ESTUDO DE CASO: ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNO COM SURDEZ NA ESCOLA COMUM Carla Barbosa Alves; Maria Isabel de Araújo Introdução A inserção de pessoas com deficiência nas escolas regulares está cada dia mais comum devido à consciência de seus direitos respaldados pela legislação brasileira e pelo entendimento de que esse é um espaço democrático e importante para o desenvolvimento da pessoa. É indiscutível a importância do papel da escola no desenvolvimento do indivíduo. Sendo assim, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008, apresenta como proposta ao atendimento dos alunos com deficiências (física, visual, intelectual e surdez), transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, o Atendimento Educacional Especializado - AEE, preferencialmente na escola regular. Considerando o público alvo da Educação Especial, temos a surdez que faz parte deste contexto. Portanto, conhecer e compreender o que é a surdez e, principalmente, quais são as reais necessidades deste sujeito, respeitando-os em seus limites e os valorizando nas suas possibilidades é um avanço considerável na educação e inserção social destas pessoas. Por isso, o estudo de caso contribui para reflexões importantes do como fazer aula de AEE. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo de caso com a sua análise e clarificação, bem como a proposta para a solução do problema, até a elaboração do plano de AEE. Para tal, foi necessário fazer um estudo bibliográfico, abordando a visão da surdez ao longo do processo histórico e, conseqüentemente, como foi pensada a educação para estas pessoas, destacando, então, as diferentes abordagens sobre surdez e suas implicações na educação das PS, culminando com o AEE através dos três momentos didático-pedagógicos: AEE de LIBRAS, AEE em LIBRAS e AEE para o ensino de Língua Portuguesa. Em suma, o trabalho se estrutura apresentando primeiramente o relato de caso MA e, posteriormente, sua análise, através do estudo do referencial bibliográfico, terminando com o plano de AEE. Contudo, este trabalho trata especificamente sobre a importância do respeito à diferença das pessoas com surdez, valorizando as suas potencialidades e atendendo-as nas suas diferenças. 1. Estudo de caso: o primeiro passo A escolha e descrição de um caso real requerem que o professor do AEE tenha uma visão focada no potencial do aluno. Por isso, para a sistematização e registro do caso é preciso preocupar-se com a organização didática da coleta de dados sobre o caso, numa visão processual e dialógica envolvendo vários procedimentos com seus devidos instrumentos tais como: observação sistemática, entrevistas, gravações, filmagens, avaliação escrita, desenhos, análise de documentos, pareceres médicos, dentre outros. Sendo assim, segue a proposição do caso que direcionará todo o trabalho. 1. 1 - Proposição do Caso MA O aluno Marcos Antônio Silva1 (MA), natural de Uberlândia-MG, nascido em 22/03/1994, filho de Wellington Silva e Maria Silva, residente à Rua Amaral, nº 170, no Bairro Laranjeiras, na cidade de Uberlândia-MG, atualmente com 16 anos de idade, está regularmente matriculado no 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal. MA é um adolescente que tem surdez profunda bilateral. No domínio social o desenvolvimento de MA é muito bom, é bem-humorado, educado e gosta de estar sempre com os colegas. Entretanto, muitas vezes os provoca com brincadeiras inadequadas, mas não aceita muito bem as provocações que lhe são dirigidas. No domínio da linguagem e comunicação, MA é bastante comunicativo; se expressa através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e possui um pouco de oralidade. MA já domina LIBRAS devido o contato com o instrutor de LIBRAS no Atendimento Educacional Especializado – AEE e a escola em que estuda oferece curso de LIBRAS para todos os alunos da escola. Ainda apresenta dificuldades na linguagem escrita e leitura, por não compreender bem a estrutura da Língua Portuguesa. 1 Nomes do aluno e pais são fictícios. No domínio do pensamento e do comportamento, MA apresenta muita dificuldade em questões lógico-matemáticas, por falta de mais estudos. Necessita da intervenção do professor freqüentemente para a execução das atividades propostas em sala, não demonstrando interesse e esforço em realizá-las e se dispersando facilmente. Fica agitado quando não consegue fazer algum exercício. Não cumpre com a maioria dos trabalhos propostos para casa e não consegue concluir suas atividades avaliativas com segurança e eficazmente, precisando do apoio do professor. Seu rendimento escolar não está muito bom devido à indisposição de estudar, de cumprir com suas atividades e às insistentes conversas e brincadeiras em sala de aula. Quando questionado sobre o porquê de não realizar seus trabalhos de casa, sempre se justifica através da deficiência (surdez), dizendo que não entendeu ou que não sabia. No domínio psicomotor, MA possui um desenvolvimento ótimo. Em relação a família, MA é criado pela tia, irmã do pai, tendo pouco contato com os pais. Esta situação gera muitos conflitos em MA que de certa forma se sente rejeitado. MA já conta com o AEE e também com a assessoria a classe comum, que também é uma das atribuições do professor do AEE que acompanha o desenvolvimento do aluno na classe comum e repassa orientações necessárias aos professores no que diz respeito a organização do ambiente, a avaliação, aos recursos e materiais necessários, dentre outros. Este movimento tem contribuído significamente com a evolução e aprendizado de MA. Enfim, MA é um adolescente com muito potencial cognitivo, necessitando de estímulos adequados para o seu desenvolvimento, além de melhor predisposição de sua parte ao estudo. 2. Análise e clarificação do problema do caso MA Para uma melhor compreensão do caso, se faz necessário realizarmos uma análise mais detalhada com o objetivo de conhecer as necessidades do aluno em questão. 2.1 – Características do aluno Retornando ao relato de caso MA já apresentado, podemos destacar algumas de suas características: Afetividade: Bem-humorado e brincalhão. Sociabilidade: Muito boa, apesar das constantes provocações com brincadeiras desagradáveis com os colegas. Cognição: Necessita da constante interferência e auxílio da professora para realizar suas atividades e apresenta dificuldades no raciocínio lógico-matemático. Linguagem: Fluente na Língua de Sinais (LIBRAS) e oralidade fraca apresenta várias dificuldades na leitura e escrita da Língua Portuguesa. Motricidade: Ótimo desenvolvimento. Família: Relacionamento conturbado com os pais. 2.2 – Natureza do problema De acordo com a análise e clarificação do problema realizada podemos perceber que a natureza do problema de MA é o seguinte: ele é um adolescente de 16 anos com surdez profunda bilateral e apresenta dificuldades na leitura e escrita e nas idéias dos conteúdos em Língua de Sinais. 2.3 – Proposta de solução do problema Levando em consideração que o aluno com surdez tem o direito de estar regularmente matriculado na escola comum e que tem assegurado pela Constituição Federal de 1988, pela LDBEN de 1996, bem como pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, o AEE no turno inverso ao da escolarização, podemos destacar que MA necessita deste atendimento, uma vez que apresenta necessidades específicas que precisarão ser atendidas neste espaço. Portanto, de acordo com a proposta de AEE apresentada para a área da surdez por Alves, Ferreira e Damázio (2010), este atendimento conta com três momentos didático-pedagógicos que atendem os alunos com surdez no ensino das duas línguas, Língua de Sinais e Língua Portuguesa. Sendo assim, de acordo com a natureza do problema de MA, ele necessita do AEE em LIBRAS para compreender melhor os conteúdos da classe comum através da Língua de Sinais e do AEE para o ensino de Língua Portuguesa por apresentar dificuldades referentes a leitura e escrita. 3. Fundamentação teórica Para que possamos atender as especificidades do caso MA, com objetivo de elaborar um plano considerando a natureza do problema do aluno, se faz necessário um estudo detalhado da proposta de AEE para a área da surdez. 3.1 – Educação escolar para as pessoas com surdez Ao se estudar a educação escolar das PS percebemos os inúmeros entraves que estas pessoas enfrentaram e enfrentam para participarem desta educação. Os entraves são decorrentes da especificidade do limite que a perda auditiva provoca e da forma como se estruturam as propostas educacionais. Ao se fazer uma análise de todo o contingente de ações e reações dos diversos povos de cada época e de seu contexto sócio-cultural, fica evidente a prevalência de dois tipos de comportamentos em relação às pessoas com deficiência, que são a aceitação/proteção e a exclusão. A crença de que o surdo era uma pessoa primitiva fez com que a idéia de que ele não poderia ser educado persistisse até o século quinze. Até aquele momento eles viviam totalmente à margem da sociedade e não tinha nenhum direito assegurado. A partir do século dezesseis têm-se notícias dos primeiros educadores de surdos. (GOLDFELD, 2001, p. 25) Segundo Goldfeld (2001), foi a partir da Idade Moderna, por volta do séc XVI, que começam a aparecer algumas ações para se educar as PS. Assim, estes educadores pensavam e sistematizavam diferentes metodologias para ensinar. Entre estes educadores destacaram-se Ivan Pablo Bonet (Espanha), Abbé Charles Michel de L’Éppe (França), Samuel Hernicke Moritz Hill (Alemanha), Alexandre Graham Bell (Canadá e EUA) e Ovide Decroly (Bélgica). Alguns se baseavam apenas na língua oral, ou seja, a língua auditiva-oral utilizada em seu país como o francês, o inglês, etc. Outros pesquisaram defenderam a língua de sinais, que é uma língua espaço-visual criada através de gerações pelas comunidades de surdos. Outros ainda criaram códigos visuais, que não configuram como uma língua, para facilitar a comunicação com seus alunos surdos. (GOLDFELD, 2001, p. 25) Fica evidente que desde o século XVI já havia várias discussões do ensino para PS (oralização, sinais, códigos visuais, datilologia manual, etc), discussões estas que permanecem até os dias atuais. Mesmo que no século XVII a Língua de Sinais tenha tido uma força e um reconhecimento, no séc. XIX há uma abominação da mesma, sendo o Oralismo a corrente chefe de todo o mundo. Tal fato pode ser ilustrado com o ocorrido no Congresso de Milão na Itália, em 1880, quando se realizou o “Congresso Internacional de Surdo Mudez”, que teve como centro de discussões a eliminação do uso da Língua de Sinais no processo de desenvolvimento da comunicação das PS, sendo literalmente substituída pela língua oral. Do século XVI até o século XIX, foram várias as tentativas e experimentações em torno da língua oral e da Língua de Sinais, entretanto evidencia que nunca se pensou de fato no que era melhor para o ser humano com surdez. De fato existiram dois grandes períodos na história da educação das pessoas com surdez. [...] um período prévio, que vai desde meados do século XVIII até a primeira metade do século XIX, quando eram comuns as experiências educativas por intermédio da Língua de Sinais, e outro posterior, que vai de 1880, até os nossos dias, de predomínio absoluto de uma única ‘equação’ segundo a qual a educação dos surdos se reduz a língua oral. (SKLIAR, 1997, p.109) No século XX, “as pessoas com surdez continuam sendo uma subclasse, sem condições de decidir o melhor para si mesmas e totalmente submissas” (DAMÁZIO, 2005, p.11). Estas marcas ideológicas, que determinaram (e determinam) a constituição destas pessoas no grupo, foram decorrentes das idéias de incapacidade, de reabilitação e de doença. [...] embora a diferença constitua-se sobre bases biológicas ou psicológicas, ao ser revista de um juízo social terá, inevitavelmente, conseqüências na vida cotidiana. Nesse sentido, talvez um aspecto importante a abordar seja a correlação entre doença / deficiência e perigo, e seus desdobramentos psico-sócio-culturais (AMARAL, 1995, p.25). A partir da década de 60, começa-se a discutir os resultados negativos do Oralismo e, conseqüentemente, surgem novas investigações para melhorar a educação das pessoas com surdez. Iniciou-se, novamente, o uso da Língua de Sinais, surgindo, então, a Comunicação Total. Na efervescência da comunicação bimodal (Comunicação Total), surge outra iniciativa que é o Bilingüismo. Desta forma, fica claro que a trajetória histórica da surdez é permeada de retrocessos históricos nos campos político, social, econômico e educacional. O mais sério é que os conflitos e os debates em torno destas questões não são novos, eles já existiram em séculos passados, hoje só está se mudando o cenário, mas as referências para o debate continuam semelhantes. 3.2 – Conhecendo e compreendendo as tendências educacionais para as PS Rever as tendências subjacentes à educação das PS e as práticas adotadas é outro ponto conflituoso, pois não podemos nos deter apenas neste quesito procurando um culpado para o fracasso escolar dos alunos com surdez ou fechando as discussões entre os gestualistas e oralistas, responsabilizando o sucesso ou o fracasso dos alunos com surdez a partir da qualidade das práticas pedagógicas ora de um ora de outro, conforme afirmam Damázio e Ferreira (2009). Para tanto, é importante compreender o que cada uma destas tendências educacionais representa na educação e nos reflexos do desenvolvimento, ou não, das PS. Sá (1999) apresenta questões importantes sobre o Oralismo e a Comunicação Total. O Oralismo é radicalmente contra o uso da Língua de Sinais e foca o trabalho na aprendizagem de uma língua na modalidade oral. Já a Comunicação Total faz uso de todo e qualquer recurso, gestos, leitura labial, dentre outros, mas ainda focando no ensino da língua na modalidade oral. Portanto, a abordagem educacional bilíngüe é uma conseqüência histórica e uma possibilidade de amadurecimento e aceitação da diferença que a PS tem, mas como tal não deve ao longo da trajetória de construção se impregnar de preceitos ideológicos e sócio-culturais, pois seria novamente um retrocesso em todo processo histórico traçado ao longo dos tempos. Embora existam muitos questionamentos em torno do Bilingüismo, com certeza ele é uma tendência que vem primeiramente reconhecer e valorizar a PS na sua diferença. Ele considera a Língua de Sinais e a respeita em sua estrutura, como fator fundamental na construção do desenvolvimento cognitivo da PS, e ao mesmo tempo, não a deixa isolada do mundo oferecendo-lhe a Língua Portuguesa na modalidade escrita. 3.3 – Atendimento Educacional Especializado: desafios, possibilidades e caminho metodológico Com as discussões acerca dos paradigmas inclusivos, muito embora a estrutura vigente da escola precise retomar aspectos indispensáveis para a reconstrução/construção de um espaço que seja palco onde as diferenças convivam e se respeitem entre si, cada vez mais os alunos com surdez têm freqüentado a escola comum e a propostas educacionais estão voltadas para a educação em escola regular de ensino. As diferenças dos alunos com surdez serão respeitadas, considerando a obrigatoriedade dos dispositivos legais, que segundo o Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, determina o direito de uma educação que garanta a sua formação bilíngüe, em que LIBRAS e Língua Portuguesa escrita constituam línguas de instrução no desenvolvimento de todo o processo educativo. Neste sentido, o Atendimento Educacional Especializado para Pessoa com Surdez (doravante AEE PS), segundo Damázio (2007) respeita princípios pedagógicos essenciais para as duas línguas garantindo uma organização didática e metodológica do fazer aula especializada. Sendo assim, a organização didática dessa aula especializada para o AEE PS, que é idealizada a partir do diagnóstico inicial e de um planejamento contextualizado, implica o uso de todo o tipo de referenciais, ou seja, de muitas imagens visuais e de pistas que possam colaborar com o processo comunicacional e a participação ativa e interativa dos alunos com surdez, assegurando uma aprendizagem significativa. O AEE PS envolve três momentos didático-pedagógicos a saber: Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras (AEE de LIBRAS); Atendimento Educacional Especializado em Libras (AEE em LIBRAS); e o Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita (AEE de Língua Portuguesa). Portanto, o que se apresenta é uma organização metodológica para o trabalho com os alunos com surdez, sendo que a escola inclusive já conta com alguns destes profissionais, mas que ainda apresenta equívocos teóricos em sua aplicabilidade. 3.4 – Atendimento Educacional Especializado de LIBRAS O AEE para o ensino de Língua de Sinais (AEE de LIBRAS) tem como objetivo o ensino desta língua, tornando o aluno com surdez um usuário em potencial da língua em questão. O profissional responsável por este atendimento é o instrutor e/ou professor de LIBRAS, sendo preferencialmente uma PS. [...] o professor de Libras deve planejar o ensino dessa língua a partir dos diversos aspectos que envolvem sua aprendizagem, como: referencias visuais, anotação em língua portuguesa,dactilologia (alfabeto manual), parâmetros primários e secundários, classificadores e sinais. Para atuar no ensino de Libras, o professor do AEE precisa ter conhecimento estrutura e fluência na Libras, desenvolver os conceitos em Libras de forma vivencial e elaborar recursos didáticos. (ALVES, DAMÁZIO, FERREIRA, 2010, p.17) Desta forma, o AEE de LIBRAS assegura o direito das PS, no que diz respeito ao aprendizado desta língua, que é a sua língua naturale, como tal, deve ser respeitada e ensinada com qualidade. Sendo assim, o AEE de LIBRAS é um dos momentos didático-pedagógicos do AEE para as PS, que de acordo com Alves, Damázio e Ferreira (2010) se principia a partir da avaliação inicial do aluno a respeito do seu conhecimento sobre esta língua. Em seguida, o professor pensa na organização e planejamento deste atendimento, levando em consideração que necessita de um amplo acervo de imagens, objetos diversos, reálias, dentre outros. 3.5 – Atendimento Educacional Especializado em LIBRAS O AEE em LIBRAS, segundo Damázio (2007), constitui um dos três momentos didático-pedagógicos para os alunos com surdez incluídos na escola comum, as idéias básicas dos conteúdos curriculares contribuindo com o desenvolvimento cognitivo do aluno com surdez e, posteriormente, com o seu desenvolvimento em classe comum, bem como a sua relação com o todo da escola. Desta forma, o AEE em Libras possibilita através do canal de comunicação primeiro para as PS, que é a Língua de Sinais, o acesso aos conceitos e conhecimentos curriculares trabalhados em classe comum. Este atendimento, de acordo com Damázio (2007) deve ocorrer diariamente, em horário contrário aos das aulas da classe comum, acompanhando o desenvolvimento do conteúdo em sala de aula comum, para que o aluno com surdez relacione estes conteúdos apreendidos também em Língua de Sinais. Mesmo que se tenha a presença do intérprete em sala de aula, este profissional não é do AE, mas sim da Educação Especial e de momentos variados em que a escola necessite de sua presença, pois o intérprete não é professor e sim um tradutor da Língua Portuguesa para a Língua de Sinais e vice-versa. Sendo assim, o planejamento do AEE em Libras, segundo Alves, Damázio e Ferreira (2010) seguem algumas etapas essenciais para sua efetivação: acolhimento do aluno, avaliação inicial, parceria com professores da classe comum, estudo dos termos científicos próprios da LIBRAS, organização dos espaço e dos recursos didáticos necessários para o atendimento e avaliação da aprendizagem. O planejamento do AEE em Libras é atribuição do professor deste atendimento, conforme as seguintes etapas essenciais: Acolhimento de todos os alunos [...] A identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas dos alunos contemplando a avaliação inicial dos conhecimentos dos alunos [...] Parceria com os professores da sala de aula comum para a discussão dos conteúdos curriculares [...] Estudo dos termos científicos próprios das áreas específicas em Libras [...] Identificação, organização e produção de recursos didáticos acessíveis a serem utilizados para ilustrar as aulas na sala de aula comum e no AEE [...] Avaliação da aprendizagem por meio da Libras (ALVES, DAMÁZIO, FERREIRA, 2010, p.12-14) Portanto, com o AEE em Libras o aluno com surdez terá maior oportunidade de participar da escola comum com acessibilidade e igualdade, propiciando uma evolução no seu aprendizado que refletirá nas suas relações dentro da escola e fora dela. 3.6 – Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Língua Portuguesa O AEE para o ensino de Língua Portuguesa é um dos três momentos didático-pedagógicos da área da surdez que acontece na sala de recursos multifuncionais. De acordo com Alves, Damázio e Ferreira (2010), este atendimento ocorre no horário contrário ao da classe comum e diariamente, atendendo as especificidades desta língua e para tal precisa contar com professores que tenham formação em Letras, preferencialmente, e que conheçam os pressupostos lingüísticos e teóricos desta língua. A proposta didático-pedagógica para se ensinar português escrito para os alunos com surdez orienta-se pela concepção bilíngüe - Libras e Português escrito, como línguas de instrução destes alunos. A escola constitui o lócus da aprendizagem formal da língua Portuguesa na modalidade escrita, em seus vários níveis de desenvolvimento. Na educação bilíngüe os alunos e professores utilizam as duas línguas em diversas situações do cotidiano e das práticas discursivas. (ALVES, DAMÁZIO, FERREIRA, 2010, p.18) O professor do AEE para o ensino de Língua Portuguesa precisa considerar o estágio de desenvolvimento e aprendizagem da leitura e da escrita que o aluno com surdez se encontra para organizar e planejar a sua aula. É válido destacar que o objetivo do AEE para o ensino de Língua Portuguesa é desenvolver a competência lingüística e textual nos alunos com surdez para que eles sejam capazes de aprender a ler e escrever, compreendendo o que estão lendo e escrevendo, isto requer sistematização e sequência do atendimento, pois o aprendizado de uma língua exige um exercício constante. 3.7 - Articulação do AEE: busca de solução para o caso MA Voltando ao caso MA e fazendo uma relação com a fundamentação teórica descrita e estudada, podemos delinear um percurso metodológico para o plano de AEE considerando os três momentos didático-pedagógicos: AEE de LIBRAS, AEE em LIBRAS e AEE para o ensino de Língua Portuguesa. Considerando que MA tem dificuldades no que diz respeito a leitura e escrita, e na compreensão dos conteúdos em LIBRAS, apresentando um bom domínio da Língua de Sinais, podemos considerar que dos três momentos didático-pedagógicos, MA necessita de dois: O AEE em LIBRAS: que irá oferecer as idéias básicas do conteúdo do 8º ano através da LIBRAS, o que facilitará uma melhor compreensão e abstração deste conceitos por MA e, consequentemente, um bom entrosamento na classe comum. O AEE para o ensino de Língua Portuguesa: levando em consideração que MA tem dificuldades na leitura e na escrita, embora esteja no 8º ano, o AEE de Língua Portuguesa oportunizará um atendimento mais especifico de acordo com as necessidades de MA, no que diz respeito ao seu estágio de desenvolvimento e aprendizagem nesta língua. Portanto, a proposta da solução do problema de MA está de acordo com os pressupostos teóricos e legais apresentados ao longo da fundamentação teórica, demonstrando a importância da relação teoria e prática. 4. Metodologia para o estudo do caso MA A realização do estudo do caso MA demandou o levantamento de dados imprescindíveis para a sua compreensão, mais especificamente, da queixa de que o aluno apresenta dificuldades na leitura e escrita e nas idéias dos conteúdos em Língua de Sinais. Por meio deste, podemos apontar as intervenções realizadas pelo Atendimento Educacional Especializado – AEE que tem contribuído com o aluno no seu processo de apreensão da leitura e escrita, bem como a compreensão dos conteúdos trabalhados na classe comum em LIBRAS. Frente a isso, o estudo de caso foi organizado em três fases que se delineiam em diversos momentos. Principiou-se por fazer um levantamento geral dos dados para a elaboração da proposição do caso, que foi se esboçando de forma mais clara à medida que o estudo foi se explicitando através da análise e clarificação do caso, através dos dados coletados que culminaram com a proposta para a solução do problema, direcionando a elaboração do plano de AEE. As questões iniciais foram sendo clarificadas e complementadas à medida que os dados iam sendo acrescidos. Essas questões podem ter origem na análise da literatura pertinente, como também podem ser fruto da observação do aluno nos diferentes espaços da escola (sala de aula, recreio, biblioteca, sala de informática), do contato com a documentação e com as pessoas ligadas ao aluno em estudo, ou podem estar baseadas na experiência pessoal do próprio pesquisador. Esta fase é chamada de fase exploratória, fundamental para uma definição mais precisa do objeto em estudo. Na segunda fase ocorreu a coleta dos dados através de instrumentos oferecidos pela escola, tais como formulários, anamnese (entrevista do AEE com os pais), relatórios dos profissionais, PDI (Plano de Desenvolvimento Individual do aluno). E, finalmente, a última fase que corresponde à análise sistemática dos dados. Para este intento, a linha geral que norteará o presente trabalho será a pesquisa descritiva, que nos possibilita juntar informações e conhecimentos prévios acerca do estudo de caso, tendo por base a abordagem qualitativa. Concomitante a pesquisa descritiva, utilizaremos da pesquisa bibliográfica, posto que esta constitui parte da pesquisa descritiva e nos possibilita fundamentar teoricamente as especificidades que envolvem este caso, subsidiando os encaminhamentos necessários para a elaboração do planos de AEE atendendo MA em suas especificidades e potencialidades. 5. Plano de Atendimento Educacional Especializado para MA O Plano de Atendimento Educacional Especializado - AEE é elaborado pelo(s) professor(es) deste atendimento, após o levantamento inicial das potencialidades, dificuldades e necessidades do aluno MA. A sua estrutura contempla os objetivos, a organização do atendimento, as ações, estratégias e recursos materiais que serão trabalhados em determinado período. Durante o período da aplicabilidade do plano, todas as atividades propostas estarão sujeitas à avaliação, posto que tais atividades devem colaborar sobremaneira com o desempenho da criança na sala de recursos multifuncionais e na sala de aula comum. Para desenvolver o Plano de AEE para o aluno MA, torna-se imprescindível que o(s) professor(es) deste atendimento articule(m) ações com os professores da sala comum, os familiares do aluno e os profissionais da área clínica em prol do desenvolvimento do aluno, lembrando que o foco do AEE é pedagógico. Atendimento Educacional Especializado – AEE PLANO DE AEE 1 – Identificação do Aluno O aluno MA, natural de Uberlândia-MG, nascido em 22/03/1994, filho de Wellington Silva e Maria Silva, residente à Rua Amaral, nº 170, no bairro Laranjeiras, na cidade de Uberlândia-MG, está regularmente matriculado no 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Ensino. MA é um adolescente de 16 anos e tem surdez. Aspectos Afetividade Socialização Cognição Linguagem Motricidade Família 2- Características do Aluno Bem-humorado e brincalhão. Muito boa, apesar das constantes provocações com brincadeiras desagradáveis com os colegas. Necessita da constante interferência e auxílio da professora para realizar suas atividades e apresenta dificuldades no raciocínio lógico-matemático. Fluente na Língua de Sinais (LIBRAS) e oralidade fraca, apresenta várias dificuldades na leitura e escrita da Língua Portuguesa. Ótimo desenvolvimento. Relacionamento conturbado com os pais. 3- Natureza do problema e organização do AEE MA é um adolescente de 16 anos com surdez profunda bilateral e apresenta dificuldades na leitura e escrita e nas idéias dos conteúdos em Língua de Sinais, sendo assim necessita do AEE em LIBRAS e do AEE para o ensino de Língua Portuguesa. 4- Objetivos GERAL: • Oferecer a MA o AEE através dos momentos didático-pedagógicos do AEE em LIBRAS e do AEE para o ensino de Língua Portuguesa. ESPECÍFICOS: • Proporcionar o AEE em LIBRAS desenvolvendo as idéias dos conteúdos curriculares de todas as disciplinas (matemática, ciências, geografia, história) da classe comum por meio da LIBRAS. • Proporcionar o AEE para o ensino de Língua Portuguesa desenvolvendo a competência gramatical e lingüística, bem como textual para que MA seja capaz de gerar seqüências lingüísticas bem formadas. • Oferecer a assessoria a classe comum assegurando o acesso com efetiva participação de MA em todas as atividades desenvolvidas neste cenário. 5- Organização do atendimento Período de atendimento (trimestral): de setembro a novembro de 2011. Freqüência: dois atendimentos diários com o intuito de atender as duas necessidades de MA de acordo com a natureza do problema, sendo um atendimento em LIBRAS e um atendimento de Língua Portuguesa. Tempo de atendimento: cada atendimento de 50 minutos, totalizando 500 minutos semanais. Composição do atendimento: Individual – o AEE de Língua Portuguesa será individual atendendo as especificidades de MA no aprendizado desta língua. Coletivo – o AEE em LIBRAS acontecerá com os demais colegas com surdez do 8º ano (dois alunos), pois as idéias dos conteúdos a serem trabalhados são os mesmos. 6 – Organização e atividades a serem desenvolvidas no atendimento ao aluno Momento Atendimento Educacional Especializado EM LIBRAS Objetivos Específicos Desenvolver as idéias dos conteúdos curriculares da classe comum por meio da LIBRAS. Conteúdos Plano de Conteúdo do 8º ano do Ensino Fundamental *História, *Geografia, *Ciências, *Matemática, *Artes, *Educação Física. Desenvolvimento Metodológico O professor necessitará desenvolver um trabalho em que o aluno pense, questione e construa o seu conhecimento com sentido e significado: *o aluno pensa e questiona; * entra em conflito com os esquemas anteriores; *busca respostas aos seus questionamentos; *descobre o conhecimento; * reproduz o que apreendeu dando significado; * busca a aplicabilidade no seu dia-a-dia. Momento Objetivos Específicos Conteúdos Desenvolvimento Metodológico Recursos Didáticos Lousa Pincel Fotografia Vídeo TV Papel sulfite Cd-Rom Computa dor Internet Revistas Jornais Gravador Filmadora Filmes Lápis de cor Papel cartão Jogo pedagógico Caderno de estudo Gibi Livros de literatura Gravuras Argila Aquarela Sucatas Livros didáticos Recursos Didáticos Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa Desenvolver a competência gramatical e lingüística, bem como textual para que MA seja capaz de gerar seqüências lingüísticas bem formadas. 1. Leitura e Escrita: 1.1 - Geração da informação e organização da mensagem a comunicar: diversos temas/ idéias. 1.2 - Escrever as idéias dos temas/ contextos/ idéias em forma de texto e/ou frases e ajustados as regras e estruturas gramaticais próprias à língua e ao estilo em que MA escreve. 1.3-Recuperação dos grafemas, e da estrutura da Língua Portuguesa na norma culta, seja pela via fonológica ou indireta ou pela via ortográfica, visual. O professor necessitará desenvolver um trabalho em que o aluno pense, questione e construa o seu conhecimento com sentido e significado: *o aluno pensa e questiona; * entra em conflito com os esquemas anteriores; *busca respostas aos seus questionamentos; *descobre o conhecimento; * reproduz o que apreendeu dando significado; * busca a aplicabilidade no seu dia-a-dia. Lousa Pincel Fotografia Vídeo TV Livro texto Papel sulfite Cd-Rom Computa dor Internet Revistas Jornais Gravador Filmadora Filmes Lápis de cor Papel cartão Poemas e poesias Jogos Cadernos Caderno de estudo Gibi Livros de literatura Gravuras Argila Aquarela Sucatas Livros didáticos 7 - Tipos de parcerias No desenvolvimento do trabalho com MA e retornando às suas características, podemos tentar estabelecer parcerias com os seguintes profissionais: 1º- Atendimento fonoaudiológico – verificar se MA continua indo aos atendimentos. 2º - Orientar e/ou encaminhar MA para atendimento psicológico, juntamente com a família, devido os conflitos existentes. 8- Profissionais que receberão orientação do AEE Levando em consideração que um dos objetivos do AEE é a assessoria a classe comum, os profissionais que receberão este acompanhamento serão: Professores de sala de aula regular: Orientar quanto à: * Uso de recursos visuais; * Utilizar vocabulário e comandos claros nos exercícios; * Não modificar estes comandos na avaliação; * Dar oportunidade de o aluno com surdez ir ao quadro, levar um recado para alguém, etc; * Resumir o assunto e/ou conteúdo dado no quadro de giz; *Enviar com antecedência os conteúdos para o professor do Atendimento Educacional Especializado em Língua de Sinais (de preferência semanalmente e / ou mensalmente). Colegas de turma: * Estabelecer vínculos positivos junto aos mesmos. * Sensibilizar toda turma sobre a importância da convivência, do respeito e da ajuda mútua, bem como das diferenças de cada um, bem como aprenderem a Língua de Sinais para se comunicarem com MA. 9- Avaliação dos resultados Os processos avaliativos serão realizados por meio de avaliação processual, visando compreender o desenvolvimento de MA, em suas possibilidades, limitações e diferenças no cotidiano educativo. Por meio dessa avaliação, poderemos repensar permanentemente os atos pedagógicos com MA. Os princípios dessa avaliação coincidirão com os da aprendizagem. Desta forma, considerando as especificidades de MA, bem como respeitando e valorizando as suas potencialidades ele será avaliado na classe comum e no AEE, culminando com o Conselho Pedagógico que atribuirá uma média final. Esta forma de avaliar favorecerá a possibilidade de se encontrar as potencialidades e não as limitações do desempenho escolar de MA. Registraremos essas observações por meio de relatório circunstanciado e fichas de observações, procurando de uma forma mais significativa, registrar a compreensão do processo apresentado por MA. O sistema de avaliação envolverá trabalhos temáticos escritos, produções textuais orais e escritas, exercícios estruturais, apresentações em LIBRAS, e trabalhos de campo. 10- Reestruturação do plano Caso seja necessário, realizar uma reestruturação do plano pesquisando e implantado outros recursos, estabelecendo novas parcerias, dentre outros. 11 - Livro adotado para o aluno estudar Adoção de diversos livros didáticos, enciclopédias, sites, revistas, jornais, filmes, vídeos e diferentes recursos imagéticos. 12 - Bibliografias do professor Todos os livros necessários para o desenvolvimento dos conteúdos em LIBRAS e para o trabalho com a Língua Portuguesa, dentre outros. ____________________________________________________ Assinatura(s) do(s) Professor(es) do AEE Data _____/_____/_____ 6. Considerações Finais De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva de 2008, o Atendimento Educacional Especializado para Pessoa com Surdez no Brasil, segundo Damázio (2007) precisa ser organizado em três momentos didático-pedagógicos que assim se apresentam: Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Língua de Sinais, Atendimento Educacional Especializado em Língua de Sinais e Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Língua Portuguesa escrita. Assim, sendo o AEE complementar ao ensino da classe comum, este atendimento contribuirá com o desenvolvimento cognitivo do aluno com surdez e, posteriormente, com o seu desenvolvimento em classe comum, bem como a sua relação com o todo da escola. Pensando desta forma, o AEE presta um serviço essencial aos alunos público alvo da Educação Especial e, no caso específico, os alunos com surdez. Então, pensando em uma organização metodológica que considera a pessoa com surdez como um sujeito pensante, formulador de idéias e construtor do seu próprio conhecimento, como a escola poderá oferecer os três momentos didático-pedagógicos – AEE de LIBRAS, AEE em LIBRAS e AEE para o ensino de Língua Portuguesa - de acordo com a especificidade de cada caso? É imprescindível a presença de professores que realizem esses atendimentos e que sejam qualificados para realizarem o atendimento das exigências básicas do ensino por meio da LIBRAS e da Língua Portuguesa. Desta forma, o plano de AEE elaborado para MA contempla a proposta apresentada para a surdez e atende as especificidades e necessidades do aluno do relato de caso. O olhar para este aluno é essencial, considerando-o primeiramente como ser humano que é, e não se esquecendo que em sua formação há a presença de duas línguas diferentes, que como tal devem ser respeitadas e ensinadas em momentos distintos. Em suma, é necessário deflagrar ações sócio-educacionais que reconheçam e valorizem as aptidões, os interesses, as habilidades e os talentos, assegurando que essas características sejam consideradas como possibilidades para qualquer um. Contudo, é no respeito e na valorização das possibilidades do ser humano com surdez, que a educação será capaz de trabalhar as singularidades e as diferenças pautadas no olhar verdadeiro e unidivisível que deve ser dispensado a cada um de maneira distinta e verdadeira. Precisamos, então, fazer uma leitura de todo o panorama escolar e dos modelos de educação que se delineiam ao longo da história para as pessoas com surdez, com vistas a redimensionar as práticas pedagógicas e oferecer uma escola mais justa e que, além de respeitar as diferenças, valorize-as sem distinção. Referências Bibliográficas ALVES, C.; FERREIRA, J. P.; DAMÁZIO, M. F. M. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: Abordagem Bilíngue na Escolarização das Pessoas com Surdez. Brasília: MEC/SEESP/UFC, 2010 AMARAL, Lígia Assumpção. Conhecendo a Deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo: Copyright, 1995. DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar para Pessoas com Surdez: Dos primórdios aos tempos atuais. 2005. mimeo. GOLDFELD, Márcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 2001. DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.6, 2009. DAMÁZIO, M. F. M. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez. São Paulo: MEC/SEESP, 2007. SÁ, Nídia R. L. Educação de surdos: a caminho do bilingüismo. Niterói: EDUFF, 1999. SKLIAR, C. (org). Educação e Exclusão: Abordagens sócio-antropológicas em educação especial. Porto Alegre: Mediação, 1997.