TÉCNICA
TÉCNICA
Proconve P7
por GABRIEL MARAZZI
M
uito se fala sobre
emissões poluentes
provenientes de
motores de automóveis e o
programa de controle de
poluição do ar, o Proconve.
Mas, e os caminhões? Após
várias fases do programa, os
índices de emissões foram
reduzidos, ajudando a não
piorar demais a qualidade
do ar atmosférico, e em
2012 a sétima fase do
Proconve aperta o cerco dos
motores movidos a diesel,
visando, prioritariamente,
reduzir o material particulado lançado no ar por ônibus
e caminhões. Os novos
valores são tão baixos que os
motores a diesel atuais não
têm como atender a legislação sem que sejam utilizadas
novas tecnologias de póstratamento de gases expelidos. Isso exigiu, também, a
utilização de um novo combustível, um óleo diesel com
menor teor de enxofre.
Para reduzir em 60% o
índice de emissão de óxido
de nitrogênio (NOx) e 80%
o material particulado (fuligem), há duas novas tecnologias de tratamento de
gases, a SCR – Selective
Catalityc Reduction – e a
EGR – Exhaust Gas
Recirculation. Cada fabricante optou por uma dessas
tecnologias, ou mesmo as
duas, para aplicar em seus
veículos que serão comercializados a partir de janeiro
de 2012. Para monitorar o
perfeito funcionamanto dos
novos motores, o OBD, On
Board Diagnosis, passa a ser
obrigatório nos veículos P7.
36 Novembro 2011 Motor Quatro
O que muda para os motores a diesel em 2012: novo
combustível e nova tecnologia de tratamento de gases
Novo combustível para os novos motores
Arla 32, o agente reativo
Para total controle de falhas
decorrentes do tratamento
dos gases de escapamento, o
ODB – On Board Diagnosis –
é um equipamento
obrigatório em todos os
caminhões e ônibus a partir
de 2012. Ele alerta o motorista
sempre que as emissões, por
qualquer motivo, fiquem
acima dos índices máximos
permitidos pelo Proconve P7.
Os sistemas pós-tratamento de
emissões poluentes são sensíveis
ao enxofre, elemento presente em
grande quantidade na composição
do óleo diesel atual (1 800 ppm partes por milhão - no interior do
país e 500 ppm nos grandes
centros urbanos). Por esse
motivo, os novos motores que
utilizam os sistema EGR ou SCR
exigem a utilização de um novo
combustível, o diesel S50, com
apenas 50 ppm de enxofre. Mas
essa concentração será ainda
menor, o S10, óleo diesel utilizado
obrigatoriamente a partir de 2013,
terá apenas 10 ppm de enxofre em
sua composição. Os motores
anteriores à legislação Proconve
P7 também poderão usar tanto o
S50 quanto o S10.
Selective Catalityc Reduction
Uma das formas de se reduzir o
óxido de nitrogênio (NOx) dos
gases emitidos pelo
escapamento dos motores a
diesel é fazê-lo reagir
quimicamente com o ar para
On Board Diagnosis
transformá-lo em nitrogênio (N2)
e vapor d´água (H2O), ambos não
agressivos ao meio ambiente.
Para isso o sistema SCR, sigla de
Redução Catalítica Seletiva,
necessita de um catalisador
especial, no interior do qual ocorre
uma reação acelerada por uma
susbtância adicional, o Arla 32.
Arla é a sigla de Agente Redutor
Líquido Automotivo, composto de
uréia diluida a 32% em água
desmineralizada.
O Arla 32 deverá ser pulverizado
no escapamento antes do
catalisador, proveniente de um
tanque especial para essa
susbstância. Obviamente o
motorista deverá manter o
tanque de Arla 32 abastecido,
para que o sistema sempre
funcione adequadamente. Na
falta do Arla 32 o motor emitirá
poluentes acima do permitido
pelo Proconve P7, ao mesmo
tempo em que o sistema ODB no
painel do veículo informa a falha
ao motorista. O consumo de Arla
32 é de cerca de 5% do consumo
de óleo diesel.
A partir de 2012, os motoristas
de ônibus e caminhões que têm
o sistema SCR de redução de
óxido de nitrogênio deverão se
preocupar em encher mais um
tanque, o do Arla 32. Composto
de uma solução de 32% de
uréia, cuja fórmula é NH3, essa
substãncia, injetada no
escapamento, reage com o
NOx, no interior do catalizador,
resultando em gás nitrogênio
(n2) e água (H2O).
O Arla 32 não tem cheiro, não e
é inofensivo, não irrita a pele e
não é explosivo, podendo ser
manuseado sem problemas. Só
não pode ser armazenado em
recipientes metálicos pois,
sendo um componente redutor,
estes podem enferrujar. Caso
não haja Arla 32 no tanque
apropriado, o sistema perde até
40% de seu torque, avisado ao
motorista eletronicamente pelo
sistema OBD.
Exhaust Gas Recirculation
O outro sistema de redução de
poluentes para motores diesel
é o EGR, que é a sigla em inglês
para Recisrculação dos Gases
de Escapamento. O EGR é mais
simples que o SCR, consistindo
em um tubo ligando o coletor
de escapamento ao coletor de
admissão. Dessa forma os
gases que não forem
totalmente queimados podem
passar novamente pela câmara
de combustão para completar
o ciclo, reduzindo a emissão do
óxido de nitrgênio NOx.
Uma válvula eletrônica controla
a passagem desses gases,
conforme um sensor de NOx
instalado no escapamento,
após o catalisador oxidante
comum. Para perfeito
funcionamento do sistema EGR
são necessários dois
equipamentos auxiliares, um
refrigerador dos gases de
escape, que aumenta a sua
densidade e reduz as perdas de
energia, e um filtro de DPF, que
complementa a redução do
material perticulado.
Motor Quatro Novembro 2011 37
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Proconve P7 - SAE Brasil