XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. IMPLANTAÇÃO DO PENSAMENTO SISTÊMICO EM ORGANIZAÇÕES: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO E INSUCESSO Secundino Luis Henrique Corcini Neto (UNISINOS) [email protected] Maria Isabel Wolf Motta Morandi (UNISINOS) [email protected] Luis Henrique Rodrigues (UNISINOS) [email protected] Este artigo apresenta um conjunto de FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico em organizações. A identificação destes fatores se deu através de duas avenidas de pesquisa. A primeira avenida buscou identificar os FCS e FCI atravéés do estudo de publicações referentes a implantação do Pensamento Sistêmico. A escolha destas publicações se deu através da aplicação de um método específico baseado em critérios sistemáticos de busca em bases nacionais e internacionais de periódicos. A segunda avenida buscou nas experiências de uma empresa do ramo de mineração os conhecimentos gerados a partir de mais de dez anos de convívio com o Pensamento Sistêmico. através de um estudo de caso foram desenvolvidos questionários semi-estruturados e entrevistas presenciais para a coleta dos dados referente a percepção dos entrevistados em relação aos FCS e FCI. As informações coletadas no estudo de caso foram tratadas por meio da técnica de análise de conteúdo com o uso de software específico. Ao final, foram reunidos os fatores identificados nestas duas avenidas e assim consolidados os FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico. Também são apresentados os limites desta pesquisa e sugerido trabalhos futuros a partir da mesma Palavras-chaves: Pensamento Sistêmico, fatores críticos de sucesso, fatores críticos de insucesso, análise de conteúdo XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 1.1 1. Introdução A mediada que as organizações crescem há um movimento natural de especialização das atividades através da estruturação das mais diversas áreas e consequente aumento do quadro funcional. As pessoas que compõe este quadro possuem diferentes experiências e crenças, bem como distintos interesses. Assim, como a soma destas áreas dão forma ao ambiente interno da empresa, esta por sua vez também é componente de um ambiente maior onde estão inseridos outros atores (comunidade, órgãos governamentais e não governamentais, concorrentes, fornecedores, etc.). Estes ambientes (interno e externo) por possuírem diferentes interesses certamente não convergirão todos para um mesmo sentido de “ótimo”. Enquanto um determinado grupo busca seu „ótimo‟ pela geração de emprego, outro pode estar buscando a redução dos custos fixos. Enfim, fatores como inter-relacionamento, interesses e/ou posicionamentos, aumentam o grau de complexidade nas relações e consequentemente na gestão das organizações. Quanto maior e mais segmentada a organização, maiores serão as possibilidades de dispersão de energia do quadro funcional e consequente perda de integração e alinhamento nas ações em prol de objetivos que alavanquem os resultados globais e não somente locais. Neste contexto o Pensamento Sistêmico encontra campo fértil para desenvolver-se junto a outras formas de pensar já estruturadas, pois tem como competência a percepção do todo, dos inter-relacionamentos, dos padrões de mudanças ao longo do tempo e não somente na percepção dos eventos do momento. Assim, surgiu a intenção desta pesquisa que buscou elementos que demonstrem quais são os fatores críticos de sucesso e de insucesso que devem ser considerados pelas organizações que desejarem implantar o pensamento sistêmico. Duas avenidas foram traçadas na busca da identificação e definição estes fatores. Uma primeira relacionada a pesquisa de publicações nacionais e internacionais referente a experiências de implantação do Pensamento Sistêmico e outra relacionada a um estudo de caso em uma organização com mais de anos de aplicação do Pensamento Sistêmico em sua gestão. 2. Revisão teórica Esta revisão tem por objetivo elucidar ao leitor o entendimento referente ao Pensamento Sistêmico e aos Fatores Críticos de Sucesso (FCS) e Fatores Críticos de Insucesso (FCI). Estes temas não serão tratados em exaustão, pois o foco desta pesquisa se dará na explicitação dos FCS e FCI identificados em cada uma das avenidas (teórica e prática). 2.1 O Pensamento Sistêmico O Pensamento Sistêmico é utilizado como uma disciplina que busca, juntamente com a aprendizagem organizacional, a construção de visões e objetivos compartilhados através do exame e confrontação dos modelos mentais de grupos e indivíduos-chave da organização. 2 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Para Senge (2006) existem outras quatro disciplinas, além do Pensamento Sistêmico, que devem ser desenvolvidas em conjunto para a construção de organizações realmente capazes de aprender e ampliar continuamente a capacidade de realizar seus objetivos. As cinco disciplinas proposta pelo autor formam um corpo de teorias, métodos e ferramentas que são aplicas ao nível individual e ao nível coletivo da organização. Senge (2006, p. 44) define disciplina como um “caminho de desenvolvimento para a aquisição de determinadas habilidades ou competências”. As duas disciplinas propostas por Senge (2006) que estão relacionadas ao nível individual são: a) Domínio pessoal: afastando-se da mentalidade reativa de que alguém ou alguma coisa cria nossos problemas. Esta disciplina estimula a motivação pessoal de aprender continuamente como nossas ações afetam o mundo. b) Modelos mentais: busca revelar quais as limitações existentes em nossa forma de ver o mundo. Estas formas são derivadas de nossas crenças, valores, experiências, etc. As outras duas associadas ao nível coletivo são: a) Visão compartilhada: visão genuína de futuro que compartilhe e estimule o compromisso e o envolvimento coletivo. b) Aprendizagem em grupo: as equipes e não os indivíduos são a unidade de aprendizagem fundamental nas organizações. Se estas equipes não possuírem capacidade de aprender, a organização também não a terá. E por fim a quinta disciplina, o Pensamento Sistêmico, aquela que integra as outras quatro, formando um todo único de teorias e práticas. Ela é uma disciplina para ver o todo, ver os inter-relacionamentos ao invés de eventos isolados, ver padrões de mudanças ao longo do tempo e não somente o que é percebido no momento (SENGE, 2006). Esta abordagem apresentada por Senge (2006) é uma das principais vertentes do Pensamento Sistêmico e está associada aos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores Massachusets Institute of Technology (MIT) junto a organizações americanas. Possuí como obra referencial o livro escrito por Senge denominado “The Fifth Discipline” (A Quinta Disciplina) publicado em 1990. Em sua obra, Senge (2006) destaca que a os indivíduos interpretam a realidade através de diferentes níveis de percepção. Outros autores como Kemeny, Goodman, e Karash (1997), Goodmam (1997) e Andrade, Seleme, Rodrigues e Souto (2006) exploram estes níveis contribuindo para sua identificação e definição em função do grau de profundidade com que os indivíduos conseguem perceber a realidade. Os níveis de percepção abordados pelos autores iniciam superficialmente com a percepção dos Eventos (o que aconteceu?), passando para um nível pouco mais profundo dos Padrões de Comportamento (o que vem acontecendo e quais são as tendências percebidas?), seguido pelas Estruturas Sistêmicas (porque isto está acontecento?) e por fim o nível mais profundo dos Modelos Mentais (que forças criam estas estruturas?). A identificação e definição destes níveis propiciaram a estruturação do Método Sistêmico que é apresentado se seção seguinte. Percebe-se que todo o seu desenvolvimento tem justamente o objetivo de penetrar no nível mais profundo de percepção (modelos mentais) para então, conseguir gerar mudanças duradouras nos indivíduos. 3 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 2.2 O Método Sistêmico O Método Sistêmico utilizado nos projetos realizados pela organização estudada é fruto de um longo amadurecimento que teve seu início nos trabalhos desenvolvidos por Goodman e Karash (1995) junto a Innovation Associates. Dentre os diversos autores que aplicaram este método, referenciam-se as contribuições apresentadas por Andrade (1997), que juntamente com outros pesquisadores, após vários trabalhos empíricos e incorporação de etapas relacionadas ao Planejamento de Cenários, a luz dos trabalhos de Schwartz (2000), tomou a forma que foi aplicada na organização estudada. Este novo desenho do método envolvendo o Pensamento Sistêmico e o Planejamento de Cenários é apresentado na obra de Moreira (2005) e possuí 12 passos. Este método é aplicado na forma de projetos que normalmente envolvem 8 encontros. Estes passos são: Passo 1: Definição do tema central do projeto, onde há a busca de respostas relacionadas a problemas complexos ou oportunidades visualizadas pela organização; Passo 2: Descrição dos eventos importantes relacionados com o tema central. Nesta etapa também é definido o horizonte de tempo que será utilizado para coletas de dados históricos ou projeções de cenários futuros; Passo 3: Identificação das variáveis-chave mais importantes relacionados ao objetivo do projeto. Uma vez selecionadas estas variáveis-chave, há a coleta de seus dados referente ao período de tempo estabelecido, formando assim uma série histórica, com o padrão de comportamento de cada variável-chave; Passo 4: Irrupção das questões norteadoras, ou seja, o desdobramento do tema central, mencionado no passo 1, em questões mais objetivas. Estes questões irão auxiliar a manter o foco do grupo em relação ao objetivo central do trabalho; Passo 5: Análise dos padrões de comportamento das variáveis-chave; Passo 6: Análise das questões norteadoras, verificando se as discussões do dia mantiveram o grupo focado, contribuindo para o objetivo do projeto; Passo 7: Confecção da Estrutura Sistêmica a partir de duas ferramentas: A análise de correlação das variáveis-chave (diretamente proporcional ou inversamente proporcional) e a utilização de arquétipos sistêmicos. Arquétipos referem-se aos “comportamentos comumente observados de forma sistêmica, dos quais se definiram genericamente estruturas”. (ANDRADE et al, 2006 p. 209); Passo 8: Análise dos Modelos Mentais dos principais atores que influenciam a realidade da organização na atualidade; Passo 9: Identificação, a partir da percepção do grupo, de quais as incertezas críticas, tendências pré-determinadas e indicadores que se relacionam ao projeto; Passo 10: Modelo computacional que servirá de ferramenta para o ambiente de simulação de cenários. Para a confecção do modelo são consideradas as informações geradas a partir das questões norteadoras, da estrutura sistêmica, das séries históricas coletadas, dos indicadores, das incertezas críticas e das tendências pré-determinadas. Passo 11: Construção de cenários qualitativos a partir das incertezas críticas definidas pelo grupo. Do cruzamento entre duas incertezas é confeccionada uma matriz com quatro quadrantes, formando os cenários a serem estudados; Passo 12: Por fim, são realizadas as apresentações individuais ao grande grupo. Durante as apresentações são debatidas e formalizadas propostas derivadas do projeto para que sejam analisadas e definidas as ações pertinentes. Este passo assume um importante papel na transição entre o ambiente das discussões e o ambiente das realizações. 4 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 2.3 Fatores Críticos de Sucesso (FCS) e Fatores Críticos de Insucesso (FCI) Bullen & Rockart (1981) definem FCS como sendo “o número limitado de áreas em que os resultados satisfatórios assegurarão um desempenho competitivo de sucesso para o indivíduo, departamento ou organização”. Assim, os FCS são as poucas áreas-chave onde o resultado favorável é absolutamente necessário para que de fato os objetivos sejam atingidos. Furlan, 1997 complementa esta definição a medida que expõe, mesmo em detrimento de algum outro fator, estes FCS são as poucas coisas que necessitam ocorrer corretamente para que os objetivos traçados sejam atingidos. A partir destas contribuições pode-se considerar que os FCS são atividades que necessitam estar constantemente monitoradas e sob a atenção dos gestores durante o processo de implantação ou busca de resultados. Identificar estes FCS significa descobrir os elementos fundamentais que necessitam ocorrer de forma acertada para que um projeto atinja seus objetivos e torne-se bem sucedido. No contexto desta pesquisa, os FCI não se caracterizam pelo antônimo dos FCS. A identificação e tratamento dos FCI possuem impacto tão importante no desenvolvimento de um projeto quanto os FCS. Se por um lado os FCS são as atividades que não podem deixar de ser realizadas, os FCI são todas as coisas que devem ser evitas ao máximo, pois sua ocorrência pode comprometer o sucesso do projeto. Cabe assim, uma análise da abrangência do projeto para a identificação destes fatores e o desenvolvimento de ações que mitiguem ou impeçam a sua ocorrência. 3 Metodologia Esta pesquisa apresenta duas avenidas de busca de informações para a formação do conhecimento referente aos FCS e FCI a serem considerados na implantação do Pensamento Sistêmico. Esta pesquisa divide-se em dois caminhos distintos que, quando unidos dão forma ao método geral empregado. O primeiro caminho foi conduzido pelo método de pesquisa teórico em bases nacionais e internacionais referente a casos de implantação do Pensamento Sistêmico em organizações dos mais diferentes segmentos. O segundo caminho penetrou na realidade de uma empresa do ramo de mineração que possui mais de dez anos de experiência com o Pensamento Sistêmico em sua gestão. Esta experiência se traduz através de projetos com o uso do método sistêmico, onde buscou-se a resolução de problemas complexos ou a elucidação de potenciais oportunidades e também através da sinergia do Pensamento Sistêmico com os Ciclos de Planejamento Estratégico da mesma. 3.1 Método de pesquisa para a Avenida Teórica – estudo bibliográfico A partir das orientações apresentadas por Lacerda (2009) foi realizada uma ampla e sistemática pesquisa nas bases de periódicos na busca de publicações que estejam relacionadas a implantação do Pensamento Sistêmico em organizações. Primeiramente foram definidas as bases de periódicos a serem pesquisadas na busca de publicações relacionadas a implantação do Pensamento Sistêmico. Estas bases foram segmentadas em quatro grupos: i) Base de Informações de Teses e Dissertações Nacionais, ii) Base de Informações de Periódicos Científicos, iii) Periódicos Nacionais: Classificação A pelo QUALIS/CAPES e iv) Periódicos Internacionais: Especializados em Pensamento Sistêmico. 5 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Identificadas às fontes de pesquisa, o passo seguinte diz respeito à definição das palavraschave que foram utilizadas nas buscas. Estas palavras foram definidas em torno do radical principal “pensamento sistêmico” para fontes nacionais e “systems thinking” para as fontes internacionais. Os índices de busca restringiram-se ao título e as palavras-chave das obras. No que tange a amplitude temporal da busca, não houve uma delimitação por parte dos autores. Desta forma, foi considerado todo o período histórico disponível na base de dados, ou seja, o acervo total da referida base para o tema pesquisado. A busca nas fontes conforme os critérios descritos anteriormente resultaram em 937 publicações. Foram analisados todos os títulos, de onde se segregou 34 publicações (3,63%) que tiveram seus resumos ou abstracts analisados. Por fim, identificou-se 10 (1,07%) publicações que tiveram seu conteúdo analisado na íntegra que uniram-se a outros referenciais bibliográficos na construção da avenida teórica de identificação dos FCS e FCI. 3.2 Método de pesquisa para a Avenida Prática – estudo de caso A busca pelas experiências no campo prático da aplicação do Pensamento Sistêmico foi realizada através de um estudo de caso em uma organização do setor de mineração. Este estudo de caso foi estruturado através de uma série de passos que deram forma ao método de trabalho empregado. Este método está segmentado em três fases: i) preparação; ii) execução e iii) análise. 3.2.1 Fase de preparação do estudo de caso Uma vez selecionada a empresa, buscou-se identificar os projetos realizados com o método sistêmico para que estes fossem caracterizados e orientassem na seleção dos entrevistados. Esta identificação foi realizada por meio da lista de participantes de cada projeto, localizada nas memórias cedidas pela empresa. A seleção dos entrevistados foi definida a partir de dois critérios específicos: a participação em projetos e amplitude da visão organizacional. A participação foi definida pela presença como membro do grupo executivo ou consultivo do projeto. A amplitude da visão organizacional é definida pelo cargo que o profissional ocupa dentro da organização, onde especialistas são considerados com menor amplitude em relação a gestores, e estes, menor amplitude em relação aos diretores. Para realizar este trabalho foi desenvolvido um roteiro onde os critérios foram sendo aplicados e o grupo de entrevistados foi definido. Este roteiro passou pela identificação dos participantes em cada projeto, divisão dos participantes em grupos, aplicação dos critérios de seleção e a definição dos entrevistados: O instrumento de coleta de dados utilizado nesta pesquisa foi à entrevista baseada um roteiro semi-estruturado. Neste roteiro buscou-se captar a dos entrevistados em relação ao Pensamento Sistêmico na empresa. Por se tratar de um roteiro semi-estruturado, tanto o entrevistado quanto os pesquisadores possuíram liberdade de acrescentar pontos, durante a entrevista, que julgassem importantes para a realização desta pesquisa (Creswell, 2007). A validação dos roteiros foi realizada por meio da apresentação dos mesmos para três especialistas em Pensamento Sistêmico. Estes especialistas orientaram ajustes na forma com que algumas perguntas estavam descritas visando melhorar o entendimento e evitar duplo sentido. Não foi incluída nenhuma questão adicional além das apresentadas para avaliação. 6 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 3.2.2 Fase de execução A realização das entrevistas ocorreu em quatro etapas respeitando a disponibilidade de agenda dos entrevistados. A rotina introdutória da entrevista seguiu um procedimento padronizado que foi aplicado a todos os entrevistados. O primeiro passo foi a apresentação da questão de pesquisa e do objetivo geral, seguida da Explicação do formato da entrevista, da solicitação de registro de áudio da entrevista e por fim a realização da entrevista: Ao todo foram realizadas 17 entrevistas em quatro rodadas, abrangendo sete dias e duas unidades da empresa. Finalizado o processo de entrevistas deu-se início a tabulação e organização dos materiais coletados, preparando-os para a transcrição. Tabulado e organizada os dados, deu-se início ao processo de transcrição de cada uma das entrevistas. Ao final do processo de transcrição foram obtidas 142 laudas que foram submetidas ao processo de análise de conteúdo, que é descrito na próxima seção. 3.2.3 Fase de análise A análise dos dados foi realizada através do exame, categorização, classificação ou recombinação das evidências sempre em vista as proposições iniciais do estudo (YIN, 2005). Aliada a estratégia geral analítica, decidiu-se por utilizar a técnica de análise de conteúdo para realizar as análises dos dados desta pesquisa, pois ela consiste de um instrumento metodológico que pode ser aplicado aos mais diversos tipos de comunicação, independente de sua natureza ou suporte (GODOY, 1995) A análise de conteúdo é um procedimento de pesquisa com um delineamento mais amplo da teoria da comunicação e tem como ponto de partida a mensagem. Desta forma, seus resultados devem refletir os objetivos da pesquisa e terem como apoio os indícios manifestados e captados dentro das comunicações emitidas (FRANCO, 2003). Para este pesquisa define-se análise de conteúdo como: “um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”. Bardin (p. 42, 2005) A análise foi realizada utilizando o software de análise de dados qualitativos, Atlas TI© desenvolvido pela Scientific Software Development, Berlin, Alemanha. Este processo foi dividido em três conjuntos de etapas: A primeira tratou da pré-análise, que caracteriza-se pela leitura flutuante, definição do corpus de estudo e da hipótese de análise, definição do objetivo, dos índices e dos indicadores. A unidade de contexto para a referida análise diz respeito a: percepção da organização em relação aos FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico.. As unidades de registro utilizadas foram temáticas, pois trataram das afirmações feitas pelos entrevistados dentro de cada unidade de contexto. Desta forma o critério para definição das categorias foi semântico, partindo do agrupamento destes temas. Assim os recortes do texto para a análise também foram semânticos e não lingüísticos (a palavra ou a frase). 7 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. A segunda etapa refere-se a exploração do material. Esta etapa tratou da realização da análise do conteúdo seguindo as premissas definidas na fase anterior. Este processo caracterizou-se pela execução do recorte, categorização, localização de índices e mensuração dos indicadores. Por fim, na terceira etapa realizou-se o tratamento dos resultados e interpretações, com a apresentação da síntese dos resultados através de um quadro resumo e na seqüência descritas as inferências e interpretações da análise. 4 Os Fatores Críticos: de Sucesso e de Insucesso Nesta seção é apresentado o desenvolvimento das duas avenidas (teórica e prática) onde buscou-se o conhecimento para a proposição dos FCS e FCI que devem ser considerados no processo de implantação do Pensamento Sistêmico em organizações. 4.1 A Avenida Teórica – o estudo bibliográfico Esta seção aborda a descrição dos FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico sob a perspectiva de diversos autores. As obras analisadas abordam distintas experiências e formas de implantação do Pensamento Sistêmico em áreas como segurança do trabalho, setor automotivo, saúde pública, tecnologia da informação, telecomunicação, bem como em organizações de uma maneira genérica. 4.1.1 Os FCS da avenida teórica Os FCS constatados nas obras não se apresentavam com esta denominação e sim dentro de um contexto de fatores importantes para a implantação e efetivação do Pensamento Sistêmico. Assim, a denominação de FCS é dada pelos autores em função das definições apresentadas na seção Referencial Teórico desta pesquisa. Durante o estudo das obras, pode-se perceber que os FCS que iam sendo evidenciados circundavam três agentes. O Tema, os Membros da equipe e Alta Administração da organização. A partir destes agentes organizaram-se os FCS desta avenida como apresentado no Quadro 1. Grupo Tema para o projeto FCS Possuir caráter interfuncional Retratar uma realidade de campo Devem estar dispostos a assumir uma posição frente às situações que forem expostos; Abranger as diferentes áreas da organização Aprovar o tema proposto para o projeto Alta Patrocinar o projeto Administração Permitir à equipe a busca pelo atendimento dos objetivos traçados Fonte: Autores, 2010 Membros da equipe Autores Senge e Kim (1994), Goodman e Karash (1995), Goodman (1997), Roberts e Kemeny (1997), Seligman (2005), Stroh (2005) Senge e Kim (1994), Roberts e Kemeny (1997), Sweeney (2001), Pierce (2002), Seligman (2005). Seligman (2005), Stroh (2005), Senge e Kim (1994), Roberts e Kemeny (1997) Quadro 1 - Fatores Críticos de Sucesso da avenida teórica Diversas são as percepções em relação aos fatores que devem ser considerados quando da implantação do Pensamento Sistêmico em uma organização. Porém percebe-se uma convergência em relação ao apoio e intenção da Alta Direção em implantar a abordagem, bem como a necessidade do envolvimento de equipes multidisciplinares e a execução de trabalhos práticos nos projetos desenvolvidos com a metodologia sistêmica. 8 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. A execução de projetos com a metodologia sistêmica, seja para resolver problemas ou esclarecer oportunidades, é o motor propulsor da implantação da abordagem. A partir dos projetos que se desenvolvem os campos de práticas reais ou simuladas do Pensamento Sistêmico. Também, é a través dos projetos que as pessoas reúnem-se para aprenderem juntas, gerando competências dentro da organização. 4.1.2 Os FCI da avenida teórica Da mesma forma que os FCS, os fatores relacionados ao insucesso não são encontrado nas obras com a terminologia de FCI, mas como fatores que limitam a implantação. Das obras estudas somente três explicitaram estes fatores limitantes. Os grupos utilizados para a classificação dos FCS são os mesmos em que os FCI foram enquadrados. O quadro 2 apresenta estes fatores distribuídos dentro de cada grupo os respectivos autores que fazem referencia a eles. Grupo FCI Realizar trabalhos que despertem o “vigilante Tema para o sistema imunológico” das organizações (temas que projeto tragam mudanças bruscas na rotina) Realizar capacitações e projetos que não tenham Membros da foco suficiente sobre problemas reais para que as equipe pessoas possam visualizar a utilização na prática Alta Tratar os erros cometidos durante os projetos como Administração forma de punição e não de aprendizagem Fonte: Autores, 2010 Autores Seligman (2005). Senge e Kim (1994), Ballé e Jones (1995), Seligman (2005) Ackoff (2006) Quadro 2 - Fatores Críticos de Insucesso da avenida teórica Os pontos destacados por Seligman (2005), Senge e Kim (1994), Ballé e Jones (1995) e Ackoff (2006) são pontuais e podem ser monitorados sem a necessidade de sofisticados instrumentos de medição. Porém eles estão relacionados a outros fatores vinculados a forma como a organização é gerida. Certamente organizações com uma estrutura muito centralizada e rígida e conservadoras apresentarão maiores probabilidade de que algum destes pontos venha a ocorrer. 4.2 A Avenida Prática – o estudo de caso Nesta seção são descritos e analisados os conteúdos referentes à percepção dos entrevistados em relação aos FCS e FCI na implantação da abordagem do Pensamento Sistêmico. Para a análise do conteúdo coletado a unidade de contexto considerada foi: FCS e FCI na implantação da abordagem do Pensamento Sistêmico na percepção da organização. As categorias foram definidas a priori e estão relacionadas ao FCS e aos FCI. Estas categorias descrevem quais são os fatores e suas características. 4.2.1 Os FCS da avenida prática Esta categoria explicita uma série de fatores que, segundo os entrevistados, são relevantes para o sucesso da implantação do Pensamento Sistêmico na organização. Os entrevistados foram questionados sobre estes fatores em três dimensões: a) Os fatores críticos considerados pela empresa no processo de implantação; b) Os fatore que não foram considerados, mas deveriam ter sido; e 9 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. c) Os fatores que deveriam ser considerados por uma empresa que deseja implantar o Pensamento Sistêmico. Foi dada total liberdade para eles citarem quantos fatores entendessem como necessário. Os fatores mencionados pelos entrevistados contemplaram diferentes situações que deveriam ser considerados como críticas. Ao final da pré-análise estes fatores foram todos consolidados e obteve-se uma lista que representava a opinião dos entrevistados. Estes fatores constituíram os temas que foram utilizados para a análise do conteúdo desta categoria e estão apresentados no Quadro 3. Tema (Unidade de Registro) O patrocínio da Alta Administração Significado O patrocínio da Alta Administração caracteriza-se pelo aval da realização das atividades de implantação do Pensamento Sistêmico e da disponibilização dos recursos necessários, sua ausência pode acarretar a inviabilidade de realização das mesmas. A seleção das pessoas que irão participar dos projetos deve atender a critérios pré-estabalecidos que visem à formação de um grupo participativo. Além da competência de aplicar o método sistêmico, o condutor das reuniões deve ter a habilidade de conduzir o grupo nas reuniões objetivando extrair deste o melhor resultado para o projeto. A escolha dos membros da equipe do projeto A condução das reuniões dos projetos Os temas para os Os temas deveriam preferencialmente evitar a abordagem de situações projetos que corriqueiras, buscando assim, resoluções para problemas ou oportunidades utilizam o método que envolvam um maior espectro organizacional. sistêmico Fonte: Autores, 2010 Frequência 11 10 5 4 Quadro 3 - Temas da categoria Fatores Críticos de Sucesso Estes FCS são aqueles que devem ser destacados, dentro da relação das atividades a serem realizadas, como condições fundamentais a serem cumpridas. O atendimento a estes fatores contribuí para o sucesso do processo, bem como a negligencia aos mesmos, contribuí para o fracasso. 4.2.1 Os FCI da avenida prática Se por um lado os FCS apresentam características includentes, os FCI por sua vez apresentam características excludentes, ou seja, FCI são fatores que devem ser evitados pela organização durante a implantação da abordagem do Pensamento Sistêmico, pois sua ocorrência pode comprometer o resultado deste processo. Para captar estas informações os entrevistados foram questionados sobre quais foram os fatores críticos de insucesso detectados pela organização em todos estes anos e quais fatores deveriam ser considerados por uma organização que deseja implantar a abordagem. Os entrevistados tiveram a liberdade de citar quantos fatores julgassem importantes. Os fatores mencionados pelos entrevistados contemplaram diferentes situações que deveriam ser evitadas, onde ao final da pré-análise eles foram consolidados, formando uma lista a presentada no Quadro 4 apresenta os FCI selecionados e seus respectivos significados. Tema Encarar o Pensamento Sistêmico como modismo Significado Frequência Desconsiderar os critérios para definição dos temas pode contribuir para o uso inadequado do método e seu descrédito no curto prazo. 2 10 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Insistir em realizar todos os passos do método sistêmico Coletar dados insuficientes Elaborar questões norteadoras complexas Conflitos nas agendas de compromissos dos participantes Fonte: Autores, 2010 Dentre as etapas do método sistêmico existe um módulo que trata da simulação computacional para construção de cenários. Este módulo pode não ser necessário a sua aplicação em alguns projetos. Para a confecção da estrutura sistêmica do projeto, são necessárias séries históricas das variáveis identificadas. Caso alguma destas séries não consiga ser coletada, a explicação da variável se concentra somente nas percepções dos participantes e não em seu real comportamento. As questões norteadoras servem para manter o foco das atividades voltadas para o objetivo do projeto. Quando o grupo apresenta dificuldade em entendê-las pode ser um sinal de que os resultados não atenderam os objetivos traçados. Por serem projetos com duração aproximada de quatro meses se faz necessária a gestão das agendas dos participantes para que não ocorram faltas nas reuniões. 1 1 1 1 Quadro 4 – Temas da categoria Fatores Críticos de Insucesso Mesmo que exista uma grande atenção a todos os pontos que devem ser realizados na implantação da abordagem, é importante identificar os que devem ser evitados. Somente após a identificação destes pontos é que podem ser definidas estratégias robustas para mantê-los fora do processo. Cabe ao condutor perceber quando o método já atingiu os objetivos propostos, mesmo que todos os passos ainda não tenham sido implantados. Aos responsáveis pela escolha da equipe cabe buscar pessoas que possuam disponibilidade de tempo e apresentem interesse em participar das discussões; A escolha dos temas que tratam de questões amplas e relacionadas às estratégias da empresa, pode ser um filtro para evitar que haja uma avalanche de projetos com a intenção de usar o Método Sistêmico em problemas estruturados de rotina; Ao coordenador cabe a gestão da agenda do projeto e sua relação com as agendas de compromissos de cada um dos participantes. A credibilidade do coordenador perante o grupo e o patrocínio da Alta Administração são fatores decisivos para a sincronização destas agendas. 5 Conclusão A busca pelos FCS e FCI para a implantação o Pensamento Sistêmico em uma organização caminhou por duas avenidas. Uma teórica onde foram estudadas publicações científicas que tratavam de casos de implantação. Este estudo apontou para uma lista de fatores relacionados ao tema, a equipe e a Alta Administração das organizações. A avenida prática foi percorrida através de um estudo de caso em uma organização com mais de dez anos de práticas com o Pensamento Sistêmico. Esta busca de campo trouxe a toma a experiência de 17 profissionais que trabalharam em projetos onde foram aplicados o método sistêmico. Ao cruzar estas duas avenidas pode-se então construir um corpo de FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico. A pesquisa de campo demonstrou que os FCS são convergentes em ambas as avenidas e que os FCI são distintos e complementares. Os FCI na avenida prática abrangem questões mais pontuais em relação à aplicação do método sistêmico. A consolidação destas duas avenidas originou o Quadro 5 que caracteriza os FCS e FCI resultantes desta pesquisa. 11 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Fatores Críticos de Sucesso 1. Os temas dos projetos devem ter caráter interfuncional e retratar uma realidade de campo 2. As pessoas participantes devem estar dispostas a assumir uma posição frente às situações que forem expostos e devem representar diferentes áreas da organização 3. A Alta Administração deve aprovar o tema proposto para o projeto, bem como patrocinar os recursos necessários para a realização do mesmo, incentivando a que a equipe persiga os objetivos traçados; 4. A condução das reuniões dos projetos deve ser feita por pessoas que além de competência de aplicar o método sistêmico deve ter a habilidade de conduzir o grupo nas reuniões objetivando extrair deste o melhor resultado para o projeto Fatores Críticos de Insucesso 1. A introdução do Pensamento Sistêmico por projetos que tragam mudanças brutas nas rotinas tentem a gerar rejeição por parte dos participantes e a vinculação dos resultados ao Pensamento Sistêmico. Da mesma forma que tentear aplicar o método sistêmico para resolver todo o tipo de problema na organização, 2. Desenvolver capacitações e projetos com temas que não possam ser visualizados sua aplicação prática leva a desistência ou a não participação das pessoas em projetos futuros 3. Desenvolver punições a partir de erros cometidos nos projetos contribui para que os participantes não se exponham e o projeto não consiga materializar os benefícios potenciais do Pensamento Sistêmico. 4. Durante a aplicação do método sistêmico deve-se ter a sensibilidade para não desenvolver questões norteadoras complexas que a equipe tenha grande dificuldade em desenvolver soluções para elas Da mesma forma, insistir na realização de etapas do método que não sejam aplicadas ao objetivo esperado do projeto (simulação de cenários, por exemplo). Outro fator relacionado aos projetos diz respeito a coleta de dados insuficientes que não consigam estruturar séries históricas para serem analisadas. 5. A desconsideração da necessidade de administração das agendas pessoais dos participantes pode levar a baixo número de participantes nos encontros, ocasionando baixo nível de percepção dos relacionamentos das variáveis analisadas. Torna-se o projeto de uma área e não da organização. Fonte: Autores, 2010 Quadro 5 – OS FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico Os FCS e FCI podem ser inter-relacionados dentro de quatro perspectivas: Alta Administração, Tema, Participantes e Condução dos Projetos. Estas seriam as grandes áreas responsáveis tanto pelo sucesso quanto pelo fracasso do Pensamento Sistêmico dentro da organização. Sabe-se que estes fatores não esgotam outras possibilidades, mesmo porque eles representam o conhecimento extraído a partir de uma base referencial teórica e a experiência de um estudo de caso em única empresa. Porém esta pesquisa materializou um grupo de itens que devem ser considerados pelas organizações que desejam implantar o Pensamento Sistêmico junto a sua gestão, mesmo que não representem a totalidade. Trabalhos futuros podem ser desenvolvidos a partir da estruturação de questionários para validar estes FCS e FCI com outras organizações que vivenciam o Pensamento Sistêmico, ou até mesmo com grupos de especialistas no tema. Referências ACKOFF, Russell L. Why Few Organizations Adopt Systems Thinking. Systems Research and Behavioral Science, n. 23 p. 705 - 708, 2006. 12 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. ANDRADE, Aurélio. L. Pensamento Sistêmico: Um Roteiro Básico para Perceber as Estruturas da Realidade Organizacional. REAd - Revista Eletrônica de Administração, Progr. 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