SIMBOLISMO
Surgimento: França, 1880, com Verlaine Mallarmé e
Rimbaud
Características:
1) Reação subjetivista aos parnasianos;
2) Abandono das fórmulas poéticas rígidas;
3) A poesia deve ser um processo de sugestões (sugerir =
não dizer, não nomear);
4) Sugestão através de símbolos, de metáforas originais,
de uma linguagem cifrada;
5) Sugestão através da musicalidade da linguagem (uso
de aliterações e assonâncias);
6) Culto do mistério, do espiritualismo e do misticismo;
7) Descoberta das camadas profundas da vida psíquica;
8) Domínio do vago, do obscuro, do nebuloso.
BRASIL
Movimento surgido em províncias
intelectualmente sem importância, na
época: Santa Catarina, Rio Grande do
Sul, Paraná, Minas Gerais – pequena
ressonância na época e forte influência
(dos simbolistas europeus) nos anos de
1910, 20 e 30 sobre as obras de
Manuel Bandeira, Cecília Meireles,
Mário Quintana e Vinícius de Moraes.
I – CARACTERÍSTICAS
O Simbolismo, assim como o
Realismo-Naturalismo e o
Parnasianismo, é um movimento
literário do final do século XIX .
Essa imagem é uma conhecida tela de Monet, chamada
Nenúfares – Reflexos verdes. Ela nos apresenta uma
característica marcante do Simbolismo: repare que não há
uma definição da imagem. O que vemos são apenas
contornos. Monet apenas sugere o que pode ser a
realidade.
Retomada de alguns aspectos
Românticos
No Simbolismo, ao contrário do Realismo,
não há uma preocupação com a representação fiel
da realidade, a arte preocupa-se com a
sugestão.
É também a reação ao
Naturalismo/Parnasianismo, porque é o resgate da
subjetividade, dos valores espirituais e afetivos.
SIMBOLISMO NO BRASIL
AUTORES
No Brasil, o Simbolismo tem início em 1893, com a
publicação de Missal (textos em prosa) e Broqueis (poesias),
de Cruz e Souza.
O Simbolismo no Brasil não teve muita aceitação por parte
do público leitor. A maior parte dos leitores preferia os textos
parnasianos.
Cruz e Sousa
 Considerado
não só o
maior
poeta
do
Simbolismo brasileiro,
mas também um dos
maiores representantes
do Simbolismo mundial.
Obras: Missal - Broqueis - Faróis Evocações - Últimos sonetos.
Temas básicos:
 A obsessão pela cor branca;
 O erotismo sublimado;
 O sofrimento da condição negra;
 O sofrimento da condição humana;
 Espiritualização e religiosidade;
 Linguagem metafórica e musical.
Violões que choram (jan. 1897)
Ah! plangentes violões dormentes,
mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos
contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu
recordo,
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da Fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.
Sutis palpitações a luz da lua,
Anseio dos momentos mais
saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões
chorosos.
Quando os sons dos violões vão
soluçando,
Quando os sons dos violões nas
cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas
sombras tremem.
[...]
Alphonsuns de Guimaraens
É o outro representante do
Simbolismo brasileiro. Seus
textos apresentavam uma
temática variada: a fuga da
realidade, a natureza, a
religiosidade, o amor
espiritualizado, a mulher,
muitas vezes comparada à
Virgem Maria.
Câmera ardente - Dona Mística –
Septenário das dores de Nossa Senhora.
Temas básicos:
 A morte da noiva
 A sublimação da perda da noiva através do
misticismo religioso
 A paisagem fantasmagórica das cidades
mineiras
 Linguagem de rica musicalidade e, por
vezes, litúrgica.
Ismália
(Alphonsus de Guimaraens)
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao ma
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