XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
IMPLANTAÇÃO DO PENSAMENTO
SISTÊMICO EM ORGANIZAÇÕES:
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO E
INSUCESSO
Secundino Luis Henrique Corcini Neto (UNISINOS)
[email protected]
Maria Isabel Wolf Motta Morandi (UNISINOS)
[email protected]
Luis Henrique Rodrigues (UNISINOS)
[email protected]
Este artigo apresenta um conjunto de FCS e FCI para a implantação
do Pensamento Sistêmico em organizações. A identificação destes
fatores se deu através de duas avenidas de pesquisa. A primeira
avenida buscou identificar os FCS e FCI atravéés do estudo de
publicações referentes a implantação do Pensamento Sistêmico. A
escolha destas publicações se deu através da aplicação de um método
específico baseado em critérios sistemáticos de busca em bases
nacionais e internacionais de periódicos. A segunda avenida buscou
nas experiências de uma empresa do ramo de mineração os
conhecimentos gerados a partir de mais de dez anos de convívio com o
Pensamento Sistêmico. através de um estudo de caso foram
desenvolvidos questionários semi-estruturados e entrevistas
presenciais para a coleta dos dados referente a percepção dos
entrevistados em relação aos FCS e FCI. As informações coletadas no
estudo de caso foram tratadas por meio da técnica de análise de
conteúdo com o uso de software específico. Ao final, foram reunidos os
fatores identificados nestas duas avenidas e assim consolidados os
FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico. Também são
apresentados os limites desta pesquisa e sugerido trabalhos futuros a
partir da mesma
Palavras-chaves: Pensamento Sistêmico, fatores críticos de sucesso,
fatores críticos de insucesso, análise de conteúdo
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1.1
1. Introdução
A mediada que as organizações crescem há um movimento natural de especialização das
atividades através da estruturação das mais diversas áreas e consequente aumento do quadro
funcional. As pessoas que compõe este quadro possuem diferentes experiências e crenças,
bem como distintos interesses. Assim, como a soma destas áreas dão forma ao ambiente
interno da empresa, esta por sua vez também é componente de um ambiente maior onde estão
inseridos outros atores (comunidade, órgãos governamentais e não governamentais,
concorrentes, fornecedores, etc.).
Estes ambientes (interno e externo) por possuírem diferentes interesses certamente não
convergirão todos para um mesmo sentido de “ótimo”. Enquanto um determinado grupo
busca seu „ótimo‟ pela geração de emprego, outro pode estar buscando a redução dos custos
fixos. Enfim, fatores como inter-relacionamento, interesses e/ou posicionamentos, aumentam
o grau de complexidade nas relações e consequentemente na gestão das organizações. Quanto
maior e mais segmentada a organização, maiores serão as possibilidades de dispersão de
energia do quadro funcional e consequente perda de integração e alinhamento nas ações em
prol de objetivos que alavanquem os resultados globais e não somente locais.
Neste contexto o Pensamento Sistêmico encontra campo fértil para desenvolver-se junto a
outras formas de pensar já estruturadas, pois tem como competência a percepção do todo, dos
inter-relacionamentos, dos padrões de mudanças ao longo do tempo e não somente na
percepção dos eventos do momento.
Assim, surgiu a intenção desta pesquisa que buscou elementos que demonstrem quais são os
fatores críticos de sucesso e de insucesso que devem ser considerados pelas organizações que
desejarem implantar o pensamento sistêmico.
Duas avenidas foram traçadas na busca da identificação e definição estes fatores. Uma
primeira relacionada a pesquisa de publicações nacionais e internacionais referente a
experiências de implantação do Pensamento Sistêmico e outra relacionada a um estudo de
caso em uma organização com mais de anos de aplicação do Pensamento Sistêmico em sua
gestão.
2. Revisão teórica
Esta revisão tem por objetivo elucidar ao leitor o entendimento referente ao Pensamento
Sistêmico e aos Fatores Críticos de Sucesso (FCS) e Fatores Críticos de Insucesso (FCI).
Estes temas não serão tratados em exaustão, pois o foco desta pesquisa se dará na explicitação
dos FCS e FCI identificados em cada uma das avenidas (teórica e prática).
2.1 O Pensamento Sistêmico
O Pensamento Sistêmico é utilizado como uma disciplina que busca, juntamente com a
aprendizagem organizacional, a construção de visões e objetivos compartilhados através do
exame e confrontação dos modelos mentais de grupos e indivíduos-chave da organização.
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Para Senge (2006) existem outras quatro disciplinas, além do Pensamento Sistêmico, que
devem ser desenvolvidas em conjunto para a construção de organizações realmente capazes
de aprender e ampliar continuamente a capacidade de realizar seus objetivos.
As cinco disciplinas proposta pelo autor formam um corpo de teorias, métodos e ferramentas
que são aplicas ao nível individual e ao nível coletivo da organização. Senge (2006, p. 44)
define disciplina como um “caminho de desenvolvimento para a aquisição de determinadas
habilidades ou competências”.
As duas disciplinas propostas por Senge (2006) que estão relacionadas ao nível individual
são:
a) Domínio pessoal: afastando-se da mentalidade reativa de que alguém ou alguma coisa cria
nossos problemas. Esta disciplina estimula a motivação pessoal de aprender continuamente
como nossas ações afetam o mundo.
b) Modelos mentais: busca revelar quais as limitações existentes em nossa forma de ver o
mundo. Estas formas são derivadas de nossas crenças, valores, experiências, etc.
As outras duas associadas ao nível coletivo são:
a) Visão compartilhada: visão genuína de futuro que compartilhe e estimule o compromisso e
o envolvimento coletivo.
b) Aprendizagem em grupo: as equipes e não os indivíduos são a unidade de aprendizagem
fundamental nas organizações. Se estas equipes não possuírem capacidade de aprender, a
organização também não a terá.
E por fim a quinta disciplina, o Pensamento Sistêmico, aquela que integra as outras quatro,
formando um todo único de teorias e práticas. Ela é uma disciplina para ver o todo, ver os
inter-relacionamentos ao invés de eventos isolados, ver padrões de mudanças ao longo do
tempo e não somente o que é percebido no momento (SENGE, 2006).
Esta abordagem apresentada por Senge (2006) é uma das principais vertentes do Pensamento
Sistêmico e está associada aos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores Massachusets
Institute of Technology (MIT) junto a organizações americanas. Possuí como obra referencial
o livro escrito por Senge denominado “The Fifth Discipline” (A Quinta Disciplina) publicado
em 1990.
Em sua obra, Senge (2006) destaca que a os indivíduos interpretam a realidade através de
diferentes níveis de percepção. Outros autores como Kemeny, Goodman, e Karash (1997),
Goodmam (1997) e Andrade, Seleme, Rodrigues e Souto (2006) exploram estes níveis
contribuindo para sua identificação e definição em função do grau de profundidade com que
os indivíduos conseguem perceber a realidade.
Os níveis de percepção abordados pelos autores iniciam superficialmente com a percepção
dos Eventos (o que aconteceu?), passando para um nível pouco mais profundo dos Padrões de
Comportamento (o que vem acontecendo e quais são as tendências percebidas?), seguido
pelas Estruturas Sistêmicas (porque isto está acontecento?) e por fim o nível mais profundo
dos Modelos Mentais (que forças criam estas estruturas?).
A identificação e definição destes níveis propiciaram a estruturação do Método Sistêmico que
é apresentado se seção seguinte. Percebe-se que todo o seu desenvolvimento tem justamente o
objetivo de penetrar no nível mais profundo de percepção (modelos mentais) para então,
conseguir gerar mudanças duradouras nos indivíduos.
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2.2 O Método Sistêmico
O Método Sistêmico utilizado nos projetos realizados pela organização estudada é fruto de um
longo amadurecimento que teve seu início nos trabalhos desenvolvidos por Goodman e
Karash (1995) junto a Innovation Associates. Dentre os diversos autores que aplicaram este
método, referenciam-se as contribuições apresentadas por Andrade (1997), que juntamente
com outros pesquisadores, após vários trabalhos empíricos e incorporação de etapas
relacionadas ao Planejamento de Cenários, a luz dos trabalhos de Schwartz (2000), tomou a
forma que foi aplicada na organização estudada.
Este novo desenho do método envolvendo o Pensamento Sistêmico e o Planejamento de
Cenários é apresentado na obra de Moreira (2005) e possuí 12 passos. Este método é aplicado
na forma de projetos que normalmente envolvem 8 encontros. Estes passos são:
 Passo 1: Definição do tema central do projeto, onde há a busca de respostas relacionadas a
problemas complexos ou oportunidades visualizadas pela organização;
 Passo 2: Descrição dos eventos importantes relacionados com o tema central. Nesta etapa
também é definido o horizonte de tempo que será utilizado para coletas de dados
históricos ou projeções de cenários futuros;
 Passo 3: Identificação das variáveis-chave mais importantes relacionados ao objetivo do
projeto. Uma vez selecionadas estas variáveis-chave, há a coleta de seus dados referente
ao período de tempo estabelecido, formando assim uma série histórica, com o padrão de
comportamento de cada variável-chave;
 Passo 4: Irrupção das questões norteadoras, ou seja, o desdobramento do tema central,
mencionado no passo 1, em questões mais objetivas. Estes questões irão auxiliar a manter
o foco do grupo em relação ao objetivo central do trabalho;
 Passo 5: Análise dos padrões de comportamento das variáveis-chave;
 Passo 6: Análise das questões norteadoras, verificando se as discussões do dia
mantiveram o grupo focado, contribuindo para o objetivo do projeto;
 Passo 7: Confecção da Estrutura Sistêmica a partir de duas ferramentas: A análise de
correlação das variáveis-chave (diretamente proporcional ou inversamente proporcional) e
a utilização de arquétipos sistêmicos. Arquétipos referem-se aos “comportamentos
comumente observados de forma sistêmica, dos quais se definiram genericamente
estruturas”. (ANDRADE et al, 2006 p. 209);
 Passo 8: Análise dos Modelos Mentais dos principais atores que influenciam a realidade
da organização na atualidade;
 Passo 9: Identificação, a partir da percepção do grupo, de quais as incertezas críticas,
tendências pré-determinadas e indicadores que se relacionam ao projeto;
 Passo 10: Modelo computacional que servirá de ferramenta para o ambiente de simulação
de cenários. Para a confecção do modelo são consideradas as informações geradas a partir
das questões norteadoras, da estrutura sistêmica, das séries históricas coletadas, dos
indicadores, das incertezas críticas e das tendências pré-determinadas.
 Passo 11: Construção de cenários qualitativos a partir das incertezas críticas definidas
pelo grupo. Do cruzamento entre duas incertezas é confeccionada uma matriz com quatro
quadrantes, formando os cenários a serem estudados;
 Passo 12: Por fim, são realizadas as apresentações individuais ao grande grupo. Durante
as apresentações são debatidas e formalizadas propostas derivadas do projeto para que
sejam analisadas e definidas as ações pertinentes. Este passo assume um importante papel
na transição entre o ambiente das discussões e o ambiente das realizações.
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2.3 Fatores Críticos de Sucesso (FCS) e Fatores Críticos de Insucesso (FCI)
Bullen & Rockart (1981) definem FCS como sendo “o número limitado de áreas em que os
resultados satisfatórios assegurarão um desempenho competitivo de sucesso para o indivíduo,
departamento ou organização”. Assim, os FCS são as poucas áreas-chave onde o resultado
favorável é absolutamente necessário para que de fato os objetivos sejam atingidos.
Furlan, 1997 complementa esta definição a medida que expõe, mesmo em detrimento de
algum outro fator, estes FCS são as poucas coisas que necessitam ocorrer corretamente para
que os objetivos traçados sejam atingidos. A partir destas contribuições pode-se considerar
que os FCS são atividades que necessitam estar constantemente monitoradas e sob a atenção
dos gestores durante o processo de implantação ou busca de resultados.
Identificar estes FCS significa descobrir os elementos fundamentais que necessitam ocorrer de
forma acertada para que um projeto atinja seus objetivos e torne-se bem sucedido.
No contexto desta pesquisa, os FCI não se caracterizam pelo antônimo dos FCS. A
identificação e tratamento dos FCI possuem impacto tão importante no desenvolvimento de
um projeto quanto os FCS.
Se por um lado os FCS são as atividades que não podem deixar de ser realizadas, os FCI são
todas as coisas que devem ser evitas ao máximo, pois sua ocorrência pode comprometer o
sucesso do projeto. Cabe assim, uma análise da abrangência do projeto para a identificação
destes fatores e o desenvolvimento de ações que mitiguem ou impeçam a sua ocorrência.
3 Metodologia
Esta pesquisa apresenta duas avenidas de busca de informações para a formação do
conhecimento referente aos FCS e FCI a serem considerados na implantação do Pensamento
Sistêmico.
Esta pesquisa divide-se em dois caminhos distintos que, quando unidos dão forma ao método
geral empregado. O primeiro caminho foi conduzido pelo método de pesquisa teórico em
bases nacionais e internacionais referente a casos de implantação do Pensamento Sistêmico
em organizações dos mais diferentes segmentos.
O segundo caminho penetrou na realidade de uma empresa do ramo de mineração que possui
mais de dez anos de experiência com o Pensamento Sistêmico em sua gestão. Esta experiência
se traduz através de projetos com o uso do método sistêmico, onde buscou-se a resolução de
problemas complexos ou a elucidação de potenciais oportunidades e também através da
sinergia do Pensamento Sistêmico com os Ciclos de Planejamento Estratégico da mesma.
3.1 Método de pesquisa para a Avenida Teórica – estudo bibliográfico
A partir das orientações apresentadas por Lacerda (2009) foi realizada uma ampla e
sistemática pesquisa nas bases de periódicos na busca de publicações que estejam
relacionadas a implantação do Pensamento Sistêmico em organizações.
Primeiramente foram definidas as bases de periódicos a serem pesquisadas na busca de
publicações relacionadas a implantação do Pensamento Sistêmico. Estas bases foram
segmentadas em quatro grupos: i) Base de Informações de Teses e Dissertações Nacionais, ii)
Base de Informações de Periódicos Científicos, iii) Periódicos Nacionais: Classificação A
pelo QUALIS/CAPES e iv) Periódicos Internacionais: Especializados em Pensamento
Sistêmico.
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Identificadas às fontes de pesquisa, o passo seguinte diz respeito à definição das palavraschave que foram utilizadas nas buscas. Estas palavras foram definidas em torno do radical
principal “pensamento sistêmico” para fontes nacionais e “systems thinking” para as fontes
internacionais. Os índices de busca restringiram-se ao título e as palavras-chave das obras.
No que tange a amplitude temporal da busca, não houve uma delimitação por parte dos
autores. Desta forma, foi considerado todo o período histórico disponível na base de dados, ou
seja, o acervo total da referida base para o tema pesquisado.
A busca nas fontes conforme os critérios descritos anteriormente resultaram em 937
publicações. Foram analisados todos os títulos, de onde se segregou 34 publicações (3,63%)
que tiveram seus resumos ou abstracts analisados.
Por fim, identificou-se 10 (1,07%) publicações que tiveram seu conteúdo analisado na íntegra
que uniram-se a outros referenciais bibliográficos na construção da avenida teórica de
identificação dos FCS e FCI.
3.2 Método de pesquisa para a Avenida Prática – estudo de caso
A busca pelas experiências no campo prático da aplicação do Pensamento Sistêmico foi
realizada através de um estudo de caso em uma organização do setor de mineração.
Este estudo de caso foi estruturado através de uma série de passos que deram forma ao
método de trabalho empregado. Este método está segmentado em três fases: i) preparação; ii)
execução e iii) análise.
3.2.1 Fase de preparação do estudo de caso
Uma vez selecionada a empresa, buscou-se identificar os projetos realizados com o método
sistêmico para que estes fossem caracterizados e orientassem na seleção dos entrevistados.
Esta identificação foi realizada por meio da lista de participantes de cada projeto, localizada
nas memórias cedidas pela empresa.
A seleção dos entrevistados foi definida a partir de dois critérios específicos: a participação
em projetos e amplitude da visão organizacional. A participação foi definida pela presença
como membro do grupo executivo ou consultivo do projeto. A amplitude da visão
organizacional é definida pelo cargo que o profissional ocupa dentro da organização, onde
especialistas são considerados com menor amplitude em relação a gestores, e estes, menor
amplitude em relação aos diretores.
Para realizar este trabalho foi desenvolvido um roteiro onde os critérios foram sendo
aplicados e o grupo de entrevistados foi definido. Este roteiro passou pela identificação dos
participantes em cada projeto, divisão dos participantes em grupos, aplicação dos critérios de
seleção e a definição dos entrevistados:
O instrumento de coleta de dados utilizado nesta pesquisa foi à entrevista baseada um
roteiro semi-estruturado. Neste roteiro buscou-se captar a dos entrevistados em relação ao
Pensamento Sistêmico na empresa. Por se tratar de um roteiro semi-estruturado, tanto o
entrevistado quanto os pesquisadores possuíram liberdade de acrescentar pontos, durante a
entrevista, que julgassem importantes para a realização desta pesquisa (Creswell, 2007).
A validação dos roteiros foi realizada por meio da apresentação dos mesmos para três
especialistas em Pensamento Sistêmico. Estes especialistas orientaram ajustes na forma com
que algumas perguntas estavam descritas visando melhorar o entendimento e evitar duplo
sentido. Não foi incluída nenhuma questão adicional além das apresentadas para avaliação.
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3.2.2 Fase de execução
A realização das entrevistas ocorreu em quatro etapas respeitando a disponibilidade de
agenda dos entrevistados. A rotina introdutória da entrevista seguiu um procedimento
padronizado que foi aplicado a todos os entrevistados. O primeiro passo foi a apresentação da
questão de pesquisa e do objetivo geral, seguida da Explicação do formato da entrevista, da
solicitação de registro de áudio da entrevista e por fim a realização da entrevista:
Ao todo foram realizadas 17 entrevistas em quatro rodadas, abrangendo sete dias e duas
unidades da empresa. Finalizado o processo de entrevistas deu-se início a tabulação e
organização dos materiais coletados, preparando-os para a transcrição.
Tabulado e organizada os dados, deu-se início ao processo de transcrição de cada uma das
entrevistas. Ao final do processo de transcrição foram obtidas 142 laudas que foram
submetidas ao processo de análise de conteúdo, que é descrito na próxima seção.
3.2.3 Fase de análise
A análise dos dados foi realizada através do exame, categorização, classificação ou
recombinação das evidências sempre em vista as proposições iniciais do estudo (YIN, 2005).
Aliada a estratégia geral analítica, decidiu-se por utilizar a técnica de análise de conteúdo para
realizar as análises dos dados desta pesquisa, pois ela consiste de um instrumento
metodológico que pode ser aplicado aos mais diversos tipos de comunicação, independente de
sua natureza ou suporte (GODOY, 1995)
A análise de conteúdo é um procedimento de pesquisa com um delineamento mais amplo da
teoria da comunicação e tem como ponto de partida a mensagem. Desta forma, seus
resultados devem refletir os objetivos da pesquisa e terem como apoio os indícios
manifestados e captados dentro das comunicações emitidas (FRANCO, 2003).
Para este pesquisa define-se análise de conteúdo como:
“um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter,
por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo
das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a
inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”.
Bardin (p. 42, 2005)
A análise foi realizada utilizando o software de análise de dados qualitativos, Atlas TI©
desenvolvido pela Scientific Software Development, Berlin, Alemanha. Este processo foi
dividido em três conjuntos de etapas:
A primeira tratou da pré-análise, que caracteriza-se pela leitura flutuante, definição do corpus
de estudo e da hipótese de análise, definição do objetivo, dos índices e dos indicadores. A
unidade de contexto para a referida análise diz respeito a: percepção da organização em
relação aos FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico..
As unidades de registro utilizadas foram temáticas, pois trataram das afirmações feitas pelos
entrevistados dentro de cada unidade de contexto. Desta forma o critério para definição das
categorias foi semântico, partindo do agrupamento destes temas. Assim os recortes do texto
para a análise também foram semânticos e não lingüísticos (a palavra ou a frase).
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A segunda etapa refere-se a exploração do material. Esta etapa tratou da realização da análise
do conteúdo seguindo as premissas definidas na fase anterior. Este processo caracterizou-se
pela execução do recorte, categorização, localização de índices e mensuração dos indicadores.
Por fim, na terceira etapa realizou-se o tratamento dos resultados e interpretações, com a
apresentação da síntese dos resultados através de um quadro resumo e na seqüência descritas
as inferências e interpretações da análise.
4 Os Fatores Críticos: de Sucesso e de Insucesso
Nesta seção é apresentado o desenvolvimento das duas avenidas (teórica e prática) onde
buscou-se o conhecimento para a proposição dos FCS e FCI que devem ser considerados no
processo de implantação do Pensamento Sistêmico em organizações.
4.1 A Avenida Teórica – o estudo bibliográfico
Esta seção aborda a descrição dos FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico
sob a perspectiva de diversos autores.
As obras analisadas abordam distintas experiências e formas de implantação do Pensamento
Sistêmico em áreas como segurança do trabalho, setor automotivo, saúde pública, tecnologia
da informação, telecomunicação, bem como em organizações de uma maneira genérica.
4.1.1 Os FCS da avenida teórica
Os FCS constatados nas obras não se apresentavam com esta denominação e sim dentro de
um contexto de fatores importantes para a implantação e efetivação do Pensamento Sistêmico.
Assim, a denominação de FCS é dada pelos autores em função das definições apresentadas na
seção Referencial Teórico desta pesquisa.
Durante o estudo das obras, pode-se perceber que os FCS que iam sendo evidenciados
circundavam três agentes. O Tema, os Membros da equipe e Alta Administração da
organização. A partir destes agentes organizaram-se os FCS desta avenida como apresentado
no Quadro 1.
Grupo
Tema para o
projeto
FCS
Possuir caráter interfuncional
Retratar uma realidade de campo
Devem estar dispostos a assumir uma posição
frente às situações que forem expostos;
Abranger as diferentes áreas da organização
Aprovar o tema proposto para o projeto
Alta
Patrocinar o projeto
Administração Permitir à equipe a busca pelo atendimento dos
objetivos traçados
Fonte: Autores, 2010
Membros da
equipe
Autores
Senge e Kim (1994), Goodman e
Karash (1995), Goodman (1997),
Roberts e Kemeny (1997),
Seligman (2005), Stroh (2005)
Senge e Kim (1994), Roberts e
Kemeny (1997), Sweeney (2001),
Pierce (2002), Seligman (2005).
Seligman (2005), Stroh (2005),
Senge e Kim (1994), Roberts e
Kemeny (1997)
Quadro 1 - Fatores Críticos de Sucesso da avenida teórica
Diversas são as percepções em relação aos fatores que devem ser considerados quando da
implantação do Pensamento Sistêmico em uma organização. Porém percebe-se uma
convergência em relação ao apoio e intenção da Alta Direção em implantar a abordagem, bem
como a necessidade do envolvimento de equipes multidisciplinares e a execução de trabalhos
práticos nos projetos desenvolvidos com a metodologia sistêmica.
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A execução de projetos com a metodologia sistêmica, seja para resolver problemas ou
esclarecer oportunidades, é o motor propulsor da implantação da abordagem. A partir dos
projetos que se desenvolvem os campos de práticas reais ou simuladas do Pensamento
Sistêmico. Também, é a través dos projetos que as pessoas reúnem-se para aprenderem juntas,
gerando competências dentro da organização.
4.1.2 Os FCI da avenida teórica
Da mesma forma que os FCS, os fatores relacionados ao insucesso não são encontrado nas
obras com a terminologia de FCI, mas como fatores que limitam a implantação.
Das obras estudas somente três explicitaram estes fatores limitantes. Os grupos utilizados para
a classificação dos FCS são os mesmos em que os FCI foram enquadrados. O quadro 2
apresenta estes fatores distribuídos dentro de cada grupo os respectivos autores que fazem
referencia a eles.
Grupo
FCI
Realizar trabalhos que despertem o “vigilante
Tema para o
sistema imunológico” das organizações (temas que
projeto
tragam mudanças bruscas na rotina)
Realizar capacitações e projetos que não tenham
Membros da
foco suficiente sobre problemas reais para que as
equipe
pessoas possam visualizar a utilização na prática
Alta
Tratar os erros cometidos durante os projetos como
Administração
forma de punição e não de aprendizagem
Fonte: Autores, 2010
Autores
Seligman (2005).
Senge e Kim (1994), Ballé e
Jones (1995), Seligman (2005)
Ackoff (2006)
Quadro 2 - Fatores Críticos de Insucesso da avenida teórica
Os pontos destacados por Seligman (2005), Senge e Kim (1994), Ballé e Jones (1995) e
Ackoff (2006) são pontuais e podem ser monitorados sem a necessidade de sofisticados
instrumentos de medição. Porém eles estão relacionados a outros fatores vinculados a forma
como a organização é gerida. Certamente organizações com uma estrutura muito centralizada
e rígida e conservadoras apresentarão maiores probabilidade de que algum destes pontos
venha a ocorrer.
4.2 A Avenida Prática – o estudo de caso
Nesta seção são descritos e analisados os conteúdos referentes à percepção dos entrevistados
em relação aos FCS e FCI na implantação da abordagem do Pensamento Sistêmico.
Para a análise do conteúdo coletado a unidade de contexto considerada foi: FCS e FCI na
implantação da abordagem do Pensamento Sistêmico na percepção da organização.
As categorias foram definidas a priori e estão relacionadas ao FCS e aos FCI. Estas categorias
descrevem quais são os fatores e suas características.
4.2.1 Os FCS da avenida prática
Esta categoria explicita uma série de fatores que, segundo os entrevistados, são relevantes
para o sucesso da implantação do Pensamento Sistêmico na organização.
Os entrevistados foram questionados sobre estes fatores em três dimensões:
a) Os fatores críticos considerados pela empresa no processo de implantação;
b) Os fatore que não foram considerados, mas deveriam ter sido; e
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c) Os fatores que deveriam ser considerados por uma empresa que deseja implantar o
Pensamento Sistêmico.
Foi dada total liberdade para eles citarem quantos fatores entendessem como necessário.
Os fatores mencionados pelos entrevistados contemplaram diferentes situações que deveriam
ser considerados como críticas. Ao final da pré-análise estes fatores foram todos consolidados
e obteve-se uma lista que representava a opinião dos entrevistados.
Estes fatores constituíram os temas que foram utilizados para a análise do conteúdo desta
categoria e estão apresentados no Quadro 3.
Tema (Unidade
de Registro)
O patrocínio da
Alta
Administração
Significado
O patrocínio da Alta Administração caracteriza-se pelo aval da realização
das atividades de implantação do Pensamento Sistêmico e da
disponibilização dos recursos necessários, sua ausência pode acarretar a
inviabilidade de realização das mesmas.
A seleção das pessoas que irão participar dos projetos deve atender a
critérios pré-estabalecidos que visem à formação de um grupo
participativo.
Além da competência de aplicar o método sistêmico, o condutor das
reuniões deve ter a habilidade de conduzir o grupo nas reuniões
objetivando extrair deste o melhor resultado para o projeto.
A escolha dos
membros da
equipe do projeto
A condução das
reuniões dos
projetos
Os temas para os
Os temas deveriam preferencialmente evitar a abordagem de situações
projetos que
corriqueiras, buscando assim, resoluções para problemas ou oportunidades
utilizam o método
que envolvam um maior espectro organizacional.
sistêmico
Fonte: Autores, 2010
Frequência
11
10
5
4
Quadro 3 - Temas da categoria Fatores Críticos de Sucesso
Estes FCS são aqueles que devem ser destacados, dentro da relação das atividades a serem
realizadas, como condições fundamentais a serem cumpridas. O atendimento a estes fatores
contribuí para o sucesso do processo, bem como a negligencia aos mesmos, contribuí para o
fracasso.
4.2.1 Os FCI da avenida prática
Se por um lado os FCS apresentam características includentes, os FCI por sua vez apresentam
características excludentes, ou seja, FCI são fatores que devem ser evitados pela organização
durante a implantação da abordagem do Pensamento Sistêmico, pois sua ocorrência pode
comprometer o resultado deste processo.
Para captar estas informações os entrevistados foram questionados sobre quais foram os
fatores críticos de insucesso detectados pela organização em todos estes anos e quais fatores
deveriam ser considerados por uma organização que deseja implantar a abordagem. Os
entrevistados tiveram a liberdade de citar quantos fatores julgassem importantes.
Os fatores mencionados pelos entrevistados contemplaram diferentes situações que deveriam
ser evitadas, onde ao final da pré-análise eles foram consolidados, formando uma lista a
presentada no Quadro 4 apresenta os FCI selecionados e seus respectivos significados.
Tema
Encarar o Pensamento
Sistêmico como
modismo
Significado
Frequência
Desconsiderar os critérios para definição dos temas pode contribuir
para o uso inadequado do método e seu descrédito no curto prazo.
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Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
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Insistir em realizar
todos os passos do
método sistêmico
Coletar dados
insuficientes
Elaborar questões
norteadoras complexas
Conflitos nas agendas
de compromissos dos
participantes
Fonte: Autores, 2010
Dentre as etapas do método sistêmico existe um módulo que trata da
simulação computacional para construção de cenários. Este módulo
pode não ser necessário a sua aplicação em alguns projetos.
Para a confecção da estrutura sistêmica do projeto, são necessárias
séries históricas das variáveis identificadas. Caso alguma destas
séries não consiga ser coletada, a explicação da variável se
concentra somente nas percepções dos participantes e não em seu
real comportamento.
As questões norteadoras servem para manter o foco das atividades
voltadas para o objetivo do projeto. Quando o grupo apresenta
dificuldade em entendê-las pode ser um sinal de que os resultados
não atenderam os objetivos traçados.
Por serem projetos com duração aproximada de quatro meses se faz
necessária a gestão das agendas dos participantes para que não
ocorram faltas nas reuniões.
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1
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Quadro 4 – Temas da categoria Fatores Críticos de Insucesso
Mesmo que exista uma grande atenção a todos os pontos que devem ser realizados na
implantação da abordagem, é importante identificar os que devem ser evitados. Somente após
a identificação destes pontos é que podem ser definidas estratégias robustas para mantê-los
fora do processo.
Cabe ao condutor perceber quando o método já atingiu os objetivos propostos, mesmo que
todos os passos ainda não tenham sido implantados. Aos responsáveis pela escolha da equipe
cabe buscar pessoas que possuam disponibilidade de tempo e apresentem interesse em
participar das discussões;
A escolha dos temas que tratam de questões amplas e relacionadas às estratégias da empresa,
pode ser um filtro para evitar que haja uma avalanche de projetos com a intenção de usar o
Método Sistêmico em problemas estruturados de rotina;
Ao coordenador cabe a gestão da agenda do projeto e sua relação com as agendas de
compromissos de cada um dos participantes. A credibilidade do coordenador perante o grupo
e o patrocínio da Alta Administração são fatores decisivos para a sincronização destas
agendas.
5 Conclusão
A busca pelos FCS e FCI para a implantação o Pensamento Sistêmico em uma organização
caminhou por duas avenidas. Uma teórica onde foram estudadas publicações científicas que
tratavam de casos de implantação. Este estudo apontou para uma lista de fatores relacionados
ao tema, a equipe e a Alta Administração das organizações. A avenida prática foi percorrida
através de um estudo de caso em uma organização com mais de dez anos de práticas com o
Pensamento Sistêmico. Esta busca de campo trouxe a toma a experiência de 17 profissionais
que trabalharam em projetos onde foram aplicados o método sistêmico.
Ao cruzar estas duas avenidas pode-se então construir um corpo de FCS e FCI para a
implantação do Pensamento Sistêmico. A pesquisa de campo demonstrou que os FCS são
convergentes em ambas as avenidas e que os FCI são distintos e complementares. Os FCI na
avenida prática abrangem questões mais pontuais em relação à aplicação do método
sistêmico.
A consolidação destas duas avenidas originou o Quadro 5 que caracteriza os FCS e FCI
resultantes desta pesquisa.
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Fatores Críticos de Sucesso
1.
Os temas dos projetos devem ter caráter interfuncional e retratar uma realidade de campo
2.
As pessoas participantes devem estar dispostas a assumir uma posição frente às situações
que forem expostos e devem representar diferentes áreas da organização
3.
A Alta Administração deve aprovar o tema proposto para o projeto, bem como patrocinar
os recursos necessários para a realização do mesmo, incentivando a que a equipe persiga os objetivos
traçados;
4. A condução das reuniões dos projetos deve ser feita por pessoas que além de competência de aplicar
o método sistêmico deve ter a habilidade de conduzir o grupo nas reuniões objetivando extrair deste o
melhor resultado para o projeto
Fatores Críticos de Insucesso
1. A introdução do Pensamento Sistêmico por projetos que tragam mudanças brutas nas rotinas tentem a
gerar rejeição por parte dos participantes e a vinculação dos resultados ao Pensamento Sistêmico. Da
mesma forma que tentear aplicar o método sistêmico para resolver todo o tipo de problema na
organização,
2. Desenvolver capacitações e projetos com temas que não possam ser visualizados sua aplicação
prática leva a desistência ou a não participação das pessoas em projetos futuros
3. Desenvolver punições a partir de erros cometidos nos projetos contribui para que os participantes não
se exponham e o projeto não consiga materializar os benefícios potenciais do Pensamento Sistêmico.
4. Durante a aplicação do método sistêmico deve-se ter a sensibilidade para não desenvolver questões
norteadoras complexas que a equipe tenha grande dificuldade em desenvolver soluções para elas Da
mesma forma, insistir na realização de etapas do método que não sejam aplicadas ao objetivo
esperado do projeto (simulação de cenários, por exemplo). Outro fator relacionado aos projetos diz
respeito a coleta de dados insuficientes que não consigam estruturar séries históricas para serem
analisadas.
5. A desconsideração da necessidade de administração das agendas pessoais dos participantes pode
levar a baixo número de participantes nos encontros, ocasionando baixo nível de percepção dos
relacionamentos das variáveis analisadas. Torna-se o projeto de uma área e não da organização.
Fonte: Autores, 2010
Quadro 5 – OS FCS e FCI para a implantação do Pensamento Sistêmico
Os FCS e FCI podem ser inter-relacionados dentro de quatro perspectivas: Alta
Administração, Tema, Participantes e Condução dos Projetos. Estas seriam as grandes áreas
responsáveis tanto pelo sucesso quanto pelo fracasso do Pensamento Sistêmico dentro da
organização.
Sabe-se que estes fatores não esgotam outras possibilidades, mesmo porque eles representam
o conhecimento extraído a partir de uma base referencial teórica e a experiência de um estudo
de caso em única empresa. Porém esta pesquisa materializou um grupo de itens que devem ser
considerados pelas organizações que desejam implantar o Pensamento Sistêmico junto a sua
gestão, mesmo que não representem a totalidade.
Trabalhos futuros podem ser desenvolvidos a partir da estruturação de questionários para
validar estes FCS e FCI com outras organizações que vivenciam o Pensamento Sistêmico, ou
até mesmo com grupos de especialistas no tema.
Referências
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o do Pensamento Sist?mico em Organiza??es: Fatores Cr?