Mariangela M. F. Kurozawa
Jóias: uma saída à efemeridade
UNISAL
Americana
2006
2
Mariangela M. F. Kurozawa
Jóias: uma saída à efemeridade
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado como exigência
parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Moda no Centro
Universitário Salesiano de São
Paulo, sob a orientação do Prof.
Mestre Jarbas Martins.
UNISAL
Americana
2006
3
Comissão Julgadora
Convidado: Helton Jorge Filho
Pres. Pólo Têxtil
Professor convidado: Celso Gazeta
Professor Orientador: Jarbas Martins
4
Dedico este trabalho aos meus pais por fazerem de mim o que sou hoje e a
minha querida irmã que são muito importantes na minha vida e que através da
compreensão e estímulos me ensinaram a ultrapassar as barreiras da minha
vida e contribuíram assim para a conclusão de mais esta etapa.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço:
•
•
•
Ao meu professor-orientador Jarbas Martins,
Aos professores: Luciana Ramos de Souza Cordenonsi e a professora
Joelma Leão,
A todos aqueles que contribuíram de alguma forma com esta
dissertação,
E, sobretudo, agradeço:
•
•
A Deus;
A minha família - pais, irmã, prima – que ajudaram de inúmeras formas à
realização deste trabalho.
A todos o meu muito obrigada.
6
“No momento em que o belo está tão intimamente relacionado à subjetividade
humana que, no limite, ele se define pelo prazer que proporciona, pelas
sensações ou os sentimentos que desperta em nós. Não é mais porque um
objeto é intrinsecamente belo que ele agrada, mas é porque proporciona um
certo tipo de prazer que o chamamos de belo; a linguagem da estética
contemporânea é daí em diante a das experiências vividas”.
(apud ROCHE, 1750, p. 110.)
7
RESUMO
Este estudo sobre as jóias como sendo uma saída à efemeridade faz
uma abordagem sobre a sua importância desde a pré-história até os dias
atuais. Retratando, além de ser um objeto ornamental, como também um
grande fator capaz de fixar um momento através do tempo obtendo elementos
simbólicos significativos de fundamental relevância para a compreensão de que
as jóias não são algo frívolo. A pesquisa valeu-se de um método qualitativo de
investigação através de consultas a materiais como: livros, apostilas, sites,
entre outros. Visando como principal objetivo que o leitor possa obter uma
imagem positiva deste objeto de desejo.
Palavras – chave: Objeto ornamental, desejo e efêmero.
8
ABSTRACT
This study on jewels as being an exit to the ephemeral it makes a
boarding on its importance since daily pay-history until the current days.
Portraying, beyond being an ornamental object, as well as a great factor
capable to fix a moment through the time getting significant symbolic elements
of basic relevance for the understanding of that the jewels are not something
trifler. The research used a qualitative method of inquiry through consultations
the materials as: books, you emend, sites, among others. Aiming at as main
objective that the reader can get a positive image of this object of desire.
Key – words: ornamental object, desire and ephemeral.
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – Colar amuleto em âmbar.............................................................14
FIGURA 02 – Colar de dentes de javali.............................................................14
FIGURA 03 – Colar de garras de diversos ursos..............................................15
FIGURA 04–Colar de conchas..........................................................................16
FIGURA 05– Anel egípcio..................................................................................17
FIGURA 06 – Fíbula Grega...............................................................................18
FIGURA 07 – Braceletes e brincos Gregos.......................................................18
FIGURAS 08 – Jóias confeccionadas pela técnica de Filigrana........................19
FIGURA 09 – Camafeu......................................................................................20
FIGURA 10 – Gargantilha em ouro com fragmento de meteorito e brilhante....28
FIGURA 11 – Colar feito com bolas de pingue-pongue.....................................29
FIGURA 12 – Elizabeth Taylor e suas jóias.......................................................36
FIGURA 13 - Aliança do século XVI..................................................................39
FIGURA 14 - Par de alianças do século XXI.....................................................39
FIGURA 15– Tipos de Coroas...........................................................................41
FIGURA 16 – Rainha Elizabeth II usando Coroa...............................................42
FIGURA 17– Miss Universo 2006......................................................................43
FIGURA 18 – Rainha do pop Madonna usando Coroa.....................................43
FIGURA 19 – Crucifixo tradicional.....................................................................45
FIGURA 20– Releitura de um Crucifixo.............................................................45
FIGURA 21 – Anel de formatura........................................................................46
FIGURA 22 – Broche com madeixa de cabelo..................................................47
10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................11
1 – A HISTÓRIA DA JOALHERIA................................................................13
1.1 – Pré-história (até 4.000 a. C)...........................................................13
1.2 - Idade Antiga (4.000 a.C até 476 d.C).............................................16
1.2.1 – Egito (3.200 a.C a 1.085 a. C)........................................16
1.2.2 - Grécia (2.000 a 388 a. C)...............................................17
1.2.3 - Etrúria ............................................................................18
1.2.4 - Roma (753 a.C a 476 d.C)..............................................19
1.3 – Idade Média(476 d.C. a 1453 d.C.)................................................20
1.3.1 – Bizantinos.......................................................................21
1.3.2 - Arte Gótica (Século XII ao Século XVI)..........................22
1.4 – Idade Moderna (1453 a 1789)........................................................23
1.4.1 - Renascimento (Século XV ao Século XVII).....................23
1.4.2 - Barroco (Século XVII)......................................................23
1.4.3 - Rococó (Século XVIII).....................................................24
1.5 – Idade Contemporânea(1789 até os dias atuais)............................24
1.5.1 - Século XVIII ao XIX.........................................................24
1.5.2 - Século XX .......................................................................25
1.5.3 - Século XXI.......................................................................26
2– DEFINIÇÕES DE UMA JÓIA...................................................................27
2.1 – A jóia vista como objeto de desejo.................................................29
3 – RELAÇÃO ENTRE JÓIA E MODA.........................................................31
3.1 – A jóia associada ao Luxo...............................................................33
4 – AS IMPORTÂNCIAS SIMBÓLICAS, FINANCEIRAS E SENTIMENTAIS
DAS JÓIAS...................................................................................................35
4.1 – Financeiro.......................................................................................35
4.2 – Simbólico........................................................................................37
4.2.1 – Alianças de compromissos...............................................38
4.2.2 – Coroas..............................................................................40
4.2.3 – A cruz e o Crucifixo...........................................................44
4.3 – Sentimental ...................................................................................46
CONCLUSÃO...............................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................50
11
INTRODUÇÃO
Segundo o Dicionário de símbolos de LEXIKON (1998) as jóias são
símbolo da riqueza material, podendo representar a futilidade e a aparência
meramente exterior de tudo o que é terreno. Contudo este trabalho tem por
objetivo argumentar a importância das jóias no desenvolvimento da sociedade,
atribuindo uma outra imagem deste objeto de desejo através de fatores
simbólicos significativos e sentimentais com o intuito de mostrar que não possa
ser considerado algo frívolo.
Este é, sem dúvida, um tema que está ligado com o desenvolvimento da
sociedade e por este motivo o primeiro capítulo deste trabalho retrata a história
da Joalheria de um modo geral, argumentando o uso das jóias desde a época
da pré-história, passando pela Idade Antiga ou Antiguidade, Idade Média, Idade
Moderna e Idade Contemporânea até os dias atuais. No capítulo seguinte é de
extrema importância argumentar as definições de uma jóia já que atualmente
não se limitam apenas na utilização de metais nobres (ouro, platina e prata) e
gemas raras, mas também são utilizados materiais alternativos (plástico, papel,
madeira) e metais menos nobres (cobre, latão, bronze, entre outros). Além da
preocupação com o design da peça que é um atributo agregado ao objeto que
faz toda a diferença, sendo fundamental para a jóia poder ser um objeto de
desejo. No capítulo três, mostraremos a relação entre jóia e moda, como
também a jóia associada ao luxo. Já no ultimo capítulo retrataremos as
importâncias simbólicas, financeiras e sentimentais das jóias, fundamentais
para a compreensão de que elas não são superficiais em nossas vidas
contrapondo assim com o argumento de Lexikon.
Falar sobre este assunto poderá ser uma maneira de incentivar as
pessoas a olharem as jóias de outro modo, vista além de um objeto signo da
12
riqueza e da diferenciação social. E assim estudando-as como um sendo algo
fundamental para a compreensão de que são capazes de simbolizar e fixar
sentimentos de um momento através do tempo firmando a sua importância nos
dias atuais em que o novo de hoje é o velho do amanhã. Desse modo, este
trabalho visa contribuir com a imagem superficial das jóias.
13
1 – A HISTÓRIA DA JOALHERIA
Segundo Coutinho (2006), não há uma data, nem momento exato para
se dizer quando a jóia foi criada; ela nasceu junto com a vaidade humana.
Deste modo, em cada época da sociedade elas tiveram diversas
características como: diferentes estilos, valores estéticos e domínios técnicos,
sendo fundamentais para a compreensão da história assim como a pintura, a
arquitetura e a indumentária. Desde o início da humanidade a joalheria esteve
presente como forma de expressão artística; em todas as culturas, das mais
primitivas às mais desenvolvidas; registrando assim mais do que qualquer
outra arte, as sutilezas de nossa civilização.
1.1
– Pré-História (até 4.000 a. C).
De acordo com Braga (2006) esse período não possui nenhum
documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que
sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de
antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica,
que reconstituíram a cultura do homem.
Porém, o homem primitivo precisava controlar seu destino e influenciar a
sorte utilizando-se de ornamentos como o amuleto. Essa palavra deriva do
latim Amuletum e é sinônimo de cliclâmen, ou seja, uma planta que era usada
para proteger contra venenos. Assim, os amuletos eram objetos usados junto
ao corpo como proteção e atrativo de sorte.
14
Figura 1: Colar amuleto em âmbar encontrado no
Equador. Materiais utilizados como amuletos de
proteção.
Fonte: site:
http://www.portaldasjoias.com.br/historia_da_joia.htm.
Acesso em 18 de julho de 2006.
Nota-se que os ornamentos primitivos possuíam uma outra finalidade
que era identificar e distinguir função de uma mesma tribo, por exemplo, um
colar feito de dentes de urso identificava o bravo caçador. Esses objetos eram
feitos de conchas, ossos e garras e presas de animais, portanto não eram
usados materiais que hoje denominamos preciosos, porém através do caráter
antropológico, sociológico e arqueológico são consideradas verdadeiras jóias
sendo mais que uma questão material e sim valorizadas pelo caráter histórico.
Figura 2: Colar de dentes de javali encontrado no Brasil.
Fila de dentes de animais simbolizando a força física e a
classe dos caçadores.
Fonte:site
http://www.portaldasjoias.com.br/historia_da_joia.htm.
Acesso em 18 de julho de 2006.
15
FIGURA 3: Colar feito de garras de diversos ursos pertencia a um
chefe índio da América do Norte. Como outras peças de unhas ou
dentes, ela denotava posição social pela façanha de ter caçado o
urso e transmitia o poder do animal.
Fonte: MITFORD, 2001, 86 p.
No final do período Neolítico (7.000 a 5.500 a. C), o homem aperfeiçoou
os seus instrumentos através do uso da metalurgia. Os artefatos de pedra
polida foram substituídos por ferramentas de metal, inaugurando a chamada
Idade dos Metais (5.500 a. C), que foi uma época caracterizada pelo
desenvolvimento de técnicas baseadas em metais. O primeiro metal a ser
fundido foi o cobre, devido a sua pouca dureza. Depois foi o estanho, que
permitiu a obtenção do bronze, que é o resultado da liga dos dois minerais.
Com este avanço, foi possível a confecção de objetos mais resistentes.
16
Os homens e mulheres apreciavam muitas jóias, pois usavam anéis,
braceletes, golas e presilhas de cabelo. Os ricos usavam colares com pedras
preciosas, tais como: lápis-lazúli, ágata, ametista e cristal de rocha,
intercalados com pérolas.
Figura 4: Colar de conchas do período Neolítico, as
conchas amplamente utilizadas neste período,
continuaram a ser usada pelas egípcias como
proteção contra a esterilidade.
Fonte:site
http://www.portaldasjoias.com.br/historia_da_joia.htm
Acesso em 18 de julho de 2006.
1.2
–Idade Antiga (4.000 a.C até 476 d.C)
A Idade Antiga ou Antiguidade as jóias tiveram um significativo papel de
diferenciação individuais e sociais, representando em todos estes períodos as
diferentes técnicas de fabricação destes objetos caracterizando as riquezas de
cada civilização.
1.2.1 – Egito (3.200 a.C 1.085 a. C).
A descoberta da tumba do faraó Tutankamon – 18 ° Dinastia revelou
seus tesouros que o acompanharam durante sua vida e após sua morte, assim
como o alto grau de excelência dos ourives egípcios, comprovados pelos
diademas, anéis, amuletos, pendentes, braceletes, brincos e peitorais que
17
eram um tipo de colar elaborado com pedras preciosas e/ou contas de vidro (os
egípcios foram os primeiros a desenvolver a técnica de elaboração do vidro),
cuja qualidade técnica e decorativa são altíssimas e raramente foram igualadas
na historia da joalheria.
As jóias egípcias eram predominantemente compostas por símbolos,
sendo uma forma de expressão estreitamente ligada à simbologia da escrita
hierográfica, por exemplo: o escaravelho, o nó de Isis, o olho de Horus, a flor
de lótus, a serpente, o falcão, a esfinge, são motivos decorativos carregados de
simbologia religiosa. Na joalheria egípcia, o uso do ouro é predominante e, em
geral era complementado decorativamente pelo uso das gemas: turquesa,
corneliana e lápis-lazúli ou por pastas vítreas imitando-as.
Figura 5: Anel egípcio.
Fonte:http://www.artecleusa.trix.net/joias2.htm.
Acesso em 18 de julho de 2006
1.2.2 – Grécia (2.000 a 388 a.C.).
As roupas gregas eram drapeadas e por isso necessitavam do uso de
broches e alfinetes, como também o uso de um cinto ou um cordão em volta da
cintura. O broche desenvolveu-se da antiga fivela greco-romana chamada
fíbula, que tinha a forma de um alfinete de segurança e sua função era de
segurar os drapeados das roupas além de serem extremamente decoradas
com fileiras de animais, como: patos, esfinges e leões.
18
Figura 6: Fíbula Grega.
Fonte:http://www.artecleusa.trix.net/joias2.htm.
Acesso em 18 de julho de 2006
Verificou-se a opulência da arte ourivessaria grega, após as conquistas
de Alexandre, o Grande, pois o ouro e as gemas eram encontrados em
abundância, portanto as jóias foram enriquecidas com designes de influência
orientais e embelezadas com gemas raras.
Figura 7: Braceletes e brincos Gregos
Fonte: site http://www.joia-e-arte.com.br/joia.htm.
Acesso em 18 de julho de 2006
1.2.3 – Etruria
Os etruscos destacaram-se como extraordinários joalheiros, elaborando
cetros, coroas, brincos, colares, fivelas, braceletes e alfinetes com molas para
prender seus mantos (tebenas) utilizando as técnicas de filigrana e granulação
em ouro na arte de complementar a aparência da peça.
A técnica de filigrana consiste num fio de ouro extremamente fino e
delicado que é torcido e retorcido de modo a formar desenhos, sendo afixado
na superfície da peça pela solda. Já a granulação são minúsculas esferas de
ouro que são afixadas a uma base metálica por solda ou pela fusão. Utilizando
19
essas técnicas os ourives etruscos eram capazes de realizar maravilhosos e
delicados designes com grande precisão.
Figura 8: Jóias confeccionadas pela técnica de
Filigrana
Fonte: site http://www.joia-e-arte.com.br/joia.htm.
Acesso em 18 de julho de 2006
1.2.4 – Roma (753 a.C. a 476 d.C)
Os acessórios romanos sofreram uma vasta influência das civilizações
antigas, tais como: os egípcios, gregos e etruscos.
Utilizavam-se vários tipos de jóias, como exemplo: tiaras de ouro e prata,
incrustadas com pedras preciosas e os camafeus que eram adorados. Homens
e
mulheres
usarem
anéis,
no
entanto
tornozeleiras, pulseiras, colares e brincos.
as
mulheres
acrescentavam
20
Figura 9: Camafeu
A joalheria romana possuía características naturalistas e figurativas, pois
ora eram
Fonte:site
http://www.joiabr.com.br/artigos/nov03.htm
confeccionadas
em linhas planas e simples,
Acesso em 18 de julho de 2006
ora em elaborados
motivos florais. A gema favorita dos antigos romanos era a esmeralda que
podia ser usada na forma de cristal, junto com a pérola. Outras gemas
apreciadas eram: a água-marinha, o topázio, a safira e o diamante.
1.3 – Idade Média (476 d.C. a 1453 d.C.).
Neste período quando ocorreu o deslocamento do epicentro cultural da
Roma para Bizâncio (Constantinopla), as jóias e a ourivesaria ganharam nova
identidade.
1.3.1 – Bizantinos
Inicialmente a joalheria bizantina representa uma continuidade do design
e das técnicas romanas, porém a partir do século IV, surgiram mudanças aos
novos gostos e cultura dominante.
Com isso, a influência oriental se traduz num colorido alegre, em franjas,
pingentes e jóias em oposição à simplicidade dos trajes romanos. Desse modo,
o gosto bizantino por mosaicos era muito acentuado pelas exuberantes
aplicações de pedras e pérolas presas às peças como as túnicas incrustadas
de jóias; e ainda usavam fileiras inteiras desses mesmos componentes, que
pendiam das coroas imperiais como a da imperatriz Teodora, que, além disso,
adornava seus ombros com uma faixa bordada com fios de ouro e coberta com
pedras preciosas e pérolas.
21
As peças da joalheria mais adoradas eram os braceletes que consistiam
em um delicado e curvo cilindro de ouro, que poderia variar em: sólido ou
vazado; plano ou com apliques elaborados; com desenhos estampados na
superfície ou com cenas de cunho religioso e sempre eram decorados com
gemas. E os brincos que poderiam variar de simples discos de ouro, para as
menos afortunadas, até intricadas e grandes peças que retratavam figuras de
santos. Usavam, também: cintos, fivelas e broches para ambos os sexos e
eram fantasticamente decorados em diferentes técnicas e adornados com
gemas.
As gemas mais usadas eram: a pérola, esmeralda, safira, o rubi, o
diamante e o lápis-lazúli, cujo brilho mostrava a opulência de quem às
portavam.
Uma característica da ourivesaria bizantina era que os ourives também
trabalhavam metais mais baratos como o bronze e utilizavam o vidro no lugar
da gema para confeccionar peças de adornos para os menos afortunados.
1.3.2 – Arte Gótica (Século XII ao Século XVI)
Os artesãos do período gótico possuíam o conhecimento de todas as
técnicas de joalheria desenvolvidas pelas civilizações precedentes. E estes
tinham paixão pelas cores, utilizavam minúsculas formas geométricas obtidas
com pedras preciosas e esmaltes, além de desenhos decorativos com misturas
de motivos geométricos, de pássaros e desenhos da natureza, a figura humana
aparecia raramente.
Entre o século XIII ao início do século XIV, foram os anos das grandes
jóias reais destacando-se as coroas e os diademas. A moda havia mudado
pouco com exceção de broches que eram costurados nas roupas e os
crucifixos usados sobre o colo.
22
Foi neste período que surgiu uma lei que proibia os cidadãos comuns de
usarem pedras preciosas e jóias em ouro e prata, ou seja, pela primeira vez na
Europa ocidental, a joalheria tornou-se de uso exclusivo das classes
privilegiadas.
Na Idade Média não havia distinção entre os sexos na utilização de
jóias; ambos usavam colares, anéis, broches, cintos ornados e diademas. A
única diferença foi na grande variedade de jóias femininas, diversas eram as
jóias para ornamentarem a cabeça e/ou os cabelos, assim como outros
adereços de vestimenta.
1.4 – Idade Moderna (1453 a 1789)
Na Idade Moderna ocorreram novas referências que marcaram a
identidade das jóias, atraindo numerosos artistas para a prática da joalheria e
da ourivesaria.
1.4.1 – Renascimento (Século XV ao Século XVII)
No Renascimento peças históricas decoradas com esmaltes e pedras
preciosas revelam um nível artístico equiparado aos da pintura e escultura.
Eram produzidos peças de forma tão elaboradas que podiam ser colocadas
acima de peças de arte, e seus portadores eram levados ao mais elevado
status.
Os ourives renascentistas utilizavam técnicas como: esmaltação,
gravação e cravação para chegar a níveis de sofisticação nunca antes
alcançados.
As mulheres usavam brincos, anéis, aros, colares curtos e compridos e
broxes seguravam as mangas. Faziam parte dos bordados jóias e perolas.
1.4.2 – Barroco (Século XVII)
23
Neste período as jóias tornaram-se ainda mais símbolo de status social,
trazendo o gosto pela opulência na utilização do ouro e gemas como: os rubis,
as esmeraldas, o diamante e as safiras (tinham predileção pelas perolas e pelo
diamante lapidado).
As jóias que eram caracterizadas pela ornamentação com gemas
coloridas passam a ganhar uniformidade, preferindo a exploração decorativa
em torno de uma só gema. Surge, então, a chamada “jóia-espetáculo” que é
justamente a peça extremamente elaborada em torno de uma só gema, ou
seja: uma maneira de ostentação pública de riqueza, poder ou credo religioso.
1.4.3 – Rococó (Século XVIII)
O estilo rococó foi caracterizado por motivos rendilhados de flores,
conchas, plantas, ondulados, sem regularidade geométrica (pela primeira vez
na história da arte européia, começou a reinar a assimetria na ornamentação) e
pela extravagância e excesso de adornos.
As jóias eram assimétricas e leves, se comparadas com o período
anterior. Surgem, pela primeira vez, jóias para serem utilizadas durante o dia,
mais leves, e jóias para serem usadas à noite.
1.5 – Idade Contemporânea (1789 até os dias atuais)
A Idade Contemporânea surgiu com a Revolução Francesa que marcou
significativamente a História mundial.
1.5.1 – Século XVIII ao XIX
No período Neo-Clássico o design adaptou-se ao estilo greco-romano.
No século XIX inicia-se a fase das grandiosas jóias projetadas para corte do
imperador Napoleão I, que serviram de padrão para toda a Europa, por
exemplo: os conjuntos de jóias chamados parures (do francês: adorno
pessoal), compostos de tiaras, brincos, gargantilhas ou colares e braceletes
24
fantasticamente adornados com gemas como: o diamante, a esmeralda, a
safira, o rubi e a perola, cujo esplendor sobressaia mais do que o próprio
design das peças.
Neste século surgiram as alianças de casamento, usadas junto com o
anel de noivado, após a cerimônia. Como também os broches apareceram
mais associados a camafeus, agora não só feitos de marfim, mas também em
pasta de porcelana ou vidro.
Quase ao mesmo tempo, nasce o Romantismo que retornou o design
das jóias da Antiguidade e dos tempos medievais. O gosto pelo luxo,
encorajado por um período de prosperidade e baixos impostos foi expresso
pelas jóias com diamantes, transformando o caráter da joalheria, que por várias
décadas concentrou-se no brilho em detrimento da cor, do desenho e da
expressão de idéias.
As jóias eram em forma de relicários, broches de mosaicos e camafeus,
cruzes, correntes de ouro com pequenos vidros de perfumes e pulseiras de
ouro. Eram comuns o uso de vários braceletes com pedras preciosas e figuras
gravadas.
1.5.2 – Século XX
Joalheiros como Cartier e Boucheron, adotaram um novo estilo,
inspirados no século XVIII, utilizaram a delicadeza e as flores estilizadas com a
utilização da platina, uma reação as jóias cravejadas de diamantes. Por volta
da mesma época, os joalheiros do Art Noveau, criaram furor na Exposição de
Paris de 1900, apresentando inspiração em plantas e flores exóticas, em
répteis e insetos e em figuras femininas. Utilizavam em suas jóias materiais
como: marfim, osso e chifre de animais, cobre, vidro, casco de tartaruga,
25
madrepérola, prata e ouro. As gemas preferidas eram a pérola, a pedra da lua,
a opala, a ametista, o jade, a água-marinha, o crisoberilo e o peridoto.
Após a segunda guerra mundial a procura por jóias não acontece
somente para o uso, mas também para investimento. A partir da segunda
metade do século XX novas idéias, conceitos e materiais foram concebidos
como os metais titânio e nióbio e diferentes tipos de plásticos e papéis,
buscando novos caminhos de expressão.
Contudo, este período favoreceu numerosas transformações na joalheria
como as imitações de jóias com o uso de materiais menos nobres (plásticos,
papéis), podendo ser de origem natural (semente, palhas, capins e madeira) e
origem mineral (as pedras em aspectos brutos naturais), ocorrendo à
democratização do uso dos ornamentos corpóreos; um exemplo disto foi a
estilista Chanel que difundiu o uso de similares mais baratos em detrimento dos
originais muito caros. Os designers ainda ousaram na criatividade das formas
das jóias, além de variarem o local de uso sobre o corpo.
1.5.3 – Século XXI
A joalheria, nos dias atuais está voltada para o design, que deve ser
criativo, identificável e corresponder a uma clientela sempre crescente e
ansiosa por inovações, independente de qual seja o material escolhido, mas o
importante são as técnicas de fabricação, a expressão dos estilos, os conceitos
inseridos, os desejos intrínsecos de beleza e status social, certamente,
premiam a qualidade, a criatividade e o valor artístico da jóia.
26
2 – DEFINIÇÕES DE UMA JÓIA
A palavra jóia deriva do francês antigo joiel que, por sua vez, proveio do
latim jocalis, que significa "aquilo que causa prazer", e que, na origem, tem a
ver com jocus, graça, divertimento, brincadeira. Portanto, trata-se de uma
ornamentação com o intuito de celebrar, comemorar, enfeitar, valorizar, reluzir.
Do modo de vista tradicional, as jóias são ornamentos produzidos com
metais e pedras preciosas, alguns artistas criadores contemporâneos ainda
utilizam materiais alternativos para a confecção desses objetos.
A natureza pode nos oferecer cerca de 70 metais puros. Podemos
também obter outros elementos que formam os compostos, ou melhor, quando
dois ou mais metais são fundidos juntos temos uma liga, como exemplo: o
bronze que é uma liga de estanho mais o cobre. Essa liga é produzida pelo
homem com o intuito de dar mais resistência aos metais. Existem também os
metais nobres, assim chamados porque não são atacados por ácidos ou sais,
não se oxidam, são raros na natureza e permanecem sempre puros como
exemplo: o ouro, a prata e a platina. Porém, tanto a prata quanto o ouro são
muito maleáveis para o uso em peças de adorno, podendo ser facilmente
danificados por riscos e deformações, por isso para se utilizar esses metais, é
preparada uma liga, como o ouro que pode ser utilizado uma mistura de prata e
cobre. O ouro é o metal preferido e básico dos ourives, pois agrada por seu
brilho, beleza, raridade, possibilidades de aplicação, texturas e seu valor
econômico.
27
As pedras preciosas denominavam todo o material cravado nas jóias,
porém a mais de vinte anos essa nomenclatura deixou de ser usada e
comercialmente falando tudo o que se crava em jóias são consideradas
Gemas, variando apenas, o seu grupo familiar, podendo ser de origem mineral:
com forma definida constituem a crosta terrestre; cristal: um corpo uniforme
com uma estrutura geométrica; rochas: agregados minerais naturais como os
granitos; orgânicas: constituídas de animais marinhos (corais), pérolas, âmbar,
madeira petrificadas e fósseis e as pedras ou rochas é popularmente tudo de
sólido que constitui a crosta terrestre. As gemas mais conhecidas são: a
esmeralda, o rubi, a safira, a ágata, a perola, a ametista, o topázio, a turqueza,
o diamante, entre outros.
Assim como os metais e as gemas reinaram durante séculos por sua
beleza, durabilidade, raridade e riqueza. Hoje, a criatividade e a sensibilidade
fazem com que as jóias contemporâneas sejam feitas com materiais
alternativos como: madeiras, ossos e chifres de animais, plásticos, papéis,
vidros, meteorito, resina, sementes, couro, palha, aço, cerâmica, conchas,
silicone, bolas de pingue-pongue e nylon. São diversos materiais que podem
ser usados para a confecção das jóias, onde o importante é a harmonia e a
forma que os materiais dialogam entre si com o intuído de enfatizar a beleza
destes objetos ornamentais.
Figura 10: Gargantilha em ouro com fragmento de meteorito e
brilhante da Designer Miriam Mamber.
Fonte:
http://www.portaldasjoias.com.br/Junho_03/porta_joias/porta_joias.
Acesso em: 28 de outubro de 2006.
28
Figura 11: Colar feito com bolas de pingue-pongue revestidas por fragmentos de papel
reciclado, tinta acrílica e resina da Designer Ofra Grinfeder.
Fonte: http://www.portaldasjoias.com.br/Junho_03/porta_joias/porta_joias. Acesso em:
28 de outubro de 2006.
Atualmente, o conceito de jóia se propaga a todo objeto de adorno que
possua uma simbologia se caracterizando por seus valores agregados que
correspondem as dimensões tecnológicas e culturais, o qual são capazes de
acoplar formas de distinção e valores psicológicos de cada indivíduo. Contudo,
as jóias conseguem fixar um determinado período da vida humana, sendo elas
oriundas de presentes, lembranças, crenças, status, entre outros.
2.1- A jóia vista como objeto de desejo.
Uma jóia é reconhecida por ser um objeto de desejo e não algo de
necessidade, já que Kotler (1999) define como sendo necessidade alguns
serviços básicos para nossa sobrevivência, como a alimentação, o ar, a água,
o vestuário e abrigo, além de segurança, sentimento de posse e auto estima.
Contrapondo com os desejos que são preferências por versões e marcas
específicas para atender as necessidades.
29
Contudo, é fundamental que o objeto apresente elementos significativos
que possa atrair o desejo dos indivíduos e para isto o design é muito
importante, já que é visto como um diferencial que deve ser desenvolvido pela
sua capacidade de agregar valor aos produtos e assim criar uma distinção para
o objeto.
Para Gomes Filho (2000), a arte se funda no princípio da pregnância da
forma, ou melhor, na formação de imagens, os fatores de equilíbrio, clareza e
harmonia visual são indispensáveis tanto numa obra de arte, num produto
industrial, numa escultura ou em qualquer outro tipo de manifestação visual.
Desse modo, é fundamental o profissional que irá produzir uma jóia
analisar esse conceito, se preocupando com a forma, já que todo objeto possui
um formato que irá nos informar sobre a natureza da aparência externa do
mesmo; a harmonia que refere à disposição formal bem organizada entre as
partes de um todo, predominando fatores de equilíbrio, de ordem e de
regularidade visual inscritos no objeto; contraste, textura, cor, luz e sombra. E
ainda se preocupar em produzir jóias com intenção, com significado, fazendo
com que estas sejam mais do que simples adornos, é necessário criar emoção.
Enfim, desejamos as jóias por todos esses fatores, incluindo a sua
beleza através de suas formas inovadoras, o equilíbrio dos materiais, valor e
emoção através do seu brilho, da lapidação das gemas, conhecidos como um
trabalho artístico de fundição e modelagem, podendo ser artesanal ou
industrial.
30
3 – A RELAÇÃO ENTRE JÓIA E MODA
Os ornamentos sempre estiveram presentes nas expressões da
indumentária e de acordo com Braga (2006), alguns estudiosos chegam a
afirmar que os ornamentos precedem a vestimenta. E ainda, trazem em si,
alguns significados e, assim como as vestimentas, são uma forma de
linguagem não-verbal.
A moda não pertence a todas as épocas nem a todas as civilizações:
essa concepção está na base das análises que se seguem. Contra
uma pretensa universidade trans-histórica da moda, ela é colocada
aqui como tendo um começo localizável na história. Contra a idéia de
que a moda é um fenômeno consubstancial à vida humano-social,
afirmamo-la como um processo excepcional, inseparável do
nascimento e do desenvolvimento do mundo moderno ocidental.
Durante dezenas de milênios, a vida coletiva se desenvolveu sem
culto das fantasias e das novidades, sem a instabilidade e a
temporalidade efêmera da moda, o que certamente não quer dizer
sem mudança nem curiosidade ou gosto pelas realidades do exterior.
Só a partir da Idade Média é possível reconhecer a ordem própria da
moda, a moda como sistema, com suas metamorfoses incessantes,
seus movimentos bruscos, suas extravagâncias. A renovação das
formas se torna um valor mundano, a fantasia exibe seus artifícios e
seus exageros na alta sociedade, a inconstância em matéria de
formas e ornamentações já não é exceção mas regra permanente: a
moda nasceu. (LIPOVETSKY, 1989, p. 23).
De acordo com Lipovetsky (1989), a moda começa em 1350 quando se
desenvolviam os comércios e bancos, imensas fortunas burguesas se
constituíram, surgindo o grande burguês, de padrão de vida faustoso, que se
veste como os nobres, que se cobre de jóias e de tecidos preciosos, que
rivaliza em elegância com a nobreza.
Desse modo, essa imitação ao traje nobre fez multiplicar as leis
suntuárias, na Itália, na França e na Espanha tendo por objetivo impedir a
exibição ostentatória dos signos do poder e impor uma distinção do vestuário
que devia lembrar a cada um seu lugar e seu estado na ordem hierárquica.
31
Essa tentativa de igualação das aparências fez com que se introduzisse
continuamente novidades, tomando exemplo dos contemporâneos e não mais
no passado, a moda permitiu dissolver a ordem imutável da aparência, alterou
o princípio da desigualdade de vestuário, vetor de individualização e tornou-se
elemento principal do culto estético do Eu.
Como dito, a roupa e as jóias são elementos que possuem grande
importância para o desenvolvimento da moda. Assim, o uso de jóias sempre foi
ditado e relacionado com estilos de roupas usadas em diferentes épocas, um
exemplo disto ocorreu no século XIX com os vestidos impérios que promoviam
o uso de pendentes para atrair a atenção para o colo da mulher valorizado
pelos decotes baixos e cintura alta tão em voga na época.
Outra relação entre jóia e moda está ligada ao prazer de ver e de ser
visto, de exibir-se ao olhar do outro. A essa moral do prazer acrescentam as
novas normas que exaltam a idealização da mulher, o bem falar, as boas
maneiras, o gosto pela bela linguagem e pelos belos objetos. E ainda o culto ao
amor instituiu as transformações nas relações de sedução entre o homem e a
mulher, fazendo com que os homens devem agradar às mulheres pelas boas
maneiras e deve do mesmo modo sofisticar a sua aparência, fazendo ampliar o
gosto feminino pelos ornamentos e por tudo o que enfatize a sua beleza.
Segundo Klein (2004), as mulheres também utilizam jóias com a
intenção de seduzir, encantar e agradar aos outros com sua beleza,
principalmente aos homens, mas também a outras mulheres. Ou ainda, ao usar
jóia a mulher está sendo generosa com aqueles que a observam, um presente
que dá aos admiradores da beleza realçada pelas jóias, através do brilho das
gemas e metais preciosos.
32
Podemos afirmar que a moda foi fundamental para a valorização de
objetos ornamentais como as jóias que enfatizam a beleza e a complementa.
3.1 – A jóia associada ao Luxo
Um fato importante analisado por Faggiani (2006) é a dimensão que as
jóias vêm ganhando atualmente, ao se libertarem de seus códigos clássicos e
se transformam em calças jeans, cintos, sapatos, óculos é até celulares e skis.
Alguns exemplos disto são: a firlandesa Nokia colocou no mercado o
celular Vertu, uma jóia que custa US$19.450, o italiano Renzo Rosso, dono da
Diesel que vende suas peças por volta dos R$800 e cria uma categoria jeans
de luxo;outro é a marca franco-italiana Diamant jeans que associa a alta
joalheria ao jeans,onde a sua linha “Prestige” propõe modelos únicos com um
ou vários botões em ouro, platina e diamantes ou outras pedras preciosas, e
que ainda, são removíveis e adaptam-se a um anel para outras ocasiões. Uma
calça chega a custar de 200 a 20.000 euros variando de acordo com o número
de botões que a fazem brilhar. E ainda, a marca de skis Lacroix que criou um
modelo único em madeira rara, incrustado de diamantes, safiras, opalas e até
rubis em tom de rosa. Desse modo, a joalheria vem fazendo sua própria
evolução criando novas peças que compõe o visual e o que antes não era jóia
hoje pode ser visto como tal.
Todavia, segundo Roux (2006), afirma que a grande diferença da moda
e de objetos de luxo como as jóias é a sua inscrição na longa duração do
tempo. Para um melhor esclarecimento pegamos o argumento de Lipovetsky
(2006), argumentando que devido à febre da renovação e da obsolescência
acelerada dos produtos fazem surgir à necessidade de bens que escapem a
33
impermanência e a tudo que é descartável, ocorrendo assim o interesse de
produzir produtos que não está sujeito a sair de moda e buscando desenvolver
hoje o gosto pelas raízes e pela eternidade, fazendo com que haja a
necessidade de subtrair-se ao efêmero e poder tocar um solo firme, em que o
presente obtém um referencial duradouro.
Portanto, o objeto de luxo almejando a sua eternidade deve criar cada
vez mais surpresa, a admiração, garantia de prazer, de emoção, de
encantamento, pois, afinal, o luxo consiste em não apoiar-se nas tendências,
mas sim em criá-las. E ainda, a jóia é capaz de ser uma saída à efemeridade
representada pela moda, já que é inconstante e as jóias buscam a eternidade.
34
4 – AS IMPORTÂNCIAS SIMBÓLICAS, FINANCEIRAS E
SENTIMENTAIS DAS JÓIAS.
O valor simbólico de uma jóia é um fator muito importante para a
compreensão de que ela não seja algo supérfluo ou fútil. Porém, além desta
importância, é imprescindível argumentar neste trabalho o fator financeiro dela,
a qual a volúpia exercida pelo seu brilho funciona também como demarcação
social. E ainda, ambos fatores podem relacionar o sentimento que temos por
ela, já que sentimos desejos de adquiri-las, tanto por questões financeiras,
simbólicas ou apenas pela sua beleza.
4.1 - Financeiro
Temos como referência a atriz norte-americana Elizabeth Taylor que
compreende tão bem, a glória das gemas, o poder que elas incorporam e a
distinção que elas conferem. Elizabeth só deseja as maiores e mais
prestigiosas pedras como: o diamante Cartier, a pérola La Peregrina (a mais
famosa pérola negra do mundo), o broche iguana de Schlumberger, o penacho
com diamantes do príncipe de Gales.
Não se sabe ao certo quando sua paixão por jóias começou, mas
costuma ser datada da ocasião pública de 1949, quando aos dezessete anos
de idade, foi coroada princesa do Jubileu do Diamante, em uma comemoração
do Conselho da Indústria de Jóias. Sua coroa era uma tiara de diamantes,
valendo 22 mil dólares e desde então passou a apreciar as jóias e ser capaz de
olhar para um colar de diamantes e distinguir as pedras boas com um olho de
avaliador, além disso, mostra que sempre se fala de dinheiro ao mesmo tempo
em que se fala de suas jóias.
35
Figura 12: Elizabeth Taylor usando coroa e colar de brilhantes. Na mão esquerda, um dos
maiores diamantes do mundo, com trinta e três quilates. Sobre o colo, a famosa e discutida
pérola “La Peregrina” (a autêntica pertence a família Real Espanhola).
Fonte:site:
http://groups.msn.com/3s7up12of9996gm8/fotos2.msnw?action=ShowPhoto&PhotoID=362.
Acesso em 14 de agosto de 2006.
Outra associação no que se refere ao valor financeiro das jóias é como
bens usáveis em último recurso, ou melhor, quando até mesmo a moeda
corrente não pode ser trocada, ouro e diamantes preservam seu valor e são
universalmente aceitos. A jóia vem, também, mantendo a integridade do valor
material do investimento, se transformando em herança, o que gera um
sentimento de prazer por possuí-la e a vontade de continuar a tradição numa
mesma família. Por exemplo, os anéis de noivado que são passados de
geração para geração, característica que tem funcionado como o grande álibi
de seu consumo.
36
Sem dúvida que, as jóias são consideradas signos de riqueza
representando um modo de vida faustoso daqueles que as possuem. Contudo,
relacioná-las com a frivolidade pode ser uma visão degradada deste símbolo.
4.2 – Simbólico
Para Klein (2004) as jóias são uma forma de ornamentação que mais diz
sobre o estilo de uma pessoa, assim como uma tatuagem, a qual adere tão
estreitamente à pele, que seu significado é sempre intimamente pessoal. E
ainda, afirma que, as jóias possuem o poder de realçar a beleza e intensificam
ou aumentam a impressão da personalidade de quem às usa, através da luz e
brilho que elas emitem, por isso seus materiais sempre foram os metais e
pedras preciosos brilhantes.
Desse modo, várias simbologias estão ligadas as jóias como exemplo, o
poder de sedução que o objeto representa. “Saber como ouvir as jóias falarem
é uma arma formidável no arsenal da sedução, indispensável para ajustar
estratégias e planejarem táticas”.(KLEIN, 2004, p. 72).
Desse modo, uma
gargantilha possui valor erótico atraindo o olhar para uma das partes mais
sensuais da mulher, o colo. Que também pode simbolizar uma coleira e ao usála sugeriria submissão sexual. Mulheres que trazem um coração ou uma flor
num cordão preso ao pescoço já estão anunciando que estão prontas para o
amor. Pulseira de ouro maciço com grandes pedras quadradas incrustadas
podem ser um sinal de intolerância racial e o uso de correntes nos tornozelos
só seriam permitidas a odaliscas e prostitutas.
Além disso, o fato das jóias representarem algo abstrato ou ausente
através de um objeto tornam-as capaz de fixar, representar e simbolizar o
sentimento de um momento através do tempo, por exemplo: as alianças de
compromissos, os crucifixos, coroas, entre outros.
37
4.2.1 – Alianças de compromissos
De acordo com Klein (2004), as alianças simbolizam a paz, união,
comprometimento e seriedade entre duas pessoas. Sendo o único tipo de jóias
feito sob medida, porque elas envolvem os dedos, vestindo-os. Sempre foram a
menos frívola e a mais figurativa forma de jóia, a que é dada e recebida com a
maior gravidade – a de um sentimento, fixando um compromisso entre duas
pessoas. A mão é a parte que trava mais contato com os outros, assim como
apertar as mãos é o modo mais antigo de confirmar um acordo; mão na mão
pode ser a primeira forma de “ligação”.
As figuras seguintes nos mostram que mesmo com as novas formas e o
acesso a novas tecnologias, os anéis mantiveram íntegras as funções
simbólicas de objetos que representam a união.
Figura 13: a aliança data do século XVI. A peça, em ouro amarelo encontra-se no Museu
das Artes Decorativas em Paris. Neste exemplo, a união é simbolizada pelo enlace de duas
mãos no centro do aro e utilizou-se dos recursos das formas figurativas para literalmente
representar o tema do compromisso.
Fonte: LAMBERT, 1998, 65 p.
38
Figura 14: o par de alianças, em ouro branco e amarelo, é de autoria de Thomas Giesen.
Cada um dos dois aros é o resultado da rotação realizada no próprio perfil do rosto de seu
usuário. Este exemplo consegue realizar todo o desejo de subjetivação que o homem
contemporâneo tem vivenciado. Aliando a este sentimento os penúltimos avanços
tecnológicos. Esta criação satisfaz a vontade contemporânea, cada vez maior, de
singularidade e, no entanto, não se distancia do significado que tem fundamentado
tradicionalmente a criação das alianças.
Fonte: Decide Magazine, 2002, 60 p.
4.2.2 – Coroas
Para Gheerbrant (1999) as coroas são "um ornamento circular que cinge
a cabeça", porém ela representa muito mais que isso, simbolizando não
apenas o poder material, mas também simboliza uma dignidade, uma realeza,
o acesso a um nível elevado e a forças superiores.
Esse tão especial adorno de cabeça faz com que aquele que a usa
pareça mais alto, grandioso, legitimando sua ligação a um mundo superior. Sua
forma circular indica a perfeição e a participação da natureza celeste e é
também relacionado ao Infinito. As pontas que aparecem em muitas peças
lembram os raios do sol, o grande astro rei. Ressaltam ainda mais a ligação do
soberano ao mundo patriarcal solar. Não é mero acaso a confecção da coroa
em ouro amarelo, pois esse é o metal do sol. O uso das pedras preciosas eleva
39
ainda mais a qualidade do objeto, pois além de valorizarem a coroa, elas
também expressam significados místicos, ou seja, buscam atrair determinadas
qualidades para aquele que vai dirigir a nação. Têm a função de trazer sorte,
coragem, equilíbrio, sabedoria, força, adjetivos indispensáveis ao bom líder.
Desde antigas culturas até os dias atuais as coroas estiveram presentes
como o ícone máximo da realeza. Assim, cada indivíduo da hierarquia teve sua
própria coroa: barão, conde, visconde, marquês, duque, príncipe e rei, cada
qual com suas características e diferentes umas das outras.
Figura 15: Tipos de Coroas.
Fonte: Enciclopédia Delta Universal, 1972,
2329/30 p.
Atualmente
muitas
nações
deixaram
de
usar
a
Coroa
como
representação de poder e supremacia, outras a utilizam em ocasiões muito
especiais. Como o caso da rainha da Inglaterra Elizabeth II que usa suas
coroas em algumas solenidades oficiais.
40
Figura 16 A rainha da Inglaterra Elizabeth II usando uma coroa de 1.333
diamantes feita para o rei George IV, em 1821, e ainda usada pela rainha nas
solenidades anuais de abertura do Parlamento.
Fonte:site:
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/262/estilo/262_tesouros_rainha.htm.
Acesso em 15 de agosto de 2006.
.
Usada por longo tempo pela realeza a Coroa tem sido reestudada e
empregada atualmente, como exemplo: a Noiva que também aprecia o
Diadema (uma coroa "simplificada"), sendo de certa forma preservada ao
incorporar-se a um outro usuário. Ela quer chegar ao altar portando um belo
exemplar que adorne sua cabeça e torne ainda mais especial esse
acontecimento importante na vida da mulher. Os místicos acreditam que as
coroas representam uma passagem para uma nova vida, uma nova etapa. As
coroas também são utilizadas por misses representando a soberania da beleza
feminina e pode ainda ser incorporada nos trajes de pop stars contemporâneas
como Madonna, simbolizando um nível superior que esta cantora alcançou no
mundo da música sendo hoje considerada a rainha do pop.
41
Figura 17: Miss Porto Rico ganha Miss Universo 2006.
Fonte:site:
http://www.estadao.com.br/arteelazer/variedades/noticias/2006/jul/24/4.htm.
Acesso em 15 de agosto de 2006.
Figura 18: A rainha do pop Madonna usando uma
Coroa.
Fonte: Tiara Past and Present, 2002, 113 p.
Portanto, cada cultura tem seus próprios valores e crenças no que diz
respeito à concepção de uma Coroa que se mostra, cada vez mais, ligado às
altas esferas, sejam elas de que plano forem.
42
4.2.3 – A cruz e o Crucifixo
Segundo Tresidder (2000), a cruz é um dos símbolos mais difundidos e
mais antigos tanto na religião quanto na arte e constitui o mais rico e resistente
dos símbolos geométricos, assim os quatro braços da cruz se relacionam com
os quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste.
A cruz tem, logo de início, um significado cósmico: ao indicar os quatro
pontos cardeais simbolizando a totalidade do cosmo e a sua correspondência
quaternária ilustra a repartição dos quatro elementos: ar, terra, fogo e água.
Ela também assumiu muitas formas ao longo da história, como exemplo:
na China uma cruz representava a terra e a estabilidade já na Índia
representava a energia divina.
O crucifixo é a representação de um homem com os braços abertos
pregados numa cruz e que não nos é apresentado antes do século VII. As
primeiras representações da morte de Jesus na cruz vêm do Oriente (ano de
586) retratando uma das primeiras imagens de Jesus crucificado entre dois
ladrões.
Foi neste século que terminou o período de transição do simbolismo da
cruz para o do crucifixo. Os pontífices determinaram que o crucifixo fosse
colocado nos oratórios, pintado nas paredes e depois invadiu os templos,
sendo colocado em lugar de honra.
Deste modo, a cruz passou de imagem simbólico a representação de
uma história, ocorrendo à consagração do crucifixo. E que mesmo ao longo do
tempo a cruz possuiu diversos atributos, porém um dos mais conhecidos é
tanto um emblema da fé cristã quanto um símbolo da proteção.
43
Figura 19: Crucifixo tradicional
Fonte:
http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=158.
Acesso em 23 de outubro de 2006.
Figura 20: O designer fez uma releitura do modelo clássico, não sendo
necessária a figura de Jesus Cristo que foi substituído por brilhantes. Neste
caso a cruz é considerada a partir de duas linhas perpendiculares,
acrescentando movimento e valores diferentes.
Fonte; http://www.portaldasjoias.com.br/Agosto_03/porta_joias/porta_joias.htm.
Acesso em 17 de outubro de 2006.
Portanto, essas duas figuras nos mostram que mesmo com a diferença
de design a qual a primeira é a cruz tradicional e a outra uma releitura, ambas
permaneceram com a mesma simbologia ao longo do tempo. Confirmando,
assim a importância das jóias como sendo opostos ao efêmero, mostrando que
o tempo não excluiu certos objetos.
44
4.3 – Sentimental
O termo sentimento é uma palavra muito comum na sociedade humana
e incorpora diversos conceitos, diversas caracterizações, ou diversos modos de
se apresentar, pois algumas vezes indica algo bom, e prazeroso. Em muitos
outros momentos aparece como algo ruim (tristeza, raiva, rancor).
Nesse ponto, as jóias também estão relacionadas como sendo capaz de
obter um sentimento bom ou ruim, como exemplo: quando temos um anel de
formatura, isto denota um sentimento bom de uma etapa de nossa vida
concretizada, já o sentimento ruim pode ser visto quando guardamos um objeto
que representa a morte de uma pessoa querida como exemplo um broche que
guarda uma madeixa de cabelo, porém ambas possuem um sentimento de
grande afeto.
Figura 21: Anel de formatura em ouro 18 K com
diamantes e pedra natural.
Fonte: http://www.lorenzojoias.com.br. Acesso em 29
de outubro de 2006.
45
Figura 22: Broche em formato oval podendo ser visto pelos
dois lados, guarda uma madeixa de cabelo símbolo da pessoa
ausente.
Fonte: MITFORD, 2001, 86 p.
Desse modo, notamos que um objeto pode tanto simbolizar um
momento como também possuir um sentimento, porém é necessário
compreender a diferença entre quem usa a jóia e de quem a observa.
Pegamos como exemplo as alianças de compromisso (4.2.1) a qual simboliza a
união de um casal, visto de quem observa a aliança este objeto não possui
sentimento algum, já para quem usa deveria representar o amor que o casal
possui.
Um outro fator importante associado as jóias é que para Lipovetsky
(2006) argumenta que nos dias atuais em que tudo muda e se transforma muito
fácil é necessário que os objetos de luxo atendem aos desejos dos indivíduos
por uma relação emocional com as jóias. Para que assim, estabeleça uma
relação afetiva que dá origem a um prazer tão intenso que parece durar para
sempre.
Portanto, esses três fatores (financeiro, simbólico e sentimental) são
fundamentais para a compreensão de que as jóias não são algo frívolo, e
46
ainda, são capazes de fixar um momento através do tempo fazendo com que
as jóias possam ser consideradas como uma saída à efemeridade.
47
CONCLUSÃO
Nota-se, um certo esquecimento ou falta de percepção desses objetos
ornamentais que convivem diariamente com o nosso dia-a-dia, a qual,
infelizmente está relacionada com a frivolidade.
Porém, observa-se no decorrer deste trabalho que as jóias não são
fúteis já que passam por vários processos significativos, que abrange desde a
pré-história, onde este adorno pessoal era usado como amuleto até nos dias
atuais em que mesmo não havendo mais um ritual para seu uso, as jóias ainda
são utilizadas por questões simbólicos, financeiros e sentimentais.
Deste modo, podemos destacar que este objeto de luxo é capaz de ser
uma saída ao efêmero, pois busca o gosto pela eternidade neste mundo em
que predominam a obsolência acelerada dos produtos. E ainda, as jóias são
atraentes para sempre, e atraentes em virtude dos enigmas que elas
discretamente divulgam, sugerindo, sussurrando ou insinuando, por este
motivo é necessário compreender o seu valor para obter uma opinião sobre
esta arte aplicada.
Por fim, esperamos que os argumentos utilizados neste trabalho possam
promover umas visões positivas das jóias, fazendo com que alcancemos os
nossos objetivos.
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, João. Reflexões sobre moda. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi,
2006.
CALDAS, Dário. Observatório de Sinais: teoria e prática da pesquisa de
tendências. 1. ed. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004. 221 p.
COLI, JORGE. O que é arte. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 2003. 131 p
ELIADE, Mircea. Imagens e símbolos: Ensaio sobre o simbolismo mágicoreligioso. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
ENCICLOPÉDIA DELTA UNIVERSAL.Rio de Janeiro: Editora Delta, 1972.14 v.
GHEERBRANT, Jean Chevalier Alain. Dicionário de símbolos. 13. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio Editora, 1999.
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 2.
ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.
KLEIN, Richard. As jóias falam: uma tese romanceada. Tradução de Eduardo
Francisco Alves. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. 220 p.
KOTLER, Philip. Administração e marketing. Tradução de Ailton Bomfim
Brandão. In:________. Análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 1998. cap.1, p. 27-28.
LAMBERT, Sylvie. The Ring. Crans pres celigny: Roto Vision Book, 1998.
LEXIKON, Herder. Dicionário de símbolos. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1998.
LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas
sociedades modernas. Tradução de Maria Lúcia Machado. 8. ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989. 294 p.
LIPOVETSKY, Gilles; ROUX Elyette. O Luxo Eterno: da idade do sagrado ao
tempo das marcas. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia
das Letras, 2005.
MITFORD, Miranda Bruce. O livro Ilustrado dos símbolos: O universo das
imagens que representam as idéias e os fenômenos da realidade. Tradução de
Fernando Wizard e Maria Cão Rodrigues. São Paulo: Publifolha, 2001.
MUNN, Geoffrey. Tiara past and present. Londres: V&A Publications, 2002.
O ENIGMA DO COLAR. Produção de Charles Shyer. Roteiro: John Sweet.
Estados Unidos: Alcon Entertainment e distribuidora Warner, 2001. 1 DVD (120
min). Legendado. Port.
PETEAN, Vera Coelho de Souza. Apostila de Introdução a Gemologia.
Americana, 2005.
49
TRESIDDER, JACK. Os símbolos e o seu significado. Lisboa: Editora Estampa,
2000.
VILLAÇA, Nizia. Jóia: A vocação da permanência no tempo das efemeridades.
2002. 10f. Dissertação (Mestrado em Comunicação, corpo e sentido) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.
COUTINHO, Eva. Um pouco de história. Revista Sintética. São Paulo.
Disponível
em:
http://www.revistasintetica.com.br/internasNoticias.asp?newsMundoEventosArt
esDicasmodaCulturaruaEspeciasID=66
Acesso em: 24 de abril de 2006.
Disponível em: http://www.artecleusa.trix.net/index.html. Acesso em 18 de julho
de 2006.
Disponível
em:
http://www.estadao.com.br/arteelazer/variedades/noticias/2006/jul/24/4.htm.
Acesso em: 15 de agosto de 2006.
DOS SANTOS, Jeremias. O crucifixo da cruz vergada versus o crucifixo
tradicional. Disponível em: http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=158.
Acesso em: 23 de outubro de 2006.
FAGGIANI,Kátia. Jóias com pedras: amuleto da sorte.Disponível em:
http://www.portaldasjoias.com.br/Setembro_03/Curiosidades/curiosidades.htm>
Acesso em: 26 de outubro de 2005.
FAGGIANI,Kátia. Tudo é luxo! Tudo é jóia. Disponível
http://www.portaldasjoias.com.br. Acesso em: 30 de outubro de 2005.
em:
FERNANDES, Manoel. Os tesouros da Rainha. Disponível
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/262/estilo/262_tesouros_rainha.htm.
Acesso em 15 de agosto de 2006.
em:
FREITAS, Sérgio. A nobreza brasileira de A à Z. Disponível em:
http://br.geocities.com/Kajafreitas/NobAZ.htm. Acesso em 15 de agosto de
2006.
Gonzaga de Sousa, Luiz. Ética e sociedade. Disponível em:
http://www.eumed.net/libros/2006a/lgs-etic/2b.htm. Acesso em: 29 de outubro
de 2006.
MARTINS,
Celina.
Proposta.
Disponível
em:
http://www.celinamartins.com/mem01100.asp. Acesso em: 30 de outubro de
2005.
MOTTA,
Biane.
A
importância
do
designer.
Disponível
http://www.joiasdobrasil.com/biane. Acesso em: 4 de abril de 2006.
em:
50
PEDROSA,
Julieta.
O
Camafeu.
Disponível
em:
http://www.joiabr.com.br/artigos/nov03.html. Acesso em 20 de julho de 2006.
POMPEI, Márcia. Coroa: A jóia do poder máximo. Disponível em:
http://www.joiabr.com.br/mpompei/1004.html. Acesso em 15 de agosto de
2006.
POMPEI, Márcia. Fascínio ao longo de todos os tempos. Disponível em:
http://www.joia-e-arte.com.br/joia.htm. Acesso em 20 de julho de 2006.
POMPEI, Márcia. Jóia amuleto. Disponível em:
arte.com.br/joiamuleto.htm. Acesso em: 19 de abril de 2006
http://www.joia-e-
Download

Mariangela M. F. Kurozawa Jóias: uma saída à efemeridade