POLIQUIMIOTERAPIA NA HANSENÍASE Ewalda Stahlke Dermatologista e Hansenologista Junho de 2008 Bibliografia ► A Gonçalves, G Gonçalves, CR Padovani - Hansen. int, 2000 - bases.bireme.br ... e atuaçäo anterior no controle da hanseníase, Epidemiologia e ... o tratamento específico ministrado anteriormente aos retratados: poliquimioterapia (PQT) • A Gonçalves, NNS Gonçalves - Brasília méd, 1986 - bases.bireme.br Título: A poliquimioterapia na hanseníase, com especial referência ao Brasil • Gallo, Maria Eugenia Noviski. Poliquimioterapia com duracao fixa em hanseníase multibacilar / Drug therapy combination with multibacillary fixed duration in leprosy. Rio de Janeiro; s.n; 1998. 71 p. • Norma Tiraboschi. Hanseníase: aspectos clínicos, imunológicos e terapêuticos / Leprosy: clinical, immunological and therapeutical aspects An. Bras Dermatol;74(2):113-9, mar.-abr. 1999. ► Internet google – poliquimioterapia na hanseníase Poliquimioterapia A hanseníase é única em seu espectro clínico,histopatológico e imunológico, portanto, sendo uma doença completa com manifestações polimorfas que necessitam ser diagnosticadas e interpretadas corretamente para fins de conduta terapêutica (SINGH et al., 2000). Vantagens Poliquimioterapia Em 2 semanas Eficaz 90% dos bacilos estão mortos Reduz o período de tratamento sem capacidade de contaminar Boa aceitação Previne resistência medicamentosa Reduz risco de recidiva Taxa de incidência não apresenta declínio Falha terapêutica < 1/10 000 tratados/ano O tratamento é simples, eficaz e gratuito Alta do Tratamento Completadas as doses Clínica melhorada Independente da baciloscopia Classificação Operacional Paucilacilar Multibacilar I, T e maioria DT Até 5 lesões 1 tronco nervoso afetado Baciloscopia negativa DD, DV, VV Mais de 5 lesões 1ou + troncos nervosos afetados Baciloscopia positiva mesmo que menos de 5 lesões Situações Clínicas ► Lesão única ► BAAR + – ► MHT na biópsia ► Mais de 5 lesões MH V PQT MB ► BAAR ► Exérese MHD de cisto – criança ► Bx sugestiva de MH PQT MB revisão do AP Poliquimioterapia Contra-indicações formais Hepatopatia grave Alcoolismo crônico com lesão hepática Distúrbios hematológicos severos Nefropatia auto-imune Doença mental prévia ATENÇÃO COM IDOSOS E CRIANÇAS Esquema Paucibacilar Adulto 6-14 anos 0-5 anos mensal diária mensal diária mensal diária RIFAMPICINA 600mg DAPSONA 100mg 100mg 300-450mg 50-100mg 150-300mg 25mg Duração • 6 doses em até 9 meses • até 3 faltas consecutivas ou não Controle pós alta anual por 3 anos Esquema Multibacilar Adulto mensal Rifampicina Clofazimina Dapsona 600mg 300mg 100mg 50mg 100mg 150-200mg 50-100mg diária 6-14 anos mensal 300-450mg semanal 50mg 3xsem diária 0-5 anos mensal 50-100mg 150-300mg semanal diária Duração • 12 doses em até 18 meses • até 6 faltas consecutivas ou não 100mg 25mg 50mg 2xsem 25mg Controle pós alta anual por 3 anos (ou até negativar) SUPERVISÃO ► Doses supervisionadas ► Segurança de que ingeriu a dose ► Monitoramento dos efeitos colaterais ► Exame dos comunicantes ALTA ►Completadas as 6 ou 12 doses ►Clínica melhorada ►Independente da baciloscopia ►Anotar achados de exame físico para comparar Esquema por peso RFP 10mg/kg/dia CFZ 1mg/kg/dia DDS 1,5mg/kg/dia Quando usar PQT 24 doses ► IP = ou > 4 no diagnóstico ► IP = ou > 4 na alta + clínica sem nenhuma melhora ► EN persistente e severo na alta Casos de exceção justificar – referência confirma Tratamento em situações especiais ► Gravidez: PQT é segura para a mãe e o feto Contra-indicado = Talidomida ► Tuberculose: ► HIV: RFP = dose da TB O tratamento não sofre modificação A RFP 600mg/mês não interfere nos anti-retrovirais O que você diria sobre esta imagem? 1. 2. 3. 4. Tem Hanseníase? Teve Hanseníase? Teve Poliomielite? Tem Poliomielite? O que você diria sobre esta imagem? É seqüela! NÃO É RECIDIVA “A prevenção de incapacidades é uma atividade que precisa ser realizada por todos os profissionais responsáveis pelo atendimento ao paciente e pela comunidade em parceria com outros profissionais e entidades de ajuda sociais, intelectuais e religiosas.” “Trabalhar junto faz bem para a saúde”, ...com a enfermagem, a fisioterapia, a psicologia,... com o paciente... “Eloi Zanetti” Quando e como encaminhar à Referência ► Dúvida diagnóstica ► Dificuldade classificação MB/PB ► Efeitos colaterais ► Quadro reacional ► Incapacidade física – adaptação de calçado ► Cirurgia ► Necessitar de 24 doses ou substitutivo Com informações sobre ► Classificação ► Baciloscopia com IB e IP inicial e a mais recente ► Evolução ► Medicamentos em uso ► Motivo Tratamento Substitutivo Comprovada contra-indicação formal ► Comprovada intolerância (Leia-se: anotação em prontuário) ► ► Indicação pela Referência História, exame físico e complementares Criterioso acompanhamento ► Não é troca de esquema PB para MB ou vice-versa ► ► Solicitação de Tratamento Substitutivo ► Justificativa à referência regional ► leia-se escrever o motivo – ex: anemia hemolítica severa pela Dapsona ► Que repassará à Coordenação Estadual ► Revisão pela referência estadual ► Clínica ► Exames complementares ► Esquema pretendido PB MB RFP 600mg/m RFP 600mg/m CFZ 300mg/m CFZ 50mg/d CFZ 50mg/d 6 doses em até 9m 12 doses em até 18m Sem Rifampicina RFP 600mg/m RFP 600mg/m RFP 600mg/m OFX 400mg/m MNC 100mg/m DDS 100mg/d DDS 100mg/d OFX 400mg/d MNC 100mg/d 12 meses 12 meses Sem Dapsona PB MB OFX 400mg/d OFX 400mg/d DDS 100mg/d DDS 100mg/d CFZ 50mg/d 6 meses Ausência de atividade clínica 24 meses Ausência de atividade clínica Sem Clofazimina MB 24 meses Sem RFP e DDS PB MB OFX 400mg/d MNC 100mg/d CFZ 50mg/d OFX 400mg/d MNC 100mg/d CFZ 50mg/d 6 meses OFX 400mg/d MNC 100mg/d 18 meses ou OFX 400mg/d CFZ 50mg/d 18 meses 6 meses ausência de atividade clínica 24 meses ausência de atividade clínica DIFICULDADES DA POLIQUIMIOTERAPIA NA HANSENÍASE O QUE FAZER? Ewalda Stahlke Junho de 2007 Reação adversa É a resposta nociva e não intencional a uma droga usada na dose terapêutica para profilaxia, diagnóstico, tratamento ou para modificação de uma função fisiológica. ANVISA - FARMACOVIGILÂNCIA Reação adversa ► 1,8% ► entre 1ª e 5ª doses supervisionadas ► Síndrome da Dapsona ► Síndrome da Rifampicina ► Metahemoglobinemia ► Hemólise ► Farmacodermia ► Insuficiência renal ► Hepatite Hansen Int., 20(2 ):46-50,1995 Intercorrências pelas drogas utilizdas nos esquemas PQT emHanseníase. Gallo et al Efeitos colaterais 187 pacientes ► 71 (37,9%) 113 efeitos adversos ► 80 (70,7%) – DDS ► 7 (6,2%) - RFP ► 26 (20,5%)- CFZ Esses efeitos levaram à mudança de esquema terapêutico ► em 28 (14,9%) dos 187 pacientes ou ► 39,4% dos 71 com efeitos adversos ► Goulart, Isabela Maria Bernades et al. Efeitos adversos da poliquimioterapia em pacientes com hanseníase: um levantamento de cinco anos em um Centro de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Out 2002, vol.35, no.5, p.453-460. Medidas preventivas História clínica Antecedentes pessoais Alergia a medicamentos Doenças prévias Hipertensão Arterial Diabetes Mellitus Gastrite Hepatite Medicamentos em uso Antecedentes familiares Hábitos Alcoolismo Tabagismo Exames prévios conforme realidade Glicose 6PD Hemograma Glicose Creatinina Fosfatase alcalina TGO, TGP VDRL falso + FTA ABS IgG RX de tórax Parasitológico de fezes Parcial de urina Avaliar os exames e anotar no prontuário Poliquimioterapia Dapsona Rifampicina Clofazimina Ofloxacina Minociclina Anemia hemolítica Afastar perda Existe hemólise? Qual a causa? Dapsona Rifampicina (rara) Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Menos freqüente em afro americanos, sem correlação com fenótipo DH Anemia Hemolítica Como reconhecer Sinais clínicos palidez de mucosa e pele esclera ictérica fadiga dispnéia Taquicardia hepatoesplenomegalia linfonodopatia Exames diminuição de hemácias contagem de reticulócitos bilirrubina indireta Desidrogenase láctica = células lisadas (separar intra e extra vascular) = para vários órgãos injuriados Haptoglobulina plasmática mas, normal= se assoc dça/disf hepática Pesquisa de sge oculto na urina Hemosiderina urinária Hemoglobina urinária Mioglobulina Defic G6PD: não há alterações morfológicas Anemia hemolítica Dapsona - Conduta ► ► Suspensão Cimetidine 400 mg/d VO – pode inibir n-hidroxilação da DDS (in vivo e in vitro não houve alteração significativa entre os níveis de Hb e reticulócitos) Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 ► ► Ácido fólico 2 a 5 mg/dia Vitamina C 500 mg/dia ► ► Não administrar ferro Transfusão de sangue se Hb < 9g/100ml ► ► Reiniciar com doses de 25 a 50mg e aumentar gradativamente Monitoramento freqüente Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Metahemoglobinemia Sinais clínicos 30% privação O2 fadiga fraqueza dispnéia taquicardia cefaléia 50% privação de O2 tontura letargia torpor cianose sem doença cardiopulmonar não alivia com oxigenoterapia 1.5g/100ml sge = clin Hereditária esquimós hispânicos Metahemoglobinemia M hemoglobina a cor não muda Dapsona - Conduta Caso leve suspender + monitorar 1 a 3d Caso intermediário suspender vitamina E 800mg/d peq proteção contra metaH e hemólise (sem comprovação) cimetidine VO 400mg/d metaH por inibição N-hidroxi metabólitos azul de metileno VO 100 a 300mg/d ( níveis de metaH) não é eficiente qdo há defic G6PD Cecil Textbook of Medicine 20th Ed pg 875 Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Emergência Azul de metileno IV 1 a 2mg/Kg SF 1% - 10 a 15 min dose total = não passar de 7mg/Kg defic de G6PD não age e pode agravar Transfusão de sangue – severo Lavagem gástrica, hemodiálise, diálise peritoneal Manutenção Azul de metileno VO 100 a 300mg/d melhora a cianose, urina azul Ácido ascórbico 500mg/d litíase renal (oxalato de Na2) pouco valor na metaH adquirida Riboflavina (vit B2) 20mg/d Agranulocitose geralmente inicia na 7ª sem por diminuição severa da granulopoiese Dapsona Clínica febre persistente Conduta Descontinuar faringite (flu-like symptoms) sepsis recupera em 7 a 14 dias se percebido precocemente = 50% óbito Internar Tratar a infecção Leucopenia neutrófilos, basófilos e eosinófilos Fator estimulador de colonização de granulócitos (tem sido usado com sucesso) Monitorar os 1ºs 3 m Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Dapsona Síndrome de Hipersensibilidade ► ► ► O mais severo efeito adverso Entre a 4ª e a 6ª sem Não é dose dependente ► Mortalidade de 15% ► formas incompletas 18% formas completas 9% Forma completa 70% PB ► Dano hepático ► Icterícia em 66% na maioria é dose dependente ½ dos casos = não teve > influência Hansen. Int.,28(1):79-84,2003 Síndrome de hipersensibilidade à Dapsona, Leta et al (Maria Leide) Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Síndrome sulfona Exames dermatite esfoliativa + síndrome mononucleose símile febre linfadenomegalia generalizada hepatoesplenomegalia + dça hepática aguda induzida por droga anemia icterícia Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Hansen. Int., 25(2):159-162,2000 Mais um caso da síndrome sulfona Barbosa et al Hansen. Int.,28(1):79-84,2003 Síndrome de hipersensibilidade à Dapsona, Leta et al (Maria Leide) Leucocitose linfócitos atípicos VHS Hb eosinofilia periférica (fatal) GGT fosfatase alcalina Conduta Suspensão Internamento Corticóides (?) Dapsona Neuropatia ► Neuropatia distal motora com vários graus de comprometimento sensitivo força muscular ► Altas doses ou doses habituais por longo tempo ► EMG demonstra degeneração axonal > recupera com a descontinuação da DDS (sem - 2a) ► Mecanismo desconhecido - talvez ~ fenótipo acetilador ► Alta overdose atrofia n. óptico dano de retina permanente ~ hipóxia por hemólise (não altera fluxo sang.) Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Dapsona Efeitos gastro-intestinais Hepatite hepatocelular primária e hepatite colestática Anorexia Epigastralgia auto-limitado ingestão após as refeições suspensão F hepática 2x o normal DD Hipoalbuminemia severa Perfuração de vesícula biliar Pancreatite Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Manual MS Dapsona Psicose Associado a grandes doses mecanismo desconhecido Erupção Cutânea maculopapular EM NET fotossensibilidade Conduta suspensão Conduta suspensão medidas para EM e NET Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Dapsona Conduta Geral reintrodução gradativa exceto agranulocitose, sindr DDS, SJ, eritrodermia monitorar com maior freqüência cuidar com a auto-medicação Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Rifampicina Efeitos adversos Coloração vermelho alaranjada urina lentes de contato (permanente) cefaléia sonolência ataxia tontura e fadiga função hepática SNC Hepáticas Hematológicas raras trombocitopenia leucopenia, leucocitose linfocitose atípica, eosinofilia an. hemolítica reticulocitose hemólise IV IC entre RFP e C´ falência renal aguda hipotensão Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Rifampicina Sinais menores edema pálpebra hiperemia conjuntiva eritrodermia esfoliativa esplenomegalia náuseas vômitos dor abdominal J Leprousy, v68 n3 p277-282 Serious side effects of RFP Namisato et al prurido eczema úlceras orais membrana tonsilar lesões bolhosas víbices petéquias acne Rifampicina Sindrome de hipersensibilidade (flu-like) febre, calafrio cefaléia, tontura dor óssea anorexia náusea diarréia dor abdominal insuficiência renal aguda transaminases prurido, urticária erupção acneiforme bolhas penfigóide-like mucosite dermatite esfoliativa conjuntivite exsudativa + eosinofilia nas doses intermitentes Rifampicina Conduta Suspensão da droga Antihistamínicos Antitérmico Corticóides Hidrocortisoma 500mg/250ml SF 30gt/min IV + VO com retirada Hemograma Função hepática Urinálise Creatinina sérica RX Função tireodeana Ofloxacina Efeito adversos Náusea, vômito, diarréia, dor abdominal Cefaléia, tontura, agitação, convulsão e distúrbios do sono. Não usar na gravidez e em < 5 anos Fotossensibilidade, fototoxicidade - qualquer dose Estomatite prurido rubor máculas Pigmentação preto-azulada pernas (~ minociclina) = Fe2 / macrófagos dérmicos Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Ofloxacina Conduta Suspensão da droga Hemograma Função hepática Urinálise Creatinina sérica Sintomático Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Trombocitopenia leucopenia eosinofilia Minociclina epigastralgia náusea vômito esofagite pancreatite hepatotóxica Efeitos adversos ginecomastia flebite quando IV pseudotumor cerebral fototoxicidade (menos freqüente) com onicólise pigmentação azul escura unhas, pele escaras esclera descoloração dentes exantema exfolitivo leucocitose linfócitos atípico granulações tóxicas nos granulócitos an hemolítica púrpura trombocitopênica Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Minociclina Síndrome de hipersensibilidade 1ª exposição não dose dependente Hipotireoidismo após 2 meses febre moderada, calafrio faringite linfonodopatia cervical T4 TSH atc anti tireóide exantema generalizado (85%) exantema papuloso a dermatite esfoliativa Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed nefrite intersticial vasculite renal encefalite meningite asséptica sindr distress respiratório Saunders, 2001 pg 230 – 250 vasculite Minociclina Síndrome de hipersensibilidade linfocitose atípica com eosinofilia transaminases fosfatase alcalina tempo de protrombina bilirruninas (hepatite severa) Não usar em < 5 anos Não usar em lupus Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Minociclina Conduta Suspensão da droga Antihistamínicos Corticóides Hemograma Função hepática Urinálise Creatinina sérica Função tireodeana Comprehensive Dermatologic Drug Therapy, Wolverton, S.E. Ed Saunders, 2001 pg 230 – 250 Hepatite por Droga TRANSAMINASES TGO/TGP Exames Exceto hepatite alcoólica severa ou necrose maciça do fígado Fosfatase Alcalina Bilirrubina D e I Gama glutamiltransferase desidrogenase láctica dças hepatobiliares não em dças ósseas Hepatite por Droga TAP ► ► ► acompanhamento meia vida plasmática é de 1 dia reage rapidamente às alterações hepáticas Albumina ► ► hipoalbuminemia sugere dça crônica excluir outras causas: cirrose e ascite = < síntese Lipídeos e lipoproteínas ► aumento transitório triglicerídeos ► aumento colesterol Globulinas séricas ► Pouco contribuem, mas diminuem Exames Nefropatia Amiloidose ► infecção hansênica de longa duração ► úlceras tróficas crônicas e/ou ► osteomielite supurativa crônica ► surtos frequentes de EN Patogênese Fibrilas = proteína AA.50 = aumentam durante infecções agudas EN+neutrofilia Glomerulonefrite ► Eritema nodoso e GNF = doenças de origem imunológica, ligadas à deposição IC ► pacientes EN tem alter urinárias + não reacionais Nefrite túbulo-intersticial (NTI) ► interação analgésico uso regular e prolongado de fenacetin-metabólito ou acetominofen sulfa ► infecção bacteriana secundária ► lesão por depósitos de complexos imunes. ► Como no LES está associada com depósitos IC Nefropatia amiloidose nefrite intersticial glomerulonefrite edema hematúria, proteinúria e/ou anormalidades bioquímicas lesões renais em todas as formas mais frequente V reacional = EN Não foi possível incriminar M.Leprae agente causal primário das GNF mas, depósitos IC nos glomérulos + níveis de C’ sérico = Dça IC ► (J. Bras. Nefrol. 1995; 17(3): 148-157 E. E. Nakayama, et al - Lesões renais em hanseníase) Nefropatia diminuição do clearance de creatinina (84,3%) proteinúria(46,3%) * cilindrúria (25,3%) hematúria(22%)* síndrome nefrótica (6,0%) aumento uréia (8,5%) creatinina plasm (6,3%) Insuficiência renal aguda (IRA) •por necrose tubular aguda (NTA) por septicemia (estágios terminais da doença) •MH V reacional + GNF rapidamente progressiva (GNRP) hipertensão arterial hematúria macroscópica pouco frequentes IRA hemólise intravascular grave ou choque necrose tubular aguda (NTA) A partir 1986 RFP 1x/m mecanismo imunológico nefrite túbulo-intersticial (NTI) anticorpos anti-rifampicina no soro > MHV Pancreatite Dor epigástrica Fixa e constante localizada Aumenta em 15min a 1h Irradia para área vertebral torácica inferior Piora na posição supina Febre moderada e taquicardia Hipotensão (30 a 40%) Dor aguda intensa = choque = grave dentro dos primeiros 2 meses não dose dependente moderada Sintomas + Náusea Vômitos Piora com a palpação profunda de abdomen superior não piora com a descompressão Diminuição de ruídos abdominais distensão abdominal (íleo paralítico) Equimoses raras flancos (Grey Turner’s sign) umbilical (Cullen’s sign) Cecil Textbook of Medicine 20th Ed pg 729 a 736 Pancreatite em 2 a 12h por 3-5 d >5x = Aguda (80 a 90% dos casos) sem correlação com a gravidade se prolongado = complicação hipocalcemia=hipoalbuminemia (30%) glicemia transitória ñ ttar Triglicerídeos Tripsina Elastase Fosfolipase Exames Amilase Lipase persiste mais tempo Leucocitose >25 000 (80%) VG por hemoconcentração TGP/ALT e F Alc normais = litíase TGO/AST pancreatite per si álcool 50% Pancretite Exames RX Abdomen perfuração, íleo paralítico calcilficações RX Tórax atelectasia basilar USNG e TC litíase Outras causas para Aumento das enzimas pancreáticas pancreatite crônica, carcinoma, queimadura, abuso crônico álcool, adenite salivar, gravidez tubária, tu ovário, acidose metabólica, anorexia nervosa, entre outras Pancretatite Crônica ► Alcoolismo crônico ► Hereditária ► Senil/atrofia ► Metabólica: hipercalcemia, ► Idiopático ► Tumor ► Etc ► hiperlipidemia, transplante renal Cecil Textbook of Medicine 20th Ed pg 729 a 736 Pancreatite ► Controle da dor ► Pancrelipase (Digeplus, Pankeroflat, Ultrase, Panzytrat) ► Bloqueador receptor H2 ► Cirurgia ► Síndrome disabsortiva Cecil Textbook of Medicine 20th Ed pg 729 a 736 Conduta Principais Causas de Morte na Hanseníase ► Insuficiência renal aguda ► Insuficiência hepática ► Hepatite ► Anemia hemolítica ► Farmacodermia ► Síndrome sulfona ► Steven-Johnson ► Vasculite ► Iatrogenia Iatrogenia “Aqui jaz um homem rico, nessa rica sepultura, escapava da moléstia, se não morresse da cura”. Bocage (Pereira e cols. Iatrogenia em cardiologia Arq Bras Cardiol, volume 75, (nº 1), 2000) Iatrogenia De ação: ocorre pela ação médica relação médico/paciente, diagnóstico, terapêutica e prevenção imprudência ou imperícia De omissão: ocorre pela falta de ação do médico diagnóstico, tratamento ato negligente Obrigação médica não é de resultados mas de diligência. (Pereira e cols. Iatrogenia em cardiologia Arq Bras Cardiol volume 75, (nº 1), 2000) Iatrogenia de ação médica Riscos gerados pelos ► Fármacos ► Procedimentos ► Cirurgias ► Má interpretação informações clínicas exames subsidiários Exceto Riscos inerentes a procedimento Efeitos indesejados dos medicamentos ► somente se não tiver conhecimento desta possibilidade na avaliação do risco sendo que outra droga menos tóxica poderia ter sido usada ► insistir na terapêutica já demonstrada como ineficiente Therapeutic hyperenthusiasm: estímulo no uso de medicamento ► (Pereira e cols. Iatrogenia em cardiologia Arq Bras Cardiol volume 75, (nº 1), 2000) mal indicado ou dose inadequada Iatrogenia de omissão Não age pelo temor dos efeitos colaterais dos procedimentos, até mesmo pelo risco de morte. Deixa a doença evoluir naturalmente sob tratamento mais conservador e supostamente de menor risco Iatrogenia Conclusão O médico deve ter como objetivo na sua rotina de trabalho, além do adequado atendimento ao seu paciente, a prevenção das doença iatrogênicas. Cabe estar alerta quanto aos efeitos indesejáveis dos medicamentos, às complicações dos métodos diagnósticos e dos procedimentos terapêuticos e profiláticos e sua relação com o paciente. Atentar para a história clínica e aos sinais obtidos pelo exame físico executado com técnica adequada. Interpretar corretamente os exames subsidiários à luz dos dados clínicos, avaliar funcionalmente o paciente e, sempre que possível, seguir as normas das sociedades médicas credenciadas e, sobretudo, dedicar-se integralmente ao ato médico, impedindo desvios de atenção. Por fim, considerar a omissão tão danosa quanto a ação mal indicada. BOM SENSO Prontuário do Paciente É o conjunto de documentos destinados ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente pelos serviços de saúde. Inclui queixas, antecedentes, medicamentos em uso, exame físico, solicitação e anotação de exames complementares, hipóteses se houver e conduta. Não anotado é não realizado. Pertence ao paciente. O médico ou o serviço de saúde são fiéis depositários. Assinar e carimbar, aqueles que prestam atendimentos. Código de Ética Médica Art 2° - o alvo de toda atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. É vedado ► Art. 29° - praticar atos danosos ... caracterizados como imperícia, imprudência ou negligência. ► Art. 30° - delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão médica. ► Enfermeiro – repete prescrição de acordo com programa Art. 39° - receitar ... de forma ilegível ... quaisquer documentos médicos. ► Art. 57° - deixar de utilizar todos os meios disponíveis de diagnósticos e tratamento a se alcance em favor do paciente. ► RESOLUÇÃO CFM nº 1.627/2001 Ato Médico ANEXO À Não é possível ser meio médico. Nem alguém pode ser uma fração qualquer de um médico. O especialista não é nem pode ser um pedaço de médico. É um médico inteiro, que atua com mais desembaraço e maior capacidade em determinada área da Medicina. A despeito disso nem sempre ser verdadeiro na prática, a especialidade deve enriquecer o médico e não empobrecê-lo em sua capacidade profissional, limitando-o. “A medicina é ciência no seu conteúdo e arte na sua aplicação”