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O Simbolismo é um movimento literário que surgiu na França no final do século
XIX e foi contemporâneo ao Parnasianismo. Inspirado no Romantismo, ele fazia
oposição ao Realismo e ao Naturalismo bem como suas tendências positivistas e
cientificistas.
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Ao contrário do que muitas pessoas pensam o Simbolismo não influenciou apenas
poetas, mas também pintores, escultores e até mesmo dramaturgos tanto na
França quanto no Brasil. Dentre as principais características dessa
Escola Literária podemos destacar:
Os poemas simbolistas têm como forte
característica também a presença contante da
Sinestesia, alusão aos sentidos e às sensações.
Isso contribui para que as obras sejam subjetivas,
abstratas e muitas vezes complexa, o que justifica
sua impopularidade.
 O Simbolismo chegou ao Brasil em 1893, com a
publicação das obras Missal (prosa)
e Broquéis(poesia), ambas de autoria de Cruz e
Sousa, que é considerado o maior autor simbolista.
Além de Cruz e Sousa, destacam-se Alphonsus de
Guimaraens e Pedro Kilkerry.
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João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, em Florianópolis (SC). Era filho de ex-escravos
e ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após receberem alforria. Por este motivo,
recebeu uma educação exemplar no Liceu Provincial de Santa Catarina. Além disso, o sobrenome Sousa é
advindo do ex-patrão, o marechal Guilherme Xavier de Sousa, o que demonstra o afeto do mesmo para
com os pais do futuro autor.
Apesar disso, Cruz e Sousa teve que enfrentar o preconceito racial que era muito mais evidente na época
do que é hoje em dia. No entanto, isso não foi pretexto para desmotivá-lo, uma vez que é conhecido como
o mais importante escritor do Simbolismo.
Foi diretor do jornal abolicionista Tribuna Popular em 1881. Dois anos mais tarde, foi nomeado promotor
público de Laguna (SC), no entanto, foi recusado logo em seguida por ser negro.
Depois de algum tempo no Rio Grande do Sul e após enfrentar represália para não sair de sua terra natal
por motivo de preconceito, o autor fixa residência no Rio de Janeiro, onde trabalhou em empregos que
não condiziam com sua capacidade e formação.
É então, em 1893, que publica suas obras Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poesias), as quais são
consideradas o marco inicial do Simbolismo no Brasil que perduraria até 1922 com a Semana de Arte
Moderna.
Casou-se com Gavita Gonçalves, com quem teve quatro filhos, os quais morreram precocemente por
tuberculose, o que deixou-a enlouquecida 1896. Foi o escritor quem cuidou da esposa, em casa mesmo.
Essa é a temática de muitos poemas de Cruz e Sousa.
A linguagem de Cruz e Sousa, herdada do Parnasianismo, é requintada, porém criativa, na medida em que
dá ênfase à musicalidade dos versos por intermédio da exploração dos aspectos sonoros dos vocábulos.
Cruz e Sousa faleceu aos 36 anos, em 19 de março de 1898, vítima do agravamento no quadro de
tuberculose.
 Poesia: Broquéis (1893); Faróis (1900) e Últimos
sonetos (1905).
Prosa poética: Tropos e fanfarras (1885) em conjunto
com Virgílio Várzea, Missal (1893) e Evocações (1898).
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
bocas murmurejantes de lamento.
Harmonias que pungem, que laceram,
dedos nervosos e ágeis que percorrem
cordas e um mundo de dolências geram,
gemidos, prantos, que no espaço morrem...
Noites de além, remotas, que eu recordo,
noites de solidão, noites remotas
que nos azuis das Fantasias bordo,
vou constelando de visões ignotas.
E sons soturnos, suspiradas mágoas,
mágoas amargas e melancolias,
no sussurro monótono das águas,
noturnamente, entre ramagens frias.
Sutis palpitações à luz da lua
anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas vivas dos violões chorosos.
Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Quando os sons dos violões vão soluçando,
quando os sons dos violões nas cordas gemem,
e vão dilacerando e deliciando,
rasgando as almas que nas sombras tremem.
Cruz e Souza
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O Simbolismo