EUA: hegemonia e características
da doutrina imperialista
Aula 10 – Geografia Política
Prof. Raul Borges Guimarães
O país dos imigrantes
. Nenhum outro país recebeu tantos imigrantes como os EUA: mais de
40 milhões de pessoas, desde 1800.
. A expansão demográfica impeliu a expansão territorial e a “marcha
para o Oeste”, o que custou a terra e a vida dos milhares de indígenas
que habitavam as grandes planícies do Rio Mississípi.
. Entre 1840 e 1860, cerca de 4 milhões de imigrantes chegaram aos
Estados Unidos, vindos principalmente da Irlanda, da Alemanha e da
Inglaterra. Os navios que transportavam madeira dos portos de Boston
para Liverpool (Inglaterra) voltavam com seus porões abarrotados de
irlandeses.
. A maior parte dos imigrantes que desembarcaram entre o final do
século XIX e o começo do século XX permaneceu nos florescentes
centros industriais do Nordeste: 4 milhões de pessoas entre 1865
e 1880; cerca de 17 milhões entre 1880 e 1920.
A conquista do Oeste
. Na década de 1860, a construção das ferrovias transcontinentais e a
promulgação do Homestead Act (Ato de Propriedade Rural)
alimentaram um fluxo ainda maior de imigrantes para os Estados
Unidos.
. O Homestead Act garantia a doação de 160 acres (1 acre = 4.046,8
m2) de terra no Oeste a quem pagasse 10 dólares pelo registro e se
comprometesse a cultivá-los pelo prazo mínimo de cinco anos.
Os novos imigrantes
. O final da Segunda Guerra Mundial inaugurou um novo fluxo de
imigração para os Estados Unidos. Centenas de milhares de
mexicanos, porto-riquenhos e outros grupos de latino-americanos
passaram a ingressar anualmente naquele país.
. A política de aceitação de refugiados políticos facilitava a entrada de
milhares de alemães, poloneses, húngaros, tchecos, coreanos e
chineses e, posteriormente, cubanos e vietnamitas fugidos dos
regimes comunistas.
. Hispânicos e asiáticos formam a maior parte do contingente de novos
imigrantes nos Estados Unidos, e são os dois grupos étnicos de maior
crescimento demográfico, com taxas de respectivamente 3,2% e 2,5%
em 2008.
. Em 2003, a população hispânica já havia ultrapassado a afroamericana: viviam nos Estados Unidos 37 milhões de hispânicos e 36
milhões de negros. Em 2008, os hispânicos já correspondiam a 15%
dos habitantes do país, e os negros, a 12,2%.
Araújo, Regina; Corrêa, ângela, Guimarães, Raul. Observatório de Geografia (volume 4). São Paulo:
Moderna, 2009.
Doutrina Monroe
“A América para os americanos”
O expansionismo em áreas de influência francesa e espanhola
originou diretamente a Doutrina Monroe, que ganhou esse nome por
ter sido pronunciada pela primeira vez em uma mensagem do
presidente James Monroe ao Congresso dos Estados Unidos, em
1823. Nela, o presidente alertava as potências europeias de que
qualquer tentativa de recolonização ou de ingerência delas nos
assuntos do continente americano seria considerada uma ameaça à
segurança dos Estados Unidos.
A expansão continental e oceânica
. A expansão territorial dos Estados Unidos encontra sua justificativa
em um ideário conhecido como Destino Manifesto (1845). De acordo
com ele, o povo estadunidense foi escolhido pela providência divina
para ocupar a enorme área entre os oceanos Atlântico e Pacífico,
que seriam as fronteiras “naturais” de seu território.
. No final da guerra de independência, o território dos Estados Unidos
abrangia as áreas originais das Treze Colônias, entre os Montes
Apalaches e o Atlântico.
. As sete décadas seguintes à independência registrariam um
poderoso movimento de incorporação pelos Estados Unidos de
territórios britânicos, franceses, espanhóis e mexicanos, estendendo
a jovem república ao Golfo do México, ao sul, e ao Pacífico, a oeste.
. Com a posse do Alasca o país cercava as fronteiras internacionais
do Canadá por todos os lados. Essa nova aquisição aproximava os
Estados Unidos também da Ásia, especialmente a partir do Estreito
de Bering (fronteira com o Império Russo) e das Ilhas Aleutas, nas
proximidades do Japão.
.Desde então, os Estados
Unidos apoiaram-se nessa
política
expansionista,
avançando rapidamente em
direção
ao
Pacífico.
A
anexação do Havaí, em 1898,
tornou esse arquipélago o
principal entreposto para o
Oriente. Pearl Harbor viria a se
transformar
na
mais
importante
base
naval
estadunidense no centro do
Oceano
Pacífico,
e
dali
decorreria o movimento de
anexação de Samoa, em 1899,
e de outras ilhas menores do
Pacífico e da Oceania.
. O Corolário Roosevelt, anunciado em 1904, retomou e ampliou a
Doutrina Monroe, de 1823. Estabeleceu uma identidade de interesses
entre os Estados Unidos e seus vizinhos latino-americanos,
propondo implicitamente a cooperação para um desenvolvimento
comum. Com esse argumento, justificavam-se suas intervenções
militares em países do continente americano, caso os governos
destes demonstrassem inabilidade em promover justiça interna ou
violassem direitos internacionais ou, ainda, favorecessem agressões
externas em prejuízo da comunidade das nações americanas. Dessa
forma, o governo dos Estados Unidos se colocava como árbitro da
política continental e líder das nações vizinhas.
. A política do Big Stick (Grande Porrete), resultante do Corolário
Roosevelt, orientava estratégias militares de dominação na América.
Mais tarde, ela foi substituída por outras políticas na mesma linha,
como a Doutrina da Boa Parceria, de Eisenhower, e a Doutrina das
Novas Fronteiras, de Kennedy.
. A construção do Canal do Panamá também fez parte dessa
estratégia de dominação, garantindo sua circulação mais rápida
entre a costa do Atlântico e do Pacífico, e reforçando sua presença
na América Central.
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