décadas de 1930 e 1940 disseminaram a eficiência associada à
produtividade econômica não se importando com a dimensão humana, cultural e política
da gestão escolar. Leão (1945 apud
DRABACH e MOUSQUER,
2009, p.154) retrata que
administração da educação desse período inspirava-se como já foi ressaltado, na
organização inteligente das companhias, das empresas, das associações industriais ou
comerciais bem aparelhadas.
Concomitante a isto na década de 1930, surgem também os movimentos
reformistas da Escola Nova de John Dewey, que apresentam através do documento do
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova a preocupação com o espírito filosófico e
científico na resolução dos problemas de administração escolar como principal responsável
pela desorganização do aparelho escolar. Ribeiro (1986, p. 64) apresenta algumas
contribuições a respeito da administração com base em Taylor e Fayol.
A administração é uma elaboração natural inerente a qualquer tipo de grupo
humano em ação. A administração é uma atividade produtiva. A administração é
um conjunto de processos articulados dos quais a administração é parte. A
administração pode ser tratada por método científico. Administração interessa a
todos os elementos do grupo, embora em proporção diferente.
Já na década de 40, surge uma nova concepção de administração escolar, esta
pautada na escola psicossociológica da administração, que se opõe a teoria clássica, pois
passa a valorizar a motivação humana a liderança e a comunicação. Isso não implicou
segundo Sander (1995) no abandono da autoridade, da razão e da disciplina, mas passa a
ver o homem como um ser emocional, psicológico e social e não como uma maquina o
qual tão bem se reporta o filme Tempos Modernos de Charles Chaplim.
Para o mesmo autor o enfoque comportamental da escola psicossológico é
substituído pelo enfoque desenvolvimentista da educação após a 2 guerra Mundial pois a
preocupação passa a ser com o desenvolvimento sócio-econômico da população. Segundo
Sander (1995) a educação passa a ser vista como o fato mais importante para a preparação
da mão de obra para o mercado de trabalho, é o período do ensino tecnicista da Ditadura
Militar.
Estes três momentos, o da escola nova clássica, o da escola das relações humanas
(psicossociológica) e o da escola Desenvolvimentista fazem parte para Libâneo da
concepção, técnico - científico de gestão escolar. A concepção técnico - científico
representa:
[...] uma visão burocrática e tecnicista da escola. A direção é centralizada em
uma pessoa, as decisões vêm de cima para baixo e basta cumprir um plano
previamente elaborado, especialistas, alunos e funcionários (LIBÃNEO, 2005,
p. 323- 324).
Dessa forma, Paro (2000) ressalta que a divisão do trabalho tal como se vê na
administração escolar (alguns pensam-especialistas-outros executam) é fruto da
necessidade surgida a partir do trabalho que o capitalista agrega valor a sua matéria-prima,
o que lhe garante o lucro.
A concepção técnico-cientifico apresentada por Libãneo é muito mais
evidenciado durante o período militar onde se instaura a antidemocracia. Neste,
professores e estudantes foram presos, bem como também fecharam as universidades.
Como as mudanças da administração não para, no final da década de 70, surge o período
da reivindicação pela democracia. Em várias áreas do governo a gestão democrática da
educação passa a ser intensamente reivindicada. De acordo com Ramos (2006), esta luta
fez com que a comunidade construísse entidades educacionais, sindicatos e movimentos
sociais, encontros e congressos para discutir medidas que pudessem transformar a escola.
Percebe-se que esta é uma etapa do percurso onde a gestão escolar passa a ser
pensada com participação de vários segmentos envolvidos no processo da educação
escolar. Frente a isso Libâneo (2000) pontua que, ―a gestão democrática da educação esta
vinculada aos mecanismos legais e institucionais e a coordenação de atitudes que propõem
a participação social: na tomada de decisão; na escolha do uso de recursos e prioridades de
aquisição; na execução das resoluções colegiadas; nos períodos de avaliação da escola e da
política educacional, o que vem a ser contemplada no texto da Constituição Federal de
1988.
Na Constituição Federal de 1988, os municípios também passam a ter
responsabilidades e liberdade para criar e organizar oportunidades dentro do seu processo
de ensino (realidade local). Nesta a gestão democrática passa a ser tratada como um
princípio de gestão escolar.
De acordo com Cury (2002) na Constituição Federal de 1988, em seu art. 37
estabelece principio que devem reger a administração pública: legalidade; impessoalidade;
moralidade; publicidade e eficiência.
a) Legalidade se caracteriza pela adequação a ordem jurídica e democrática em suas
regras e formalidades. Os procedimentos formais da legislação competentes para
que uma presença política se legitime.
b) Impessoalidade é um critério de universalidade da norma, geral e abstrata, pelo qual
o poder público, na generalidade das leis, se investe contra o arbitrário e se ausenta
de atribuir algo a alguém cujo pessoa, enquanto individuo, se situaria acima da lei.
Para atender o cidadão existente em todas as pessoas e para atender o principio de
igualdade de todos perante a lei, [...]
c) Moralidade implica não só o respeito as regras do jogo e aos outros princípios aqui
enunciados, mas também o ataque frontal aos opostos destes princípios. Em geral,
tais opostos são conhecidos e designados pelo termo corrupção, seja ela processual,
seja financeira.
d) Publicidade é a qualidade do que é público. Faz parte dessa qualidade expor a
todos, ao público, algo cuja natureza tem no cidadão sua fonte e referencia. Deste
modo, é pública a exposição de algo que pode ser diretamente assistida por
qualquer um como, por exemplo, a reunião de órgão colegiado, a defesa de uma
tese acadêmica ou a realização do casamento civil.
e) Eficiência implica na efetivação concreta de deveres e na satisfação dos cidadãos
nos seus direitos, efetivados com padrão de qualidade que atendam as normas
técnicas, sem duplicação de meios para mesmos fins e uso de recursos
contemporâneos de administração a gestão.
Para tanto a Constuicao Federal ( 1988) tambem determina em seu Art. 206.
que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
VI – gestão democrática do ensino público,na forma desta lei;
Ainda de acordo com o autor. Estes princípios, se e quando efetivados,
colocam a transparência, o diálogo, a justiça e a competência como transversais a
cidadania democrática e republicana. Eles, se validos para todo e qualquer servidor
publico, com maior razão, se aplicam aos que detém uma parcela de autoridade no âmbito
do serviço púbico.
Mediante (2006) retrata que é com a LDB, LEI 9.394|96, que vigora nos dias
atuais, que o país passa então a conta com o Sistema Federal, Sistemas Estaduais e
Municipais de Ensino, sendo eles autônomos no que tange a organização, devem ter órgão
normativo, sua relação passa a ser de cooperação e não de subordinação.
A LDBEN / 9394 art. 3º, VIII e art. 14. Os sistemas de ensino definirão as Normas
da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da
escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.
Plano Nacional de Educação (PDE, lei 10.172/2001) apresenta um dos seus
objetivos a democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais,
obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
O princípio da gestão democrática tratado na CF/88 e nas legislações atuais da
educação se enquadra na concepção sócio-crítica de gestão. Para Libâneo (2005, p. 324)
esta concepção:
[...] concebe organização escolar como um sistema que agrega pessoas,
considerando o caráter internacional de suas ações e as interações sociais que
estabelecem entre si e com o contexto sociopolítico, nas formas democráticas de
tomada de decisões que dá-se coletivamente, possibilitando aos membros do
grupo discutir e deliberar, em relação de colaboração.
Este modelo de gestão para Sander (1995) é um novo paradigma que envolve as
dimensões: econômica (efetividade diferente na escola clássica), pedagogicamente
(eficácia - da escola psicossociológica), política (efetividade-de-escola desenvolvimentista)
e cultural (relevância, do enfoque cultural que se preocupa com a qualidade de vida na
educação e na sociedade). Essas dimensões estão interligadas e favorecem a participação
da sociedade.
A materialização desse compromisso exige da administração da educação, um
envolvimento concreto na vida da comunidade através de uma filosofia solidaria
e uma metodologia participativa. Quanto maior o grau de participação solidaria
dos membros da comunidade direta ou indiretamente comprometidos com a
administração da educação, maior será sua efetividade e maior sua capacidade
política para responder concreta e imediatamente as necessidades e aspirações
sociais (Sander, 1995, p.48-49)
Para melhor compreensão do breve histórico da gestão educacional brasileira,
vamos observar no quadro comparativo as mudanças que ocorreram durante o processo de
democratização da gestão escolar. Desta forma podemos estabelecer a diferença entre
administração e gestão democrática.
Quadro comparativos usados por professoras do INC, em um palestra do Programa Refletindo na escola da
SEDUC- Am.
Nos dias atuais a gestão democrática continua tendo como palavras chaves a
autonomia e a participação onde todos são envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem. Dessa forma a democratização escolar depende da vinculação com a
•
ADMINISTRAÇÃO
Tomadas de decisão de forma isolada e
vertical;
•
Função pautada na individualidade;
•
O dirigente orienta suas ações pelo princípio da
centralização;
•
O dirigente exerce sua ação com base no
comando, controle e cobrança;
•
Compete ao administrador manter-se objetivo,
imparcial, condição para poder exercer
controle e garantir os resultados.
GESTÃO DEMOCRÁTICA
• Coletividade nas tomadas de decisão,
•
Relações de poder de forma horizontal;
•
O dirigente exerce ação de orientação,
coordenação, mediação e
acompanhamento;
•
A autoridade do dirigente é centrada em
sua competência e capacidade de
liderança;
•
Ao gestor compete envolver-se nos
processos sob sua orientação,
interagindo com os demais
participantes.
sociedade a qual esta inserida.
Segundo Barros, (1998) ―A administração escolar atravessa uma transformação,
cujo objetivo é alarga e redefinir o conceito de escola. O processo de autonomia das
escolas desenvolve-se num contexto amplo, procurando resolver a crise de governabilidade
do sistema de ensino. Essa crise enquadre-se no governo sobrecarregado devido ao
crescimento exponencial do sistema educativo, a complexidade das situações geradas pela
heterogeneidade dos alunos individual, social e culturalmente, a quebra de confiança na
transição entre, os disfuncionamentos burocráticos‖.
Em suma pode-se dizer que o desenvolvimento da gestão democrática na escola é
um processo longo que vem por década se rastejando. Ela é resultado de movimentos que
buscavam qualidade no ato de ensinar e de aprender. Foi aprovado por governantes que
queriam o crescimento cultural e social. Para isto a educação passa ser colocada como
meio de transforma a sociedade vista como uma forma de moldá-la de acordo com a
globalização tecnológica, visando o crescimento econômico, sócia, cultural. Sendo que a
comunidade local passa a assumir o papel de participante.
3.1.3 A gestão participativa e os mecanismos de democratização
Para a efetivação da gestão participativa, a participação da comunidade escolar e
local é de suma importância no processo participativo da instituição de ensino, sendo que
sem a atuação consciente das pessoas evolvidas não há gestão participativa na escola.
A participação, em seu sentido pleno, caracteriza-se por uma forca de atuação
consciente, pela qual os membros de uma unidade social reconhecem seu poder
de exercer influencia na determinação da dinâmica dessa unidade social, de sua
cultura e de seus resultados, poder esse resultante de sua competência e vontade
de compreender, decidir em torno de questões que lhe são afetas. [...] todas as
pessoas tem um de poder influência sobre o contexto de que faz parte,
exercendo-o, independentemente da sua consciência desse fato e da direção e
intenção de sua atividade (LUCK, et al.2005, p.18)
Teoricamente a gestão participativa é um processo contínuo, que caminha em
direção a gestão democrática, buscando concretizar os objetivos da gestão participativa.
Dentro do sistema educacional a participação de todos em prol da educação de qualidade,
significa trabalhar em coletivos, compartilhando as responsabilidades cabíveis para a
instituição escolar, seja ela municipal ou estadual. Como todo processo a gestão
participativa tem seus objetivos a fins, favorecendo o desenvolvimento da comunidade
escolar e local.
Toda a comunidade educativa na intencionalização (projetualização) da
educação. No entanto, cabe ao gestor escolar assegurar que a escola realize sua
missão: ser um local de educação, entendida como elaboração do conhecimento,
aquisição de habilidades e formação de valores. O gestor deverá animar e
articular a comunidade educativa na execução do projeto educacional,
incrementando a gestão participativa da ação pedagógico-administrativa,
conduzindo a gestão da escola em seus aspectos administrativos, econômicos,
jurídicos e sociais. O gestor é o articulados/mediador entre escola e comunidade.
Ele deve incentivar a participação, respeitando as pessoas e suas opiniões, no que
chamamos de gestão democrática. (DOS SANTOS, 2006, p.130)
De acordo com o Plano Nacional de Educação, cabe ao gestor escolar,
desenvolver normas democráticas para o ensino público, com a participação da
comunidade escolar. A descentralização de poder é o primeiro passo que o gestor deve
tomar, dividindo as decisões e as responsabilidades os demais membros da escola. Dessa
forma todos assumem a autonomia escolar, planejando e desenvolvendo o exercício da
democracia. Para tanto Luck, (2006, p.50)
A ação participativa, como prática social segundo o espírito de equipe, depende
de que seja realizada mediante a orientação por certos valores substanciais, como
ética, solidariedade, equidade e compromisso, dentre vários outros corelacionados, sem os quais a participação no contexto da educação perde seu
caráter social e pedagógico.
Dessa forma para favorecer a questão da democratização da gestão escolar foram
criados mecanismos que favorecem a participação da comunidade escolar e local. Os
mecanismos têm como função básica mobilizar e organizar os atores envolvidos como
representantes das organizações associativas da escola para juntos discutirem os interesses
e objetivos da instituição de ensino para com o processo educativo que pretendem
desenvolver durante o ano letivo. Para tanto são formas que a escola dispõe de integrar
seus segmentos no processo participativo da instituição, pois possibilitam participação,
compromisso e partilhamento de decisões, sendo, pois, o gestor (a) e o Coordenador (a)
Pedagógico (a) os elementos ativos em todas as proposições da Escola.
Estes mecanismos são assegurados no texto da legislação máxima da República
Federativa do Brasil, a Constituição Federal (CF/88) quando ela apregoa que a educação
deve ser promovida e incentivada em colaboração com a sociedade ( art.205) através do
princípio da gestão democrática do ensino público ( art.206). Assim, a Carta magna
estabeleceu constitucionalmente as diretrizes para que este modelo de gestão fosse uma das
prioridades dentro dos textos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96)
e do Plano Nacional de Educação (PNE-10.172/2001). Os mecanismos de democratização
da gestão escolar são:a)conselho escolar; b)Plano Desenvolvimento Escolar;c) Projeto
Político Pedagógico,d) Regime Escolar; e) Organizações Associativas da Escola:
De acordo com os cadernos dos conselhos escolares do PNFCEs da SEB/MEC, os
conselhos escolares são órgãos colegiados com objetivos administrativos, financeiros e,
sobretudo, político-pedagógicos, estes sustentáculos de projetos políticos pedagógicos
emancipadores.
O plano de desenvolvimento da escola – PDE trata-se do processo de planejamento
estratégico que a escola desenvolve para construção de sua identidade, definindo o que é a
escola, o que pretende fazer, aonde quer chegar, como e com quais recursos atingir os
objetivos educacionais. Foi – lançado em 1999, pelo Governo Federal como um plano
estratégico de trabalho que, define diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pela Unidade
escolar. É o processo gerencial de planejamento estratégico que a escola desenvolve para a
melhoria da qualidade de ensino.
Um outro importante mecanismo é o Projeto Político Pedagógico. Para Libâneo
(2004) o Projeto Político Pedagógico é o documento que detalha objetivos, diretrizes e
ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das
exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da
comunidade escolar. É uma síntese dos diversos interesses e tem como propósito dar um
sentido coletivo às autonomias individuais.
O Regimento Escolar também é de suma importância no processo de
democratização da escola, pois é o instrumento legal que traça as diretrizes técnicas,
administrativas, pedagógicas e disciplinares da Unidade escolar. Sob a coordenação do
Gestor escolar é elaborado com a participação do Conselho escolar, devendo ser analisado
e aprovado pelo Conselho Municipal de Educação.
Além desses mecanismos existem também o Conselho de Classe e as
Organizações Associativas dos Alunos: Conselho de Representantes de Turmas (CRT),
envolvendo os estudantes da Educação infantil ao Ciclo II e Grêmios Escolares
direcionados aos estudantes do 6º ao 9º ano de escolarização.
Essas organizações têm como função básica mobilizar e organizar os atores
envolvidos como representantes das organizações associativas da escola para discutirem
interesses coletivos a respeito do ensino e de melhoria da aprendizagem dos alunos,
contando nessa discussão com a participação de diretor, coordenador pedagógico,
professores, alunos e pais, de acordo com as diretrizes da escola.
De acordo com Luck (2006. p. 50,51) os mesmo têm tais significados, na gestão
participativa:
a) A ética é representada mediante a ação orientada pelo respeito ao ser humano, as
instituições sociais e aos elevados valores necessários ao desenvolvimento da
sociedade com qualidade de vida, que se faz traduzir nas ações de cada um.
b) A solidariedade é manifestada mediante o reconhecimento do valor inerente a cada
pessoa e o sentido de que como seres humanos nos desenvolveram em condições de
troca e reciprocidade, para cuja efetivação são necessárias redes de apoio recíproco.
c) A equidade é representada pelo reconhecimento de que pessoas e grupos em
situação diferenciadas ou desfavoráveis necessitam de atenção e condições
especiais, a fim de que possam colocar-se em paridade com seus semelhantes no
processo de desenvolvimento.
d) O compromisso se traduz na ação dos envolvidos no processo pedagógico, focada e
identificada com os seus objetivos, valores, princípios e estratégias de
desenvolvimento.
Dessa forma para que a gestão participativa seja efetivada no contexto educativo se
faz necessário também a absolvição por parte da comunidade escolar, dos valores que
orientam a ação participativa, são fatores que interferem diretamente no objetivo da gestão
participativa, como principio democrático. De acordo com Luck, (2006, p. 52,53) são:
a) Promover o desenvolvimento do ser humano como ser social (cidadão), e a
transformação da escola como unidade social dinâmica e aberta à comunidade, de
modo que a educação se transforme em um valor cultivado pela comunidade,
uma responsabilidade exclusiva de governo e a escola.
b) Desenvolver o comunitarismo e o espírito de coletividade na escola,
caracterizados pela responsabilidade social, de modo que esta se torne ambiente
de expressão de cidadania por parte de seus profissionais e de aprendizagem
social efetiva e de cidadania, por seus alunos.
Percebesse que os pontos citados pela autora nos colocam em consonância com o
significa real da gestão participativa na escola, deixando transparecer quais são seus
objetivos para com a educação oferecida, destacando assim seus valores orientadores que
devem ser pautados em alguns cuidados básicos, também explanado pela a autora.
a) Desenvolvimento de consciência dos valores educacionais assumidos pela escola;
b) Estabelecimento de um fluxo aberto de comunicação entre todos os componentes
da escola.
c) Promoção da consciência do jogo de influencias estabelecido na escola e seu
significado.
d) Ética e transparência.
A gestão participativa enquanto iniciação a democratização da gestão escolar, é um
processo que necessita de planejamento devidamente discutido e analisado, para assim
traçar a forma adequada, para que a escola e sua comunidade possam promover a
participação consciente das pessoas envolvidas. Sendo que os mesmos devem se organizar
de acordo com a legislação que ampara a efetivação da gestão escolar no sistema de
ensino. Para tanto se devem levar em conta, os fatores que favorecem o desenvolvimento
das ações participativas na realidade institucional, pois como outros processos já existentes
no sistema de ensino têm seus amparos, seus objetivos e finalidades, para que possa ser
devidamente efetivada no contexto desejado.
3.2 Caracterizando o campo e os sujeitos da pesquisa
A pesquisa foi realizada no município de Benjamin Constant, localidade essa que
buscarei apresenta nas figuras logo abaixo:
Mapa da localização do município de Benjamin Constant no Estado do Amazonas (fonte: IBGE, 2009)
A origem de Benjamin Constant esta ligada a diferentes contextos, como a política de
aldeamento, ação demarcatória dos limites do Brasil com o Peru e o extrativismo da
borracha. Na origem remota está a Aldeia do Javari, situada a margem direita do Solimões.
Da ação demarcatória da fronteira entre Brasil e Peru, realizada entre 1864 e 1874, surgiu,
em 1890, um povoado, antigo seringal, com o nome de Remates de Males. Localizado a
margem do rio Itacoai, este povoado deu origem ao Município de Benjamin Constant. O
nome da cidade, sugerido por Candido Rondon, é uma homenagem a Benjamin Constant,
um dos ativistas da República proclamada no Brasil em 1889.
Foto: Benjamin Constant Botelho Magalhães (fonte: www.wikipedia.com.br)
Com a proclamação da republica brasileira, em 1889, ocorreram maiores mudanças
político-administrativas no Brasil e conseguintemente no amazonas, que deixou de ser
província e passou a Estado.
Muitos Municípios foram criados, formando assim, o Estado do Amazonas. No alto
Solimões, foi criado o município de Benjamin Constant, em 29 de janeiro de 1898, no
governo de Fileto Pires Ferreira.
A sede desse município foi instalada no povoado de Remate de Males, na
embocadura do rio Itacoaí, afluente do rio Javari. Esses rios eram os de maior acesso ao
transporte da borracha. Remate de Males teve um rápido crescimento porque ficava
localizado em um centro seringueiro, na época em que a borracha alcançou bons preços.
Na época havia grandes quantidades de seringueiras na área do Solimões.
Com a valorização da borracha, pessoas de outras regiões e de outros países vieram
morar em remates de Males, com isso a população do município de Benjamin Constant e
de outros povoados aumentou bastante. O comércio e a economia de Remates de Males
também cresceu, assim, a 12 de outubro de 1904, esse povoado passou a condição de vila.
Remates de Males (1913) Primeiro porto de B.Constant (1940) Frente do município de B.Constant (2006)
Fonte: prefeitura municipal (ação para todos)
Entre 1904 a 1910, a vila teve o mais próspero comércio de toda região do Alto
Solimões. Em remates de Males havia vários comércios como: loas de moda, armarinhos,
joalherias, alfaiataria, açougues e pequenas barracas de madeira que a chamavam de hotéis.
No período de alagações as pessoas ficavam doentes com doenças típicas dessa região
como: malaria e hepatite. Em conseqüência dessas doenças as pessoas começaram a se
muda para o povoado chamado Esperança, localizado na foz do rio Javari, só
permaneceram em Remates de Males os funcionários públicos. Esperança foi fundada pelo
comerciante Antonio José dos Remédios, que instalou ali um estabelecimento comercial,
onde vendia mercadorias para os moradores vizinhos, e abastecia os seringueiros que
trabalhavam nos rios Itui e Javari.
Em 1876, os ingleses contrabandearam da Amazônia grande quantidade de sementes
de seringueiras, essas sementes foram levadas para a Malásia, onde foram feitas as
primeiras plantações de seringueiras fora da Amazônia. Era um plantio organizado e
planejado, por isso a produção e a comercialização da borracha nesse país, reduziu o
poderio da Amazônia em relação a esse produto. Portanto já não havia motivos para a
população de Remates de Males permanecerem ali. Como a população de Remates de
Males se transferiu para o povo de Esperança, este passou a ser a sede do município. Em
04 de janeiro de 1928, por decisão do governo do Constant que substituiu o nome de
Esperança.
Finalmente no dia 31 de marco do ano seguinte a vila de Benjamin Constant foi elevada
a categoria de cidade. Em 24 de dezembro de 1952, a cidade ganhou a sua comarca, na
qual tinha um juiz de direito representante da justiça brasileira. No decorrer do tempo o
município cresceu bastante a população aumentou e o comercio expandiu. No período de
1984, o município foi área de segurança nacional, por fazer fronteira com Peru e
Colômbia, nesse período o Brasil era governado por militares. A parti de 1985, o Brasil
passou a ser novamente governado por civis, Benjamin Constant deixou de ser área de
segurança nacional. A escolha de prefeito voltou a ser através de votos secretos populares,
ao contrario da era militante que o prefeito era escolhido através de indicação do poder
militar.
O município de Benjamin Constant limita-se da seguinte forma: ao norte com o
município de Tabatinga e República do Peru; ao nordeste com o município de São Paulo
de Olivença; no sudeste com o município de Jutaí; ao sul com o município de Ipixuna e
Eirunepé e no sudoeste, oeste e noroeste com o município de Atalaia do Norte.
Benjamin Constant possui uma área de 8.996 km de modo que está entre os menores
municípios do Estado do Amazonas. E atualmente possui uma população de 31.195,
segundo dados do IBGE, 2007, estão distribuídos entre a área urbana (sede do município) e
as 59 comunidades ribeirinhas existentes.
O município possui supermercados, pequenos comércios, restaurantes, farmácias,
danceterias, padarias, centro de informática, bares, oficinas, clinicas particulares e
instituições públicas como hospital, escolas, delegacia, igrejas, universidade federal etc.
Estas instituições na sede do município, a qual é composta por cinco bairros: Coimbra,
Bom Jardim, Centro, Colônia e Umarizal.
Foto 2 Mapa do bairro do Umarizal
Fonte: Prefeitura Municipal
A escola situa-se à rua vinte e um de Abril, s/no, Bairro Umarizal, na área urbana do
município de Benjamin Constant. Foi fundada no ano de 1977, perpassando por
modificações nos anos consecutivos. O nome da Cosme Jean foi uma homenagem a um
antigo morador do Bairro do Umarizal, um carpinteiro conhecido no Município de
Benjamin Constant.
Em 2008 a instituição de ensino foi reinaugurada com o aumento da demanda de alunos
por conta do crescimento e desenvolvimento do bairro o qual está inserida. No ano de
2009 o estabelecimento de ensino reorganiza sua estrutura física da seguinte forma: 7 salas
de aula, 1 biblioteca, 1 sala dos professores, 1 diretoria, 1 secretaria, 1 sala de apoio
pedagógico, 1 almoxarifado, 5 banheiros, 1 cozinha, 1 laboratório, 1 sala de TV, 1 pátio, 1
quadra esportiva. trata-se de uma instituição de ensino que necessita de uma melhor
organização em seu espaço físico, bem como nas salas de aulas, que não dispõe de
climatização e iluminação adequada. As escolas públicas recebem seu recurso financeiro
de acordo com a etapa de ensino oferecida pela instituição e suas necessidades que devem
ser requerido através de projetos, que venha favorecer o processo de ensino e
aprendizagem.
Órgãos
responsáveis:
FUNDEB
-
Fundo
de
manutenção
e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
Regulamentado pela Lei N. 11.494, de 20 de junho de 2007.
Com relação aos recursos humanos a escola conta com um amplo quadro funcional
constituídos por serviços gerais e merendeiras, administrativos, docentes, gestor,
coordenação pedagógica. Para atender as exigências da LDB, a secretaria de educação
municipal oportunizou aos docentes cursos de graduação. Os docentes têm formação em
nível superior REM cursos de licenciatura, predominando a formação em Pedagogia, curso
Normal Superio, Geografia e Ciências. No quadro abaixo está exposto o numero de
professores e o nível de formação.
PROFESSORES LICENCIADOS
PROFESSORES CURSANDO
LICENCIATURA
13
30
Quadro 1_ Nível de Formação dos docentes da escola
Docentes
Gestor
Apoio
pedagógico
Secretario
Auxiliares
Administrativos
Auxiliares
de
serviços
gerais
Vigia
Merendeiras
Serventes
Bibliotecários
43
01
02
01
03
02
01 06
12
03
Quadro 2 : quadro pessoal da escola
O amplo quadro de professores e demais funcionários torna-se necessário para
atender a grande demanda de alunos do ensino fundamental (anos iniciais e anos finais),
bem como a modalidade da EJA nos seus 1o e 2o segmentos do Ensino Fundamental no
turno noturno. Os alunos (crianças, adolescentes, adultos e idosos) que advém dos mais
diferentes bairros, das mais diferentes nacionalidades (peruanos e colombianos) e etnias.
São na grande maioria de famílias com baixa renda financeira, sendo filhos de agricultores,
pescadores, extrativistas, domésticas e servidores públicos. Com base nos 826 alunos
matriculados em 2008, podemos verificar o rendimento final escolar dos alunos, através do
gráfico abaixo.
aprovados
11%
aprovado com
dependência
20%
64%
3%
2%
Transferido
Evadido
Reprovado
Gráfico 1: rendimento escolar dos alunos no ano de 2008 Fontes: Escola Cosme Jean
Analisando os resultados do gráfico, podemos frisar a importância da gestão escolar
participativa, pontuando melhoria nos resultados. É reconhecendo a importância da gestão
participativa na escola que abaixo estaremos apresentando como esta se processando a
gestão da escola Cosme Jean.
3.3 Análises e discussões
3.3.1 O gestor escolar: atribuições e perfil
A gestão participativa na escola todos acabam por ganha voz ativa dentro e fora
da instituição, tornando-se representantes da escola a qual estão inseridos. Para que isso
ocorra o/a gestor/a escolar tem um papel fundamental, pois deve articular e dividir com os
demais envolvidos a responsabilidade e o poder de decisão. Para assim democratizar o
processo de ensino oferecido pela instituição a qual esteja inserido. Buscamos em virtude
da importância do (a) gestor(a) escolar verificar quais as atribuições e perfil deste
segmento ou melhor , deste profissional na escola pesquisada.
Através da aplicação da entrevista foi possível obter informações a respeito das
ações gestionárias desenvolvidas por ele na instituição. O gestor que tem formação em
nível de especialização em Gestão Educacional pela UFAM, está no cargo desde 2008. O
compromisso assumido inicialmente foi um desafio devido a falta de experiência, mesmo
sendo exercendo a profissão de docente a mais de 20 anos. Este relata o que sentiu no
inicio do seu trabalho gestionário.
Quando assumi o cargo de gestor eu estava muito cheio de preocupações queria
realizar tudo sozinho sem dividir as tarefas com os demais. Agora fiz divisões e
percebi que trabalhar em coletivo facilita e muito e os resultados aos poucos vão
surgindo. Mas isto não significa que eu não esteja coordenando tudo, muito pelo
contrário dou autonomia à pessoa mais está à parte dos acontecimentos da
escola. Aprendi a confiar nas pessoas em minha volta e tive grandes surpresas
nos resultados obtidos (falas do gestor da escola em entrevista)
Percebemos que foi percebendo que deveria trabalhar coletivamente, distribuindo
funções e dando autonomia e confiança aos demais membros da escola que pode ver seu
trabalho facilitado passando a obter maior êxito. O mesmo demonstra a importância de agir
coletivamente numa instituição de ensino.
O gestor escolar deve vê e julgar para pode agir e desenvolver a democracia
através da participação. Dessa forma o gestor deve diagnosticar as situações,
para poder agir de forma consciente no objetivo de amenizar ou solucionar as
dificuldades existentes no momento. Através do bom senso, o gestor
participativo motiva a comunidade escolar. Usando analises e exemplos, o
gestor usa a visão estratégica para promover a coletividade. As dificuldades
gestionárias estão presentes em todas as situações (práticas pedagógicas e
administrativas) (gestor da escola em entrevista)
Desde o início, devido sua formação, o gestor tinha o conhecimento que deveria
promover um trabalho em que houvesse cooperação e a participação de todos nas tomadas
de decisões e ações referentes à escola, pois ao lhe ser perguntado sobre o papel do gestor ,
este ressaltou que:
Para promover a gestão participativa, o gestor deve desenvolver no espaço
escolar atividades democráticas, planejadas conforme a necessidade do corpo
docente e comunidade escolar. A comunidade escolar é composta por todas as
pessoas que participam ativamente das atividades escolar, gestor, professores,
alunos, funcionários e os vizinhos da instituição de ensino como os pequenos
comerciantes. Dessa busca a transparência quando discute junto ao corpo
docente, as dificuldades para desenvolver as atividades no espaço escolar. Para
tanto os seguimentos da escola participam das eleições colegiadas e eventos
culturais. (gestor da escola em entrevista)
Um dos pontos positivos que se destacou durante a pesquisa, foi à forma que o
gestor tem para usar com a comunidade escolar. Quando chega à instituição ele vai a cada
segmento da escola procurando saber, se está tudo bem ou se está faltando alguma coisa.
Como exemplo, posso citar a preocupação que o mesmo tem para com a merenda escolar,
ao processo pedagógico, aos aspectos administrativos, ao IDEB da escola, dentre outros.
No entanto ressalta que são muitas atribuições do gestor escolar, pois desenvolve
múltiplas atividades. Como diz “o gestor deve ser polivalente nas atividades e decisões
que são tomadas no cotidiano escolar”.
Dentre as atribuições do gestor da escola percebeu-se através da observação e das
entrevistas que estão: monitoramento dos funcionários, através da freqüência;
acompanhar as ações administrativa; o controle do rendimento escolar; responsabilidade
para com os recursos didáticos pedagógicos, da secretaria, da limpeza, da merenda;
realização de reuniões; problemas de comportamentos e rendimento dos alunos). A
realização das atividades implica a participação dos demais membros de cada setor da
instituição e para isso é importante ter liderança. Para ele ser gestor é ser líder o que
implica em.
Não permitir o autoritarismo e sim desempenhar a autoridade, pois
autoritarismo é imposição através da repressão enquanto que a autoridade é ser
respeitado por sua ação. Dessa forma uso o diálogo para promover a liberdade
de expressão de todos, para assim obter a compreensão da realidade de ambas
as partes. (gestor em entrevista)
Podemos verificar que tanto pelas falas e pelas observações o gestor da escola é
uma pessoa ágil e dinâmica. Quando estava na escola andava por todos os segmentos da
instituição conferindo o que estava acontecendo ou faltando para o pleno funcionamento,
em seguida saia rumo a Secretaria de Educação (SEMED), para fazer solicitações juntos a
secretaria de educação, como: abastecimento de gás de cozinha, água potável e
transformador de energia, pois a instituição estava tendo problemas com o seu conduto de
eletricidade.
Para que suas atividades diárias desse certo, o gestor compartilhava o
desenvolvimento das mesmas com os demais membros da comunidade escolar. Como ele
mesmo disse aprendeu a compartilhar as responsabilidades que a instituição de ensino lhe
exige, pois assim as pessoas sentem-se comprometidas e responsáveis pelas atividades
desenvolvidas na instituição de ensino.
Além das atribuições citadas o gestor também se preocupa com os elementos que
servem de avaliação da escola como a prova Brasil, a qual é feita pelos alunos do 5º. Ano e
do 9º. A ano do Ensino Fundamental, que contribuem com o IDEB da escola. Aonde o
mesmo iria junto com a professora da turma esclarecer algumas duvidas dos alunos sobre
algumas questões da Provinha Brasil, sendo que a mesma iria acontecer nos próximos dias.
De acordo com a professora seus alunos iram ter dificuldade nas formulas matemática e na
interpretação das perguntas da prova, pois a mesma não traz em seu contexto a linguagem
simples a qual os alunos são habituados. A Provinha Brasil é um método que o sistema de
ensino utiliza para medir o grau de aprendizagem dos alunos da rede pública de ensino.
Dessa forma é o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo gestor da escola
favorece a obtenção de uma avaliação positiva por parte dos funcionários
Acredito que a gestão da escola é ótima, temos funcionários e professores
capacitados assim como nosso gestor, que desenvolve um trabalho harmonioso,
o gestor é batalhador e vem lutando pelo melhor da escola (funcionário em
entrevista)
Ou ainda,
Democracia é liberdade de escolha para melhoria de atividades, procurando
alternativas na medida do desenvolvimento de um objetivo a ser alcançados.
Dessa forma o gestor escolar tem incentivado o desenvolvimento da democracia
e incentiva a elaboração de projetos pedagógicos que envolva os aspectos
físicos, psicológico e social da instituição como todo (projeto interdisciplinar).
(professora da escola em entrevista)
Frente ao exposto devemos ressaltar que o gestor da escola, mesmo defendendo
uma postura democrática teve seu cargo obtido através da indicação do prefeito do
município de Benjamin Constant, fator esse que se contrapõem com o objetivo da gestão
democrática, onde a gestão escolar deve ser desenvolvida por um profissional da educação
que seja eleito pela comunidade ou população, através do voto secreto. Isto implica
diretamente em uma nova visão de gestão escolar, onde a mesma deixa de ser um cargo de
confiança do poder executivo e assume a autonomia junto com a comunidade escolar.
3.3.2 A comunidade escolar: composição e papel frente à gestão .
A comunidade escolar é de suma importância no desenvolvimento da gestão
participativa na escola, sendo que a mesma é formada pelos seguintes membros: gestor,
professores, alunos, funcionários. Através da participação a instituição de ensino
desenvolve ações capazes de promover a autonomia escolar.
De acordo com a comunidade escolar, a gestão da instituição de ensino não se
diferencia muito da gestão existentes em outras escolas do município de Benjamin
Constant. Quando vai acontecer um evento promovido pela escola, a comunidade se
prontifica em ajudar, colabora para que todos promovam o sucesso da instituição de
ensino, que interage com a comunidade externa, sendo que a mesmo acolhe as pessoas da
comunidade a qual está inserida.
Cada segmento da comunidade tem um papel na instituição, mas todos devem
contribuir com o processo de gestão escolar. Através das entrevistas podemos colher as
falas de cada um sobre o que considerava ser seu papel e o que vinha fazendo para
contribuir com a gestão escolar. O que cada segmento considera ser o seu papel frente á
gestão está apresentados abaixo:
a) Os/as professores/as
O corpo docente da escola é formado por professores com formação em nível
superior, onde a formação em pedagogia se destaca entre os mesmos. Dessa forma são
pessoas dotadas de conhecimento para contribuir ativamente no processo de ensino e
aprendizagem da instituição. No entanto, o que prevaleceu na pesquisa realizada foi que os
(as) professores (as) com mais experiências tinham segurança ao falar sobre o processo de
ensino da escola e qual é o seu papel perante o ensino, enquanto que os (as) novatos (as)
semi-formados (as) ficavam receosos para se expressar sobre o mesmo assunto. Dessa
forma os sujeitos da pesquisa retratam que:
Como educadora vejo o meu papel é o de ensinar para transformar, pois só há
aprendizagem quando há mudança de atitude no educando, transformando-o em
cidadão apto a enfrentar e solucionar problemas de sua vida. Para tanto somos
agentes transformadores de uma sociedade. (falas da professora durante a
entrevista)
Portanto, a professora reconhece que sua prática educativa tem o objetivo de formar
indivíduos críticos, hábitos para viver na sociedade a qual estiver inserido. E que para isso
o planejamento é de suma importância, por isso buscam desenvolver atividades de acordo
com a realidade de aprendizagem de cada turma, podendo assim ser adaptada para superar
a dificuldade individual do aluno.
No planejamento os professores expõem as dificuldades, e juntos procuram planejar
a realização de atividades que promova a superação. Após a sistematização e diagnóstico
da dificuldade, os professores formam grupos de acordo com a série que trabalha para
juntos planejarem as atividades de acordo com a sua turma.
Como o planejamento escolar é desenvolvido em cada um dos turnos, a relação
entre os professores é de companheirismos. Onde juntos planejam e desenvolver suas
práticas pedagógicas. Juntos buscam a melhor forma para promover a aprendizagem dos
alunos e a melhoria da escola. De acordo com a pesquisa, os professores contribuem com a
gestão escoar, quando assumem seu papel de educador, assumindo seu compromisso para
com a escola e seus alunos. Se o educador cumpre com as suas funções, é uma
preocupação amena nas atividades diárias, da mesma forma o gestor pode empregar o
tempo disponível em outra situação de necessidade. Para tanto os mesmo retratam qual o
seu papel frente à gestão da escola:
Entre os participantes ativos o docente assume papel semelhante aos demais
membros envolvidos, ele deve participar de todos os planejamentos
pedagógicos, zelando o tempo inteiro pela qualidade da aprendizagem oferecida
aos educandos, desenvolvendo estratégias de motivação para o aluno
desmotivado a participar das atividades escolares. Para tanto o professor
comprometido com a educação, deve participar integralmente de todas as
atividades escolares, proporcionando juntamente com a escola a participação
dos pais nas ações estudantis dos filhos (professora da escola durante a
entrevista)
b) apoio pedagógico
O apoio pedagógico da escola atua como professora há quase 20 anos e é formada
pelo PROFORMAR/UEA- curso Normal Superior. É uma profissional que trabalha
auxiliando a gestão escolar e professores que por sua fez direciona as atividades
pedagógicas para o desenvolvimento pleno do educando.
Ainda com relação ao planejamento, torna-se necessário ressaltar que este é
desenvolvido com o suporte técnico da coordenação pedagógica da escola. De acordo com
a pesquisa o planejamento escolar é realizado quinzenalmente, onde o corpo docente se
reúne de acordo com o turno em que trabalhar. Para tanto a gestor e o apoio pedagógico da
instituição se fazem presente na reunião de cada turno.
O planejamento escolar é organizado por série sendo trabalhado
quinzenalmente através do plano de curso, o plano de aula é flexível dependendo
da necessidade.( apoio pedagógico da escola em entrevista)
Para tanto os professores se reúnem em cada 15 dias para desenvolver o
planejamento, são devidamente orientados por um coordenador pedagógico. Alem do
planejamento escolar a coordenadora também retrata os projetos desenvolvidos na
instituição. [...] há participação do planejamento e também na elaboração de projetos
didático-pedagógicos que buscam fortalecer os vínculos entre todos os segmentos da
comunidade escolar e local, um exemplo o projeto: Recreio Educativo. Este projeto teve o
objetivo de chama à comunidade externa para a escola, sendo que os responsáveis pelos
alunos se envolvem, na confecção das fantasias e matérias para as apresentações.
Foto de algumas das atividades do projeto Recreio Educativo (Fonte: estagiária Maria Antonia
Ferreira da Silva)
Sua culminância foi realizada na quadra de esporte onde as crianças desenvolveram
dramatizações com musicas e danças.
Para isso a coordenadora ressalta a importância da colaboração do gestor da escola.
A coordenação e o gestor da escola trabalham de forma harmoniosa as
questões e as sugestões são repassadas sempre de forma coerente.
Relacionando as informações coletadas com os membros da comunidade
escolar, fica bem claro que o pouco que a escola já conseguiu desenvolver, foi
realizado com a participação de todos, fato esse ter dado certo em todas as
atividades. (apoio pedagógico da escola em entrevista)
A fala da coordenadora pode ser comprovada em algumas reuniões do Conselho
Escolar, onde tive a oportunidade de participar ativamente, dando opinião a respeito da
temática em pauta. Para tanto a coordenadora pedagógica busca auxiliar o gestor e sua
ações em tudo que está em seu alcance, um exemplo disto e que em algumas vezes no
caminho para a escola surgia algum problema com o gestor que iria implicar que ele
chega-se na reunião na hora prevista, ele ligava para a coordenadora pedagógica para ela
iniciar a reunião enquanto ele chegava, sendo que os mesmo são membros interinos do
Conselho Escolar e demais órgãos colegiados da escola. Sendo assim a coordenadora
pedagógica da escola Cosme Jean assume um papel de colaboradora permanente das ações
gestionárias, sendo que os mesmos trabalham em parceria no objetivo de juntos com os
demais membros da comunidade escolar e local alcançar o ensino de qualidade.
O papel que o gestor e a coordenadora pedagógica desempenham é de grande
importância no cotidiano escolar, no entanto a falta de diretrizes que norteiam o seu fazer
profissional e que dêem clareza na definição de suas funções acabava levando-os a
desenvolverem atividades múltiplas e fragmentadas no âmbito da escola, pois a
coordenadora também executava atividades administrativas, na ausência do gestor e o
gestor atividades pedagógicas que condiziam à tarefa da coordenação como a questão dos
projetos pedagógicos.
c) Os/as alunos (as)
Os alunos são de suma importância na gestão escolar, sem aluno não há escola e não
tem gestão. Isto foi constado durante a pesquisa e o estágio, quando ficavam-mos em sala
de aula e tomamos conhecimento sobre a vida de alguns alunos, bem como: quando um
problema familiar interfere no rendimento escolar do educando. Quando isto acontece o
educador procura os pais, para saber do acontecido, de acordo com o problema encontrado,
o gestor interferi junto com o apoio do conselho escolar. Dessa forma o educando, assume
o foco maior da instituição, perpassando pelas verbas governamentais e ao objetivo do
ensino que lhe é passado enquanto aprendiz.
A avaliação do aluno está no campo do bom relacionamento o que também é
importante para o desenvolvimento de um trabalho coletivo
Estou muito satisfeita com a escola em que estudo, dá para ver que a escola é
limpa e organizada. Nós como alunos buscamos nos relacionar bem, um
ajudando o outro. Tenho uma boa relação com o gestor da escola e com os
demais funcionários, porque a escola é a preparação do futuro das pessoas.
(aluna durante a entrevista)
Ou ainda,
Gosto de está nesta escola, ela sempre está limpa e é organizada. Tenho uma
relação boa com os meus amigos, pois procuramos nos ajudar sempre. Com a
minha professora eu me relaciono bem, ela é educativa e muito legal, também
me relaciono muito bem com o gestor e os funcionários. (aluno durante a
entrevista)
Mas percebeu-se que o nível de participação dos alunos ainda é muito pequeno,
mais isso se deve a necessidade de incentivar os alunos à participação, mas aos poucos
estão se envolvendo nas atividades escolares como: datas comemorativas, projetos
pedagógicos, arraial e amostra escolar.
d ) A família
No início da pesquisa não foi possível, observar a participação dos pais nas ações
gestionárias, mas no decorrer do estudo em campo, a participação dos pais foi surgindo em
algumas situações, bem como: no conselho escolar, os pais estão presentes, através de seus
representantes inseridos no conselho escolar; quando o aluno some da escola, a professora
vai até os pais e através do dialogo o mesmo é convencido a procurar o gestor para juntos
encontrarem uma forma para que o aluno retorne para a escola.
Opinião de uma mãe de um aluno sobre a escola:
Meu filho está indo bem nos estudos, a escola é boa, pois tem comida para ele
comer, em vez de está na rua esta na escola. (mãe em entrevista com a
acadêmica)
Para explicitar a relação que a família tem com a escola, é cabível usar a o que diz
uma mãe, a respeito da escola:
Meu relacionamento com a escola é muito boa, porque eu participo das
reuniões na escola e procuro saber como vai os meus filhos na escola. Estou
satisfeita com a educação oferecida pela escola. Eu acho que a escola é muito
boa. Só sugiro que a escola tenha um auditório para as crianças brincarem.
Acredito que a educação está bem. (mãe durante a entrevista com a acadêmica)
Já com relação ao papel da educação ela falou o seguinte: Coloquem o que
quiserem, pois eu não sei responder. Esse foi um dos momentos que nos levou a reflexão,
sobre o papel da escola no meio social. Se os pais são ``ignorantes`` por falta de estudo,
como podem ajudar a escola a trabalhar com seus filhos. Mesmo assim a participação dos
pais vem crescendo gradativamente na escola.
Os pais têm contribuído bastante neste processo, pois estão acompanhamento as
atividades diárias dos educandos. (professora em entrevista com a acadêmica)
De acordo com a mãe, a escola é boa tem merenda escolar para seu filho comer.
Partindo dessa colocação, percebeu-se que nas entrevistas com os pais a escola é como a
casa do aluno, onde se ele tem o que comer está tudo bem. Isto também serve para
comprovar que pesquisas já realizada apontam que a merenda escolar serve de motivação
para que a criança não falte às aulas. Para a família enquanto o filho está na escola, podem
trabalhar na agricultura, pesca ou atividades domésticas, trabalhos mais comuns na
comunidade onde a escola está inserida. Dessa forma, a escola assume uma relação de
parceria com a família dos alunos.
De acordo com alguns professores quando a escola tem algo para apresentar, os pais
são convidados a comparecer e participar do evento. E quando um aluno se afasta da escola
por mais de uma semana, o professor da turma a qual pertence vai até a casa do aluno e
convence na maioria das vezes a voltarem para a sala de aula. Tem casos em que os alunos
maiores pedem permissão do gestor da escola para se ausentarem por 15 dias, pois tem que
acompanharem seus pais na pescaria, função esta exercida pela maioria dos chefes de
família da comunidade onde a escola está inserida. Isto é freqüente no turno noturno, na
modalidade EJA.
e) Os demais funcionários
Na entrevista com os funcionários, verificamos nas falas que a escola é um espaço
de trabalho, mas também de laços afetivos que tornam o ambiente mais agradável:
Do trabalho que realizo, procuro fazer o melhor. Pois me sento motivada
diariamente através da relação amigável que estabeleci com os demais,
trabalhamos em equipe sem si importar com a função que devo assumir. Não
escondo que a jornada de trabalho é cansativa, em função de que o mesmo exige
esforço físico. (funcionário dos serviços gerais durante a entrevista)
Para minha pessoa, a escola está sendo um dos melhores locais de trabalho. A
criança quando ela nos obedece, é claro que vale a pena, sempre dar uma forca,
ajudando no que for preciso. Minha relação com os demais é de pura amizade e
carinho, por que eu sempre preciso e posso contar com elas (gestor, professor,
alunos e demais funcionários). Busco sempre que posso contribuir mais com a
escol. Nosso trabalho é desenvolvido na mais pura harmonia; sempre todos
estão sorrindo, brincando sem nunca faltar com o respeito com as pessoas da
escola e com os pais. (funcionário durante a entrevista)
Podemos verificar nas falas que há uma relação de amizade, mas também de
profissionalismo entre os funcionários e isso os leva a ter uma avaliação positiva da escola
e do trabalho que realizam. Ao lhe ser perguntado como contribuem na gestão estes
ressaltam que:
Os funcionários participam da gestão escolar, dando idéias ao gestor,
cumprindo os afazeres e o horário de trabalho, sempre deixando as dificuldades
particulares de lado, procurando sempre fazendo o melhor para a escola, os
alunos, professores e colegas de trabalho. Dessa forma nos relacionamos na
mais simplicidade possível. Pois os pais é quem vai nos avaliar lá fora da
escola. Quando você está caminhando é de repente você é surpreendido por um
aluno com um bom dia, abraços, sorrisos para mim isso é muito importante.
(funcionário)
Para melhor compreensão, vamos destacar no quadro abaixo, de que forma os
membros dos segmentos desenvolvem o exercício da participação em colaboração com a
gestão escolar.
Segmento da Comunidade
Forma de Participação na Gestão Escolar
Escolar
Gestor
A gestão escolar divide com os demais, as funções e
responsabilidades, dando-lhe poder de voz e decisões
Coordenação pedagógica
Trabalha em participação com a gestão escolar, são
duas funções paralelas e complementares
Docentes
Os professores dizem ser transformadores da realidade
social, por isso participam de todos os planejamentos e
execução das atividades.
Discentes
Os alunos assumem o papel de objetivo maior da
escola, onde a qualidade do seu aprendizado perpassa
por todos os segmentos da instituição de ensino. Sua
participação é pequena , mas contribuem na realização
dos projetos
Funcionários
Participam da gestão escolar, assumindo sua função,
com compromisso e responsabilidades, buscando
ajudar o gestor e demais sempre que for solicitado e na
elaboração e execução dos projetos
Família
Os pais participam da gestão escolar quando auxilia no
aprendizado
frequentemente
de
na
seu
filho,
escola
e
comparecendo
participando
dos
mecanismos de democratização.
Quadro 3: formas que a comunidade escolar participa da gestão escolar
Vale ressaltar que os membros da comunidade estão inseridos nos órgãos colegiados,
sendo que os mesmo têm poder de decisão junto à gestão escolar. Para tanto, participam de
reuniões que determinam finalidades para o processo de ensino-aprendizagem da
instituição.
3.3.3 Os mecanismos de democratização da escola.
A atual luta pela efetivação da gestão democrática nas escolas públicas levou a
escola a criar, implementar e fortalecer
mecanismos que propiciassem a tomada de
decisões e a realização de ações coletivas em que se visse garantido o respeito, a
autonomia, as peculiaridades locais e a participação de todos. Desta forma, o atendimento
ao que determina as legislações educacionais, bem como a necessidade de se exercitar a
democracia participativa no âmbito das instituições de ensino. A escola vem
implementando alguns desses mecanismos, o conselho escolar, o projeto político
pedagógico, o regime escolar e APMC.
a) O Conselho escolar
O Conselho Escolar foi criado no ano de 2009, através do suporte da UFAM, que
orientou todo o processo da criação, regulamentação, capacitação dos conselhos. O
conselho é composto pelo gestor, professores, funcionários, alunos e pais. São pessoas
convidadas para participarem de apresentações de trabalhos escolares, reuniões bimestrais
e das datas comemorativas, estando presentes em todos ao planejamento e execução das
atividades desenvolvidas pela a escola. Segundo o gestor da escola, o conselho veio para
auxiliar e contribuir na gestão e na melhoria dos resultados das ações gestionárias.
Durante o período da pesquisa, a comunidade escolar estava muito agitada, pois o
conselho escolar estava na fase final de aprovação, sendo que participamos de todo o
processo de implementação. Vale ressaltar que a construção do regime interno do conselho
escola, conta com a participação da UFAM, através de algumas professoras que auxiliavam
dando orientações sobre a forma correta de atuação do conselho escolar.
A efetivação do conselho escolar é de suma importância para a escola, pois o
mesmo está organizando a documentação da instituição bem como elaboração do PPP.
(projeto político pedagógico). O conselho é composto por pais, funcionários da escola,
professores e alunos. São pessoas convidadas para participar de apresentações de trabalhos
escolares, de reuniões bimestrais e das datas comemorativas, estão presentes em todas as
atividades desenvolvidas pela escola.
b) Projeto político pedagógico
Na escola após a criação do Conselho Escolar, foi também iniciado o
planejamento e execução do projeto político pedagógico da escola, documento de suma
importância no desenvolvimento do ensino oferecido pela a escola (cartão postal), onde a
instituição expressa seu objetivo e os procedimentos a serem desenvolvidos para que a
escola e sua comunidade alcance o objetivo determinado.
A escola tinha um projeto que havia sido desenvolvido por uma única pessoa em
um momento de necessidade (rascunho), mas que o mesmo estava passando por reparações
e correções para ser devidamente classificado como projeto desenvolvido pela a escola e
seus membros (estava em andamento).
O projeto político pedagógico da escola estava em processo de elaboração. De
acordo com realidade encontrada na instituição durante a pesquisa, um ponto negativo que
se destacou foi à ausência do projeto político pedagógico da escola, sendo que o mesmo se
desenvolve junto com a instituição, e como não existia é como se a escola não tivesse sua
identidade.
Dessa forma, foi com a implantação do Conselho Escolar, que o projeto político
pedagógico da instituição ganhou um enfoque maior para ser devidamente organizado e
colocado em prática no cotidiano escolar. O gestor procura justificar a inexistência do PPP.
Como a escola havia sido totalmente paralisada e a elaboração do P.P.P. foi um
dos fatores que foi prejudicado, mas com implantação do conselho escolar o
Projeto Político Pedagógica está sendo elaborado, para isto é necessário
concluir os documentos da escola, como histórico e os projetos pedagógicos.
(gestor da escola)
Já a coordenadora pedagógica pontua o seguinte sobre algumas situações
existentes na instituição onde trabalha:
O projeto político pedagógico da escola está em fase de construção, mas isto
não significa que não sejam usadas regras, deveres, direitos e outros pontos
impostos no projeto, às escolas funcionam de acordo com a realidade do
aluno (apoio pedagógico da escola).
c) Associação de Pais Mestres e Comunitários- APMC:
A escola tem este mecanismo de democratização que trabalha buscando atender,
dar suporte para a instituição e sua comunidade escolar contribuindo na compra de
matérias que trazem melhorias para todos que convivem na escola, através dos recursos do
PDDE- Programa Dinheiro Direto na Escola 2,
Os APMCs são responsáveis pela definição da forma de utilização dos recursos
que dever se, em conformidade com as decisões da comunidade. Devem está atentos aquilo
que pode e o que não pode ser gasto os recursos, assim como a prestação de contas.
2
Este foi criado em 1995 sob coordenação do FNDE, é um programa que repassa para a escola um
complemento. A partir de 2009 abrange toda a Ed. Básica. (Ed. Especial). As escolas com mais de 50 alunos
devem instituir as APMCs.
Sendo que a mesma deve ser composta por membros da comunidade que
assuma o compromisso de supervisionar os gastos da instituição de ensino, dessa forma
serão responsáveis por presta conta, sobre o destino do dinheiro investido durante o ano
letivo.
Na instituição, a APMC é composta pelo gestor, professores, funcionários,
alunos e pais que fazem parte da comunidade local. Os componentes realizam reuniões
onde fizeram aquisição de recursos para a escola, pois é os recursos que dão mais
autonomia a escola, claro que dentro do que se determina, mas sem precisar da autorização
da SEMED.
d) Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE)
Processo de planejamento estratégico que a escola desenvolve para construção de
sua identidade, definindo o que é a escola, o que pretende fazer, aonde quer chegar, como e
com quais recursos atingir os objetivos educacionais. Através do PDE da escola, o gestor e
seus colaboradores desenvolvem atividades que possa promover recurso para instituição,
sendo que as atividades promovidas pela escola durante o ano letivo são planejadas e
desenvolvidas de acordo com o recurso que a mesma dispõe no momento.
O PDE também é o instrumento que credencia todas as demandas da escola
referentes à sua gestão pedagógica, aos seus recursos humanos, à sua infra-estrutura e aos
seus recursos materiais. Define a situação em que a escola deseja estar ao final de cinco
anos, em termos de eficiência e rendimento dos alunos, do processo de ensinoaprendizagem a ser utilizado, das melhorias a serem introduzidas na infra-estrutura, dos
serviços de apoio aos alunos, e dos processos administrativos e financeiros.3 No ano de
2008, a escola teve que organizar seu primeiro PDE, para isto fizeram reuniões onde se
estabeleceram as necessidades físicas e pedagógicas da escola.
e) Regimento Escolar
É o instrumento legal que traça as diretrizes técnicas, administrativas, pedagógicas
e disciplinares da Unidade escolar. Sob a coordenação do Gestor escolar é elaborado com a
3
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=282, visitado em 25/11/2010.
participação do Conselho escolar, devendo ser analisado e aprovado pelo Conselho
Municipal de educação.
Segundo a presidenta do conselho escolar da escola (professora Gilmara Ipuchima)
o Regimento escolar é um documento legal de existência obrigatória na unidade escolar. É
amparado legalmente pela constituição de 1988, pela LDB e pelo estatuto do servidor
público. Tem por objetivo regulamentar os seguimentos internos da instituição escolar.
O Conselho escolar escola estava estruturando o regimento interno, estavam
colocando em pauta o objetivo da instituição e quais seriam os procedimentos adotados
para que a escola alcance o que foi almejado.
3.3.4 Os entraves e as possibilidades da gestão participativa na escola
Nas análises percebesse que no momento em que a pesquisa foi desenvolvida, a
gestão escolar da instituição, estava passando pelo processo de adaptação, (nova gestão,
novo corpo docente, novos funcionários e alunos também recém chegados). Isto pode ser
visto por dois olhares, um mostra que tanto a instituição quanto seu gestor estava buscando
um caminho a seguir, onde o único indicador de percurso é a SEMED. No outro olhar
encontramos a força de vontade do gestor e da comunidade escolar, que assume que a
situação da instituição que não é uma das melhores, mas que almeja mudar a realidade a
qual se encontravam.
Vale destacar que através da pesquisa realizada no ano de 2009, tornou-se notório
que a realidade do campo estava mudando realmente para melhor, mostrando-nos que o
trabalho da escola foi se ampliando e se modificando com o tempo. Ao iniciar a pesquisa
na instituição, as ações gestionárias estavam centralizadas no gestor, tudo que tinha para
acontecer, só era desenvolvida perante o gestor, e posteriormente o poder de decisão foi
ficando descentralizado, sendo que se o gestor não estava presente na instituição, o apoio
pedagógico ou outro funcionário como secretaria tinham o poder de decisão mediante a
situação, ou então do contrário comunicavam o gestor por telefone e juntos decidiam.
Quando perguntamos sobre as dificuldades enfrentadas pela gestão escolar
podemos verificar que as que mais se destacam estão relacionadas à questão da estrutura
física da escola:
A escola foi reinaugurada no dia 14 de março de 2008. Então como seu
funcionamento ainda está recente as maiores dificuldades, ainda não foram
superadas. Mas isto não significa que não estão sendo providenciadas,
muito pelo contrário existem projetos de melhorias que já foram
sistematizados com as políticas públicas responsáveis. As maiores
dificuldades enfrentadas pela gestão escolar estão na estrutura física do
prédio onde funciona a escola, no setor administrativo da escola, no apoio
pedagógico, na falta de cobertura na entrada da escola, ampliação da
biblioteca, falta de laboratório de tecnologia e cientifico, a ausência de um
transformador de energia elétrica, água encanada, professores de apoio, as
repartições da escola, a climatização. (gestor escolar)
Avaliando a escola, vejo que falta um refeitório e um pátio com cobertura. E
para mim a educação é a melhor parte do futuro da pessoa. (aluna da
escola pesquisada)
Como membro da comunidade escolar, eu avalio o desenvolvimento da
gestão escolar como média, pois a mesma aos poucos tende a melhorar. E é
pensando em melhorias que eu sugiro a construção de um refeitório, de uma
área de lazer e a cobertura na entrada da escolar, pensando na exposição
dos alunos ao sol e a chuva (professora em entrevista)
A estrutura física da instituição pesquisada foi um ponto bastante citado nas
entrevistas, pois a escola não está devidamente adequada para receber e promover a
permanência dos seus educandos. Pois a mesma não dispõe de uma cobertura na entrada
para que os alunos ou visitantes possam aguardar à hora de funcionamento escolar;
também não estava devidamente climatizada, as salas de aula ficavam bastante quente no
horário de aula, fator esse que promovia constante agitação dos alunos; a organização dos
espaços da escola também não estão inadequados.
É compreensível que a gestão escolar por si só não tem condições para mudar a
realidade da instituição e sua comunidade, sendo que a mesma depende da condição
financeira e material que os governantes lhe propiciam mensalmente, e da participação de
todos, sendo que a gestão escolar pública ou privada depende diretamente de condições
adequadas para que se promovam modificações desejadas tanto no aprendizado quanto na
instituição em geral.
Para que a gestão participativa se efetive no campo onde foi desenvolvida a
pesquisa e o estágio em gestão, o impasse da estrutura física da instituição implica
diretamente nos resultados da participação, sendo que a estrutura não promove condições
necessárias para que todos possam participar ativamente das reuniões e planejamento,
impossibilitando que a escola promova grandes eventos culturais e sociais. Em entrevista
uma professora diz que as reuniões por serem realizadas por turno acaba limitando o
contato com as pessoas que trabalham em turno diferente, sendo que os mesmos não
podem trocar suas experiências de dificuldades e superações presenciadas no seu turno de
trabalho.
A escola dispõe de um calendário onde estão expostas as datas onde iram ser
desenvolvida reuniões do conselho escolar, AMPC e regimento interno da escola. Para
tanto cada membro da comunidade escolar recebe este calendário para se fazer presentes
nas reuniões da instituição. Quando um membro deixa participar de uma dessas reuniões é
um ponto a menos para a gestão participativa, sendo que a participação de um membro
implica na decisão tomada na sua ausência. Ao participar de algumas reuniões os
representantes de pais e alunos, tinham receio em fazer colocações, mas com muito
incentivo do gestor e professores os mesmo acabavam por contribuir.
Na escola um ponto que pode ser observado e classificado como positivo para a
efetivação da gestão participativa na escola, foi à auto-estima que a instituição como um
todo passou a assumir depois da implantação dos seus órgãos colegiados. A alegria de
serem membros de cada órgão colegiados estava exposta no rosto de cada um dos
participantes. Durante a pesquisa, em uma reunião uma professora que era presidente do
Conselho Escolar, deixou os acadêmicos surpresos com o tanto de informação que ela
transparecia ter a respeito do processo de democratização da gestão escolar e seus
segmentos. Conhecia as leis e teorias que davam maior suporte na implementação de
democratização. Por tanto a força de vontade das pessoas envolvidas diretamente com a
escola é um fator que incentiva a gestão participativa na instituição pesquisada.
Essa autoestima vem se ampliando com o compromisso destes profissionais para
com a melhoria da qualidade de ensino que vem se refletindo na melhoria do índice do
IDEB4 da escola que conforme o quadro abaixo teve em 2007 o índice de 2,9 e que no ano
de 2009 apresentou um dos maiores das escolas municipais juntamente com a escola Olavo
Bilac que foi de 3, 5 superando as metas projetadas
4
SAEB\IDEB - avaliação institucional: São órgãos responsáveis pelo Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica – um indicador de qualidade que reúne as taxas de aprovação escolar, reprovação,
abandono e os resultados da Prova Brasil – nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, no final do 5º
e 9º ano (5ª e 8ª série) do ensino fundamental. Este indicador varia de 0 a 10 pontos. A partir das informações
coletadas, o MEC e as Secretarias Estaduais e Municipais podem definir ações voltadas para a correção de
distorções e O apoio pedagógico auxilia a ações gestionárias, pedagógico e administrativo para as debilidades
identificadas, a fim de direcionar seus recursos técnicos e financeiros para áreas prioritárias.
IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para Escola Municipal
Francisco Chagas de Almeida (Cosme Jean)
IDEB Observado
Metas Projetadas
Ensino
Fundame
ntal
2005
2007
2007
2009
2011
2013
2015
2017
2019
2021
Anos
Iniciais
2,5
2,9
2,5
2,9
3,2
3,5
3,8
4,1
4,4
4,7
Anos
Finais
-
1,2
-
1,8
2,3
2,9
3,4
3,7
4,0
4,2
Fonte: IBEB
Dessa forma é notório que a escola Cosme Jean vem crescendo seu índice de
desenvolvimento a cada avaliação realizada na instituição (SAEB\IDEB) e para a
comunidade escolar é em virtude da participação de todos na tomada de decisões e nas
ações da escola
CONSIDERAÇÕES FINAIS: TRÊS REALIDADES E UMA COMPREENSÃO
O trabalho de conclusão é resultante de um estudo planejado para quatro anos e
meio, sendo que o mesmo traz em seu contexto sistemático, informações sobre elaboração
e execução de projetos que nos colocaram em contato com a realidade da educação escolar
existente no município de Benjamin Constant, através da prática da pesquisa pedagógica e
estagio supervisionado. Enfoques esses de suma importância para minha formação
enquanto pedagoga e nas futuras atividades que eu venha desenvolver enquanto
profissional qualificada pelo Instituto Natureza e Cultura (INC).
Das práticas da pesquisa pedagógica e do estágio supervisionado, ficaram os
embasamentos teóricos, os planejamentos, os métodos e execução de atividades que podem
interferir diretamente no processo ensino aprendizagem dos campos estudados. E dessas
experiências o que ficou?
a) Na gestão podemos contribuir dando opiniões fundamentadas no planejamento e
desenvolvimento dos órgãos colegiados. Dessa forma as ações gestionárias foram
ganhando autonomia através da participação da comunidade escolar, local e
colaboradores (pedagogos da UFAM).
b) Na educação infantil, fica a sensibilização a respeito das atividades e metodologias
que podem ser trabalhadas na realidade infantil. Para tanto seguindo o referencial
teórico que embasa esta etapa de ensino, podemos planejar atividades com
metodologias que promovam o desenvolvimento global do ser infantil.
c) Para os anos iniciais as teorias de bases se contrapõem com a realidade encontrada
na escola, sendo que nesta etapa o ensino escolar não vem atendendo o objetivo a
ser alcançado com o planejamento e a metodologia para esta etapa de ensino. Dessa
forma a aprendizagem que ficou nos leva a pensar que podemos sugerir que as
atividades devem partir da realidade de sala de aula, sendo que a mesma tem
crianças de várias idades e com grau de conhecimento escolar, diferenciado.
Em suma os estágios na educação do município de Benjamin Constant,
proporcionaram-nos um aprendizado sistematizado, tridimensionalmente composto por
realidades diferenciadas e suas particularidades. Uma vez que cada campo teve um
enfoque central, que nos limitava acompanhar pequenas amostras, que aos poucos se
interligava com os demais envolvidos. Dessa forma os estágios realizados alcançaram o
que foi justificado no início da elaboração do projeto, nos colocou em realidades onde
através da observação participante, entrevista semiestruturada e regência tiveram um
contato significativo para o conhecimento pedagógico, pois os mesmos nos
proporcionaram conhecer a realidade do campo, suas prática-metodológicas, seus
desafios diários, as superações e o que ainda falta conquistar.
Do projeto desenvolvido na gestão escolar, com a proposta participativa, fica
reflexões que envolvem o um ciclo onde todos são iguais perante as Legislações, mas
algo os impedem de atuar ativamente na sua realidade. Dessa forma cabe-nos acreditar
que aos poucos a participação como exercício democrático seja efetivada
permanentemente nas escolas benjaminenses, sendo que basta o primeiro passo para a
caminhada prosseguir, e pelo que foi observado e analisado podemos dizer com
segurança que o campo onde o estudo foi realizado que a participação está
proporcionando bons resultados para a instituição, comunidade escolar e local. Vale
ressaltar que a participação das pessoas na instituição pesquisada é motivação e
orgulho para o gestor e comunidade, sendo que algumas reuniões são realizadas na
frente da escola, onde a comunidade local está representada por pais e alunos inseridos
nos órgãos escolares.
Diante da amplitude que cabe a este trabalho, cabe-nos deixar soltos alguns
pontos reflexivos, permeando o processo de ensino e aprendizagem do município de
Benjamin Constant, bem com:
a) Será que este processo de participação, pode futuramente transformar a realidade da
escola para melhor?
b) Uma escola com princípio democrático pode promover mudanças no sistema de
ensino da nossa região?
c) Quem ganha quando a escola trabalhar com a participação da comunidade e
colaboradores?
d) O aprendizado dos nossos filhos vai ser de qualidade?
e) Que papel como cidadãos devemos assumir, para com a escola?
f) Será que a gestão democrática pode muda a realidade social do município?
g) Os futuros pedagogos formados pela UFAM, vão contribuir para que a realidade da
sociedade benjaminense torne-se democrática?
Finalizamos este trabalho deixando perguntas soltas, que cabe a cada um de nós
procurar-mos respostas, pois são colocações que só podem ter respostas no futuro, onde
neste mesmo futuro podemos ter contribuído positivamente na efetivação da educação de
qualidade. Sendo que quem sabe o que é o melhor para nós, somos, nós mesmos, não
devendo transferir para o outro o que podemos fazer. Vamos construir um pouco por de
dia, porque o processo de implantação da democracia é todos construindo um mundo
melhor, através do exercício da democracia a participação.
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www. Ginux.ufla.br/ kacilene/ Piaget.html
ANEXOS
ROTEIRO DA REGÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
1° MOMENTO: (cantar músicas variadas)
Boa tarde
Boa tarde coleguinha como vai, como vai
A nossa amizade cresce mais, cresce mais
Faremos o possível para sermos bons amigos
Boa tarde coleguinha, como vai como vai.
Boa tarde professora como vai, como vai
A nossa amizade cresce mais, cresce mais
Faremos o possível para sermos bons amigos
Boa tarde professora, como vai como vai.
CIRANDA
Ciranda cirandinha vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste, era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou.
ATIREI O PAU NO GATO
Atirei o pau no gato to, to
Mais o gato to, to
Não morreu réu, réu
Dona Chica cá, cá
De mirou se, se
Do mirro, do mirro
Que o gato deu.
Não atire o pau no gato to, to
Porque isso so, so
Não se faz, faz , faz
O gatinho nho, nho
É nosso amigo go, GO
Não devemos, maltratar os animais.
2° MOMENTO: (trabalhar o mural de regras, classificar objetos da sala de aula, e entregar
os crachás aos alunos).
2.1 Vamos apresentar as criancas à importância de usar no dia-a-dia algumas palavras de
boa convivência.
BOA TARDE
POR FAVOR
OBRIGADO
COM LICENÇA
DESCULPA
2.2 Localizarmos alguns objetos existentes na sala de aula e anexar seus nomes.
PORTA
JANELA
MESA
CADEIRA
QUADRO
ARMÁRIO
2.3 Através da lista de chamada da professora, realizar a chamada de freqüência e
presenteá-los os crachás.
2.4 Acompanhar as criancas até o banheiro e ao bebedouro, antes de iniciar a aula.
3° MOMENTO: (música da cobra)
3.1 Cantar para os alunos acompanhando a letra no cartaz.
A cobra não tem pé
A cobra não tem mão
Como é que ela sobe
No pezinho de limão
Estica, encolhe
Seu corpo é todo mole
Pra cima, pra trás
Rebola até de mais.
3.2 Cantar com os alunos realizando os movimentos pedidos na letra da musica.
4° MOMENTO: (pintura)
4.1 Trabalhar o significado dos elementos da música como: cobra, mão, pé, pezinho,
limão. COBRA, MÃO, PÉ, PEZINHO, LIMÃO.
4.2 Pedir para que as criancas pintem com a tinta guache, os elementos da música da cobra.
COBRA, PÉ, MÃO, PEZINHO, LIMÃO.
5° MOMENTO: (merenda, intervalo)
5.1 antes da merenda, realizar a higiene das criancas (lavar as mãos).
5.2 cantar a música da hora do lanche:
Meu lanchinho, meu lanchinho
Vou comer, vou comer
Pra ficar fortinho, pra ficar fortinho
E crescer, e crescer.
5.3 trabalhar a música da limpeza da sala de aula:
Cata aqui, cata lá
Vamos cooperar
Nossa sala tem que ser
Como o nosso lar. (bis)
5.4 intervalo, ouvir e dançar com as criancas das duas turmas musicas de roda, no pátio da
escola.
6° MOMENTO: (história na televisão)
6.1 contar uma historia sobre a cobra Ródano na televisão de papelão.
7° MOMENTO: (alfabetoche)
7.1 trabalhar letras silaba e palavras no alfabetoche.
COBRA
1 PALAVRA
CO
BRA
2 SÍLABRA
C
O
5 LETRA
8° MOMENTO: (música de saída)
A sineta, a sineta já tocou
Para casa, para casa agora eu vou
Até logo, até logo, coleguinha
Amanhã, amanhã eu voltarei.
B
R
A
ROTEIRO PARA SEGUNDA-FEIRA
1° MOMENTO: leva as crianças ao banheiro e para tomar água, na volta cantar as
seguintes músicas.
Boa tarde
Boa tarde coleguinha tarde coleguinha como vai, como vai
A nossa amizade cresce mais, cresce mais
Faremos o possível, para sermos bons amigos
Boa tarde coleguinha como vai, com vai
Boa tarde professora como vai, como vai
A nossa amizade cresce mai, cresce mais
Faremos o possível para sermos bons amigos
Boa tarde professora como vai, como vai
Formiguinha
Fui ao mercado comprar café
Veio a formiguinha e subiu no meu pé
Eu sacudir, sacudir, sacudir
Mais a formiguinha não parava de subir.
Fui ao mercado comprar batata roxa
Veio a formiguinha e subiu na minha coxa
Eu sacudir, sacudir, sacudir
Mais a formiguinha não parava de subir.
Fui ao mercado comprar mamão
Veio a formiguinha e subiu na minha mão
Eu sacudir, sacudir, sacudir
Mais a formiguinha não parava de subir.
Fui ao mercado comprar jerimum
Veio a formiguinha e subiu no meu bumbum
Eu sacudir, sacudir, sacudir
Mais a formiguinha não parava de subir.
Formiguinha
A formiguinha corta a folha e carrega
Quando uma deixa a outra pega
Veja que mistério glorioso
A formiguinha ensinando o preguiçoso
Deus não quer preguiçoso na escola
Por que se não a lição sobra.
RELEMBRAR A REGRA BÁSICA DA BOA CONVIVÊNCIA.
2° MOMENTO: (musica do corpo humano)
2.1 Cantar para as crianças, desenvolvendo os moimentos
Cabeça ombro joelho e pé
Joelho e pé
Cabeça ombro joelho e pé
Joelho e pé
Olhos, ouvidos, boca e nariz
Cabeça, ombro, joelho e pé
Joelho e pé.
2.2 Cantar com as crianças
2.3 Cantar acompanhando o cartaz
3° MOMENTO: (quebra cabeça do corpo humano)
3.1 pedir para as criancas localizar em seu corpo as partes pertencente ao corpo humano.
3.2 pedir para as criancas encaixar as partes do corpo humano no cartaz.
4° MOMENTO: (lanche e intervalo)
4.1 música do lanche
4.2 música da limpeza da sala de aula
Cata aqui
Cata lá
Vamos cooperar
Nossa sala tem que ser
Como o nosso lar.
5.2 cantar com as criancas
Mão direita na frente
Mão direita a traz
Mão direita na frente
E mexendo sem parar
Roda, roda, roda
E não saia do lugar
Vem que eu vou te ensinar.
6° MOMENTO: (trabalhar com alfabeto móvel as palavras correspondentes aos membros
do corpo humano.
CORPO
C
O
R
6. 1 MOMENTO: ( música de saída)
A sineta, a sineta já tocou
Para casa, para casa agora eu vou
Até logo, até logo, coleguinha
Amanhã, amanhã eu voltarei.
P
O
ROTEIRO PARA SEXTA-FEIRA
1° MOMENTO: levar as criancas ao banheiro e para tomarem água.
2° MOMENTO : cantar musica que as criancas conhecem e gostam.
3° MOMENTO: realizar a chamada no diário da professora entregando o crachá a cada
criança.
4° MOMENTO: colocar o nome de alguns objetos existente na sala de aula.
5° MOMENTO: trabalhar com os alunos a importância de usar no cotidiano algumas
palavras de regras para a boa convivência.
6° MOMENTO: musica da cazinha.
Tinha uma casinha
Bem fechadinha. (bis)
Abre a janelinha
Deixa o sol entrar. (bis)
Perto da casa
Tem uma arvore. (bis)
Que os passarinhos
Pousam nela assim. (bis)
Perto da árvore
Tem uma ponte. (bis)
Que por baixo dela
Core um rio assim. (bis)
Já está escurecendo
Trovejando. (bis)
Fecha a janelinha
Que já vai chover. (bis)
Xi, xi, xi
Choveu !!!
3° MOMENTO: encontrar na caixa de papelão as figuras correspondentes a musica.
4° MOMENTO: cantar a música de saída.
A sineta, a sineta já tocou
Para casa, para casa agora eu vou
Até logo, até logo, coleguinha
Amanhã, amanhã eu voltarei.
Roteiro da entrevista com a comunidade escolar da escola
Cosme Jean.
Roteiro da Entrevista Com o gestor:
1.Quais as dificuldades enfrentadas na gestão?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
................................................................................................................................
2.Quais os recursos materiais disponíveis na escola?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
................................................................................................................................
3.Qual a sua jornada de trabalho?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
................................................................................................................................
4.De que forma acontece a prática e construção da autonomia da gestão?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
................................................................................................................................
5.Como acontece as formas de acompanhamento da freqüência e do desempenho dos
alunos e professores?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
.........
6.Como é o funcionamento do sistema de avaliação?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
.........
7.Como a escola elaborou e implantou o Projeto Político Pedagógico da escola?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
.........
8.A escola possui órgãos colegiados? Quais? Como atuam?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
.........
9.Como e feita a administração de recursos humanos e financeiros: programas federais e
estaduais desenvolvidos na escola?
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
.........
Roteiro de Entrevista com o professor:
1 De que forma a escola realiza o planejamento escolar?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Como educadora ativa você já participou da elaboração de projetos didáticos
pedagógicos?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 A jornada de trabalho estabelecida para os educadores é cansativa?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Cite uma sugestão que promova melhorias no âmbito escolar?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Sobre o órgão colegiado, o que você tem a dizer?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 Quais são as atividades escolares que trazem os pais a escola, para participar das
mesmas?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------7 Professor você dispõe de outro horário para que seus alunos possam procurá-la e
esclarecerem as duvidas?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------8 Quais são as ações de organização adotadas pela escol?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------9 Professor as experiências como profissional da educação tem enriquecido seus
conhecimentos?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10 A escola já tem o apoio da APMC? Como ela funciona no desenvolvimento escolar?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------11 De que forma você classifica as ações pode dizer o por quê?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------12 De que forma age a coordenação, a supervisão e a orientação pedagógica da escola onde
você trabalha?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------13 Senhor professor, como você vê e avalia as praticas educativas desenvolvida na escola
em que trabalha?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------14 De o seu conceito de escola e de educação? Na realidade você coloca em pratica os
conceitos em que acredita?
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Roteiro de Entrevista Com o apoio pedagógico:
1 Como chegou a coordenação pedagógica da escola Cosme Jean?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Qual é a sua formação?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 Como funciona o planejamento escolar?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Como foi desenvolvido o projeto político pedagógico da escola?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Quais são as maiores dificuldades, enfrentada diariamente?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 A escola tem projetos pedagógicos que já foram colocados em pratica?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------7 Como coordenadora, você sente que colabora diretamente com o aprendizado?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------8 Quais são suas sugestões de melhorias?
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9 Como funciona a APMC e o conselho escola?
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10 Qual é o significado de gestão educacional?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10 De seu conceito de educação e de escola?
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Roteiro de Entrevista Com o funcionário:
1 Como colaborador da escola, você se sente satisfeito com o trabalho que realiza
diariamente?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------2 Você se sente estimulado para desenvolver suas tarefas?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 Sua jornada de trabalho é cansativa? Por que?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Quais são suas sugestões de melhorias?
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Qual é a sua concepção de educação?
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Com o aluno:
1 Você esta satisfeito com a escola onde estuda? Por que?
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3 E com seus professores, como você se relaciona?
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Você se relaciona bem com o gestor e com os demais funcionários?
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 Como você avalia a escola e quais são as suas sugestões de melhoria?
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 Qual é a sua concepção de educação?
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Roteiro de Entrevista Com o pai ou a mãe:
1 Qual é o seu relacionamento com a escola?
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estuda?
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maria antônia ferreira da silva trabalho de conclusão de curso