Observação das características fenotípicas e genotípicas de pacientes com Síndrome de Turner acompanhadas nos ambulatórios de Endocrinologia Pediátrica e Genética Clínica do Hospital Regional da Asa Sul e no ambulatório de Genética Clinica do Hospital de Base do Distrito Federal Leatrisse Oba Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Pediatria do Hospital Regional da Asa Sul,DF como requisito parcial para conclusão da Especialização em Pediatria. Orientadora: Maristela Estevão Barbosa www.paulomargotto.com.br 31/10/2008 INTRODUÇÃO - HISTÓRICO 1938: Henry H. Turner - síndrome de Turner (ST) infantilismo sexual, pescoço alado e cúbito valgo. Posteriormente: ↑ da excreção de gonadotrofinas hipofisárias e gônadas vestigiais nestas pacientes. 1959: Ford et al. base cromossômica => cariótipo 45,X. - Kavoussi SK, Christman GM and Smith YR. Healthcare for Adolescents with Turner Syndrome. J Pediatr Adolesc Gynecol 2006;19: 257-265. - Maciel-Guerra AT e Guerra Júnior G. Menino ou Menina? Os distúrbios da diferenciação do sexo. Capítulos 12.1 – Síndrome de Turner. 1ª edição. 2002; 276-289. ST - INTRODUÇÃO Combinação de padrões fenotípicos característicos Presença de um cromossomo X normal e ausência total ou parcial do segundo cromossomo sexual X Monossomia do X é a única monossomia cromossômica compatível com a vida A ST é a alteração genética mais comum em mulher - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. - Bondy CA. Turner´s Syndrome and X Chromosome-Based Differences in Disease Susceptibility. Gender Medicine 2006;3 (1): 18-30. INTRODUÇÃO – CITOGENÉTICA O cariótipo clássico: 45,X Alteração estrutural no segundo cromossomo X Deleção parcial do cromossomo X [del(X)] Isocromossomo (i) - cariótipo 46,X,i(Xq) Cromossomo em anel (r) - cariótipo 46,X,r(X) Presença de mosaicismo - duas ou mais linhagens celulares presentes (Figura 1) O cromossomo Y fragmentado ou normal pode estar presente Gene SHOX (bialéico) => baixa estatura e anomalias esqueléticas - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. - Bondy CA. Turner´s Syndrome and X Chromosome-Based Differences in Disease Susceptibility. Gender Medicine 2006;3 (1): 18-30. INTRODUÇÃO – CITOGENÉTICA FIGURA 1 (Modificado de: http://turners.nichd.nih.gov/publications.html) – Demonstração de cromossomo X normal; com presença de perda do braço curto e duplicação do braço longo – isso Xq; presença de deleção de parte de um cromossomo X - p. ex. delXp11.2 e delXq13; e cromossomo em anel, onde um único cromossomo sofre duas quebras e as sua porções finais se unem – rX. INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA À concepção: 3% → 99% - abortos espontâneos até o 2° trimestre Prevalência 1:2500 meninas nascidas vivas 10% dos abortos do 1°Trimestre Há discrepância entre o n° absoluto de mulheres com ST e o n° de casos conhecidos 1. - Kavoussi SK, Christman GM and Smith YR. Healthcare for Adolescents with Turner Syndrome. J Pediatr Adolesc Gynecol 2006;19: 257-265. 2. - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. - Stratakis CA and Rennert OM. Turner Syndrome – An Update. The Endocrinologist. 2005;15: 27-36. 3. INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA Cariótipo % % 45,X 46,X, i(Xq) 45,X/46,XX e 45,X/47,X 45,X/46,X,r(X) 45,X,46XY 46,XXq- e 45,X/46,XXqOutros mosaicismos/translocações 55 17 14 5 5 2 2 52 17 17 4 4 2 4 TABELA 1 (modificado de Constantine A. Stratakis and Owen M. Rennert, 2005) – Sumaáio dos achados citogenéticos em 257 pacientes de dois Estudos. 3% diagnóstico pré-natal 20% ao nascimento(linfedema) 43% - infância (BE ou dificuldades auditivas ou de aprendizado) 30% - adolescência (atraso puberal e/ou BE) 3% - >18 anos de idade amenorréia 2ária/infertilidade 1. - Stratakis CA and Rennert OM. Turner Syndrome – An Update. The Endocrinologist. 2005;15: 27-36. 2. - Bondy CA. Turner´s Syndrome and X Chromosome-Based Differences in Disease Susceptibility. Gender Medicine 2006;3 (1): 18-30. MORBIDADE E MORTALIDADE Malformações congênitas cardíacas Doença cardíaca isquêmica Aterosclerose Hipertensão DM 1 e 2; Hipotireoidismo Doenças vasculares cerebrais Cirrose hepática Osteoporose e fraturas ósseas 1. - Gravholt CH. Epidemiology of Turner syndrome. The Lancet. 2008;9:193-195. MORBIDADE E MORTALIDADE Risco aumentado de câncer Gonadoblastoma Meningioma Tumores cerebrais da infância 1. - Schoemaker MJ, Swerdlow AJ, Higgins CD, Wright AF and Jacobs PA. Cancer incidence in women with Turner syndrome in Great Britain: a national cohort study Lancet Oncol. 2008;9:239-246. DIAGNÓSTICO Fenótipo feminino + BE e/ou atraso puberal e amenorréia 1ária ou 2ária ou infertilidade Confirmação com cariótipo com sangue periférico (metáfase) A avaliação do cariótipo em pelo menos 30 células→ pelo menos 10% de mosaicismo Estudo molecular – FISH , amplificação de DNA - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. - Morgan T. Turner Syndrome: Diagnosis and Management. Am Fam Physician. 2007;76: 405-410. - Bondy CA. New Issues in the Diagnosis and Management of Turner Syndrome. Reviews in Endocrine & Metabolic Disorders. 2005;6: 269-280. - Guedes AD, Verreschi ITN, Grupo de Discussão em Síndrome de Turner (Apêndice A). Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Sociedade Brasileira de Genética Clínica. Síndrome de Turner: Diagnóstico e Tratamento. Projeto Diretrizes – Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. 2006;1-12. ASPECTOS CLÍNICOS BE, atraso puberal e amenorréia 1ária ou 2ária são as principais características clínicas Várias alterações fenotípicas estão presentes nesta síndrome e vários órgãos podem ser acometidos Cardiovascular, renal Endócrino, reprodutivo e GI Esquelético e cutâneo Neurológico e auditivo 1. 2. - Kavoussi SK, Christman GM and Smith YR. Healthcare for Adolescents with Turner Syndrome. J Pediatr Adolesc Gynecol 2006;19: 257-265. - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. Características fenotípicas encontradas nas pacientes com ST BE (100%), com velocidade de Falência gonadal primária, gônada crescimento < P10 para a idade em fita (96%), ↑ dos níveis de FSH Micrognatia (60%) Baixa implantação de cabelos (42%) Palato em ogiva (38%) Linfedema em mãos e pés (22%) Pescoço curto (40%) Displasias ungueais (13%) Quarto metacarpo encurtado (37%) Cúbito valgo (47%) Genu valgo (35%) Pescoço alado (25%) Múltiplos nevus pigmentares (26%) Alterações anatômicas renais, rim em ferradura (40%) Tireoidite de Hashimoto, hiper ou hipotiereoidismo (44%) Baixa implantação/rotação de orelha Pregas epicênticas; ptose palpebral; (30 a 50%) estrabismo Otite de repetição (até 60%)/ crônica Mamilos invertidos e/ou Deformidade óssea – escoliose; hipoplásicos cifose; osso em Madelung Obstrução linfática (no útero) Hipertelorismo mamário, mamilos hipoplásicos ou invertidos; tórax alargado, em escudo ou escavado TABELA 2 – Principais alteracões fenotípicas, malformações e doenças que podem estar associadas à ST, com sua freqüência de aparecimento nesta síndrome. (Stratakis et al, 2005) FIGURA 2 (modificado de Constantine A. Stratakis and Owen M. Rennert, 2005) – O diagrama mostra as alterações fenotípicas na ST: (1) baixa estatura; (2) malformações cranianas; micrognatia, palato em ogiva; (3) pescoço curto; baixa implantação, orelhas rodadas; (5) pescoço alado (25%), implantação baixa de cabelos; (6) múltiplos nevus pigmentados; (7) mamilos hipoplásicos e/ou invertidos; (8) quarto metacarpo curto; (9) cúbito valgo; (10) obstrução lintática (no útero); (11) edema de mãos e pés; , finas e frágeis; (13) alterações anatômicas renais, rins em ferradura; (14) falência gonadal primária, gônadas em fita; (15) tireoidite de Hashimoto, hipotireoidismo; e (167) genu valgo. (A) paciente com ST, (B) paciente com síndrome de Noonan e (C) discondrosteose de Léri-Weill – mostrando que pacientes com ST podem ter poucas alterações fenotípicas em comparação com outras síndromes; (D) e (E) – pacientes com ST com baixa estatura e características femininas, e em (F), também com BE, porém com algumas caracterísitcas androgênicas ( paciente com mosaicismo, apresentando cromossomo Y em uma das linhagens); (G) e (H), micrognatia e (I) implantação baixa de cabelos, presente nas 3 pacientes; (J), (K) e (L) mostram edema de extremidades em pacientes com ST, ao nascimento (J) ou mais tarde na infância (K) e (L); pacientes com síndrome de Léri-Weill e ST podem ter deformidade óssea em baionete ou de Madelung do antebraço tanto clinicamente (M) como ao raio-X (N). (O) slide da coleção pessoal do Dr. H. Turner, mostrando paciente com ST tratada com estrogênio, com feminização completa, porém com pouca alteração da estatura final. ASPECTOS CLÍNICOS FIGURA 3 (Retirado de Carolyn A. Bondy, 2008) – Higroma cístico fetal e pescoço alado, achado pós-natal, na ST. A ecografia fetal mostra higromas nucais bilaterais (setas, foto à esquerda). ASPECTOS CLÍNICOS - BE A BE pode ser identificada em fases distintas CIUR VC normal ou próximo do normal até dois a três anos declínio progressivo da VC: 3-14 anos ausência do estirão ou puberdade interrompida Altura final média de 20cm menor que a população em geral e que sua altura alvo Em geral, não há deficiência de GH 1. - Maciel-Guerra AT e Guerra Júnior G. Menino ou Menina? Os distúrbios da diferenciação do sexo. Capítulos 12.1 – Síndrome de Turner. 1ª edição. 2002; 276-289. ASPECTOS CLÍNICOS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES Afetam cerca de 50% das pacientes com ST Alongamento do arco aórtico: 50% Coarctação de aorta (14-34%) e VAB (7-14%) Dilatação e dissecção da aorta ECG: alterações de condução e repolarização Doença isquêmica cardíaca (↑2x) HAS (23 a 40%) - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. - Loscalzo ML, Van PL, Ho VB, Bakalov VK, Rosing DR, Malone CA, Dietz HC and Bondy CA. Association Between Fetal Lymphedema and Congenital Cardiovascular Defects in Turner Syndrome. Pediatrics. 2005;115: 732-735. - Bondy CA. Congenital Cardiovascular Disease in Turner Syndrome Congenit Heart Dis. 2008;3: 2-15. Ho VB, Bakalov VK, Cooley M, Van PL, Hood MN, Burklow TR and - - Bondy CA. Major Vascular Anomalies in Turner Syndrome: Prevalence and Magnetic Resonance Angiographic Features. Circulation. 2004;110: 1694-1700. FIGURA 4 (Modificado de Carolyn A. Bondy, 2008) – Alterações vasculares múltiplas em uma mulher com ST. AngioRNM mostra um arco transverso alongado da aorta (Painel A),origem anômala da artéria subclávia direita (B) e veia cava inferior persistente (C e D). A seta maior em A indica a extensão do alongamento, e a seta menor, uma “pseudo-coarctação”. As veias cava inferior e direita estão indicadas pelas setas no corte coronal (C) e transversal (D). FIGURA 5 (Modificado de 22 Ângela E.Lin and Michael Silberbach, 2007) – Imagem de RNM com uso de contraste, da aorta torácica e abdominal em uma pacientede 17 anos de idade com ST. A aorta ascendente (AAo) está dilatada, e a aorta transversa (TAo) está alongada. Há um grande aneurisma da artéria subclávia esquerda (LSA). Observa-se uma coarctação aórtica (COA) leve e a aorta descendente (DAo) e a abdominal (AbAo) estão dilatadas. ASPECTOS CLÍNICOS ALTERAÇÕES RENAIS 30-40% dos pacientes com ST Risco ↑ de hipertensão, ITU e hidronefrose INTOLERÂNCIA À GLICOSE (50% - + de 20 anos) ALTERAÇOES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS DENSIDADE ÓSSEA; ALTERAÇÕES ENZIMÁTICAS ALTERAÇÕES OFTALMOLÓGICAS;ORTODÔNTICAS;PELE 1. - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. ASPECTOS CLÍNICOS FIGURA 6 (Fotos retiradas de 37 H. Puusepp et al, 2008) – A: Mãos da paciente. A deformidade de Madelung envolve uma alteração do desenvolvimento do punho e do antebraço. B: Um raio-X de mãos e cotovelos indicando uma deformidade de Madelung – hipoplasia da parte distal da ulna e processo estilóide, falanges distais curtas de ambos os polegares,e deslocamento da parte distal da ulna. ASPECTOS CLÍNICOS DISGENESIA GONADAL ausência ou atraso no desenvolvimento da puberdade→ infertilidade e falência ovariana pode estar presente em 80-95% a falência gonadal: níveis ↑ de LH e FSH, e na baixa concentração de estradiol plasmático; além da amenorréia observada clinicamente - Maciel-Guerra AT e Guerra Júnior G. Menino ou Menina? Os distúrbios da diferenciação do sexo. Capítulos 12.1 – Síndrome de Turner. 1ª edição. 2002; 276-289. - Fechner PY, Davenport ML, Qualy RL, Ross JL, Gunther DF, Eugster EA, Huseman C, Zagar AJ and Quigley CA. Differences in Follicle-Stimulating Hormone Secretion between 45,X Monosomy Turner Syndrome and 45,X/46,XX Mosaicism Are Evident at an Early Age. J Clin Endocrinol Metab. 2006;91: 4896-4902. - Corrigan EC, Nelson LN, Bakalov VK, Yanovsky JA, Vanderhoof VH, Yanoff LB and Bondy CA. Effects of ovarian failure and X-chromosome deletion on body composition and insulin sensitivity in young women. Menopause. 2206;13 (6): 911-916. ASPECTOS CLÍNICOS DÉFICIT AUDITIVO: 50% – neurossensorial - 60% OTITE MÉDIA - de repetição (até 60%) DOENÇAS AUTO-IMUNES E/OU INFLAMATÓRIAS Hipotireoidismo (24%), hipertireoidismo (2,5%) Doença de Chron,retocolite ulcerativa Doença celíaca SOPREPESO, HIPERCOLESTEROLEMIA - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. . - Stratakis CA and Rennert OM. Turner Syndrome – An Update. The Endocrinologist. 2005;15: 27-36 - Morimoto N, Tanaka, Taiji H, Horikawa R, Naiki Y, Morimoto Y and Kawashiro N. Hearing Loss in Turner Syndrome. J Pediatr. 2006;149: 697-701. Aspecto Psicossocial e DNPM A maioria => inteligência normal Pode ocorrer RM Prejuízo seletivo nas habilidades não-verbais: matemática (aritmética e geometria) déficit na organização visual-espacial dificuldade na cognição social função motora e atenção (24%) Risco ↑ de isolamento social, imaturidade, baixa auto-estima, depressão e distúrbios relacionados à ansiedade 1. - Bondy CA. Clinical Practice Guideline – Care of Girls and Women with Turner Syndrome: A Guideline of the Turner Syndrome Study Group J. Clin Endocrinol Metab 2007;92: 10-25. OBJETIVOS Gerais I. Revisão da literatura sobre as características fenotípicas e genotípicas na ST II. Descrever as anormalidades fenotípicas encontradas nestes pacientes com síndrome de Turner OBJETIVOS III. Reavaliar as anormalidades cromossômicas sexuais envolvidas na ST (e em quais pacientes estão recomendados avaliar se material cromossômico-Y) IV. Relatar quais os exames que são solicitados para investigação diagnóstica V. Prover dados atualizados para a avaliação e tratamento de meninas e mulheres com a ST OBJETIVOS Específicos a) Verificar a prevalência fenotípica e cromossômica b) Verificar quais as doenças associadas à síndrome c) Mostrar os objetivos de tratamento de meninas com ST e os respectivos méritos do hormônio do crescimento, esteróides e estrógeno para promover o crescimento e “feminização” desses pacientes d) Sugerir recomendações de acompanhamento, investigação e tratamento para estas pacientes, avaliadas neste serviço MATERIAIS E MÉTODOS Local do Estudo Delineamento do Estudo Revisão da literatura – 2001 a 2008 Retrospectivo, descritivo Critérios de inclusão e exclusão Análise dos Dados Freqüência e porcentagem Aspectos Éticos Normas Adotadas Referências: foram adaptadas do International Committee of Medical Journals Editors (Vancouver) RESULTADOS E DISCUSSÃO Cariotipo Freq. Percent 45,X 46,XX/45,X 46,X, iso Xq 45,X/46,X, iso Xq 45,X/46,XY 46,X del (X) (q24) 46,XrX/45,X 45,X/47,XXX 46,XX del(X) (q26 q ter)/45,X 46,XX del (X) (q23 q ter)/45,X 45,X/46,XY del (Y) (q11a23 q ter) 46,XX/46,XX del (Xq)/45,X 3 16 11 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 6.82 36.36 25 6.82 4.55 4.55 2.27 2.27 2.27 2.27 2.27 2.27 2.27 TOTAL 44 100 Cariotipo 45,X 45,X/46,XY 45,X/47,XXX 46,X, iso Xq 46,XX del(X) (q26 q ter)/45,X 46,XX/46,XX del (Xq)/45,X 45,X/46,X, iso Xq 45,X/46,XY del (Y) (q11a23 q ter) 46,X del (X) (q24) 46,XX del (X) (q23 q ter)/45,X 46,XX/45,X 46,XrX/45,X TABELA 3- Freqüência e tipos de cariótipos encontrados ns amostra GRÁFICO 3– Gráfico contendo os cariótipos encontrados nas 41 pacientes com ST avaliadas RESULTADOS Idade (por faixa etária) ao diagnóstico 0 – 28ddv 29 ddv – 12 meses de idade 1 ano - < 9 anos de idade 9 anos – 13 anos de idade > 13 anos de idade – 18 anos de idade > 18 anos de idade Freqüência Percentagem Percentagem (n) (%) (Literatura) 5 3 9 12 10 2 12,19 7,32 21,95 29,27 24,39 4,88 20% 43% 30% 3% TOTAL 41 100 TABELA 4– Tabela mostrando a freqüência e a proporção da ST, dividida por faixa etária ao diagnóstico. RESULTADOS Freqüência Percentagem Alterações Renais (n) (%) Coarctação de aorta 6 46,15 Duplicação do sistema coletor Persistência da VCSE 1 7,69 VAB 1 7,69 Dilatação pielocalicial – unilateral CIV 1 7,69 Dilatação pielocalicial - bilateral PCA 1 7,69 Rins em ferradura CIA com estenose supra-valvar 1 7,69 Hidronefrose – unilateral pulmonar Hidronefrose bilateral FOP 1 7,69 Refluxo vésico-ureteral grau 2 Prolapso da valva mitral 1 7,69 Cardiopatia TOTAL 13 TABELA 5 – Tabela demonstrando as alterações cardiovasculares encontradas no grupo de pacientes com ST, além da freqüência e proporção de cada anomalia. 31,7% cardiopatia 17,1% alterações renais Total de pacientes com alterações 100 renais Freqüência Percentagem (n) (%) 1 14,29 1 1 1 1 1 1 14,29 14,29 14,29 14,29 14,29 14,29 7 100 TABELA 6 – Alterações renais encontradas no grupo de pacientes com ST, com a freqüência e proporção de cada anomalia. RESULTADOS Alterações do crescimento esquelético Pescoço curto Palato alto Membros curtos Braquidactilia Alterações de ossos das mãos Alterações de ossos dos pés Cúbito valgo Alteração/assimetria torácica 4º MTC curto Escoliose/ cifoescoliose/lordose Deformação de Madelung Micrognatia Hemivértebra Outros Número total de pacientes com ST Freqüência Percentagem (n) (%) 20 48,78 14 34,15 9 21,95 11 26,83 12 29,27 8 19,51 9 21,95 8 19,51 4 9,76 5 12,19 2 4,88 2 4,88 2 4,88 8 9,76 41 100 TABELA 7 – Tabela demonstrando as alterações do desenvolvimento esquelético que podem ocorrer na ST. Características clínicas encontradas em pacientes com ST Baixa implantação de cabelos ou em tridente Baixa implantação ou rotação de orelhas Má-formação de orelha ou conduto Alterações do nariz Pescoço alado Hipertelorismo mamário Nevus ou manchas hipercrômicas Alteração de prega palmar Edema de mãos Edema de pés Hipoplasia de unhas Hiperconvexidade de unhas Implantação profunda de unhas Alteração dentária Dificuldade no aprendizado/ déficit de atenção/dificuldade aritmética Hipertricose Alterações oftálmicas externas Outros achados Número total de pacientes com ST Freqüência Percentagem (n) (%) 21 51,22 12 29,27 5 12,19 14 34,15 13 31,71 15 36,58 10 24,39 13 31,71 3 7,32 8 19,51 5 12,19 4 9,76 6 14,63 8 19,51 7 17,10 6 7 8 41 14,63 17,10 19,51 100 TABELA 8 - Tabela mostrando as carcterísitcas clínicas encontradas nas 41 pacientes com ST. RECOMENDAÇÕES Se suspeita diagnóstica → solicitação de cariótipo Acompanhamento multidisciplinar Solicitação de pesquisa do cromossomo Y Pacientes que apresentarem genitália virilizada ao nascimento ou que apresentem virilização (cliteromegalia, sudorese excessiva, hirsutismo) Pacientes com fragmento cromossômico não identificado no cariótipo Pacientes com gonadoblastoma Gonadectomia profilática quando presença do cromossomo RECOMENDAÇÕES Avaliação Cardiológica Exame semiológico completo Ecocardiograma com avaliação de aorta Se alteração cardíaca presente -> encaminhar para cardiopediatria. Ecocárdio de controle a cada 2 anos Sem alteração cardíaca -> ecocárdio de controle a cada 3 a 5 anos Se for possível, solicitar RNM para melhor avaliação de possíveis anomalias cardíacas RECOMENDAÇÕES Avaliação Nefrológica Ecografia de vias urinárias Se alteração urinária presente -> encaminhar para a Nefropediatria Avaliação tireoideana TSH/T4 ao diagnóstico e depois anual Se em uso de GH, semestral RECOMENDAÇÕES Avaliação Oftalmológica Ao diagnóstico ou ao entrar na escola Na seqüência, se alteração ou queixas Avaliação Audiométrica Ao diagnóstico ou ao entrar na escola Na seqüência, se OMA de repetição ou queixa de perda auditiva Avaliação Ginecológica Ecografia pélvica ao diagnóstico Exame ginecológico em pacientes maiores que 15 anos RECOMENDAÇÕES Raio-X de idade óssea Anual ou semestral, se em uso de GH Densitometria óssea Ao diagnóstico e pelo menos 1x após início do uso de GH Teste de Tolerância Oral à Glicose Avaliar necessidade, em cada caso Exames Solicitar glicemia de jejum, perfil lipídico de jejum, função hepática, EAS pelo menos anualmente RECOMENDAÇÕES Tratamento da Baixa Estatura Objetivos: obter assim que possível uma altura normal para a idade , puberdade na idade adequada, altura adulta normal Meninas com ST geralmente têm um padrão de secreção de GH normal Terapia com GH Estatura <P3 do gráfico normal de crescimento e/ou desvio do canal, independente da idade cronológica # Quando suspender Se VC < 2,5 cm/ano GRÁFICO 1 (obtido do PuMed.com ) - mostram as curvas de crescimento específicas para as pacientes com ST (em roxo), sobre o gráfico de crescimento normal (em vermelho) . GRÁFICO 2 - Altura média (mais 2 desvios) em diferentes idades de dados publicados de pacientes com ST (linhas tracejadas mais fortemente) colocada no gráfico de crescimento para meninas normais (linhas mais fracas) GRÁFICO 1 (obtido do PuMed.com ) - mostram as curvas de crescimento específicas para as pacientes com ST (em roxo), sobre o gráfico de crescimento normal (em vermelho) . RECOMENDAÇÕES Terapia com Estrogênicos Idade mínima de 12-13ª (IO > 12 anos) Aumento progressivo da dose do estrógeno Após crescimento completo, trocar por ACO 95% das ♀s com ST evoluirão com falência ovariana prematura → terapia com estrógeno exógeno → induzir a puberdade + manter a feminização e massa óssea adequada na vida adulta Associação do progestágeno pelo menos dois anos após o início do estrógeno ou até sangramento inicial ocorrer → desenvolvimento mamário e uterino normal RECOMENDAÇÕES Reconsultas: trimestrais Medir estatura e segmentos Exame físico Verificação de PA Exames Laboratoriais - Trimestrais # Se em uso de GH: glicemia, frutosamina, HC, EAS # Se em uso de oxandrolona: TGO, TGP, lipídios, colesterol, triglicerídeos, FAL RECOMENDAÇÕES - Semestrais # Se em uso de GH: T4, TSH e IO # EPF - Anual # T4 e TSH se não estiver usando GH # IO - Acompanhamento adequado na vida adulta - Investigar riscos para morbidades potenciais - Manutenção da densidade óssea e prevenção de osteoporose DISCUSSÃO E CONCLUSÃO A menor prevalência do caríotipo 45,X nas pacientes avaliadas em relação ao descrito na literatura pode ser explicada pelo maior número de metáfases analisadas, identificando, deste modo, mais mosaicismo; ou amostra <. Observou-se que o diagnóstico não tem ocorrido precocemente O acompanhamento de mulheres com ST não tem sido adequado DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Alterações cardiovasculares X importância da realização de exames complementares (ecocardiograma e RNM) para detecção precoce de possíveis anormalidades O acompanhamento regular da pressão arterial é de grande importância para detecção de HAS O crescimento prossegue com a introdução gradual do estradiol Não retardar o desenvolvimento puberal para se tentar obter um ganho maior na estatura final DISCUSSÃO E CONCLUSÃO O atraso puberal acarretar impacto psicossocial negativo falência ovariana precoce interferência na aquisição de massa óssea Acompanhamento multidisciplinar é de suma importância para o seguimento e melhor tratamento dessas pacientes A falta de seguimento prospectivo não permite avaliarmos as co-morbidades que não estão associadas ao déficit de crescimento