Pesquisa de Escherichia coli produtora de Shiga toxina (STEC) em amostra de carne de vaca picada na zona do grande Porto Sara Duarte*, Margarida Saraiva Laboratório de Microbiologia do Departamento de Alimentação e Nutrição, Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, I.P. Rua Alexandre Herculano 321, 4000-055 Porto Telefone: 223401100 *sara.duarte@@insa.min-saude.pt Palavras chave: STEC, PCR, stx1, stx2, carne de vaca Objectivo/Background: Escherichia coli produtora de Shiga toxina (STEC) é um agente patogénico para o Homem, responsável por infecções intestinais. Em casos mais graves pode evoluir para colite hemorrágica, síndrome hemolítico-urémico ou púrpura trombocitopénica. A ingestão de STEC a partir de alimentos contaminados é a principal fonte de infecção. O gado bovino é considerado o principal reservatório de STEC, pela presença desta bactéria na microflora do tracto intestinal. Em Portugal, encontra-se pouca informação sobre a presença de STEC em alimentos, sendo importante a realização de um estudo para pesquisa da bactéria em amostras provenientes de carne bovina. O principal objectivo do trabalho consistiu na pesquisa de STEC em amostras de carne de vaca picada por detecção dos genes stx1 e stx2 (genes codificadores de Shiga toxina) e posterior isolamento da bactéria. Métodos: Após enriquecimento por um período de 18 horas das amostras, duas metodologias foram aplicadas para extracção do DNA: ® - aplicação do kit comercial QIAamp DNA mini kit (Qiagen), - lavagem da biomassa viável, resultante do crescimento em dois meios selectivos, seguida da fervura da suspensão celular. A técnica de PCR foi aplicada para análise dos genes stx1 e stx2 aos DNA´s extraídos. Seleccionaram-se colónias típicas de E. coli para posterior identificação da bactéria. Resultados: Foram analisadas 30 amostras, da zona do grande Porto, detectando-se a presença do gene stx1/stx2, em 13 (43,3%) amostras após PCR. Isolaram-se estirpes de 2 amostras (6,7%), codificadoras apenas do gene stx2. Também se verificou a capacidade de expressão da respectiva toxina (Stx2) em ambas as estirpes. Conclusões: Os resultados revelaram uma percentagem elevada de STEC nas amostras, após análise por PCR. O isolamento de duas estirpes demonstra a dificuldade de isolamento da bactéria apontando a necessidade de investigar formas de melhorar a metodologia de isolamento utilizada. As conjugações de técnicas de microbiologia molecular e convencional são fundamentais para pesquisa de STEC em amostras alimentares devido à presença da bactéria em quantidades reduzidas. Efectuar uma avaliação de risco relativa a este microrganismo justifica estudos adicionais para melhorar a performance da metodologia utilizada de forma a posteriormente conseguir efectuar a caracterização de STEC em carne bovina e em outro tipo de matrizes alimentares.