UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
VANESSA BEDIN
ESTRESSE PRÉ-COMPETITIVO EM
ATLETAS DE JIU-JITSU
Chapecó - SC, julho 2010
VANESSA BEDIN
ESTRESSE PRÉ-COMPETITIVO EM
ATLETAS DE JIU-JITSU
Monografia apresentada à Unochapecó como parte
dos requisitos como obtenção do grau de licenciado
em Educação Física.
Orientadores: Esp. Vitor Paulo Camargo Goulart e
Esp. Ronilson Nunes Silva
Chapecó-SC, julho 2010
AGRADECIMENTOS
A Deus, que sempre iluminou o meu caminho e me deu forças para ultrapassar
todos os obstáculos. Aos meus pais Tania e Dorivaldo que sempre me apoiaram em tudo e
são o maior exemplo de vida para mim. Aos professores orientadores Vitor Paulo Camargo
Goulart e Ronilson Nunes da Silva pela colaboração e contribuição neste trabalho e o
incentivo nas horas mais difíceis. A todos os meus amigos e colegas que me
acompanharam essa trajetória.
RESUMO
O estudo se caracterizou por uma pesquisa quantitativa descritiva onde seu objetivo foi
verificar o nível de estresse pré-competitivo de acordo com os gêneros masculinos, femininos,
categorias e faixas etárias. Participaram do estudo atletas que competiram no campeonato Sul
Brasileiro de jiu-jitsu em Florianópolis SC. A amostra foi composta por 47 atletas sendo 6 do
sexo feminino com idade médias de 26.33 anos e 41 no masculino com idade média de 29,80
anos. Participaram do estudo, competidores com: no mínimo 1 ano de pratica na modalidade e
disponibilidade para responder o questionário individualmente. O instrumento utilizado foi a
Lista de Sintomas de Stress Pré-Competitivo desenvolvida por De Rose Jr. (1998). Para uma
análise mais específica dos sintomas de estresse pré-competitivo, o grupo foi subdividido de
acordo com: Sexo (masculino e feminino), faixa etária, categorias (azul, roxo, marrom e
preto). Os resultados mostram que os níveis de estresse pré-competitivo de acordo com as
faixas etárias e gêneros estão nos índices considerados moderados de acordo com o escore.
No nível de estresse por categorias masculino e feminino podem observar que o nível dos
sintomas diminui conforme a categoria do atleta aumenta. Outros estudos são necessários para
identificar os níveis de estresse dos lutadores, comparando atletas do sexo feminino e
masculino, suas categorias e faixas etárias, visto que a homogeneidade da pesquisa pode ter
influenciado nos resultados, pois atletas mais experientes podem ter maior capacidade de
gerenciar o seu estresse pré-competitivo e estarem adaptados aos possíveis sintomas.
Palavras- Chave: Atletas, jiu-jitsu, competição, estresse.
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1: Categoria por faixa etária / 27
Tabela 2: Duração das lutas no campeonato / 28
Tabela 3: Categoria por peso – Masculino / 28
Tabela 4: Categoria por peso – Feminino / 28
Tabela 5: Faixas e idades correspondentes / 29
Tabela 6: Medias e desvios padrões agrupados por idade do sexo masculino / 32
Tabela 7: Medias e desvios padrões agrupados por idade do sexo feminino / 33
Tabela 8: Média por categoria do sexo masculino / 34
Tabela 9: Média por categoria do sexo feminino / 34
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO / 8
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA / 9
1.2 OBJETIVOS / 9
1.2.1. Objetivo Geral / 9
1.2.2 Objetivos Específicos / 10
1.3 JUSTIFICATIVA / 10
2 REVISÃO DE LITERATURA / Erro! Indicador não definido.2
2.1 ESTRESSE NO ESPORTE / 122
2.2 O JIU-JITSU / 222
2.2.1 História e Origem do Jiu-Jitsu / 222
2.2.2 O Jiu-Jitsu na Ásia / 233
2.2.3 O Jiu-Jitsu no Mundo / 244
2.2.4 O jiu-jitsu no Brasil / 255
2.2.5 O jiu-jitsu no Brasil e a família Gracie / 255
2.2.6 A luta de jiu-jitsu / 266
2.3 GOLPES E PONTUAÇÃO / 266
2.4 SISTEMA DE GRADUAÇÃO / 299
2.4.1 Sistema de faixas e idades correspondentes / 299
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS / 30
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA / 30
3.1.1 Instrumentos / 31
3.1.2 Procedimentos / 31
3.1.3 Análise dos dados / 31
4 Analise e disculção dos resultados / 32
5 Considerações finais / 36
REFERÊNCIAS / 328
ANEXOS / 42
1 INTRODUÇÃO
Durante os últimos anos, profissionais de Educação Física e esportistas em geral
tem levantado questionamentos indicando que o estresse pré-competitivo é fator de
influência relevante na performance de atletas, nas mais diferentes modalidades
esportivas.
Tal situação é verificada através de observações e depoimentos de
competidores e seus preparadores, porém sem determinar se os efeitos do estresse na
performance atlética são benéficos ou podem trazer prejuízo. A Educação Física através de
sua área de atuação e seu objeto de estudo, dispõe dos métodos e instrumentos próprios de
investigação, que poderão contribuir na elucidação deste questionamento.
A prática esportiva tem sido bem estudada e se tem verificado as limitações de seus
benefícios, apesar de ainda haver muito a se estudar. Por conseguinte, qualquer atividade
física praticada requer atenção especial, pois funciona num sistema dinâmico bipolar onde
um indivíduo pode ser treinado até atingir um nível de excelência atlética, porém a
preparação deve considerar os efeitos não somente sobre o corpo, mas também sobre a
mente, uma vez que uma prática incompleta pode gerar lesões e patologias permanentes
(CARVALHO, 2007).
Segundo Carvalho (2007) quando bem administrada, a participação em qualquer
tipo de atividade física pode trazer benefícios ao seu praticante. Em caso negativo, poderá
trazer malefícios físicos, orgânicos, mentais e por conseqüência influenciar seu
desempenho. Alguns estudos na área da medicina esportiva impõem restrições à prática de
esportes competitivos.
Segundo estudos de Carvalho (2007) o Jiu-jítsu pode ser caracterizado como uma
forma de atividade física de combate, que pressupõe a existência de um professor ou
técnico envolvido no seu ensino ou treinamento. Atualmente sua principal forma de
expressão ocorre como esporte de luta, sendo considerado como uma das artes marciais
mais antigas e completas da atualidade, pois foi desenvolvido por monges budistas, durante
9
suas longas viagens, nas quais eram atacados constantemente e por motivos filosóficos não
podiam portar arma.
De acordo com Fernandes (2002), o jiu-jítsu é uma arte marcial de combate corpo a
corpo que pode resumir basicamente suas técnicas em golpes de projeção, imobilizações,
chaves articulares e estrangulamentos, mas Hernandes Jr., (2000), ressaltando que nos
primórdios de sua idealização, tinha o objetivo de defesa pessoal de importância vital para
o guerreiro Samurai, sendo atualmente um esporte extremamente dinâmico e inteligente,
podendo ser comparado a um xadrez jogado com o corpo, tendo suas regras bem
formuladas para conservar a integridade física dos seus praticantes.
Se considerarmos as variáveis que interferem no desempenho do atleta, Figueiredo
(2000) destaca; a motivação como uma "força" que impulsiona as pessoas a determinadas
ações, porem, ela é observada, no ambiente no qual o atleta esta inserido. O ambiente
competitivo apresenta inúmeros fatores estressantes para o atleta, sendo que algumas
estratégias podem auxiliar o atleta a lidar com o excesso de ansiedade e tensão. Sendo
assim, na pratica esportiva existem diversos fatores que contribuem, e/ou dificultam o
desempenho das atletas. Dentre estes fatores, podemos destacar a motivação, a ansiedade, e
o estresse pré-competitivo, este último, o objetivo deste estudo.
Baseando-se nestas perspectivas, o presente estudo busca compreender a
manifestação do estresse em atletas amadores de Jiu-Jítsu.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Qual é o nível de estresse em atletas de jiu-jitsu?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1. Objetivo Geral
Verificar o nível de estresse em atletas de jiu-jitsu?
10
1.2.2 Objetivos Específicos

Determinar o nível de estresse pré-competitivo por faixa etária.

Determinar o nível de estresse pré-competitivo por categoria.
1.3 JUSTIFICATIVA
Todo o processo competitivo causa estresse nos ser humano e faz com que estes
sejam submetidos constantemente a um verdadeiro bombardeio de observações, opiniões e
julgamentos que podem criar expectativas, objetivos e pressões inadequados para seu
desenvolvimento como atleta.
Assim, para competir o atleta tem que estar muito bem preparado e se destacar
entre aqueles que praticam determinada modalidade esportiva. Pressupõe-se que ele deva
superar os mais elevados níveis de exigência, sejam eles físicos, técnicos, táticos ou
psicológicos. Tudo isto requer um árduo trabalho, planejado e rigorosamente organizado,
visando o aperfeiçoamento dos requisitos necessários para se obter os melhores resultados.
Este estudo se justifica pela carência de investigação sobre o nível de estresse précompetitivo em atletas amadores, mais especificamente na modalidade de jiu-jitsu e pelos
constantes colapsos enfrentados pelos mesmos durante os períodos que precedem uma
competição. Tornando este assunto de importância relevância, sendo que sabemos que o
nosso organismo em situações de estresse sofrem alterações, as quase muitas vezes são
responsáveis pelas alterações no resultado final das competições.
Percebe-se que o estresse tem estado presente nos mais diversos ramos de
atividade, sendo que com o jiu-jitsu não poderia ser diferente. Porém, levando-se em
consideração as relações entre as reações emocionais, deve-se lembrar que existe
possibilidade de o estresse causar reações positivas e negativas aos atletas. Mais
especificamente nas artes marciais, um estado de estresse psicológico pode se tornar o
gatilho para o desencadeamento de uma agressividade necessária à prática da modalidade.
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Grandes partes dos professores de artes marciais não possuem formação acadêmica
em educação física e também não há uma exigência da Confederação Brasileira de JiuJitsu.
As situações indiretamente relacionadas com a competição são aquelas que
acontecem fora do ambiente competitivo, mas que podem trazer influencia no desempenho
do atleta: problemas familiares, escolares, financeiros, além de doenças etc. (DE ROSE JR,
1996).
12
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ESTRESSE NO ESPORTE
O corpo não é apenas a ferramenta que inspira e fundamenta a Educação Física. O
corpo é também o agente de mudança, o princípio de mobilidade e unidade.
O sujeito e seu corpo são indivisíveis, apesar de que em algum momento histórico,
mente e corpo já foram separados, para melhor poderem ser estudados, e validadas ciências
acerca deste corpo. Hoje apenas, temos conhecimento de que esta divisão de subjetivo e de
corpo são intrínsecos um no outro. Uma consciência não existe fora de um corpo
(DENNETT, 1997).
Durante o processo de história ainda, percebemos em leituras como Vigiar e Punir,
de Wellausen (2007), que os corpos são objeto de dominação de um sistema, onde as
relações de poderes estão atuantes o tempo todo, criando corpos dominantes, e corpos
dominados, o tempo todo. E estar em um jogo político de dominação, não é um movimento
neutro. Muito pelo contrário, estas relações de poder fabricam subjetividade nos sujeitos,
que expressam em seus corpos esta subjetividade. Um padeiro que trabalha com pães desde
criança, possui uma motricidade fina muito desenvolvida, pois sua “fabricação” como
sujeito possibilitou elementos que desenvolvessem tal habilidade, que por sua vez foi
pressionada pelo sistema capitalista de mercado, estabelecendo uma dominação.
Para Wallon, psicólogo dono da abordagem psicogenética, o corpo pode ser
encarado como uma ferramenta por onde expressa sua subjetividade do sujeito, de forma
que desenvolvemos habilidades e identificações com determinadas modalidades, por
necessidade, por prazer ou obrigação (SANTOS, 2007).
O corpo sempre foi um objeto de estudo muito amplamente discutido, por quase
todas as áreas do conhecimento, principalmente das ciências sociais humanas e da saúde. E
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para a Educação física, a concepção de corpo, não é tão diferente da concepção de corpo na
qual trabalham as outras ciências humanas e sociais. Corpo é relação, é expressão, e a
complexidade por onde se expressam as sensações, sentimentos, emoções, é onde se
mostram as habilidades, é o portal que captura toda a cultura, e por onde passam todas as
sensações. É a possibilidade de mobilidade, é a estrutura fundamental dos sentidos. Este é
o corpo. E ele deve ser trabalhado para que sua expressão seja positiva e saudável, e não
doentia como o processo de dominação de um sistema de mercado muitas vezes faz
(GEERTZ, 1989).
As facilidades e a agitação da vida moderna trouxeram consigo o estresse. O
trânsito, a instabilidade no emprego, a violência, entre outras coisas, fazem com que
recebamos doses diárias de estresse. Mas o estresse em si não é algo ruim, na verdade ele é
uma importante resposta do organismo para a manutenção da vida (BRANDÃO, 2000).
Em nossa sociedade tecnológica dominada pela competição, o estresse tornou-se
uma palavra comum. É assunto de entrevistas de televisão, debates científicos, e principal
foco de várias psicoterapias. As empresas mesmo passaram a ministrar cursos de
diminuição de estresse para a classe trabalhadora que sofre dos maus do sistema capitalista,
e jovens e adultos passaram a procurar estratégias para lidar com ele (FLACH, 2009).
Como uma grande empresa, que não fugiu da busca pelo entendimento de
funcionamento do estresse e os males que acarreta em seus “trabalhadores”, as
ramificações no esporte também traçam estratégias para lidarem com o problema (FLACH,
2009).
O estresse está baseado, entre outros, na ativação do sistema hormonal hipófise
hipotálamo glândula supra-renal, desencadeando uma secreção importante de cortisol
(formado a partir do ACTH). O sistema simpático (que permite ao corpo estar acordado e
próximo ao estresse), com o conhecido hormônio adrenalina, é igualmente fortemente
ligado no desenvolvimento do estresse (KELLER, 2006).
O maior problema encontrado quando o assunto é o estresse, entre os atletas, é o
período de pré-competição, pois a ansiedade acarreta em dificuldades de concentração em
momentos onde esta é indispensável.
Destaca-se que a ansiedade e o estresse são estados psicológicos que têm influência
direta na execução de tarefas que exijam concentração e esforços prolongados.
Observou-se que tanto a ansiedade quanto o estresse interferem de forma
significativa na capacidade das pessoas de emitir condutas condizentes com o seu
meio ambiente. Sob essa perspectiva, a psicologia do esporte, apesar de ser uma área
14
recente, tem por objeto de estudo as particularidades psicológicas da atividade
esportiva e do esportista (FABIANI., 2007, p.7).
Desta forma, valorizando as particularidades de cada esportista, os psicólogos que
trabalham na área do esporte, traçam estratégias de ajuda dentro da possibilidade de
superação de cada indivíduo frente aos seus anseios.
A psicologia do esporte é de fundamental importância para o contexto esportivo
atual, na preparação e formação de atletas de alto nível. A preparação psicológica
deve ser entendida como parte integrante do treinamento, sendo inseparável da
preparação física, técnica e tática de qualquer modalidade esportiva. Diversos
fatores podem estar relacionados à performance do atleta de alto rendimento, sendo
a auto-estima e o estresse alguns destes (OKAZAKI., 2005, p.3).
Embasada principalmente nas teorias behavioristas, a “psicologia do esporte tem
como objetivo descrever, explicar, prever e permitir o controle do comportamento”
(KELLER, 2006, p. 01). Desta forma, prevendo e controlando o comportamento dos
atletas, pode-se definir que estímulos causam a ansiedade, para que posteriormente em
terapia se trabalhem estas questões para uma redução das manifestações.
Na prática esportiva, seja de lazer ou de alto rendimento, o estresse pode aparecer a
qualquer momento, por diversos motivos. O estresse tem origem em duas fontes
situacionais no esporte: a importância dada ao evento (competição) e a incerteza do
resultado, seja pela necessidade da vitória, seja pelo medo da derrota ou por pressões
externas, como torcida, dirigentes ou até companheiros de equipe (KELLER apud
MARTENS, 1990, p. 13).
No esporte existe uma variedade de estressores internos e externos, que podem
desestabilizar física e psiquicamente o atleta, antes e durante a competição. São eles: 1)
estressores externos: hiper-estimulação através de barulho, luz, dor, situações de perigo; 2)
estímulos que induzem as necessidades primárias: alimentação, água, dormir, temperatura,
clima; 3) estressores do desempenho: super-exigência, sub-exigência, falha, crítica,
censura, elevada responsabilidade; 4)estressores sociais: isolamento social, conflitos
pessoais, mudança de hábito, morte de parentes, entre outros (SAMULSKI, 1995).
Nas competições o estresse pode ser causado por dois fatores: interpessoal e
situacional. O fator interpessoal é inerente ao indivíduo e associado a experiências
anteriores, que são: auto-percepção, habilidades, cognição, capacidades, estados
psicológicos e percepção da importância de outras pessoas no processo. O fator situacional
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é específico da competição: adversários, árbitros, interferência do técnico e companheiros,
situações de jogo, contusões, medo entre outros (KELLER apud ROSE JÚNIOR, 1993,
p.14).
O stress e sua relação com o esporte competitivo têm sido alvo de inúmeras
considerações e, cada vez mais, esse aspecto psicológico se mostra fundamental para o
entendimento de determinados comportamentos que podem afetar o desempenho dos
atletas. Como qualquer outra atividade realizada pelo ser humano, o esporte pode ser um
evento potencialmente causador de stress. Muitas pessoas, incluindo-se crianças e jovens,
estão envolvidos no esporte competitivo tentando alcançar melhores resultados e, é claro, a
vitória sempre que possível. (DE ROSE JR., 1998 e 1999).
Sendo uma fonte potencialmente geradora de stress, o esporte competitivo, pode
também trazer à tona todas as consequências do stress excessivo, geralmente evidenciados
pelo processo competitivo e todas as demandas nele contidas (DE ROSE JR., 1999).
De acordo com este mesmo autor, o esporte competitivo apresenta três demandas
básicas que, dependendo de aspectos relacionados com o praticante (nível de habilidade e
experiência, entre outras), podem gerar níveis de stress inadequados para um bom
desempeno: demonstração, comparação e avaliação.
A demonstração é o momento no qual as habilidades são colocadas á vista, assim
como as fraquezas do esportista. Conseqüentemente vem a comparação do desempenho
com algum padrão, que tanto pode ser pessoal como com qualquer outro estabelecido
socialmente. Por fim a avaliação, quando se julga o praticante por aquilo que está
demonstrando, sendo que esta avaliação nem sempre se baseia em critérios muito claros
(DE ROSE JR., 1999).
A ansiedade é um sentimento de apreensão, que manifesta diversos sintomas no
físico das pessoas, incluindo a perda do sono, taquicardia ou sentimento de pressão no
peito, sudorese, o popularmente chamado “frio na barriga”, entre outras, e é capaz de
interferir na coordenação motora dos atletas, além da possibilidade de confusão nas áreas
sensoriais como percepção, memória, concentração, e etc. (PSICOSITE, 2004).
A importância do estudo de estresse, da ansiedade e de outros fatores emocionais e
de personalidade no esporte competitivo é reconhecida há muitos anos, porém, os estudos
sistematizados com profissionais em Psicologia do Esporte tomaram impulso a partir dos
anos 60 (BRANDÃO, 2000). Do ponto de vista da psicologia cognitiva, estresse e
ansiedade são fenômenos interrelacionados que consistem basicamente de 4 elementos: a
situação estressora, a cognição ou pensamento, a reação emocional e as suas
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conseqüências. Assim, a ansiedade é uma reação emocional, resultante de uma
interpretação cognitiva ou pensamento, que pode ser negativo ou positivo relacionado com
determinada situação geradora de estresse. Esta reação pode, então, facilitar ou dificultar
um determinado desempenho (BRANDÃO, 2000).
Especialmente no futebol, o estudo de estresse tem um papel relevante uma vez que
os atletas, inclusive os do futebol amador, são submetidos a pressões constantes. Neste
esporte o atleta almeja um lugar na equipe e uma vez atingido esta posição, ela deve ser
defendida e mantida. O rendimento é uma precupação constante e a queda de produção, até
mesmo em uma única partida, pode resultar em não ser titular na partida seguinte. Para
atender o que se espera dele, o atleta precisa enfrentar adequadamente as expectativas do
treinador, de seus companheiros de equipe, dos seus familiares, dos amigos e dos meios de
comunicação,para poder render corretamente (BRANDÃO, 2004).
Uma vez que a relação entre o esporte competitivo e o estresse é considerada
importante para se entender determinados comportamentos que podem afetar o
desempenho dos atletas, o estudo dos instrumentos que possibilitam analisar esta relação é
fundamental (BRANDÃO, 2000).
Keller, (2006) afirma que o estresse ocorre quando há um desequilíbrio substancial
entre as demandas físicas e psicológicas impostas a um indivíduo e sua capacidade de
resposta e sob condições em que a falha em satisfazer tais demandas tem conseqüências
importantes.
No contexto da competição de alto nível, o atleta precisa ser um competidor efetivo
e regular e isto pressupõe superar os mais elevados níveis de exigências físicas, técnicas,
táticas e também psicológicas (ROSE JUNIOR et al, 1999).
Para lidar melhor com o estresse é fundamental que o atleta conheça as suas
emoções nos diferentes contextos em que ele se expõe. Conhecer as emoções não para
controlá-las, mas para auxiliar os atletas a compreenderem o que fazer com elas. Percebese um incentivo ao controle das emoções nos ambientes esportivos, o que pode fazer o
atleta não expressar e nem compreender adequadamente a sua emoção aumentando seu
grau de sofrimento e conseqüentemente de estresse (DE ROSE JR. 1999).
As emoções nem sempre devem ser compreendidas como somente positivas e
negativas, ela vai diferenciar de atleta para atleta, por isso é essencial que os atletas sejam
capazes de identificar e analisar suas emoções para assim conseguir agir adequadamente,
adaptando-se a cada situação em busca de um bom desempenho na competição
(LAVOURA e MACHADO, 2006).
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Segundo Hirota (2008 apud Becker Jr. 2000) O estresse age de forma diferenciada
em cada atleta, indicando que as pesquisas sugerem que o estresse é apresentado em maior
nível em atletas jovens, do sexo feminino e com pouca experiência.
Nas fases pré-competitivas, Samulski (2002) refere-se sobre as emoções que
descreve , nos momentos que antecedem a competição, o atleta se encontra em um estado
de intensa carga psíquica (estresse psíquico). Este estado caracteriza-se, pela antecipação
da competição, e consequentemente antecipa as oportunidades, riscos e conseqüências.
Esta fase denominada de estado pré-competitivo, frequentemente e acompanhada, de
medo, e temor.
Para Samulski (2002) quando uma pessoa é incapaz de lidar com as situações
presentes no contexto esportivo, principalmente nos momentos pré-competitivos, podem
ocorrer pensamentos negativos, minimização dos níveis de autoconfiança e aumento dos
níveis de ansiedade, que podem levar, conseqüentemente, ao fracasso. Isso pode inibir o
rendimento, sendo, portanto, essencial um maior esforço para compreensão das emoções
no sentido de permitir aos atletas responderem positivamente aos estímulos psicológicos
que aparecerão nos treinamentos e competições.
Segundo Weineck (2003) a capacidade de desempenho esportivo e na sua
composição multifatorial, sendo assim, proporciona dificuldades no planejamento do
treinamento esportivo. Somente o desenvolvimento harmônico de todos os fatores
determinantes do desempenho esportivo, possibilitara a obtenção do alto desempenho
individual. Desta maneira entendemos que os aspectos motores, sociais, afetivos,
cognitivos, físicos e psicológicos devem ser desenvolvidos em equilíbrio, possibilitando
que o atleta possa desempenhar o seu ótimo resultado durante o campeonato em busca da
auto-superação.
O estresse e um conceito indefinido, pois, na maioria das vezes, usa- se a palavra
estresse para descrever ameaças ou desafios. Outras vezes para descrever nossas reações,
porem, estresse não e apenas um estimulo ou uma resposta, mais sim o processo pelo qual
avaliamos e lidamos com as situações e desafios do ambiente. A reação adaptativa do
corpo ao estresse possui três fases: na primeira se experimenta uma reação de alarme pela
ativação do sistema nervoso simpático; na segunda fase, a resistência do corpo esta pronta
para combater o desafio. Persistindo o estresse as reservas do corpo se esgotam e causam a
terceira fase: a exaustão (MYERS, 1999).
O fator crucial para determinar a qualidade do desempenho esportivo é a
capacidade dos atletas em lidar com o estresse. Quanto mais o atleta for capaz de
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identificar as fontes de estresse em seu ambiente esportivo, provavelmente ele estará mais
bem preparado para enfrentar situações de pressão emocional existentes na competição
(ROSE JUNIOR, 1999).
O estresse representa um complexo processo do organismo, interrelacionando
aspectos bioquímicos, físicos e psicológicos, desencadeados pela maneira como estímulos
são apresentados (REINHOLD, 2004).
“Um dos aspectos de fundamentais na pesquisa de estresse, reside na importância
da sua análise. Se o ponto de observação for o organismo, a personalidade ou o sistema
social, devemos compreender o estresse com um produto tridimensional, ou seja,
biológico, psicológico e social” (OKASAKI, 2005). Vejamos um exemplo:
Em períodos pré-competição o estresse é ligado também a outras questões que vão
muito além da ansiedade. O fato de muitos atletas precisarem estar em determinado
patamar de gordura, peso, entre outras questões, pode gerar um descontrole na
alimentação, o que afeta principalmente as mulheres, “[...] onde a redução severa de peso
leva a perturbações hormonais podendo apresentar amenorréia e diminuição no conteúdo
mineral ósseo, deixando as atletas mais suscetíveis ao estresse” (KELLER, 2006, p. 32).
Podemos perceber desta maneira, que a pressão imposta pelo meio é fator de
adoecimento para os atletas, que precisam se encaixar em determinados padrões para as
competições. Existem então motivos ambientais, que pressionam psicologicamente o atleta
a se encaixar em determinado padrão físico. O estresse é fruto deste esquema, neste tipo de
situação.
Ainda falando sobre o estresse, e entrando mais especificamente no campo
sensório-motor, OKASAKI propõe em seus estudos que:
O estresse deve ser entendido como a totalidade das reações da adaptação orgânica,
as quais objetivam a manutenção ou restabelecimento do equilíbrio interno
(MACHADO., 1997, p.21). É o processo não específico resultante de qualquer
demanda sobre o organismo, ele é caracterizado pelas alterações fisiológicas e
psicológicas que se processam no organismo quando este se encontra em uma
situação que requeira uma reação mais forte do que aquela que corresponde a sua
atividade orgânica normal (VASCONCELOS., 1992, p.21).
Porém, dentro da própria psicologia, existem duas diferentes correntes teóricas que
estudam o fenômeno conhecido como estresse. De um lado temos a Psicanálise de Freud,
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que “se baseia nos mecanismos de defesa e ansiedade. Onde um determinado estressor,
traumas ou insuficiências, na maioria das vezes resultantes da relação com os pais,
conduzem à ansiedade, o que leva a pessoa a reagir de maneira a criar uma barreira
psíquica” (OKAZAKI, 2005).
Por outro lado temos também a psicologia cognitivo-comportamental, que estuda o
estresse como a relação entre a pessoa e o meio ambiente. A relação não é determinada em
um sentido fixo para o mecanismo do estímulo, e as pessoas não se submetem aos
estímulos passivamente, mas concedem a estes uma importância pessoal (NITCH et ali,
1996).
Siendo una fuente potencialmente generadora de estrés, el deporte competitivo
puede también ser un perfecto escaparate de todas las consecuencias del estrés
excesivo, generalmente evidenciado por El proceso competitivo y todas las
demandas en él contenidas (ROSE JUNIOR., 1998, p. 12).
Desta forma, todos os esportes, por terem cunho competitivo, podem desencadear
algum tipo de ansiedade, que leva ao estresse pré-competitivo.
Em alguns casos, os atletas podem passar por um processo de estresse traumático,
que se repete em cada competição, caso algum tipo de ansiedade se torne evidenciada,
decorrente de alguma pressão passada, seja na vida pessoal (pressão do treinador, dos pais
durante a infância, etc), ou mesmo algumas variáveis de competições passadas (como uma
perda arrebatadora, que faça com que a auto-estima do competidor caia em cada
proximidade de competição). A maioria dos esportistas sofre pressão, medo e ansiedade
causada pela obrigação de vencer, algo característico em uma sociedade na qual exalta a
emoção da vitória e o sofrimento da derrota (OKASAKI, 2006).
Toda atividade competitiva gera ansiedade, mas pode esta pode ser amenizada, ou
até mesmo anulada, caso se trabalhe a autoestima do atleta, que é importante na
constituição de uma personalidade, e potencialidade para superação.
A auto-estima também pode ser entendida como uma sensação fundamental de
eficácia e um sentido inerente de mérito, ou uma interação da confiança com o respeito
próprio (BRANDEN, 1993). Neste sentido, a autoimagem, e o reforço oferecido pelo
ambiente são as variáveis mais significativas para a construção da autoestima.
Falar de auto estima é falar de percepções, mas também de emoções fortemente
ligadas a um indivíduo. O conceito se conclui como o conjunto de características que
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define um sujeito, e o significado e valorização que este consciente ou inconscientemente
se outorga (HURTADO, 2004).
Algumas vezes, na verdade muito raramente, o nível de estresse pode ser
importante para o desempenho de alguns atletas, que sob pressão conseguem administrar
melhor os sintomas, potencializando sua concentração, fazendo desta forma o processo
inverso do que é o geralmente encontrado dos sintomas do estresse.
Em alguns estudos de OKASAKI (2005), encontramos um dado interessante nas
atletas mulheres, onde:
Para as atletas juvenis, o nível de estresse pré-competitivo elevado, parece ser
importante para uma boa performance, onde talvez a grande diferença seja a forma
como estas conseguem administrar estes níveis de estresse a seu favor, podendo ser
levados em consideração outros fatores, como o tempo de prática, o nível de
experiência em competições, a motivação, etc. (OKASAKI., 2005, p.17 ).
Muitas atletas de alto rendimento, em diversas modalidades, apresentam um
rendimento excelente em treinos, atingem marcas e tempos as quais estariam entre os
melhores do mundo. Às vezes conseguem bons resultados em pequenas competições, mas
quando chegam às competições mais importantes não conseguem obter o mesmo êxito
(OKASAKI, 2005).
Ao considerarmos a preparação psicológica, devemos estar cientes de que ela
deverá estar intimamente ligada aos aspectos estruturais da equipe e da competição
esportiva que se deseja participar, já que é, fundamental, estabelecer os objetivos a curto
prazo da equipe, sendo os mesmos, realizáveis e concretos, além de, estabelecer uma
direção para os esforços e reavaliá-los freqüentemente. Tal consideração é fundamental, já
que, muitas vezes, as equipes acabam estabelecendo objetivos não condizentes com sua
estrutura, o que pode levar a frustrações e a resultados pífios (JUDO QUEBÉC, 2007).
Para Bandura (1995), a auto-eficácia é o maior fator determinante no modo de as
pessoas agirem e se comportarem, no modo de organização e padrões de pensamentos e de
reações emocionais, direcionando o esforço e a persistência da energia despendida para a
ação.
Na palestra de abertura do Congresso Brasileiro de Estresse, a organizadora do
evento e psicóloga Marilda Lipp, da PUCCAMP (Pontifícia Universidade Católica de
Campinas) fez um histórico do estresse. E, embora pareça que esse seja um mal que
21
combine com os dias atuais, os participantes do evento souberam que o problema é tão
velho quanto o homem.
"O homem da caverna ficava com o coração acelerado em frente a um tigre. Isso
acontecia para bombear o sangue para as pernas e ele poder correr e fugir do perigo. Além
disso, ele encolhia os ombros - como ainda fazemos quando estamos tensos - para esconder
a jugular e defender a vida, já que a fera pularia para cima dele. O problema é que ter essa
mesma ação hoje é excessiva", diz a especialista.
Para Buceta (2003), o objetivo da preparação psicológica dos atletas inclue a
aplicação rigorosa de estratégias apropriadas, a fim de alcançar um determinado estado
psíquico que contribua efetivamente para o rendimento. Tal preparação supõe a
manipulação de variáveis psicológicas como a motivação, a autoconfiança, a atenção, entre
outros, com o objetivo de conseguir o rendimento esportivo e pessoal mais apropriado para
cada momento (treinamentos, competições, períodos de descanso, etc.).
Desta forma, podemos entender que o estresse e a ansiedade pré-competitivos são
males que podem ser amenizados ou até mesmo anulados com as eficientes terapias
cognitivo-comportamentais, abrindo desta forma uma grande oportunidade de psicologia e
esporte estreitarem relações, já que o estresse e a ansiedade no esporte são extremamente
comuns, e merecem atenção para um melhor desempenho dos atletas.
Durante o processo de validação da escala em questão De Rose Jr. (1998) obteve
resultado do Desvio Padrão de 0.97, aplicado em 219 atletas, entre 10 e 14 anos de idade,
de ambos os sexos.
De Rose Jr. et al (2000), avaliou 723 jovens (363 meninos e 360 meninas) de 10 a
17 anos, e teve como resultado do Desvio Padrão de 0.95. Em estudo mais recente
realizado por Hirota e Verardi (2008), com uma equipe de futsal, composta por 13 atletas,
todos do sexo masculino, de idade compreendida dos 18 anos 23 anos, participantes de
campeonatos regionais inter faculdades do grande ABC, o resultado do Desvio Padrão foi
de 0.90. Hirota e De Marco (2008) em um estudo com 318 jovens atletas, de futebol de
campo, entre 10 e 17 anos de idade, mostrou resultado do Desvio Padrão de 0.92.
Assim como no estudo de Palhano et al. (1996), Hirota e Verardi (2008) ao analisar
atletas do sexo masculino, praticantes do futsal universitário, obtiveram media de 2,48.
Valor este, pouco abaixo quando comparados ao sexo feminino, não reafirmando os
resultados encontrados no estudo de Palhano et. al (1996).
Pinto et al (1999), desenvolveram um estudo entre 52 jogadores de futebol das
categorias juvenil e juniores de 14 a 18 anos de idade, sendo 4 goleiros, 17 defensores, 18
22
meio campistas e 13 atacantes, com o objetivo de identificar os sintomas de estresse précompetitivo, e comparar a ocorrência de acordo com as posições especificas do jogo. Neste
estudo foi obtida uma media geral de freqüência de ocorrência de 2.51. Ao avaliar as
posições de jogo, os goleiros apresentaram a media mais baixa 2.33, e os atacantes as
médias mais altas 2.6. Porem concluiu-se que não houve diferenças significativa entre os
grupos dos jogadores considerando que a media e moderada e semelhante a estudos entre
jogadores de outros esportes coletivos.
2.2 O Jiu-Jitsu
2.2.1 História e Origem do Jiu-Jitsu
“Arte suave”. Este é o verdadeiro significado de nome jiu-jitsu que, segundo textos
japoneses, pode ser considerado a mãe de todas as lutas ou artes marciais (SUGAI apud
VIRGÍLIO 2002).
O jiu-jitsu ou yawara teria se iniciado na antiga Índia com os monges budistas.
Segundo os princípios religiosos, os monges budistas não podem usar a sua agressividade
com os seres vivos (SILVA, 2005).
Na época do nascimento do yawara, o budismo estava se expandindo por toda a
Índia e Ásia. Os monges tinham que difundir os preceitos da nova doutrina, mas eram
saqueados nas estradas. Para evitar esses saqueadores e para ajudar as pessoas mais fracas,
os monges desenvolveram o jiu-jitsu, que se baseia no princípio de “ceder para vencer”
(SILVA, 2005).
“O jiu-jitsu, segundo textos japoneses, onde ser considerado a mãe de todas as artes
marciais. Pode ser definido como a arte de ataque e defesa, com ou sem arma, contra um
oponente que possua ou não arma. É um método que ajuda a mente a controlar o corpo ou,
através do corpo, obter o controle da mente” (SUGAI, 2000, p. 199).
Os mistérios desta arte se unem ao aprendizado, que tem a suavidade como regra,
para obter livres e belos movimentos, evitando os movimentos pesados. As técnicas se
fundamentam em “JU” e delicadeza. Com o uso correto das técnicas e com muito
23
treinamento, o mais fraco pode facilmente vencer o oponente mais fraco, (GURGEL,
2000).
2.2.2 O Jiu-Jitsu na Ásia
A disseminação do jiu-jitsu pela Ásia viria séculos mais tarde (cerca de 250 AC; ou
seja, 2250 anos passados), quando reinou na Índia Devanampriya Priyadarsim, conhecido
como rei Asoka (2 séculos depois de Buda). Abraçado ao budismo, Asoka desenvolveu-o
criando milhares de monastérios dentro e fora da Índia. Desta forma, o budismo e com ele
o yawara atingiram o Ceilão, a Birmânia e o Tibet. Depois o Sião e todo o sudeste da Ásia.
Posteriormente a China e, finalmente, o Japão, onde cresceu e ganhou grande impulso,
migrando em seguida para o ocidente.
A entrada do jiu-jítsu no Japão é posterior ao nascimento de Cristo. A morte do rei
Asoka trouxe funesta conseqüência para o budismo e, conseqüentemente, para o yawara.
Os brâmanes, adoradores do Deus Brama, que floresciam antes do budismo, sentindo-se
prejudicados pelo espírito da religião budista, moveram pertinaz campanha até conseguir
expulsar os monges budistas do solo indiano; razão da pouca influência do jiu-jítsu na
Índia, (MANSUR, 1998).
A China, por sua, vez, caracterizou o yawara como prática bélica, pois esta
civilização desenvolveu um grande número de estilos de artes marciais. O jiu-jitsu era
praticado com kimono curto de mãos livres. Além da luta corporal, tinha grande
importância no desarmamento. Sua prática chega no auge na época dos ”reinos
combatentes” e na unificação por “Chin Shih Hurang Ti” (SILVA, 2005).
O jiu-jitsu chega ao Japão no século II d.C., advindo da China. Muitas foram as
correntes que transmitiram esta arte ao país do “sol-nascente”. Existem inúmeras lendas
nipônicas relacionadas à criação do país e das artes marciais. A história registrada em
1600, afirma que um monge chinês “Chen Gen Pin” teria ensinado três samurais, a cada
qual ensinara uma especialização a saber, Atemi, torções e projeções, e estes difundidos
em todo o Japão ou mesmo se fundindo com outras escolas de jiu-jitsu.
No Japão feudal se utilizavam inúmeros nomes relacionados com o jiu-jitsu. Alguns
se divergiam em fundamentos técnicos, outros eram extremamente semelhantes, e o
24
mesmo termo jiu-jitsu se divergia entre estilos como: Kito Ryu, Shito Ryu, Tenji Ryu e
outros (SILVA, 2005).
É nesta época, quando a forte divisão da classe social japonesa enaltecia a nobreza
dos samurais que o jiu-jitsu se desenvolveu a fundo. Os pequenos nipônicos aperfeiçoam
arte de lutar, em que poderiam decidir a vida ou a morte de um guerreiro em disputa. Era
então o jiu-jitsu uma prática obrigatória aos jovens que futuramente seriam samurais ao
lado da esgrima, literatura, pintura, cavalaria e outros, (MANSUR, 1998).
2.2.3 O Jiu-Jitsu no Mundo
Na sua migração da Índia para todo o continente asiático, o jiu-jitsu foi se
ramificando, dando origem a estilos de lutas oriundas de suas diversas ramificações. Desta
forma nasceram o sumo, o kempô-jitsu e outros. Do kempô originou-se o boxe chinês,
karatê e outras artes marciais (SILVA, 2005).
Com a ocidentalização dos costumes iniciada com o advento da era
Meiji,
promovida pelo imperador Mutsu Hito (1867-1912), grandes modificações foram
introduzidas no Japão e entre elas a desativação dos fins a que se propunham os samurais,
pois estes detinham poderes absolutos com relação à sociedade, (MANSUR, 1998).
Neste ínterim, as guerras internas já haviam passado e ao mesmo tempo, os
exércitos do ocidente se modernizavam e equipavam-se com fuzis e canhões, (VIRGÍLIO,
2002).
Havia na Europa um grande interesse pelas histórias sobre o ju-jitsu e sua
eficiência. Então, no início do século XX, começou a chegada dos professores oriundos do
kodokan, implantando o judô e o ju-jitsu de forma concreta e efetiva na Europa. Eram,
então, o jiu-jitsu e o judô uma mesma luta, apenas se diferenciavam nas suas metas e suas
origens. Os professores japoneses seguiram ensinando pela Hungria, Rússia, Alemanha,
Inglaterra e França. O objetivo dos mestres japoneses era difundir a cultura japonesa e sua
arte marcial e com isso formar novos professores europeus para ajudar nesta tarefa
(SILVA, 2005).
Os pioneiros dessa grande difusão do judô e jiu-jitsu foram os professores Sassaki e
Hikochi, Ainda, que se transferiu da Inglaterra para ensinar a polícia de Munique. Da
Europa, o jiu-jitsu e o judô migraram para o Egito e a América, (SUGAI, 2000).
25
2.2.4 O jiu-jitsu no Brasil
O jiu-jitsu e o judô desembarcaram no Brasil juntos em 1914, em Porto Alegre –
RS, na bagagem do japonês Mitsuyo Maeda, chefe da delegação japonesa que vinha para o
Brasil, (HEROS, 1997).
Em 1904 Koma, ao lado de Sanshiro Satake, saiu do Japão, seguiram então para os
Estados Unidos, México, Cuba, Honduras, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru
(onde conheceram Laku, mestre um jiu-jitsu que dava aulas para a polícia peruana), Chile
(mantiveram contato com Okura), Argentina(foram apresentados a Shimitsu) e Uruguai.
Ao lado da troupe que a eles se juntou nos países sul-americanos, Maeda exibiu-se pela
primeira vez no Brasil em Porto Alegre. Seguiu depois pata o Rio de Janeiro, São Paulo,
Salvador, Recife, São Luiz, Belém e finalmente Manaus no dia 18 de dezembro de 1915
(SILVA, 2005).
O professor Maeda veio para o Brasil com o objetivo de estabelecer uma
comunidade de imigrantes japoneses e foi ajudado por Gastão Gracie, dono do American
Circus. Como gratidão pela ajuda o professor Maeda ensinou aos filhos de Gastão os
segredos essenciais da técnica do antigo jiu-jitsu, (VIRGÍLIO 2002).
2.2.5 O jiu-jitsu no Brasil e a família Gracie
Após o jiu-jitsu ser introduzido no Brasil pelo professor Conde Koma e ele ter
ensinado para os Gracies, o jiu-jítsu brasileiro toma outras dimensões. A família Gracie
chegou ao Brasil em 1801 vindo da Escócia, sendo o patriarca George Gracie, que veio
para o Brasil avaliar as possibilidades do comércio local, acabou ficando definitivamente
no país. Um dos seus filhos, Pedro, tornou-se um banqueiro de renome no Rio de Janeiro e
homem importante da corte de Dom Pedro II.
26
Dos seus dezoito filhos, Gastão, efetuou investimentos no Pará na fase áurea da
borracha, acabou casando-se em Belém e morando nesta cidade até por volta de 1921,
quando voltou para o Rio de Janeiro com a esposa e nove filhos (SILVA, 2005).
Ao chegarem ao rio de Janeiro os Gracies fundaram a primeira academia brasileira
de jiu-jitsu. Carlos, Oswaldo, Gastão Jr. George, Helena, Hélio, Mary, Ilka, estes são os
filhos de Gastão que revolucionaram as artes marciais no mundo, (VIRGÍLIO, 2002).
2.2.6 A luta de jiu-jitsu
Arte suave. Quem olha de fora, acha um pouco estranho, mas o jiu-jitsu procura ser
exatamente isso: uma luta gentil que, bem executada, não causa danos aos seus praticantes
(FRANÇA, 2008).
A sua definição, em japonês, procura explicar um pouco sobre a mais antiga das
artes marciais. No jiu-jitsu tudo pode acontecer, e por isso ele é um dos esportes mais
intrigantes que existem. Essa é uma das poucas lutas onde os mais fracos têm possibilidade
de derrotar os mais fortes, bastando para tal, aplicar a técnica e o golpe correto (FRANÇA,
2008).
De acordo com FRANÇA (2008) aborda que os estudiosos das artes marciais vão
além, e dizem que o jiu-jitsu é a mais pura aplicação científica em uma arte marcial. Aqui,
se aplicam literalmente as leis da física, como sistema de alavanca, momento de força,
equilíbrio, centro de gravidade - tudo isso aliado a um amplo estudo dos pontos vitais do
corpo humano.
2.3 Golpes e Pontuação
França (2008) afirma que o praticante de jiu-jitsu aprende golpes que forçam o seu
adversário a desistir da luta, sem machucá-lo. Para tanto, os lutadores de jiu-jitsu treinam
golpes que imobilizam os seus oponentes. A idéia básica nodo esporte é utilizar o peso e a
força de seu adversário contra ele mesmo. E, um dos pontos que mais o diferem das outras
27
artes marciais está no fato de que, no jiu-jitsu, a grande maioria das finalizações acontece
no chão.
Infelizmente, episódios negativos protagonizados por alguns que se dizem
praticantes de artes marciais acabaram manchando a imagem do esporte e muita gente
ainda associa o jiu-jitsu a uma luta agressiva e violenta. Mas, se voltarmos à definição
inicial de arte suave e unirmos a ela a história dessa arte marcial, que tem nos monges
budistas indianos os seus primeiros praticantes, verão que a realidade é outra (FRANÇA,
2008).
Tabela 1. Categoria por faixa etária
PRÉ
MIRIM
INFANTIL
INFANTO
JUVENIL
ADULTO
MASTER
SENIOR 1
SENIOR 2
SENIOR 3
SENIOR 4
SENIOR 5
FONTE: Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu
MIRIM – 4,5 e 6 anos
7, 8 e 9 anos
10,11 e 12 anos
JUVENIL – 13,14 e 15 anos
16 e 17 anos
18 a 29 anos
30 a 35 anos
36 a 40 anos
41 a 45 anos
46 a 50 anos
51 a 55 anos
56 em diante
28
Tabela 2 - Duração das lutas no campeonato
PRÉ MIRIM
MIRIN
INFANTIL
INFATO-JUVENIL
JUVENIL
ADULTO
2 mim
3 mim
4 mim
4mim
5mim
BRANCA–5min
AZUL–6mim
ROXA–7mim
MARROM–8min
PRETA – 10 min
MASTER
AZUL – 5min
ROXA – 6min
MARROM – 6 mim
PRETA – 6 mim
SENIOR
AZUL–5min
ROXA-5min
MARROM–5min
PRETA – 5min
FONTE: Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu
Tabela 3. Categoria por peso - Masculino
PESO
PLUMA
LEVE
MEIO PESADO
SUPER PESADO
PESADÍSSIMO
ADULTO KG
60,999
72,999
84,999
96,999
Acima de 96,999
ADULTO LBS
134,50
161,00
187,50
214,00
Over 214,00
FONTE: Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu
Tabela 4. Categoria por peso - Feminino
PESO
LEVE
MEDIO
PESADO
ADULTO KG
55,999
65,999
Acima de 66,000
FONTE: Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu
ADULT LBS
123,50
146,00
Over 146,00
29
2.4 Sistema de Graduação
2.4.1 Sistema de faixas e idades correspondentes
BRANCA – Iniciante, qualquer idade
CINZA – 04 a 06 anos
AMARELA – 07 a 15 anos
LARANJA – 10 a 15 anos
VERDE – 13 a 15 anos
AZUL – 16 anos ou mais
ROXA – 16 anos ou mais
MARROM – 18 anos ou mais
PRETA – 19 anos ou mais
VERMELHA E PRETA
VERMELHA
Tabela 5. Faixas e idades correspondentes.
Idade
4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Branca
Cinza
Amarela
Laranja
Verde
Azul
Roxa
Marrom
Preta
FONTE: Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu
30
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Participaram do estudo, 47 atletas que competiram no campeonato Sul Brasileiro de
jiu-jitsu na cidade de Florianópolis - SC em Abril de 2010.
3.2 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DA AMOSTRA
Os atletas que disputavam as categorias individuais, por faixas (azul, roxa, marrom e
preta) e no absoluto sem divisão de peso, foram escolhidos aleatoriamente de forma
intencional e se dispuseram voluntariamente. Foram incluídos 41 atletas do sexo masculino
com idade entre 19 a 48 anos e apenas 6 atletas do sexo feminino com idade entre 20 a 33
anos, todos com mais de 1 ano de pratica na modalidade.
3.1.1 Instrumentos
Os dados foram coletados através da utilização do questionário elaborado por De Rose
Junior (1998); Lista de sintomas de estresse Pré – Competitivo (LSSPCI), que podem ser
administrados para faixas etárias superior e adultos por ter linguagem devidamente adequada
ás mesmos. O instrumento identifica 31 sintomas de “stress” pré – Competitivo.
31
3.1.2 Procedimentos
Inicialmente foi estabelecido um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, na
qual os atletas para estarem de acordo em participar do estudo, as condições serão a
devolução deste termo devidamente assinado. Os questionários foram respondidos
individualmente pelos atletas durante os momentos de expectativa, antes do inicio de suas
lutas. Foi explicado para cada competidor (a) como responder e também da importância desse
trabalho e como os resultados poderiam ser útil para todos do grupo.
3.1.3 Análise dos dados
Os dados foram analisados através de estatística descritiva (médias e desvio padrão)
dos atletas.
Conforme proposta de Rose Junior (1998) as respostas serão classificadas dessa
forma: nunca = 1, poucas vezes = 2, algumas vezes = 3, muitas vezes = 4 e sempre = 5. O
resultado foi obtido através da soma das respostas que representa o nível de estresse nos
momentos que antecedem a competição. O nível de estresse foi apontado a partir da definição
da média de cada atleta considerado as 31 respostas dadas, as médias e também o desvio
padrão dos grupos analisados por sexo e faixa etária.
Seu escore pode variar de um nível extremo baixo de 1 (muito calmo em
competições), um escore médio de 3, definido como moderado e os valores acima de 3 podem
ser considerados um sintoma com intensidade acima de moderada. Quanto mais próximo de 5
mais alto o nível de estresse percebido no atleta (extremante ansioso em competição).
32
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados que seguem abaixo foram representados de forma tabelados para melhor
compreensão do leitor. Os mesmos foram analisados, discutidos e alguns ainda, reforçados na
literatura. Para que ficassem melhor distribuídos.
Por meio de dados do questionário aplicado aos atletas, verificamos que deste total de
47 indivíduos, 24 % demonstrou o nível de estresse pré competitivo mínimo, 48 % apresentou
nível leve, 28 % nível moderado A idade média do sexo feminino entrevistado foi de 26.33
anos, a idade máxima 33 anos e há mínima 20 anos. Já no sexo masculino a idade média de
29,80 anos, a máxima de 48 e a mínima de 19 anos.
Tabela 6- Medias e desvios padrões agrupados por idade do sexo masculino
Idade
N
Media
D.P
Até 19 anos
1
3.16
0.52
De 20a 25 anos
13
2.82
041
De 26a 29 anos
7
3.06
0.54
Acima de 30 anos
20
2.85
0.41
Fonte: a autora
Encontra-se na Tabela 6 a média e desvio padrão obtidas do nível de estresse de todos
os participantes que responderam ao instrumento durante a competição. Pode-se analisar que
os níveis de estresse de idades entre 20 a 25 anos e acima de 30 anos representados acima
estão nos índices considerados moderados e nas idades de 19 anos e 26 a 29 anos estão nos
índices considerados um sintoma com intensidade acima de moderada.
33
Santos (2004) afirma que em relação às diferentes faixas etárias, os judocas com faixa
etária acima dos 30 anos, em função de sua grande experiência em competição e também de
experiência de vida, tiveram a capacidade de lidar com as situações de “stress” précompetitivo de forma adequada.
Já os judocas de faixa etária de 26 a 30 anos tiveram um escore mais elevados em
relações as outras faixas etárias, demonstrando pelo excesso de responsabilidade e de altocobrança sentido em suas respostas e pode ter interferido em suas performance.
Tabela 7- Medias e desvios padrões agrupados por idade do sexo feminino
Idade
N
Media
D.P
Até 19 anos
-
-
-
De 20a 25 anos
2
2.46
023
De 26a 29 anos
3
2.92
0.41
Acima de 30 anos
1
2.64
0.21
Fonte: a autora
Encontra-se na Tabela 7 a média e desvio padrão obtidas do nível de estresse de todos
os participantes do sexo feminino que responderam ao instrumento durante a competição.
Pode-se analisar que os níveis de estresse representados acima estão nos índices considerados
moderados de acordo com o escore.
Segundo Santos (2004) realizou um estudo onde analisou a interferência do estado
emocional no desempenho competitivo em lutadores de judô, onde utilizou o instrumento
Lista de Sintomas de Estresse Pré-Competitivo elaborado por De Rose Jr (1998), constatou
que a diferença entre os sexos e levando em consideração os resultados obtidos com o estudo
das relações dos judocas, pode ser constatado que o padrão de “stress” pré-competitivo
atingiu o nível moderado, não sendo significativa à diferença entre os resultados dos níveis
encontrados nos grupos masculinos e femininos.
Hirota e De Marco (2006) ao pesquisar futebolistas de 10 a 17 anos de idade, do sexo
masculino, apresentou media de 2,47, evidenciou-se que, em relação a faixa etária, existe
pouca diferença. Portanto de acordo com Becker Jr. (2000), as atletas do sexo feminino têm
maior preponderância a serem mais estressadas ante as competições.
34
Entre os esportes, o tênis é o que apresenta os maiores níveis de estresse (2.70 para os
homens e 3.21 para as mulheres), enquanto que a natação é o que apresenta os menores níveis
(2.41 para os homens e 2.70 para as mulheres) (DE ROSE JR. 2002).
Jones e Cale (1989) acreditam que esta tendência ocorra devido ao fato dos homens
terem maiores oportunidades no universo competitivo, fato que daria a eles maior experiência
e, portanto, diminuiria seus níveis de stress. Os homens, em geral, são incentivados a um
comportamento mais competitivo.
Tabela 8- Média por categoria do sexo masculino
Categoria
Numero
de Média
competidores
de Média do nível
Idade
de estresse
Azul
10
29,36
2.91
Roxo
8
24,25
2.71
Marrom
11
31,54
2.32
Preta
11
32.54
2.54
Fonte: a autora
Os resultados encontrados no nível de estresse de acordo com a categoria dos atletas
masculinos podem observar que o nível dos sintomas diminui conforme a categoria do atleta
aumenta.
Tabela 9- Média por categoria do sexo feminino
Categoria
Numero
competidores
de Média
de Média do nível
Idade
de estresse
Azul
3
27.33
2.98
Roxo
3
24.25
2.36
Preta
1
27
2.64
Fonte: a autora
Os resultados encontrados no nível de estresse de acordo com a categoria dos atletas
do sexo feminino podem observar que o nível dos sintomas diminui conforme a categoria do
35
atleta aumenta, mas em apenas uma atleta da categoria da faixa preta teve o a média mais
elevada que as outras categorias, mesmo assim todas então no escore como moderado em
competição.
Todos os participantes (n=47) possuem com idade de 19 a 48 anos. Entretanto, os
atletas praticantes de jiu-jitsu são em média mais velhos (29 anos e 8 meses; DP= 5 anos e 8
meses)
A homegenicidade da amostra em termos de idade e tempo de competição permite-nos
detectar com precisão de que forma as variáveis relacionadas à experiência e idade dos atletas
se relacionam com os níveis e estresse pré competitivo.
Anos em competição, indicador de experiência em competições nesse estudo, também
esteve relacionado significativamente, e com uma força moderada, com o estresse pré
competitivo.
Em função dessas diferenças, hipotetizou-se que no jiu-jitsu, dada a exigência do
confronto homem-a-homem, o aumento na fase pré-competitiva dos níveis de estresse pré
competitivo seriam desejáveis, até mesmo naqueles atletas mais maduros e com larga
experiência em competições.
36
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Competir significa enfrentar desafios e demandas que podem, de acordo com
muitos aspectos individuais e situacionais, representar uma considerável fonte de estresse
para os atletas. Quando se fala em competição, logo vem à cabeça um jogo, uma prova,
uma corrida, uma luta ou um confronto. É o momento no qual o atleta pode demonstrar
suas capacidades e habilidades.
Este estudo se justifica pela carência de investigação sobre o nível de estresse précompetitivo, mais especificamente na modalidade de jiu-jitsu e pelos constantes colapsos
enfrentados pelos mesmos durante os períodos que precedem uma competição. Porém,
qual é o nível de estresse em atletas de jiu-jitsu?
Torna-se de extrema relevância destacar que durante a analise dos resultados não
foi possível realizar uma analise a cerca do gênero devido a baixa incidência do publico
feminino na competição. Pode – se observar através da pesquisa que não foi amplamente
divulgado ou não teve repercussão suficiente para que houvesse maior número de
participantes principalmente das atletas.
Com os resultados analisados é possível afirmar que o padrão do nível de estresse
atingiu um nível moderado, não diferindo muito os níveis encontrados nos atletas de jiujitsu do sexo oposto, mas com um pouco de variância em relação a faixa etária.
Em relação as diferentes faixas etárias, os atletas de jiu-jitsu com faixas estarias
entre 20 a 25 anos e acima dos 30 anos, em função de sua grande experiência em
competições e também de vida, tiveram a capacidade de lidar com os sintomas de estresse
pré-competitivo de forma adequada. Já os atletas das faixas etárias de 19 anos e 26 a 29
anos tiveram um escore mais elevado em ralação as outras idades, demonstrando pelo
excesso de responsabilidade sentido em suas respostas.
37
Os resultados encontrados no nível de estresse de acordo com a categoria dos
atletas masculinos e femininas podem observar que o nível dos sintomas diminui conforme
a categoria do atleta aumenta.
Outros estudos são necessários para identificar os níveis de estresse dos lutadores,
comparando atletas do sexo feminino e masculino, suas categorias e faixas etárias,visto que
a homogeneidade da pesquisa pode ter influenciado nos resultados, pois atletas mais
experientes podem ter maior capacidade de gerenciar o seu estresse pré-competitivo e
estarem adaptados aos possíveis sintomas.
38
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42
ANEXOS
Resultados obtidos do nível de stress dos atletas do sexo masculino:
Masculino Idade
Categoria
Stress
Tempo de prática
A
1.41
AZUL
2,09
2
B
37
AZUL
2,35
4
C
37
AZUL
2,32
1
D
19
AZUL
3,16
1
E
29
AZUL
1,9
5
F
22
AZUL
3,35
2
G
20
AZUL
2,22
10
H
27
AZUL
3,06
3
I
28
AZUL
2,9
5
J
33
AZUL
2,9
1
K
29
AZUL
2,9
3
L
30
ROXO
2,87
11
M
21
ROXO
3,32
8
N
31
ROXO
2,19
6
O
23
ROXO
2
8
P
22
ROXO
2,54
10
Q
23
ROXO
3,12
5
R
20
ROXO
2,58
4
S
24
ROXO
3,12
3
T
35
MARROM
2,9
8
U
42
MARROM
1,8
8
V
39
MARROM
1,41
15
W
34
MARROM
1,93
8
X
38
MARROM
2,51
12
Y
31
MARROM
2,35
15
Z
20
MARROM
3,09
15
A1
35
MARROM
1,87
5
B1
22
MARROM
3,48
14
43
C1
25
MARROM
1,58
6
D1
26
MARROM
2,61
7
E1
22
PRETA
2,74
8
F1
28
PRETA
2
10
G1
40
PRETA
2,19
13
H1
34
PRETA
2,51
12
I1
33
PRETA
2,06
13
J1
36
PRETA
2,7
15
K1
26
PRETA
3,12
12
L1
38
PRETA
1,83
20
M1
29
PRETA
2,93
10
N1
24
PRETA
3,09
9
O1
48
PRETA
2,77
13
Fonte: a autora
Resultados obtidos do nível de stress dos atletas do sexo feminino :
Feminino
Idade
Categoria
Stress
Tempo
de
prática
P1
26
AZUL
3,93
2
Q1
33
AZUL
2,64
3
R1
23
AZUL
2,38
2
S1
29
ROXO
2,19
2
T1
20
ROXO
2,54
4
U1
27
PRETO
2,64
4
Fonte: a autora
44
TERMO LIVRE DE CONSENTIMENTO INVIDUAL DOS ATLETAS
TERMO DE CONSENTIMENTO
a) Convidamos você para participar do estudo sobre o NÍVEL DE ESTRESSE PRÉCOMPETITIVO EM ATLETAS DE JIU-JITSU. O estudo está sendo realizado durante o
campeonato Sul brasileiro de jiu-jitsu em abril de 2010.
b) Você responderá um questionário sobre estresse.
c) Os dados da pesquisa serão publicados em uma monografia, sem a identificação dos
sujeitos, garantindo a confidencialidade.
d) A acadêmica Vanessa Bedin ([email protected]) Fone: (49) 8837 6450 é responsável
por acompanhar todos os testes e esclarecer as dúvidas sobre os procedimentos, a qualquer
momento.
e) Sua participação é voluntária e não será remunerada.
f) Agradecemos sua participação que é muito importante para o desenvolvimento científico do
Jiu-Jitsu.
Li o texto acima e compreendi o objetivo do estudo e aceito participar voluntariamente
das avaliações.
NOME: ______________________________________________
PAÍS: __________________CIDADE:____________________ ESTADO:__________
DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___ CATEGORIA DE PESO:_______Kg
E-MAIL:__________________________________FONE:_______________________
TEMPO DE PRÁTICA:______________________
CATEGORIA:________________________
FAIXA:____________________
COLOCAÇÃO:________________
______________________________
Assinatura
Data:____/____/____
45
QUESTIONÁRIO
Lista de sintomas Pré – Competitivo (LSSPCI) De Rose Junior (1998)
1 = Nunca 2 = Poucas Vezes 3 = Algumas Vezes 4 = Muitas Vezes 5 = Sempre
1
Meu coração bate mais rápido que o normal
1
2
3
4
5
2
Suo bastante
1
2
3
4
5
3
Fico agitado (a)
1
2
3
4
5
4
Fico preocupado (a) com críticas das pessoas
1
2
3
4
5
5
Sinto muita vontade fazer xixi
1
2
3
4
5
6
Fico preocupado (a) com meus adversários
1
2
3
4
5
7
Bebo muita água
1
2
3
4
5
8
Rôo (como) as unhas
1
2
3
4
5
9
Fico empolgado (a)
1
2
3
4
5
10
Fico aflito (a)
1
2
3
4
5
11
Tenho medo de competir mal
1
2
3
4
5
12
Demoro muito para dormir
1
2
3
4
5
13
Tenho dúvidas sobre minha capacidade de competir
1
2
3
4
5
14
Sonho com a Competição
1
2
3
4
5
15
Fico nervoso (a)
1
2
3
4
5
16
Fico preocupado (a) com o resultado da competição
1
2
3
4
5
17
Minha boca fica seca
1
2
3
4
5
18
Sinto muito cansaço ao final do treino
1
2
3
4
5
19
A presença de meus pais na competição me preocupa
1
2
3
4
5
20
Falo muito sobre a competição
1
2
3
4
5
21
Tenho medo de perder
1
2
3
4
5
22
Fico impaciente
1
2
3
4
5
23
Não penso em outra coisa a não ser na competição
1
2
3
4
5
24
Não vejo a hora de competir
1
2
3
4
5
25
Fico emocionado (a)
1
2
3
4
5
26
Fico ansioso (a)
1
2
3
4
5
27
No dia da competição acordo mais cedo que o normal
1
2
3
4
5
28
Tenho medo de decepcionar as pessoas
1
2
3
4
5
29
Sinto-me mais responsável
1
2
3
4
5
30
Sinto que as pessoas exigem muito de mim
1
2
3
4
5
31
Tenho medo de cometer erros na competição
1
2
3
4
5
46
Download

VANESSA BEDIN