ASPECTOS ESPACIAIS DA INFRAESTRUTURA BÁSICA NA ZONA COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL E MARGENS DO GUAÍBA E SUA SUSCETIBILIDADE A EVENTOS EXTREMOS Basic Infrastructure Spatial Aspects And Susceptibility To Extreme Events In The Rio Grande Do Sul Coastal Zone And Guaíba Margins José Augusto Müller Neto1 Renata Barão Rossoni1 Tatiana S. da Silva1 Rita de Cássia Marques Alves1 Flávia C. Farina1 Ricardo N. Ayup-Zouain1 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Laboratório de Modelagem de Bacias, Instituto de Geociências. Laboratório de Meteorologia e Qualidade do Ar, Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e Meteorologia. Av. Bento Gonçalves, 9500, Agronomia, Porto Alegre, CEP 91509-900, Brasil. [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] RESUMO Em um país como o Brasil, onde a maioria da população habita a zona costeira, a adaptação da infraestrutura frente a rápidas mudanças é crucial para a manutenção dos processos humanos de uma região. Assim, o objetivo do presente trabalho é melhor entender o padrão espacial dos eventos extremos que ocorrem na zona costeira do Rio Grande do Sul e margens do Guaíba e como eles estão relacionados com a localização das infraestruturas. Para tal, a infraestrutura básica foi vetorizada usando os softwares ArcGIS e QuantumGIS/Open Layers, com base nos registros oficiais dos setores de transporte, saneamento e energia. Os dados de ocorrência de eventos extremos foram obtidos pelo Laboratório de Meteorologia e Qualidade do Ar (UFRGS). Os resultados não mostram um padrão espacial bem definido quando o total de eventos extremos é considerado. Entretanto, quando analisados os dados com base em sua tipologia, uma maior incidência de ciclones, furações e tornados é observada no litoral norte da área de estudo. Inundações e eventos semelhantes, por outro lado, estão concentrados em parte do litoral norte e no litoral médio, onde grande parte da infraestrutura também está concentrada. As análises baseadas em SIG evidenciaram aspectos espaciais importantes da infraestrutura e como eles se relacionam com a ocorrência de eventos extremos no passado próximo e, dessa forma, resultam em melhores subsídios para o processo de tomada de decisão na zona costeira do Rio Grande do Sul e margens do Guaíba. Palavras chaves: Adaptação Costeira, Geoprocessamento, Zona Costeira, Rio Grande do Sul ABSTRACT In a country like Brazil, where most of the population inhabits the coastal zone, the infrastructure adaptation in the face of rapid changes is crucial to the maintenance of human processes in a region. Thus, the goal of the present work is to better understand the spatial pattern of extreme events occurring in the Rio Grande do Sul coastal zone and Guaiba margins, and how they relate to the infrasctructure location. For that, the basic infrastructure was vectorized using ArCGIS and QuantumGIS/Open Layers softwares, based on the official records in the transportation, sanitation, and energy sectors. Extreme events occurrence data were obtained from the Meteorology and Air Quality Laboratory (UFRGS). Results do not show a well-defined spatial pattern when overall extreme events are considered. But when we analyze data based on typology, a higher incidence of cyclones, twisters, and tornados is observed in the North littoral of the study area. Floods and similar events, on the other hand, are concentrated in part of the north littoral and in the medium littoral, where a great portion of the infrastructure is also concentrated. GIS-based analysis evidenced important spatial aspects of infrastructure and how they relate with the extreme events occurrence in the near past and, in doing so, give us better subsidies to the decision-making process in the Rio Grande do Sul coastal zone and Guaíba margins. Keywords: Coastal Adaptation, Geoprocessing, Coastal Zone, Rio Grande do Sul 1. INTRODUÇÃO É clara e premente a necessidade de entender cada vez mais e melhor os ambientes no qual se está inserido. Talvez nunca na história da humanidade tenha havido um momento como o atual, em que o homem se deparasse com uma necessidade de adaptar-se tão dinâmica e complexamente, tendo em vista que qualidade, e não somente adaptação, é fator determinante na perenidade de seus esforços. Sendo assim, é evidente a importância de subsídios técnicos para a adaptação às mudanças e, em vista desse contexto de aparente dicotomia entre pressa e precisão, a informação exposta de uma forma pragmática se faz imprescindível. O local de estudo do presente trabalho acrescenta características singulares do ponto de vista socioambiental, econômico e geográfico demandando, pois, estudos holísticos que considerem as várias esferas de ação humanas as quais interfere. Na tentativa de relacionar a suscetibilidade a eventos extremos e as zonas concentradoras de infraestruturas básicas da região, não se pode, senão, analisar de maneira integrada os diversos cenários prováveis que surgem dessa sinergia, verificando a sobreposição de áreas de risco e áreas de centralização das edificações base do corpo social. Os esforços do estudo concentraram-se, portanto, na zona costeira do estado do Rio Grande do Sul e nas margens do Guaíba – área que, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2000), se destaca por ter uma taxa média de crescimento demográfico anual acima da taxa média do estado e do país. Apesar das concentrações desiguais de população no litoral brasileiro, dos vazios demográficos e dos pontos de aglutinação de desenvolvimento nessa faixa alvo, é a porção do território nacional com maior demanda de recursos e infraestrutura. Tais afirmativas são corroboradas uma vez que é possível relacionar um maior contingente populacional com uma maior necessidade de oferta de recursos, ainda que não se relacionasse uma maior concentração de renda nas áreas litorâneas do país, o que por sua vez também ocorre nitidamente segundo dados do Censo 2010 do IBGE. Especificamente no litoral norte do Rio Grande do Sul, percebe-se uma ocupação estabelecida de forma descontínua e fragmentada em Capão da Canoa e Tramandaí, os quais apresentam taxas de crescimento superiores a 5% a.a., e em Osório e Torres, com menor porém considerável crescimento entre os períodos de 1980 a 1991 e 1991 a 1996 (Moura & Kleinke, 1999). A porção norte do litoral Gaúcho abriga ecossistemas raros e que apresentam grande vulnerabilidade ambiental, configurando paisagens diferenciadas do restante do continente latino-americano e destacando-se a extensão de suas praias e sucessão de lagoas. A sua formação geológica recente sugere um ambiente suscetível às transformações de natureza antrópicas (STROHAECKER, T. M.; TOLDO JR., E. E., 2007). Ainda, a escassez de organização e recursos suficientes para o desenvolvimento e manutenção de políticas que garantam à população segurança geológica, energética e manutenção da integridade ecológica como um todo fazem com que ferramentas de auxílio à tomada de decisão, como esse trabalho, surjam como alternativas necessárias não somente para adequação à legislação por parte dos municípios afetados como, principalmente, para uma melhor gestão do território de uma forma geral. Segundo Câmara e Medeiros (2001), na visão moderna de gestão do território, toda iniciativa de planejamento, ordenação ou monitoramento do espaço deve incluir uma análise de diferentes componentes do ambiente, atendendo o meio físico-biótico, a presença humana, e seu inter-relacionamento. Nesse sentido, observa-se claramente, de acordo com uma consciência insurgente no Brasil e em algumas capitais como Porto Alegre/RS, encaminhamentos em que o geoprocessamento de dados e a espacialização da informação é o cerne da evolução das ferramentas de manejo. A partir da convicção de que não é possível compreender perfeitamente os fenômenos ambientais sem dissecar todos os seus componentes e as suas inter-relações, deve buscar-se uma visão integrada da questão ambiental concomitantemente à questão social. Explicitadas tais circunstâncias, o objetivo do presente trabalho culmina em levantar e relacionar dados, analisando a maneira com a qual eventos extremos – deslizamentos, enchentes e estiagens, por exemplo – se distribuem na zona costeira gaúcha e margens do Guaíba, e a sua relação espacial com as principais infraestruturas de transporte (rodovias, portos, aeroportos, aeródromos), saneamento (unidades de saneamento, estações de transbordo, aterros controlados) e energia (campos eólicos de geração de energia elétrica e subestações de abastecimento de energia elétrica). Considerando os possíveis cenários resultantes da interrelação dos aspectos e circunstâncias recém expostos, de interesse da sociedade adjacente e distante, posto que a importância dessas zonas de maior infraestrutura cria demandantes próximos e longínquos (com uma área de influência muitas vezes difícil de ser definida), que este trabalho procura o nexo entre a distribuição desses conjuntos de instalações e o acontecimento de alguns fenômenos. 3. MATERIAL E MÉTODOS Segundo o PNGC II, ou Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro II, o qual foi implantado com a promulgação da Lei 7661, de 16 de maio de 1988, que o instituiu, fundamentado na Política Nacional de Meio Ambiente, a zona costeira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental com interações especiais. Tais configurações valiosas e demais complexidades, talvez subjetivas e pulverizadas o suficiente para não que não possam ser condensadas em uma análise simplificada, lhe conferem um caráter de fragilidade e que requerem, portanto, atenção especial da organização pública, conforme demonstra sua inserção na Constituição brasileira como área de patrimônio nacional. O presente trabalho teve como área de estudo a zona costeira continental do Rio Grande do Sul, formada pelos “municípios costeiros” (PNGC II, 1995) e pelas margens do Guaíba. Os municípios formadores das margens do Guaíba foram incluídos uma vez que fazem parte do mesmo sistema socioambiental. Segundo o Programa de Gerenciamento Costeiro - GERCO/RS - da FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) inserido no PNGC, a região costeira, que se estende no sentido norte - sul por aproximadamente 620 km de costa, pode ser dividida em 4 grandes setores. São eles: litoral norte, do município de Torres até o município de Cidreira; litoral médio leste, do município de Palmares do Sul até São José do Norte, a leste da Laguna dos Patos; litoral médio oeste, do município de Barra do Ribeiro até o de Pelotas, a oeste da Laguna dos Patos; e Litoral Sul, do município de Rio Grande até o de Santa Vitória do Palmar. Na tentativa de uma análise mais adequada à proposta desse trabalho, subdividiu-se a zona costeira em litoral norte, litoral médio num geral, litoral sul e margens do Guaíba, tendo em vista que (embora as diferenças geomorfológicas entre as três regiões costeiras não sejam expressivas) os fatores socioeconômicos criassem especificidades significativas. Os municípios analisados foram os propostos pela FEPAM, sendo eles: Arroio do Padre, Balneário Pinhal, Barra do Ribeiro, Camaquã, Capão da Canoa, Capão do Leão, Capivari do Sul, Cerrito, Cerro Grande do Sul, Chuí, Chuvisca, Cidreira, Cristal, Dom Pedro de Alcântara, Imbé, Itati, Jaguarão, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Morro Redondo, Pedro Osório, Pelotas, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santo Antônio da Patrulha, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Sentinela do Sul, Tapes, Tavares, Terra de Areia, Torres, Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Turuçu, Viamão e Xangri-Lá. O município de Rio Grande, segundo o GERCO, está incluído tanto na porção sul do litoral quanto na porção média; nesta análise, enquadrou-se o município somente na porção média com o intuito de incorporá-lo à uma região concentradora de infraestruturas, uma vez que Pelotas\Rio Grande são, de fato, os núcleos urbanos (muito próximos) mais expressivos depois da capital Porto Alegre no que diz respeito às infraestruturas da zona costeira do Rio Grande do Sul. A estrutura de dados da infraestrutura inclui sete (7) aeroportos e aeródromos de pequeno porte sob cuidados da Anac, além de aeroportos maiores como o de Pelotas e o Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre; os portos de Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e Estrela; os aterros controlados e estações de transbordo de Porto Alegre, Pelotas, Tramandaí e Rio Grande; um número de sessenta (60) unidades de saneamento (água e esgoto), incluindo ETE's e EBE's (estações de tratamento de esgoto e estações de bombeamento de esgoto) do Programa Integrado SocioAmbiental de Porto Alegre (PISA); os parques eólicos de Osório, Tramandaí, Palmares do Sul, Chuí, Rio Grande e Viamão; e ainda cinquenta e duas (52) subestações de abastecimento de energia elétrica. Ressalta-se que no município de Rio Grande configura-se o maior complexo portuário do sul do Brasil; o Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre também é o principal aeroporto da região sul do Brasil, sendo o terceiro do país em transporte de passageiros internacionais; o PISA é considerada a maior obra de saneamento da capital do Estado do Rio Grande do Sul e os campos eólicos supracitados compreendem o maior conjunto de parques eólicos da América Latina; dando evidente importância à essas localidades e inexequível mensuramento do impacto de suas funções. A partir dos dados meteorológicos obtidos pelo Laboratório de Meteorologia e Qualidade do Ar do Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e Meteorologia da UFRGS entre o período de 11/04/2005 até 5/01/2010 foi possível subdividir os eventos. Foram classificados da seguinte maneira: alagamentos, ciclones extratropicais, deslizamentos, enchentes, enxurradas, estiagens, furacões, geadas, granizo e/ou vendaval, inundações, tornados e, por fim, vendavais propriamente ditos. Frisa-se que foram considerados somente os dados de eventos extremos em ocasiões em que os municípios declararam estado de emergência à defesa civil. Foram criados, em ambiente SIG com uso do software IDRISI, shapes de pontos para indexação dos eventos extremos aos seus respectivos limites políticos. Para simplificar a análise após a vetorização destes pontos as incidências foram agrupadas por semelhança e tipologia quando possível, por exemplo: alagamentos, enxurradas, enchentes e inundações. Com base nos documentos oficiais dos municípios e organizações responsáveis pela gestão dos diferentes setores e em identificação feita por imagem de satélite, as infraestruturas básicas dos municípios da região também foram vetorizadas com uso de softwares ArcGIS e QuantumGIS/Open Layers, resultando em diversos shapes de polígonos, pontos e poli-linhas espacializados ao longo da zona costeira. A superposição das camadas contendo as três principais informações – limites municipais para enquadramento em uma das três áreas de subdivisão proposta para a zona costeira; total de infraestruturas escolhidas, identificadas e espacializadas; e quantidade de eventos extremos por município; permitiu a análise do conteúdo gerado na base de dados e seu posterior cruzamento e diagnóstico. Na definição de La Blache, contida no Manual de Uso da Terra do IBGE (p. 22, 2013), "as paisagens de uma região são o resultado das superposições, ao longo da história, das influências humanas e dos dados naturais". Por fim, seguindo essa ideia foram sobrepostas as camadas vetorizadas e comparadas entre si, no que diz respeito à ocorrência de eventos extremos e a existência ou não de infraestruturas importantes em dado local. 4. RESULTADO E DISCUSSÃO A faixa costeira, do ponto de vista histórico e de acordo com Caio Prado Jr. (1987) em História Econômica do Brasil, foi a mais importante unidade regional na formação do território brasileiro uma vez que é onde se desenvolveria a agricultura tropical que serviria de base econômica e ponto de irradiação da colonização. Posteriormente, ao final do período colonial o povoamento no Brasil ainda concentrava-se na sua faixa litorânea e praticamente desaparecia no Sul do país, somente tornando a ser visível no extremo-sul (KAGEYAMA, 2008). A partir do censo de 1991, Moraes (2000) verifica que metade da população do país condensava-se em uma distância menor do que 200 km do mar e 5 de 9 regiões consideradas como 'metrópole' tinham contato direto com a beira de praia, sozinhas correspondendo à 15% da população do país. Apesar da diferença de dimensão, como visto, os padrões atuais de povoamento seguem os mesmos do período colonial e o modo de vida predominante na zona costeira é o urbano com um valor percentual altíssimo no litoral na década de 90 e crescendo (87% de urbanização do litoral em 1991). Confirmando a visão de que o processo de adensamento não segue uma razão aleatória, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2013, as tendências demográficas, tanto as contemporâneas como as precedentes do momento histórico atual, não são uma fatalidade. A população distribui-se de forma irregular em todo o território nacional e as áreas próximas ao litoral são as mais intensamente povoadas devido ao processo histórico de ocupação perpetuado no Brasil. Ainda nesse sentido, a faixa litorânea detém as maiores densidades demográficas e também os municípios mais populosos, relegando a ocupação do interior do Brasil, relacionada à ocupação dos vales fluviais e, posteriormente, à existência de eixos de transportes, à processos econômicos e militares mais recentes (IBGE 2010). Mais especificamente no Estado do Rio Grande do Sul, a região metropolitana de Porto Alegre é evidentemente a maior concentradora de população. Dentro da área de interesse deste estudo, o litoral médio oeste e o litoral norte são as porções que se inserem, respectivamente, em segundo e terceiro lugar no que diz respeito à densidade demográfica. Dentro das imediações analisadas por este trabalho, o município de Rio Grande é o mais antigo no estado do Rio Grande do Sul, segundo dados do porto do município. Essa situação se configura devido aos potenciais usufrutos que sua geomorfologia possibilitaria, sendo seu canal a única ligação entre as rotas de navegação marítima e o interior do Estado, desde Laguna, em Santa Catarina, até o Rio da Prata, na República Oriental do Uruguai. Esse crescente aumento dos recursos e infraestruturas básicas da região alcançam nos tempos atuais o auge de sua expressão. Entretanto, a economia mais pujante e robusta, expandida à um formato plural de indústria, comércio e serviços, exerce uma pressão maior sobre os elementos bióticos e abióticos do geossistema em que se insere. Segundo Toigo (p. 53, 2013), "[...] quanto mais rica for uma nação e quanto maior for a renda per capita e o poder de compra de sua população, maior será a produção para suprir a demanda e mais forte será, portanto, a sua pressão sobre a biocapacidade e a capacidade de regeneração dos ecossistemas do planeta". Assim, ao relacionar-se o aumento das atividades antrópicas ao aumento de desgaste da organização natural, a alteração da estrutura e as condições de funcionamento e autoregulação dos sistemas ambientais autóctones, sentencia-se que podem ser resultado dos diferentes impactos humanos, tais como, desmatamento, execução de obras hídricas, impermeabilização da superfície do solo e irrigação mal gerenciada. Processos de degradação ambiental como fragmentação e empobrecimento dos ecossistemas, erosão eólica e hídrica, deslizamentos, compactação dos solos, alteração do regime hídrico (entre outros) manifestam-se em consequências socioambientais concretas, tais como a perda da capacidade produtiva econômica, a qual por sua vez leva a perda da identidade cultural, empobrecimento social e outros. (RODRIGUEZ; DA SILVA, 2009) Os polígonos, poli-linhas e pontos usados para evidenciar as infraestruturas, como ilustrado na Figura 1 (Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre e unidade de saneamento), quando observados em escala regional contribuíram para a percepção das áreas concentradoras de infraestruturas básicas da zona costeira e margens do Guaíba. Ademais, depreendeu-se a produção dos diversos produtos cartográficos resultantes, compreendendo eventos totais e infraestruturas totais, infraestruturas no litoral norte, médio, sul e margens do Guaíba (Figura 2, Figura 3 e Figura 4). Fig. 1 - Aeroporto Internacional Salgado Filho e unidade de saneamento. Fig. 2 - Eventos totais e Infraestruturas totais Nota: Quanto mais escuro, maior a incidência de eventos extremos. Os resultados evidenciados a partir da análise espacial demonstraram a ausência de uma distribuição padronizada e bem definida na zona costeira no que diz respeito à ocorrência total de eventos extremos declarados à defesa civil por parte dos municípios. Uma demonstração dessa manifestação irregular é o fato de que, no período compreendido pelo estudo, três ou mais incidentes foram somente comunicados por quatro municípios dos quarenta e oito incluídos na área estudada. Foram eles: Mostardas – com três ocorrências, sendo elas: enchente, granizo e vendaval –; Arroio Grande – com três ocorrências, sendo elas: vendaval, granizo e enxurrada –; Dom Pedro de Alcântara – com três ocorrências, sendo elas: vendaval, furacão e ciclone extratropical – e Mampituba – o único com quatro ocorrências, sendo elas: ciclone extratropical, furacão, enchente e e enxurrada –. Dentre os citados, os dois últimos municípios são da porção Norte da zona costeira enquanto os anteriores são da porção média e sul, respectivamente. Fig. 3 – Infraestruturas do litoral sul e médio. Fonte: Laboratório de Modelagem de Bacias, UFRGS. Fig. 4 – Infraestruturas das margens do Guaíba e litoral norte. Fonte: Laboratório de Modelagem de Bacias, UFRGS. Observando separadamente cada espécie de evento extremo comunicado à defesa civil tem-se em ordem decrescente de ocorrência enxurradas (onze), ciclones extratropicais (nove), granizo (oito), enchentes (sete), vendavais (sete), furacões (três), granizo\vendaval (dois), inundação (duas), tornado (um), nenhum deslizamento, alagamento e nenhuma geada. Computou-se um total de cinquenta (50) eventos em quarenta e oito (48) municípios da zona costeira e margens do Guaíba. De acordo com Kobiyama et al. (2006) num modo geral, os desastres naturais citados acima tendem a ser determinados a partir da relação entre o homem e a natureza, resultando das tentativas humanas em dominar a natureza. Quando não aplicadas medidas mitigadoras dos efeitos dos desastres, sua tendência é o aumento de intensidade, magnitude e frequência dos impactos. O aumento considerável de eventos extremos registrados nos últimos anos se deve, principalmente, a um aumento de população, a ocupação desordenada e ao intenso processo de urbanização e industrialização experenciados. Concentrando-se nas áreas urbanas, entre os principais fatores que contribuem para o desencadeamento destes desastres destacam-se a impermeabilização do solo, o adensamento das construções, a conservação de calor. Por outro lado, nas áreas rurais, destacam-se a compactação dos solos, o assoreamento dos rios, os desmatamentos e as queimadas antrópicas. Tais patologias do conflituoso relacionamento humano com as demais entidades naturais revelam uma infuncionalidade dos modelos adotados pelo ser humano no que diz respeito à sua inserção no meio físico natural. Entretanto, seguindo a tipologia das incidências e considerando eventos análogos de forma agrupada, observa-se a uma notável incidência de ciclones, furacões e tornados no litoral norte do estado. Como supracitado, nos municípios de Mampituba, Dom Pedro de Alcântara, e agora, Torres, Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras, Arroio do Sal, Três Forquilhas, Terra de Areia, São Francisco de Paula, Cidreira, Balneário Pinhal, Capivari do Sul, Capão da Canoa, Maquiné, Xangri-lá, Osório, Imbé, Tramandaí e Santo Antônio da Patrulha é possível diagnosticar uma concentração de eventos desse caráter. Nesses municípios foram vinte e cinco eventos extremos, dentre os quais dezesseis são ciclones, tornados, vendavais e furacões. Somente sete não eram na seção norte da zona costeira, num total de vinte e duas ocorrências de ciclones extratropicais, furacões, tornados, vendavais e vendavais com granizo. Isto é, aproximadamente 68% do total das ocorrências desse tipo são na porção norte da zona costeira, como ilustrado na Figura 5. No Litoral Norte, dentre as infraestruturas consideradas de maior importância, o conjunto de Parques Eólicos se destaca uma vez que a sua totalidade (somando-se os parques eólicos do Litoral Médio) conceberão o maior complexo de aerogeradores da América Latina, segundo informações designadas pelo Governo Federal (PORTAL BRASIL, 2014). Entretanto, os Parques Eólicos se concentram nos municípios de Tramandaí, Osório e Palmares do Sul enquanto o município mais afetado por eventos extremos do Litoral Norte é Mampituba, localizado na divisa com o estado de Santa Catarina. Ademais, a própria movimentação das usinas depende de um acentuado trânsito de massas de ar. Tais circunstâncias conferem maior tranquilidade quanto à segurança dos empreendimentos de geração de energia elétrica a partir de aerogeradores e dão credibilidade aos investimentos nessa fonte de energia renovável na região, uma vez que, segundo o Renewable Energy Policy Network for the 21st Century de 2012, o Brasil aumentou em 8% o investimento em tecnologias de energias renováveis nos últimos anos. Fig. 5 – Incidências de ciclones, furacões e tornados. Fonte: Laboratório de Modelagem de Bacias, UFRGS. A declaração de urgência à defesa civil por ocorrência de granizo e\ou vendavais com granizo pelos municípios da zona costeira ficou concentrada no litoral médio, tanto a oeste como a leste da Lagoa dos Patos, como observado na Figura 6. Porém, mesmo ocorrendo em alguns municípios com elevada centralização de infraestruturas básicas da zona costeira (e também em municípios próximos com quase nada de infraestrutura), a natureza do impacto as estruturas avaliadas no presente estudo é potencialmente menor se comparada às outras manifestações climáticas avaliadas. Já em relação às inundações, enxurradas e enchentes, estas vêm atingindo com mais frequência boa parte do litoral norte e principalmente o litoral médio – deste último, a porção a oeste da Lagoa dos Patos é a que concentra a maioria das ocorrências, como observado na Figura 7. Dos vinte registros dessas espécies doze se distribuem somente pelo litoral médio da zona costeira enquanto os outros oito se concentram principalmente no litoral norte. Fig. 6 – Incidências de granizo e vendaval. Fonte: Laboratório de Modelagem de Bacias, UFRGS. Segundo consta no Atlas Eólico do Rio Grande do Sul (2002), o Litoral Médio Oeste é uma área especialmente suscetível à inundações e com vastas áreas de alagamento beirando a Lagoa dos Patos. A área também é receptora de um aporte expressivo de água, posto que a geomorfologia da planície litorânea é composta por feições arenosas modeladas pelo vento e pelo mar, com baixas cotas altimétricas, o que gera uma repercussão nas manifestações climáticas da área (HASENACK & FERRARO, 1989). O uso e ocupação do litoral médio da planície costeira do Rio Grande do Sul ao longo das décadas geraram uma paisagem vulnerável às inundações uma vez que a urbanização e a substituição da vegetação nativa por agricultura gerou alterações nas dinâmicas do local (SILVA et al., 2011).Os municípios de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Guaíba foram incluídos no estudo por se localizarem em um sistema muito semelhante e sob forte influência dos grandes corpos d'água da zona costeira, uma vez que tais municípios estão assentados às margens do Guaíba. Porto Alegre, sendo a capital da unidade federativa, é um alvo especial de atenção e apresenta uma paisagem singular onde mescla áreas rurais e centros altamente urbanos, compõem um mosaico espacial e territorial em que se destacam os ambientes naturais (60,06%) e ambientes construídos (30,94%). A paisagem da região de Porto Alegre pode ser ilustrada por 11 paisagens dadas como características, evidenciando uma heterogeneidade na ocupação do espaço pela população residente, onde aproximadamente 65% da paisagem natural não é urbanizada, de acordo com a publicação feita pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre do Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre de 2008. Fig. 7 – Incidências de inundações, enxurradas e enchentes. Fonte: Laboratório de Modelagem de Bacias, UFRGS. Porto Alegre, justamente, foi um dos municípios que curiosamente não declarou estado de urgência em nenhuma categoria de evento extremo, embora este concentre a maior parte das infraestruturas e população da zona costeira. Ao mesmo tempo em que Porto Alegre apresenta a maior área construída, o que leva a uma menor infiltração da água e, consequentemente, uma maior suscetibilidade a inundações, alagamentos e enchentes, esta também possui um sistema mais resiliente em termos de capacidade operacional e recursos para lidar com estes eventos. Vale ressaltar que a fragmentação da ocupação no território e a formação de polos de concentração e atração de atividades urbanizadoras, a geomorfologia e as características físicas da região são fatores determinantes nos resultados de ambas as partes relacionadas nesse trabalho, o que complexifica a análise conjuntural. As análises baseadas em SIG evidenciaram aspectos espaciais importantes da disposição geográficas da infraestrutura e sua relação com os eventos extremos ocorridos no passado próximo e, desta forma, trazem subsídios para o processo de tomada de decisão na zona costeira gaúcha e margens do Guaíba. O estudo da funcionalidade de uma paisagem, sendo ela a interface entre natureza e sociedade, trata, pois, não só do estudo das propriedades dos geossistemas no estado natural, mas das interações com os sistemas sociais e culturais, em uma dimensão sócio-ecológica. Essa visão de paisagem permite sua consideração como unidade do meio natural, como um dos sistemas que entram em interação com os sistemas sociais, para formar o meio ambiente global, ou seja, os sistemas ambientais (RODRIGUEZ; DA SILVA, 2009). Entretanto, eventuais simplificações das interações naturais e sociais, a rejeição do que supostamente seria dispensável, representaria somente ensaios da realidade e não a complexidade do real. Conforme Morin (2005), enquanto um pensamento simplificador desintegra a complexidade contida na realidade, um pensamento complexo maximiza a integração dessas maneiras com tendências simplificadoras, mas sem conivir com suas consequências segmentadoras, ofuscantes, redutoras e unidimensionais, características de uma simplificação que se considera o que há de real no real. Nesse sentido, um erro do usual pensamento disjuntivo é acreditar que a complexidade conduz à eliminação da simplicidade. Uma vez que a complexidade surja, realmente, onde o pensamento simplificador falha, mas ela "integra em si tudo o que põem ordem, clareza, distinção, precisão no conhecimento" (Morin, p. 6, 2005). Entretanto, esse modo de análise aspira uma integração impossível e requer o reconhecimento de uma provável incerteza, dando, então, ao agente pesquisador, a consciência de fatores à respeitar como possíveis adúlteros de seu estudo. Sendo assim, os processos que conduzem às mudanças do uso e ocupação do solo na planície costeira do Rio Grande do Sul ainda não foram totalmente compreendidos e seu dissecamento é fundamental ao planejamento de intervenções na atual distribuição das atividades humanas para uma utilização mais sustentável do território (SILVA & TAGLIANI, 2012). Tal argumentação se faz justa uma vez que o presente trabalho procura a conexão mais clara entre pilares da sociedade atual; as infraestruturas mais básicas das quais dependem a maior parte dos serviços humanos e a suscetibilidade à coação dessas atividades por ação das intempéries climáticas (agravadas ou não pelos padrões espaciais replicados pelos ocupantes de determinada região). Salientando a zona costeira e sua especialidade como o sítio inserido em toda essa questão, observa-se, portanto, que em relação às demais áreas de terra emersas, compreende um espaço dotado de especificidades e vantagens locacionais, um espaço restrito e relativamente raro (MORAES, 2007). Ou seja, comparando a área de interesse do estudo às demais, a zona costeira constitui uma pequena fração, porém, abriga funções especializadas e até mesmo raras que tornam as áreas litorâneas em áreas de particulares qualidades geográficas, dignas de estudos integrados, sinérgicos e preocupados em responder à sua complexidade. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS As ameaças ambientais situam-se entre os empecilhos mais preditores à expansão do desenvolvimento humano (RDH, 2013). A partir desse ponto de vista, a estratégia de sobrepor centros demográficos (os quais não são somente locais densamente ocupados, mas também zonas concentradoras de serviços, infraestruturas e geração de renda) com a ocorrência de eventos extremos (naturais ou agravados pela ação humana, uma vez que os padrões de crescimento e estilo das cidades repercutem seriamente no contexto em que estão inseridas) gera informações de grande importância para a gestão do território. Ignorá-las, portanto, evidenciaria uma má compreensão das interações antrópicas e não antrópicas, desencadeando uma administração em desconformidade com o metabolismo da paisagem circundante. Tendo em vista que o objetivo central do presente trabalho foi analisar a relação espacial das infraestruturas básicas e a ocorrência de eventos extremos na zona costeira e margens do Guaíba, depreendeu-se que a análise da sobreposição, limitada à área de estudo, gerou uma resposta esclarecedora a respeito da distribuição e concentração das áreas mais afetadas por eventos hidrometeorológicos e o corpo basal das funções desempenhadas na região. Embora algumas espécies de infraestrutura fossem pulverizadas quase igualitariamente pela zona costeira – subestações de energia e unidades de saneamento – todas demonstraram algum acúmulo significativo na capital Porto Alegre e em menor quantidade, mas também alguma concentração, no núcleo Pelotas/Rio Grande. Quanto à ocorrência de eventos extremos, notou-se uma recorrência à Defesa Civil maior por parte dos municípios do extremo Litoral Norte e do Litoral Médio Oeste, este último correspondendo a segunda maior concentração de infraestruturas muito significativas para a zona costeira do Rio Grande do Sul. A região metropolitana de Porto Alegre foi a menos afetada por eventos extremos radicais o suficiente para que os órgãos responsáveis entrassem em contato com a Defesa Civil, mesmo sendo a maior concentradora de infraestruturas básicas. Em sociedades de grande dimensão e complexidade, os resultados de políticas específicas são inevitavelmente incertos. Em vista disto, os Estados voltados ao desenvolvimento têm de ser pragmáticos e testar uma gama de abordagens diferentes (RDH, 2013), principalmente no que diz respeito ao conhecimento de seu próprio território, incluindo tudo o que nele habita e faz parte. Por isso, o desenvolvimento de métodos efetivos e representativos de geoinformação, como ferramentas de auxílio aos tomadores de decisões, mostram-se essenciais para uma boa gestão e para a manutenção da relação sociedade-natureza. AGRADECIMENTOS Agradece-se ao Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e Meteorologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística pelos dados que compuseram este trabalho e à Universidade Federal do Rio Grande do Sul pelas bolsas fornecidas para os alunos de graduação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Geoprocessamento para projetos ambientais. In: Introdução à ciência da Geoinformação. São José dos Campos, 2001. Disponível em: http://mtcm12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf. Acesso em: 22 mai 2014. FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. FEPAM. Programa de Gerenciamento Costeiro. 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