GESTÃO
9. Análise de Projectos de Investimento
9.1 A dimensão temporal e o cálculo financeiro
9.2 Critérios de análise da rendibilidade de projectos de
investimento
9.3 A organização de um estudo de avaliação de um projecto de
investimento
9.4 A avaliação de uma empresa como caso particular de
avaliação de um projecto de investimento
9. Análise de projectos de
investimento
1
9.1 A dimensão temporal e o cálculo
financeiro
9. Análise de projectos de
investimento
2
Suponham que lhes prometem 1.000 euros.
Oferecidos!



O que preferem: recebê-los hoje ou daqui a
um ano?
E se daqui a 1 ano puderem comprar o
mesmo que comprariam hoje com os 1.000
euros?
Nesse caso não haveria… INFLAÇÃO.

Definição de inflação: aumento sustentado
e generalizado do nível de preços.
9. Análise de projectos de
investimento
3
Se a taxa anual de inflação for de 1,5%, qual o
valor real hoje desses 1.000 euros daqui a 1 ano?
Dito de outra forma, qual o valor desse dinheiro a
preços constantes (1.000 é o valor a preços
correntes, do ano)?


Resposta: 1.000 euros/ ( 1 + 0,015)=985,22 euros
Demonstração: Um bem que custe hoje 985,22
euros, custa daqui a um ano 985,22 x 1,015 =
1.000 euros
9. Análise de projectos de
investimento
4
Suponham agora que já receberam os 1.000
euros e os pretendem depositar no banco
Podem:
(i)
deixar nessa conta só o montante
inicial, levantando os juros todos os
anos (juros simples)
(ii)
depositá-los numa conta a prazo em
que os juros vencidos ficam a acumular
nessa conta gerando mais juros (juros
compostos)
Vejamos as duas possibilidades:
9. Análise de projectos de
investimento
5
Capitalização
Juros Simples
Capital ou depósito inicial = 1000;
r = taxa de juro = 2%
Período
Fluxos
0
1
2
3
…
n
-1000
20
20
20
…
1020
…
rC0+C0=
(1+r)C0
-C0
r C0
r C0
r C0
Fluxo<0 corresponde a pagamento
Fluxo>0 corresponde a recebimento
9. Análise de projectos de
investimento
6
Capitalização
Juros Compostos
Período
Capital ou depósito inicial = 1000;
taxa de juro = 2 %
0
1
2
3
…
n
-1000
0
0
0
…
1000(1+0,02)n
-C0
0
0
0
…
9. Análise de projectos de
investimento
C0 (1+r)
7
n
Capitalização versus Actualização
Capitalização
Co
C1
C2
Cn
C2(1+r)
n-2
C1(1+r)
n-1
C0(1+r)
n
 Valor de
C2 no ano n
Actualização (ou desconto)
Co
C1
Cn/(1+r)
n
C2/(1+r)
2
C1/(1+r)
C2
Cn
 Valor de
C1 no ano 0
9. Análise de projectos de
investimento
8
Outra vez a inflação!


Taxa de juro nominal (tn): a preços
correntes, não é corrigida do efeito da
inflação
Taxa de juro real (tr): expurgada do
efeito da inflação, logo é mais baixa do
que a nominal
9. Análise de projectos de
investimento
9
Outra vez a inflação!

Se 2% é a taxa de juro nominal (tn), a
preços correntes, qual será a taxa de juro
real (tr), dado que a taxa de inflação (ti) é de
1,5 %?
Resposta:
Se (1+0,02) = (1+0,015) * (1+tr), então
tr = (1+tn)/(1+ti)-1 = 1,02/1,015-1= 0,492%.

Aproximadamente,
tr = tn – ti = 2% - 1,5% = 0,5%
9. Análise de projectos de
investimento
10
Análise a preços correntes ou constantes


1.000 euros recebidos hoje
capitalizariam daqui a 1 ano
1.000*1,00492 = 1.004,92 euros
em termos reais, a preços constantes do
ano 0.
Capitalizam 1.000 * (1+0,02) = 1.020
euros em termos nominais, a preços
correntes.
9. Análise de projectos de
investimento
11
Análise a preços correntes ou constantes

Inversamente, 1.000 euros recebidos daqui
a 1 ano correspondem ao valor actual
(hoje!) de
1.000/1,02 = 980,39
se estivermos a trabalhar a preços
correntes, com os 1.000 euros a preços do
ano 1.
Se esses 1.000 euros já estiverem a preços
constantes do ano 0, então o seu valor
actual é de
1.000/1,00492= 995,10 euros.
9. Análise de projectos de
investimento
12
Análise a preços correntes ou constantes


Conclusão: na análise de um projecto de
investimento, fluxos financeiros expressos
a preços constantes actualizam-se com
taxas reais, e fluxos a preços correntes
actualizam-se com taxas nominais.
Actualizar é diferente de deflacionar!
9. Análise de projectos de
investimento
13
Equivalência entre taxas de diferentes períodos
inferiores ao ano


Por vezes os bancos calculam a taxa
infra-anual como uma fracção da taxa
anual (nominal) correspondente.
Ex: taxa mensal correspondente à taxa
anual nominal de 12%
rm = 12%/12=1%
9. Análise de projectos de
investimento
14
Equivalência entre taxas de diferentes períodos
inferiores ao ano


No entanto, a taxa mensal equivalente a
uma taxa anual de 12% seria dada por
(1+rm)12=1+ra,
donde rm=(1+ra)1/12 -1=0.949%
Taxas equivalentes: são referidas a
diferentes períodos de capitalização,
mas, aplicadas a capitais iguais,
produzem o mesmo montante de juros
em igual tempo.
9. Análise de projectos de
investimento
15
Cálculo de Rendas: Anuidades e Perpetuidades
Empréstimo = C
Rendas / Pagamentos Constantes = A
Período = n (pode ser o nr de anos, trimestres, meses …)
Taxa = r (pode ser a taxa infra-anual equivalente: trimestral, mensal…)
0
C
1
-A/(1+r)
2
-A/(1+r)2
...
...
n
-A/(1+r)n
Progressão Geométrica: Soma= 1ºtermo-último termo × razão
1-razão
Ex: Aquisição de um automóvel ou de uma habitação
9. Análise de projectos de
investimento
16
1
1
1
(1  r)n  1


1  r (1 r)n 1  r
(1 r)n 1
CA
A

1
1 r 1
1
1 r
1 r
(1 r)n  1 1  r
(1 r)n  1
A

A
n 1
(1 r)
r
(1 r)n  r
Perpetuidade
Anuidade
Factor de
anuidade:
a
nr
1
1
1
 
1 1 r A
C  A 1 r  1 r  A


1
1 r
r
r
1
1 r
9. Análise de projectos de
investimento
17
Perpetuidade com taxa de
crescimento constante g < r
0
C
1
A/(1+r)
2
A(1+g)/(1+r)2
...
...
n
A(1+g)n-1/(1+r)n
A
C
r g
Ex: Pensão vitalícia que é aumentada g% todos os anos
9. Análise de projectos de
investimento
18
9.2 Critérios de análise da rendibilidade
de projectos de investimento
9. Análise de projectos de
investimento
19
Um investimento…



É qualquer aplicação actual de recursos,
visando benefícios futuros.
Os benefícios podem não ser medidos
directamente em unidades monetárias, podem
ser de ordem social, como os feitos pelo Estado
p.ex. na educação, saúde ou vias de
comunicação.
Contudo, esse tipo de benefícios extravasa o
âmbito da nossa análise que vai ser
eminentemente na óptica da (max)rendibilidade
empresarial.
9. Análise de projectos de
investimento
20
Neste caso um investimento é …

Uma sequência de fluxos financeiros (cash flows)
distribuídos por diversos períodos:
Período
0
1
CF0 CF1

2
3
…
n
CF2
…
…
CFn
em que o primeiro ou primeiros cash flows são normalmente
negativos – despesas de investimento em terrenos,
edifícios, equipamentos, licenças e patentes ou, até, em
capital circulante, como a constituição e reforço de stocks de
matérias primas ou mercadorias.
No final do período de investimento a parte destas despesas
que seja recuperável constitui o valor residual do
investimento.
9. Análise de projectos de
investimento
21
Valor Residual do Investimento

A venda no fim do período em análise (ano n) de um
dado activo fixo origina um ganho ou perda
extraordinário que, se a empresa for lucrativa, tem
impactos fiscais. Deste modo, o valor recebido pela
empresa no final do investimento corresponde a:
Valor residual do investimento fixo no ano n
= Valor Mercado n - (Valor Mercado n – Valor
Contabilístico n) * Taxa imposto
Sendo:
Valor Mercado n = Valor esperado de venda do activo
no ano n
Valor Contabilístico = Valor de compra – Amortizações
Acumuladas
9. Análise de projectos de
investimento
22
Valor Residual do Investimento

Para a empresa lucrativa a diferença
entre Valor Mercado e Valor
Contabilístico corresponde ao ganho ou
à perda (mais-valia ou menos-valia) que
vai originar um pagamento de imposto
respectivamente superior ou inferior face
à situação de ausência dessa mais ou
menos-valia.
9. Análise de projectos de
investimento
23
um investimento é (cont.)…



Os outros cash flows são habitualmente positivos
e correspondem aproximadamente aos ‘lucros +
custos reconhecidos pelo Fisco mas não pagos’
que se prevê obter durante a fase de exploração.
Com mais rigor, esses cash flows de exploração
= Resultados Antes de Juros e Impostos *
(1- tx. imposto) + Amortizações
Nota: Resultados Antes de Juros e Impostos =RAJI=EBIT, na
literatura internacional
9. Análise de projectos de
investimento
24
Exercício de ilustração:
1.Uma empresa investiu 100.000 euros numa nova
máquina.
2. Esta é amortizável em 5 anos, findos os quais pode
ainda ser vendida por 10.000 euros (valor residual).
3. Sabe-se que a sua produção vai ser vendida por
150.000 euros no 1º ano.
4. Os custos operacionais com pessoal, fse e matéria
prima serão, no 1º ano, de 100.000 euros, acrescidos
dos custos com amortizações.
5. Proveitos e custos sobem 10% ao ano.
6. A taxa de imposto a pagar pela empresa é de 25% .
9. Análise de projectos de
investimento
25
Resolução do exercício:
Rubrica/Período
(1) C. Investimento
0
1
2
3
4
-100.000
7.500
(1) Val.Residual Inv. Líq. Imp.
Cash Flow do Investimento
5
-100.000
7.500
150.000
165.000
181.500
199.650
219.615
-100.000
-110.000
-121.000
-133.100
-146.410
-20.000
-20.000
-20.000
-20.000
-20.000
Resultado Operacional (EBIT)
30.000
35.000
40.500
46.550
53.205
(a) EBIT x (1 - 0,25)
22.500
26.250
30.375
34.913
39.904
CF Exploração (=a+b)
42.500
46.250
50.375
54.913
59.904
42.500
46.250
50.375
54.913
67.404
(3) Proveitos
- (4) C. Operacionais
(pessoal, fse, mat.primas)
- (4)(b) Amortizações
CF Total = CF Inv. + CF Expl.
-100.000
9. Análise de projectos de
investimento
26
0
Rubrica/Período
CF Total = CF Inv. + CF Expl.
-100.000
1
42.500
2
46.250
3
50.375
4
54.913
5
67.404
Vale a pena investir na compra de
uma nova máquina?
9. Análise de projectos de
investimento
27
Critérios de rendibilidade
a) VAL (Valor Actual Líquido)
(em inglês NPV – Net Present Value)
n
CFk
VAL  
k
(1

r)
k 0
VAL >0
VAL1 > VAL2 => P1 preferível a P2
9. Análise de projectos de
investimento
28
No exemplo anterior…
CF Total = CF Inv. + CF Expl.

-100.000
42.500
46.250
50.375
54.913
67.404
VAL= - 100.000/(1+r)0 + 42.500 /(1+r)1 +
+ 46.250/(1+r)2 + 50.375/(1+r)3 +
+ 54.913/(1+r)4 + 67.404/(1+r)5 =
=
Que taxa r ?
9. Análise de projectos de
investimento
29
Já vimos que …



As taxas de actualização devem ser nominais (e
daí maiores!) quando fazemos a análise a
preços correntes. Devem ser reais
(descontadas da inflação) quando os cash flows
estão calculados a preços constantes.
As taxas de actualização nominais premeiam a
renúncia ao consumo presente, em função do
rendimento futuro (lembram-se dos 1.000
euros oferecidos?)
E que mais …?
9. Análise de projectos de
investimento
30
Rendimento esperado e risco

No caso dos 1.000 euros, o que preferiam?

i) um depósito a prazo em vosso nome, a levantar
daqui a um ano, com uma taxa de juro de 2%;
ii) idêntico valor em acções, para venderem daqui
a um ano, com um rendimento esperado também
de 2%?

E se em ii) o rendimento esperado fosse de 10%?

(aqui está um exemplo de trade-off: entre rentabilidade e risco)
9. Análise de projectos de
investimento
31
Modified from Stocks, Bonds, Bills and Inflation: 1998 Yearbook,TM annual updates work by
Roger C. Ibbotson and Rex A. Sinquefield (Chicago: Ibbotson Associates
(1926-1994)
Risk premium
(relative to U.S.
Treasury bills)
Series
Arithmetic
mean
Standard
deviation
Common
stocks
12.2%
8.5%
20.3%
Small-company
stocks
17.4%
13.7%
34.6%
Long-term
Corpor.bonds
5.7%
2.0%
8.4%
Long-term
Gov. bonds
5.2%
1.5%
8.8%
Intermediate-term
government bonds
5.2%
1.5%
5.7%
U.S. Treasury bills
3.7%
3.3 %
Inflation
3.2%
4.6%
9. Análise de projectos de
investimento
-90%
0%
32
90%
Fonte: http://www.montepio.pt/ePortal/v10/PT/jsp/activos/campanhas.jsp
9. Análise de projectos de
investimento
33
Ainda as taxas de actualização …



Em conclusão, as taxas de actualização devem estar
também associadas ao risco do investimento.
As taxas de actualização exprimem o custo de
oportunidade do capital. Se o risco é mais elevado, os
accionistas querem maior remuneração dos seus
investimentos. Caso contrário desinvestem e vão comprar
acções de outras empresas.
A taxa de actualização é o custo de oportunidade do
capital. O investidor exige receber pelo menos a taxa que
obteria em investimentos alternativos com o mesmo grau
de risco.
9. Análise de projectos de
investimento
34
Ainda as taxas de actualização …

Assim, as taxas de actualização devem
corresponder à soma do rendimento
esperado de activos sem risco
(rendimentos previsíveis a priori com
precisão, como a remuneração dos
títulos de dívida do Estado, geralmente
mais elevada que a dos depósitos
bancários) com um prémio de risco
inerente à actividade económica em
causa e ao risco financeiro associado ao
grau de endividamento da empresa.
9. Análise de projectos de
investimento
35
E a aplicação do critério do VAL…

Se um investimento X é, p. ex.:
-1000
1100
E temos um investimento alternativo Y com idêntico
risco e um rendimento esperado de:
a)
10%:
VAL 10% (X)= -1000 + 1100 /(1+0,1) = 0
É indiferente investir em X ou Y;
b)
5%:
VAL 5% (X) = -1000 + 1100/1,05=47,6 > 0
É preferível investir em X;
c)
15%:
VAL 15% (X) = -1000 + 1100/1,15=-43,48 <0
É preferível investir em Y.
9. Análise de projectos de
investimento
36
Critérios de rendibilidade
b) TIR (Taxa Interna de Rendibilidade)
( em inglês IRR - Internal Rate of Return )
TIR  é a taxa de actualização para a qual o VAL = 0
n
CFk
0

k
k  0 (1  r)
calcula-se iterativamente
9. Análise de projectos de
investimento
37
Relação entre o VAL e a TIR
VAL
r = TIR
r (taxa de actualização)
9. Análise de projectos de
investimento
38
Problemas no cálculo e na utilização da TIR
VAL
r (taxa de actualização)
r = TIR
1º Pode existir mais do que uma TIR. É o caso, p. ex., da existência de
cash-flows negativos intermédios ou finais (investimentos não
convencionais).
Ex :
Co
-4000
C1
25000
C2
-25000
9. Análise de projectos de
investimento
TIR’s
25 e 400%
39
2º Pode não existir TIR
Ex:
C0
1000
C1
-3000
C2
2500
3º A TIR é inadequada para projectos mutuamente
exclusivos (ex: temos um terreno – podemos construir
nele um prédio ou uma vivenda, mas só uma destas
opções)
Taxa de actualização=5%
0
1 a 10
VAL5%
CFA
-40000
8000
21774
TIRA=15%
CFB
-20000
5000
18608
TIRB=21%
CF A-B -20000
3000
3165
TIRA-B=8%
VAL A > VAL B  A melhor que B (o uso da TIR daria informação
incorrecta)
9. Análise de projectos de
investimento
40
Critérios de rendibilidade
c) Período de Recuperação do Investimento
(“Payback Period”): tempo necessário para que os
cash-flows gerados pelo projecto igualem (recuperem) o
capital investido inicialmente.
PB
Sem actualização
 CFi = 0
i=0
PB
Com actualização
 CFi/(1+r)i = 0
i=0
com: CFi = cash-flow do período i;
PB = nº de períodos do “Payback”;
r = taxa de actualização
9. Análise de projectos de
investimento
41
Período(anos)
0
1
2
3
4
5
6
Cash Flows(*)
-1000
200
300
400
420
500
700
-800 -500
-100
320
820
1520
C.F. Cumulativo
-1000
(*) Não actualizados
Pay Back = 3 + 100/[320-(-100)] = 3 + 100/420 = 3.238 Anos
 3 anos e 3 meses
(0.238*12 meses  3 meses)
9. Análise de projectos de
investimento
42
Critérios de rendibilidade
d) Índice de Rendibilidade (em inglês: Profitability
Index ou Benefit/Cost Ratio)
VAL
IR 
C0
(critério de aceitação: ser >0)
ou
n
k
CF
/(1

r
)
 k
1
C0
(critério de aceitação: ser >1)
Nota: C0 em módulo
9. Análise de projectos de
investimento
43
Problema idêntico ao da TIR:
Investimentos Mutuamente Exclusivos
Investimento
A
B
B-A
C0
C1
-1 3.3
-10 22
-9 18.7
r
VAL
IR
10%
10%
10%
2 (=3.3/1.1-1)
10(=22/1.1-10)
8 (=18.7/1.1-9)
3
2
1.89
9. Análise de projectos de
investimento
44
9.3 A Organização de um Estudo de
Avaliação de um Projecto de
Investimento
9. Análise de projectos de
investimento
45
Esquema Geral de um Estudo de Investimento
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO
2. ESTUDOS PRÉVIOS
Estudo de mercado
Estudo de localização
Estudos de impacte ambiental
Estudos de engenharia
Estudo de fornecimento
Estudo sobre mão de obra
3. ANÁLISE DE RENDIBILIDADE DO PROJECTO
4. ESTUDOS COMPLEMENTARES:
FINANCIAMENTO, RISCO, ESTATUTO JURÍDICO E
FISCALIDADE
9. Análise de projectos de
investimento
46
Estruturação do Dossier
I - Identificação dos promotores do Investimento
1 - Denominação Social da empresa ou agrupamento de
empresas, departamento ou nome dos promotores
individuais
2 - Estrutura jurídica da empresa constituída, ou a
constituir, com referência ao capital social
3 - Elementos curriculares/identificativos dos promotores
ou principais responsáveis
9. Análise de projectos de
investimento
47
Estruturação do Dossier
II - Caracterização Técnico-Económica
1 - Descrição sumária do projecto
1.1 - Principais objectivos
1.2 - Principais características técnicas, Plantas /
Layout
1.3 - Mapa síntese do investimento e das principais
fontes de financiamento
1.4 - Cronograma do investimento
1.5 - Plano do pessoal afecto ao projecto e de
formação
2 - Análise Estratégica e do Mercado
9. Análise de projectos de
investimento
48
Cronograma do Investimento
Jan-98
Mai-99
Set-00
Fev-02
Jun-03
Nov-04
Mar-06
Estudos Prévios
Selecção e Aquisição do Local
Licenciamentos (Patentes)
Elaboração do Caderno de Encargos
Concurso de Const. e Fornec. Equip.
Selecção do Construtor
Construção de Infraest. e Instalações
Selecção do Fornecedor de Equip.
Instalação de Equipamento
Formação de Pessoal
Testes e Licenciamento Final
Promoção de Lançamento
Exploração
Reinvestimento
Fonte: Soares et al. (1999) Avaliação de Projectos de Investimento na Óptica Empresarial, Editora Sílabo
9. Análise de projectos de
investimento
49
Estruturação do Dossier
III - Estudo da Viabilidade Económico-Financeira
1 - Mapas de Investimento e Amortizações
2 - D.R. Previsionais e Mapas complementares de
custos e receitas
3 - Balanços Previsionais e Mapas de Tesouraria e
Financiamento
4 - Análise da Rendibilidade e do Equilíbrio
Financeiro
IV - Anexos
9. Análise de projectos de
investimento
50
Standard Business Plan







Executive Summary: Write this last. It's just a page or two
of highlights.
Company Description: Legal establishment, history, startup plans, etc.
Product or Service: Describe what you're selling. Focus on
customer benefits.
Market Analysis: You need to know your market, customer
needs, where they are, how to reach them, etc.
Strategy and Implementation: Be specific. Include
management responsibilities with dates and budget.
Management Team: Include backgrounds of key members
of the team, personnel strategy, and details.
Financial Plan: Include profit and loss, cash flow, balance
sheet, break-even analysis, assumptions, business ratios,
etc.
Fonte: Palo Alto Software, Business Plan Pro
9. Análise de projectos de
investimento
51
9.4 A avaliação de uma empresa
como caso particular de avaliação de
um projecto de investimento
9. Análise de projectos de
investimento
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa
Vamos ver 3 técnicas de determinação do
valor de uma empresa:




técnica dos “free cash-flows” ou dos
“discounted cash-flows”
técnica dos dividendos
múltiplos de mercado
Com estas técnicas, avaliar uma empresa é
um caso particular da avaliação de um
projecto de investimento.
9. Análise de projectos de
investimento
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa

Técnica dos “free cash-flows”:


O valor de mercado da empresa (Enterprise Value) é o
valor de um investimento que vai gerando “cashflows”. O valor da empresa para os accionistas é o
Equity Value e obtém-se do Enterprise Value
subtraindo a dívida financeira.
Ao pormos os activos operacionais de uma empresa a
“rodar”, obtemos o fluxo de cash-flows operacionais
(ou free cash-flows) da empresa durante o seu
período de vida. O valor económico desses activos
operacionais (VAO) será o valor actual dos cash-flows
operacionais futuros da empresa.
9. Análise de projectos de
investimento
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa
n
FCFt
, onde
t
t=1 (1  r )
FCFt =cash-flow operacional ou free cash-flow no período t,
VAO  
r=taxa de actualização
• Porém, o fluxo de cash-flows gerado pelos activos da empresa
não é, em geral, passível de integral apropriação pelos seus
accionistas, uma vez que uma parcela dos rendimentos gerados é
canalizada para fazer face ao serviço da dívida do passivo
(encargos financeiros e reembolso da divida), contraída para
financiar a actividade da empresa.
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa
• No entanto, a utilização de divida remunerada
por parte da empresa reduz a factura fiscal a
pagar, uma vez que os encargos financeiros são
aceites como custo fiscal, reduzindo assim o
Resultado Antes de Impostos sobre o qual se
calcula o imposto a pagar.
• Há, pois, uma poupança fiscal associada (PFA
ou tax shields), cujo valor global é naturalmente o
somatório dos valores descontados.
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa
n
fluxo de poupança fiscal
PFA  
t
(1+r)
t 1
PFA = valor actual dos fluxos de poupança fiscal
Então,
Valor da Empresa = VAO +PFA
Equity Value = Valor da Empresa - Dívida Financeira
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa



Com este método vê-se claramente que o
VALOR DE UMA EMPRESA (Market Value) é
determinado pelo valor que os seus activos
vão gerar.
A avaliação de uma empresa é pois fazer um
exercício sobre os cash-flows futuros.
O valor contabilístico da empresa (bookvalue) é apenas o valor contabilístico actual
dos seus activos.
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa

Técnica do fluxo de dividendos:
• Neste método obtemos directamente o valor da
empresa na óptica do accionista (Equity Value).
Adicionando a dívida financeira (D) chegaremos ao
Entreprise Value.
• Simulamos uma Demonstração de Resultados
Previsional ao longo da vida da empresa e,
admitindo um payout ratio, obtemos os fluxos de
dividendos que os accionistas vão receber.
• payout ratio = dividendos / resultado líquido
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa
n
Dividendos t
Valor actual do fluxo de dividendos = 
t
(1+r)
t=1
Como é óbvio,
Valor dos Capitais Próprios (Equity Value) = Valor actual do fluxo
de dividendos
Daqui é fácil obter
Enterprise Value = Equity Value + Dívida
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa

Múltiplos de mercado:


Determina-se o valor de mercado de uma
empresa por comparação com outra empresa
semelhante.
Através do PER (Price Earnings Ratio=P/EPS)
de uma empresa cotada para a qual se sabe o
valor das acções e o resultado líquido por
acção, podemos calcular o valor aproximado
do mercado de outra empresa semelhante do
mesmo sector, para a qual se sabe o resultado
líquido por acção (EPS).
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa

Exemplo:
Empresa Cotada
Empresa a avaliar
P=2000€ (valor da cotação de acção)
EPS= 200 (resultado por acção)
PER = P = 2000 = 10
EPS
200
Sabe-se:
EPS= 100€
Então o P (preço por acção) da empresa em avaliação será
(utilizando o mesmo PER), aproximadamente:
P = PER da empresa da referencia * EPS
= 10 * 100= 1000€ (Preço de mercado da acção da empresa a
avaliar)
9. Análise de projectos de
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Técnicas de Determinação do Valor
de uma Empresa
• O Goodwill de uma empresa é a diferença
entre o seu valor de mercado (market value)
e o seu valor contabilístico (book-value).
• Quando os activos intangíveis da empresa como marcas, patentes, capital intelectual têm grande importância, o valor de mercado
será muito superior ao valor contabilístico. É
o caso das empresas baseadas na economia
do conhecimento.
9. Análise de projectos de
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Cap. 9 - Análise de projectos