Pesquisa mostra eleitor mais consciente
- Apesar disso, a população está mais descrente na política e nos políticos
Fonte: O Diário de Teresópolis
Da Redação
O eleitor brasileiro está mais consciente e preparado e acredita no voto, apesar de estar
também mais descrente na política como algo que pode trazer benefícios para a sua vida. De
acordo com o coordenador da campanha Eleições Limpas e secretário-geral da Associação
dos Magistrados Brasileiros (AMB), juiz Paulo Henrique Machado, essas são algumas das
conclusões que podem ser tiradas a partir da pesquisa “Voto, eleições e corrupção eleitoral”,
realizada pelo Instituto Vox Populi e apresentada nesta quarta-feira pela AMB. Em Teresópolis
os eleitores parecem estar mais conscientes, mas a desesperança está sempre presente nas
respostas dadas a reportagem.
O brasileiro “é um eleitor que vê o voto como um instrumento de mudança, que condena de
forma majoritária quem troca o voto por alguma vantagem”, afirmou Machado. De acordo com
os dados da pesquisa, 68% dos eleitores acreditam que o voto pode trazer alguma mudança
em sua vida. Além disso, a AMB também considerou positivo que 94% dos entrevistados
consideraram importantes as propostas dos candidatos e os benefícios que eles podem trazer
para a sua comunidade.
Esse dado contrasta com o fato de que 82% das pessoas disseram concordar que a maioria
dos políticos não cumpre as suas promessas de campanha e 85% afirmaram acreditar que a
política é uma atividade que beneficia principalmente os políticos, e não o povo.
“É a fé, a esperança do brasileiro de que ele pode melhorar através do voto e que o político
possa cumprir as suas propostas; a cada eleição ele volta à urna nessa esperança”, disse o
presidente da AMB, juiz Mozart Pires.
Mozart Pires e Paulo Henrique Machado também ressaltam os dados que mostram que 60%
das pessoas ouvidas estariam dispostas a denunciar casos de corrupção, como compra de
votos, e 62% da população iria votar mesmo que o voto não fosse obrigatório no Brasil.
“Quando ele [eleitor] diz que vota independentemente da obrigatoriedade, está apostando na
melhoria da atividade política no país”, afirma Pires.
Outro ponto considerado positivo pela AMB é ainda o alto percentual de entrevistados que
apontaram como atribuições dos vereadores discutir e aprovar projetos de lei (94%) e fiscalizar
as contas da prefeitura (93%), e construir escolas e hospitais (96%), desenvolver programas de
geração de emprego (94%) e prestar contas publicamente do dinheiro da prefeitura como
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obrigações do prefeito (94%).
No entanto, os magistrados ainda consideraram alto o índice de pessoas que vêem como
possível atribuição de autoridades municipais o desenvolvimento de atividades assistencialistas
e que beneficiem diretamente a uma única pessoa, como pagar despesas de hospital e enterro
(82% no caso de vereadores e 84% no caso dos prefeitos), dar proteção a pessoas ameaçadas
(65% e 67%), ajudar os eleitores e conseguir emprego (72% e 74%) e mesmo patrocinar festas
de formatura (30% e 29%).
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