Modernização da gestão pública: uma avaliação de experiências inovadoras./ Lucimar da Silva Guarneri (coord.). Rio de Janeiro: BNDES, 2002. 108 p.; il. - (BNDES Social; 4) ISSN 1. Gestão pública. 2. Desenvolvimento social. 3. Finanças públicas. 4. Responsabilidade fiscal. 5. Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos – PMAT. I. Guarneri, Lucimar da Silva. II. Série. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do BNDES. É permitida a reprodução parcial ou total dos artigos desta publicação, desde que citada a fonte. DISTRIBUIÇÃO: BNDES – Av. República do Chile, 100 – 19º andar Rio de Janeiro – CEP 20031-917 Tel.: (21) 2277-7052 – Fax: (21) 2240-3749 e-mail: [email protected] Apresentação Beatriz Azeredo Diretora A última década representou um marco fundamental para a modernização da gestão pública, trazendo à tona reflexões e debates acerca do processo de fortalecimento e desenvolvimento dos entes federativos, especialmente o nível municipal. A edição da Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000, teve um papel determinante nesse processo, consagrando um novo padrão de conduta do administrador público, pautado pelos princípios da responsabilidade fiscal, transparência e respeito ao contribuinte. O Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT) é uma dessas iniciativas pioneiras do governo federal, iniciada pelo BNDES em 1997, que vem contribuindo para a ampliação das receitas próprias das prefeituras, o controle dos gastos e a racionalização do uso dos recursos públicos, além da melhoria da qualidade de atendimento ao cidadão e a maior transparência na ação governamental. A grande aceitação desse programa vem demonstrando o compromisso dos governos municipais com a modernização da gestão nas áreas tributária, financeira, administrativa e nos setores sociais básicos. As prefeituras estão buscando explorar seu potencial de geração de receitas próprias, através da ampliação e atualização de sua base tributária, da melhoria dos lançamentos dos tributos e da ação fiscalizadora, da cobrança mais eficiente de débitos em atraso, da modernização da legislação, rotinas e processos, entre inúmeras ações que têm como foco a melhoria da qualidade de atendimento ao contribuinte. Além disso, o PMAT é hoje considerado como a “porta de entrada” do município para as demais linhas de financiamento do BNDES, uma vez que contribui para o fortalecimento do governo local, habilitando-o a captar novos recursos para projetos de investimentos sociais e de infra-estrutura urbana. Nesse contexto, o BNDES iniciou um processo de avaliação do PMAT tendo em vista mapear os principais resultados dos investimentos que vêm sendo realizados. Os resultados da primeira etapa desse trabalho, apresentados nesta publicação, contemplam experiências em oito municípios, com estágios avançados em seus projetos de modernização: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Ipatinga, Manaus, Rio de Janeiro, São Luís e Vitória. Gostaríamos, por fim, de agradecer a disposição desses municípios na divulgação de suas experiências, contribuindo para a disseminação desses conhecimentos e, dessa forma, reforçando o intercâmbio já existente entre governos municipais no campo da responsabilidade fiscal e modernização da gestão. Sumário PA RT E 1 : O APOIO DO BNDES À IMPLANTAÇÃO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL O apoio do BNDES à implantação da LRF 9 PA RT E 2 : O PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E DA GESTÃO DOS SETORES SOCIAIS BÁSICOS Histórico Objetivos Procedimentos e condições Carteira operacional do PMAT 17 18 19 22 PA RT E 3 : O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA Metodologia As dimensões da avaliação Seminário Modernização da Gestão Pública: Enfrentando Desafios e Construindo a Cidadania Pronunciamentos 33 36 46 46 48 PA RT E 4 : SÍNTESE DAS EXPERIÊNCIAS ANALISADAS Município de Belém: Cadastro Multifinalitário Município de Belo Horizonte: Projeto S-Fiscal RCS Município de Curitiba: descentralização do atendimento Município de Ipatinga: integração das bases cadastrais tributárias ao geoprocessamento Município de Manaus: substituição tributária do ISSQN Município do Rio de Janeiro: otimização na cobrança da dívida Município de São Luís: publicização da informação Município de Vitória: atendimento concentrado 57 63 68 76 82 88 93 99 Lista de Tabelas, Gráficos e Figura Tabela 1 – Dados gerais da carteira total ................................................... Tabela 2 – Focos de ação........................................................................... Tabela 3 – Carteira do Banco do Brasil..................................................... Tabela 4 – Operações contratadas ............................................................. Tabela 5 – Operações aprovadas ............................................................... 22 23 24 25 27 Gráfico 1 – Percentual de contratações por ano ........................................ Gráfico 2 – Distribuição percentual dos investimentos............................. Gráfico 3 – Distribuição da carteira total por população........................... Gráfico 4 – Distribuição da carteira total por partido político .................. 23 24 25 29 Figura 1 – Impactos da Modernização da Gestão Municipal .................... 35 PA R T E 1 O A P O I O D O B N D E S À I M P L A N TA Ç Ã O D A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA O apoio do BNDES à implantação da LRF* Responsabilidade Fiscal (LRF)”, diferentemente das medidas de ajuste fiscal de curto prazo, os então tradicionais “pacotes de fim de ano”, representou uma mudança estrutural do regime fiscal, introduzindo conceitos novos, como os de responsabilidade e transparência, e harmonizando diferentes normas para a organização e o equilíbrio das finanças públicas. Tratava-se, portanto, de um verdadeiro “código de boa conduta nas finanças públicas”, com grande abrangência de temas tratados e aplicável aos três níveis de governo e aos três poderes. A necessidade da LRF, com seu caráter estrutural, já constava do Programa de Estabilidade Fiscal, divulgado em outubro de 1998, que previa a edição da lei como um instrumento “capaz de instituir ordem definitiva nas contas públicas do conjunto dos Poderes e níveis de governo”. A implantação do Plano Real, em 1994, iniciou uma nova etapa da política fiscal no Brasil, pois, sem o viés inflacionário, tornaram-se muito mais visíveis os problemas nas contas públicas. Como as receitas sempre foram mais bem indexadas que as despesas no período de alta inflação, era possível acomodar as pressões, seja porque a inflação constituía fonte de financiamento do setor público, via imposto inflacionário, seja porque funcionava como forma de compressão das despesas em termos reais. Após o Plano Real, os desequilíbrios ficaram mais transparentes, pois quaisquer decisões de gasto do setor público passaram a ter impacto real sobre os orçamentos. Assim, os históricos desequilíbrios das contas públicas vieram a exigir do poder público, em todos os níveis, uma nova postura na administração dos recursos postos à sua disposição pela sociedade. Registre-se que a Constituição de 1988 previa, no seu artigo 163, uma lei complementar que disporia sobre finanças públicas, dívida pública externa e interna, A edição da lei que posteriormente se tornou conhecida como “Lei de * Elaborado por José Roberto Rodrigues Afonso, economista do BNDES. 9 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA lei vem produzindo na credibilidade e nas expectativas favoráveis para a economia brasileira. garantias e fiscalização das instituições financeiras, tendo o Congresso, através da emenda constitucional que aprovou a reforma administrativa (junho de 1998), estabelecido o prazo de seis meses para que o Executivo enviasse o projeto dessa lei complementar. Conforme estudos comparativos de legislações internacionais realizados pela AFE/BNDES, a década de 90 foi marcada por uma evolução nas práticas de gestão fiscal. Nos Estados Unidos, o Budget Enforcement Act (BEA), de 1990, introduziu, dentre outros, um mecanismo de corte automático para as despesas do governo federal sempre que as previsões indicassem o não-cumprimento das metas de resultado fiscal estabelecidas pelo Congresso no processo orçamentário. Na Europa, o Tratado de Maastricht, de 1992, estabeleceu normas a serem obedecidas por todos os países, tendo como princípio básico evitar déficits governamentais excessivos. Na Nova Zelândia, o Fiscal Responsibility Act, de 1994, estabeleceu princípios de manutenção da dívida e do patrimônio em níveis prudenciais, com o Parlamento fixando critérios de desempenho de forma genérica e o Executivo tendo a liberdade de orçar e gastar, desde que com amplo e rigoroso acompanhamento da sociedade. Nesse último caso, o controle social se sobrepõe à rigidez das regras, o que fez dessa experiência um paradigma internacional em termos de transparência. Assim, a partir de meados de 1998, o BNDES, através de sua Secretaria para Assuntos Fiscais (SF), atualmente transformada em Área para Assuntos Fiscais e de Emprego (AFE/BNDES), passou a trabalhar, em apoio ao Ministério do Planejamento e Orçamento, na elaboração do projeto da LRF. A proposta de implantação de uma lei que instaurasse um novo regime de gestão fiscal no Brasil não se resumia à fixação de metas temporárias para a geração de superávits fiscais, nem tratava de aspectos conjunturais, ou de diretrizes de curto prazo da política fiscal. Buscava-se, ao contrário, desenvolver uma nova cultura fiscal no Brasil. Um regime de gestão responsável das finanças públicas significaria instituir princípios permanentes e instrumentos modernos que se sobrepusessem e delimitassem a estratégia fiscal mais imediata, assegurando o equilíbrio fiscal de longo prazo. Atualmente, tanto a sociedade brasileira como os órgãos multilaterais envolvidos com aspectos econômicos já reconhecem os enormes benefícios que essa Em consonância com o espírito de transparência da futura LRF e para fomentar 10 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA para a sociedade brasileira o equilíbrio intertemporal das contas públicas. Tal equilíbrio pode ser visto como um bem coletivo, do interesse geral de nossa sociedade, por ser condição necessária para a consolidação da estabilidade e para a retomada do desenvolvimento. A lei, por sua concepção, torna-se um instrumento de longo prazo a favor do desenvolvimento econômico e social do país. os debates e gerar um reconhecimento nacional em torno da importância da matéria, foi elaborado um anteprojeto de lei que foi submetido a um processo de consulta pública, com divulgação, no início de dezembro de 1998, não apenas através da tradicional publicação na imprensa oficial, mas também em site na Internet. O processo de consulta, do qual participou ativamente o BNDES, envolveu, ainda, a realização de audiências públicas com representantes dos governos subnacionais e do setor privado, cujas sugestões foram consideradas no projeto de lei enviado ao Congresso em abril de 1999. Em termos específicos, os mecanismos que se destacam na lei são: a) a definição de princípios que evitem déficits excessivos e reiterados; e b) a imposição de restrições ao gasto público, seja através de regras, seja pelo controle social por meio da transparência. Esse projeto estabelecia o que se pode legitimamente denominar um novo regime fiscal para a sociedade brasileira: um “regime de gestão fiscal responsável“, uma verdadeira revolução de costumes na gestão pública no Brasil. A lei define princípios, estabelece regras e exige maior transparência para a gestão fiscal responsável. Para cumprir essas regras, a LRF adota alguns mecanismos já consagrados: corte automático de despesas e necessidade de compensação no caso da criação de despesas de longo prazo. Devido às características da economia brasileira, a LRF confere tratamento especial: Para tanto, dispunha sobre os princípios fundamentais que devem nortear a ação dos homens públicos que administram recursos da população coletados na forma de tributos e taxas, além dos recursos financeiros oferecidos aos governos através de operações de crédito. O esforço era no sentido de disciplinar, de forma inovadora e abrangente, as principais questões referentes à captação, à gestão e aos gastos de recursos públicos, em todos os níveis de governo e poderes da República, a fim de conquistar a) às relações federativas, respeitando a autonomia dos entes da Federação; b) às deficiências intertemporais do processo orçamentário, por determinarem parte dos desequilíbrios estruturais do setor público; e 11 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA c) aos níveis de endividamento e despesas com pessoal, por sua alta representatividade no total do gasto público. ao BNDES competência para elaborar, diretamente ou através de terceiros, estudos, manuais de orientação e modelos de relatórios e de documentos para o cumprimento da LRF. Vale repetir que a melhor forma de garantir a responsabilidade fiscal é a vigilância da sociedade sobre os atos daqueles a quem foram confiados os recursos públicos. Assim, a lei fixa diversos mecanismos e conceitos voltados para assegurar transparência fiscal, que significa amplo acesso público às informações relativas aos objetivos da política fiscal, às contas públicas e às projeções do orçamento público, com informações confiáveis e atualizadas. Além disso, propôs-se um sistema de sanções e punições que prevê penalidades para as entidades públicas e para os governantes que se comportem em desacordo com os princípios e com os limites da gestão fiscal responsável. No âmbito do referido convênio, a AFE/BNDES vem participando ativamente de ações voltadas para a implantação da LRF nos diversos níveis da Federação brasileira, com especial ênfase para os municípios. Os tópicos principais dessa atuação encontram-se relatados a seguir: Apoio à produção e publicação de livros e manuais – Publicação de livros ou manuais, todos de autoria de especialistas externos, relacionados à implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal e dirigidos especialmente aos municípios de pequeno porte, com uma tiragem global de mais de 215 mil exemplares. Registre-se que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil tornaram-se parceiros do BNDES na viabilização de algumas dessas obras. O BNDES firmou, em 4 de maio de 2000, convênio de cooperação técnica com a União, por intermédio dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), e com a Fundação Escola Nacional de Administração Pública (Enap) com o objetivo de prestar apoio técnico e financeiro aos estados, Distrito Federal e municípios, para a implementação da LRF. O convênio atribuiu Edição de CD-ROM e CD-Card sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal – Foram distribuídas cerca de 25 mil cópias de um CD-ROM contendo todas as publicações apoiadas pelo BNDES sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, além de um conjunto de artigos sobre a lei, a legislação correlata e outras matérias de interesse dos municípios. Foi editado também, em formato mais compacto, um CD-Card com 13 mil exemplares. 12 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Sítio Banco Federativo e mala direta – Divulgação e atualização permanentes de guias práticos, manuais para a implantação da lei, regulamentação, estudos e artigos, através do Banco Federativo, sítio do BNDES especializado em finanças públicas, o qual, a propósito, ganhou o Prêmio Hélio Beltrão 2000 com outras 15 experiências inovadoras na administração pública. Parte dos trabalhos incluídos no Banco Federativo é, também, enviada regularmente por correio eletrônico para interessados nos temas. Apoio à elaboração do Programa Simples Municipal – Relatórios LRF – Foi colocado à disposição das prefeituras um software com o objetivo de auxiliá-las na elaboração dos relatórios exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (acessível para download no sítio do Banco Federativo desde setembro de 2001). Produção de textos analíticos – Produção de diversos informes que abordaram o tema da responsabilidade fiscal. Colaboração com outros órgãos governamentais e não-governamentais – Destacam-se nesse campo: a atuação conjunta com Tribunais de Contas, objetivando o aperfeiçoamento de sua ação de controle dos gastos públicos municipais; a participação nos estudos para a criação do Conselho de Gestão Fiscal, prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal e que se encontra em tramitação no Congresso; o apoio à elaboração de um estudo destinado a fornecer a estrutura básica de um sistema de informação gerencial para possibilitar a uma pequena prefeitura controlar com eficiência suas principais atividades; e a colaboração com o Ministério do Planejamento para a realização de um estudo visando identificar e avaliar a disseminação de informações fiscais no Brasil, por meio da Internet, nos três níveis da Federação brasileira. Treinamento – Apoio a um programa de treinamento à distância para disseminar o conhecimento sobre a LRF, especialmente nos municípios de pequeno porte, sem custo para os mesmos; teleconferências promovidas conjuntamente com o Ministério do Planejamento e a Escola Superior de Administração Fazendária (Esaf), acompanhadas em 110 postos da Esaf e em cerca de 1.600 postos do Banco do Brasil. Participação em eventos – Participação, desde a edição da lei, em mais de 100 eventos nacionais e internacionais relacionados à LRF, incluindo seminários, palestras e jornadas. 13 PA R T E 2 O P R O G R A M A D E M O D E R N I Z A Ç Ã O D A ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E DA GESTÃO DOS SETORES SOCIAIS BÁSICOS MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA HISTÓRICO A edição da Lei Complementar 101, em maio de 2000, ensejou várias consultas dos municípios ao BNDES, que já se encontrava disponível para, através do PMAT, no que diz respeito ao apoio financeiro, atender às necessidades de organização das prefeituras e, assim, atender ao cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Criado em agosto de 1997, através da Decisão de Diretoria do BNDES 328, o Programa de Modernização da Administração Tributária (PMAT) foi lançado pelo ministro do Planejamento em setembro de 1997 e, a partir de então, foi intensamente fomentado pelo BNDES, que recebeu consultas de praticamente todas as capitais e das principais cidades do país. A crescente demanda dos municípios, que passaram a buscar cada vez mais o apoio do BNDES através do PMAT, fez com que em dezembro de 2000, para melhor atender à necessidade dos pequenos e médios municípios, fosse assinado com o Banco do Brasil o contrato em que essa instituição passa a ser mandatária do BNDES para as operações do PMAT abaixo de R$ 2 milhões. Do início do programa até maio de 1999, as operações aprovadas na Diretoria do BNDES foram exclusivamente voltadas para a modernização da administração tributária, financeira e patrimonial. Em maio de 1999, com o objetivo de ampliar os efeitos fiscais do programa, através da Decisão de Diretoria do BNDES 211, o PMAT foi alterado para incorporar as ações voltadas à melhoria na qualidade do gasto público e ao aumento da eficiência nas demais esferas de atuação da prefeitura, passando a denominar-se Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos. Essa parceria é de grande importância para o aumento da capilaridade do PMAT, pois possibilita que o programa alcance, através da ampla rede de agências do BB, todos os pequenos municípios brasileiros, o que vem ocorrendo atualmente com o desenvolvimento de projetos para financiamento através do PMAT em todas as regiões do país. 17 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Em abril de 2001, iniciou-se a primeira etapa de um processo de avaliação do programa, como forma de verificar se os objetivos previstos estavam sendo alcançados e como forma de aprimorá-lo. Houve todo um esforço metodológico na seleção dos municípios, na pesquisa elaborada através de questionários e entrevistas, na dinamização da consolidação dos resultados por meio de workshop e, principalmente, na divulgação da avaliação, com a realização do seminário Modernização da Gestão Pública: Enfrentando Desafios e Construindo a Cidadania, em dezembro de 2001. demonstrando o esforço dos órgãos normativos e responsáveis pelo controle do endividamento público em adequar o contingenciamento do crédito ao setor público com as necessidades de transparência, eficiência e modernização trazidas pela Lei Complementar 101 aos entes federativos brasileiros. OBJETIVOS Os desafios enfrentados pelos governos municipais no sentido de melhorar seu desempenho são grandes. A defasagem na sistemática dos processos; os cadastros não-atualizados, gerando impacto na arrecadação; a ausência de gestão estratégica para recursos humanos; a qualificação de servidores, que muitas vezes não alcançam o grau de serviço que executam; a ineficiência no processo de tomada de decisões, em função de dificuldades na obtenção de informações e da baixa confiabilidade dessas mesmas informações; os recursos tecnológicos não-compatíveis com as modernas ferramentas existentes no mercado; o custo de manutenção muito elevado, devido a sistemas desenvolvidos com tecnologias defasadas; as instalações físicas inadequadas para o servidor e para o atendimento ao cidadão; as legislações desatualizadas e várias outras situações levam a máquina administrativa a não ter a O programa pode ser visto como um instrumento de longo prazo a favor do desenvolvimento econômico e social dos municípios. O desenvolvimento do programa, em termos de quantidade de operações, caminhou em paralelo com a evolução da legislação e da regulamentação da questão do endividamento público, através das resoluções aprovadas e editadas pelo Senado Federal e pelo Conselho Monetário. A flexibilização ocorrida nas últimas resoluções – tais como as Resoluções 2.920 (dezembro de 2001), do Conselho Monetário Nacional (CMN), e 40 e 43 (dezembro de 2001), do Senado, a Portaria 4 (janeiro de 2002), da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e a Resolução 3 (abril de 2002), também do Senado – vem 18 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA de eficiência nos processos, a alteração do programa, passando ele a contemplar outras áreas. Embora o programa continue enfocando prioritariamente a modernização da administração tributária, as novas áreas abordadas são: eficiência esperada pelos cidadãos e pelas próprias prefeituras. O PMAT, devido a esse histórico das prefeituras, objetivava inicialmente facilitar o processo de modernização gerencial e a eficiência fiscal dos municípios, aproveitar o potencial de arrecadação e contribuir para a redução da dependência municipal em relação às transferências federais e estaduais. Primordialmente, o objetivo era o aumento das receitas próprias. Com isso, o PMAT espera cooperar para a geração de um fluxo adicional e permanente de recursos próprios, visando suportar o nível de despesas e os investimentos locais. Administração geral – Gestão de recursos humanos, folha de pagamento, gestão de contratos, licitações e compras, controle de processos administrativos em geral e eficiência energética. Administração da saúde – Atendimento ao cidadão, gestão das unidades de saúde, gestão dos programas de saúde, vigilância sanitária e conselho municipal de saúde. Nessa fase, o programa voltou-se exclusivamente para a modernização da administração tributária, financeira e patrimonial, sendo os seus principais focos de ação o cadastro fiscal, a arrecadação, a cobrança administrativa e judicial, a fiscalização, os estudos econômico-tributários, a execução financeira, a contabilidade e a dívida pública, a auditoria e o controle interno, o patrimônio e o atendimento ao contribuinte. Administração da educação – Gestão das unidades escolares, gestão dos programas de educação, conselhos escolares e conselho do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). Assistência a crianças e jovens – Gestão das unidades e redes de atendimento, gestão dos programas de assistência e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Em maio de 1999, a partir da percepção de que em outras áreas administrativas da prefeitura também havia desafios a transpor, decorrentes da ausência de mecanismos adequados de planejamento, do desconhecimento de custo e da qualidade dos serviços, vislumbrou-se, sempre objetivando a melhoria da gestão e o ganho PROCEDIMENTOS E CONDIÇÕES Sendo o PMAT um instrumento de política pública voltado para o aumento da capacidade de governo em diferentes áreas de gestão local, é fundamental, para o seu sucesso, um comprometimento sério das 19 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA prefeituras na elaboração, aplicação e manutenção de seus projetos. As normas orientadoras do programa têm, entre suas finalidades, a de auxiliar as prefeituras no planejamento da sua modernização e serão aqui explicitadas. Para coordenar o planejamento, a elaboração, a implantação, o acompanhamento e a avaliação do projeto, o município deverá constituir um Núcleo Especial de Trabalho de Modernização da Gestão Pública (Nemat), vinculado ao prefeito ou ao secretário responsável e composto por profissionais das diferentes áreas técnicas. O primeiro passo, portanto, está ligado à elaboração de um documento de consulta que deve conter três itens principais: l informações sobre o município e a administração municipal; l diagnóstico da administração municipal; l o projeto de modernização da administração municipal. O formato detalhado do documento de consulta é encontrado no site do Banco Federativo (http://www.bndes.gov.br/ produtos/social/municip.asp), devendo ser preenchido adequadamente e encaminhado ao BNDES. As operações poderão ser realizadas diretamente com o BNDES ou por intermédio de seus agentes financeiros.1 Após o envio da consulta e do enquadramento da operação, deverá ser enviado o projeto para que seja iniciada a análise, tomando por base as condições da proposta e a documentação para essa análise. Tanto na formulação da consulta quanto na do projeto, devem ser observados certos limites, especificados a seguir: l O valor do financiamento deverá observar, simultaneamente, limites como o de atingir no máximo R$ 30 milhões, R$ 18 por habitante, e, conforme o conceito definido pelo Senado, 7% da receita líquida real, sendo considerado o que apresentar menor valor. l O nível de participação do BNDES também varia de acordo com o porte de cada município, sendo de 90% do valor dos itens apoiáveis para municípios com população superior a 50 mil habitantes e de 100% para aqueles com população inferior a 50 mil habitantes. Nos itens considerados financiáveis, deve ser observado se o total de recursos alocados por item apoiável está de acordo com os limites de investimentos impostos pelo programa. São eles: l tecnologia de informação e equipamentos de informática – 35%; l capacitação de recursos humanos – 25%; l serviços técnicos especializados – 35%; 1 Até o mês de maio de 2002, o BNDES tinha pouco mais de 100 agentes credenciados, constituindo-se de bancos comerciais e de investimento interessados nessa associação. A lista completa dos agentes encontra-se disponível no site do Banco Federativo. 20 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA l equipamentos de apoio à operação e fiscalização – 25%; l infra-estrutura física – 20%. As garantias ficarão a critério do Sistema BNDES ou dos agentes financeiros, observadas as normas pertinentes do Banco Central e do Sistema BNDES. É usual utilizar o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e/ou o repasse do ICMS. Tais limites apresentam soma superior a 100% com o objetivo de garantir maior flexibilidade na distribuição dos valores entre esses itens. No que diz respeito às condições financeiras, a taxa de juros usada é formada pelo custo financeiro (TJLP)2 + spread básico (1% ao ano) + spread de risco (1,5% ao ano para operações diretas com o BNDES) + spread do agente (a ser negociado entre a instituição financeira credenciada e o cliente). Tendo em consideração o fato de algumas prefeituras já terem iniciado algum tipo de investimento nesse sentido, poderão ser considerados, para efeito de contrapartida do município ao projeto, os investimentos realizados até o sexto mês anterior à data de apresentação do pedido de apoio. Para o acompanhamento do projeto, o município deverá elaborar relatórios trimestrais do progresso físico-financeiro, com análise qualitativa de desvios e de aspectos relevantes e críticos. Entretanto, as despesas com manutenção de atividades e de custeio da administração municipal, inclusive com pessoal ativo e inativo, não serão objeto de financiamento e nem consideradas para efeito de contrapartida do município ao projeto. O BNDES realizará periodicamente visitas técnicas de acompanhamento e avaliação dos projetos realizados, com vistas ao atingimento das metas e objetivos, bem como para fomentar o intercâmbio de experiências e a difusão de iniciativas de sucesso. Cabe ressaltar que o programa não contempla financiamento a gastos em: l construção e reaparelhagem de escolas, unidades de saúde e de atendimento; l obras de infra-estrutura não-voltadas para a melhoria de eficiência da administração; l programas de desligamento de servidores; l aquisição ou arrendamento de bens imóveis e benfeitorias; l aquisição de máquinas e equipamentos usados. O prazo total da operação não poderá ser superior a oito anos, incluído o prazo máximo de carência, de até 24 meses. As operações com valores de financiamento inferiores a R$ 2 milhões devem realizar-se através dos agentes financeiros ou do Banco do Brasil, 2 Valor da TJLP: abril-junho de 2002: 9,5%. 21 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA TABELA 1 DADOS GERAIS DA CARTEIRA TOTAL Nível Financiamento (R$ Mil) Nº de Operações 262.413 140.735 61.848 29.500 157.539 652.035 39 79 39 6 37 200 Contratadas Aprovadas Análise Enquadradas Perspectiva Total Dados de maio de 2002. Percebe-se a maturação do programa, com o crescimento desses percentuais até o ano de 2000. Em 2001, ocorre uma grande queda devido, principalmente, ao processo sucessório municipal, que legitimou os prefeitos em janeiro desse ano, como já detalhado anteriormente. mandatário do BNDES para o PMAT. Nesse caso, o encaminhamento da consulta se faz através das agências do Banco do Brasil, ficando a cargo do BNDES apenas a aprovação da operação e o acompanhamento da atuação do Banco do Brasil e do programa. Tais operações têm acrescido ao seu custo financeiro uma taxa flat de até 3% pelos custos do serviço do mandatário. Embora o PMAT tenha tido seu escopo ampliado, com a introdução dos setores sociais básicos, a administração tributária é predominante, com 77% dos investimentos. Isso se deve, por um lado, à prioridade que o BNDES vem atribuindo ao programa desde a origem, ao adotar como marco zero a modernização da gestão municipal pela vertente do aumento da receita, além de vinculá-la, como condição obrigatória, ao apoio às outras áreas contempladas pelo programa. Por outro, à elevação do nível médio de consciência fiscal dos administradores locais, que estão passando a incluir em sua agenda de prioridades o foco de melhoria das receitas próprias. CARTEIRA OPERACIONAL DO PMAT A carteira operacional do PMAT somava, até maio de 2002, 200 operações, representando o valor de R$ 652 milhões em solicitações de financiamento ao BNDES. Em termos de detalhamento por níveis operacionais, sua distribuição pode ser vista na Tabela 1, na qual há o valor da participação do BNDES e o número de cidades incluídas. No Gráfico 1, é demonstrado o percentual de contratações desde 1998. 22 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA GRÁFICO 1 PERCENTUAL DE CONTRATAÇÕES POR ANO 1998 5% 2002 15% 1999 10% 2001 15% 2000 55% A distribuição dos investimentos por foco de ação pode ser vista na Tabela 2, que apresenta os dados relativizando as operações por seu nível operacional, e no Gráfico 2, que mostra a situação da carteira em geral, somando contratações e aprovações. Essa carteira, com demanda firme por projetos, inclui 20 capitais brasileiras e, mesmo sem levar em conta o elevado número de operações em perspectiva, mostra, claramente, uma avaliação positiva da receptividade do programa, indicando que o PMAT está sendo percebido por seus TABELA 2 FOCOS DE AÇÃO Focos de Ação Contratadas Aprovadas R$ Mil % R$ Mil % 246.023 77,27 136.583 80,14 62.206 19,54 5.869 3,44 Educação 1.824 0,57 3.182 1,87 Energia 3.946 1,24 4.430 2,60 Crianças e Jovens 3.765 1,18 1.408 0,83 620 0,19 18.959 11,12 Total 318.384 100,00 170.431 100,00 Participação do BNDES 262.413 82,42 140.735 82,58 Tributário Saúde Administração Geral Dados de maio de 2002. 23 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA GRÁFICO 2 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS INVESTIMENTOS Administração Geral (5%) Gestão Energética (2%) Saúde + Educação + Assistência (16%) Tributário (77%) clientes como um produto vindo ao encontro do atendimento de suas expectativas e necessidades de modernização da gestão municipal. Outro aspecto positivo é a universalização do programa, com a contemplação de projetos de diferentes portes de municípios e regiões do país, mostrando sua grande aceitabilidade. Nesse sentido, merece destaque a atuação do Banco do Brasil, desde dezembro de 2000, como mandatário do BNDES em operações abaixo de R$ 2 milhões. A carteira do BB, já incluída na carteira total, pode ser vista na Tabela 3. O sucesso dessa iniciativa reside na diferença de composição entre as operações do BB e as do BNDES, que pode ser melhor TABELA 3 CARTEIRA DO BANCO DO BRASIL Nível Financiamento (R$ Mil) Nº de Operações Contratadas 3.756 4 Aprovadas 15.454 33 Análise 25.899 29 6.812 4 48.165 66 Perspectiva Total Dados de maio de 2002. 24 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA GRÁFICO 3 DISTRIBUIÇÃO DA CARTEIRA TOTAL POR POPULAÇÃO Banco do Brasil – Nº de Municípios 18% BNDES – Nº de Municípios 8% 14% 50% 18% 9% 9% 43% 31% Habitantes por Município 0 a 20 mil 20 mil a 50 mil 100 mil a 300 mil Mais de 300 mil visualizada no Gráfico 3. Enquanto o primeiro concentra 50% de sua atuação em municípios com menos de 20 mil habitantes e não apresenta nenhum relacionamento com municípios com mais de 300 mil, o segundo 50 mil a 100 mil possui 74% de atuação em cidades com mais de 100 mil habitantes. As Tabelas 4 e 5 apresentam a relação completa das operações contratadas e aprovadas. TABELA 4 OPERAÇÕES CONTRATADAS Municípios UF Financiamento (R$ Mil) 1 Araras SP 1.839 2 Belém PA 5.299 3 Belo Horizonte MG 4.489 4 Cachoeiro do Itapemirim ES 4.245 5 Campo Grande MS 1.309 6 Criciúma SC 2.928 7 Curitiba PR 11.034 8 Florianópolis SC 7.601 9 Fortaleza CE 5.380 Continua 25 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA TABELA 4 OPERAÇÕES CONTRATADAS (CONTINUAÇÃO) Municípios UF Financiamento (R$ Mil) 10 Ipatinga MG 1.060 11 Itapira (BB) SP 1.031 12 Itatiba SP 1.260 13 Juiz de Fora MG 2.095 14 Jundiaí SP 4.950 15 Manaus AM 6.436 16 Marília (BB) SP 1.703 17 Niterói RJ 4.274 18 Paulista PE 1.978 19 Peruíbe SP 910 20 Petrolina PE 2.489 21 Pindamonhangaba SP 2.182 22 Potirendaba (BB) SP 200 23 Recife PE 6.124 24 Ribeirão Preto SP 9.090 25 Rio de Janeiro RJ 15.000 26 Rio do Sul (BB) SC 822 27 Santana do Parnaíba SP 1.143 28 Santo André SP 8.547 29 São Bernardo do Campo SP 7.920 30 São José do Rio Preto SP 5.780 31 São Luís MA 6.157 32 São Paulo SP 104.954 33 Serra ES 4.334 34 Sorocaba SP 7.644 Continua 26 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA TABELA 4 OPERAÇÕES CONTRATADAS (CONTINUAÇÃO) Municípios UF Financiamento (R$ Mil) 35 Tambaú SP 400 36 Teresina PI 3.417 37 Vitória ES 2.426 38 Vitória da Conquista BA 1.604 39 Vitória II ES 2.360 Total Contratado 262.413 TABELA 5 OPERAÇÕES APROVADAS Municípios UF Financiamento Municípios (R$ Mil) UF Financiamento (R$ Mil) 1 Aparecida de Goiânia GO 2.646 16 Conchal SP 300 2 Apucarana PR 1.980 17 Contagem MG 3.868 3 Balneário Camboriú (BB) SC 1.729 18 Cruz Alta (BB) RS 1.087 4 Belém II PA 1.697 19 Dionísio Cerqueira (BB) SC 40 5 Blumenau SC 4.325 20 Eng. Coelho SP 164 6 Bom Jesus (BB) GO 140 21 Foz do Iguaçu I PR 1.500 7 Bom Jesus dos Perdões (BB) SP 237 22 Gaspar (BB) SC 769 8 Bragança Paulista (BB) SP 1.800 23 Governador Valadares MG 4.422 9 Cairu BA 286 24 Guarapuava PR 2.510 10 Camamu BA 550 25 Hortolândia SP 2.070 11 Campina Grande PB 1.790 26 Ibiporã (BB) PR 356 12 Campo Limpo Paulista (BB) SP 1.147 27 Igrapiúna BA 238 13 Caridade (BB) CE 281 28 Imbuia (BB) SC 88 14 Catanduva (BB) SP 1.904 29 Indaiatuba SP 2.469 15 Caxias do Sul RS 1.470 30 Itapé (BB) BA 198 Continua 27 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA TABELA 5 OPERAÇÕES APROVADAS (CONTINUAÇÃO) Municípios UF Financiamento Municípios (R$ Mil) UF Financiamento (R$ Mil) 31 Itubera BA 374 56 Pouso Redondo (BB) SC 94 32 Jacareí SP 2.000 57 Pres. Tancredo Neves BA 323 33 Jaguariúna (BB) SP 457 58 Ribeirão Corrente (BB) SP 70 34 Jarinu (BB) SP 318 59 Rio de Janeiro II RJ 10.420 35 Joanópolis (BB) SP 186 60 Salete (BB) SC 124 36 João Pessoa PB 10.800 61 Salvador BA 8.974 37 Lages SC 2.545 62 Santa Bárbara do Oeste SP 2.445 38 Londrina PR 8.036 63 São Cristóvão do Sul (BB) SC 80 39 Louveira (BB) SP 430 64 São Francisco do Sul (BB) SC 700 40 Mogi das Cruzes SP 5.875 65 São Gonçalo RJ 1.943 41 Monsenhor Gil (BB) PI 168 66 São João da Boa Vista SP 1.305 42 Natal RN 4.654 67 São Roque SP 1.121 43 Nilo Peçanha BA 327 68 São Sebastião do Passé BA 360 44 Nova Friburgo RJ 2.286 69 Sobradinho (BB) RS 180 45 Nova Iguaçu RJ 7.168 70 Sumaré SP 3.029 46 Nova Odessa SP 765 71 Taió (BB) SC 149 47 Olinda PE 1.454 72 Taperoá BA 335 48 Palotina (BB) PR 232 73 Tapes (BB) RS 200 49 Parnaíba PI 2.380 74 Timbó (BB) SC 527 50 Pato Branco (BB) PR 687 75 Tupaciguara (BB) MG 414 51 Paulínia SP 800 76 Várzea Paulista SP 1.500 52 Pelotas RS 5.720 77 Vinhedo SP 1.000 53 Petrópolis RJ 3.500 78 Virginópolis (BB) MG 54 Pirapozinho (BB) SP 398 79 Volta Redonda RJ 55 Porecatu (BB) PR 144 121 1.558 Total Aprovado 140.735 Total Contratado + Total Aprovado 403.148 28 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Em que pese o fato de a modernização administrativa estar intrinsicamente associada à vontade política, cabe salientar também que o PMAT apresenta um grande espectro político-partidário. Essa afirmação pode ser corroborada pelo Gráfico 4, que apresenta a carteira de operações aprovadas e contratadas pelos partidos políticos de seus prefeitos. GRÁFICO 4 DISTRIBUIÇÃO DA CARTEIRA TOTAL POR PARTIDO POLÍTICO PC do B (1%) PTB (6%) PDT (3%) PFL (14%) PT (17%) PL (3%) PST (1%) PMDB (18%) PSDB (18%) PSD (1%) PSC (1%) PPS (5%) PSB (3%) 29 PPB (8%) PP (1%) PA R T E 3 O P R O C E S S O D E AVA L I A Ç Ã O D O P R O G R A M A MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA METODOLOGIA Além disso, outros objetivos de amplo alcance foram evidenciados, dentre eles, a abertura de um espaço importante na agenda dos executivos locais para uma reflexão acerca dos processos internos e, como resultante dessa auto-avaliação, a correção de rota e a reformulação das ações. Adicionalmente, abriu-se a oportunidade ao debate, à difusão e à troca dessas experiências, que, bem-sucedidas ou não, servem de orientação para outras prefeituras no momento da concepção e implementação de seus projetos. Com isso, foi possível a identificação e a divulgação dos fatores críticos de sucesso, bem como das dificuldades incidentes quando se inicia um processo que requer tanto transformações tecnológicas quanto, e principalmente, culturais. Após cinco anos da implementação do PMAT, esta etapa inaugura a primeira de um processo de avaliação que se constitui em importante fase do ciclo dinâmico de planejamento ð estratégia ð implementação ð avaliação ð novo planejamento. Objetiva confrontar os resultados obtidos vis-à-vis as metas estabelecidas para o programa, observar a condução e a eficiência dos resultados obtidos, bem como identificar espaços para o aprimoramento da ação governamental. Em se tratando do PMAT, esse esforço de avaliação permite a observação de dois atores de diferentes esferas do cenário público: de um lado, o agente de desenvolvimento local, que atua através da oferta do crédito – o BNDES; de outro, o promotor das ações de modernização no nível municipal – a prefeitura. Particularmente em termos de setor público, a prática de avaliação implica uma forma de prestação de contas (accountability) dos atos da gestão, permitindo uma reflexão crítica que estimula a aprendizagem contínua. Essa primeira avaliação busca identificar e iluminar os principais elementos, as práticas de bom êxito e as experiências inovadoras observadas nas ações implantadas em um conjunto de municípios em estágio mais avançado na implementação das ações do projeto. Uma nota metodológica com relação à amostra objeto da investigação: definiu-se 33 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA setor público que dificulta, e por vezes impede, a concessão do crédito. que estariam “em estágio mais avançado na implementação” aqueles municípios para os quais o BNDES havia liberado 75% ou mais do valor financiado. Com essa abordagem, foi feito um corte na carteira em março de 2001, sendo identificados oito municípios nessa condição: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Ipatinga, Manaus, Rio de Janeiro, São Luís e Vitória. Adicionalmente, a concepção e a execução de um projeto com esse grau de complexidade nas transformações configuram-se um desafio, por vezes insuperável, para alguns municípios. Isso se deve, em geral, ao quadro de deterioração no qual se encontra grande parte das administrações públicas municipais, que apresentam, dentre outros aspectos: os instrumentos normativos ausentes ou desatualizados, o desaparelhamento da fiscalização, a baixa qualificação e desmotivação dos recursos humanos, a falta de recursos de informática e de comunicação, a desatualização dos cadastros mobiliário e imobiliário, a burocratização e lentidão dos processos internos e a má qualidade do atendimento ao cidadão. Cabe ressaltar que esse critério alcançou os projetos pioneiros e gerou uma amostra pouco representativa do programa, tal como está na atualidade, por contemplar exclusivamente os investimentos na modernização da administração tributária e ainda por se compor de municípios de maior porte, dos quais sete são capitais. Assim, nesta avaliação ainda não se dispõe de massa crítica de dados e elementos que evidenciem o impacto das ações no campo da modernização da gestão dos setores sociais básicos, tampouco dos resultados em municípios de pequeno porte. Todas essas carências, aliadas à dificuldade de rompimento com gestões pouco comprometidas com a coisa pública, somente reforçam a importância desse processo de avaliação como instrumento de divulgação da observação das melhores práticas em ação. Além disso, está consignado que o nosso futuro depende, em grande medida, da forma e intensidade como se verificam as avaliações de nossas experiências recentes e do quanto se pode aprender com elas, pois o passado encerra grandes lições. Considerando que o programa foi criado há mais de quatro anos e a existência de uma pujante carteira com mais de 150 operações, pode-se suscitar um questionamento da proporcionalidade entre essa carteira e a amostra estabelecida. Cumpre esclarecer que esse processo de avaliação evidenciou fatores críticos na implementação das ações de modernização, como a existência de um arcabouço regularizador complexo e dinâmico em relação ao endividamento do Para desenvolver esse processo, considerando a extensão, a complexidade e o 34 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA FIGURA 1 IMPACTOS DA MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL Parcerias Intra e Interinstitucionais Prática de Planejamento Estratégico Melhoria na Gestão de Pessoas Valorização do Contribuinte Cidadão Melhoria da Organização Despersonalização das Relações PMAT $ Inteligência Fiscal Publicização da Informação Novas Tecnologias de Informação e Comunicação Maior e Melhor Oferta de Serviços Públicos Melhoria dos Fluxos e Processos Melhoria das Instalações Físicas Fortalecimento do Ambiente Normativo Legal Justiça e Eqüidade Fiscal Sendo o aumento da arrecadação a face mais visível e concreta dos resultados mensuráveis, tornou-se desejável ampliar essa visibilidade para outros vetores, pretendendo-se, nessa primeira aproximação, pontuá-los e resgatá-los dentre as ações observadas na implantação dos projetos do referido conjunto de municípios. Em outras palavras, ações que contribuem para a geração de uma maior capacidade de arrecadação, mas que, individualmente, produzem fortes impactos: processos, cadastro, atendimento ao cidadão, relações institucionais, recursos humanos, legislação, amplo espectro de ações que compreendem um programa de modernização, uma outra nota metodológica apontou para a necessidade de definir um conjunto de “dimensões” consideradas como chave para se obter a melhoria da administração tributária. Foram encontradas 12 dimensões, das quais a maioria visa à obtenção de resultados que tenham um efeito mensurável ou produto final. A Figura 1 demonstra os principais impactos identificados nesta pesquisa e dá conta da multiplicidade dessas ações, que, em última análise, revertem a favor do aumento da arrecadação. 35 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA validar as 12 dimensões à luz de cada uma das municipalidades; e l para a divulgação e o intercâmbio quanto às práticas de bom êxito, nos dias 17, 18 e 19 de dezembro de 2001, no auditório do BNDES, foi realizado o seminário Modernização da Gestão Pública: Enfrentando Desafios e Construindo a Cidadania. No entanto, em decorrência da abrangência de tal metodologia e da complexidade das questões suscitadas, ficou evidenciada a necessidade de apoio de outras competências, bem como da disponibilidade de tempo e recursos. Esse apoio se viabilizou pela contratação de uma entidade com consagrada competência em gestão municipal, o Instituto Pólis. Considerou-se, também, que seria desejável, além dessa competência, a isenção de um olhar não-comprometido com as etapas anteriores do processo de avaliação dos projetos e do próprio programa, sendo essas carcterísticas encontradas no Instituto Pólis, justificando sua contratação. gestão da dívida ativa, fiscalização, geoprocessamento, estudo econômico-tributário, arrecadação e transparência. Esse conjunto inicialmente identificado não pretende esgotar os aspectos relevantes decorrentes de um processo de modernização. Para esses novos elementos, denominados “dimensões”, houve um esforço inicial para definir critérios na escolha de uma quantidade delas que não tratassem de especificidades de determinado município e que, portanto, pudessem ser extrapoladas para um universo analítico mais abrangente. Procedeu-se da seguinte forma: l para o levantamento e coleta de dados, foram elaborados um questionário e um roteiro de entrevista com aproximadamente 140 quesitos, a serem aplicados para as oito prefeituras; l objetivando identificar os pontos comuns nos projetos, foram consolidadas as informações recebidas dos municípios; l da análise dos dados consolidados e dos relatórios das visitas, surgiram 12 grandes dimensões, que correspondem às principais áreas que as prefeituras trabalharam e/ou áreas consideradas como chave para obter a modernização da administração tributária; l AS DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO A seguir, será descrita cada uma das 12 dimensões a que se chegou, após a análise dos questionários. Além da descrição, será feita a justificativa da escolha das referidas dimensões, por sua importância no processo de modernização tributária. Cabe ressaltar que se verifica um fluxo de complexas nos dias 4 e 5 de outubro de 2001, foi realizado no BNDES um workshop, com a participação das oito prefeituras, para 36 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA inter-relações entre as dimensões para que os objetivos sejam alcançados. integração; simplificação e padronização; e informatização. Dado que essa revisão não é tarefa fácil, mas sim uma ação que não depende de recursos financeiros, seria desejável que começasse a ser trabalhada como um pré-requisito para ingressar no PMAT, sugestão essa compartilhada no workshop. a) Processos A revisão sistemática dos processos administrativos é sempre necessária para torná-los mais eficientes e favorecer a transparência das ações governamentais. Enquanto as práticas de trabalho não forem transformadas, a eficiência não pode ser alcançada. É preciso evitar o erro de informatizar processos arcaicos e eivados de erros e omissões, o que implica, em outras palavras, fazer com que esse erro ocorra mais rapidamente. b) Cadastro A constante melhoria do cadastro é um fator indispensável e de grande impacto na arrecadação municipal. A manutenção e a atualização do cadastro são pré-requisitos para a eficaz implementação de outras medidas financiadas pelo PMAT, como, por exemplo, o sistema de geoprocessamento. Além do recadastramento sistemático, um item que convém ser considerado nas avaliações do PMAT é a elaboração de um cadastro com base em um contribuinte único. O contribuinte único é uma das vantagens introduzidas pela tecnologia da informação, simplificando a vida do contribuinte e o trabalho dos funcionários e permitindo a atualização constante do cadastro. A eficiência introduzida pelo cadastro dotado do conceito de contribuinte único tem resultado no aumento da arrecadação. Todas as oito prefeituras sob avaliação revisaram seus processos, parcial ou totalmente. Foi feita a padronização da documentação, revisadas e implantadas novas rotinas, elaborados fluxogramas de rotinas internas e integrados procedimentos. Durante o workshop dos dias 4 e 5 de outubro de 2001, as prefeituras manifestaram a necessidade de fazer a revisão dos processos com antecedência e com a participação de todos os funcionários. Dessa forma, a prefeitura estará cumprindo o objetivo duplo de estimular os envolvidos nas mudanças, ao mesmo tempo que se prepara para enfrentar a nova organização. Quatro das oito prefeituras analisadas têm um sistema de contribuinte único e mais duas têm ações encaminhadas para a sua criação. Sete das oito prefeituras têm ações São os seguintes os aspectos que devem ser trabalhados, no tocante aos processos: 37 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA públicos. Esse aspecto pode assegurar uma dinâmica de atualização das bases de dados e a diminuição do custo de implementação e manutenção do cadastro. de recadastramento e três manifestaram ter ou estar construindo um sistema de atualização sistemática dos cadastros. Durante o workshop, além da recomendação explícita de criar um contribuinte único, surgiu a preocupação frente à terceirização do recadastramento. As prefeituras sugeriram não só aprofundar a análise de sua conveniência antes de tomar a decisão, assim como analisar as etapas do recadastramento cuja terceirização seja vantajosa e o método mediante o qual seria avaliada a qualidade dos dados coletados. c) Atendimento ao cidadão O contribuinte é o agente principal no processo de arrecadação, e o aumento do grau de satisfação desses usuários é o maior indicador da melhoria dos processos. A maior e melhor disponibilidade de serviços, especialmente a oferta de serviços pela Internet, vem ao encontro dos anseios dos cidadãos. A experiência das oito prefeituras estudadas indica que convém que o planejamento cadastral seja feito com uma visão de governo integrada, principalmente na geração das bases de dados e na criação de instrumentos de atualização cadastral. Outro fator de enorme importância é o desenho de uma política de segurança da informação, de tal forma que os dados dos contribuintes sejam guardados com sigilo, evitando crises de desconfiança a respeito das informações proporcionadas. Revisar os processos que resultam no atendimento ao cidadão é útil não só para facilitar a arrecadação, mas também para aumentar sua eficiência. Além disso, as melhorias no atendimento ao cidadão são um fator essencial para a promoção da cidadania. Por vezes, a principal razão da falta de pagamento não é a sonegação de impostos, mas o esquecimento, a falta de informação e as dificuldades para realizar o pagamento. Abrir canais para reduzir ou eliminar esses obstáculos produz grande e imediato retorno para o incremento na arrecadação. Assim, pode ser observado que as prefeituras em questão realizaram reformas cadastrais muito diversas, bem como apresentaram interesse em negociar o compartilhamento de tal experiência, em termos de recursos físicos e financeiros, com outras esferas de governo, cartórios e, também, com concessionárias de serviços Estão descritos, a seguir, os principais itens que precisam de atenção em matéria de atendimento ao cidadão: Aparelhamento – É preciso estruturar as instalações de maneira apropriada não só em 38 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA apenas uma possuía estatísticas sobre o tempo de resolução das questões. termos de tecnologia, mas também de mobiliário e da disposição geral dos centros de atendimento. Sete das oito prefeituras pesquisadas manifestaram ter melhorado suas instalações (compra de computadores, reforma dos prédios existentes etc.). Todas informatizaram o atendimento em maior ou menor grau. Além desses itens, durante o workshop com as prefeituras foi manifestada a necessidade de sensibilizar o atendente e o contribuinte de tal forma que ambos sejam reconhecidos e valorizados. Em termos de estatísticas, foi sugerido que as pesquisas incluam as opiniões dos funcionários. Descentralização com concentração – Uma das mudanças que foram bem recebidas pelos contribuintes foi a criação de centros de atendimento ao contribuinte, descentralizando o sistema de arrecadação. Essa ação terá um efeito mais positivo quando estiver acompanhada da concentração dos tributos em cada um dos pontos de atendimento. Além da criação de novos centros de atendimento, a descentralização pode ser feita através do oferecimento de mais serviços pela Internet. Sete das oito prefeituras descentralizaram o atendimento, mas é menor o número de prefeituras que concentraram todos ou a maioria dos serviços prestados nos novos centros. d) Relações institucionais A articulação com os outros atores, principalmente os pertencentes a outras instituições, é, por vezes, fundamental para o bom desempenho dos processos, sendo uma dimenção em que se revelam ações com menor dependência de fatores técnicos. As ações fiscais muitas vezes dependem desses atores, embora a administração municipal não tenha governabilidade total sobre o curso dessas ações. Dentre os atores que merecem atenção, estão os diferentes níveis de governo (federal e estadual), os diferentes poderes (Judiciário, Legislativo e diferentes níveis do Executivo) e outras instituições, como os cartórios e o ministério público. Registro de atendimentos – É importante medir sistematicamente o andamento do serviço ao contribuinte, de forma que seja possível detectar problemas e promover a melhoria contínua dos serviços ofertados. Todas as prefeituras analisadas reportaram estatísticas sobre o número de atendimentos. No entanto, só quatro mostraram ter feito alguma pesquisa sobre o grau de satisfação e Dentre as prefeituras estudadas, seis manifestaram ter algum tipo de parceria com outros níveis de governo, tais como a Receita federal, a Receita estadual, o IBGE e os Correios. Três das oito prefeituras manifestaram ter alguma relação de 39 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA cooperação com o Legislativo e o Judiciário. No entanto, algumas enfrentam problemas significativos com a Câmara Municipal (problemas de governabilidade derivados da oposição partidária) e com o Judiciário (morosidade dos processos). prefeitura, as quais só serão implementadas se forem acompanhadas de treinamento, sensibilização e mudança de patamar cultural do ambiente interno. Novas práticas de trabalho dificilmente serão incorporadas com êxito, se não houver investimentos em fatores como capacitação, motivação, condições de trabalho, plano de carreiras, gerenciamento e valorização das pessoas. O custo das reformas institucionais poderá ser ampliado exponencialmente ou até inviabilizado se a área de recursos humanos for ignorada. Duas das oito prefeituras manifestaram ter relações proveitosas com outros tipos de instituições, tais como companhias de saneamento, companhias de energia, conselhos regionais de contadores etc. A maioria das prefeituras encontrou obstáculos na coordenação de seus interesses junto aos cartórios. Todas as prefeituras avaliadas têm programas de treinamentos que são levados a efeito com diferentes recursos, como consultorias, universidades, convênios com órgãos federais e estaduais, com outros poderes e inclusive com conselhos regionais profissionais. Cabe destacar também a iniciativa de algumas prefeituras em disponibilizar computadores ou outros canais de comunicação nessas instituições para intensificar a parceria. É importante criar a consciência da relevância dessas relações para o bom funcionamento das ações de tributação. Constituir tais relações pode consumir algum tempo, mas é um investimento que pode revelar-se extremamente válido na execução do PMAT, pois a falta de cooperação desses atores pode redundar em atrasos ou até em impedimento no empreendimento de algumas ações. Apenas uma prefeitura dispõe de sistema de plano de carreira, formalizado desde 1990; uma tem um plano de remuneração dos auditores, com vinculação à competência e à produtividade; e outra estuda a possibilidade de adotar um sistema desse tipo. Apesar de importantes, poucas prefeituras adotaram os sistemas de plano de carreira e de remuneração variável com o desempenho. e) Recursos humanos Por ocasião do workshop, foi percebida uma marcante preocupação em sensibilizar o pessoal e dotá-lo das instalações e recursos O PMAT implica grandes mudanças nos sistemas de gestão de recursos humanos da 40 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA necessários para suas atividades. Ficou claro que a sensibilização dos servidores municipais é uma das ações que certamente pode ser iniciada muito antes da contratação do PMAT. Um segundo ponto de grande importância, a ser tratado pelo Legislativo, é a criação de um sistema de revisão permanente da Planta Genérica de Valores. Isso porque a criação do Código Tributário Municipal e as outras reformas legislativas não bastam se não vierem acompanhadas da sua publicação e disseminação. A criação de um fórum aberto à participação dos funcionários e objetivando instaurar um processo integrado de planejamento e implementação é um fator que se mostrou relevante no sucesso do programa de modernização tributária. Das oito prefeituras analisadas, seis revisaram a legislação, pelo menos parcialmente; só duas fizeram alguma modificação legislativa; cinco consolidaram seu Código Tributário; e uma possuía um anteprojeto para consolidá-lo. f) Intervenção na legislação A execução do PMAT pode demandar diversas modificações na lei, as quais devem ser previstas e realizadas oportunamente para viabilizar o processo de modernização tributária. Quatro das oito prefeituras atualizaram a Planta Genérica de Valores, sendo que três o fizeram por meio do Legislativo e uma por decreto. Mais uma prefeitura reportou ter estudos em andamento para a atualização. Deve destacar-se que pelo menos duas prefeituras manifestaram enfrentar muitos problemas com o Legislativo para aprovar a atualização da Planta Genérica de Valores. Seis das oito prefeituras publicam a legislação por meio impresso ou por algum meio eletrônico e mais uma a disponibiliza por solicitação do contribuinte. Nesse contexto, dentre as ações mais importantes está a consolidação, adaptação ou mesmo a criação do Código Tributário Municipal. Isso permite elevar a arrecadação sensivelmente, já que sistematiza as modificações nos instrumentos legislativos, tornando-os mais acessíveis e executáveis. Adicionalmente, a criação do Código Tributário Municipal permite a revisão da constitucionalidade das medidas municipais derivadas do PMAT, além de permitir a melhor distribuição da carga tributária, importante fator para a justiça e eqüidade fiscais. O processo de modificação da lei requer muito tempo e, por depender da disposição do Poder Legislativo, pode ser altamente desgastante. Por essa razão, é preciso que as prefeituras iniciem esse processo com antecedência. Assim, os projetos do PMAT devem incluir uma análise das reformas que 41 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA serão necessárias, assim como uma revisão da constitucionalidade das reformas propostas. execuções, o treinamento dos auditores e a cobrança ao Judiciário por parte da prefeitura. É oportuno destacar que muitas das prefeituras reportaram que a dificuldade se apresenta quando os processos chegam ao Poder Judiciário, que não consegue dar conta deles. Antecede à entrada no Judiciário a questão dos cadastros desatualizados, que dificultam ou impedem a eficiência das ações de cobrança, e, ainda, a legislação obsoleta ou inadequada para esse fim. g) Gestão da dívida ativa A importância em destacar a gestão da dívida como uma dimensão diferenciada da arrecadação é a quantidade de ações específicas possíveis para esse item, tais como a caracterização do contribuinte, a “padronização das ações judiciais” e o agrupamento dessas ações em blocos para facilitar a tramitação na Justiça, bem como para facilitar o trabalho da Promotoria municipal, dentre outras. Também foi levantada a questão da necessidade de se analisar cuidadosamente a opção da terceirização da cobrança, acompanhando-a e não delegando completamente a responsabilidade. Convém que a melhoria da cobrança da dívida ativa seja tratada como alvo de gestão, ao invés de, simplesmente, como um trâmite burocrático pelos meios administrativos e jurídicos padronizados. A correta gestão da dívida ativa funciona não só como um mecanismo de aumento da receita, mas também como mecanismo de legitimação do trabalho de arrecadação e de justiça fiscal. Durante o workshop, foi discutida também a necessidade de integração das Secretarias de Fazenda com a Procuradoria Fiscal e o Judiciário previamente à contratação do PMAT. h) Fiscalização A fiscalização talvez seja um dos principais mecanismos de que a prefeitura dispõe para incentivar o contribuinte a pagar os tributos. Sete das oito prefeituras analisadas manifestaram desenvolver alguma ação que visam à melhoria da gestão da dívida ativa. Essas ações incluem a auditoria da base de dados, a terceirização da cobrança, o redesenho dos processos internos, a parceria com bancos para facilitar o pagamento, os programas de cobrança amigável, alterações na legislação, o acompanhamento efetivo das Nesse aspecto, um conjunto de ações tem se revelado indispensável: a revisão e a automação dos processos; o advento de novos sistemas de inteligência fiscal; e o aparelhamento e o treinamento dos auditores fiscais, associados a uma política adequada de remuneração. 42 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Todas as prefeituras automatizaram de alguma forma suas ações fiscalizadoras; três delas tiveram alguma política de combate à sonegação, tais como ações de educação tributária, incrementos nas penalidades aos sonegadores e treinamento dos funcionários; cinco prefeituras manifestaram dar facilidades aos agentes fiscalizadores, na forma de treinamento e melhor aparelhamento; e apenas duas prefeituras relacionam a remuneração dos fiscais aos seus respectivos desempenhos. geoprocessamento, pois pode representar uma grande melhoria ou frustração, conforme as características particulares de cada prefeitura e da infra-estrutura que o precede. É desejável que seja elaborado um projeto para a implantação de sistemas de gestão, com a utilização da variável espacial com base em uma análise prévia de fatores, como a compatibilidade do sistema de alimentação de dados e de obtenção de informação com o sistema de geoprocessamento a ser adotado, os recursos de tecnologia disponíveis (lembremos que o geoprocessamento é uma opção tecnológica cara) e a capacidade de gerenciamento do cadastro, entre outros. Outras ações também citadas foram o rodízio de fiscais nas visitas aos estabelecimentos, bem como o planejamento das visitas, programado segundo parâmetros fornecidos ao sistema, o que dificulta a aproximação no relacionamento entre contribuinte e fiscal e, conseqüentemente, a sonegação. Caracterizam-se como sistemas de inteligência fiscal. i) Geoprocessamento Sete das oito prefeituras estudadas desenvolveram ou estão desenvolvendo um sistema de geoprocessamento. Cabe destacar o caso de uma prefeitura que optou por formar parcerias com concessionárias de serviços públicos e dividir o custo da implantação do sistema. É importante observar que as prefeituras usam o sistema de geoprocessamento principalmente para o cadastro, o que sugere que as possibilidades de um sistema desse tipo podem ser amplamente exploradas, uma vez que sua utilidade não se restringe à Fazenda, mas também a outros órgãos da prefeitura e a outros atores relacionados com a prestação de serviços públicos. Um dos pontos mais polêmicos na implantação do PMAT são os sistemas de A mesa sobre tecnologia da informação do workshop de outubro de 2001 analisou esse Durante o workshop, além do reconhecimento do peso dos pontos descritos, foi manifestada a importância de se analisar a legislação e realizar as mudanças pertinentes antes da adoção de novas políticas na área de fiscalização; essa é, inclusive, uma ação que pode acontecer antes da contratação do PMAT. 43 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA item, chegando a várias conclusões. Uma delas é que a quantidade de opções quanto à tecnologia da informação é enorme e é, portanto, preciso analisar quais são as prioridades. Existem outras áreas onde o investimento em tecnologia pode dar um maior retorno do que aquele derivado da adoção de um sistema de geoprocessamento. É importante analisar tanto as necessidades e características particulares da prefeitura, quanto as opções oferecidas no mercado para resolver seus problemas, de forma que não sejam adotadas tecnologias caras e inócuas. sociais e do nível de atividade econômica e o acompanhamento das receitas e despesas. A própria elaboração do projeto do PMAT a ser apresentado pelas prefeituras já contempla, pelo menos de uma forma parcial, a realização de algum estudo. Esse momento pode ser pensado como o marco zero para as prefeituras, a partir do qual começa um processo contínuo e sistemático de análise do entorno social e econômico. k) Arrecadação A medição de sucesso mais direta nos processos de modernização da administração tributária é a arrecadação, sendo, portanto, necessário criar consciência da necessidade de se fazer uma análise sistemática dos resultados e das possibilidades de arrecadação. No capítulo seguinte, serão apresentados alguns resultados obtidos pelos municípios da amostra, evidenciando o enorme potencial de ampliação da arrecadação. Como exemplo, tem-se o acréscimo de 50% na receita de IPTU de Ipatinga e 78% na de ISS de São Luís. j) Estudos socioeconômicos e tributários Através de um estudo socioeconômico e tributário, é possível aumentar a capacidade de planejamento das prefeituras. O estudo permite prever as dificuldades a serem encaradas, os mecanismos para resolvê-las e os resultados esperados. Paralelamente, permite que a prefeitura reconheça quais os limites alcançáveis em termos de arrecadação e, portanto, saiba até que ponto está explorando seu potencial de arrecadação. Cinco das oito prefeituras analisadas apresentam, em alguma medida, estudos socioeconômicos e tributários. Entre as ações empreendidas constam: o cruzamento de informações dos contribuintes, a análise específica dos maiores contribuintes, a criação de grupos de inteligência fiscal, o acompanhamento da evolução da base tributária, o acompanhamento de indicadores Adicionalmente, é preciso reconhecer as diferentes ações possíveis para aumentar a arrecadação. Dentre estas, estão: proporcionar ao contribuinte todas as facilidades de pagamento, tanto de infra-estrutura quanto financeiras, que estejam disponíveis; efetivar as leis fiscais, dando credibilidade ao sistema e tirando incentivos que postergam o pagamento; 44 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA integrar o sistema de arrecadação dentro da prefeitura e entre os diferentes tributos; e gerar séries históricas de estatísticas de arrecadação que sirvam como insumos para a criação de estudos socioeconômicos e tributários que ajudem a analisar a situação e as possibilidades e falhas do sistema. Três das oito prefeituras estudadas manifestaram ter implementado para o contribuinte, além das melhorias no atendimento, iniciativas tais como o programa de cobrança amigável e a possibilidade de parcelamento. Uma das prefeituras manifestou ter um programa explícito de efetivar a lei que consiste na cobrança judicial acompanhada da execução eficaz dos devedores. Todas as prefeituras reportaram séries de arrecadação. No entanto, tais séries não são longas nem desagregadas o suficiente de modo a permitir realizar análises de tendências acertadas. Quatro municípios manifestaram ter desenvolvido ou estar desenvolvendo sistemas que integrem a prefeitura e os diferentes tributos. adequado às necessidades. Adicionalmente, sugeriu-se que o aumento de receita seja, talvez, o indicador mais poderoso para justificar investimentos na área. No entanto, é preciso considerar que é um indicador complexo, por ser afetado por um grande número de variáveis, como já referido anteriormente, o que cria a necessidade de uma avaliação consistente da correlação entre os investimentos na área e o impacto na receita. Foram identificadas ações de alto impacto na arrecadação, como o instituto da substituição tributária, a fiscalização com foco em grandes contribuintes, associada a estudos econômicos, e alterações nos instrumentos regulatórios. Além das diferentes ações possíveis para o aumento da arrecadação, foi sugerida no workshop a existência de um sistema de registro contábil Sete das prefeituras analisadas manifestaram ter ações que incrementam a transparência e permitem a prestação de contas. As prefeituras descreveram como prestação de contas iniciativas como o orçamento participativo e a publicação das informações requeridas pela Lei de Responsabilidade Fiscal no Diário Oficial e no site do município na Internet. l) Transparência Prestar contas e ter uma administração tributária transparente fortalece as relações democráticas e aumenta o compromisso mútuo entre cidadãos e governantes. Essa prestação de contas não deve ter como único objetivo responder à pressão da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas, adicionalmente, refletir a obrigação dos gestores para garantir a transparência no uso dos recursos públicos. A prestação de contas é um dos caminhos de ampliação da cidadania. 45 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA No workshop, foi reconhecido o importante papel que a tecnologia tem na prestação de contas. A adoção de nova tecnologia permite a quantificação dos ganhos de uma forma relativamente fácil e rápida e a disseminação dessas informações de uma forma menos complicada e mais democrática. A prestação de contas, por si, já se configura um indicador das prefeituras bem-sucedidas, que priorizam a publicização dos resultados das ações de modernização. PMAT. Esse evento abriu um espaço importante para o intercâmbio de idéias e práticas de gestão e, durante dois dias e meio, movimentou cerca de 300 pessoas diariamente. Para conferir o caráter multifacetado das “Dimensões” e permitir a apresentação da pluralidade das visões que se agregam nesse esforço, o seminário foi composto de atores provenientes de diferentes cenários institucionais, políticos, técnicos e acadêmicos e de profissinais especialistas nos temas. Nesse sentido, a programação, que se segue, foi concebida em 15 painéis, e cada painel contou com a contribuição de um moderador, um especialista no tema e a apresentação das experiências dos municípios. A escolha dessas experiências procurou dar ênfase didática à relação custo-benefício da implementação, bem como aos resultados quantitativos e qualitativos já verificados. SEMINÁRIO O seminário Modernização da Gestão Pública: Enfrentando Desafios e Construindo a Cidadania, realizado no auditório do BNDES, nos dias 17, 18 e 19 de dezembro de 2001, cumpriu um relevante papel na agenda de divulgação das diferentes experiências reveladas nesse processo de avalição do MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA: ENFRENTANDO DESAFIOS E CONSTRUINDO A CIDADANIA 17 de Dezembro de 2001 14h – Abertura l José Mauro Carneiro da Cunha – Vice-Presidente do BNDES l Guilherme Dias – Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão l Beatriz Azeredo – Diretora da Área de Desenvolvimento Social e Infra-Estrutura Urbana do BNDES l Ricardo Conceição – Vice-Presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil 46 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA 11h30 – Atendimento ao Cidadão 15h30 – Impactos da Modernização Municipal l l l l l l l l Coordenador: José Carlos Vaz – Diretor do Instituto Pólis Moderador: Guilherme Dias – Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Celso Daniel – Prefeito de Santo André (SP) Francisco Carlos Chico Ferramenta Delfino – Prefeito de Ipatinga (MG) Francisco de Almeida e Silva – Secretário de Fazenda do Rio de Janeiro (RJ) Ângela Regina Amin Helou – Prefeita de Florianópolis (SC) Luiz Paulo Vellozo Lucas – Prefeito de Vitória (ES) l l 14h – Cadastro Municipal l l l l 9h30 – Planejamento Estratégico l l l l Moderador: Deputado Luís Carlos Hauly Antônio Carlos Granado – Consultor Francisco de Almeida e Silva – Secretário de Fazenda do Rio de Janeiro (RJ) Laura Parente – Assessora da Secretaria de Administração de São Paulo (SP) l l l Moderador: Eduardo Carvalho Bandeira de Mello – Gerente Executivo – BNDES Sílvio Dias – Departamento de Rendas Imobiliárias da Prefeitura de São Paulo (SP) Julio Ribeiro Pires – Secretário de Finanças de Belo Horizonte (MG) 16h – PGV e Progressividade l 10h35 – Gestão de Recursos Humanos l Moderador: Pedro Duncan – Superintendente da Área Social do BNDES Ângelo Melli – Vice-Prefeito de Osasco (SP) Francisco Carlos Chico Ferramenta Delfino – Prefeito de Ipatinga (MG) 15h – Legislação Tributária 18 de Dezembro de 2001 l Moderador: Yoshiaki Nakano – Consultor Mariane Nassuno – Gerente de Pesquisa da Enap Márcio de Andrade Bellisomi – Secretário de Administração e Modernização de Santo André (SP) l Moderador: Albérico Mascarenhas – Secretário de Fazenda da Bahia (BA) Evelyn Levy – Secretária de Gestão do Ministério do Planejamento Domingos Taufner – Diretor do Departamento de Receitas Municipais – Prefeitura da Vitória (ES) l Moderador: Maria Clara Prado – Jornalista da Gazeta Mercantil José Cristóvão – Consultor e Professor do Ibam Esther Bemerguy – Secretária de Finanças de Belém (PA) 17h – Fiscalização – Inteligência Fiscal l 47 Moderador: Fátima Cartaxo – Diretora Geral da Esaf MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA l Francisco Mendes – Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo (SP) l Aluísio Queiroz Braga – Secretário de Finanças de Manaus (AM) l l Antônio Miguel Monteiro – Chefe da Divisão de Processamento de Imagem (Inpe) Francisco Carlos Chico Ferramenta Delfino – Prefeito de Ipatinga (MG) 19 de Dezembro de 2001 15h – Software Livre 9h30 – Gestão Tributária l l l Moderador: José Roberto Afonso – Superintendente da Área de Assuntos Fiscais e de Emprego do BNDES l l Moderador: Mário Teza (Procergs – RS) José Luís Pissin (Dataprev – MS) José Alberto Gomes Pereira da Silva (Prefeitura de Recife – PE) Amir Khair – Consultor 16h – Publicização da Informação 10h30 – Eficiência da Cobrança da Dívida Ativa l l Moderador: Cid Heráclito – Consultor l l Rúbens Alves – Consultor l l Julio Rebello Horta – Procurador Geral da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (RJ) 17h – Encerramento 11h25 – Gestão da Informação x Gestão da Tecnologia da Informação l l Moderador: Sólon Pinto – Secretário de Tecnologia e Logística do Ministério do Planejamento l Newton Vagner Diniz – Coordenador do Congresso Nacional de Informática Pública l Aristides Eduardo da Veiga – Consultor Tributário da Prefeitura de Curitiba (PR) l l Nelson Rocha – Presidente do Conselho Regional de Contabilidade José Carlos Vaz – Diretor do Instituto Pólis Beatriz Azeredo – Diretora da Área de Desenvolvimento Social e Infra-Estrutura Urbana do BNDES PRONUNCIAMENTOS Para se ter uma idéia da dimensão e da representatividade do evento, estão transcritos, a seguir, trechos de pronunciamentos que traduzem as diversas percepções acerca do programa: 14h – Geoprocessamento l Moderador: Suely Caldas – Jornalista do Jornal Estado de São Paulo Cláudio Abramo (Transparência Brasil) Abdelaziz Aboud Santos – Secretário de Fazenda de São Luís (MA) Moderador: Jorge Jatobá – Secretário de Fazenda de Pernambuco (PE) 48 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA “A presença do BNDES em projetos de modernização da gestão pública, além de agilizadora, fortalece a sinergia do elenco de ações em desenvolvimento pelo próprio Banco e por outros importantes atores institucionais envolvidos na reforma e modernização do Estado brasileiro.” “A melhoria de gestão, de um modo geral, se expressa na mudança, muitas vezes radical, dos processos, na forma de a prefeitura trabalhar: transparência, capacidade, agilidade e prestação de contas.” “Não é trivial implantar um programa de modernização da gestão municipal. Isto não se faz do dia para a noite. Não basta a prefeitura ter capacidade de pagamento e pegar essa linha de crédito junto ao Banco. Ao contrário, quando é assinado o contrato com a prefeitura e começam as liberações, aí é que começa um processo extremamente trabalhoso, que antes de mais nada está ligado a uma mudança cultural, a uma mudança de postura e da forma de trabalhar de todas as secretarias. É um processo que impacta positivamente toda a administração municipal.” “É certo que as origens dos problemas que afetam o desempenho da administração pública situam-se em vários campos, envolvendo os diferentes poderes, e vão de causas legais e administrativas até causas econômicas, sociais, culturais e políticas, entre outras.” “Há, entretanto, nítidos espaços de atuação sobre as referidas causas, alguns dos quais serão apresentados ao longo deste nosso seminário e nos quais é possível desenvolver-se, no âmbito local, projetos de modernização que ajudem a criar as pré-condições para a efetivação de políticas públicas de resgate e fortalecimento da cidadania.” “O BNDES também tem se deparado com o desafio de definir indicadores de avaliação. Como avaliar os impactos efetivos de um programa de modernização? Nesse sentido, há todo um esforço da equipe técnica do Banco, em parceria com o Instituto Pólis, de avaliação, de levantamento das soluções que foram adotadas e principalmente de construção desses indicadores de avaliação. É fundamental entender as experiências inovadoras e bem-sucedidas que já estão acontecendo e, principalmente, poder divulgar e disseminar essas experiências.” José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha (Vice-Presidente do BNDES) “O BNDES, enquanto um banco público de desenvolvimento, deve contribuir para o fortalecimento e modernização dos entes da Federação, que são fundamentais na gestão das políticas públicas e no atendimento à população na prestação de serviços sociais básicos” Beatriz Azeredo (Diretora da Área de Desenvolvimento Social do BNDES, na abertura do seminário) 49 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA “O PMAT representou uma daquelas iniciativas que precederam o debate maior da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabeleceu um novo marco, regulando as obrigações e as responsabilidades do administrador público no Brasil perante a sociedade, no sentido de prestação de contas, da transparência e de manter efetivamente as contas sob equilíbrio.” parceiros, e, lá nas pontas, com as prefeituras, para que o programa seja coroado de pleno êxito. Ricardo Conceição (Vice-Presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil) “O PMAT foi pioneiro porque, no fundo, essa idéia de investir para ter resultados, para ter sustentação a longo prazo nas finanças públicas, está presente na origem do PMAT, de modo a, com pouco dinheiro, multiplicar o vetor modernizante na esfera pública e conseguir resultados.” “Este evento se constitui numa etapa importante desse processo de implementação do PMAT, que é um programa importantíssimo para a modernização da administração dos municípios brasileiros. Hoje, os municípios, como um ente extremamente dinâmico da nossa Federação, têm assumido responsabilidades crescentes na vida do país. E, de fato, vêm se ressentindo, em muitos casos, de maior capacidade de gestão e ação, que podem ser construídas pela modernização administrativa que o PMAT se propõe e vem realizando junto aos municípios.” “Esse programa marca, sem dúvida, essa nova etapa do setor público no Brasil, um setor que busca se adequar às exigências da sociedade, ter transparência e ter resultados concretos a oferecer à população. Guilherme Dias (Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão) “Nós, do Instituto Pólis, nos sentimos muito honrados de termos sido convidados pelo BNDES para participar deste esforço, auxiliando na construção de uma metodologia de avaliação do programa que é fundamental, face a sua complexidade. Trata-se de uma intervenção bastante complexa e isso exige a construção de formas de avaliá-lo e de fazer com que essa avaliação seja orientadora da ação dos municípios, do desenho dos projetos e da gestão do programa por parte do BNDES.” “Temos aperfeiçoado essa parceria, nos últimos anos, criando produtos muito importantes na linha da melhoria da gestão pública.” “Temos agora o nosso PMAT. Ao longo do ano de 2001, preparamo-nos para fazer com que o programa possa funcionar da melhor maneira possível.” “Gostaria de registrar mais uma vez o nosso empenho, a nossa disposição em contribuir com o BNDES, de quem somos José Carlos Vaz (Diretor do Instituto Pólis) 50 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA “O desafio da modernização da gestão pública, no sentido de construção da cidadania, não tem nada de fácil, não tem nada de trivial. E exige, a meu juízo, uma avaliação a respeito do que, afinal de contas, significa a situação em que os municípios, de uma forma geral, estão aqui no Brasil.” tributos de maneira justa, ao mesmo tempo devolvendo esses tributos com qualidade na prestação de serviços públicos, e sem desperdícios. Considero o PMAT uma política pública que tem incidência importante na nossa estruturação federativa recente.” Celso Daniel (Prefeito de Santo André) “Acredito que o equilíbrio entre a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social é absolutamente fundamental para se resgatar o tema da cidadania até as últimas conseqüências.” “O tema que estamos tratando nesta tarde não pode ser compreendido, no âmbito do município do Rio de Janeiro, se não traçarmos o perfil do município nos últimos sete, oito anos, sobre o que ocorreu na arrecadação tributária municipal de 1993 até hoje. Em 1993, o IPTU representava para a prefeitura algo em torno de R$ 500 milhões da arrecadação anual, enquanto o ISS, R$ 400 milhões. O perfil de arrecadação mudou completamente desde então. Em 2001, o ISS será responsável por, aproximadamente, R$ 1,1 bilhão das receitas próprias do município, enquanto o IPTU responderá por um montante da ordem de R$ 750 milhões. Por que insisto nessa distinção? Porque, como a Dra. Beatriz [Azeredo] mencionou, é muito difícil avaliar a eficiência de um programa de modernização tributária, apesar de os números da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro mostrarem essa eficiência.” “Nós trabalhamos com quatro elementos ou princípios básicos articulados entre si, que são a valorização do servidor público, a valorização ou a melhoria do ambiente de trabalho, a modernização tecnológica e, principalmente, a mudança na forma de o serviço ser prestado. Mudança de rotinas, mudança de procedimento e de processos. Com base nessa filosofia, temos implementado ações que considero bastante positivas, embora ainda parciais, e que estamos justamente complementando através da ação do PMAT, e que se traduzem, no caso de Santo André, na nossa Praça de Atendimento, na prestação de serviços públicos.” “Em suma, acredito ser da mais alta importância o tema que estamos discutindo aqui. Creio que precisamos, sim, de Estado no Brasil, mas de um Estado que seja controlado pela sociedade. Um Estado que tenha condição de conduzir processos de desenvolvimento no sentido amplo, mas que possa ser controlado pela sociedade. E o Estado que tenha condição de cobrar “O Programa de Modernização Tributária tem tido, por finalidade, no município do Rio de Janeiro, alguns aspectos fundamentais. O primeiro e o mais destacado é, seguramente, a transparência 51 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA na aplicação dos recursos públicos. O segundo, sem dúvida alguma, a aproximação da administração pública com o contribuinte. Em última instância, o que o Programa de Modernização Tributária visa, certamente, é o atendimento ao artigo 37 da Constituição federal, que determina que, na administração dos recursos públicos, devam prevalecer os princípios da impessoalidade e da moralidade sobre quaisquer outros.” encontro das necessidades do município de Florianópolis. Através de novas tecnologias, foi implementado um novo modelo de gestão, trazendo tranqüilidade para quem tem a responsabilidade na administração municipal. E, graças a esse mecanismo, podemos, com mais tranqüilidade, enfrentar as determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal.” “Esse é o início de um processo e, naturalmente, há a necessidade de constante aperfeiçoamento, especialmente na mudança de postura do profissional que trabalha no município.” “Muitas realizações foram concretizadas, muitas podem ser notadas desde que o contrato entre o BNDES e a prefeitura foi assinado, em julho de 1998. Espero que, no futuro, esse programa possa ser estendido a outras esferas de atividade das prefeituras.” “A nossa expectativa com a adoção do PMAT – em fase de implantação – é a organização com o planejamento, gerenciamento e avaliação, a capacitação de recursos humanos, a implementação de novas formas de trabalhar, buscando identificar lideranças e, a partir daí, adotando um trabalho de equipe interfuncional, que considero fundamental.” Francisco Almeida e Silva (Secretário Municipal de Fazenda do Rio de Janeiro) “Ao assumirmos a administração da prefeitura de Florianópolis em 1997, encontramos um quadro assustador: três meses de arrecadação de dívida vencida, desorganização administrativa e nenhum mecanismo gerencial. Até o orçamento do município era elaborado e gerenciado fora do ambiente e do controle do gestor público.” “Portanto, cumprimento o BNDES pela oportunidade que se abre com o PMAT, de fundamental importância para se enfrentar as exigências da LRF, além de atingir metas e objetivos de uma gestão pública responsável.” “Diante desse quadro, definimos como meta a adoção de um programa de modernização gerencial, com estratégia e objetivos claros, a saber: ampliação das receitas, priorização dos investimentos e, automaticamente, um rigoroso controle dos gastos.” Ângela Amin (Prefeita de Florianópolis) “O sucesso administrativo é mais do que uma possibilidade, é uma realidade dos municípios brasileiros.” “Dentro dessa estratégia, saímos à procura de novas tecnologias, e o PMAT veio ao 52 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA “A administração municipal de Vitória faz parte de qualquer relação das cidades de sucesso no Brasil.” gente tenha a mensuração efetiva do que a alavancagem de receita, como no caso do PMAT, que promove esse projeto, pode proporcionar em termos de benefícios sociais.” “Assinalo e destaco o papel inicial do equilíbrio financeiro e do aumento da arrecadação própria.” “Gostaria de reiterar essa parceria com o BNDES e dizer que a construção da cidadania só se dá através de ações como estas, de modernização da gestão pública, de política fiscal séria e, sobretudo, de democratização da informação. Parabéns, BNDES, pela iniciativa!” “Tivemos alguns ganhos muito significativos com o PMAT. Trabalhamos muito na questão da recuperação da dívida ativa.” “Fizemos um recadastramento, fizemos o ISS por receita presumida. Com isso, aumentou muito a base tributária, e a nossa receita própria saiu de R$ 68 milhões em 1996 para, no ano de 2000, R$ 101 milhões.” Nelson Rocha (Presidente do Conselho Regional de Contabilidade) “O PMAT é o programa mais eficiente e deveria ser um modelo para programas de governo de todos os candidatos a presidente nas próximas eleições.” “A marca destes dois dias e meio de seminário, e que sem dúvida ficou evidente para todo mundo, é a do avanço das experiências extremamente importantes que estão acontecendo e já estão gerando resultados. Modernização da gestão municipal deixa de ser um objetivo, um sonho, uma meta e começa a se concretizar a partir de experiências que aqui se apresentaram, com resultados muito importantes e concretos. Resultados que vão além dos números, com mudanças vigorosas em curso, o que nos anima a não só continuar com essa agenda, mas principalmente a pensar em formas permanentes de troca de experiências e intercâmbio de informação entre os diferentes municípios.” Luiz Paulo Vellozo Lucas (Prefeito de Vitória) “Este seminário é de extrema importância, porque traz o enfoque da modernização da administração pública, sobretudo num momento em que o material disponível hoje, tecnológico, faz com que tenhamos uma possibilidade maior de aprimorarmos essas técnicas de gestão, buscando muito mais uma base científica do que empírica, como tínhamos anteriormente.” “É importante também destacar que essa modernização, sobretudo na alavancagem de receita, deve estar atrelada à questão social, porque o objetivo de todo governo é investir no social. Então, é importante que a Beatriz Azeredo (Diretora da Área de Desenvolvimento Social do BNDES, no encerramento do seminário) 53 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA “É importante que asseguremos aos municípios as pré-condições para a implantação do processo de modernização. Muitas vezes, essas pré-condições não dependem dos recursos do PMAT. Há mudanças de legislação, ações de qualificação, há ações de motivação, de conscientização, de planejamento, que podemos trabalhar.” pública, em que mais se tem avançado. É possível aproveitarmos esse processo de modernização administrativa para incorporar isso na agenda de gestão municipal.” “Reiterando o que mencionei na abertura, é importante que os municípios vejam no PMAT uma oportunidade de transformação organizacional. Não é simplesmente mais uma fonte de recursos, mas uma oportunidade ímpar que temos de modernização da gestão municipal brasileira, e sem modernização da gestão nós não vamos fazer inclusão social, porque temos que aumentar a produtividade dos recursos que estão à disposição dos nossos governos. Finalizo agradecendo à confiança da equipe do BNDES em nosso trabalho.” “E o programa, inclusive, permite isso. É importante que os gestores municipais avancem na medição sistemática dos resultados alcançados, para que possam gerenciar efetivamente toda essa modernização que o PMAT permite. Para isso, é necessária a construção de indicadores de avaliação nos municípios, além dos econômicos-financeiros. É importante que os municípios se esforcem em construir esses indicadores. A questão dos indicadores de desempenho da gestão é um dos campos, em termos de gestão José Carlos Vaz (Diretor do Instituto Pólis, no encerramento do seminário) 54 PA R T E 4 S Í N T E S E D A S E X P E R I Ê N C I A S A N A L I S A D A S MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município de Belém: Cadastro Multifinalitário PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l com ações planejadas que se concentram na modernização do sistema de informações e cadastros da prefeitura; formação de um grupo de inteligência fiscal capaz de gerar inovações nos procedimentos fiscais, bem como se adequar à realidade; e iniciativas específicas para alavancar a arrecadação de cada tributo, identificando os nichos de problemas e suas possíveis soluções. Há ainda a preocupação em se aprimorar o atendimento ao contribuinte População: 1.280.614 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 142.611 mil (2001) Receita total: R$ 520.771 mil (2001) IDH: 0,796 (IBGE, 1997) PIB: R$ 8.070 milhões (Ipea, 1996) PERFIL DA OPERAÇÃO Dados financeiros l l l l Valor total do projeto: R$ 8.513.220 Valor do financiamento: R$ 5.299.070 Porcentagem do financiamento: 62,25% Porcentagem liberada: 99,63%, em maio de 2002 As iniciativas planejadas foram: a adequação da legislação tributária municipal; a criação da Central Fiscal de Atendimento ao Cidadão; a modernização da estrutura e gestão administrativas; a adequação e implantação do novo sistema de arrecadação tributária; a implantação e o aprimoramento da biblioteca para a atualização dos técnicos e auditores fiscais; a comunicação para a educação, informação e orientação ao contribuinte; a implantação do Cadastro Técnico Multifinalitário; a arrecadação e cobrança; e o acompanhamento da evolução das atividades econômicas. Cronologia l l l l l l Enquadramento: 31-10-97 Aprovação: 25-5-98 Contratação: 21-5-99 Prazo de execução: 18 meses, prorrogado Primeira liberação: 22-6-99 Última liberação: 19-7-01 OBJETIVOS O projeto visa à melhoria da qualidade da gestão tributária do município de Belém, 57 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA arrecadação do município e ampliar e melhorar os serviços prestados à população PRINCIPAIS REALIZAÇÕES l l l A elaboração de um novo código tributário municipal e a aprovação de uma nova planta genérica de valores. EXPERIÊNCIA DE SUCESSO O lançamento do Sistema de Declaração Fiscal Mensal de Serviços, em CD-ROM, com o intuito de facilitar a prestação de contas por parte do contribuinte do ISS. O sistema é disponibilizado gratuitamente e o contribuinte deve entregar sua declaração, mensalmente, em disquete na Secretaria de Finanças. A prefeitura está planejando a disponibilização desse sistema via Internet. O Cadastro Multifinalitário Dentro desse contexto, destaca-se como uma ação de êxito a implantação do Cadastro Multifinalitário. Iniciado em meados de 1998, o projeto proporcionou um levantamento minucioso da cidade, o qual apontou e desenvolveu seus produtos sob três aspectos distintos: o levantamento aerofotogramétrico (vôo realizado na escala 1:8.000, com reprodução de ortofotocartas), com restituição planialtimétrica na escala de 1:2.000 e redução na escala de 1:5.000; nova planta de valores genéricos, com zonas de valores homogêneos; e levantamento cadastral multifinalitário. A criação da Central Fiscal de Atendimento ao Cidadão, ao concentrar o atendimento dos diversos tributos num único local, representou uma grande economia do tempo de locomoção do contribuinte. Além disso, o número de atendimentos diários passou de 150 para 300. Esse levantamento em campo levou ao incremento da antiga base de dados (de 1999) em 55%, elevando o número de unidades imobiliárias cadastradas de 230 mil inscrições válidas para mais de 360 mil. A prefeitura já tem uma nova operação PMAT aprovada, complementar ao programa em execução, com ações concentradas nas administrações tributária e geral. Essa nova operação contempla a consolidação de um novo modelo de gestão, com equipamentos e sistemas de informações gerenciais consistentes, operado por servidores motivados e capacitados, com vistas a potencializar a capacidade de A base do cadastro municipal foi integrada e é composta atualmente pelos seguintes cadastros: 1) imobiliário; 58 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA 2) de atividades econômicas; 3) turístico; 4) de logradouros; 5) de faces de quadras. Tendo o Estatuto da Cidade definido o interesse social como sendo o princípio maior da tributação, o Cadastro Multifinalitário somou-se à legislação tributária do município de Belém, agora consolidada e mais apropriada à realidade urbana, no que vai ao encontro de uma política de promoção da justiça fiscal. A partir do conceito de progressividade, foi possível, com o lançamento do IPTU de 2000, promover uma redistribuição da carga tributária, concedendo um maior número de isenções de imóveis residenciais urbanos, sem gerar redução dos valores lançados. Nas interfaces do cadastro apresentadas a seguir, é possível verificar os diferentes valores dos imóveis por bairros e definir a aplicação de uma carga tributária maior àqueles bairros com população de renda mais alta, e, em sentido oposto, um número maior de isenções aos bairros com população mais carente. QUEM SE BENEFICIA DO CADASTRO: • A Secretaria de Finanças – base da arrecadação. • A Secretaria de Saúde – que já iniciou o Vê-se que o bairro de Sacramenta possui, claramente, imóveis com valor venal bem menor que o bairro de Nazaré, o que justifica uma carga tributária 78% menor no primeiro em relação ao segundo e um número de isenções 1.500% maior. processo de atrelamento do cartão do SUS ao cadastro, permitindo ao gestor visualizar a abrangência de suas ações e as condições de moradia e salubridade de seus beneficiários. • A Secretaria de Saneamento – que utiliza a base para monitorar a situação de pavimentação dos logradouros públicos. O cadastro atual é, também, um censo dos atributos da infra-estrutura urbana da cidade referenciados por face de quadra. Essa referência, em conjunto com o acompanhamento do mercado imobiliário, permite uma cartografia da valorização dos terrenos em Belém e é um dos mais importantes instrumentos de atualização da Planta de Valores Genéricos (PVG). Também foi elaborado um mapa temático a partir das informações da Secretaria de Finanças sobre as transações imobiliárias, identificadas pelo pagamento de ITBI, e • A Fundação Cultural do Município de Belém – que promove o acompanhamento espacial do acervo e, com o cadastro, pode implementar medidas preventivas de manutenção da integridade física dos imóveis tombados e de interesse à preservação. • A sociedade – que, de um modo geral, conta com uma cartografia digital de melhor qualidade vinculada ao banco de dados, possibilitando análises espaciais consistentes para as mais diversas aplicações. 59 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA DISTRIBUIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA Bairro de Sacramenta Bairro de Nazaré Valor Venal do Imóvel Maior que R$ 164.977 Carga Tributária: R$ 101.624 a R$ 164.977 Bairro – R$ 1.568.886,73 R$ 38.068 a R$ 101.623 Por imóvel – R$ 280,15 Isentos – 48% R$ 16.851 a R$ 38.067 0 a R$ 16,850 alvarás de obras e habite-se da Secretaria de Urbanismo, permitindo destacar um bairro de Belém onde essas ocorrências foram acima da média no último ano. Carga Tributária: Bairro – R$ 7.218.717,33 Por imóvel – R$ 916,12 Isentos – 3% arrecadação. Os principais atores nesse processo foram as taxas e a dívida ativa, que vêm ao encontro dos itens credibilidade e fiscalização. As duas rubricas apresentaram, respectivamente, 283% e 232% de crescimento entre 1997 e 2001. Esse resultado deve-se, segundo a prefeitura, à ação de arrecadação e cobrança – que levou ao controle efetivo dos dados referentes às cobranças judiciais, assim como iniciou o controle de débitos da dívida ativa pelo Banco do Brasil – e à transferência da arrecadação dos bancos, que passou a ser on line. IMPACTO NA ARRECADAÇÃO Verificando as intenções da prefeitura detalhadas no projeto inicial, vê-se que as principais ações concentravam-se na melhoria do cadastro imobiliário, no aumento do controle do registro de imóveis, na fiscalização e na projeção de uma imagem de credibilidade do poder público, o que tenderia a gerar queda da evasão fiscal. O município de Belém tem uma grande tradição de anistia fiscal, o que explica os grandes níveis de inadimplência e, por muitas vezes, a posição da arrecadação O PMAT veio contribuir para a obtenção de grandes ganhos em termos de 60 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA DÍVIDA ATIVA 12.000 250 10.822 200 10.000 150 8.000 232% 7.170 120,21 100 6.000 50 3.901 4.000 3.256 19,81 - - 1.729 2.000 (50) -46,90 0 (100) 1997 1998 1999 Arrecadação (R$ Mil) 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) efetiva abaixo da potencial. Isso pode ser visto no IPTU, que apresentou um incremento pequeno de 2,8% até 2001. No entanto, as previsões da prefeitura são de aumentos próximos de 30% para 2002, devido ao fim dessa cultura, imposto pela nova gestão eleita em 2000. O ISS também apresentou ganhos expressivos: 46,4%, ultrapassando os R$ 56,8 milhões. ISS 56.856 60.000 50 51.945 50.000 40 45.364 43.551 40.000 45 35 38.839 46%30 33,74 30.000 25 20 16,80 20.000 15 12,13 10.000 10 5 - 0 1997 1998 1999 Arrecadação (R$ Mil) 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) 61 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA No conjunto da receita tributária, sem contar a dívida ativa, o ganho obtido foi de 55,7% e a previsão para 2002 é de ganhos de quase 80%, comparando os dados do ano aos de 1997. 62 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município de Belo Horizonte: projeto S-Fiscal RCS PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l arrecadação por meio de um conjunto de ações: ampliação da base tributária; eficiência na prestação de serviços, principalmente os relacionados ao atendimento do contribuinte; racionalização e aumento da eficiência e eficácia da fiscalização e da cobrança tributárias; racionalização e aumento na eficiência da cobrança em atraso (dívida ativa); valorização e capacitação dos recursos humanos da Secretaria Municipal de Fazenda; racionalização e modernização dos procedimentos administrativos; criação de centros de pesquisas e documentação em apoio à tributação; e formação de um grupo de inteligência fiscal. As iniciativas planejadas no âmbito do projeto foram: a adequação da legislação tributária municipal; a criação da Central Fiscal de Atendimento ao Cidadão; a modernização da estrutura e gestão administrativas; a adequação e implantação do novo sistema de arrecadação tributária; a implantação e o aprimoramento da biblioteca; a comunicação para a educação, informação e orientação ao contribuinte; a implantação do Cadastro Técnico População: 2.238.526 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 601.248 mil (2001) Receita total: R$ 1.665.738 mil (2001) IDH: 0,796 (IBGE, 1997) PIB: R$ 23.329 milhões (Ipea, 1996) PERFIL DA OPERAÇÃO Dados financeiros l l l l Valor total do projeto: R$ 6.665.000 Valor do financiamento: R$ 4.489.000 Porcentagem do financiamento: 67,35% Porcentagem liberada: 93,87% em maio de 2002 Cronologia l l l l l l Enquadramento: 15-7-97 Aprovação: 1-12-98 Contratação: 28-6-00 Prazo de execução: 18 meses, prorrogado Primeira liberação: 26-7-00 Última liberação: 18-12-01 OBJETIVOS O projeto visa aumentar a produtividade e a justiça da ação fiscal e elevar a 63 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Multifinalitário; a arrecadação e cobrança; e o acompanhamento da evolução das atividades econômicas. EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Projeto S-Fiscal/RCS Merece destaque na prefeitura de Belo Horizonte o projeto S-Fiscal/RCS, um empreendimento de atualização e revisão das tecnologias de inteligência utilizadas na fiscalização do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), desenvolvido pela Gerência de Tributos Mobiliários da Secretaria Municipal de Arrecadações (GETM). PRINCIPAIS REALIZAÇÕES As ações com maior avanço de implementação concentram-se nos focos cadastro, tecnologia da informação e atendimento ao contribuinte. • Cadastro – atualização das informações básicas; e Esse projeto possui dois conjuntos de objetivos. No primeiro, específico da GETM, buscou-se a otimização de recursos de fiscalização, principalmente humanos, o direcionamento e planejamento de auditorias e demais trabalhos fiscais e o provimento de ferramentas de análise e de acompanhamento, para gerentes, e de elaboração e construção de documentos eletrônicos, para subordinados e operadores, local ou remotamente. No segundo conjunto, encontram-se os alicerces da base abstrata de uma rede de serviços (tarefas) completamente independente do tipo de unidade de trabalho. – auditoria da base de dados da dívida ativa A auditoria da base de dados da dívida ativa trouxe reflexos muitos positivos em termos de arrecadação, promovendo um aumento de 100% no período de 1997 a 2000. • Tecnologia da informação – aquisição de 185 computadores e melhoria no hardware de outros 100; e – desenvolvimento e implantação do S-Fiscal. l Atendimento A demanda por essa rede de controle de serviços originou-se das seguintes dificuldades: diversidade de sistemas de microinformática não-integrados; redundância de dados; ausência de documentos fiscais e auxiliares – instalação de centrais de atendimento nas administrações regionais; e – reforma do espaço físico da Procuradoria do município, com ênfase no atendimento ao cidadão. 64 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA padronizados; inexistência de gerência informatizada, operacional e analítica; incomunicabilidade direta entre os programas desenvolvidos localmente e as soluções de médio porte implementadas pela Prodabel (Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte S.A.). O acesso ao programa se dá através de clientes de HTTP, preferencialmente o Internet Explorer 6.0. Ao optar pela tecnologia de intranet, o sistema elimina a necessidade de configuração dos softwares nas máquinas dos usuários, poupando tempo e recursos de suporte e disponibilizando atualizações de forma imediata. Atualmente, o sistema já está sendo utilizado, mas ainda não em plena capacidade. GANHOS COM O SISTEMA S-Fiscal • Por apresentar uma interface em hipertexto, o sistema é de fácil utilização pelo usuário. • Todas as tarefas da Gerência de Tributos Mobiliários passam a ser executadas eletronicamente. • O sistema garante uma padronização de documentos, a extração de dados gerenciais e um maior controle de tarefas, com detalhes sobre prazo de execução, executor etc. IMPACTO NA ARRECADAÇÃO A prefeitura de Belo Horizonte apresentou crescimentos expressivos em termos de arrecadação no período de 1997 a 2001, superando as previsões feitas no EXEMPLOS DE TELAS DO S-FISCAL DE BELO HORIZONTE 65 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA IPTU 60 250 203 200 150 156 50 169 164 40 137 48% 30 100 23,38 20 19,44 50 13,23 10 0 0 1997 0 1998 1999 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Milhões) projeto inicial em todas as rubricas detalhadas. O tributo que teve a melhor performance foi o IPTU, que apresentou um crescimento de 48%, superando muito os 19% previstos. Em termos reais, esse crescimento foi de 24% em valores de 2001. O ISS apresentou incremento de 18%, ultrapassando os R$ 195,5 milhões, e o ITBI, crescimento de 30%, atingindo R$ 51,9 milhões. O incremento total da RECEITA TRIBUTÁRIA 600 500 421 35 547 510 30 467 454 25 400 30% 20 21,10 300 15 200 10,95 0 10 7,93 100 5 0 6 1997 1998 1999 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Milhões) 66 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA receita tributária foi de 30%, superando os 27% do projeto. A dívida ativa, apurando dados até 2000, praticamente dobrou sua arrecadação, como já detalhado anteriormente. Em 2001, a receita dessa rubrica caiu um pouco, sinalizando um crescimento de 65%, se comparado ao valor arrecadado em 1997. RECEITA DA DÍVIDA ATIVA 80.000 120 67.101 70.000 100 104 60.000 54.470 80 50.000 40.000 44.492 40.359 60 65% 32.960 30.000 40 35 20.000 22 20 10.000 0 0 1997 0 1998 1999 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Mil) 67 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município de Curitiba: descentralização do atendimento PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l informações atualizadas e o gerenciamento inteligente das informações, com a participação e integração dos diversos órgãos da prefeitura. População: 1.587.315 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 434.187 mil (2001) Receita total: R$ 862.204 mil (2001) IDH: 0,819 (IBGE, 1997) PIB: R$ 14.394 milhões (Ipea, 1996) O escopo da iniciativa foi o de construir um Cadastro Multifinalitário, e esse foco foi escolhido por ser complementar às ações de planejamento e desenvolvimento da inteligência fiscal, em andamento na Secretaria Municipal de Finanças, que compõe o Projeto de Modernização Tributária. Assim, estão sendo criadas condições para a implantação de uma nova política fiscal e uma nova metodologia para a atualização cadastral, com emprego de tecnologias que permitam: PERFIL DA OPERAÇÃO Dados financeiros l l l l Valor total do projeto: R$ 18.324.000 Valor do financiamento: R$ 11.034.000,20 Porcentagem do financiamento: 60,22% Porcentagem liberada: 100% em maio de 2002 Cronologia l l l l l Enquadramento: 19-12-97 Aprovação: 11-2-99 Prazo de execução: 18 meses Primeira liberação: 1-6-99 Última liberação: janeiro de 2001 (prazo aditado) OBJETIVOS O projeto apresentado pela prefeitura de Curitiba propõe implantar uma base de 68 l alcançar maior justiça tributária; l aumentar a arrecadação do município; l racionalizar os custos operacionais; l otimizar os processos de atualização dos cadastros, aumentando o seu grau de confiabilidade; l modernizar técnicas de cobrança; l melhorar o atendimento aos munícipes; l melhorar a qualidade e o acesso à informação; e MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA prover informações que subsidiem o planejamento. A estrutura do projeto é formada pelas seguintes áreas de atuação: pessoal; atendimento; recadastramento; acertos cadastrais; equipamentos; banco de dados; novos sistemas (Gestão Tributária Municipal – GTM); e geoprocessamento. Esses focos geram impactos diretos na fiscalização, na arrecadação e na realização de estudos econômicos e tributários. disponibilizadas mais rapidamente e em formas mais amigáveis, proporcionando dados confiáveis e relacionados, para subsidiar decisões gerenciais, estudos e o desenvolvimento da inteligência fiscal. l As atividades realizadas estão possibilitando a redução do tempo despendido entre o fato gerador e a atualização do cadastro, a otimização dos processos da Secretaria de Finanças, a qualificação dos recursos humanos envolvidos e sua redistribuição mais adequada à nova rotina de trabalho, considerando a eliminação de sistemas e tarefas paralelas e a circulação de papel. PRINCIPAIS REALIZAÇÕES Para que o processo de modernização fosse bem-sucedido, foi preciso a utilização de recursos de informática mais modernos, uma drástica revisão e racionalização dos fluxos de tramitação dos processos, uma mudança cultural dos servidores envolvidos e a uniformidade e atualização dos dados a serem disponibilizados. A prefeitura implantou um moderno sistema informatizado baseado na arquitetura cliente-servidor, de modo que os órgãos envolvidos no sistema alimentem uma base de dados integrada – o Cadastro Técnico Municipal. Paralelamente, foi desenvolvida metodologia para disponibilização dos dados na forma gerencial, com a implementação de um datawarehouse e o estabelecimento do novo Sistema de Gestão Tributária Municipal. As informações gerenciais são A substituição dos 23 sistemas do Cadastro Técnico Municipal, desenvolvidos para atender a seis secretarias, por uma base corporativa de informações integradas gerou maior rapidez no acompanhamento da evolução da base tributária, com conseqüências positivas nos aspectos de justiça fiscal e aumento da arrecadação. Outras ações de destaque foram os acertos cadastrais efetuados (por exemplo: unificação de endereço e compatibilização e acerto do código de zoneamento e do descritivo da planta de loteamento); o geoprocessamento, que cumpre o desígnio de auxiliar a minimizar a sonegação, melhorar a 69 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Consulta para alvará de construção feita via Internet ao Sistema Integrado da Secretaria Municipal de Urbanismo fiscalização, otimizar os custos e aumentar a confiabilidade na atualização da base cadastral; e o treinamento dos funcionários, principalmente, no uso do geoprocessamento e no atendimento ao público. EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Descentralização do atendimento A cidade de Curitiba adotou diferentes projetos de descentralização do atendimento aos munícipes, tanto no que diz respeito à arrecadação tributária, quanto a consultas de rotina às secretarias municipais. A relevância maior se dá nas áreas de atuação das Secretarias de Finanças e de Urbanismo e da Procuradoria do município. Para aumentar seu campo de ação e dar maior comodidade ao cidadão, a prefeitura de Curitiba decidiu-se por seis formas de descentralização: domicílio bancário; sistema de arrecadação para grandes proprietários; postos de atendimento nas Interface do sistema de gestão tributária municipal – “Localização de lotes e ruas” (visualização ampliada) 70 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Ruas da Cidadania, no Sebrae e nos Conselhos Creci e Crea; e uso da Internet. Caracterizemos cada meio: l O domicílio bancário é um sistema totalmente informatizado de débito do IPTU em conta corrente dos bancos credenciados que contempla atualmente cerca de 15% dos avisos de lançamento do IPTU. l O sistema para grandes proprietários também é um recurso informatizado de arrecadação que atende principalmente às administradoras de imóveis da cidade. l A respeito dos postos de atendimento, Curitiba tem oito administrações regionais e em cada uma delas foi instalada uma central de serviços públicos, onde existem inúmeros serviços. É possível expedir alvarás comerciais, documentos de arrecadação, declarações diversas; obter orientações sobre tributos, parcelamento de débitos, consultas comerciais ou para edificação, aprovação de projetos de construção, vistoria de conclusão de obras e abertura de processos com as mais diversas finalidades; além de haver agência de empregos e expedição de carteira de trabalho. l A prefeitura conta ainda com a colaboração de diversos órgãos no que diz respeito à disponibilização de terminais ou postos de atendimento: – no Sebrae, foi instalado um posto avançado para a expedição de alvará para a criação de pequenas empresas dentro do Programa Fácil, que conta com a parceria das Receitas federal e estadual e da Junta Comercial; e – no Creci-Crea, há terminais para a emissão de consultas comerciais ou sobre construção. l Finalmente, destaca-se o uso da Internet. Através dela, é possível realizar as seguintes operações: emissão de documentos de arrecadação (por exemplo: avisos de lançamento do IPTU, formulário para recolhimento do ISS e guia de recolhimento do ITBI); consultas à tabela de atividade e código da CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas); consulta de permissão para determinada atividade comercial; consulta para construção; e acesso à legislação tributária. Estão em fase final de desenvolvimento a expedição de alvarás comerciais, cuja solicitação e expedição ficarão sob a responsabilidade dos profissionais de Atendimento ágil e eficiente na prefeitura de Curitiba. 71 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Documento de arrecadação municipal, a ser emitido via Internet Cabe destacar que o uso da Internet representa uma acentuada redução nos custos operacionais, que envolvem, no atendimento pessoal, a alocação de um maior número de funcionários na digitação, conferência e uso de equipamentos e de insumos, além da inevitável burocracia. contabilidade credenciados, e a Autorização para Impressão de Documentos Fiscais (notas fiscais), que será obtida diretamente pelas gráficas credenciadas. Na seqüência, estão previstos a emissão de certidão negativa e o parcelamento de débitos. O crescente número de atendimentos verificados nas Ruas da Cidadania comprova a plena aceitação e eficiência da descentralização do atendimento. A emissão, por meio da Internet, de aproximadamente mil segundas vias de talões do IPTU, no início de 2001, e de aproximadamente 13 mil consultas comerciais e 25 mil consultas para edificação em um ano revela sua eficácia. Em termos de ganhos para a sociedade, é de fundamental importância a preocupação da prefeitura de Curitiba em propiciar um atendimento adequado à população, aproximando-se cada vez mais dos interessados na prestação de seus serviços, quer através de implantação de estrutura física, quer disponibilizando esses serviços através do telefone e da Internet. 72 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA ESTATÍSTICAS DAS RUAS DA CIDADANIA 3.500 3.123 Nº de Atendimentos 3.000 2.500 2.000 1.813 1.500 1.477 1.068 1.000 500 541 658 643 430 212 1999 2000 2001 Cancelamento de alvará Autorização para emissão de notas fiscais Ciência do processo receitas próprias, chegando a um valor 37,27% maior do que o arrecadado em 1997. A descentralização reduziu as filas no atendimento e a burocracia, que muitas vezes se faz necessária no serviço municipal, gerando maior satisfação e comodidade aos cidadãos e estimulando o pagamento dos tributos, o que, por sua vez, reduz a sonegação. Ao comparar-se os dados do balanço de 1997 com o de 2001, é possível constatar que os principais impostos alcançaram ganhos significativos: IPTU – 43,70%; ISS – 43,06%; e ITBI – 32,36%. Esses ganhos podem ser medidos no número de reclamações por parte da comunidade, que vêm apresentando uma tendência fortemente decrescente. Revendo as previsões da prefeitura feitas a partir de 1998 e trazendo-as para 1997, vê-se que os valores obtidos em 2001 foram bem maiores do que o esperado, com apenas o ITBI aproximando-se deste. As previsões eram de: IPTU – 35,02%; ISS – 15,86%; e ITBI – 31,96%. A seguir, tem-se o demonstrativo de alguns serviços oferecidos nas Ruas da Cidadania entre os anos de 1999 e 2001. Em se tratando do IPTU, parte desse ganho pode ser derivada da adoção da alíquota única de 3% a partir do lançamento de 2000. IMPACTO NA ARRECADAÇÃO A cidade de Curitiba apresentou bons resultados em termos de aumentos de 73 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA IPTU 140.000 45 116.500 120.000 100.000 50 126.662 40 105.474 99.237 35 88.144 32,17 30 80.000 44% 25 60.000 20 , 19,66 15 40.000 12,59 10 20.000 5 0 0 1997 0 1998 1999 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Mil) A ação de recadastramento imobiliário ainda está em andamento e contempla, aproximadamente, 80% da área do município. Entre 2000 e 2001, foram revisados cerca de 310 mil imóveis, mas, como a atividade ainda não foi encerrada, não há disponibilidade do aumento derivado da base cadastral. Cabe destacar que os lançamentos do IPTU de 2002 podem vir a contar com uma base cadastral maior que a ISS 50 250.000 214.794 200.000 150.000 40 185.114 150.142 35 161.914 159.348 45 43% 30 25 23,29 20 100.000 15 50.000 10 7,84 5 6,13 0 0 1997 0 1998 1999 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Mil) 74 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA dos anos anteriores, o que pode significar bons aumentos de arrecadação para os períodos seguintes. A dívida ativa também obteve considerável crescimento (de 34,81%). O cadastro mobiliário está em fase de atualização e deve gerar ganhos posteriores, aumentando ainda mais o número de contribuintes ativos prestadores de serviços, que já passou de 41 mil, em 1997, para 52 mil, em 2001. 75 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município de Ipatinga: integração das bases cadastrais tributárias ao geoprocessamento PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l índice de inadimplência na arrecadação de tributos – e a transformação do atendimento ao contribuinte em referência de qualidade. As ações desenvolvidas visam: População: 212.496 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 28.011 mil (2001) Receita total: R$ 173.742 mil (2001) IDH: 0,748 (IBGE, 1997) PIB: R$ 2,61 bilhões (prefeitura, 2001) l Reformar, modernizar administrativamente e aparelhar o Departamento de Receitas, para atingir plenamente seu potencial, incluindo a implantação da Central de Atendimento ao Contribuinte (inaugurada em 1-3-01). l Concluir a auditoria interna, objetivando uma total integração entre as seções usuárias do Sistema Tributário Integrado, inclusive com o cruzamento dos cadastros existentes com aqueles fornecidos, através de convênio, pela Receita federal, Cemig e Usiminas. l Ampliar a quantidade e qualidade das informações disponibilizadas (mapeamento georreferenciado e cadastramento informatizado). l Treinar pessoal na aplicação das novas políticas, na legislação tributária e na utilização das novas ferramentas e recursos. PERFIL DA OPERAÇÃO Dados financeiros l l l l Valor total do projeto: R$ 1.735.000 Valor do financiamento: R$ 1.060.000 Porcentagem do financiamento: 61,10% Porcentagem liberada: 94,07% em maio de 2002 Cronologia l l l l l l Enquadramento: 20-3-98 Aprovação: 5-10-98 Contratação: 17-1-00 Prazo de execução: 18 meses Primeira liberação: 10-3-00 Última liberação: 18-12-00 OBJETIVOS Está prevista a criação de um Centro de Pesquisas e Documentação, de um Grupo de Os objetivos últimos são a melhoria efetiva da arrecadação – via redução do 76 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA A Ordem de Serviços on line eliminou a formação de 90% dos processos administrativos dentro da Secretaria Municipal de Fazenda. Implantação do Sistema de Fiscalização, gerenciador do STF (Sistema Tributário Financeiro), permitindo a integração dos sistemas informatizados da Secretaria Municipal de Fazenda aos sistemas das demais secretarias. l Parceria com a Receita federal, permitindo o acesso ao seu banco de dados e o cruzamento de informações cadastrais e fiscais. l Implantação da Central de Atendimento: – reforma das instalações do térreo e do 2º andar do prédio da prefeitura, onde é realizado o atendimento ao público; – criação de um novo layout, inserção de móveis e equipamentos de informática modernos e climatização do ambiente; – atendimento eletrônico do contribuinte através de senhas, o qual aguarda confortavelmente sua vez nos pontos de atendimento, que agora são em número bem maior. Essas medidas proporcionaram um grande benefício ao cidadão, que se dirige a um só local e é atendido rapidamente, com conforto e eficácia. l Equipe sendo capacitada no Centro de Treinamento Giancarlo Vella (instituição municipal) Inteligência Fiscal e da Central de Atendimento Único, com dez pontos de atendimento para qualquer assunto relacionado a tributos. PRINCIPAIS REALIZAÇÕES l l l l Reestruturação da dívida ativa: parceria/ convênio com o Banco do Brasil para a realização da cobrança bancária; de campanhas para incremento da cobrança amigável; e da cobrança judicial, com a execução efetiva dos maiores devedores. Acesso ao geoprocessamento. Criação da ordem de serviço on line, permitindo o controle (por assunto) e o atendimento das solicitações por uma sistemática rápida e racional, através do Sistema Tributário Integrado. Integração das ações de acompanhamento do contribuinte nas diversas secretarias envolvidas, criando o contribuinte único. 77 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Atendimento ao contribuinte antes do PMAT Atendimento ao contribuinte depois do PMAT subsidiar o planejamento de políticas públicas a partir de um sólido volume de informações georreferenciadas, que permitem a análise da evolução dos vários aspectos ambientais e de infra-estrutura do município. Seu uso se faz presente no âmbito de diversas secretarias, a saber: Fazenda, Educação, Saúde, Planejamento, Obras Públicas e Serviços Urbanos e Meio Ambiente. Dentre os módulos cadastrais integrados com o geoprocessamento estão o imobiliário, o mobiliário, a fiscalização, a escola, o usuário do serviço de saúde, o suprimento, o servidor, o empenho, a ordem de pagamento, os contratos e os convênios e a ordem de crédito. RECURSOS HUMANOS A capacitação da equipe em métodos e técnicas de atendimento ao público e para a utilização de novas ferramentas e sistemas disponíveis, bem como a realização de treinamentos técnicos específicos para controle e administração dos tributos municipais, garantiram motivação, comprometimento e eficiência aos funcionários e satisfação a toda a população. Resultado: transformação cultural. EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Integração das bases cadastrais tributárias ao geoprocessamento Como destaque na implantação do PMAT em Ipatinga, pode-se citar o georreferenciamento do sistema tributário e o desenvolvimento de aplicativos para a manutenção das bases espaciais. IMPACTO NA ARRECADAÇÃO Os melhores resultados em termos de arrecadação na prefeitura de Ipatinga Além disso, o geoprocessamento vem auxiliar no cumprimento do objetivo de 78 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA INTERFACE DO CADASTRO MOBILIÁRIO INTERFACE DA DISTRIBUIÇÃO DE ALUNOS POR ESCOLA 79 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA RECEITA DA DÍVIDA ATIVA 2.500 2.361 2.332 64,67 2.000 70 60 1.760 50 1.500 1.514 1.433 40 63% 1.000 22,80 30 20 500 10 5,62 0 0 1997 0 1998 1999 Arrecadação (R$ Mil) concentram-se nas rubricas IPTU e dívida ativa, em relação às quais houve o maior número de ações. 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) ao previsto no projeto inicial, que era de 30%. A previsão da prefeitura baseou-se no lançamento maior de IPTU em 2000 e na inauguração da Central de Atendimento Único, em março de 2001, permitindo já nesse ano que a arrecadação de IPTU contasse com o suporte das novas instalações, dos equipamentos e dos sistemas. A parceria com o Banco do Brasil, que permitiu a cobrança bancária, a realização de campanhas de quitação de dívidas e a efetiva execução dos maiores devedores, foi fundamental na redução da inadimplência e na promoção de um aumento de 54,04% na receita da dívida ativa de 2000 para 2001. Esse incremento chegou a 62,71%, se considerarmos o período começando a partir de 1997 (foi possível verificar uma grande queda do estoque de dívida ativa nesse período, acompanhando o incremento dessa receita). Em relação ao ITBI, vê-se um aumento de 12,4% de 1997 a 2001 e um incremento significativo de 18,71% entre 1998 e 1999. Já o ISS apresentou crescimentos significativos no período anterior a 1997, devido a outros programas de melhoria da administração tributária realizados pela prefeitura e a significativos investimentos na economia do município que ocorreram na No tocante ao IPTU, foi observado um crescimento de 50,44% desde 1997, superior 80 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA RECEITA DE IPTU 14.000 12.753 12.000 60 50 9.407 10.000 9.725 9.414 40 8.477 8.000 50% 6.000 0 1997 10 11,06 10,97 2.000 0 20 14,72 4.000 30 0 1998 1999 Arrecadação (R$ Mil) 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) época. Assim, esclarece-se a pequena queda de 5,7% observada na receita do tributo em 2001, se comparada com a de 1997. Cabe destacar que em 1999 a arrecadação de ISS apresentou um incremento de 18,1% em relação ao ano anterior, devido a obras de expansão realizadas na Usiminas, um dos principais contribuintes em Ipatinga. 81 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município de Manaus: substituição tributária do ISSQN PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l o aumento da eficiência administrativa e a simplificação e desburocratização dos procedimentos e rotinas. Os focos de ação foram concentrados na fiscalização e na melhoria das bases cadastrais. População: 1.405.835 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 164.606 mil (2001) Receita total: R$ 498.383 mil (2001) IDH: 0,796 (IBGE, 1997) PIB: R$ 8.070 milhões (Ipea, 1996) Quase todas as ações foram implantadas com sucesso, exceto aquelas que sofreram algum atraso por problemas eleitorais. PERFIL DA OPERAÇÃO Dados financeiros l l l l Dentre as iniciativas adotadas com o programa, salientam-se a aquisição de veículos e equipamentos de informática, o desenvolvimento tecnológico e de processos, as campanhas de conscientização, a reestruturação do STI (Sistema Tributário Integrado) e a qualificação dos funcionários. Valor total do projeto: R$ 8.754.710 Valor do financiamento: R$ 6.435.790 Porcentagem do financiamento: 73,51% Porcentagem liberada: 100% em maio de 2002 Cronologia l l l l l l Enquadramento: 11-9-97 Aprovação: 17-12-97 Contratação: 17-4-98 Prazo de Execução: 18 meses Primeira liberação: 27-8-98 Última liberação: 14-9-99 PRINCIPAIS REALIZAÇÕES l l OBJETIVOS O PMAT do município de Manaus tem como ênfase o atendimento ao contribuinte, 82 Acesso via Internet a informações cadastrais, emissão de alvarás, guias de pagamento e documentos fiscais. Criação do Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC), que permitiu o aumento da média de atendimentos de 300 para 850 contribuintes/dia. MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Dentre elas, sobressaem-se o recadastramento mercantil, a regularização de empresas que operavam na informalidade e, principalmente, a adoção da substituição tributária, que age como colaboradora na arrecadação municipal. Com o Centro de Atendimento ao Contribuinte, houve um considerável aumento do grau de resolução imediata dos atendimentos de 21% para 85%. l Informatização e digitalização dos documentos, conferindo agilidade aos processos. l Automatização da emissão das guias de pagamento do ITBI. l Implantação do Sistema Integrado de Informações Imobiliárias, com o número de registros no cadastro imobiliário aumentando de 282 mil, em 1997, para 321 mil, em 2001. l A substituição tributária consiste no fato de a lei exigir do tomador de serviços, quando efetuar determinados pagamentos por serviços prestados, a obrigação de reter o valor do imposto e posteriormente recolhê-lo ao Tesouro Público Municipal. Assim, transforma-se o tomador em parceiro da prefeitura no combate à sonegação. Como conseqüências desse recadastramento e da regularização de empresas informais, houve acréscimo de mais de 25% na base cadastral do ISS e grande aumento no número de microempresas, que passou de 636 para 6.221. Intensificação da fiscalização institucional. O recadastramento imobiliário promoveu um acréscimo de 14% na base cadastral de Manaus. Com o objetivo de coibir a evasão e a sonegação fiscal, o Departamento de Tributação da Secretaria Municipal de Economia e Finanças propôs a substituição tributária e o município adotou-a por ocasião da Lei 83, em 1991. Desde então, diversas leis, decretos e mecanismos de controle e fiscalização têm sido implantados para aumentar a eficácia dessa iniciativa e gerar maiores ganhos possíveis. EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Substituição tributária do ISSQN No conjunto de implementações da prefeitura de Manaus, sem dúvida, destacam-se as ações que tiveram impacto direto na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS). 83 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Como destaque, tem-se a mudança da legislação tributária, que adotou o princípio de que o ISSQN é devido onde ocorre o fato gerador, independentemente do domicílio fiscal do prestador do serviço. l O universo de contribuintes-substitutos tem sido escolhido de forma a incorporar aqueles que efetivamente possam representar significativa retenção do tributo, lembrando que o município de Manaus tem seu Distrito Industrial com grandes contratantes de serviços. l Hoje, já está definido em lei municipal e instituído em convênios um grande número de contribuintes substitutos do ISSQN. Podemos citar os Tribunais de Contas do Estado e da União, os três ministérios das Forças Armadas, empresas industriais incentivadas, concessionárias de serviços públicos, Sebrae-AM, companhias de aviação e muitos outros. l l Os principais resultados verificados foram: l A diminuição da evasão fiscal, tendo em vista que, com a nova legislação da substituição tributária, foi adotado o princípio de que o ISSQN é devido ao município onde ocorrer o fato gerador. Ou seja, independentemente do domicílio fiscal da empresa prestadora de serviços, esse imposto será retido e repassado aos cofres públicos de Manaus sempre que o serviço for prestado no município. A disponibilidade de maior liquidez para a prefeitura. Pelo fato de o ISSQN vindo da substituição tributária ser quinzenal, a Secretaria Municipal de Economia e Finanças (Semef) tem maior fluxo de caixa e a possibilidade de gerenciar os recursos de forma mais flexível. Maiores investimentos na máquina tributária, com a profissionalização da Semef, através de investimentos em novas tecnologias, controles administrativo-fiscais, treinamento e qualificação de pessoal. O planejamento tributário, com a percepção da necessidade de planejamento na adoção das soluções dos problemas encontrados e na estipulação de metas a serem atingidas. A valorização dos tributos municipais como fontes de recursos, já que as receitas próprias são administradas pelo próprio fisco municipal, com independência e visando maior justiça social. Analisando o gráfico e a tabela, que apresentam números colhidos até novembro de 2001, pode-se observar que, apesar de a quantidade de DMS advindas dos contribuintes-substitutos ainda corresponder a apenas 23,9% do total, eles responderam no ano de 2001 por 64% da arrecadação total de ISS e têm apresentado uma grande tendência de crescimento. 84 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA DECLARAÇÃO MENSAL DE SERVIÇOS (DMS) Contribuinte Forma de Entrega Substituto Total Entrega de DMS Quant. % Quant. % 1.050 22,68 3.580 77,32 4.630 Disquete 450 25,28 1.330 74,72 1.780 Formulário 350 26,32 980 73,68 1.330 1.850 23,90 5.890 76,10 7.740 Internet Total ARRECADAÇÃO DE ISS 64.551 70.000 60.000 R$ Mil 50.000 49.134 36.644 37.603 35.607 29.620 40.000 25.659 25.489 30.000 36.310 31.725 20.000 10.000 0 1997 1998 1999 Homologado 2000 2001 Retido na Fonte Ao avaliar-se os ganhos sociais com a bem-sucedida experiência de substituição tributária, vê-se que essas ações têm grande reflexo no quesito justiça tributária, já que reduzem a sonegação e diminuem o peso da carga tributária sobre aqueles que pagam os impostos em dia. No tocante aos ganhos indiretos, considere-se o aumento da arrecadação obtido pela prefeitura e que pode ser revertido em maiores investimentos sociais. IMPACTO NA ARRECADAÇÃO A implantação do PMAT em Manaus possibilitou êxito no item aumento de arrecadação. As principais ações com 85 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA RECEITA DE ISS 70 120.000 101.957 60 100.000 50 80.860 62% 80.000 66.265 63.093 40 61.266 60.000 30 28,16 20 40.000 10 5,03 20.000 0 -2,90 0,00 -10 0 1997 1998 1999 Arrecadação (R$ Mil) 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) impactos diretos na receita municipal foram o recadastramento imobiliário, aumentando a base de tributação, a substituição tributária do ISS e a intensificação da fiscalização, que cooperaram para dificultar e inibir a sonegação fiscal. Como resultado, foram verificados significativos aumentos na arrecadação dos tributos e na cobrança da dívida ativa. Comparando-se os valores arrecadados em 1997 com os de 2001, constata-se que o IPTU atingiu 33,8% de crescimento. Da mesma forma, comparando-se os dados a partir de 1999, verifica-se um incremento de 35,8% na receita de ITBI. O ISS apresentou o maior aumento de arrecadação, com variação de 61,6% entre 1997 e 2001. A parcela decorrente do imposto retido na fonte apresenta um incremento de 153%, que passou de R$ 25 milhões em 1997 para R$ 65 milhões em 2001. Visualizando apenas os valores arrecadados desde 1999, pode ser observado um aumento ainda maior: 66,42%. Em termos de dívida ativa, desde 1997 Manaus passou de R$ 8,3 milhões para algo em torno de R$ 13,6 milhões, o que demonstra um crescimento de 64,1%. E, comparando a receita de 2001 com a de 2000, o incremento foi de 20%. Agregando essas variações positivas, chega-se em 2001 a um aumento na receita própria de 46,94%, tendo como base o ano de 1997, e 47,52%, desde 1999. 86 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA RECEITA DA DÍVIDA ATIVA 16.000 70 13.575 14.000 12.000 10.542 9.917 10.000 60 11.354 50 64% 0 8.274 8.000 37,22 30 6.000 27,41 20 19,86 4.000 10 2.000 0 0,00 1997 0 1998 1999 Arrecadação (R$ Mil) 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) RECEITA PRÓPRIA 170.000 164.606 160.000 (R$ Mil) 150.000 140.000 137.269 130.000 115.877 120.000 111.579 110.000 112.020 100.000 1997 1998 1999 87 2000 2001 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município do Rio de Janeiro: otimização na cobrança da dívida PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l fiscal e foi dividido segundo dez focos de ação: organização e gestão, atendimento ao contribuinte, legislação, cadastro do IPTU, cadastro do ISS, controle de arrecadação, fiscalização e cobrança, dívida ativa, estudos econômicos e tributários, e gerenciamento. População: 5.857.904 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 2.071 milhões Receita total: R$ 5.064 milhões IDH: 0,766 (PNAD, 1995-1999) PIB: R$ 75.382 milhões (PIB de 2000 a preços correntes) Para o alcance de seu objetivo maior, o projeto se concentrou nas seguintes ações: PERFIL DA OPERAÇÃO l capacitação de pessoal da Secretaria Municipal de Fazenda (SMF); l melhoria das relações fisco-contribuinte; l avanço na aplicação da informática no controle da arrecadação, fiscalização, tributação e cobrança da dívida ativa; l adequação da infra-estrutura e dos meios materiais; l reorganização das funções, dos trâmites e das responsabilidades; l agilização da cobrança administrativa dos créditos tributários; l ampliação da base de dados sobre a economia da cidade e seus contribuintes; l revisão e consolidação do aparato legal vigente; e l atualização e ampliação das bases cadastrais existentes. Dados financeiros l l l l Valor total do projeto: R$ 23.020.100 Valor do financiamento: R$ 15.000.600 Porcentagem do financiamento: 62,47% Porcentagem liberada: 76,38% em maio de 2002 Cronologia l l l l l l Enquadramento: 15-10-97 Aprovação: 29-4-98 Contratação: 3-7-98 Prazo de execução: 24 meses, prorrogado Primeira liberação: 6-10-98 Última liberação: 11-5-01 OBJETIVOS O programa de modernização do Rio de Janeiro busca o aumento da produtividade 88 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA PRINCIPAIS REALIZAÇÕES EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Dentro de uma expectativa de melhoria no atendimento ao contribuinte, houve a reforma do térreo da Secretaria Municipal de Fazenda, onde é feito o atendimento ao cidadão, e a inauguração de quiosques em quatro shoppings da cidade, que promoveram 165.859 atendimentos no período de agosto de 1999 a dezembro de 2000, e do Serviço de Atendimento Descentralizado (SAD) em Santa Cruz. Ainda estão em andamento as obras dos SADs de Bangu, Ramos e Méier. Além disso, aumentou-se o número de atendentes e computadores nas frentes de atendimento. Otimização na cobrança da dívida Em destaque na implementação do PMAT do município do Rio de Janeiro estão as ações de otimização da cobrança da dívida ativa, tanto em parceria com o Tribunal de Justiça do estado, no que se refere ao processamento dos executivos fiscais, quanto com a Procuradoria da Dívida Ativa, com o aperfeiçoamento dos meios utilizados na cobrança tanto amigável quanto judicial. O Tribunal de Justiça desenvolveu um sistema informatizado adaptado ao processamento dos executivos fiscais e integrado com o sistema da dívida ativa, e a prefeitura encarregou-se de assumir atividades do Cartório da Dívida Ativa Municipal (CDAM), com pessoal e equipamentos próprios, inclusive guardas municipais atuantes como oficiais de justiça. A criação do Sistema de Cobrança da Dívida Ativa Municipal (DAM), que agilizou a cobrança de débitos tributários, contribuiu para um aumento da arrecadação da dívida de IPTU em 50% (de R$ 40,8 milhões, em 1996, para R$ 66,5 milhões, em 2000) e da arrecadação da dívida avulsa em 245% (de R$ 3,6 milhões, em 1996, para R$ 23 milhões, em 2000). Essas ações visam ao avanço da efetivação do controle da arrecadação, fiscalização, tributação e cobrança da dívida ativa, com a aceleração da tramitação dos executivos fiscais e o controle do andamento de cada processo, até então inexistente. Como resultado, espera-se o aumento significativo da arrecadação judicial O PMAT permitiu também finalizar e implantar o módulo IPTU do Sistema Integrado de Arrecadação Municipal (SIAM). Houve um recadastramento predial em 22 bairros da cidade, promovendo a revisão de cerca de 330 mil imóveis. Destes, 152.120 sofreram alterações e já tiveram os dados atualizados no cadastro. O recadastramento gerou acréscimo permanente de receita de R$ 72 milhões. Outro benefício decorrente da implementação do PMAT foi a reestruturação da organização administrativa da Procuradoria Geral do município, com a adequação da infra-estrutura e dos meios 89 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA materiais e a reorganização das funções, trâmites e responsabilidades. Essas iniciativas visam melhorar a relação fisco-contribuinte, oferecendo mais comodidade e facilidade àqueles que desejam regularizar sua situação junto à divida ativa. Segundo dados da Prefeitura do Rio de Janeiro, houve um aumento de 117% na arrecadação da dívida ativa no período de 1996 a 2001 e aumento de 219% no número de guias pagas. Com tal objetivo, passou-se a enviar a cobrança amigável do IPTU acompanhada das respectivas guias para pagamento à vista ou parcelado, à escolha do contribuinte. Implantou-se, também, a consulta, pela Internet, dos débitos inscritos em dívida ativa relativos ao IPTU. E como meta para 2002 estão a implantação, tanto na Internet quanto nos terminais de auto-atendimento, dos serviços de certidão negativa, pagamentos, parcelamento da dívida e segunda via. Houve descentralização do atendimento ao contribuinte, com a abertura de três postos avançados nos bairros de Campo Grande, Madureira e Barra da Tijuca, onde é possível esclarecer dúvidas, emitir guias para pagamento e abrir processos de alegação de pagamento. DÍVIDA ATIVA 120 140 97 100 120 89 100 98 74 80 62 80 60 117% 51 45 67 60 40 40 20 0 38 0 1996 20 14 0 1997 1998 1999 Arrecadação (R$ Milhões) 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) 90 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA ARRECADAÇÃO: AMIGÁVEL X JUDICIAL 60 55 60 50 R$ Milhões 38 42 40 37 30 30 22 20 35 38 30 22 15 10 0 1996 1997 1998 Judicial 1999 2000 2001 Amigável expectativas da prefeitura, quando da elaboração do projeto. As receitas, ao final do terceiro ano, já haviam superado a meta prevista para o quarto ano em quase todos os itens, mesmo levando-se em consideração atrasos e mudanças de rota verificados durante a implantação do projeto. Reversão de tendência: cobrança amigável vem ganhando espaço frente à cobrança judicial. O conjunto dessas medidas acarretou uma mudança de comportamento dos contribuintes. Pelo gráfico, é possível visualizar que eles vêm procurando quitar ou parcelar suas dívidas com o fisco voluntariamente, para evitar problemas judiciais. Decompondo a receita tributária municipal, observa-se que a receita de IPTU, agregada à Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública (TCLLP), à Taxa de Iluminação Pública (TIP) e à criada Taxa Domiciliar de Coleta do Lixo (TCL), cresceu 26% entre 1997 e 2001. Mesmo a mudança na legislação tributária de 1999 para 2000, criando a alíquota única no município, por classe de tributação, o que levou à redução de 10% na emissão de IPTU, foi compensada pela melhoria IMPACTO NA ARRECADAÇÃO Com base nas informações prestadas pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, verifica-se que foram obtidos resultados expressivos, visto que diversos tributos apresentaram incrementos superiores às 91 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA IPTU + TIP + TCLLP/TLP 30 900 771 800 700 717 690 713 25 610 20 600 500 18 400 26% 17 15 13 10 300 200 5 100 0 0 1997 0 1998 1999 Arrecadação (R$ Milhões) 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) cadastral executada nesse período, gerando queda de arrecadação de somente 0,5%. A arrecadação total da dívida ativa, como já detalhado, apresentou um acréscimo aproximado de 117% no período de 1996 a 2001, chegando aos R$ 97 milhões. No tocante ao ISS e ao ITBI, esses tributos alcançaram taxas de crescimento, entre 1997 e 2001, de 46% e 36%, respectivamente. ISS 1.200 50 1.041 1.000 800 45 932 40 807 769 712 46% 31 600 35 30 25 20 400 13 200 15 10 8 5 0 0 1997 0 1998 1999 Arrecadação (R$ Milhões) 92 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município de São Luís: publicização da informação PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l à melhoria da qualidade de vida da comunidade e à expansão da oferta de serviços públicos, a prefeitura de São Luís vem implantando o PMAT para aumentar a eficiência da gestão tributária, como forma de ampliar a capacidade arrecadadora e de gestão dos recursos próprios. População: 870.028 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 87.653 mil (2001) Receita total: R$ 440.619 mil (2001) IDH: 0,733 (IBGE, 1997) PIB: R$ 3.321 milhões (Ipea, 1996) PERFIL DA OPERAÇÃO PRINCIPAIS REALIZAÇÕES Dados financeiros l l l l O projeto de São Luís apresenta uma grande amplitude de realizações, dentro dos seus diversos focos: legislação, cadastro, arrecadação, cobrança, fiscalização, organização e gestão. Valor total do projeto: R$ 7.696.744 Valor do financiamento: R$ 6.157.395 Porcentagem do financiamento: 80% Porcentagem liberada: 90,34% em maio de 2002 Com 70% do recadastramento imobiliário concluído, foi possível inserir mais 50 mil imóveis no cadastro, que apresenta um universo geral de 180 mil inscrições. Muitas dessas novas inscrições já estavam contidas no sistema, mas a falta de informações corretas impedia o devido lançamento do IPTU. Cronologia l l l l l l Enquadramento: 1-7-98 Aprovação: 12-3-99 Contratação: 10-2-00 Prazo de execução: 18 meses, prorrogado Primeira liberação: 15-6-00 Última liberação: 26-12-00 Apesar de os reflexos dessa ação virem a ser mais sentidos no ano de 2002, já foi possível observar um acréscimo de 56,5% na receita de IPTU de 1998 a 2001. OBJETIVOS Com o propósito maior de financiamento das despesas e dos investimentos necessários 93 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Com uma postura informativa e preventiva, a fiscalização alcançou, com lavratura de autos de infração, um total de R$ 27.890.227,85. Esse levantamento superou o do ano de 2000 (R$ 10.330.667,01) em 170%. A Semfaz, visando ao desenvolvimento organizacional, avançou na racionalização dos procedimentos e no desenvolvimento Com a conclusão do recadastramento econômico, houve um incremento de 220% na base cadastral, passando de 7.500 para 24 mil inscrições. Também esse recadastramento gerou reflexos significativos na arrecadação de ISS, que atingiu R$ 54.065 mil. Esse valor superou em 20% as expectativas quando da realização do projeto, que previam uma receita de ISS de R$ 44.791 mil para 2001. OUTRAS AÇÕES DE ÊXITO • Novo Código Tributário e nova Planta Genérica de Valores, observando os princípios de eqüidade fiscal e justiça tributária. No foco cobrança, destaca-se a transferência da subordinação administrativa da Procuradoria Fiscal para a Secretaria Municipal de Fazenda (Semfaz), tendo sido mantida a sua vinculação técnica à Procuradoria Geral do município, assim como sua informatização. Outro aspecto que contribuiu bastante para a redução da inadimplência foi a terceirização da cobrança, que gerou excelentes resultados em termos de recuperação dos créditos fiscais. • Novo sistema de gerenciamento de tributos – integração das bases cadastrais (de contribuintes, econômicas, imobiliárias e financeiras). • Combate à sonegação, com o programa Fique em Dia com a Cidade, de regularização de débitos; ampliação da base de contribuintes-substitutos, celebrando, inclusive, convênio com o Tesouro Nacional; e convênio de cooperação técnica (novembro de 2001) com a Gerência de Estado da Receita Estadual (Gere) e a Junta Comercial do Estado do Maranhão (Jucema), objetivando o intercâmbio de informações econômico-fiscais. Com o PMAT, as ações de fiscalização tributária passaram a ser direcionadas para a formação de um acervo de informações sobre o movimento econômico de serviços prestados no município. Tais ações foram apoiadas por convênios de cooperação técnica com as esferas federal e estadual e pela obrigatoriedade de os contribuintes apresentarem a Declaração Mensal de Serviços ao fisco municipal. • Central de Atendimento de IPTU. • Plano de treinamento dos funcionários em diversas disciplinas, como informática, LRF e qualidade de atendimento. 94 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA dos recursos humanos, bem como adotou um plano de gestão, otimizando suas ações gerenciais no intento de aumentar receitas e qualificar gastos. eletrônico disponível para consultas pelos clientes internos e externos e demais serviços do SAC (Serviço de Atendimento ao Contribuinte); protocolo de entrega da DMS; certidões negativas e de regularidade; declaração de denúncia espontânea; e consultas a débitos, à Instrução de Serviços de designação de auditores e aos acórdãos e pautas de julgamentos do CCM. Além disso, o contribuinte-internauta pode visualizar e obter (por meio de download) informações específicas e atualizadas sobre a legislação tributária, fôlderes virtuais sobre tributos e rendas municipais, estrutura, organização e pontos de atendimento da Semfaz, como também pode acessar o conteúdo de jornais internos e interagir com a instituição através do correio eletrônico, fóruns e enquetes disponíveis para esclarecimento de dúvidas e coleta de sugestões, prestando ainda serviços EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Publicização da informação Com investimentos diretos em tecnologia da informação, apoio da Internet e outras medidas auxiliares, a Semfaz vem obtendo grande sucesso na transferência do conjunto de mensagens e no suporte de comunicação estatal para o público, com o cidadão tomando conhecimento das atividades do governo e, ao mesmo tempo, comunicando ao governo suas opiniões e necessidades. Como principal realização desse processo está a Semfaz on line, que é o site da Secretaria Municipal de Fazenda, no ar desde 1998. Com seu lançamento, a página vem sendo aperfeiçoada e tem dado cada vez mais ênfase à expansão da oferta dos serviços públicos e ao atendimento à Lei de Responsabilidade Fiscal. EMISSÃO DE CERTIDÕES NEGATIVAS 32,5% 67,5% São inúmeros os serviços já oferecidos no site: autenticação de Autorização de Impressão de Documentos Fiscais (AIDF); módulo de simulação on line de parcelamento de débitos; disponibilização de emissão de segunda via de alvará, ISS e IPTU, com opção de pagamento de homebanking; extratos de débitos; arquivo Via Internet (site da Semfaz) Via Central de Atendimento O número de certidões negativas expedidas na página da Semfaz já representa quase o dobro das retiradas na Central de Atendimento ao Contribuinte (dados de dez./2001) 95 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Seu conjunto de ações, voltado para a melhoria da eficiência da gestão tributária, gerou aumento do bem-estar social em diversos âmbitos, a exemplo do projeto Internet para Todos. de utilidade pública, com hospedagem de diversos links úteis à comunidade. Com o objetivo de simplificar e facilitar o relacionamento entre o fisco municipal e as empresas e profissionais autônomos de São Luís, está disponível em CD-ROM e na Internet o programa Declaração de Informações Municipais (DIM). Com esse projeto, São Luís, desde abril de 2002, disponibilizou 15 equipamentos públicos e gratuitos, espalhados em pontos estratégicos da cidade (paradas de ônibus, logradouros públicos, shoppings center, repartições públicas etc.). Esse benefício é de proporções institucionais e sociais relevantes, uma vez que promove a inclusão digital dos cidadãos. A meta é instalar 300 terminais até 2004, com a perspectiva de cerca de 90 terminais, distribuídos em 30 pontos com três terminais, até o final do ano de 2002. O projeto é auto-sustentado mediante a parceria de entidades organizacionais e órgãos governamentais com a iniciativa privada. A disponibilidade de acesso ininterrupto à Semfaz on line, com rapidez e segurança, praticamente eliminou os problemas de morosidade e insatisfação causados por filas de contribuintes nos postos de atendimento da Semfaz, o que se reflete diretamente no aumento da arrecadação e na desoneração dos processos, visto que diminui o tempo e o volume de documentos empregados. Outras vertentes desse processo de publicização da informação podem ser visualizadas nos feitos de atendimento ao contribuinte, como o atendimento telefônico gratuito (Disque 0800); o orçamento participativo; as audiências públicas na Câmara de Vereadores, em cumprimento à LRF; as pesquisas de opinião do contribuinte; e a implantação de redes corporativas informatizadas (por exemplo, Intranet), promovendo maior comunicação e fluxo de dados entre os servidores da prefeitura. Em relação ao atendimento ao contribuinte, a prefeitura preocupou-se em proporcionar um serviço de qualidade, oferecendo soluções imediatas e conclusivas. Além disso, aumentou a capilaridade de suas ações, criando ou reformando centrais de atendimento e instituindo o atendimento pelo telefone. Aliam-se a esse propósito as ações para a educação tributária do contribuinte, abrangendo campanhas informativas; a distribuição de cartilhas (inclusive, O PMAT de São Luís, ao proporcionar a oportunidade de modernização da gestão pública, também foi capaz de gerar inúmeros ganhos ao cidadão são-luisense. 96 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA INCREMENTO DAS RECEITAS 90.000 79% 80.406 80.000 70.000 61.503 R$ Mil 60.000 50.793 50.000 45.040 54.066 41.227 40.000 30.000 31.802 30.329 20.000 10.000 78% 14.375 57% 13.215 12.738 9.185 0 1998 1999 2000 Receita Tributária ISS disponibilizadas no site), fôlderes e folhetos; exposição de outdoor; e a fixação de placas informativas nos locais de obras e serviços. 2001 IPTU IMPACTO NA ARRECADAÇÃO A prefeitura de São Luís realizou diversas ações que geraram expressivos impactos em termos de aumento de arrecadação. Tanto os recadastramentos mobiliário e imobiliário, ao aumentarem a base de incidência dos tributos, quanto as ações de fiscalização, ao dificultarem a sonegação, foram auxiliares nos incrementos obtidos com a arrecadação do ISS e IPTU, promovendo acréscimos de 78,26% e 56,51%, respectivamente. As alterações na legislação tributária foram ao encontro de uma política de justiça fiscal em que o contribuinte deixa de sentir-se prejudicado pelo pagamento do imposto e passa a sentir-se como co-autor das ações do poder público. O site Semfaz on line, dentro de um aspecto de promoção da transparência, permitiu que o contribuinte tivesse, além do O acréscimo na receita tributária foi significativo, somando no ano de 2001 R$ 80.406 mil, o que corresponde a uma elevação superior a 78%, se comparado com as receitas obtidas no ano de 1998. acesso a muitos serviços, maior vigilância em relação às ações do governo, estando mais apto a cobrar, opinar e contribuir com a prefeitura. 97 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA No gráfico a seguir, detalham-se os valores nominais dos principais tributos municipais e da rubrica receita tributária ano a ano, com destaque para as variações percentuais obtidas no período 1998-2001. Para incrementar e acelerar o processo de cobrança, o município optou pela terceirização. Essa opção promoveu um acréscimo de 128% na receita, no período de 1998 a 2001, segundo dados da Secretaria Municipal de Fazenda. DÍVIDA ATIVA 12.000 10.933 9.890 140 120 10.000 106,04 100 8.000 6.700 6.000 128% 4.800 80 60 4.000 39,58 40 2.000 20 0,00 0 1998 0 1999 2000 Arrecadação (R$ Mil) 98 2001 Taxa de Crescimento (%) MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Município de Vitória: atendimento concentrado PERFIL DO MUNICÍPIO l l l l l Vitória, tem como objetivo o aumento da arrecadação dos tributos municipais, envolvendo para isso várias ações, dentre as quais: a atualização do cadastro de contribuintes do ISS, a cobrança do ISS por estimativa, a terceirização da cobrança da dívida ativa, a informatização, a capacitação dos servidores, a compra de equipamentos, a consolidação da legislação tributária e melhorias no atendimento aos contribuintes. População: 292.304 hab. (IBGE, 2000) Receita própria: R$ 107.773 mil (2001) Receita total: R$ 344.405 mil (2001) IDH: 0,813 (IBGE, 1997) PIB: R$ 4.198 milhões (Ipea, 1996) PERFIL DA OPERAÇÃO Dados financeiros l l l l Valor total do projeto: R$ 3.332.000 Valor do financiamento: R$ 2.426.000 Porcentagem do financiamento: 72,8% Porcentagem liberada: 100% em maio de 2002 Essas ações também perseguem objetivos secundários, como a verificação e exploração do potencial das atividades econômicas (ISSQN); a redução da sonegação e da evasão fiscal; o acompanhamento/aumento do número de contribuintes; e a melhoria da relação fisco-contribuinte, através da qualidade e da diminuição no tempo de atendimento à população. Cronologia l l l l l l Enquadramento: 31-10-97 Aprovação: 18-3-98 Contratação: 19-1-99 Prazo de execução: 24 meses, prorrogado Primeira liberação: 25-2-99 Última liberação: 19-12-01 PRINCIPAIS REALIZAÇÕES l OBJETIVOS O Projeto de Modernização da Administração Tributária, implantado em 99 A implantação do SIAR (Sistema Integrado de Administração de Receita), composto dos seguintes módulos: funções gerais, IPTU, ISS, ITBI, dívida ativa, MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA l l l l segurança, arrecadação e fiscalização. O uso desse sistema tem permitido o acesso organizado e confiável a informações, maior agilidade nos processos de lançamento, a cobrança e o acompanhamento dos tributos, a obtenção de dados sob o enfoque de gerenciamento tributário e fiscal e ainda a integração com a Internet. A revisão e a disponibilização da legislação tributária na Internet. O recadastramento mobiliário dos contribuintes de ISS. A renovação dos contratos de terceirização da cobrança amigável da dívida ativa, com avaliação positiva do retorno financeiro por parte da prefeitura. O treinamento dos servidores nos temas noções tributárias, atendimento e informática. Para os fiscais de renda, ainda foram ministrados os cursos de direito tributário, contabilidade, avaliação de imóveis e fiscalização em instituições financeiras. l EXPERIÊNCIA DE SUCESSO Atendimento concentrado Com vistas a dar fim a inúmeros problemas que convergiam no atendimento ao contribuinte, a prefeitura de Vitória vem tomando diversas medidas. Essas resultaram, dentre outras coisas, na Central de Atendimento ao Contribuinte, também conhecida como “Balcão Único”. A demora no atendimento, provocada pela multiplicidade de setores a serem percorridos pelo contribuinte (enfrentando filas); a existência de procedimentos burocráticos, a maioria dispensável; a má vontade dos atendentes; e as péssimas condições dos locais de atendimento eram alguns dos problemas a serem resolvidos. A prefeitura, então, adotou as seguintes estratégias de implantação do atendimento concentrado: l O treinamento de servidores, visando melhorar a qualidade do atendimento; a adequação do espaço físico, com a compra de móveis e reformas, garantindo beleza e conforto ao ambiente; a implantação do SIAR e a compra de novos computadores e impressoras, bem como a reestruturação de toda a rede interna e externa, dando maior rapidez ao processamento de dados. O treinamento é a principal interface do PMAT com os servidores e tem sido responsável pela mudança de comportamento, ao gerar maior motivação e eficiência no trabalho. l A elaboração de manuais e rotinas internas e manuais de orientação ao contribuinte. A implantação da biblioteca tributária, que vem auxiliar, principalmente, os auditores fiscais do município. 100 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA ao Contribuinte, pois o setor tem uma dinâmica muito diferenciada dos demais. Cabe destacar que o balcão é único no atendimento externo, mas os setores de retaguarda continuam separados como antes, tendo em vista a especialidade de cada um, que precisa ser preservada. Outro ponto relevante foi a descentralização do atendimento, com a instalação de dois postos fora do Palácio Municipal, onde é possível a emissão de alvarás de licença de obras e alvarás de funcionamento e a obtenção da inscrição municipal para pessoas físicas, jurídicas e empresas que precisam pagar seus tributos. Mostra do treinamento realizado para os funcionários da prefeitura municipal de Vitória A união dos diferentes serviços, antes dispersos: fiscalização de rendas, dívida ativa, revisão, tributos imobiliários, arrecadação, tributos diversos e tributação. Com a concentração, o contribuinte é atendido por um funcionário que, tendo acesso a um sistema tributário informatizado, resolve praticamente todos os problemas. Somente a fiscalização de rendas não foi integrada à Central de Atendimento l Analisando os ganhos obtidos pela sociedade, vêem-se inúmeros benefícios. A concentração do atendimento põe fim à rotina que os contribuintes precisavam seguir, percorrendo diferentes locais para realizar seus pagamentos e esclarecer suas dúvidas. E a capacitação dos servidores leva-os a realizar suas tarefas dentro de uma atmosfera de qualidade e agilidade. A desburocratização de algumas rotinas e a informatização total permitiram que muitos procedimentos (como a de averbação de imóveis) passassem a ser feitos no momento em que o contribuinte os requeresse no próprio balcão, acabando com a necessidade de abertura de processo administrativo, em que haveria a tramitação do referido requerimento. Nova forma de atendimento ao cidadão vitoriense 101 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Todas essas mudanças, acompanhadas da racionalização, conquistam a credibilidade do contribuinte para o município e fazem com que se torne um parceiro ativo da administração municipal, sensibilizando-o a recolher em dia os seus tributos e podendo levar a um aumento da arrecadação. Dentre as perspectivas estão a emissão, via Internet, de guias de recolhimento de tributos, bem como certidões negativas e positivas de débito; a continuidade do treinamento dos servidores; e a divulgação da experiência para outros municípios. IMPACTO NA ARRECADAÇÃO PMAT II O município de Vitória já contratou o PMAT II, ainda em fase inicial de implantação. O projeto tem como meta as seguintes iniciativas: sistema de RH, rede e infra-estrutura básica, gerenciamento eletrônico de documentos (com a criação de base de dados para o planejamento urbano), geoprocessamento e informações gerenciais. As ações de recadastramento mobiliário, a implantação do SIAR e a terceirização da cobrança da dívida ativa podem ser consideradas como participantes nos aumentos de receita verificados em Vitória. No período de 1997 a 2001, o ISS alcançou expressivos resultados, chegando à marca de 43,5% de aumento. Também se constatou uma RECEITA DE ISS 80.000 50 67.439 70.000 59.910 45 40 60.000 51.305 50.000 35 51.022 46.990 30 27,49 40.000 44% 25 20 30.000 15 20.000 9,18 0 10 8,58 10.000 5 0 1997 0 1998 1999 2000 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Mil) 102 2001 MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA RECEITA DO IPTU 14.000 12.000 60 12.641 12.461 10.823 12.335 50 49,97 47,83 10.000 40 8.429 8.000 46% 30 28,40 6.000 20 4.000 10 2.000 0 0 0 1997 1998 1999 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Mil) taxa crescente de aumento do IPTU, que atingiu 46,3%, com valores ultrapassando os R$ 12 milhões. Já a receita da dívida ativa apresentou um incremento de 66,7%. Em termos de receita tributária, o aumento conjunto dos tributos e taxas propiciou um acréscimo de 42,02% nessa rubrica. RECEITA TRIBUTÁRIA 120.000 45 100.748 100.000 35 83.123 80.580 80.000 40 93.297 31,51 70.941 42% 30 25 60.000 20 17,17 15 40.000 13,59 10 20.000 5 0 0 1997 0 1998 1999 2000 2001 Taxa de Crescimento (%) Arrecadação (R$ Mil) 103 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Presidente Eleazar de Carvalho Filho Vice-Presidente José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha Diretora Beatriz Azeredo Superintendente da Área de Desenvolvimento Social Pedro Gomes Duncan Superintendente da Área de Infra-Estrutura Urbana Terezinha Moreira Superintendente da Área de Assuntos Fiscais e de Emprego José Roberto Rodrigues Afonso Gerência Executiva de Administração Pública Responsável pela coordenação do PMAT Chefia Eduardo Carvalho Bandeira de Mello Equipe Técnica Kallás Roberto Kallás Lucimar da Silva Guarneri André Bezerra Cavalcanti Cristóvão Anacleto Correia José Mauro de Azeredo Quelhas Luiz César Muzzi Luiz Vitor Constant de Almeida Maria Sybelina Fajardo de S. Werneck Solange de Oliveira Leite Fernanda Branco Correa Laila Raeder Raquel de Almeida Pedro Colaboração Ana Christina Moreno Maia Barbosa; Maria Angela Alves Nogueira, Heloísa Rossi Colaboração Externa Instituto Pólis Prefeituras de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Ipatinga, Manaus, Rio de Janeiro, São Luís e Vitória Apoio Equipe ACO/GEMAR Área de Comunicação e Cultura Relação dos livros editados pelo BNDEs sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal: período 2000-2001 LIVROS AUTORES EDIÇÕES MÊS/ANO Manual de Orientação para Crescimento da Receita Própria Municipal Coordenação Geral: Amir Antônio Khair e Francisco Humberto Vignoli; Equipe Técnica: Noburo Takitani, Rubens Alves, Vania Maria de Andrade Aguiar – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas 2000 Set/2001 125 Dicas – Idéias para Ação Municipal Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais (Pólis) 2000 2001 Guia de Orientação para as Prefeituras Manual Básico do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo As Transgressões à Lei de Responsabilidade Fiscal e Correspondentes Punições Fiscais e Penais Manual de Procedimentos para Aplicação da LRF do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Previdência dos Servidores Públicos Municipais Proposta de Padronização dos Relatórios da Gestão Fiscal Cadernos IBAM 1 – Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal Cadernos IBAM 2 – Impactos da LRF sobre a Lei nº 4.320 Amir Antônio Khair 2000 Fev/2001 Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Ago/2000 Amir Antônio Khair Dez/2000 Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul Dez/2000 Marcelo Viana Estevão de Moraes – Fundação Anasps de Previdência Social (Funprev) Dez/2000 Instituto Ruy Barbosa Dez/2000 Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Abr/2001 Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Abr/2001 LIVROS Cadernos IBAM 3 – Elaboração do Plano Plurianual Cadernos IBAM 4 – Elaboração das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Cadernos IBAM 5 – Acompanhamento da Execução Orçamentária Cadernos IBAM 6 – Gestão de Recursos Humanos e a LRF Cadernos IBAM 7 – O Papel da Câmara Municipal na Gestão Fiscal A Lei de Responsabilidade Fiscal no Contexto da Reforma do Estado Os Municípios e a Lei de Responsabilidade Fiscal – Perguntas e Respostas Lei de Responsabilidade Fiscal: Estudo em Grupos de Aprendizagem Dúvidas e Soluções da Lei de Responsabilidade Fiscal Manual Básico de Treinamento para Municípios* Lei de Diretrizes Orçamentárias – Manual de Elaboração** Lei Orçamentária Anual – Manual de Elaboração** Plano Plurianual – Manual de Elaboração** * Impresso pela Caixa Econômica Federal. ** Impresso pelo Banco do Brasil. AUTORES EDIÇÕES MÊS/ANO Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Abr/2001 Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Abr/2001 Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Abr/2001 Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Abr/2001 Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Abr/2001 Cid Heráclito de Queiroz Mai/2001 Carlos Maurício Cabral Figueirêdo e Marcos Antônio Rios da Nóbrega Jun/2001 Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) Jun/2001 João Carlos Macruz, José Carlos Macruz e Marcos José de Castro Jul/2001 Organizado por Selene Peres Nunes – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Nov/2000 Ari Vainer, Josélia Albuquerque e Sol Garson Nov/2001 Ari Vainer, Josélia Albuquerque e Sol Garson Nov/2001 Ari Vainer, Josélia Albuquerque e Sol Garson. Nov/2001 PROJETO GRÁFICO DPZ Propaganda DESIGNER Nena Braga FOTOS Acervo BNDES COPIDESQUE E REVISÃO Hamilton Magalhães Neto