Obesidade pode oferecer risco de morte Doença é causada por hereditariedade, erro alimentar e sedentarismo. Cirurgia só deve ser feita se o tratamento não tiver sido eficaz Entre as dez doenças mais comuns no mundo, a obesidade é considerada hoje uma epidemia mundial. Causada por diversos fatores, como hereditáriedade, má­alimentação e sedentarismo, o problema compromete a saúde e pode até oferecer risco de morte. “Pessoas obesas são propensas a muitas outras doenças, como pressão alta, colesterol, apnéia do sono, diabetes, dificuldades para respirar, depressão, dores articulares e problemas cardíacos, podendo chegar à morte”, explicou o cirurgião do aparelho digestivo Jean Ricardo Nicareta, de Guarapuava. Obesidade é caracterizada pelo índice de massa corporal (IMC) acima de 30. Calcula­se o IMC dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado. Acima de 35 considera­se obesidade em grau 2 e mais que 40, obesidade mórbida. “Pessoas com IMC acima de 40 têm 14 vezes mais chances de morrer do que uma pessoa normal”, destacou o médico. O problema de saúde tem como causa principal o descuido com o cardápio: muitos alimentos calóricos são ingeridos pelas pessoas. “O ideal é que cada um consuma até 2.500 calorias por dia, porque essa é a média de gasto energético do organismo humano. Mas esse limite geralmente é ultrapassado, e se as calorias não são queimadas com alguma prática física, se transformam em gordura e a pessoa ganha peso”. Nicareta afirmou ser comum obesos hereditários. “Há diversas famílias em que todos ou quase todos os membros têm peso acima do ideal”. Nesses casos, ainda que a pessoa coma pouco, o organismo sempre queima menos calorias. Solução Para resolver o problema da obesidade, basicamente basta comer menos e praticar mais exercícios físicos. A alimentação ideal é conhecida como a do “prato colorido”: bastante verduras, legumes, frutas, um pouco de carboidrato, proteínas e evitando gordura e alimentos hipercalóricos. “Se o tratamento não resolver, então deve ser feita a cirurgia. É a última alternativa”, destacou o cirurgião. Cir ur gia Recomendada a obesos mórbidos e a pacientes de obesidade classe 2, a cirurgia bariátrica, conhecida como de redução de estômago, deve ter acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, envolvendo cirurgião, nutricionista, endocrinologista, psicólogo, psiquiatra, cardiologista, anestesista. “Isso é importante tanto antes quanto depois de operar. É preciso conhecer o organismo da pessoa, seus detalhes, para poder indicar um cirurgia com segurança”. Conforme informou o médico, há diversas técnicas para o processo cirúrgico, mas a mais moderna é a redução do tamanho do estômago e do intestino. “Assim, a capacidade dos órgãos fica reduzida, evitando que os alimentos sejam absorvidos demais. E como o estômago está pequeno, mesmo comendo pouco a fome passa”. As chances de sucesso da operação médica são superiores a 90% e, segundo Nicareta, as causas de falha são, geralmente, erro alimentar e falta de prática física.
Cálculo Para calcular o IMC, siga a equação: IMC = ____peso (Kg)____ altura x altura (m²) Depois, confira a categoria do seu peso. Categoria IMC Abaixo do peso Abaixo de 18,5 Peso normal 18,5 ­ 24,9 Sobrepeso 25,0 ­ 29,9 Obesidade Grau I 30,0 ­ 34,9 Obesidade Grau II 35,0 ­ 39,9 Obesidade Grau III 40,0 e acima Peso saudável equivale ao peso normal. Legenda: Nicareta: pessoas com IMC acima de 40 têm 14 vezes mais chance de morrer
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