Atualidades 7 Direita e Esquerda, Antes e Depois Daniela Santi promove Oficinas de Teatro na Usina Cultural A atriz e diretora de Teatro Daniela Santi ministrará cursos de Teatro para jovens e adultos na Usina Cultural, em Nova Friburgo às terças- feiras, de 16h às 17h30min e de 18h às 19h30min. LOCAL: Teatro da Usina Cultural Energisa. A Usina Cultural fica na praça Getúlio Vargas 55, Centro. Telefones (22) 2102-2523 e (22) 25223687 - Mais Informações: (22) 9258 9086. Pedra do Elefante está sendo invadida por favelas Leitores do Jornal Século XXI denunciam que a Pedra do Elefante, em Olaria, está sendo desmatada e invadida por favelas e construções irregulares. A prefeitura deve usar o seu poder de fiscalização e impedir a derrubada das matas. Casa de Custódia ou Presídio? Mais uma vez volta a tona a inesgotável discussão sobre a iniciativa de construir em Nova Friburgo a Casa de Custódia. O argumento mais forte a favor da construção vem da OAB Friburgo e chama a atenção para o estado lastimável da delegacia da Vila Amélia que deixa os detentos em condições degradantes. Cabe lembrar que um dos detentos pode, inclusive, ser um jovem apenas suspeito mas inocente ou mesmo um pai de família que não pagou pensão. Ou seja; a delegacia da Vila Amélia precisa de reformas urgentes. Já o movimento “Presídio Não” chama a atenção de que o Estado quer construir um nova Casa de Custódia e, segundo os militantes do movimento, sempre que isto aconteceu, um presídio logo aparece ao lado da Casa de Custódia construída. É preciso ficar mesmo atento porque Nova Friburgo não quer um Presídio. Licença Maternidade Licença Maternidade de 6 meses já está valendo. A adesão das empresas garante, em contrapartida, incentivos na redução de impostos. Votar em candidatos de Nova Friburgo Nova Friburgo teve, pela primeira vez na sua história, a oportunidade de ter 3 deputados representando o município na ALERJ (Rogério Cabral e Olney Botelho) e no Congresso Nacional (Glauber Braga). Esta possibilidade foi extremamente positiva para o município porque os três tiveram a oportunidade de trazer muitos recursos e melhorias, cada qual na sua ótica e compreensão da política. Nas próximas eleições, em outubro, mais de uma dúzia de candidatos prometem dividir os votos da cidade. Tomara que a nossa representação nas casas legislativas não míngue, por causa disto. No mínimo, devemos repetir a campanha para que os eleitores votem somente em candidatos de Nova Friburgo. Assim, as nossas chances aumentam muito ... ENERGISA e Friburgo Portaria da Anel, de 14/12, determinou que as empresas de energia elétrica, no país, serão obrigadas a descontar na conta de luz dos consumidores os prejuízos causados por apagões temporários. Em Nova Friburgo, a Concessionária de Energia Elétrica atuante no município coloca a responsabilidade dos constantes apagões e picos de luz nos seus fornecedores de energia. Muitos consumidores que se dirigem ao posto de atendimento na Praça Getúlio Vargas dizem encontrar o mesmo muitas vezes lotado e com atendimento lento e deficiente. Jogos Olímpicos e Copa do Mundo Estimativas dão conta de que os jogos da Copa do Mundo e as Olimpíadas, no Brasil, podem elevar de 3 a 4% o PIB nacional, gerados pelas obras e serviços em execução. A proposta do movimento verde não pode ser neoliberal, mas neotribal. Ou seja, a pergunta é como voltar a ter uma integração harmônica entre indivíduo, sociedade e natureza? Felipe Tourinho A Senadora Marina Silva, candidata do Partido Verde à Presidência da República, foi criticada pelo fato de ter como assessor econômico Eduardo Gianetti, ex-colaborador do governo FHC. A campanha da Senadora foi acusada de querer criar um “neoliberalismo verde”. Em resposta, Marina disse: “minha candidatura não está nem à esquerda nem à direita do PT, ela está à frente. Como isso soou para mim? Assistimos hoje ao fim da polaridade direita-esquerda. Ela foi se instalando paulatinamente como paradigma político hegemônico da civilização ocidental a partir dos primórdios da revolução industrial. Atualmente a direita e a esquerda do espectro político selam um pacto. A direita aceita o papel do Estado como equalizador das diferenças sociais (bolsa família, aumento real do salário mínimo, estabilidade monetária, distribuição de renda, nacionalismo). A esquerda aceita o direito do indivíduo de se defender contra a violência do estado (propriedade privada, livre iniciativa, livre mercado, direitos civis, democracia representativa). As conseqüências desse pacto direita-esquerda são duas, uma positiva e outra problemática. A positiva é que este é um momento favorável à construção de consensos, pactos e uniões. É uma espécie de vitória do centro. A problemática é que, uma vez perdida a referência direita-esquerda, vê-se extinguir o campo político por falta de tensão. É nesse instante que surge um novo eixo de tensão a partir de outra polaridade, a formada entre a modernidade e o que não é moderno, ou seja, o pré-moderno. O comunismo, assim como o capitalismo, são frutos da modernidade. A queda do muro de Berlim foi a primeira parte da crise. A atual crise do capitalismo mundial é a segunda. Podemos dizer que tanto o comunismo quanto o capitalismo fazem parte do que chamamos de sociedade industrial mundial produtora de mercadorias baseada na queima de combustíveis fósseis. A crise da modernidade, hoje, se apresenta como um desmoronamento lento e progressivo de seus três pilares arruinados: a sociedade industrial, a democracia representativa e a cidade moderna. Reconheço a importância tanto das revoluções burguesas quan- to das revoluções proletárias por ter livrado o indivíduo do jugo do clã, da família e da terra. Mas também reconheço que o custo da individualidade fundada num consumo maníaco, numa obsolescência programada e num uso irresponsável dos recursos naturais pode levar a humanidade a encerrar sua história na Terra de um modo muito feio e triste. E as próximas gerações é que sofrerão isso. Portanto, o novo paradigma político passa a ser o campo formado pelo par de opostos moderno e pré-moderno. Chamo de prémoderno a tudo que se refere ao tempo anterior à revolução industrial, quando a moradia e o trabalho ainda não estavam subordinados à máquina e à queima de combustível fóssil. Se a idéia chave do paradigma direita/esquerda era luta de classes, no novo paradigma ela é decrescimento econômico. A proposta, então, do movimento verde não pode ser neoliberal, mas sim neotribal. Ou seja, a pergunta é como voltar a ter uma integração harmônica entre indivíduo, sociedade e natureza? É como se a mão invisível de Adam Smith, proveniente do louvado egoísmo utilitarista, devesse ser substituída por uma outra mão, talvez visível, que dependesse de um comunitarismo altruísta. Se cada um fizer seu sacrifício pelo bem comum, poderemos salvar o todo, ou seja, a biosfera do planeta, que os indígenas dos Andes deificam e representam como Pachamama. A vantagem é que esse programa verde (que vai além do Partido Verde) não depende, como nos tempos da utopia vermelha, da conquista do poder, do Estado, do parlamento, da sociedade civil... Depende apenas da vida cotidiana de cada um. Um programa verde é sintetizado na lista dos oito erres: reavaliar, reconceituar, reestruturar, redistribuir, relocalizar, reduzir, reutilizar e reciclar. Acho que os erres mais importantes são o relocalizar e o reduzir: 1) trazer o trabalho para perto da moradia e consumir produtos locais e 2) reduzir a jornada de trabalho para ocupar mais pessoas e proporcionar mais tempo para o ócio criativo. Felipe Tourinho é médico homeopata e acupunturista