1. DESIGN DE SUPERFÍCIE
De acordo com André Villas-Boas, autor do
livro O que é [e o que nunca foi] design
gráfico, 2007, o design de superfície é uma
categoria recente, apesar do
desenvolvimento dos trabalhos na área já
ser realizado há bastante tempo.
Ele abrange projetos que se configurem no
tratamento das superfícies, através de
composições que envolvam cores e formas.
ARQUITETURA - DECORAÇÃO CONSTRUÇÃO
Exemplo de design de superfície aplicado na arquitetura. A partir de uma
composição para Rapport, um estudo 3D foi realizado e executado.
O Design de Superfície é
bastante aplicado no setor
Têxtil. E a Estamparia, uma
das modalidades deste
setor que consiste na
impressão de estampas
em tecidos, é trabalhada
pelo designer, o qual se
ocupa pela criação dos
desenhos adequados aos
processos técnicos de
estampagem.
Porque hoje
o designer
gráfico ocupa
lugar
privilegiado
como criador
de estampas
e não o
designer de
moda?
Há vários tipos de projetos e
possibilidades os quais pode
ser pensado pelo Design
Gráfico aplicado às
superfícies, que se prepara
mais durante a graduação nas
linguagens visuais, gestalt,
repetição, teoria das cores e
identidades visuais. O
designer gráfico pode
trabalhar na área da moda a
partir de seu desempenho
interdisciplinar com o Design
de Superfície.
O designer de
moda que deseja
atuar com
estamparia pode
se especializar
nessa área.
Especialista:
pessoa que sabe cada vez
mais, de menos.
Estampa
A estamparia, impressão no
tecido, ou o ato de
estampar no lado direito do
tecido, pode ser modular,
com a repetição do módulo
ao longo da superfície do
tecido, ou representar um
desenho único (estampa
localizada), como uma
cena. A palavra estamparia
é proveniente da língua
inglesa printwork (trabalho
pintado) (CHATAIGNIER,
2006).
Estampa Rayssan, padrão
indigena que identifica famílias
A estampa torna os
tecidos mais
atraentes e originais,
desperta o desejo de
consumo em quem
se identifica com o
conceito e símbolo
traduzidos pelas suas
composições
gráficas.
Para realizá-las, o designer precisa passar por diversas
etapas metodológicas: pesquisa de cores, formas, tema,
conceito, materiais, tendências, público consumidor,
processos produtivos e mercadológicos.
Criação
No mercado, há um excesso de profissionais
altamente hábeis em informática e poucos
que sabem lidar com ferramentas manuais e
criativas. Dessa forma, diversas empresas já
perceberam que o desenvolvimento da
criatividade e o conhecimento básico de
diferentes meios manuais, que incluem o
desenho, são elementos que diferenciam os
designers criativos, daqueles que somente
dominam meios digitais.
OU SEJA, SABER
USAR O SOFTWARE
É NECESSÁRIO, MAS
NÃO BASTA.
PESQUISE,
DESENHE À MÃO,
EXPERIMENTE,
FAÇA COLAGENS,
CARIMBOS,
ESTÊNCILS.
Um processo criativo para estampas.
O designer
Alexandre
Gijon costuma
bater fotos da
natureza, e a
partir dessas
fotos estuda
possibilidades
de
composições.
2. PROCESSO DE
ESTAMPAGEM
Estampagem se refere a
um conjunto de operações
executadas na matériaprima bruta, de forma que
geralmente se obtém, ao
final do processo, um
produto acabado em
termos de forma e
dimensões.
Desenhando a Superfície | Renata
Rubim | Edições Rosari
Apresenta o design de superfície,
abordando conceitos e aplicações.
As operações são
executadas geralmente
com auxílio de
ferramentas, instaladas em
prensas. Estampagem é
um processo de fabricação
realizado a frio, no qual
uma chapa é colocada
sobre uma matriz e
submetida a uma força de
um punção, de maneira a
adquirir a forma
geométrica ou orgânica da
matriz.
Diseño de Estampados – de la idea al print
final | Parramón Ediciones
Aborda passo-a-passo o processo de
criação de estampas ilustrado com diversos
exemplos de padronagens.
As estampas podem ser
aplicadas sobre a superfície
dos tecidos como
trabalhadas em sua própria
estrutura. Dos diferentes
métodos de estamparia a
técnica de uso de blocos de
madeira é a mais antiga,
mais tarde surgiram às
estampas utilizando telas de
stêncil e os rolos de cobre
gravados.
Estampa produzida com stêncil.
O processo criativo do designer gráfico na elaboração de
estampas para uma coleção de moda.
Calderón, Gracia Casaretto; Bacharel em Design Gráfico;
Universidade Federal de Pelotas
Estamparia
Manual
A mais comum
é a serigrafia de
quadro quantas cores
desejar, de
acordo com
quanto quer
investir.
Grandes costureiros, que
criam estampas
elaboradíssimas, com 20
cores ou mais, para
fabricar meia dúzia de
vestidos, que serão
vendidos pelos “olhosda-cara” para umas
poucas abonadas,
também usam estas
mesas na Europa
Esse vestido da
Gucci custa a
bagatela de
$ 2.299,00 no site
neimanmarcus.com
Estamparia
Industrial
mecanizada
quadro ou
cilindros 8 a
12 cores
Estamparia Digital (Plotters - policromia - infinitas
possibilidades sem passar pelo processo de
separação de cores, impressão ou confecção de
matrizes, a arte sai direto do computador)
3.
RAPPORT
3. RAPPORT
RAPPORT, palavra
francesa traduzida para
o inglês como REPEAT,
que por sua vez, em
português que dizer
REPETIR - REPETIÇÃO.
• Ou seja, Rapport é o sistema de repetição de
módulos de estamparia para impressão
corrida.
• No Brasil também é conhecido como
ATACADURA.
• MÓDULO: a unidade de design a ser repetida,
veremos mais adiante.
• O rapport é padrão
mínimo da estrutura
do desenho que se
repetirá por toda a
extensão do tecido,
sua arte é criada
para que não seja
percebida a emenda
entre uma batida e a
outra, e também de
forma que o desenho
se complemente.
Ou seja, Rapport é uma arte
que precisa se encaixar para
se repetir infinitamente, sem
que percebamos as emendas
na arte.
É estudo para repetição do
desenho formando padrões.
Parece, um
verdadeiro
quebra-cabeça
NÃO ENTENDEU, A GENTE REFORÇA:
• Rapport é a estamparia contínua, feita através de repetição de
padrões gráficos em larga escala, desenhos que tem encaixe do seu
ponto inicial com o ponto final.
• Técnica que permite a criação de peças idênticas em série.
• Design de superfície, padrão (patterns).
• Simples para realização de repetições e encaixes geométricos, ou
orgânicos e totalmente ilustradas, complexas para a realização de
repetições e encaixes.
• O SEGREDO: CRUZ DE ACERTO.
• Falamos em padrões, patterns, quando você
cria a arte para um rapport, em uma área
quadrada, que se encaixa nos quatro lados,
você pode criar um pattern (padrão) de
preenchimento no photoshop, e pode assim,
pintar superfícies de seus desenhos, com
texturas.
VAMOS VER ALGUNS EXEMPLOS:
Quando você
não faz
encaixes do
ponto inicial
com o ponto
inicial, você
tem um falso
rapport.
• Como nós vamos
realizar alguns rapports
simples no Corel Draw,
vamos falar mais sobre
Rapport e sua ligação
com os fundamentos
do Design gráfico,
vamos relembrar um
pouco da Gestalt e
Sintaxe da Linguagem
Visual.
• Se ainda não leram esses
dois livros, podem colocar
no topo das prioridades de
leitura pós farmatura.
• Composição: a maneira como se dá a
composição dos elementos sobre o fundo é de
acordo com o pressuposto de que a "superfície",
apesar de plana, deverá ou poderá ser
observada de vários pontos. Isto é, uma pintura
exposta numa parede será vista pelo observador
colocado a sua frente sempre na mesma posição,
já a pintura realizada sobre um tecido com a
finalidade de revestir, terá sua composição
alterada, pois acompanhará as formas
tridimensionais que estará envolvendo. Os
motivos deverão se desenvolver sem direção ou
posição determinada para que possam ser vistos
de cabeça para baixo ou para cima sem perder
seu valor visual;
• Repetição: além dos elementos conhecidos da
linguagem visual como o ponto, a linha, a
forma, textura, cor, direção, etc., o designer de
padrões contínuos precisa ter o domínio e
controle do elemento de repetição, que é o
"módulo"
REPETIÇÃO: corresponde às conexões visuais
ininterruptas que têm importância especial em
qualquer manifestação visual unificada.
• É um pré requisito importante ao designer a
compreensão da repetição, ou seja, como uma
unidade pequena pode se repetir para gerar
uma padronagem. Muitas vezes na repetição
do módulo surgem diferenças visuais
inesperadas. OP ART.
Fundo e contraste
• Preocupe-se com eles pois os resultados
podem diferir.
• Utilidade:o processo de criação voltado para o
Design deve criar algo utilitário, isto é, que
possua um fim em si. Este fator predetermina
algumas exigências técnicas de produção e
definição da imagem relativas a estilo,
aplicação e perfil do consumidor;
• Conhecimento técnico: abrange o
conhecimento dos processos industriais, as
matérias primas e o mercado que deseja
atingir.
A repetição possui três elementos básicos:
• A unidade ou "módulo";
• O sistema de repetição ("repeat",em inglês, e "rapport"
em francês);
• O encaixe ou layout.
MÓDULO
Módulo ou unidade, como o nome diz,
é a unidade da padronagem. Tem
representada dentro de si todos
elementos do desenho organizados
dentro de uma estrutura preestabelecida, de maneira
que, quando colocados lado a lado umas das outras,
formam um padrão contínuo.
SISTEMA
• Chama-se "Sistema" a maneira
pela qual um módulo vai se
repetir. Esta definição é dada
pelo designer e faz parte
integrante de sua criação, pois
variando o sistema varia a
estampa, o efeito ótico pode
ser completamente diferente.
• Basicamente existem dois tipos
de sistemas pelos quais um
módulo pode ser repetido
dentro do processo industrial:
• Sistema alinhado (FULL
DROP): quando as unidades
são posicionadas lado a lado
e uma sobre as outras,
seguindo uma grade com
linhas horizontais e verticais.
Sistema não-alinhado (HALF
DROP): quando mantém um
alinhamento (vertical ou
horizontal) e muda o outro,
alterando o ângulo ou
espaçamento)
ENCAIXE
• É o estudo feito prevendo os pontos de encontros
das formas entre um módulo e outro de maneira
que , quando encaixados seguindo o sistema
determinado, forma o desenho criado pelo
designer. A apresentação do encaixe deve conter,
no mínimo, uma unidade completa (
normalmente se apresenta quatro unidades) com
informações suficientes dos pontos de encontro
das formas, indicando claramente o efeito que
será criado no desenho posto em repetição.
• Manualmente se usa recursos de papel
transparente, mas hoje existem softwares
específicos para facilitar esta tarefa difícil.
AO FAZER UM RAPPORT,
VOCÊ TEM QUE TER EM
MENTE PONTOS DE
CONEXÃO EM QUE OS
MÓDULOS VÃO SE
ENCAIXAR.
Veja rapports
interessantes no link:
• http://flickeflu.com/set/72157625458928495
4. ISLÃ, ESCHER E OS
PADRÕES CORRIDOS
Dentro da história da arte são
inúmeros os exemplos e inspirações
para criação de padrões de
estamparias. Veja por exemplo a arte
Islâmica (Islamismo é uma religião de
países Árabes). Os Islamicos são
proibidos de representar imagens
figurativas, ou seja, não podem pintar
ou desenhar animais ou pessoas.
Eles tem que se ater a formas geométricas abstratas.
Deve ser por essa razão que esses povos possuem a mais rica
composição de padrões abstratos geométricos do mundo.
É de lá que vem os famosos tapetes persas. Para realizar
repetições geométricas tão preciosas, esses povos se utilizam
de muita geometria e cálculos matemáticos para que possam
rotacionar essas imagens de forma a se encaixarem e
formarem padrões. Desta forma eles conseguem executar
infinitas formas de artes a partir da geometria.
QUEM PRETENDE TRABALHAR COM CRIAÇÃO
DE ESTAMPAS, BEBA MUITO DESSA FONTE.
• E quem bebeu muito dessa fonte, e não possuia
restrições quanto a realizar imagens figurativas,
foi o holandês Maurits Cornelis Escher (1898 1972).
• Antes de mostrar suas incríveis modulações, vale
a pena falar um pouco das obras mais aclamadas
desse artista gráfico admirado por milhões de
pessoas ao redor do mundo, mais
especificamente pelas obras chamadas de
MUNDOS IMPOSSÍVEIS.
• Trata-se de figuras
impossíveis, estruturas que
sugerem com grande força
ser tridimensionais mas
que, efectivamente, não
estão construídas a três
dimensões.
• Ou seja, construções
impossíveis de serem
construídas no mundo
real.
Queda Dágua (1961)
Onde essa queda dágua
vai parar?
• Esher e a divisão
Regular de Superfície.
• Entre 1937 e 1971,
Escher, inspirado por
duas visitas ao Alhambra
em Granada (Espanha),
produziu cerca de 150
desenhos de padrões
simétricos classificandoos segundo um sistema
próprio.
"Os desenhos simétricos
aqui representados,
mostram como uma
superfície pode ser dividida
regularmente em figuras
iguais, respectivamente,
preenchida com elas. As
figuras devem confinar
umas com as outras sem
que resultem «áreas
livres». Os Árabes eram
mestres nesta arte. Eles
decoraram, em especial
em Alhambra, na Espanha,
paredes e pavimentos com
peças de majólica coloridas
e congruentes, que foram
ajustadas umas às outras,
de forma contínua.“
(M.C. Escher, 1994, p.7).
Escher não era matemático, mas camuflou
com arte a matemática de seus trabalhos. No
artido da Professora Patrícia Alexandra da
Silva Ribeiro, é possível averiguar algumas das
transformações de formas geométricas nos
padrões que vimos anteriormente.
•
Sampaio, Patrícia (2012). A Matemática através da Arte de M. C. Escher. Universidade
do Minho: Portugal, 2012. [email protected]
Transformação de um
triângulo equilátero num
peixe com a mesma área.
Inspirações
Adidas Originals
Inspirações
Estampas infantis
Inspirações
Patrícia Capella
http://estampaholic.com
http://estampaholic.com
Exercícios nota G1C
1)
Desenvolva manualmente os esboços de 2 estampas –Você vai
criar uma estampa com flores, frutas ou animais, e outra para
infantil.
2)
Escaneie ou fotografe, vetorize no Corel Draw. Desenvolva uma
paleta de pelo menos 4 cores.
3)
Prepare rapport com cruz de acerto das mesmas. Desenvolva
para
ser exportado e aplicado de forma realista em roupa no
Photoshop. Veja a seguir como entregar as duas estampas em
vetor.
Referencias interessantes
VÍDEOS
http://www.youtube.com/watch?v=3TxiZjo6Hx0&feature=player_embedded
http://www.youtube.com/watch?v=eHGrzLqgIuE
http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=gUg60Kh9y14&feature=endscreen
http://www.youtube.com/watch?v=3TxiZjo6Hx0
PROCESSO VETORIZAÇÃO E MONTAGEM
http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=7fW9W-xUsmU
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=gqfoNY691hI&NR=1
LIVROS
•
DESENHANDO A SUPERFICIE- Renata Rubim - Editora Rosari
•
TEXTILE PRINTING- Leslie W. C. Miles - Amer Assn of Textil
•
TEXTILE DESIGNS: 200 YEARS OF PATTERNS FOR PRINTEDFABRICS ARRANGED BY MOTIF, COLOUR, PERIOD
ANDDESIGN- Joost Elffers and Susan Meller - Thames & Hudson
•
THE FABRIC DESIGN BOOK: UNDERSTANDING AND CREATING PATTERN USING TEXTURE, SHAPE E COLOR- Karin
Jerstop and Eva Kohlmark
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Estampa