Hemoglobinopatia
Anemia Falciforme e Talassemia
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Hemoglobinopatia
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Anemia falciforme
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Talassemia
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Hemoglobinopatia
Hemoglobinopatia
O termo hemoglobinopatia refere-se à uma gama de doenças ocasionadas por defeitos numa proteína denominada
hemoglobina, presente nas hemácias. A principal função da hemoglobina é o transporte de oxigênio dos pulmões
para os tecidos, e de gás carbônico dos tecidos aos pulmões para assim ser liberado
Podem ocorrer dois tipos de defeitos na produção da hemoglobina:
• Anormalidades estruturais, ocasionadas por alterações na produção de aminoácidos constituintes das cadeias de
globina
• Síntese desbalanceada, com quantidades anormais das cadeias de globina
Fisiopatologia
Em alguns casos de substituição de um aminoácido na cadeia de globina não há significante alteração na sua função
e outros casos há comprometimento fisiológico da integridade da hemoglobina. A hemoglobina instável pode gerar:
• Diminuição na afinidade pelo oxigênio: lembrando que a hemoglobina normal carrega oxigênio do sangue para os
pulmões, quando há a produção de uma hemoglobina anormal isso pode gerar uma diminuição na afinidade da
hemoglobina pelo oxigênio. Exemplos: Hb Seattle, Hb Vancouver e Hb Mobile.
• Aumento na afinidade pelo oxigênio: raramente acontece. Exemplos: Hb Chesapeake e HbJ Capetown.
• Metahemoglobina: a hemoglobina neste caso apresenta íon férrico no estado oxidado (Fe+++) ao invés do ferroso
normal (Fe++).Acontece em caso de HbM.
• Hemoglobina instável: Ocorre a formação de inclusões dentro das hemácias chamadas corpúsculos de Heinz.
• Cristalização: Ocorre em casos de HbS e HbC.
• Falcização: Em casos de HbS.
Sintomas
A maioria das hemoglobinoapatias causa de leve a moderada anemia. Em alguns casos, há anemia hemolítica.
Hemoglobinopatias mais comuns
• Talassemia é um distúrbio no qual não são produzidas cadeias de hemoglobina.
• HbS
• HbC (hemoglobinopatia C)
• HbE
• HbD-Punjab
• HbO-Arab
• HbM
• Hb Lepore
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Hemoglobinopatia
Diagnóstico
• Eletroforese de Hemoglobina
• Cromatografia Líquida de Alta Resolução (HPLC).
Ligações externas
• Hemoglobinopathies and Thalassemias (em inglês) [1]
• Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias [2]
• V Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias - 2009 [3]
Referências
[1] http:/ / web2. iadfw. net/ uthman/ hemoglobinopathy/ hemoglobinopathy. html
[2] http:/ / www. cehmob. org. br
[3] http:/ / www. cehmob. org. br/ simposio
Anemia falciforme
Anemia falciforme (ou drepanocitose) é o nome dado a uma doença hereditária que causa a malformação das
hemácias, que assumem forma semelhante a foices (de onde vem o nome da doença), com maior ou menor
severidade de acordo com o caso, o que causa deficiência do transporte de oxigênio nos indivíduos acometidos pela
doença. É comum na África, na Europa mediterrânea, no Oriente Médio e regiões da Índia.
A expectativa de vida é encurtada, com estudos reportando uma expectativa de vida média de 42 e 48 anos, em
indivíduos masculinos e femininos, respectivamente.[1]
Esta expectativa de vida encurtada é resultado de algumas das complicações associadas à AF, como por exemplo,
megaesôfago, cardiomiopatia restritiva, sepse, doenças das vias biliares e câncer de intestino.
Origem
A presença da anemia falciforme, é determinada por uma quantidade elevada
de hemácias deformadas. Em indivíduos normais, as células de transporte de
gases, hemácias, têm forma arredondada côncava e flexível, e possuem em si
moléculas de hemoglobina,que são responsáveis por fazer as ligações
gasosas. Essa constituição permite que essas células consigam executar sua
função mesmo através dos mais finos capilares.
A formação dessa hemoglobina, determinada por um par genético no
cromossomo 11, muda nos indivíduos falciformes. Neles, há a presença de
ao menos um gene mutante, que leva o organismo a produzir a hemoglobina
S. Essa hemoglobina é devida à substituição de um único nucleotídeo que
altera o códon do sexto aminoácido da B-Globina de ácido glutâmico para
valina (GAG → GTG: Glu6Val). A homozigosidade para esta mutação é a causa dessa anemia falciforme. Um
heterozigoto tem uma mistura dos dois tipos de hemoglobinas, A e S, além de um tetrâmero híbrido de
Hemoglobina. Ela consegue transportar o oxigênio mas, quando o mesmo passa para os tecidos, as moléculas da sua
hemoglobina se aglutinam em formas gelatinosas de polímeros, também chamadas tactóides, que acabam por
distorcer as hemácias, que tornam-se duras e quebradiças devido às mudanças na sua membrana.
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Anemia falciforme
Quando recebem novamente o oxigênio, podem ou não reganhar seu formato: após algum tempo, por não suportar
bem modificações físicas, a hemoglobina pode manter a forma gelatinosa permanentemente e, consequentemente, a
deformação que ela gera. Nessa forma, sua vida útil se extingue mais rapidamente, o que pode vir a causar anemia
hemolítica (ou comum). Contudo, ao contrário da anemia comum, não há tratamento definitivo para a forma
falciforme. O gene causador desse último problema tem uma relação de co-dominância com o gene normal. Assim,
há indivíduos portadores de uma forma branda e de uma forma severa da mesma doença.
Sintomas
Há a presença de alguns dos sintomas clássicos da anemia, causados pelo déficit de hemácias (uma vez que estas
tendem a ter sua vida útil encurtada). Desses podem-se citar fadiga, astenia e palidez (principalmente nas conjuntivas
e mucosas).
Há contudo a presença de uma gama de sintomas característicos da anemia falciforme aguda, que são causados pelo
aumento da viscosidade sanguínea que é a aglomeração de hemacias comprometidas. Por causa disso pode haver
formação de trombos (coágulos) nas mais diversas áreas do organismo, com défice do transporte sanguíneo para a
área. Em regiões musculares ou conjuntivas, isso pode causar crises de dor intensa.
Concomitantemente a isso, há um aumento do número de hemácias comprometidas, uma vez que a acidose e a
deficiência de oxigênio facilita a deformação permanente. Pode causar também hemorragia, descolamento retiniano,
priapismo, acidente vascular cerebral, enfarte, calcificações em ossos com dores agudas, insuficiência renal e
pulmonar, dependendo da fase de vida. Nas mãos e nos pés principalmente das crianças, pode haver tumefacção
causado pela obstrução de vasos naquelas áreas, também acompanhado de dor. Pode ainda ocasionar uma maior
suscetibilidade à infecções.
Tratamento
O único tratamento curativo para a anemia falciforme é o transplante de medula óssea. Este tratamento, no entanto,
foi realizado em um número relativamente pequeno de pacientes ao redor do mundo, com maior taxa de sucesso
entre crianças. Ainda é necessário um número maior de estudos e a determinação de características clínicas que
permitam indicar o transplante com maior segurança. Alguns trabalhos experimentais tem sido feitos com terapia
gênica.
Do ponto de vista clínico, o uso de hidroxiuréia, um quimioterápico inibidor da ribonucleotidase vem se revelando
útil, por diminuir o número de episódios dolorosos e síndrome torácica aguda. Esta medicação atua por diversos
meios, aumentando hemoglobina fetal, diminuindo leucócitos e reticulócitos aderentes ao endotélio e elevando os
níveis de óxido nítrico. O uso de hidroxiuréia deve ser feito com supervisão médica, pelo risco de depressão da
função da medula óssea e infecções. Além disso os usuários não podem engravidar durante seu uso pelo risco de
teratogenicidade para o feto. A experiência clínica de 25 anos com esta medicação não revelou aumento da chance
de câncer em seus usuárioe e trabalhos recentes sugerem aumento da sobrevida dos pacientes.
São realizadas transfusões durante exacerbações da anemia. Pacientes com complicações graves, como acidente
vascular cerebral, são submetidos a regimes regulares de transfusão sanguínea ou exsanguineo-transfusão, em geral a
cada 28 dias. Pacientes neste regime tendem a acumular ferro no organismo (hemossiderose), o que pode ser
controlado com o uso de substâncias quelantes. Se o ferro não for adequadamente quelado pode se depositar em
órgãos como fígado e coração trazendo outras complicações.
Durante crises, deve ser administrada hidratação intravenosa e analgesia preferencialmente com opioides. É sugerido
que o uso de dolantina, um dos opioides endovenosos, seja evitado, pelo risco maior de dependência.Toda crise
dolorosa tem de ser avaliada como prenúncio de complicações graves, como a síndrome torácica aguda. O
tratamento deve evitar hiper-hidratação e hiper-sedação e privilegiar a fisioterapia respiratória.
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Anemia falciforme
Relação com outras doenças do sangue
Um ponto curioso a respeito da doença é que os portadores da anemia falciforme são geralmente mais resistentes a
algumas doenças do sangue, de onde se destacam as diferentes variedades de malária. Isso ocorre pois os
protozoários Plasmodium necessariamente se reproduzem no interior das hemácias humanas. Contudo, as hemácias
danificadas do indivíduo falciforme não são adequadas a esse tipo de função, mesmo quando exposto ao vetor da
doença, o mosquito Anopheles contaminado. Em indivíduos com o traço, a presença dessas doenças pode ser
atenuada. Na África subsaariana à exemplo do Congo, isso acaba gerando uma seleção natural as avessas; enquanto
nos outros locais do mundo a seleção natural dá preferência aos mais sadios e eugênicos, a malária acaba
selecionando somente os com a disgenia falciforme, já que é dos poucos casos no mundo em que uma disgenia num
meio se torna mais vantajosa perante a um agente de competição evolutiva que um ser sadio propriamente dito (algo
similar ocorre com a obesidade no Ártico e outras terras mais frias onde alguém esbelto/musculoso teria menos
chances de sobrevida, já que o excesso de gordura a exemplo de seres marinhos cetáceos, ursídeos e cia ajuda no
isolamento térmico, dando vantagem aos obesos frente aos não-obesos nesses meios divergentes).
Ligações externas
• Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias [2]
• V Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme - 2009 [3]
• O Que é a Anemia Falciforme [2]
Referências
[2] http:/ / www. emforma. net/ saude/ condicoes/ o-que-e-a-anemia-falciforme/
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Talassemia
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Talassemia
Talassemia
Aviso médico
Classificação e recursos externos
[1]
CID-10
D 56
CID-9
282.4
[2]
Talassemia é uma doença hereditária autossômica recessiva que afeta o sangue. Na talassemia, o defeito genético
resulta na redução da taxa de síntese de uma das cadeias de globina que formam a hemoglobina. A redução da
síntese de uma das cadeias de globina pode causar a formação de moléculas de hemoglobina anormal, causando
anemia - sintoma característico de apresentação da talassemia.
A talassemia é um problema quantitativo de globinas pouco sintetizadas, enquanto que a anemia falciforme é um
problema qualitativo na síntese e de um funcionamento incorreto da globina. Talassemia geralmente resulta na
deficiente produção de globina normal, muitas vezes através de mutações em genes reguladores. Hemoglobinopatias
implicam alterações estruturais das próprias globinas. As duas condições podem sobrepor-se, no entanto, desde que
algumas doenças que causam alterações na hemoglobina (doenças conhecidas também como hemoglobinopatias)
também afetem a sua produção (talassemia). Assim, algumas talassemias são hemoglobinopatias, mas a maioria não
o é. Uma destas condições (ou ambas) pode causar anemia.
A doença é particularmente prevalente entre os povos do Mediterrâneo, e essa associação geográfica foi responsável
pela sua nomeação: thálassa (θάλασσα) é a palavra grega para "mar"; haema (αἷμα) é a palavra grega para o sangue.
Na Europa, a maior concentração da doença é encontrada na Grécia e em partes da Itália, em particular, no sul e no
baixo vale do Pó. As principais ilhas do Mediterrâneo (excepto as ilhas Baleares), como a Sicília, Sardenha, Malta,
Córsega, Creta e Chipre são fortemente afetadas. Outros povos do Mediterrâneo ou vizinhos também apresentam
altas taxas de talassemia, tais como as populações do Oriente Médio e Norte da África. Além desses, também os
sul-asiáticos são afetados, sendo que a maior concentração mundial de portadores (18% da população) ocorre nas
Maldivas.
Por outro lado, a talassemia pode conferir um certo grau de protecção contra a malária, o que é ou foi predominante
nas regiões onde o traço é comum, o que dá uma vantagem de sobrevivência seletiva aos portadores, e perpetua a
mutação. Nesse sentido, a talassemia lembra uma outra desordem genética que afeta a hemoglobina, a doença
falciforme.
Classificação
Para entender a talassemia é preciso entender como é a hemoglobina de indivíduos normais:
• HbA1: cuja globina é formada por duas cadeias alfa e duas cadeias beta.
• HbA2: cuja globina é formada por duas cadeias alfa e duas cadeias delta.
• HbF ou hemoglobina fetal: cuja globina é formada por duas cadeias alfa e duas cadeias gama. Esse tipo de
hemoglobina ocorre na infância e diminui com a idade até desaparecer por completo, no indivíduo adulto. Após
os 6 meses de idade, somente a HbA1 e HbA2 estão presentes.
A talassemia é classificada, de acordo com o tipo de cadeia de globina que sofre alteração, em:
• alfatalassemia (se a produção deficiente for na cadeia alfa);
• betatalassemia (produção deficiente na cadeia beta);
• deltatalassemiase (produção deficiente na cadeia delta.
Talassemia
Um indivíduo ainda pode apresentar uma anemia talassêmica associada a outro tipo de hemoglobinopatia.
Talassemia alfa
É a mais comum de todas as talessemias, caracterizada pela deficiência ou ausência da produção da cadeia alfa.
Como o indivíduo recebe como herança duas cadeias alfa do pai e duas cadeias alfa da mãe, a talassemia alfa
pode-se apresentar em quatro modalidades:
• Portador assintomático: quando só uma cadeia alfa está reduzida. Não há sintomas neste caso.
• Traço Talassêmico quando duas cadeias alfa estão reduzidas. Não há sintomas, mas o hemograma apresenta uma
anemia microcítica.
• Doença de Hemoglobina H: quando três cadeias alfa estão reduzidas. Neste caso, os pacientes apresentam anemia
hemolítica, esplenomegalia, alterações esqueléticas decorrentes de eritropoiese aumentada,
• Hidropsia Fetal: quando quatro cadeias alfa estão reduzidas. É um tipo incompatível com a vida. Provoca
hepatomegalia severa e morte fetal.
Talassemia beta
Caracterizada pela deficiência na produção de cadeias beta. É classificada em dois tipos: menor (ou traço
beta-talassêmico) e maior (talassemia clássica ou anemia mediterrânea de Cooley).
• Traço beta-talassêmico: ocorre em pacientes heterozigotos, que geralmente são assintomáticos. Pode estar
associada à ausência de cadeias beta (talassemia menor zero) ou simplesmente a uma redução na produção de
cadeias beta (talassemia menor +)
• Anemia de Cooley: ocorre em pacientes homozigotos, com anemia severa.
Talassemia delta
Cerca de 3% da hemoglobina do adulto é feita de cadeias alfa e delta. Assim como com talassemia beta, podem
ocorrer mutações que afetam a habilidade deste gene para produzir cadeias delta.tt
Ligações externas
• emedicine. Talassemia alfa [3]
• emedicine. Talassemia beta [4]
Referências
[1]
[2]
[3]
[4]
http:/ / apps. who. int/ classifications/ icd10/ browse/ 2010/ en#/ D56
http:/ / www. icd9data. com/ getICD9Code. ashx?icd9=282. 4
http:/ / www. emedicine. com/ MED/ topic2259. htm
http:/ / www. emedicine. com/ MED/ topic2260. htm
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Hemoglobinopatia Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=29302061 Contribuidores: Ana Laura, ChristianH, Gusloureiro, 5 edições anónimas
Anemia falciforme Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=31280247 Contribuidores: Alex pt, Ana Laura, Belanidia, Beria, Bisbis, Buzzinaro, ChristianH, Colaborador Z, Cralize,
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Talassemia Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=29971132 Contribuidores: Al Lemos, Ana Laura, Ariel C.M.K., Bisbis, Buzzinaro, Dantadd, Drauzio Varella, Gustavogwolf,
JMGM, Luiza Teles, Luís Felipe Braga, R.tuma, Rhcastilhos, Truglio, Yone Fernandes, 31 edições anónimas
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