Mini Curso O Processo de Ensino e Aprendizagem na Área Tecnológica Dante Alves Medeiros Filho Aderlei Xavier Ribeiro Medeiros O Processo de Ensino e Aprendizagem na Área Tecnológica Dante Alves Medeiros Filho Engenharia Civil - UEM Aderlei Xavier Ribeiro Medeiros Pedagogia - UEM 1 Introdução Atualmente com as tecnologias de informação e comunicação é possível acompanhar o que está acontecendo em todo o mundo. Observar como vivem as pessoas sob os aspectos políticos, sociais, econômicos, educacionais, dentre outros. Também podemos comparar o nosso modo de vida com outras civilizações e culturas. Conhecer as condições econômicas e sociais de cada país, suas condições tecnológicas, de moradia e de saúde. Esta situação nos permite ver que alguns países ditos emergentes, estão se destacando na economia mundial, dentre eles o Brasil, Rússia, Índia e China. Em uma rápida análise podemos notar que o Brasil é o menos avançado tecnologicamente. Ainda não possui tecnologia para a fabricação de microprocessadores em escala comercial; não desenvolveu a bomba atômica; não produz matrizes de antibióticos em grande escala; não possui fábricas genuinamente nacionais para produção de veículos automotores; não possui um sistema de controle de posicionamento global, GPS(Global Position System) como a China que está construindo o SNAS (Chinese Satellite Navigation Augmentation System) ou como a Índia que está desenvolvendo seu próprio sistema denominado GAGAN (GPS and GEO Augmented Navigation) (CHUJO,2005). Esta breve comparação mostra que apesar do Brasil ser o menos desenvolvido tecnologicamente possui o 7º produto interno bruto do mundo e tem como sua economia baseada fortemente em commodities. É um país com relevo e clima privilegiados com quedas d’água que permitem a instalação de hidrelétricas, florestas naturais, água potável em abundância, reservas petrolíferas, baixa densidade demográfica e grande área territorial. Para que o Brasil tenha maior competitividade é necessário investir maciçamente em educação. Não em qualquer educação, mais sim em uma educação com qualidade, uma educação libertadora que gere emprego, saúde e sustentabilidade. Uma educação para a cidadania. Para o Brasil entre as áreas mais carentes e promissoras em relação ao momento histórico em que estamos vivendo está a tecnológica. É imprescindível para o país investir nesta área. Somente a tríplice aliança entre governo, academia e o setor privado, alavancará o crescimento sustentável brasileiro. Diante deste contexto e observando o cenário nacional, principalmente o relacionado a escolas de cursos tecnológicos, verificamos que é possível ter avanços no processo educacional. Haja vista que o desenvolvimento tecnológico é de primordial importância para o nosso país, este precisa ser melhorado, tarefa que envolve muitos fatores e dentre eles o processo de mediação escolar. Este processo pode ser enriquecido se seus atores tiverem consciência do que o envolve e como podem interferir para torná-lo mais eficiente. Neste sentido, o presente trabalho frente a multidimensionalidade do processo educacional, mostra algumas aproximações históricas sobre este fenômeno, construídas ao logo do tempo para interpretá-lo e fundamentá-lo o que certamente pode auxiliar a sua práxis. Inicialmente é feita uma breve retrospectiva mostrando com vem ocorrendo o processo de ensino e aprendizagem nas escolas brasileiras. Em seguida, para subsidiar a sua prática é realizada uma interpretação deste fenômeno. 2 A Prática Atual do Ensino e Aprendizagem na Área Tecnológica Atualmente, se discute e se questiona muito o sistema de ensino e aprendizagem no Brasil. Isto pode ser observado pelo número de eventos ligados à área e de artigos publicados a respeito do tema. Vários pesquisadores alertam que o processo de ensino-aprendizagem hoje praticado nas escolas de engenharia brasileiras não contempla mais a realidade gerada pelo momento histórico em que vivemos. Para muitos, o modelo evidenciado na prática pedagógica atual está ainda vinculado a paradigmas educacionais antigos e descontextualizados, que precisam ser substituídos de forma a gerar escolas mais dinâmicas que venham a cumprir o seu papel social. De acordo com BAZZO (1998), as escolas de engenharia praticam o ensino tradicional, fortemente baseado na transmissão de conhecimentos pelo professor, que é tido como fonte única do saber. Neste processo, o professor funciona como agente ativo, responsável por emitir as informações e o aluno o agente passivo, responsável por recebê-las. Cruz (1999) sintetiza bem esta situação: A relação professor-aluno é baseada em grande parte na transmissão vertical do conhecimento, através de aulas expositivas, de pouca utilização de recursos e materiais didáticos, tendo na voz, no giz, no quadro negro e na apostila, seus principais apoios pedagógicos. O aluno dentro (sic) é visto como platéia, o ensino como reprodução de conhecimento e a informação verticalizada como a prática de ensino e assimilação (CRUZ, 1999, p.5). RIBAS et al. (1997), em um trabalho apresentado no XXV Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, declara que após ter realizado uma detalhada análise de várias teorias de aprendizagem desenvolvidas ao longo dos últimos dois séculos, que o ensino de engenharia nas universidades brasileiras não está fundamentado em nenhuma delas. Ainda RIBAS et al. (1997) alerta, para as implicações psicossociais decorrentes de uma postura ateórica frente ao ensinar e o aprender, além da duvidosa eficiência desta prática. Nesta visão, a discussão a respeito do processo de ensino-aprendizagem na área tecnológica, há muito tempo tem sido amparada em critérios tradicionalistas e populares, fortemente originadas de simples opiniões, distorcidas da realidade e sem base científica. Para RIBAS e VIEIRA (1996): Em um contexto com inúmeras variáveis tecnológicas, acrescido de incontáveis e complexas variáveis humanas, é inadmissível que o ensino continue sendo negligenciado à nível de meras opiniões; que as ações sejam orientadas por um simples “eu acho que assim que se ensina”. O destino dos futuros profissionais de engenharia, que dependem em grande parte do ensino para seu desenvolvimento pessoal e profissional, não pode mais continuar sendo planejado com base em simples opiniões, de forma amadorística e irresponsável, resultando em sérias implicações psicossociais (RIBAS; VIEIRA, 1996, p.505). Também é importante lembrar, com PEREIRA e BAZZO (1997), que, em geral, os professores não possuem uma formação voltada para o ensino, tão pouco conhecem o funcionamento de algumas teorias a respeito do processo de aprendizagem. Distinguem-se em geral, por bons conhecimentos técnicos na área em que atuam. Aliás, no caso específico de professores de engenharia, comparando-se com as demais áreas, verifica-se uma certa vantagem no que diz respeito a novas tecnologias; ou seja, o professor da área tecnológica, geralmente, possui uma certa familiaridade com uso de aparelhos sofisticados, como computadores e outros, o que possivelmente venha a favorecer o uso de novas tecnologias, principalmente o computador, como elemento auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. BORGES et al. (1999) apontam que há sinais de melhora nesta situação: Atualmente, percebe-se que o docente do curso de engenharia vem cada vez mais entendendo a questão pedagógica como algo intrínseco à sua atuação profissional docente e não como coisa de pedagogos. Há sinais de que está se processando uma mudança onde a pedagogia, com pertinentes adequações ao universo da engenharia, vem aos poucos ocupando o seu devido espaço na bagagem de conhecimento e de formação do professor de engenharia (BORGES et al. 1999, p.298). De acordo com o exposto, o processo de ensino-aprendizagem de engenharia no Brasil, está baseado em um paradigma descontextualizado que implica em uma série de problemas com um alto risco de não aprendizagem. A abordagem pedagógica utilizada atualmente nas escolas de engenharia evidenciam a prevalência de um ensino tradicional, que atualmente é muito criticado, haja vista, a quantidade de trabalhos apresentados em eventos científicos ligados a área que atestam tal assertiva. Parece ser mister uma revolução no ensino de engenharia. O paradigma envelheceu. As anomalias surgem a todo instante mostrando que o ensino normal está superado. E isto não deve ser tomado com pessimismo. Afinal, onde existem anomalias começa a nascer, segundo Kuhn, a possibilidade viva de um processo de mudança. Quem sabe uma revolução educacional (BAZZO, 1998, p.74). Embora a abordagem tradicional tenha funcionado durante muito tempo, atualmente não condiz com a realidade, que clama por abordagens mais contemporâneas, mais contextualizadas que atendam as necessidades do momento. Mas para mudar esta realidade é preciso estudá-la e, um dos passos fundamentais para uma intervenção segura e eficaz no processo educacional é conhecê-lo. Neste sentido, será apresentada uma interpretação do processo de ensino e aprendizagem visando ajudar a sua prática. 3 Abordagens do Processo de Ensino e Aprendizagem O processo de ensino e aprendizagem é complexo e contempla fatores multidimensionais. Não é uma realidade acaba que se dá a conhecer de forma única e precisa. É um processo particular, pessoal, intrínseco do ser humano. Não é concretamente tangível. Apesar dessas características, vários estudos foram realizados sobre o assunto e muitas interpretações do processo educativo foram realizadas, algumas sob a égide de teorias e outras, como abordagens do fenômeno. Segundo Santos (2005) os trabalhos que mais se destacam na literatura brasileira são de Bordenave (1984), Libâneo (1982), Saviani(1984) e Mizukami(1986) que classificam e agrupam correntes teóricas segundo critérios diferenciados. Bordenave (1984, p.41) classifica e distingue “as diferentes opções pedagógicas segundo o fator educativo que elas mais valorizam”. Libâneo (1982, p.12) utiliza como “critério a posição que as teorias adotam em relação às finalidades sociais da escola“. Saviani (1984, p.9) toma como critério de classificação a “criticidade da teoria em relação à sociedade e o grau de percepção da teoria dos determinantes sociais“. Mizukami (1986, p.2) considera que a base das teorias do conhecimento envolve três características básicas: primado do sujeito, primado do objeto, e interação sujeito-objeto - apesar de reconhecer que existam muitas variações e combinações possíveis (SANTOS, XXXX, p.20). A classificação mais consentânea com as finalidades do presente trabalho é a apresentada por Mizukami (1986) que envolve uma visão de homem, mundo, sociedadecultura, conhecimento, educação, escola, ensino-aprendizagem, professor-aluno, metodologia e avaliação. Nesse trabalho toda interpretação de fenômenos da vida, seja biológica, sociológica, psicológica, entre outras, provém de uma relação entre sujeito e ambiente, ou seja, deriva de uma escolha de posição epistemológica em relação ao sujeito e ao meio, assim representada genericamente: Sujeito objeto Também as teorias do conhecimento se fundamentam de uma escolha de posição epistemológica da relação sujeito, objeto de conhecimento. No nativismo, apriorismo ou inatismo, a primazia é do sujeito. Nas teorias empiristas a primazia é do objeto. Nas interacionistas a primazia é da interação sujeito-objeto de conhecimento. Para o nativismo, apriorismo ou inatismo a ênfase está no sujeito. As formas de conhecimento estão predeterminadas no sujeito. A formação de conhecimento provém do sujeito, portando de fonte interna, endógena. Para os empiristas, embora o conhecimento seja uma cópia de algo do mundo externo, está sujeito às contingências do meio. A ênfase está centrada na importância do objeto, não há construção de novas realidades. Assim, a formação do conhecimento no sujeito provém de fonte externa, exógena. Já para a corrente interacionista, a ênfase é dada na interação do sujeito com o objeto de conhecimento, o sujeito interage com o meio e o conhecimento é considerado uma construção contínua. Da análise das relações possíveis entre sujeito e objeto de conhecimento MIzukami (1986) elenca cinco aproximações do fenômeno educativo que são classificadas como abordagens do processo de ensino e aprendizagem que são brevemente descritas a seguir. 3.1 A Abordagem Tradicional É uma forma de ensino-aprendizagem que não se fundamenta em teorias empiricamente validadas, mas numa prática educativa consagrada e transmitida através do tempo, constituindo-se para o presente trabalho como fonte de comparação para outras abordagens. Esta abordagem trata o ser humano adulto como um homem acabado, pronto e o aluno um adulto em miniatura, que precisa ser atualizado. Sob esta perspectiva o elemento imprescindível é a transmissão de conteúdos. O ensino é centrado no professor e o aluno apenas executa o que lhe é prescrito. Esse tipo de ensino volta-se para o que é externo ao aluno: o programa, as disciplinas, o professor. O conhecimento possui um caráter cumulativo que é adquirido pelo indivíduo por meio de transmissão, havendo preocupação com o passado, como modelo a ser imitado e como lição para o futuro. Dá-se importância à memorização para a aquisição de conhecimentos. Segundo MIZUKAMI (1986) a abordagem tradicional é caracterizada pela concepção de educação como um produto, já que os modelos a serem alcançados estão préestabelecidos daí a falta de ênfase no processo. O processo de ensino-aprendizagem nesta abordagem ignora as diferenças individuais, não variando os métodos ao longo das classes nem dentro da mesma classe. A expressão tem lugar de destaque, sendo esse ensino caracterizado pelo verbalismo do mestre e pela memorização do aluno. Esta abordagem tem como método principal a aula expositiva, onde o professor é o agente e o aluno o ouvinte. O trabalho intelectual do aluno é realizado depois do trabalho com o professor. 3.2 A Abordagem Comportamentalista A abordagem comportamentalista se caracteriza pelo primado do objeto, onde o conhecimento é considerado uma descoberta, algo novo para o indivíduo que a faz, porém já uma realidade exterior, ou seja, é tido como uma cópia de algo que é dado no mundo externo (MIZUKAMI, 1986). A primazia do objeto evidencia a origem empirista, que considera o conhecimento como resultado direto da experiência. Os modelos são desenvolvidos a partir da análise dos processos através dos quais o comportamento humano é modelado e reforçado. Trabalha com recompensa e controle, assim como com o planejamento cuidadoso das contingências de aprendizagem, das seqüências de atividades de aprendizagem, e a modelagem do comportamento humano, a partir da manipulação de reforços, desprezando os elementos não observáveis ou subjacentes a este mesmo comportamento (MIZUKAMI, 1986). O ensino é baseado na preparação de situações de reforço sob as quais os estudantes aprendem. É tarefa do professor garantir a aquisição do comportamento esperado, sendo sua a função preparar as contingências de reforço. Essa abordagem enfatiza o uso de estratégias as quais permitem que um maior número possível de alunos atinja altos níveis de desempenho e considera o homem como um produto do meio e reativo a ele. Grande parte da ação docente consiste em apresentar estímulos e, sobretudo, reforços positivos na quantidade e no momento correto, com a finalidade de aumentar ou diminuir a freqüência de certos comportamentos dos alunos. As aprendizagens desejadas, ou seja, aquilo que os alunos devem aprender, são expressas em termos de comportamentos observáveis. Os objetivos comportamentais definem, da maneira mais clara possível, o que os alunos devem ser capazes de fazer, após a instrução, em quanto tempo e sob que condições. 3.3 A Abordagem Cognitivista A abordagem cognitivista enfatiza a cognição, o ato de conhecer, a organização do conhecimento, o processamento de informações e os estilos de pensamentos ou estilos cognitivos. Segundo MIZUKAMI (1986) embora se note preocupação com relações sociais, a ênfase é dada na capacidade do aluno de integrar informações e processá-las, sendo este tipo de abordagem predominantemente interacionista, tendo grande influência dos trabalhos do suíço Jean Piaget e do americano Jerome Bruner. Na abordagem piagentiana, não há desenvolvimento cognitivo sem o fator social, que entretanto, de si não gera desenvolvimento (GOES, 1994). Esta abordagem leva em consideração, principalmente processos mentais; se preocupa da atribuição de significados, da compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na cognição. À medida em que se admite, nessa perspectiva, que a cognição se dá por construção, chega-se ao construtivismo, tão apregoado nos anos noventa. A motivação para aprender é interior à pessoa e básica. O aspecto afetivo é o motor de toda a aprendizagem. Não há conhecimento sem afeto, nem afeto sem conhecimento (GOES, 1994). Segundo MOREIRA(1999), o construtivismo é uma posição filosófica cognitivista interpretacionista. Cognitivista porque se ocupa da cognição, de como o indivíduo conhece, de como ele constrói sua estrutura cognitiva. Interpretacionista porque supõe que os eventos e objetos do universo são interpretados pelo sujeito cognoscente. O ser humano tem a capacidade criativa de interpretar e representar o mundo, não somente de responder a ele. Para Moreira (1999), o termo “construtivismo” atualmente é muito utilizado, sendo em muitas vezes de maneira imprópria: Na sala de aula o construtivismo tem sido confundido com “método construtivista”, ou com “aprendizagem por descoberta”, ou ainda, o que é pior, com simples atividades manipulativas (crê-se, ingenuamente, que só por estar manipulando coisas o aluno está “construindo”). Construtivismo não é isso. Não existe um “método construtivista”. Existe, isso sim, teorias construtivistas (das quais a de Piaget é a primeira e a mais conhecida) e metodologias construtivistas, todas consistentes com a postura filosófica construtivista. No ensino, esta postura implica deixar de ver o aluno como um receptor de conhecimentos, não importando como os armazena e organiza em sua mente. Ele passa a ser considerado agente de uma construção que é sua própria estrutura cognitiva. Essa construção não é arbitrária e é exatamente aí que entram as teorias construtivistas, procurando sistematizar o que se sabe sobre a construção cognitiva, explicar e prever observações nesta área. E nenhuma dessas teorias implica, necessariamente, descoberta ou mera manipulação (MOREIRA, 1999, p.15). Embora sejam considerados certos estágios de desenvolvimento, para os epistemólogos genéticos, o conhecimento é considerado como uma construção contínua, sendo a passagem de um estágio para o seguinte, sempre caracterizada pela formação de novas estruturas cognitivas que não existiam no indivíduo. Os estágios de desenvolvimento são objeto de construção contínua (MIZUKAMI, 1986). Nesta abordagem o objetivo da educação não consiste na transmissão de conhecimentos, informações, demonstrações, etc., e sim que o aluno aprenda por si próprio a conquistar esses conhecimentos. Esta visão de educação procura provocar nos alunos, processos cognitivos constantes na busca de soluções, ou de conhecimentos já construídos e socialmente partilhados, bem como criar situações para a ocorrência da aprendizagem. Cabe ao professor criar situações, propiciar condições onde aluno e professor possam participar do processo de ensino-aprendizagem, além disso, evitar rotina, fixação de respostas e hábitos. Deve de maneira planejada propor problemas aos alunos de forma a provocar desequilíbrios, fazer desafios. MIZUKAMI (1986) menciona a necessidade de uma sistematização mais completa no sentido de uma teoria de instrução com fundamentação psicogenética, que possa fornecer diretrizes à ação pedagógica do professor, tanto em diferentes níveis de ensino, quanto em diferentes áreas do conhecimento, o que ainda não é uma realidade. 3.4 A Abordagem Humanista Na abordagem humanista a ênfase é centrada no sujeito. O importante é a autorealização e o crescimento pessoal. O aprendiz é visto como um todo: sentimentos, pensamentos e ações, não é só intelecto. Neste enfoque, a aprendizagem não se limita a um aumento de conhecimentos. Ela é penetrante, visceral e influi nas escolhas e atitudes do indivíduo. Pensamentos, sentimentos e ações estão integrados, para bem ou para mal. Não tem sentido falar do comportamento ou da cognição sem considerar o domínio afetivo, os sentimentos do aprendiz. Ele é pessoa e as pessoas pensam, sentem e fazem coisas integradamente (MOREIRA, 1999). Esta orientação, muito bem exemplificada pela aplicação da psicologia de Carl Rogers na escola, originou o chamado “ensino centrado no estudante” e as escolas “abertas”, bastante conhecidas na década de 70, principalmente nos Estados Unidos, nas quais os alunos tinham ampla liberdade de escolha, inclusive sobre o que estudar. Hoje, escolas desse tipo são provavelmente raras, mas a idéia de um ensino centrado no aluno está sempre presente no discurso pedagógico. Recentemente, Joseph Novak vem defendendo uma prática, em sala de aula, mais consentânea com os princípios do humanismo: é a aprendizagem significativa, que supõe a interação construtiva de pensar, sentir e agir, engrandecendo o ser humano. Quer dizer, o aprendiz é visto como um ser que pensa, sente e age de maneira integrada, mas é a aprendizagem significativa que torna positiva esta integração, de modo a levar o indivíduo à auto-realização, ao crescimento pessoal. Nesta abordagem o ensino é centrado no aluno. A educação tem como finalidade primeira a criação de condições que facilitem a aprendizagem do aluno, e como objetivo básico liberar a sua capacidade de auto aprendizagem de forma que seja possível seu desenvolvimento tanto intelectual quanto emocional. O professor é considerado como um ser humano que aprendeu a usar-se efetiva e eficientemente para realização de seus propósitos e os da sociedade, na educação dos outros. Disto resulta que sob o ponto de vista da abordagem humanista não é possível ensinar o professor um repertório de atividades de ensino. Cada professor por sua vez desenvolverá o seu próprio repertório (MIZUKAMI, 1986). Quanto ao aluno, deve ser compreendido como um ser que se auto-desenvolve e cujo processo de aprendizagem deve-se facilitar. Segundo MIZUKAMI (1986) verifica-se nesta abordagem a necessidade de elaboração de uma teoria de instrução que seja validada empiricamente e que por sua vez, forneça subsídios para uma ação didática. 3.5 A Abordagem Sócio-Cultural Esta abordagem enfatiza os aspectos sócio-político-culturais, mais significativos no contexto brasileiro. Ela está ligada à democratização da cultura, em países industrializados é voltada para os valores que caracterizam um povo em geral mas em países do Terceiro Mundo, para as camadas sócio-econômicas inferiores. É uma abordagem interacionista que dá ênfase ao sujeito como elaborador do conhecimento. Sendo o homem sujeito de sua própria educação, toda ação educativa deverá promover o próprio indivíduo e não ser instrumento de ajuste deste à sociedade. Toda ação educativa, para que seja válida, deve, necessariamente, ser precedida tanto de uma reflexão sobre o homem como de uma análise do meio de vida desse homem concreto, a quem se quer ajudar para que se eduque. O homem se torna nesta abordagem o sujeito da educação. O educador brasileiro Paulo Freire é precursor de muitas idéias que vem ao encontro desta abordagem, cuja visão de escola assume um caráter amplo, não restrita a escola física em si e nem a um processo de educação formal. Neste sentido escreve MIZUKAMI(1986): A relação professor-aluno é horizontal e não imposta. Para que o processo educacional seja real é necessário que o educador se torne educando e o educando, por sua vez, educador. Quando esta relação não se efetiva, não há educação. (MIZUKAMI, 1986, p.99). 4. Uma Interpretação do Processo de Ensino e Aprendizagem Para melhorar o processo de ensino é preciso conhecê-lo. No entanto, como já expresso, o processo de ensino e aprendizagem não é uma realidade acabada que se dá a conhecer de forma única e precisa. Apesar disso, podemos estudá-lo sob a luz de diversas interpretações que foram realizadas ao longo da história. Essas interpretações são aproximações do fenômeno educativo que foram sendo construídas, geralmente apresentadas sob forma de teorias, haja vista a natureza intrínseca, particular, pessoal do processo educativo. Inicialmente pensamos em realizar uma interpretação do fenômeno educativo baseandose no que há de melhor nessas teorias que foram compiladas na história educacional. No entanto, tal caminho certamente poderia gerar uma interpretação imprecisa do processo. Isto porque essas teorias possuem pontos de vista baseados em posições epistemológicas diferenciadas que não permitem a reunião eclética de suas contribuições. A junção do que há de melhor em cada interpretação, certamente iria construir um espaço dicotomizado de assertivas. Assim, procurando não incorrer neste erro, optamos por realizar uma interpretação do processo educacional valendo-se da área de sombreamento produzida pela união dessas contribuições. Desta maneira, estaríamos encontrando uma forma de reunir essas contribuições sem se contradizerem. O resultado do que foi interpretado trilhando este caminho é o que apresentaremos a seguir: 4.1 O Fenômeno Educativo Em um primeiro momento é necessário destacar que tomamos o fenômeno educativo como sendo um processo, e como tal, multidimensional. Neste, estão contidas as dimensões física, cultural, social e a emocional, dentre outras. Além disso, uma característica fundamental do processo de ensino e aprendizagem escolar deve ser evidenciada, a sua intencionalidade. Esta característica exige deste processo organização e planejamento para a sua execução o que, por conseguinte, exige fundamentação. Assim, é preciso escolher ou eleger qual deve ser a fundamentação necessária para a sua execução. Muitos conceitos e terminologias necessárias ao desenvolvimento deste trabalho não são conhecidas da maioria dos docentes da área tecnológica. Assim, alguns conceitos e termos serão apresentados para subsidiar o leitor menos acostumado a este tipo de literatura. O fenômeno educativo é amplo e pode ocorrer em diversos lugares e situações. O termo educação aqui é utilizado é em sentido latu, ou seja, é o conjunto de experiências culturais que podem ocorrer no seio da família, no local de trabalho, na igreja, no sindicato e inclusive na escola. Neste sentido Libâneo (1994) escreve: Em sentido amplo, a educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato existirem socialmente, neste sentido, a prática educativa existe numa grande variedade de instituições e atividades sociais decorrentes da organização econômica, política e legal de uma sociedade, da religião, dos costumes, das formas de convivência humana. Em sentido estrito, a educação ocorre em instituições específicas, escolares ou não, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma ação consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles processos formativos gerais (LIBÂNEO, 1994, p.17) Na escola vamos encontrar o saber experimentado, organizado e sistematizado no decorrer do tempo pela sociedade. Vamos à escola para nos apropriarmos deste saber visando o exercício pleno da cidadania. A escola deve preparar para a vida. A apropriação deste saber organizado e sistematizado é contemplada pelo processo de ensino-aprendizagem escolar. Este processo por sua vez é integrado por outros dois processos distintos que se complementam, a saber: o processo de ensino e o de aprendizagem. Assim temos três processos: o de ensino-aprendizagem, o de ensino e o de aprendizagem. Processo de Ensino Processo de Ensino Processo de Aprendizagem 4.2 O Processo de Aprendizagem Há muito tempo o homem tem se preocupado em estudar como o ser humano aprende. Atualmente sabemos que a aprendizagem pode ser casual, ou dita espontânea e a intencional. A aprendizagem casual ou espontânea é aquela que realizamos constantemente, muitas vezes, sem a consciência de que esteja acontecendo. O ser humano nasce com alguns conhecimentos que lhe são conferidos de forma inata. Isto quer dizer que já nascemos com algumas capacidades. Um bebê recém nascido procura o seio materno para alimenta-se instintivamente graças a este tipo de conhecimento. No entanto, conforme passa a interagir com o ambiente começa a experimentar situações que vão alimentando sua base de conhecimentos. Desta forma vamos aprendendo na interação com meio. Aprendemos ao ver a chuva e ao ouvir a queda da água no solo. Aprendemos ao tocar as coisas que nos rodeiam e quando nos alimentamos. Aprendemos o gosto dos alimentos e a sensação de saciedade ao ingerimos água. Sentimos odores e aprendemos a distinguir o sabor dos alimentos sem tocá-los. Enfim, estamos constantemente apreendendo. A aprendizagem começa deste a concepção intrauterina. Já na barriga da mãe, durante a gestação, nos acostumamos com a sua voz e a dos familiares. O batimento cardíaco materno passa a ser uma referência. Sobre este assunto Margulis (2002) traz para a literatura uma conjectura interessante ao escrever que a humanidade é predominantemente destra, ou seja, utiliza a mão direita. Desde os primeiros momentos da evolução humana quando nossos ancestrais precisavam aquietar seus filhos para não serem devorados por seus predadores, abraçavam seus rebentos com a mão esquerda, de forma que ficassem mais próximos de seus corações. Assim, escutando o batimento cardíaco de suas genitoras, os filhos se acalmavam e não choravam. Esta situação exigia o uso da mão esquerda para segurá-los, liberando a mão direita para desempenhar outros papéis necessários à sobrevivência. Este contexto mostra que nunca paramos de aprender. Aprendemos até quando estamos dormindo. Este processo é um processo particular, intrínseco, interno do ser humano. Desta forma nenhuma pessoa aprende por outra. No entanto, sabemos que existe outro tipo de aprendizagem, aquela que tem como característica básica a intencionalidade. Esta em particular, pode ocorrer de forma organizada, planejada ou não. Este tipo de aprendizagem tem por finalidade específica aprender determinados conhecimentos e habilidades. Embora isso possa ocorrer em vários lugares é na escola que são organizadas as condições específicas para tal. Segundo Libâneo (1994), esta organização intencional, planejada e sistemática das finalidades e condições da aprendizagem escolar é tarefa específica do ensino. A aprendizagem escolar nas ciências exatas e tecnológicas envolve processos cognitivos mais elaborados, pois, o conteúdo a ser assimilado exige altos níveis de abstração. Descrever todas as capacidades cognoscitivas envolvidas no processo de aprendizagem ainda é uma conjectura. Apesar disto podemos destacar algumas: percepção, observação, entendimento, compreensão, análise, síntese, generalização, aplicação, memória, linguagem, motivação, vontade, dentre outras. A figura 01 é uma forma de ilustrar como alguns processos cognitivos se relacionam culminando na aprendizagem. Figura 01 – Processos Cognitivos que culminam na aprendizagem Nesta interpretação recorremos à figura de um pião composto por processos cognitivos entrelaçados que culminam na aprendizagem. Esta ilustração mostra que os processos são interdependentes. Por exemplo, o processo de percepção, embora inicial, influencia todos os outros. O processo de aprendizagem tem início com a percepção. A porta de entrada da informação se dá pelos órgãos dos sentidos. Na extremidade inferior do pião, que funciona como base, está o processo de percepção. Esta situação mostra que o processo de aprendizagem fica comprometido caso não haja a devida percepção. A ilustração ao recorrer à figura de um pião com processos entrelaçados, além de mostrar as interrelações entre processos cognitivos, mostra também, a instabilidade provocada, caso o processo de percepção não seja bem feito. O processo seguinte é o de observação que consiste em ver e não interpretar, ou seja, a observação é relatada como visualizada, sem que as idéias interpretativas dos observadores sejam tomadas. Em seguida começa o processo de entendimento. Este processo é aqui explicado como sendo a tentativa de interpretação da situação pelo aprendiz ou estudante. Com sua cultura, ou seja, seu conjunto de experiências. O aprendiz tenta responder suas próprias indagações de modo a acomodar uma explicação sua particular da situação. O termo “entender”, aqui é definido como uma explicação particular do aprendiz ao contexto de aprendizagem em que se encontra. Neste sentido, podemos ter quantas interpretações quanto for o número de aprendizes em uma sala de aula. Cada um fará o seu processo de entendimento, interpretação que poderá ser diferente dos demais, inclusive da do professor. A Figura 02 mostra a seguir o processo de compreensão em um nível superior. Ocorre que aqui o termo compreensão tem o significado de “entendimento coletivo”, ou seja, quando se compartilha significados. A interpretação é a mesma do professor e dos aprendizes. Todos entendem a mesma coisa, compreendem. Os processos vão ficando mais complexos à medida que estão mais altos na ilustração. Exigem mais abstrações e processos mentais mais sofisticados que culminam na aprendizagem. A aprendizagem é uma relação cognitiva entre o sujeito e os objetos de conhecimento. Na a ocorrência da aprendizagem existem fatores externos e internos que influenciam este processo e dentre estes cabe destacar a tarefa de mediação, ou melhor, de ensino. 4.3 O Processo de Ensino Observamos que o processo de aprendizagem envolve um sujeito cognoscente e um objeto cognoscível. Assim representada: Sujeito Objeto de Conhecimento No processo de ensino-aprendizagem escolar esta relação passa a ser mediada. A mediação consiste na aproximação do sujeito e do objeto de conhecimento por meio da organização, planejamento e sistematização de conteúdos e atividades visando a aprendizagem com o auxílio e orientação do professor. A relação sujeito objeto passa a ser assim representada: Sujeito Objeto de Conhecimento Mediação Nesta relação o processo de mediação consiste em criar situações, flexibilizar condições para ocorrência da aprendizagem. Ensinar é favorecer, facilitar o processo de aprendizagem. “Em outras palavras, o processo de ensino é uma atividade de mediação pela qual são providas as condições e os meios para os alunos se tornarem sujeitos ativos na assimilação de conhecimentos” (LIBÂNEO, 1994, p.89). 4.4 O Processo de Ensino-Aprendizagem O processo de ensino-aprendizagem é integrado pelo processo de ensino e o de aprendizagem. Ensino e aprendizagem fazem parte do mesmo processo, porém, são distintos. Ensinar e aprender são duas facetas de um mesmo processo, o de ensinoaprendizagem. É importante notar que ensino e aprendizagem se complementam. O ensino não tem sentido se dicotomizado da aprendizagem. Alguns momentos do processo de ensinoaprendizagem precisam ser destacados para melhor compreender o processo de ensino. É preciso mostrar em que momento ocorre a mediação e como podemos melhorá-la. Para isso vamos recorrer a seguinte ilustração: Figura 02 – Processo de ensino-aprendizagem A figura 02 mostra que o processo de ensino-aprendizagem possui uma parte endógena ao aprendiz e outra exógena. Na fase endógena ocorrem os aqui denominados processos mentais superiores. São processos que não podem ser concretamente acompanhados, além do que, são extremamente necessários para a ocorrência da aprendizagem em seu sentido pleno. Além da fase endógena existe a exógena. Nesta, ocorrem os aqui chamados processos mentais inferiores que tem início na percepção. Esta é uma pálida e modesta representação de tão complexo processo que é o de ensino-aprendizagem. No entanto, serve para mostrar que existe um imbricamento, um entrelaçamento entre processos mentais aqui ditos como superiores e inferiores. Estes processos não são isolados. Neste sentido, cabe explicar que são nos processos aqui ditos inferiores é que a mediação tem sua atuação concreta. Se a mediação, o ensino, é a facilitação, o favorecimento da aprendizagem, são nestes processos exógenos que este trabalho tem influência direta. O processo de mediação é externo ao sujeito e, o de assimilação, interno (processos metais ou cognitivos superiores). Na mediação prevalecem as formas de estruturação e organização lógica e didática do objeto cognoscível. Na assimilação, importam os processos de cognição mediante a assimilação ativa de conhecimentos e habilidades pelo sujeito. Todos esses processos não ocorrem de forma separada ou estritamente sequencial; são processos mentais, portanto, interligados. Assim, não existe uma separação entre percepção e assimilação, ou seja, entre conhecimentos sensoriais e racionais. A percepção ativa, sensorial, de fatos e fenômenos, corresponde ao que observamos do mundo exterior; porém, a compreensão e a reflexão de suas propriedades essenciais ultrapassam as possibilidades do conhecimento sensorial. Nos processos mentais superiores – assimilação – se integram todos os demais processos. Observa-se que a aprendizagem efetiva, vai além da percepção e da compreensão e que a mediação pode facilitá-la. Ocorre que, sem a percepção e compreensão não há possibilidades de assimilação ativa e consciente de conhecimentos e habilidades. Assim, estes momentos são decisivos no processo de aprendizagem. Uma simples representação do que aqui se quer evidenciar, seria comparar os momentos relativos da percepção à compreensão, às fundações de um edifício que representasse em seu corpo o processo de ensino-aprendizagem. Nesta representação, o papel da percepção e da compreensão seria equiparado aos das fundações, que muitas vezes não aparece, mas, é na realidade quem o sustenta. 5 Considerações Finais Desta interpretação do processo de ensino-aprendizagem alguns pressupostos podem ser estabelecidos. O primeiro deles é que a aprendizagem escolar é uma atividade planejada, intencional e dirigida e não casual ou espontânea. A aprendizagem é um processo interno, particular, intrínseco do sujeito. O sujeito é um ser concreto e não os ideais dos manuais pedagógicos. Cada um possui características que lhes são peculiares e possuem diferentes estágios de desenvolvimento. Há necessidade de motivação para a aprendizagem e esta não pode ser ignorada e nem suposta. O sujeito traz consigo uma bagagem cultural, e a aprendizagem se dá a partir de conhecimentos anteriores. A aprendizagem é um processo integrado, do sujeito como um todo. A primeira via de acesso ao conhecimento é o caminho dos sentidos, aquele que passa pelo corpo e a atividade cognoscitiva do sujeito é a base, ou seja, o fundamento do ensino. O ensino e aprendizagem formam uma unidade, mas não são atividades que se confundem. Neste sentido o ensino não existe por si mesmo, mas em sua relação com a aprendizagem. O processo de ensino não pode ser confundido com simples transmissão de conhecimentos. O trabalho de ensino consiste em flexibilizar condições, criar situações, de forma a facilitar a aprendizagem. Na aprendizagem escolar há influência de fatores afetivos e sociais, tais como os que suscitam a motivação para o estudo e os que afetam as relações entre as partes integrantes do processo. Cabe ainda destacar que a motivação é um dos fatores mais importantes para o processo de ensino-aprendizagem, haja vista, a preocupação com que é tratada nas diversas teorias que envolvem este processo. Para que alguém realmente aprenda, é necessário que queira aprender. Entre motivação e aprendizagem existe uma mútua relação, sendo que ambas se reforçam. Referências BAZZO, Walter A. Ciência, tecnologia e sociedade e o contexto da educação tecnológica. Florianópolis, Editora da UFSC, 1998. BORDENAVE, J. D. e PEREIRA, A. M. Petrópolis, RJ: 1995. Estratégias de ensino-aprendizagem. 16.ed. BORGES, Marcos M.; OLIVEIRA, Vanderlí Fava; NAVEIRO, Ricardo M. Novos meios e contextos para o ensino e aprendizagem do desenho na engenharia e arquitetura. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO DE ENGENHARIA, 27., Natal, 1999. Anais. Natal, Associação Brasileira de Ensino de Engenharia, 1999. p.297-304. Chujo, Amália M. e F. Walter. Atividades do Laboratório GNSS do ITA Relacionadas com CNS/ATM. In: 4° Simpósio de Transporte Aéreo - IV SITRAER, São José dos Campos, SP, 17 e 18 de nov., 2005 CRUZ, D.M. 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