edição especial 45.000 exemplares Arauto junho/julho de 2009 www.arauto.info circulação em Salto e Itu distribuição gratuita O Jornal O Arauto é uma publicação da Faculdade de Comunicação e Artes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP Nº 7 Eleições 2010 você já tem candidato? Por um “inteiro” ambiente pág.12 É cada vez mais importante discutir temas como a importância de reciclar, o uso de produtos biodegradáveis e as mudanças no clima. pág.06 Salto abriga 8 mil universitários, que chegam e partem no mesmo horário. Um movimento com muitas histórias. Muita tributação pág. 08 Marketing esportivo pág. 09 Você sabia que boa parte do preço do produto que você compra é imposto? Liberar o uso faz a sua cabeça? Apesar de cada vez mais frequente na sociedade, a maconha ainda choca. Aqui, um debate sobre uso e liberação. A Traffic e o projeto para ganhar dinheiro com venda de atletas e fazer Porto Feliz abrigo para seleções na Copa de 2014. Cena cultural pág.14 Da crítica de um dos best-sellers do momento aos 40 anos do celebrado festival de Woodstock. Luiza Erundina pág.03 Itu dá samba pág.02 pág.10 E MAIS: Transporte Universitário DA MESA DO REDATOR Jornal Taperá/Salto Do leitor Espaço para perguntas, críticas e debates, oriunda da comunicação dos leitores com os editores de O Arauto. Por causa do espaço, os textos podem não ser publicado na íntegra. Feliz com a Rute Moro em Porto Feliz, onde sou voluntária da Comunidade Baháí do Brasil. Vi o Jornal O Arauto desta Faculdade de Comunicação e adorei as matérias, a excelência dos temas, a maneira como se retrata a vida universitária. No jornal referente a março, uma reportagem em especial me tocou bastante, relativa a estudante Rute (edição de março/abril), que vem de uma origem economicamente desfavorável, como a maioria das mulheres do nosso país, e seu esforço e vitória em ter chegado à universidade. Gostaria então de enviar meus parabéns a esta linda e maravilhosa mulher, que deve ser um exemplo para muitas jovens no Brasil. Na prática de minha vida profissional, sou enfermeira obstétrica e sanitarista, vivenciamos vidas de milhares de mulheres impactadas no seu desenvolvimento por falta de estímulo, acesso ou até de vontade em investir na sua vida pessoal, estudando e se capacitando. Com muitas, conversamos inúmeras vezes sobre esta condição, fundamental para mudar a vida das mulheres. Então vejo com Vemos no Brasil muitos jovens, que têm alegria uma jovem corajosa, tomando nas condições materiais e nem sempre valori- suas próprias mãos o avanço em sua vida. zam o acesso ao conhecimento. Muitos os faSônia Maria Góes Shafa - enfermeira. zem, apenas para terem um diploma. Um poeta pela poesia Estou escrevendo aO Arauto para fazer uma sugestão, a fim de enriquecer ainda mais o belo trabalho que está sendo realizado pelos professores e estudantes da FCA. Gostaria de sugerir um espaço nas edições para a poesia. Eu sou poeta e compositor (Nota da Redação: premiado com uma menção honrosa no XVIII Prêmio Moutonnée de Poesia) e conheço vários estudantes que também escrevem e gostariam muito de colaborar com a valorização da arte e cultura brasileira, agregando suas criações às publicações. Bruno Masrgoni - estudante de Publicidade e Propaganda (7º semestre) Nota da Redação: Prometemos pensar com carinho sobre a sugestão. E fazemos outra: por que os alunos poetas do CEUNSP não se reúnem e publicam seus trabalhos, ou os colam nas paredes da instituição, ou usam outra maneira de se comunicar? Vamos eliminar comparações absurdas como idade média e Grécia estão em outra estrutura social ou histórica cultural, as regras do jogo são outras. Por favor, discorram de coisas concretas e atuais como o projeto do Julio de Oliveira Rodrigues aluno do CEUNSP. Ele começará a partir de 20 de junho um grupo LGBT em Indaiatuba, onde se juntara com as 4.000 pessoas do grupo E-jovem, ele terá como foco a união e a socialização dos gays. Acredito que são esses espaços que facilitam a troca simbólica de símbolos gays e é a chave para eliminar o câncer da alienação. É onde o gay consegue ter no campo social fundamentos para cristalizar sua imagina- Robson Nascimento A escola de samba Império de Casa Verde, do grupo especial paulistano, vai homenagear os 400 anos de Itu, que serão completados em janeiro de 2010. A história da cidade “Berço da República” vai ser desfilada no Sambódromo da capital. O prefeito de Itu, Herculano Júnior, em coletiva de imprensa (foto), da qual O Arauto participou, apresentou o carnavalesco da Império, Marco Aurélio Bonfim: “Vamos abordar os principais fatos da história da cidade”, disse o carnavalesco, que tem 17 anos de carreira e já Ops... ganhou três prêmios como o melhor da Liga das Escolas de Samba de São Paulo. Marco Aurélio disse também que, quando as fantasias estivem prontas, pretende fazer um desfile em Itu para apresentá-las à população e que a Império de Casa Verde está de portas abertas para a troca de conhecimento com as escolas de samba ituanas. Sem ajuda pública - O prefeito Herculano Júnior garantiu que a ajuda financeira que Itu vai fazer à escola vai partir de empresas privadas, e “que o dinheiro publico não será usado para tais fins.” O Arauto promete fiscalizar. As páginas que indicavam as reportagens nas chamadas de capa da edição passada (maio/junho) estavam erradas. Pedimos desculpas. A grafia correta do nome da fotógrafa da foto que ilustra a reportagem “Ele estuda Cinema. E faz (bem) teatro”, também da edição passada, é Cissa Victal. Manifesto gay e a homossexualidade Gostaria de elogiar O Arauto por falar de um tema que no interior ainda é guardado a sete chaves. Mas, existem pontos a serem elucidados, alguns termos, posturas e ideologias que foram exaltadas no texto. Gostei muito de vocês colocarem no esquecimento a psiquiatria freudiana, que advoga com eloquência, as mulheres são inferiores por invejarem o pênis e os gays, mais ainda. Que todas essas verdades exasperem a reflexão daqueles que tem o poder do saber. Mas é preciso acabar com os discursos pseudo-acadêmicos. Um jornal acadêmico que é feito para uma elite semi-erudita, vocês não só escrevem para leitores médios, somos universitários, acho que vocês também o são. 400 anos de Itu será enredo do Carnaval de SP ção sociológica de forma livre e sem juízos de valores negativos, sendo capaz de criar um modo viver. É onde o individuo gay pode gerar novas formas de viver. Devemos não somente nos defender, mas também nos afirmar enquanto força criativa. Vamos acabar com “homossexualismo”, que tem sua origem nas análises clinicas do século passado, e não merecem nem serem alvitradas. Élcio Fernandes Rosa Jr. - estudante de Relações Públicas Nota da Redação: 1) O texto não “exaltou” nada. Apenas apresentou. No máximo, debateu. 2) Escrevemos para uma comunidade ampla, já que O Arauto circula nas cidades de Itu e Salto e chega també a partes de outras, como Porto Feliz e Sorocaba. Claro, o público principal são inseridos no CEUNSP, mas não pensamos nunca em nada “pseudo”. 3) Não reconhecemos, no citado texto, nenhuma comparação entre Idade Média e Grécia. 4) O projeto do grupo LGBT nos foi trazido como assunto agora. Claro, pode fazer parte de uma pauta deste jornal. 5) O uso do léxico “homossexualismo” foi apenas por força de escrita e nada tem a ver com conotações filosóficas ou sociais. Ou, como consta em dicionários (Michaelis): cs (homos-sexual+ismo) sm Prática de atos homossexuais. Antônimo: heterossexualismo. 6) Por fim, concordamos: a chave é eliminar o câncer da alienação. www.ceunsp.edu.br A reportagem sobre “Twitter.com” não foi escrita por Adriane Souza. A autora é Mariana Sugahara. Esclarecimentos sobre a reportagem “Alemão - bar sinônimo de tradição, Itu e parmegiana”: Herbert Steiner é um dos sete proprietários do restaurante. O estabelecimento se transformou de uma padaria a um dos restaurantes mais famosos do país em meados do Século XX, graças aos trabalhos dos irmãos Marcos Steiner Neto e Paulo Steiner Júnior, já falecidos e filhos de Paulo, este descendente direto do imigrante alemão Max Steiner. MARKETING ESPORTIVO Por Aluisio Souza O Arauto / jun-jul.09 pág.03 Luiza Erundina, uma assistente social Por Jean Pluvinage Jean Pluvinage/O Arauto considerava a profissão “subversiva”. Erundina enfatizou que o evento simbolizou uma quebra com a visão conservadora da profissão, que consistia em fiscalizar classes marginalizadas e evitar conflitos para manter as diferenças sociais. “O congresso revitalizou o papel das políticas públicas e sociais no país”, disse a deputada. Assistente social é uma profissão na qual não existe neutralidade e onde é preciso se posicionar e lutar pelos direitos dos excluídos, seja qual for o desafio. Esta foi a mensagem dada pela deputada federal Luiza Erundina, em comemoração ao dia do Assistente Social, durante palestra no começo de junho, dada no Campus V do CEUNSP de Salto. O encontro - que contou com um público formado pela equipe técnica da Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Salto e alunos Por Nelson Lisboa Tiago Rodrigues expediente As férias estudantis estão aí. Para facilitar a vida de quem vai estar “de folga”, O Arauto traz nesta edição a lista de eventos que ocorrerá em nossa região. Salto - O fim de junho vai ser agitado na cidade. No dia 21, às 20h, ocorrerá um espetáculo de dança com o grupo Pró-Posição, no Auditório Maestro Gaó. E o melhor: a entrada é grátis. Garantia de risos no dia 27: às 20h30, no Teatro Montécnica, será a vez do espetáculo “100% Humor”, com o grupo Teatro Cômico. O ingresso custa R$ 10,00 e estudante paga R$ 5,00. Outras informações podem ser conseguidas pelo telefone (11) 7350. 5952. Já no domingo, dia 28, às 18h, haverá o Encontro de Danças, também no Montécnica. e também com entrada grátis. do curso de Serviço Social do CEUNSP, além de autoridades - abordou os desafios históricos da profissão, principalmente durante a ditadura militar. Luiza Erundina, formada em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba, lembrou passagens do Terceiro Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado há 30 anos. Congresso esse que ocorreu após os assistentes reconstruírem a representação de classe, que ficou inatuante por anos, já que o governo militar (1964-1985) Na palestra, Erundina também focou a importância da juventude na participação política. Segundo ela o movimento estudantil recuou e precisa ser mais atuante, “principalmente neste período em que as instituições democráticas estão fragilizadas por sucessivos escândalos de corrupção.” Outra questão abordada foi a necessidade de democratizar os meios de comunicação. “Ouso afirmar que, mais importante que a reforma agrária, é a reforma democrática dos meios de comunicação social. A Fa- Dicas para “agitos”nas férias escolares Outra opção será no Conservatório “Maestro Henrique Castellari”, na rua Monsenhor Couto, 13, que promove no dia 25, às 20h, o 15º Sarau na Quinta. Itu - A cidade terá como atrações nesse fim de mês a comédia Stand-Up, no Temec. A apresentação será no dia 20 de junho, às 21h. A apresentação será do ator, comediante e redator Márcio Ribeiro, conhecido nacionalmente por apresentar o programa infantil “X Tudo” na Tv Cultura. CorderItu. Este é o nome da poesia oral que vai tomar conta do Rancho da Picanha (km 57 da rodovia SP-79). Será no dia 27, às 20h. Já a Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos de Itu promove um jantar com pratos preparados à base de cordeiro. A taxa de adesão é de R$ 60 e as reservas podem ser feitas pelos telefones (11) 4024-3184 e 9609-6340. Vibe Folia – O grande destaque de julho, em Itu, será a Vibe Folia, cujo maior atrativo será a dupla sertaneja (foto) Vitor e Léo, além da banda de axé Chiclete com Banana, que promete não deixar ninguém parado. Mais informações no site www.vibefolia.com.br. Sorocaba – Quem estiver a fim de outro agito ao “estilo Bahia” terá a opção de ir no dia 28 de junho a Sorocaba, local da apresentação da Banda Eva. Será a partir das 14h, no Recito Pagliato, dentro do programa Folia-Férias. A abertura será feita pela dupla Rodrigo Freitas & Xavier, pela banda Balakubaka, Banda Prato Feito e pela turma da Festa Pan, com DJs e garotas. Informações pelo telefone (15) 3221.7764. culdade de Comunicação e Artes [do CEUNSP] tem que estar antenada com esta questão senão não haverá a democratização.” Após a palestra, o cidadão Oswaldo Dalla Vecchia solicitou ajuda da deputada para melhorar o abastecimento de água nos bairros Maracajás, Iracema e Arquidiocesano. Ela garantiu então a obtenção de recursos para a área de saúde do município e para o abastecimento destes bairros. Por fim o prefeito Geraldo Garcia e vereadores apresentaram o Complexo da Cachoeira (foto) para Erundina. Josuel Rodrigues, estudante de Serviço Social, pontuou a importância da palestra para seus colegas: “Nós, do movimento estudantil de Serviço Social, vemos na Erundina uma pessoa que assume compromisso com nosso projeto ético-político na luta pela construção de um país democrático, popular e de todos.” Por Adriane Souza Um trabalho de conclusão de semestre motivou cinco alunos do 3º ano e seis alunos do 1º de Cinema a unirem forças. Esses onze universitários da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA-CEUNSP)inovaram ao produzir o curta-metragem “Despertar”. A obra, um documentário fictício, conta a história da ONG Despertar, que recupera vidas de pessoas que já tentaram ou pensaram no suicídio. “É uma biografia e uma auto-análise de pessoas que poderiam ter sido levadas a cometer suicídio”, explica o estudante Diego Sebastiani. Os universitários desejam levar a reflexão do tema e entender o que leva algumas pessoas a desistirem da vida enquanto outras decidem continuar nela. Num clima de diversão, mas com muita seriedade, es- Curta debate suicídio ses alunos debatem o segundo maior fator de mortes em todo o mundo. A confiança dos patrocinadores foi um grande incentivo para a consumação deste documentário, segundo Diego. “A equipe agradece muito aos patrocinadores, que acreditaram no nosso projeto sem visar lucro, mas sim apostando no nosso trabalho”, completa. O vídeo será exibido no Teatro Escola “Prof. Rubens Anganuzzi Filho” (CEUNSP- Salto), no dia 20 de junho e terá a duração de quinze minutos. Depois os alunos levarão “Despertar” para concorrer a exibições em mostras, festivais e eventos audiovisuais em todo o Brasil. Os patrocinadores do filme s’ao empresa da cidade de Cerquilho: Sorveteria Higlu, Confecções Marie, Refeições Rodrigues, Sama Vídeo, Mingo Presentes, Computadores.Com, Padaria Cerquilhense, Net Time, Vivenda do Trigo, Big Galo, Pousada da Tica e Pizzaria Millenium 9. Coordenador Geral da FCA: Prof. Edson Cortez / Coordenador da AECA: Prof. Amauri Chamorro / Projeto Gráfico e Diagramação: Prof. Murilo Santos / Redator Universitário Chefe: Jean-Frédéric Pluvinage Colaborador: Edvaldo Santinon Conselho Editorial: Prof. Amauri Chamorro; Prof. Edson Cortez; Prof. Ms. Filipe Salles; Profª Ms. Maria Paula Piotto S. Guimarães; Prof. Esp. Pedro Courbassier; Prof. Dr. Rubens Anganuzzi Filho. Projeto de Trabalho Integrador - O ARAUTO Alunos participantes (ilustração, pauta e edição): Aluísio Souza, André Brandão, Antonio Nunes Almeida, Ariane Campos, Gabriel Alves, Ligia Martin, Luciana Tambeli, Melissa Castro, Natalia Esteves, Nelson Lisboa, Thales Puglia, Thiago Cruz, Tiago Cézar e Tiago Rodrigues. Editoria de Fotografia: Evandro Ananias, Giuliano Miranda e Maurício Bueno. Coordenação: Prof. Pedro Courbassier. Todos os textos são de responsabilidade de seus autores. Jornalista responsável: Pedro Courbassier (MTb.: 23.727). Contatos: [email protected] www.ceunsp.edu.br Tiragem: 45.000 exemplares ESPECIAL Você já parou e pensou: ano que vem tem eleições presidenciais ? Por Valesca Cotafava O Arauto sai na frente e aborda as eleições presidenciais de 2010. Pois é... você vai votar para presidente do Brasil daqui a pouco mais de um ano. Prepara-se, “daqui pra frente” você vai escutar cada vez mais a pergunta “para quem você irá votar para presidente?” Mostraremos nesta reportagem o que alguns brasileiros pensam sobre a questão – muito relevante para a vida de todos, já que se trata do mais importante cargo de gerência da vida pública – e traçaremos também o perfil dos principais pré-candidatos. Maria Flauzino, uma diarista de 30 anos, mostrou-se surpresa com a pergunta antecipada sobre as eleições. Logo após ser explicada do assunto e nomeados os précandidatos, ela disse: “Votarei em quem o Lula apoiar, pois eu sou fã do Lula. Ele é um semi-analfabeto como eu e conseguiu chegar a presidência do país, pensando nos mais pobres. Não votarei no José Serra, pois ele é o candidato dos ricos.” O aposentado José Carlos Silva tem 68 anos declara conhecer o perfil dos que almejam o cargo de Brasília. Segundo ele, “nenhum dos candidatos presta, mas o José Serra é o mais competente para assumir o cargo”. E ainda alfineta: “Dilma Roussef está sendo usada por seus companheiros de partido [o PT], já que ela é uma mulher”. Para ele Dilma não merece o voto de ninguém. Opinião formada devido ao passado de Dilma como guerrilheira. “Ela é uma terrorista, sequestradora e assaltante de cofres. Ela sequestrou e roubou o ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Ela não é digna de dirigir nosso país”, desabafa, sem dar consentimento ao contexto histórico www.ceunsp.edu.br da ditadura militar ou da perseguição política. Moíses Monteiro, 23 anos, músico, disse que votará em José Serra, pois “foi um ótimo ministro da Saúde, tanto que teve repercussão no mundo inteiro com a campanha de prevenção a AIDS. Acho que se ele fosse presidente investiria na saúde e é disso que o país precisa agora.” O fotógrafo Rodrigo Cardoso, 28 anos, morador de Porto Alegre (RS), disse considerar uma forte tendência de anular o voto. “Mas creio que posso votar no Serra. Não por ser alguém de direita ou algo assim, mas uma mudança saudável de conceitos é necessária. O Brasil está 8 anos numa idéia de centro-esquerda, as coisas começam a ficar estáticas, um exemplo deste tipo de política rola nos EUA, por exemplo entre democratas e republicanos”, explica. Ítalo Gomes Camela, 45 anos, operador de empilhadeira, disse que votará na Dilma Roussef porque “ela poderá dar continuidade ao governo Lula, mantendo os projetos e feitos do atual pre- sidente”, Ítalo ainda acrescenta: “Não votaria jamais no Serra, ele é o candidato dos burgueses.” Outras opções - Joana Oliveira Novaes, 34 anos, professora infantil, votará em Ciro Gomes. “Se a candidatura dele for confirmada votarei no Ciro. Ele já tentou tantas vezes se eleger e talvez devêssemos dar uma chance a outros partidos. O poder tem se contido nas mãos dos tucanos e petistas há bastante tempo.” Ricardo Soares Berti, 25 anos, vendedor, compartilha da mesma opinião de Joana, e ainda acrescenta: “votarei em qualquer um menos nos tucanos e petistas: estou cansados deles!” Catarina Martuiscelli, 43 anos, dona de casa, declarou: “Eu sou Heloísa Helena desde a primeira candidatura dela. É uma mulher honesta e não como a maioria dos políticos que diz uma coisa e faz outra totalmente diferente.” Renato Yamasaki, 37 anos, carteiro, concorda com Catarina e ainda acrescenta: Heloisa Helena é a única candidata que realmente é merecedora de tal cargo, por ser uma mulher verdadeira e convicta de seus ideais políticos.” O Arauto / jun-jul.09 pág.05 Comentários da repórter Ciro Gomes - O ex-governador do Ceará e ministro tem candidatura cogitada para 2010. Iniciou sua carreira política na Aliança Renovadora Nacional, partido que dava sustentação à ditadura militar, em 1979. Em 1983, trocou de partido e optou pelo PMDB. Elegeu-se deputado estadual. Em 1988, migrou ao PSDB e conseguiu ser eleito, neste mesmo ano, prefeito de Fortaleza. Dois anos depois, em 1990, conquistou o governo do Ceará. Deixou o cargo em 1994 para assumir o Ministério da Fazenda. Virou membro do PSDB até 1996, quando filiou-se ao recémcriado PPS (Partido Popular Socialista) para concorrer à presidência da República em 1998. Foi o terceiro mais votado (ficou atrás de FHC e Lula). Em 2002 disputou novamente o cargo pelo PPS e terminou em quarto lugar com 10.170.882 votos. Apoiou Lula no 2º turno e ganhou convite do novo presidente para assumir o Ministério da Integração Nacional. Mudou em 2003 para o PSB. Em 2006, Ciro concorreu à Câmara e virou deputados federais pelo Ceará. Giuliano Miranda/O Arauto Google Images Dilma Rousseff - Ministra-chefe da Casa Civil, é a mais provável escolha do governo para se candidatar à presidência. Mestra em Ciências Econômicas, Dilma participou da luta armada nos anos 1960-70 e foi presa e torturada pelos órgãos de repressão da ditadura militar. Participou da fundação do PDT e foi secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul (1991-1995). Ela retornou ao cargo em 1998, mas durante o novo mandato, o PDT deixou o governo de Olívio Dutra (PT) e exigiu de seus filiados a entrega dos cargos. Dilma saiu do PDT e filiou-se ao PT, continuando no governo. Dilma integrou o governo Lula inicialmente como ministra de Minas e Energia, em 2003. Seu novo cargo, a chefia da Casa Civil, ocorreu em junho de 2005, substituindo José Dirceu. Google Images José Serra - Filiado ao PSDB, partido do qual é um dos fundadores, foi eleito em 2006 governador do estado de São Paulo, seu cargo atual. Economista de formação, já foi deputado federal (1987-1995), senador (1995-2003), ministro do Planejamento e Orçamento (1995-1996), ministro da Saúde (1998-2002) e prefeito de São Paulo (20052006). Serra foi candidato à presidência da República pela coligação PSDB-PMDB em 2002. Perdeu no segundo turno para Lula. Pré-candidato, ainda luta para que seu partido o oficialize nas eleições. E tem como trunfo, na disputa interna com o governador de Minas Gerais Aécio Neves. Até o momento, Serra lidera aso favoritismo nas pesquisas eleitorais. Evandro Ananias/O Arauto Perfil dos principais postulantes à vaga de Luíz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho é enfermeira, professora e política brasileira. tem carreira acadêmica na Universidade Federal de Alagoas e foi senadora da República, eleita pelo PT. Rompeu com o partido no primeiro mandato de Lula, indo para a oposição e ajudando a criar o PSOL, Partido do Socialismo e Liberdade. Outros possíveis candidatos: Aécio Neves (PSDB), Cristóvão Buarque (PSB). www.ceunsp.edu.br Uma das coisas que mais ouvi quando fui fazer minha pesquisa de campo foi: “Nossa! Nós estamos a um ano das eleições e você já me vem falar disso?”. Aparentemente, essas pessoas não eram grosseiras, mas estavam realmente surpresas com as minhas perguntas. A maioria das pessoas que entrevistei foi na praça Dom Pedro, em Indaiatuba. Durante uma semana eu usei a minha 1 hora de almoço para conversar com as mais diversas pessoas. Alguns, nitidamente conhecedores da política do país. Já outras, nem tanto... Quando fui conversar com o senhor José Carlos Silva pude perceber que, embora algumas pessoas odeiem política, outras adoram. Nesse dia fiquei meia hora conversando apenas com José Carlos. E o que ele dizia? Leia as entrevistas (risos). Uma constatação: poucas mulheres com as quais conversei sabiam realmente quem seriam os candidatos e quais eram seus feitos. Tive bastante dificuldade em elaborar perguntas, e além de tudo ter “a cara de pau” de chegar em pessoas que eu nunca havia visto na vida, perguntando suas opiniões a respeito de um assunto um tanto quanto peculiar. Muitas pessoas não quiseram responder minhas perguntas dizendo que estavam atrasadas, porém depois de me despachar, seguiam calmas, olhando vitrines. O povo brasileiro criou verdadeira aversão à política, sem perceber que é por essa distância que nosso país não caminha. É por isso que sempre acabamos elegendo governantes cada vez mais corruptos. Infelizmente basta o pensamento “se tivermos o nosso churrasco no fim de semana, está tudo bem”. Assim, o nosso país só tem decaído em relação a políticos. Claro que eu não acredito que as pessoas devessem ser uma verdadeira enciclopédia da política brasileira, mas conhecer o mínimo dos précanditados, suas propostas e um pouco de suas vidas. Foi uma experiência maravilhosa e muito esclarecedora, conversar com tantas 40 pessoas. Nem todas as opiniões saíram na reportagem, pois o espaço teria de ser grande para tanta gente, e também porque muitas opiniões são parecidas. Ah, e bom voto em 2010! Mais do que transporte Por Adriane Souza Daniele de Oliveira Com cerca de 8 mil alunos, o Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) agrega cada vez mais estudantes pela diversidade de cursos, atraindo alunos de várias partes de São Paulo e até outros estados. Esses números mostram também um intenso fluxo, que movimenta o mercado do transporte. tam os transportes universitários coletivos. A professora da Faculdade de Comunicação e Artes, Renata Boutin Becate, reside e trabalha em Jundiaí e considera a van a melhor opção de transporte. Afinal o veículo passa na porta de seu trabalho, permitindo que ela descanse ou converse despreocupadamente por 40 minutos. “É o momento em que eu desligo do outro serviço para focar no CEUNSP”, conta a professora. Afirma ainda gostar muito do motorista e das festinhas de aniversário promovidas na van. Ela diz que “todos os aniversários são comemorados, mesmo fora de data, como o dos aniversariantes de janeiro que são comemorados em abril”. Mauricio Bueno/O Arauto VIDA UNIVERSITÁRIA na gasta muito com a manutenção do carro e teme pela segurança do veículo, pois ela o estaciona em frente ao Centro Universitário. Ela considera injusto ter que pagar para estacionar o carro dentro da faculdade, pois gasta uma quantia considerável com combustível, manutenção, pedágio e não tem mais recursos: “Fica difícil pagar o estacionamento, ainda mais sabendo que em outras faculdades o acesso dos alunos ao estacionamento é gratuito e aqui só os professores têm este direito”, protesta. Roubo - O medo de furtos não se restringe apenas aos donos de veículos particulares. O motorista Dauri Andrade revela que já testemunhou um homem roubando um toca-CD no carro que estava na sua frente, mas “no geral, [os criminosos] respeitam vans”, conta. Um dos motivos para a baixa incidência de crimes com os veículos de transporte aos alunos é que eles ficam Algumas prefeituras ofe- estacionados próximos e cada recem ajuda de custo para os motorista acaba vigiando o universitários. Os valores va- carro do outro. riam muito entre os municíFalta WC - O caso dos pios. Segundo os estudantes, motoristas de ônibus Sílvio cidades como Cerquilho e Boituva oferecem de 80 a 100% Gonçalves de Freitas, Carlos do valor. Já Laranjal Paulista Alberto Lúcio Nunes e Duíldo reembolsa 90%, Salto 50% Branzani é diferente. Usuáe Itu reembolsava 70%, mas rios do estacionamento exnos últimos 2 anos este valor terno destinado aos ônibus foi caindo e hoje chega a 35%. e vans, localizado na entraEm algumas cidades, os valo- da inferior do CEUNSP-Salto, res são fixos, mas em outras os motoristas se queixam da são calculados de acordo com falta de um banheiro, que os obriga a situações embaraçoa renda do aluno. sas. “Muitas vezes temos que De carro próprio - Há ca- fazer na frente dos outros”, sos como o da universitária conta Duíldo, que transporta Juliana Ferraz, de Jornalismo, alunos de Porto Feliz até Salna qual o aluno prefere, por to. Alguns alunos chegam a enfrentar cerca de uma hora e meia de estrada antes de entrar na sala de aula. O estudante de Engenharia Civil Junior Machado, que já concluiu o curso, mas cumpre DP (dependência em uma disciplina do curso), conhece bem esta realidade e afirma que a viagem de Laranjal Paulista até Salto é longa, porém tranquila. Já a futura jornalista Jéssica Dias, que reside em Tatuí e gasta praticamente o mesmo tempo que Junior para chegar à universidade, conta que sua viagem é conturbada, afinal diz que já viu “veterano viajar em pé no ônibus para ceder lugar aos calouros nos bancos”. Viajar em pé é um problema enfrentado também por universitários que moram próximos ao Centro Universitário, como no caso de Priscele de Almeida, que estuda Logística no 1º semestre e conta que encara no fim da tarde um ônibus constantemente lotado. Festa na van - É válido lembrar que não são apenas diversas razões, utilizar um os estudantes que frequen- transporte particular. Julia- www.ceunsp.edu.br bus é muito complicado. Um deles afirma que já transportou cortador de cana, “mas muitas vezes eles são mais educados do que muitos universitários, sem generalizar”, desabafa. Nos ônibus, o controle de horário costuma ser mais rigoroso que vans. Os motoristas revelam que eles aguardam apenas 10 minutos após o término das aulas, ou seja, às 22h40 o ônibus sai e quem não estiver fica. Atrasos comuns devido a frequencia dos estudantes em bares que ficam no entorno do Campus. Nem todos os ônibus permitem festas nem bebidas alcoólicas para evitar possíveis transtornos e o constrangimento causado por estudantes embriagados. Prefeitura explica - A retirada do estacionamento de veículos de transporte coletivo nas ruas de acesso direto da faculdade aconteceu aos poucos. O Secretário da Educação de Salto (não há Secretaria de Trânsito), Wilson Roberto Cavender, conta que a proibição foi criada pois os veículos prejudicavam o trânsito nessas ruas, que tem tráfego intenso. “E também pelas vantagens significativas para os que transitam em frente ao campus”, diz o secretário. Ele ressalta ainda que a faculdade é extremamente benéfica tanto para Itu quanto para Salto, afinal, além de toda a atividade econômica que ela gera devido ao fluxo de universitários que vem de outras cidades, “mostra que Salto é hoje uma referência regional no ensino superior e não é nenhum exagero dizer que esta cidade caminha para ser chamada de Cidade Universitária em breve”. Enfim, Educação - Os motoristas assunto para novos debates e se queixam que cuidar de ôni- reportagens. O Arauto / jun-jul.09 pág.07 Por Nelson Lisboa Tiago Rodrigues O Supremo Tribunal Federal (STF), provocado por uma ação do deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), decidiu no fim de abril pelo fim da Lei de Imprensa (5.250/67) e com isso permitiu outra discussão: o fim da exigência do diploma para a pessoa exercer a profissão de jornalismo. A Lei de Imprensa foi criada na época da ditadura militar (no Ato Institucional 5, em 1968) para controlar “de mais perto” o que diziam os jornalistas (as punições eram multas altas e cadeia). Segundo muitos juristas, pessoal dos meios de comunicação e o deputado autor da ação, para punir um mau profissional, bastam os códigos Civil e Penal. des defendeu a extinção da ética e responsabilidade. obrigatoriedade do diploma Outro estudante, Thales para o exercício da profissão Barbosa, do 1º semestre, afirde jornalista. ma que a lei só servia para Na avaliação do presidente punir os jornalistas, mas endo STF, o decreto-lei 972/69, tende que é preciso algo para que estabelece que o diploma regulamentar o setor e evitar é necessário para o exercício abusos por parte da imprenda profissão de jornalista, não sa. Ele defende o diploma atende aos critérios da Cons- para a profissão como meio tituição de 1988 para a regu- de valorizá-la mais ainda. lamentação de profissões. Ligia Martin (1º semestre) Mendes disse que o diplo- afirma que a lei não era comma para a profissão de jor- patível com a realidade do nalista não garante que não país e que a profissão pode haverá danos irreparáveis ou ser avaliada sob a Constituição Federal. Ela defende o prejudicar direitos alheios. diploma porque dá ao sujeito Alunos defendem fim da formação e competência téclei, mas não da obrigatorie- nica para atuar. Lei de Imprensa e exigência do diploma chegam ao fim Especialistas dizem que fim do diploma vai mudar o mercado de jornalismo, mas não do curso. A fim da exigência do diploma foi votada pelos ministros do SFT na noite de 17 de junho, contrariando muitos jornalistas. E o debateainda segue, principalmente nas faculdades e nos meios de comunicação. A pergunta é: qual o impacto das novas medidas para o mercado e para o jornalismo? Agora serão aplicadas as regras dos códigos Penais e Civis para julgar as ações dade do diploma envolvendo a imprensa. Um exemplo: com o fim da lei anOs alunos do curso de jorterior, a lei passará a ser mais nalismo, da Faculdade de branda nos crimes de calúnia, Comunicação e Artes (FCA), injúria e difamação. do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio Votaram a favor do fim da (CEUNSP), ouvidos para a reLei de Imprensa os ministros portagem são favoráveis ao Eros Grau, Carlos Alberto Mefim da Lei de Imprensa, mas nezes Direito, Celso de Melo, defendem o diploma como Ricardo Lewandowski, Cárforma de valorizar a profismen Lúcia e César Peluso, que são e a classe dos jornalistas. acompanharam o voto do relator. Joaquim Barbosa, Ellen Adriane Souza diz que a Gracie e Gilmar Mendes volei era herança da ditadura e taram pela revogação parcial incompatível com a realidade da Lei. Já o ministro Marco do país. Ela julga o diploma Aurélio de Mello votou pela importante porque o curso improcedência da ação. superior dá ao sujeito uma formação global sobre a proDiploma - Por 8 a 1, o STF fissão, como questões de étiderrubou a obrigatoriedade ca e técnicas. do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Marcelo Soares, do 3º seSó o ministro Marco Aurélio mestre, diz que a lei derrubaMello votou pela manutenção da pelo STF limitava a ação da do diploma. imprensa. Ele defende a obriO primeiro a votar foi o gatoriedade do diploma porpresidente do STF, Gilmar que é preciso aprender para Mendes, relator do caso. Menser um bom jornalista, com Google Images À imprensa, o deputado Miro Teixeira afirmou que ao revogar a lei, o STF preservou o direito dos cidadãos à informação. Na sua ação legal o deputado argumentava que a lei da ditadura cerceava a liberdade dos órgãos de comunicação e era incompatível com o regime democrático. Na sessão histórica, sete ministros votaram pela revogação total, três pela revogação parcial e um pela não revogação. As novas possibilidades Valter Lenzi, jornalista há mais de cinqüenta anos e dono do Jornal Taperá, em Salto, fundado há 45 anos, revela aO Arauto que a Lei de Imprensa nunca foi usada por ninguém para processá-lo ou ao seu veículo. Ele é jornalista com registro profissional, mesmo não tendo cursado uma escola de Jornalismo ou Comunicação. Lenzi explica que existem pessoas com maior capacidade que muitos jornalistas formados, mas não deixa de reconhecer que os cursos superiores oferecem ensinamentos muito úteis aos que deles participam. Embora , aponta, “nem sempre formem bons profissionais”. Sobre o fim do diploma www.ceunsp.edu.br ele afirma que “o bom jornalista é aquele que leu e lê muito. Só assim se adquire o traquejo necessário para se escrever bem, aliando esse traquejo aos ensinamentos recebidos na faculdade”. Já Edson Cortez, professor e coordenador geral da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA-CEUNSP) comemorou o fim da Lei de Imprensa por entender que a mesma era uma herança da Ditadura Militar no país. “Somos uma democracia e o fim da lei foi um avanço. Temos muitas leis que precisam ser mudadas, como as que regem o setor de telecomunicações no país, como os setores de rádio e TV que não são democráti- cos ainda”, explica. Em sua opinião o fim da exigência do diploma não vai acabar com os cursos de Jornalismo no país porque o mercado exigirá o diploma como uma forma de ter bons profissionais nas empresas. “Será o mesmo dos segmentos de Publicidade e Cinema, onde não se exige o diploma. O mercado se organiza e passa a priorizar quem tem boa formação. É isso que acontecerá com o Jornalismo”, explicou. Ele entende que o mercado para o jornalista continuará crescendo, graças à mídias digitais e à segmentação de comunicação das empresas. Neste sentido, os melhores (os que têm curso superior) serão priorizados, em sua opinião. MINHAS ECONOMIAS O Arauto / jun-jul.09 pág.08 Mauricio Bueno/O Arauto A tributação nossa de cada dia... Por Marcos Freddi Em meio a uma crise econômica mundial, vários paises tentam salvar as economias da recessão. Começam cortando as taxas básicas de juros e reduzindo os impostos. No Brasil, não foi diferente. Várias medidas foram adotadas pelo governo entre elas à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, para eletrodomésticos de linha branca (fogões, geladeiras), além de materiais para construção. Tudo isso para tentar estimular o consumo no país. Nos últimos dois anos o Brasil apresentou um crescimento econômico relevante. Nesse período o governo se beneficiou de uma arrecadação recorde de tributos jamais visto. Como se gastou o dinheiro é outra discussão. Um debate bom é: Você sabe que no Brasil se pagam mais de 80 tipos de impostos, taxas e contribuições? Isso, além de impostos pagos de forma indireta. É o caso dos produtos de bens e serviços. Mais caro - Muitos brasileiros desconhecem que produtos básicos, como o arroz, tem embutido 18% de imposto dentro do preço final. No açúcar, estima-se que esse índice chegue a 40% e no café a 36%. Na farinha, 34%. Esses encargos tributários trazem um sério prejuízo para o consumidor. Os produtos ficam mais caro, o que limita o acesso à maioria da população. Contribuintes - O aposentado Vardir Chamma, 72 anos, se sente prejudicado com tantos impostos cobrados pelo governo. Para ele, não existe um retorno eficiente por parte do estado. “Pago duas vezes a saúde, uma para o governo através dos impostos e outra para o convenio particular”. Para ele o brasileiro nem se da conta do que o estado faz com esse dinheiro.“O brasileiro é muito despolitizado”. Segundo ele somente uma redução dos encargos seria suficiente.“A redução nos impostos alimentícios”, exemplifica. Já para Milton Júnior, 26 o que mais prejudica é não saber realmente pelo o que esta se pagando. “Nos não temos nenhuma noção de quanto pagamos de imposto”, afirma. Ele também acha um absurdo com o que se faz com o dinheiro. “Além de trabalhar para pagar (imposto), nós não temos segurança e nem um sistema público de saúde eficiente.” Para Delza Frare, 67, é importante pagar imposto. “Como cidadã, eu sou a favor de pagar, pois com esse dinheiro o governo presta serviço à sociedade.” Mas ela ressalta que é preciso saber para onde esse dinheiro é destinado. “A partir do momento que tenho cidadania, eu tenho direito à saúde publica decente, a segurança e não é isso que acontece”. E mais: para ela, os impostos deveriam ser de acordo com o que cada um ganha. “Deveria ser proporcional. Quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos”, filosofa. Para o comerciante Ogiomar Milani, 44, os encargos tributários consomem uma relevante parte do seu faturamento: “18% do faturamento vai para impostos”. Segundo ele, o dinheiro que paga poderia ser para fazer melhorias em seu empreendimento “e não posso dar desconto no produto”, ressalta. Dificuldade nas empresas Não somente os consumidores sofrem com altas taxas de impostos. As empresas também ficam prejudicadas com os encargos. Quem explica essa situação é o professor e advogado Amilton Luiz Sampaio, 41, especialista em Direito de Estado e Tributário. O especialista do CEUNSP afirma que, de fato, o Brasil possuiu uma carga tributária elevada e não retorna para sociedade como deveria e que isso emperra o crescimento econômico no país. “Muitos negócios deixam de ser realizados em razão dos altos custos provocados pela incidência de inúmeros tributos”, diz. Para ele, as empresas são as mais sacrificadas, “pois pagam tributos sobre a produção (IPI), sobre a circulação e o transporte de seus produtos (ICMS) e sobre a mão de obra que utiliza (ISS, INSS, PIS, COFINS e CSL)”. Ele destaca um tributo: os impostos relativos à mão de obra. “A folha de pagamento é onerada com vários tributos, todos eles voltados à manutenção do regime previdenciário, do sistema de seguro desemprego e de outros regimes garantidores dos chamados direitos sociais. Isso encarece os produtos e diminui o poder de compra”. E mais: “em certos casos, algumas empresas deixam de ser competitivas”, explica. A solução para ele seria se o governo reduzisse seus gastos. “Boa parte dos recursos provenientes dos tributos, hoje, são destinados a cobri-los”. Para ele a solução vem com a implementação de uma verdadeira reforma tributária, “que possibilite a redução do número de tributos e da própria carga tributária”. “Outra questão que poderia ser atacada é a redistribuição das receitas, pois muitos dos tributos gerados nos municípios, são arrecadados pelos Estados e pela União”. Questionado sobre o que ele pensa de tantas cargas tributárias, Amilton afirma: “O pagamento de impostos é inerente ao exercício da cidadania, pois o Estado não tem outra fonte de recursos para poder manter o funcionamento de toda máquina administrativa. Entretanto, a situação criada pela legislação tributária, torna injusta a situação do contribuinte brasileiro, que paga muito e não recebe bons serviços públicos em troca.” E complementa: “O Estado brasileiro arrecada muito, mas não tem verbas para grandes investimentos, pois a maior parte dos recursos é desperdiçada, tudo, graças à burocracia, à ineficiência e a improbidade”. 8% para depósitos de FGTS, 27,5% para Imposto de Renda, por exemplo”. Para Marcelo, é preciso de uma reforma tributária. ”Diria que há a necessidade de uma reforma tributária. O que encarece e dificulta o trabalho registrado são os encargos sociais”. Ele também diz que esses encargos sociais também trazem vantagens: “Acerca de benefícios, estes são inseridos pela Seguridade Social que ampara o trabalhador assegurado, como por exemplo em caso de acidente do trabalho, no qual o empregado recebe sem estar trabalhando, dada sua incapacidade, além da própria aposentadoria.” Além dos impostos de produção, um dos encargos que pesam sobre as empresas esta com a folha de pagamentos de funcionários. É o que explica o especialista em Direito e Processo Tributário e também professor do CEUNSP, Marcelo Cavalcante, 34: “Um empregado que ganha em média um salário mínimo mensal, chega a produzir um encargo trabalhista de aproximadamente seu próprio salário para seu empregador, em face de encargos sociais.” São vários impostos sobre a folha de pagamento do trabalhador, segundo o especialista. “Tem a Incidência tributária cobrada pelo INSS, depósitos de FGTS, dependendo do valor há tributação de Imposto de Renda, tanto pelo empregador e como do empregado”. E eles são altos. “Os percentuais variam de Impostômetro Muito? O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário é um órgão que faz várias pesquisas, e divulga dados sobre a carga tributária no Brasil. Recentemente divulgaram uma pesquisa que mostra que o brasileiro trabalhou durante os cinco primeiros meses desse ano só para pagar imNa folha do trabalhador posto. www.ceunsp.edu.br Em São Paulo existe uma tabela que marca quanto o brasileiro, paga de tributos, o chamado impostômetro. Do dia 1/1/2009 até o dia 11/6/2009, o brasileiro já havia pagado R$ 444 bilhões em tributos. Para saber mais: www.impostometro.com.br . Abaixo, a porcentagem de imposto paga pelo brasileiro, em produtos usados no dia-a-dia: ESPORTES Divulgação O Arauto / jun-jul.09 pág.09 Por Um local para cultivar o $onho da bola Jean Pluvinage Quem não conhece um jovem brasileiro que sonha virar jogador de futebol? Sonho difícil de alcançar, pois o futebol profissional exige jogadores com muito preparo físico e emocional, treinamento constante e, claro, talento com a bola. E é para formar futuros consagrados do futebol-arte que foi construída a Academia Traffic, localizada na rodovia Marechal Rondon, perto de Porto Feliz. São atletas com talento muito acima da média, que passaram pelo filtro de olheiros espalhados por todo o país e até no exterior. Jovens que a academia acolhe, treina e insere nos campeonatos amadores, para mais tarde mostrarem seu talento no futebol profissional. E, evidente, a Traffic ganha dinheiro com essas transações. O Arauto foi descobrir como é a vida destes futuros, talvez, campeões e como funcionam as instalações. O tamanho da academia impressiona. São 156 mil metros quadrados. Espaço suficiente para abrigar os cinco campos de futebol oficiais e dois para treinamentos específicos. O prédio central recebe os jovens das categorias sub-15, sub-17 e sub-20. O local também é a casa do Desportivo Brasil, time de pro- As fontes de talento 20% Outras regiões 20% Nordeste 60% Sudeste A grande maioria dos jovens atletas da Traffic vêm do sudeste, principalmente do estado de São Paulo. www.ceunsp.edu.br priedade da Traffic Sports. No total moram cerca de 120 atletas, com idades entre 14 e 18 anos. João Caetano, gerente de Administração da Traffic, enfatiza que a academia não é apenas uma fábrica de jogadores: “Formamos atletas, mas sem deixar de lado a formação de cidadãos.” Lá os jogadores não abandonam os seus estudos, eles frequentam as escolas de Porto Feliz, e tem apoio psicológico para treinarem longe de suas famílias. A academia também oferece cursos de língua estrangeira, etiqueta e economia pessoal. “O foco é formar jogadores, mas mesmo quem não conseguir entrar na área terá formação para seguir carreira em áreas esportivas, como membro de uma equipe técnica, por exemplo.” João Caetano revela que os jovens sentem a distância da família, mas a alegria de estar na academia é muito forte. “Este centro de treinamento é um sonho de consumo para eles. Uma Disneylândia do futebol.” Distância que os jogadores superam com a internet, na sala de computadores da área de lazer. Lá, os jovens sempre acessam o Orkut e o MSN, para entrar em contato com amigos e parentes. Mas um dos projetos da Traffic inclui a criação de academias para as outras regiões do Brasil, facilitando a captação de atletas e a sua adaptação ao centro de treinamento local. A ‘Disneylândia do Futebol’ faz juz ao nome. Não há academia mais moderna para as categorias de base. E praticamente tudo nela remete ao esporte. O local conta com uma biblioteca repleta de livros sobre futebol, tv por assinatura com todos os pacotes esportivos e fotos históricas de astros do futebol decoram os corredores. Mas nada de chuteiras e camisas sujas espalhadas pelos cantos. Cerca de 50 funcionarios, em sua maioria de Porto Feliz, organizam a rotina. Por isso o maior movimento pode ser visto na lavanderia. São centenas de peças de cama, banho, uniformes para treino e para jogo. A saúde é outra preocupação da equipe. Os jovens contam com uma academia de ginástica e piscina coberta. Ao lado da academia se encontram as salas dos médicos, dos fisioterapeutas e dos fisiologistas. A saúde também inclui a alimentação dos jovens. João Caetano destaca que a cozinha foi a parte mais difícil de construir: “A primeira coisa que uma seleção faz ao visitar uma academia de esporte é visitar a cozinha. A qualidade da cozinha tem mais importância que a estrutura do local.” Adauto Rodrigues, chefe de cozinha que já trabalhou para a rede hotéis Hilton revela todos os cuidados com a alimentação dos jovens: “Controlamos o valor calórico dos alimentos. Trabalhamos muito com nutrientes, principalmente os carboidratos. E não há frituras. O que parece frito na verdade é assado.” A declaração de João Caetano sobre a cozinha mostra outra possibilidade econômica do Centro de Treinamento: receber equipes, principalmente seleções nacionais. Não à toa, a Traffic já faz contatos com países para abrigar equipes na Copa do Mundo de 2014, que sera no Brasil. Por fim batemos um papo com Lindhberg, atleta sub-17, considerado pela academia como um talento muito promissor. Vindo de Petrolina, em Pernambuco, Lindhberg se diz tranquilo com a mudança para o sudeste. Ele visita a sua mãe uma vez por ano, e revela que já se acostumou com a distância. É possível conciliar o treino com estudos? “Sim. Mas todos na escola ficam curiosos com a gente, eles querem saber como é a vida aqui.” Uma vida de treinos rigorosos, mas também de muitas mordomias. Google Images DISCUSSÃO Por Thales Barbosa Melissa Castro Baseado no debate: a maconha Maconha, tema que fascina muitos e enojam outros. Debate-se atualmente em todo o país a legalização. Você é a favor ou contra a legalização do uso da maconha? Para entender melhor o assunto, faremos uma linha no tempo. A Cannabis Sativa, nome cientifico da planta, é de origem indiana. A droga é conhecida desde, aproximadamente, 2.723 a.C. Foi usada pelos chineses como uma planta medicinal. Chegou ao Ocidente no século XVIII, sendo usada para desenvolver fibras para roupa. No Brasil, na década de 30, era vendido nas farmácias com o nome de “cigarros de índio” (pela origem indiana) ou “cigarros da paz”: era usada para sintomas de asma e insônia. A Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 1960, recomendou a proibição da maconha no mundo inteiro, muitos paises adotaram essa norma, entre eles o Brasil. A psicóloga Patrícia Nascimento fala que a maconha é uma droga que causa dependência, mas menos que tabaco e o álcool. Leve, porém não inofensiva, por isso alguns especialistas usam o termo da “dependência psicológica” ao uso da planta. Mas, na classificação internacional das doenças feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), não se faz distinção entre a dependência química e a psicológica. Chique? - A maconha não assusta como outras drogas. Por isso, várias pessoas públicas já comentaram o uso. O atual prefeito do Rio de Janei- ro Eduardo Paes já declarou à imprensa já ter experimentado a droga. O senador Eduardo Suplici disse também já ter usado quando jovem. Vários artistas foram presos por causa disso. Em 2005, o ator Marcelo Antony foi preso em Porto Alegre por porte de maconha. O mesmo ocorreu com o cantor Paulo Ricardo, no ano de 1986, preso no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro por porte de dois cigarros de maconha. De Gabeira a FHC - O deputado federal Fernando Gabeira (PV) sempre defendeu a legalização da erva. Mas recentemente o não tão liberal ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso também se posicionou a favor da legalização no fórum da ONU, que debatia as drogas, realizado na cidade do Rio de Janeiro. O atual ministro do meio ambiente, Carlos Minc, participou da marcha da maconha (box) no dia 11 de maio, na mesma cidade. O fato repercutiu na imprensa. Durante a participação, o ministro disse “a guerra das drogas matam mais do que a overdose. Só a hipocrisia não vê isso”. Foi muito aplaudido pelos participantes. “Não é só por eu ser ministro que ia deixar de fazer algo em que acredito. Grande parte da violência que nos sofremos hoje é por causa do tráfico. O usuário não pode ser tratado como criminoso”, declarou Minc. Gabeira recentemente lançou um livro chamado “A Maconha”, que levanta os prós e contras da droga e o papel social que ela desempenhou na escravidão e em rituais religiosos na selva amazônica. Efeitos - O uso da erva é associado a várias mudanças hormonais, como a diminuição de testosterona no homem, estrogênio e progesterona na mulher, além de causar perda de memória, problemas de coordenação motora e dificuldades de raciocínio. Na saúde mental pode ser o apertar de um gatilho para esquizofrenia. É usada também para fins medicinais. Normalmente, como estimuladores de apetite - portadores do vírus HIV que precisam ganahr peso -, ou associada a tratamento de casos de Alzheimer e câncer terminal. Segundo os médicos, tambm auxilia espasmos e movimentos desordenados, sendo útil também em casos de glaucoma. Em doses altas, auxilia pessoas no tratamento de doenças como síndrome de Parkinson, esclerose múltipla, traumatismo raquimedular e desnutrição. se tivesse com algum refrigerante, ou algum sanduíche, por educação”. B.L* diz que foi a curiosidade que o levou a aceitar. É, o desejo do proibido leva muitas pessoas a experimentar maconha. Segundo o clínico geral Delius Balbieris, o efeito da maconha deixa olhos vermelhos, aumenta o apetite, o coração bate mais rápido e a boca fica seca. O tempo parece fluir mais devagar, os reflexos e a coordenação motora são prejudicados. Fica difícil expressar um pensamento em palavras. A estudante C.L. conta que, na primeira experiência com a maconha, se sentiu ”feliz, tranquila e com pouca percepção de tempo”. A OMS diz que a sensação de prazer que causa a maconha, à medida que vai aumentando seu uso o organismo tenta se ajustar a esse habito. O cérebro adapta seu próprio metabolismo para absorver os efeitos da droga. Cria-se assim uma tolerância ao tóxico. Desse modo, uma dose que normalmente faria um “estrago enorme” tornase em pouco tempo uma dose baixa, aumentando assim a procura do usuário. Popular - Hoje, o uso da maconha atravessa os muros dos hippies da década de 1970, quando a droga se polarizou no Brasil. É facilmente encontrada em shows de rock, baladas e lugares turísticos alternativos. Mas o usueariopode estar até em de empresas de grande porte. Por isso não foi difícil acháPerigos - O uso de quantilos no CEUNSP. dades altas de maconha pode levar as alucinações, ilusões, O estudante G.B. diz que paranóia, pensamentos cono primeiro contato com a fusos e desordenados, desmaconha foi aos 18 anos, no personalização e fadiga afiralojamento da empresa onde ma a OMS. ele trabalhava. Pra ele, normalmente sempre quem ofeA estudante C.L. foi entrerece a droga é uma pessoa vistada. Disse: “Antes eu usamuito próxima. O estudante va todos os dias cerca de cinuniversitário B.L. teve expe- co baseados por dia. Hoje só riência parecida aos 16 anos: de vez em quando. Comecei a “Meu amigo ofereceu, como ficar muito lesada com pensa- www.ceunsp.edu.br mentos que não fazia sentido e sem vontade de fazer nada”. Debate - A liberação da maconha esta em debate no mundo. Cientistas da Califórnia chegaram à conclusão que a maconha causa câncer e cientistas ingleses concluíram que ela cura o câncer. A falta de unânimidade tambeem ocorre no debate libera x não-libera. O estudante de RTV João Paulo Seixas de Almeida diz que é a favor da legalização “pois assim seria mais fácil de combaterem traficantes.” “ Seria um grande golpe no trafico de drogas”, pensa. Já o aluno Julio César Flausino, de Publicidade e Propaganda, se posiciona contra a legalização: “Vai ficar mais fácil de encontrar a droga e isso fará aumentar a violência, pois nem todos teriam dinheiro para a compra”. A estudante Silvia Barbi também se coloca contra a legalização: “É muito fácil o governo fechar os olhos para o problema, mas o que ninguém se lembra é que a droga, além de ficar mais fácil de achar, vai se tornar mais cara, pois será comercializada, terá impostos, encarecendo-a e fazendo aumentar o número de assaltos”. A aluna de Artes Cênicas Taline é totalmente a favor da legalização. “A maconha não é uma droga mais pesada que o cigarro ou o álcool. Está na hora da nossa sociedade crescer, só assim nós conseguiremos desmarginalizar a maconha e dar um duro golpe nos traficantes.” A grande discussão atualmente na parece que não ter uma resposta. O Arauto / jun-jul.09 pág.11 Andando por “ela” A “Marcha da Maconha Brasil” (foto) é um movimento social, cultural e político, cujo objetivo é debater e quebrar a proibição hoje vigente no Brasil em relação ao plantio e consumo da Cannabis Sativa, tanto para fins medicinais como recreativos. Eles também defendem que o potencial econômico dos produtos feitos de cânhamo (a fibra da planta) deve ser explorado, especialmente quando isto for adequado sob o ponto de vista ambiental. Origem - A “ Marcha” começou com o evento World Marijuana March, um movimento global iniciou a partir da movimentação, em 1999, da ONG Cures not Wars (numa tradução livre: “curas ao invés de guerras”) de Nova York. No primeiro ano desta movimentação, 31 cidades se inscreveriam. Uma década após, no ano de 2009, já fazem parte das Marchas da Maconha em torno de 257 cidades no mundo todo. No país a marcha ocorre desde 2007, onde apenas o Rio de Janeiro participou. O movimento se fortaleceu de tal modo que foi mostrado este ano em telejornais de exibição nacional e constantemente é motivo de debate ´´é apologia ao uso ou não?”. O evento ocorre uma vez ao ano. A discussão conceitual e o posicionamento político em torno das questões podem ser verificados no site www. marchadamaconha.org. A Favor x Contra descriminalização: um ponto em comum? A criminalidade está no centra da questão dos dois lados. Ambas causas acham que a violência aumenta ou diminui - dependendo do ponto de vista -com a liberalização. Um ministro no meio nalizar, não estou me referindo à droga. Estou me referindo a um comportamento humano, individual, que atinge o social. O importante não é punir um comportamento. É corrigi-lo. Para tanto, deve existir um programa eficiente de prevenção e de educação para que a pessoa evite consumir essa ou qualquer outra droga”. Com relação ao álcool que é uma droga de maior impacto social que a maconha, Elisandro Carlini diz não ser contra a legalização “porque vivemos uma situação de fato em que seu uso social é aceito”. A questão aqui parece ser “uso marginal” ou “ser aceito socialmente”. Sim, o cigarro e o álcool são legalizado e tem o consumo consagrado socialmente. E são comprovadamente prejudiciais à saúde. Essa situação traz em contrapartida o debate da legalização da maconha que tem o uso é criminalizado. A sociedade se mostra dividida. Certas correntes defendem que a maconha deve ser descriminalizada, mas não legalizada, enquanto outras defendem a legalização. Em entrevista para o site do médico Dráuzio Varella, o especialista, Elisando Carlini, médico psicofarmacologista, que trabalha no CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas, diz ser “totalmente contra o uso e a legalização da maconha”. Ele lembra, porém, que é necessário distinguir legalização de descriminalização. “Quando falo em descrimi- O cientista social Marcos Magri é contra a ideologia proibicionista. Ele também é membro organizador da Marcha da Maconha e em entrevista aO Arauto deu seu ponto de vista sobre um possível processo de industrialização da erva como ocorre com o cigarro. “Sobre a possibilidade do processo de industrialização tomar a frente em uma política para a maconha espero que isso não ocorra. Eu acho que seria muito mais interessante incentivar um consumo e plantio doméstico, de preferência orgânico. A monocultura deve ser combatida e a agricultura familiar também deve ser incentivada. Considerar criminosa uma pessoa adulta que usa maconha como droga recreativa, planta sagrada, medicamento ou para qualquer outro uso não ajuda em nada na tarefa de mantê-la saudável ou de assegurar seu bem estar e acesso a cidadania” analisa. www.ceunsp.edu.br Marcos Magri, um dos organizadores da Marcha foi questionado sobre a participação do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PT), no evento desse ano: “O fato do ministro Minc estar presente na Marcha do Rio de Janeiro reforça uma idéia que muitos políticos, juristas, advogados, pensadores e personalidades tem a favo da cusa. Porém ,não conseguem manifestar pela pressão. Aparecer em eventos assim custa muito para a carreira de um ator, de um músico, sabemos disso. Mas também entendemos que precisamos de um apoio mais positivos da classe artística em geral. São muitos os que defendem pessoalmente, mas não publicamente.” Reciclagem e biodegradáveis: não descarte essas ideias Por Lígia Martin Com tanta ênfase na substituição de combustíveis por produtos alternativos, investimentos em produções ecologicamente corretas, formas de geração de energia que não agridam o meio ambiente, há uma outra questão que está um pouco esquecida: os produtos não biodegradáveis. Produto biodegradável é aquele que a natureza consegue decompor por meio de ações biológicas naturais. Ou seja, produtos não biodegradáveis são descartáveis que não são decompostos pelo meio ambiente. Demoram centenas de anos para serem absorvidos pela natureza. com este material e as obras estão expostas na faculdade. “É um material de baixo custo. Todas as peças de jornais recebem muito cuidado durante o acabamento. A folha de jornal é um material frágil e com este tipo de papel, os alunos treinam também o refinamento estético”, comanta a professora. Questão de governo - Em muitos países da Europa, a legislação não permite embalagens não biodegradáveis. Somente são utilizados produtos retornáveis. Talvez seja essa a razão de estrangeiros investirem no Brasil, pois é um país com leis ambientais mais brandas. Os brasileiros O exemplo mais comum estão entre os maiores consudeste lixo é de origem domés- midores de embalagens plástica. Consiste em restos de ticas do mundo. comida, papel, plásticos, latas, que depois de um tempo Camadas de espuma origisão descartados em aterros nadas de dejetos industriais e sanitários. Segundo o Insti- domésticos frequentemente tuto Brasileiro de Geografia e estão presentes na superfície Estatística (IBGE), o lixo do- dos rios. Isso ocorre porque miciliar equivale a 125 mil as bactérias que degradam o toneladas por dia. material orgânico precisam de oxigênio para trabalhar. Muitos materiais que de- Quando há muito esgoto, não veriam ser reciclados são sobra oxigênio para que as descartados de forma errada. bactérias destruam os deterO exemplo mais conhecido é gentes e eles permanecem a garrafa PET (originada do ativos. Após os detergentes petróleo). Além de demora- passarem por corredeiras, rem mais de 100 anos para se aparecem as espumas. decomporem, são ainda um problema para o saneamento Outro problema a ser público. Nas épocas de chuva, abordado são as questões soentopem bueiros por onde ciais. Pesquisas apontam que deveria passar água, ocasio- um dos maiores problemas nando as enchentes. do lixo não biodegradável está nas áreas onde a popuSacolinhas - O que antes lação não tem acesso a coleera considerado cortesia dos ta seletiva de lixo e o esgoto supermercados agora é um é despejado a céu aberto. problema: as famosas saco- “Esta deveria ser uma queslas plásticas demoram muito tão de interesse do governo, para se decomporem. Anual- para que todos tenham acesmente, são consumidas em so ao saneamento básico”, média 1 trilhão de sacolinhas afirma Rodrigo Legrazie, em todo o mundo. O mais coordenador e professor alarmante neste cenário é do curso de Engenharia que a maioria destes produ- Ambiental do CEUNSP. tos é consumida apenas uma “É preciso haver vez e descartados como sacos c o n s c i e n t i z a ç ã o de lixo, gerando também pro- das pessoas sobre blema também para os ater- a importância ros sanitários. da reutilização dos materiais, Lixo é luxo - Este é um di- mas também tado que é representado cla- é preciso ramente no curso de moda exigir dos do CEUNSP. Jornais velhos g o v e r n o s são utilizados como matéria- que todos prima: os estudantes fazem t e n h a m moldes de roupas em mane- a c e s s o quins. “É um treinamento à ao sanecriatividade dos alunos, que a m e n t o depois aplicarão este apren- b á s i c o , dizado nas roupas que dese- proporcionharão futuramente”, explica nando tamFatiam Lúcia Cruz, professo- bém uma melhor ra de Moda. Alunos do 1º se- qualidade de vida”, commestre estão trabalhando plementa Rodrigo. Fonte de renda - Existe um outro lado também: o que é lixo para alguns, para outros é sobrevivência. No Brasil, muitas pessoas vivem da coleta de materiais reciclados, que são vendidos para empresas que lucram com o reaproveitamento da sucata. A reutilização de materiais descartados pode originar em vários objetos úteis para o cotidiano. Soluções - Para a questão das sacolinhas, enquanto o supermercado não oferecer recursos para a utilização de sacolas de pano, parte da atitude de cada um fazer é levar a sua. É preciso que a população esteja consciente que é preciso um mundo mais limpo. Vale lembrar também que sacolas de pano estão na moda. “A solução para o material descartável não é reciclar e sim reutilizar de outra forma criativa. Utilizar embalagens que fiquem menos tempo possível presentes no meio ambiente. Também é preciso a conscientização desde criança, para que sejam informadas desde pequenas e melhorem o futuro”, finaliza o professor. Acredita-se que os pequenos serão os multiplicadores de opiniões e podem passar informações adiante, basta um pouco investimento para isso. www.ceunsp.edu.br Mauricio Bueno/O Arauto MEIO-AMBIENTE O Arauto / jun-jul.09 pág.13 te, estamos dentro dos efeitos climáticos da La Niña, e este é caracterizado pela maior incidência de chuvas fortes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil”. Assim como Wagner Silva, Hélio Rubens afirma “que o homem contribui com isso, pois nossas cidades são redutos de impermeabilização do solo, o que aumenta a quantidade de água a ser carregada pelos afluentes”. mudanças climáticas extremas. Físicos russos afirmam que as árvores são responsáveis pela distribuição dos ventos e formação da chuva. Segundo o ambientalista Hélio Rubens, essa teoria não vai contra a meteorologia convencional, pois soma os dados meteorológicos com as informações vindas das florestas, ou seja ajuda a entender melhor o papel das florestas dentro das mudanças climáticas. A “Bomba Bi- Sul. Bastam serem mencionadas essas mudanças climáticas, que muitos argumentam: “são efeitos do aquecimento global”. Será? Formado em Engenharia Mecânica, mestre em Energia e gerente da Divisão de Questões Globais da Companhia Tecnologia de Saneamento Ambiental do governo paulista, a Cetesb, João Wagner Silva Alves diz que, na opinião dele, essas mudanças são naturais, “mas, já com conseqüências da alteração da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, provocada pelo homem”. O especialista dis que a interpretação se o dia vai ser quente ou frio é mais simples e precisa. Já a interpretação de períodos chuvosos ou secos é mais difícil. Por isso, na falta dessa informação mais precisa, as causas são as que vemos nos meios de comunicação: catástrofes, desabrigados e perdas na produção agrícola, “que provocam elevação nos preços desses mesmos bens”. E ainda ressalta que no Brasil devem ser esperados novos e intensos movimentos migratórios para os próximos anos, devido aos desabrigados pelas enchentes e secas. O coordenador do curso de Gestão Ambiental do CEUNSP, Hélio Rubens, compartilha da mesma idéia. Ele também acha que essas mudanças climáticas desses últimos meses são conseqüências de fenômenos naturais. “No presen- Previsão ruim - Tanto Wagner Silva Alves quanto Hélio Rubens afirmam que para as próximas décadas espera-se elevação da temperatura, elevação do nível dos mares, extinção de espécies, frio intenso e fora de época, degelo de regiões tradicionalmente congeladas e chuvas intensas e fora de época. E segundo Hélio Rubens, para os brasileiros, essa última trará “conseqüentemente maiores riscos de enchentes e deslocamentos das áreas de cultivo”. E aponta um exemplo: “No passado o café era plantado no centro-oeste de São Paulo, depois migrou para as terras altas de Minas Gerais e Planalto Oeste do Paraná. Atualmente já se vê a possibilidade de plantio em Santa Catarina”. Ele ainda completa que poderá ocorrer “maior variação térmica durante o dia, como num deserto (dia mais quente com noites mais frias), aumento da desertificação de área, perdas de áreas agricultáveis, aumento do preço dos alimentos e dos combustíveis, já que nossa matriz de combustíveis é dependente da agricultura” lembra. Ou seja, “adaptações serão necessárias e acontecerão”, declara Wagner Silva. ótica é um efeito localizado, restrito a áreas de dimensões pequenas, mas é a soma de pequenos eventos que causam as grandes calamidades”, explica Hélio. Wagner Silva lembra que essa teoria não é recente e também é conhecida como “Rios Voadores”. Segundo o site Planeta Sustentável, especializado nesse tipo de assunto, “os ventos alísios empurram a umidade vinda do Atlântico para a Amazônia e provocam chuvas na região. Do total das chuvas, 25% alimentam os Igarapés, 25% são retidos pelas folhas e 50% são absorvidos pelas árvores – esses últimos 75% voltam para a atmosfera em forma de vapor d’água, por meio da evaporação e da transpiração. Por Allan Guimarães O que acontece com o clima? Giuliano Miranda/O Arauto Monte Caburaí (AP) e Arroio Chuí (RS). Dois pontos extremos do Brasil e climas tão diferentes. Mas essas duas regiões nunca apresentaram uma mudança tão extrema no clima, como a que está acontecendo nos últimos meses. Desde o início de abril, as chuvas têm castigado as regiões Norte e Nordeste do país, enquanto a seca acaba com as Cataratas do Iguaçu, no Paraná, além de ressecar plantações no Rio Grande do RIOS VOADORES? ENERGIA VINDA DO TRÂNSITO A empresa israelense Innowattech encontrou uma maneira de produzir energia a partir da pressão dos veículos no piso “Nós podemos produzir eletricidade em qualquer lugar onde haja uma estrada agitada usando energia que normalmente é desperdiçada”, explicou à agência britânica Reuters Uri Amit, presidente da Innowattech. Recentemente foi divulgada uma nova teoria, chamada Com uma equipe de 12 de Bomba Biótica. O estudo pessoas e o investimento priaponta que a destruição das vado de US$ 3 milhões, a emflorestas é responsável pelas presa pretende instalar gera- www.ceunsp.edu.br dores embaixo de calçadas, malhas viárias e ferroviárias capazes de armazenar energia a partir do movimento e peso por meio do processo de “piezeletricidade”. Assim, quanto mais congestionado o trânsito estiver, melhor. Ligada ao Instituto de Tecnologia Technion de Israel, a Innowattech deve implantar o projeto a partir de 2010 nas principais cidades do mundo, começando pelas israelenses e norte-americanas. A empresa trabalha atualmente em um programa piloto para instalar os geradores em shoppings e no metrô de Nova York para captar a energia do movimento de pedestres. O professor Haim Abramovich, fundador da organização, explica que uma avenida com menos de 1,6 quilômetro (uma milha), quatro faixas e por onde cerca de mil veículos circulam por hora pode criar aproximadamente 0.4 megawatts de potência, o suficiente para alimentar 600 casas. No futuro, os cientistas do projeto desejam aprimorar a tecnologia para armazenar mais energia e distribuíla em escala nacional. O custo de implantação atual dos geradores israelenses é de US$ 650 mil por quilômetro, o que equivale a US$ 6,5 mil por kilowatt. Entretanto, o presidente da empresa, Amid, observa que o custo deve cair 60% quando alcançarem a produção em massa, tornando o sistema mais barato do que a energia solar. Grandes empresas já demonstraram interesse no empreendimento da Innowattech. A multinacional Mc Donald’s, por exemplo, teve a idéia de instalar o sistema em suas filas, para que os consumidores gerem energia enquanto esperam para comer um Big Mac. “Acredito que as pessoas vão começar a pular e dançar sabendo que ao fazer isso vão criar energia. Vai ser bom para a saúde delas”, defende Abramovich. CONTRACULTURA Em agosto, o festival de Woodstock comemora 40 anos. Foi no “verão do amor”, como ficou conhecido aquele meio de ano de 1969 (agosto é verão no hemisfério norte). Meio milhão de jovens hippies, como vieram a ser chamados, se reuniram num festival que teve a duração de três dias e a participação de 32 dos mais conhecidos músicos da época apresentaramse durante um chuvoso fim de semana defronte a meio milhão de espectadores. Os organizadores estimavam um público aproximado de 100 mil pessoas, mas 186 mil ingressos foram vendidos antecipadamente. No entanto, mais de 500 mil compareceram, derrubando cercas e tornando o festival gratuito. Época conturbada - Para entender a importancia, é preciso voltar no tempo. O mundo, especialmente os Estados Unidos, passava por tempos dificeis de guerra, violência e desilusão. A década de 60 - a mais conturbada do século XX - tinha a sensação de “e agora?” no ar. E é nesse clima de fim de festa, no último ano da década, que o maior evento de música já o festival não devia ser visto como algo comercial, que envolviam contratos, montagem de palcos ou vendas de ingressos. Woodstock deveria ser um estado de espirito, um Ingredientes - Já era pro- acontecimento que se tornagramado para ser o maior ria um ícone de uma geração. festival musical de todos os Grandiosidade - Os tempos. Seu público alvo, os jovens, foram atraídos pelos quatro jovens foram considesímbolos e frases consagra- rados loucos e pretenciosos das pela contracultura. O pró- por intencionarem realizar prio slogan do evento - três o maior festival de música dias de paz e música - era já feito e reunir mais de 100 baseado na contracultura. O mil pessoas, mas o que aconslogan tinha o sentimento an- teceu foi que Woodstock sutiguerra, o conceito da Era de perou todas as expectativas Aquárius (presente no musi- e se revelou um fenomeno. cal “Hair”) e a intenção dos Os jovens foram até o local organizadores de manter a e viram três dias de mentes paz no evento. O festival foi abertas, amor livre, drogas e idealizado e levado a cabo rock and roll (desagradando por quatro jovens, Michael os mais conservatores). O fesLang, John P. Roberts, Joel Ro- tival gerou um dos piores engarrafamentos de Nova York, senman e Artie Kornfeld. mas não houve nenhum aciComo foi - Roberts e Ro- dente ou violência durante o senman colocaram um anún- festival. Foi criada uma nação, cio, no New York Times e no dentro de uma nação, reunida Wall Street Journal (“Jovens por seus ideais e sua vontade com capital ilimitado bus- de se divertir, embaladas ao cam oportunidades de in- som de The Who, Jefferson vestimento e propostas de Airplane, Jimmy Hendrix, Janegócios interessantes e ori- nis Joplin, Joe Cocker, Bob ginais”). Lang e Kornfeld ti- Dylan e outros nomes da éponham as ideias interessantes ca. Enfim, Woodstock virou e originais Kornfeld dizia que ícone da contracultura. feito encontrou terreno fértil para brotar. Woodstock aconteceu fora da zono urbana. Motivo: dar enfâse ao clima de “volta ao campo”. Ame ou odeie o livro da moda Por Adriane Souza Reprodução/Orkut Por Valesca Cotafava Google images 40 anos de Woodstock O Arauto / jun-jul.09 pág.14 Crepúsculo (Twilight) é o título em português do primeiro livro da saga vampiresca escrita por Stephenie Meyer. Segundo a autora, “poderia ser como qualquer outra história não fosse um elemento irresistível: o objeto da paixão da protagonista é um vampiro. Assim, soma-se à paixão um perigo sobrenatural temperado com muito suspense, e o resultado é uma leitura de tirar o fôlego - um romance repleto das angústias e incertezas da juventude”. Porém, as opiniões sobre esta história não são unânimes entre seus leitores. Pró - Arthur César Leal Numeriano de Sá, reside em Recife/PE e é um dos moderadores da comunidade ‘Crepúsculo – Twilight Série’, no site de relacionamentos Orkut diz que: “O livro destaca-se por não ser convencional. Stephenie Meyer desenvolve conceitos próprios sobre os vampiros, como o vegetarianismo dos Cullens, que evitam se alimentar de sangue humano. Mas o mérito de Crepúsculo está no diálogo honesto e simples que estabelece com o público adolescente. Em meio ao modismo atual, Crepúsculo traz de volta o romantismo e acerta em cheio ao explorar as angústias e paixões da fase mais atormentada da vida.” www.ceunsp.edu.br Contra - Já Arthur Davoglio Losquiavo, mora em Caxias do Sul/RS e faz parte da moderação, no site de relacionamentos Orkut, da comunidade ‘Eu odeio Crepúsculo’, se fundamenta também no blog Twilight Haters Brasil para defender a idéia de que “o livro Crepúsculo, de Stephenie Meyer, promete um enredo “inovador”, de um romance proibido entre uma humana e um vampiro. Romances entre seres da noite e humanos são comuns há anos. A própria adaptação cinematográfica de Drácula usa um romance como pano de fundo. Não é um livro bem escrito, mas milhares de pessoas compraram e adoram. Bem, nada impede que milhares de pessoas estejam erradas. Eu não recomendo esse livro para ninguém que possua um senso crítico um pouco desenvolvido”. Por que? “Por se passar nos dias atuais, o leitor poderia esperar algo diferente e talvez gostar. Infelizmente, a autora não colaborou para que isso pudesse acontecer. Os personagens são estereotipados e de personalidade rasa, quando não inexistente”, explica. Os vampiros - Mitos que surgiram em todos os cantos do mundo, cada um com suas variações. Mas todos têm uma característica básica para serem considerados vampiros: eles se alimentam da fonte de vida humana. Exceto os vam- piros de Meyer. Eles brilham no sol, são lindos, perfeitos, fortes, ágeis, mas não se alimentam de humanos. Opinião 3 - A estudante do 1º semestre se Jornalismo do CEUNSP, Natália Esteves, que reside em Indaiatuba, revela um ponto de vista diferente:“Um romance vampírico que foge um pouco das lendas que conhecemos, mas não quer dizer que não é bom. Acho que um dos objetivos da autora era despertar o interesse de pessoas que não se excitam com ficções deste gênero. Não é certo fazer comparações com outras obras, cada uma tem um enredo diferente. Edward é romântico, atencioso, preocupado com o bem estar da amada. Ele a ama e nunca a odiou, apenas tinha medo deste sentimento que, em tantos anos de existência, nunca havia surgido. Ele tinha medo de perder todo seu auto controle por desejá-la tanto desde o início. Bella é esquisita e os garotos da escola se apaixonam por ela devido ao seu jeito diferente, por ela ser novidade. A série é teen, com personagens sobrenaturais é suficiente para deixar muitas pessoas interessadas em vampiros e apaixonadas pelo inexistente. No Edward parece a Globeleza quando está no sol, cheio de purpurina. Não gostei”, comenta.