Prof.ª Patrícia Tavares
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Simbolismo é uma tendência literária da
poesia e das outras artes que surgiu na
França, no final do século XIX, como
oposição ao Realismo, ao Naturalismo e
ao Positivismo da época.
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O positivismo é uma linha teórica da Sociologia,
criada pelo francês Auguste Comte (1798-1857), que
começou a atribuir fatores humanos nas explicações
dos diversos assuntos, contrariando o primado da
razão, da teologia e da metafísica.
A partir de 1881, na França, poetas, pintores,
dramaturgos e escritores em geral, influenciados pelo
misticismo advindo do grande intercâmbio com as
artes, pensamento e religiões orientais - procuram
refletir em suas produções a atmosfera presente nas
viagens a que se dedicavam.
 Marcadamente individualista e místico, foi, com
desdém, apelidado de "decadentismo" - clara alusão
à decadência dos valores estéticos então vigentes e a
uma certa afetação que neles deixava a sua marca.
Em 1886 um manifesto trouxe a denominação que
viria marcar definitivamente os adeptos desta
corrente: simbolismo.
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SUBJETIVISMO;
MUSICALIDADE;
TRANSCENDENTALISMO;
MORTE;
OBSESSÃO PELO BRANCO;
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ÊNFASE EM TEMAS MÍSTICOS, IMAGINÁRIOS E
SUBJETIVOS (mundo onírico);
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CARÁTER INDIVIDUALISTA;
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PRODUÇÃO DE OBRAS DE ARTE BASEADAS NA
INTUIÇÃO, DESCARTANDO A LÓGICA E A RAZÃO;
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ALITERAÇÃO (repetição de som consonantal)
e ASSONÂNCIA (repetição de som vocálico);
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Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpia dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes,
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
SINESTESIA – Sempre havia, ao amanhecer,
uma cor estridente no horizonte;
 USO DE INICIAIS MAIÚSCULAS NO MEIO DO
VERSO.
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No Brasil, o simbolismo teve início no
ano de 1893, com a publicação de
duas obras de Cruz e Sousa: Missal
(prosa) e Broquéis (poesia). O
movimento simbolista na literatura
brasileira teve força até o movimento
modernista do começo da década de
1920.
CRISTAIS
Mais claro e fino do que as finas pratas
o som da tua voz deliciava…
Na dolência velada das sonatas
como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
em lânguida espiral que iluminava,
brancas sonoridades de cascatas…
Tanta harmonia melancolizava.
Filtros sutis de melodias, de ondas
de cantos volutuosos como rondas
de silfos leves, sensuais, lascivos…
Como que anseios invisíveis, mudos,
da brancura das sedas e veludos,
das virgindades, dos pudores vivos.
VIOLÕES QUE CHORAM
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso...
Tudo na noite, tudo clama e voa
Sob a febirl agitação de um pulso.
Considerado um dos grandes nomes
do Simbolismo, e por vezes o mais
místico
dos
poetas
brasileiros,
Alphonsus de Guimaraens tratou em
seus versos de amor, morte e
religiosidade. A morte de sua noiva
Constança,
em
1888,
marcou
profundamente sua vida e sua obra,
cujos versos, melancólicos e musicais,
são repletos de anjos, serafins, cores
roxas e virgens mortas.
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar.
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SIMBOLISMO