Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Objetivos: Aplicar algoritmos numéricos para determinação dos zeros das funções reais . 3.1 – Introdução 3.2 – Fase I – Isolamento 3.3 – Fase II – Refinamento 3.3.1 – Critério da Parada 3.3.2 – Métodos Iterativos para se obter os zeros Reais das funções Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Introdução Na área de exatas, as mais diversas situações a resolução de equação do tipo f(x)=0. R E v=g(i) Lei de Kirchhoff Neste circuito há um dispositivo não linear onde a g é uma função da corrente elétrica não linear E Ri g (i) 0 É um polinômio de 3º grau Portanto x é um zero da função f(x) ou raiz da equação f(x)=0 se f(x)=0 Em alguns casos as raízes podem se complexas Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Introdução Graficamente o zero das funções reais constituem os pontos das abcissa que intercepta o eixo x. f(x) f(x) x1 x2 x1 x x2 x3 f(x) x1 Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS x2 x3 x x Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Introdução A questão é: Como obter as raízes reais de uma equação qualquer? Para equações de 1º e 2º graus e equações que possam ser reduzidos a equações deste tipo, há soluções analíticas. Para equações de maior grau e funções não lineares o problema se torna mais complexo e não há solução exata. De qualquer forma, utilizando-se uma máquina adequada podemos encontrar as raízes aproximadas com precisão pré fixada. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Introdução Desta forma o ideal é: Obter uma aproximação inicial da raiz; Refinar essa aproximação com processos iterativos Portanto, o método numérico constitui-se em duas fases: Fase I – Localização ou Isolamento das Raízes: Consiste em definir o intervalo que contém a raiz. Fase II – Refinamento: Após a fase I, realizar uma melhora sucessiva até obter a raiz dentro de uma precisão pré fixada. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes Faz-se a análise teórica e gráfica de f(x). Graficamente: Teorema I: (Cauchy-Bolzano) f(x) Seja f(x) uma função no intervalo [a,b] Obs1: se f(a)f(b)<0 então existe pelo menos um x=x entre a e b em que f(x)=0 f(x) a a x b x f(x) x1 Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS x2 a b x x1 x2 x3b x Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes No caso do teorema 1, se f’(x) existir e permanecer com o mesmo sinal de (a,b) então este intervalo contém um único zero para f(x). f(x) f(x) a b x b x f’(x) > 0, x [a,b] Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS a x f’(x) < 0, x [a,b] x Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes Forma de isolar as raízes: Tabelar f(x) para vários valores de x; Examinar o sinal de f’(x) onde houve a mudança de sinal. Exemplo 1: a) f(x)=x3-9x+3 - -100 -10 -5 -3 -1 x f(x) - + + 0 + Cada um dos f(x) é contínua intervalos contém para x R. pelo menos um zero. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 1 - 2 - 3 + 4 + 5 + Como a função é do 3º grau pode-se afirmar que há apenas uma raiz em cada intervalo Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes Exemplo 2: b) f ( x) x 5e x x 0 1 2 3 ... f(x) - - + + ... f(x) admite pelo menos um zero no intervalo [1, 2] 1 x f ' ( x) 5e 0, x 0 Análise do sinal de f’(x) 2 x f(x) admite um único zero em todo seu domínio de definição, localizado no intervalo (1, 2). Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes Obs2: se f(a)f(b)>0Podemos ter várias situações como por exemplo: f(x) f(x) a b a x x b x f(x) a x1 Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS x2 b x Neste caso é necessário a análise gráfica da função f(x) ou da equação f(x)=0. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes Os processos de análise gráfica são os seguintes: i) Esboçar o gráfico de f(x) e localizar as abcissa dos pontos onde a curva intercepta o eixo x. ii) A partir da equação f(x)=0 obter a equação equivalente g(x)=f(x) , esboçar o gráfico de ambas as funções no mesmo plano cartesiano e localizar os ponto x onde as curvas se interceptam, pois neste caso: f(x)=0 g(x)=h(x). iii) Usar programas que esboçam gráficos de funções disponíveis em algumas calculadoras ou softwares matemáticos. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes • Estudo Detalhado do Comportamento de uma Função a partir de seu Gráfico Domínio da função Pontos de descontinuidade Intervalos de crescimento e decrescimento Pontos de máximo e mínimo Concavidade Pontos de inflexão Assíntotas da função (Vide LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica) Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes Análise gráfica: Exemplo 3: Uso do método (i) f(x) = x3 – 9x +3 f(x) f’(x) = 3x2 - 9 f’(x) = 0 <=> x = x -4 -3 3 -1 0 1 3 2 3 Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS f(x) -25 3 13,3923 11 3 -5 -7,3923 -7 3 3 x1 -4 -3 x3 x2 -2 -1 1 2 3 4 x x1 (-4, -3); x 2 (0, 1); x 3 (2, 3) Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.1 – Isolamento das Raízes Análise gráfica: Exemplo 4: Uso do método (ii) f(x) = x3 – 9x +3 y g(x) g(x) = x3 h(x) x 3 (2, 3) h(x) = 9x -3 x1 (-4, -3) -4 x1 -3 -2 -1 x21 2 x3 3 x 2 (0, 1) Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 4 x Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.3 – Fase II – Refinamento Métodos Iterativos são sequências de instruções repetitiva em ciclos Cada nova Iteração utiliza o resultado do ciclo anterior Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.3 – Fase II – Refinamento INICIO Dados Iniciais Cálculos Iniciais K=1 Calcular nova Aproximação Está aproximação está próxima o suficiente da raiz exata? N Cálculos Intermediários Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS S Cálculos Finais FIM Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.3.1 – Critério de Parada Há duas interpretações para raiz aproximada que nem sempre levam ao mesmo resultado: x é raiz aproximada com precisão se: i) x x ou Como efetuar o teste (i) se não conhecemos x? f (x) ii ) • Uma forma é reduzir o intervalo que contém a raiz a cada iteração. x [ a, b] • Ao se conseguir um intervalo [a,b] tal que e ba f(x) a x b – a< b x então x [a, b], x x x [a, b] Pode ser tomado como x Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.3.1 – Critério de Parada Nem sempre é possível satisfazer a condição (i) e (ii). f(x) em x tem-se x mas x f(x) f (x ) x x x mas x x f (x ) x x x Os métodos numéricos são desenvolvidos para satisfazer um dos dois critérios. f (x ) x x x x Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS f(x) x Dependendo da ordem de grandeza, aconselhase utilizar o erro relativo: x x se onde f (x) L L f ( x) Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.3.2 – Métodos Iterativos para se obter os zeros Reais das funções I – Método da bissecção. •Seja f(x) contínua em [a,b]/f(a)f(b)<0. • Supor, por simplificação, a existência de uma única raiz. Objetivo: Reduzir a amplitude do intervalo que contém a raiz até atingir a precisão requerida: (b-a)<, dividindo-se sucessivamente o [a,b] ao meio. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.3.2 – Métodos Iterativos para se obter os zeros Reais das funções I – Método da bissecção. Graficamente: f(x) a1 a0 a a2 a3 x1 x2 Iterações: a0 b0 x0 2 f (a0 ) 0 x (a0 , x0 ) f ( b ) 0 a1 a0 0 f ( x ) 0 b1 x0 0 a1 b1 x1 2 f (a1 ) 0 x ( x1 , b1 ) f (b1 ) 0 a2 x1 f ( x ) 0 b2 b1 1 b0 x xb01 b2 b3 b f (a2 ) 0 x ( x2 , b3 ) a b x2 2 2 f (b2 ) 0 a3 x2 2 f ( x ) 0 b b 2 3 2 a3 b3 x a3 ,b3 Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS 3.3.2 – Métodos Iterativos para se obter os zeros Reais das funções I – Método da bissecção. Exemplo: Achar o zero aproximado da função f(x)=xlog(x)-1 que possui um zero no intervalo [2,3] com =0,125. f (2) 0 x (2;5,3) 23 x0 2,5 f (3) 0 a1 2,5 2 f (2,5) 0 b 3 1 f (2,5) 0 x (2,5;2,75) 2,5 3 x1 2,75 f (3) 0 a2 2,5 2 f (2,75) 0 b 2,75 2 f (2,5) 0 x (2,5;2,625) 2,5 2,75 x2 2,625 f (2,625) 0 a3 2,5 2 f (2,75) 0 b 2,625 3 Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS I – Método da bissecção. Algoritmo: Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Seja f(x) contínua em [a,b]/f(a)f(b)<0. 1)Dados iniciais: a) Intervalo [a,b] b) precisão 2) Se (b-a)<, então escolha para x qualquer x X[a,b]. Fim. 3) K=1 4) M=F(a) 5)x=(a+b)/2 6)Se M.f(x)>0, faça a=x. vá para passo 8. 7) b=x 8) Se (b-a)<, escolha x qualquer X[a,b]. FIM. 9) K=K+1. Volte para o passo 5. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS I – Método da bissecção. Condições de parada Se os valores fossem exatos ● f(x) = 0 ● (b k– ak)= 0 Caso contrário ●|f(x)| ● |(bk – ak)| Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS I – Método da bissecção. Estimativa do número de iterações Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS • Dada a precisão e o intervalo [a,b] a estimativa do número de iterações é obtido como se segue: bk 1 ak 1 b0 a0 bk ak k 2 2 • Deve-se obter o valor de k tal que: bk ak b0 a0 b0 a0 k 2 k 2 k log 2 log( b0 a0 ) log log( b0 a0 ) log k log( 2) Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS I – Método da bissecção. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Observações finais: • Se f(x) é contínua no intervalo [a,b] e f(a).f(b)<0 este método vai gerar uma sequência {xk} que converge para a raiz. É sempre possível obter um intervalo que contém a raiz da equação em estudo, sendo que o comprimentos deste intervalo final satisfaz a precisão requerida. • As iterações não envolvem cálculos laboriosos. A amplitude de cada intervalo gerado é a metade da amplitude do intervalo anterior; Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS I – Método da bissecção. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Observações finais: • A convergência é muito lenta pois o intervalo inicial é tal que b0-a0>> e se for muito pequeno, o número de iterações tende a ser muito grande como por exemplo: b0 a0 3 k 24 . 8 k 25 . 7 10 • O algoritmo apresentado pode incluir também o teste de parada com o módulo da função e o número máximo de iterações. Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS Cálculo IV – ZEROS DAS FUNÇÕES REAIS