ENDOCARDITE INFECCIOSA (EI) PRECOCE EM PRÓTESE VALVAR
(EIPPV) NO INSTITUTO NACIONAL DE CARDIOLOGIA, ESTADO DO
RIO DE JANEIRO, HOSPITAL TERCIÁRIO DE REFERÊNCIA EM
CIRURGIA CARDÍACA (CC) NOS ANOS DE 2006 A 2010
Oslan Francischetto ¹
Cristiane Da Cruz Lamas ²
EIPPV é entidade infrequente, mas de grande impacto por sua morbiletalidade. O objetivo é
descrever os casos de EIPPV no INC nos últimos cinco anos em relação à sua epidemiologia e
aspectos clínicos.
Estudo de série de casos em pacientes com EI portadores de próteses valvares com menos de
01(um) ano de implantação. Incluídos em banco de dados próprio a partir de fichas de colaboração
internacional em endocardite (ICE) e analisados pelo programa Excel.
Ocorreram 25 episódios de EIPPV em 23 pacientes nos últimos cinco anos, sendo 11 mulheres e 12
homens. A incidência média por numero de pacientes submetidos à troca valvar foi 5/192 (2,6%),
4/194 (2,1%), 4/239 (2%), 5/262 (1,9%), 2/197 (1%), respectivamente em 2006,2007,2008, 2009 e
2010. A idade média foi 37,12 ± 23,0 anos. As etiologias foram Candida sp. (7), S.epidermidis (2),
ECN (2), viridans(1), E. faecalis (4), Brevundimonas vesicularis (1), Enterobacter cloacae (1), P.
aeruginosa (1), Corynebacterium diphtheriae (1) e 5 casos sem etiologia definida. Estruturas
envolvidas: bioprótese mitral_M_ (8), aórtica_A_ (7) e tricúspide (1); próteses mecânicas M (4), A
(2) e patchs em CIV (2). A evolução em 13/25 (52%) foi aguda. Foram casos definitivos (critérios
modificados de Duke) 20/25(80%). Ecocardioma transesofatico (ETE) mostrou regurgitação (8),
vegetação (11), deiscência de valva (2), estenose (1), fístula intracardíaca (1), abscesso (1) e
regurgitação paravalvar (1). A aquisição foi com <2 meses de inserção em 15/25(60%).
Complicações mais prevalentes: embolia (10), abscesso (6) e insuficiência cardíaca congestiva (ICC
em 11). Foram realizadas 10 cirurgias. Óbito ocorreu em 10/25( 40%) pacientes.
A EIPPV tem a sua incidência aumentada devido ao aumento da expectativa de vida dos pacientes
com lesões como valvulopatia reumática e cardiopatias congênitas, e o número crescente de trocas
valvares. Observou-se que a maior parte das EIPVP ocorreram com menos de dois meses de
implante, apontando o período pós operatório imediato como crítico. EIPPV esteve associada à alta
letalidade. Outro aspecto importante foi a ausência de casos por S.aureus, possivelmente pela
descolonização sistemática com mupirona e clorexidina pré- operatória no INC. A prevalência da
Cândida pode estar relacionada ao uso extenso de antibióticos e à presença de cateter vascular
profundo, comuns ao perioperatório de troca valvar.
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¹ Discente do Curso de Medicina, UNIGRANRIO
² Docente da Escola de Ciências da Saúde , UNIGRANRIO
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