Transferência de Metodologias e Ferramentas de Apoio à Gestão do Litoral Brasileiro -i- Projeto de Cooperação Internacional entre Espanha e Brasil Título do Projeto: Transferência de Metodologias e Ferramentas de Apoio à Gestão do Litoral Brasileiro. Sistema de Modelagem Costeira do Brasil (SMC-Brasil) Financiamento: Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Ministério do Meio Ambiente / Brasil (MMAB) e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria do Patrimônio da União (MP-SPU); Objetivos: Este projeto se divide em duas etapas, uma primeira de adaptação e desenvolvimento de ferramentas numéricas e metodologias para o estudo do litoral, acompanhado por um programa de formação de pesquisadores e transferência a gestores da administração; e uma segunda etapa que não se inclui neste documento, de transferência à comunidade técnica e científica brasileira (empresas de engenharia, consultorias, instituições públicas e privadas, instituições científicas e universidades, entre outros). Que será realizada ao finalizar a primeira etapa. Objetivo Principal Contribuir com a melhora da gestão costeira do Brasil. Este projeto permitirá a melhoria dos trabalhos referentes à zona costeira efetuados pelo Ministério do Meio Ambiente e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria do Patrimônio da União (MPOG/SPU); permitindo entre outras coisas, entender e dar soluções a problemas de erosão em quase 40% da atual costa brasileira, estudar problemas de impacto ambiental associado com a exploração da indústria do petróleo, delimitar zonas de domínio público e privado ao longo do litoral, permitindo recuperar espaços públicos já ocupados, e protegendo às populações assentadas em costas abertas do risco de inundações. Finalmente, o SMC-Brasil proporcionará ferramentas e bases de dados da dinâmica marinha que permitirão o estudo de energias renováveis na costa brasileira (energia eólica, derivada de ondas e de marés) Objetivos Específicos 1. Proporcionar aos responsáveis da gestão das zonas costeiras do Brasil, um modelo de gestão do litoral próprio e adequado a realidade do país, através da transferência do Sistema de Modelagem Costeira (SMC), o qual inclui um conjunto de ferramentas numéricas, metodologias de trabalho e um programa de formação. Adicionalmente, serão incorporados no SMC-Brasil informações topográficas, batimétricas e variáveis associadas às dinâmicas marinhas do litoral Brasileiro (ondas, correntes, marés, ventos,...) -ii- 2. Divulgar à comunidade técnica e científica envolvidas no âmbito costeiro do Brasil, através de sua participação em cursos de formação e seminários específicos, toda a informação e tecnologias desenvolvidas no presente projeto, com o intuito de que estas possam por sua vez ser redistribuídas aos universitários e demais técnicos do Brasil, bem como à sociedade em geral. 3. Potenciar e apoiar grupos locais de pesquisa através da formação e treinamento de técnicos e pesquisadores, com o objetivo de que estes possam apoiar grupos de investigação, fortalecendo assim sua resposta frente às futuras necessidades do Brasil em temas de gestão integrada de zonas costeiras e problemas relacionados com a erosão e degradação do litoral. Participantes: • MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE / Brasil (MMAB); • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, Secretaria do Patrimônio da União (MP-SPU); • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC); • UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP); • UNIVERSIDADE FEDERAL DE RIO GRANDE (FURG) • INSTITUTO DE HIDRÁULICA AMBIENTAL, UNIVERSIDADE DE CANTABRIA (IHCANTABRIA); • DIRECCIÓN GENERAL DE COSTAS, Subdirección General para la Sostenibilidad de la Costa - MINISTERIO DE MEDIO AMBIENTE Y MEDIO RURAL Y MARINO DE ESPAÑA (MMAE); Antecedentes: A zona costeira do Brasil se estende por 8.698 quilômetros, banhada pelo Oceano Atlântico. Esta parte do país apresenta características de clima e vegetação que variam entre a zona equatorial a subtropical, englobando 395 municípios distribuídos na orla de dezessete estados brasileiros. Vivem nesta parte do país cerca de 34 milhões de habitantes (18% da população total do Brasil), em cidades que não distam mais de 100 quilômetros da linha de costa. Em termos de porte das cidades litorâneas, 16 das 28 regiões metropolitanas do país se encontram na costa Esta região está caracterizada por uma grande diversidade de ambientes, muitos deles extremamente frágeis, que estão submetidos a processos de degradação causados pela crescente ocupação do litoral, como por exemplo, os recifes de coral, praias, manguezais, campos de dunas e costões rochosos, baías, estuários, planícies intermareais e assim sucessivamente. Entre os diversos ecossistemas na zona costeira marinha, os manguezais possuem uma elevada importância, pois somam um total de 25.000 km2 em mais de 90% da linha de costa do país (± 6.800 km). -iii- Entre os diversos vetores de pressão sobre as zonas costeira e marinha, é necessário destacar as mudanças na política energética nacional nos últimos anos, que resultou em um aumento considerável nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção do petróleo. Além disso, aproximadamente 40% da linha de costa se encontram em processo de erosão. Os casos mais graves incluem a perda de bens públicos e privados, a destruição dos ecossistemas, as mudanças nas estruturas portuárias, além do retrocesso que estão sofrendo as praias, locais altamente utilizados para o turismo e recreação. É sob este contexto que o Ministério do Meio Ambiente do Brasil e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Brasil (este último através da Secretaria do Patrimônio da União), solicitaram à AECID e ao Ministério do Meio Ambiente Espanhol através do IH Cantabria (IHC), instituto com uma ampla experiência em estudos de dinâmicas costeiras e gestão do litoral, assim como na transferência científica e tecnológica em âmbito nacional e internacional; a transferência tecnológica das ferramentas e metodologias desenvolvidas dentro do Sistema de Modelagem Costeira (SMC), com o fim de desenvolver para a costa brasileira uma gestão adequada dos seus sistemas costeiros que permitirá alcançar os objetivos de sustentabilidade a longo prazo. O que é o SMC: O Sistema de Modelagem Costeira (SMC) é uma ferramenta que inclui um conjunto de metodologias e modelos numéricos, que permitem estudar os processos costeiros e quantificar as variações que sofre o litoral como conseqüência de eventos naturais ou de atuações humanas na costa. Diante de um problema na costa, a metodologia permitirá definir que estudos devem ser desenvolvidos, que escalas espaciais e temporais devem ser utilizadas, que ferramentas numéricas devem ser aplicadas e que dados de entrada são necessários para o estudo. O SMC também inclui bases de dados de dinâmicas marinha do país (ondas, correntes, ventos, nível do mar). Com o SMC se desenvolvem estudos de casos reais de projetos de engenharia de costas, permitindo analisar atuações nas diferentes etapas de um estudo: diagnóstico, pré-planejamento, planejamento, e impacto ambiental. O SMC é um sistema amigável que já foi adaptado para diferentes países do mundo, com um elevado número de aplicações, incluindo diferentes tipos de usuários entre os quais se encontram os engenheiros, técnicos, pesquisadores, oceanógrafos, entre outros. Atualmente está sendo aplicado para avaliar o potencial dos recursos de energias renováveis associado às dinâmicas marinhas nas zonas costeiras. O Sistema de Modelagem Costeira (SMC), desenvolvido pelos pesquisadores do IH Cantabria para o Ministério de Meio Ambiente Espanhol, está sendo utilizado hoje em dia por mais de 200 empresas espanholas, universidades, um grande número de administrações públicas na Espanha e em mais de 12 países, em diversos níveis de administração pública e universidades, com mais de 1500 usuários ao redor do mundo. Os países aos que, através dos projetos de cooperação internacional e por cursos de formação e capacitação, foi transferido e adaptado este software e o conhecimento requerido para sua utilização são: Colômbia, Tunizia, Taiwan, Brasil, El Salvador e Chile. -iv-