APOSTILA VESTIBULAR
APOSTILA VESTIBULAR VOLUME COMPLETO
VESTIBULAR - VOLUME IV
VESTIBULAR - VOLUME III
VESTIBULAR - VOLUME II
VESTIBULAR - VOLUME I
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SIMULADOS DE VESTIBULAR
Questão 1
(VUNESP) Baseando-se na leitura do texto de Álvares de Azevedo, assinale a única
alternativa INCORRETA.
Juntos a meu leito, com as mãos unidas,
Olhos fitos no céu, cabelos soltos,
Pálida sombra de mulher formosa
Entre nuvens azuis pranteia orando.
É um retrato talvez. Naquele seio
Porventura sonhei doiradas noites.
Talvez sonhando desatei sorrindo
Alguma vez nos ombros perfumados
Esse cabelos negros, e em delíquio
Nos lábios dela suspirei tremendo.
Foi-se minha visão. E resta agora
Aquela vaga sombra na parede
- Fantasma de carvão e pó cerúleo,
Tão vaga, tão extinta e fumarenta
Como de um sonho o recordar incerto.
Álvares de Azevedo. VI Parte de Idéias Íntimas. In: Candido, A. e Castelo, J.A. Presença
da literatura brasileira. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1968, p. 26.
a) Considerando os aspectos temáticos e formais do poema, pode-se vinculá-lo ao segundo
momento do movimento romântico brasileiro, também conhecido como "geração do
spleen" ou "mal-do-século".
b) A presença da mulher amada torna-se o ponto central do poema. Isso é claramente
manifestado pelas recordações do eu-lírico, marcado por um passado vivido, que sempre
volta em imagens e sonhos.
c) O texto reflete um articulado jogo entre o plano do imaginário e o plano real. Um dos
elementos, entre outros, que articula essa construção é a alternância dos tempos verbais
presente/passado.
d) Realidade e fantasia tornam-se única realidade no espaço da poesia lírica romântica,
gênero privilegiado dentro desse movimento.
e) Apesar de utilizar decassílabo, esse poema possui o andamento próximo ao da prosa.
Esse aspecto formal é importante para intensificar certo prosaísmo intimista da poesia
romântica.
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Questão 2
(PUC-RS) "Então passou-se sobre este vasto deserto d'água e céu uma cena estupenda,
heróica, sobre humana; um espetáculo grandioso, uma sublime loucura. Peri alucinado
suspendeu-se aos cipós que se entrelaçavam pelos ramos das árvores já cobertas d'água, e
com esforço desesperado cingindo o tronco da palmeira nos seus braços hirtos, abalou-se
até as raízes."
O texto acima exemplifica uma característica romântica de José de Alencar que é a:
a) imaginação criadora.
b) consciência da solidão.
c) ânsia da glória.
d) idealização do personagem.
e) valorização da natureza.
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Questão 3
(UFRGS) Considere as afirmações abaixo sobre o Romantismo no Brasil.
I - A primeira geração de poetas românticos no Brasil caracterizou-se pela ênfase no
sentimento nacionalista, tematizando o índio, a natureza e o amor à pátria.
II - Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela, representantes da segunda
geração da poesia romântica, expressam, sobretudo, um forte intimismo.
III - A poesia de Castro Alves, cronologicamente inserida na terceira geração romântica,
apresenta importantes ligações com a estética barroca, pela religiosidade e o tom místico da
maioria dos poemas
Quais estão corretas ?
a) apenas I
b) apenas II
c) apenas I e II
d) apenas II e III
e) I, II e III
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Questão 4
(PUC-CAMP)
Cantor das selvas, entre bravas matas
Áspero tronco da palmeira escolho.
Unido a ele soltarei meu canto,
Enquanto o vento nos palmares zune,
Rugindo os longos, encontrados leques.
Os versos acima, de Os Timbiras, de Gonçalves Dias, apresentam características da
primeira geração romântica:
a) apego ao equilíbrio na forma de expressão; presença do nacionalismo, pela temática
indianista e pela valorização da natureza brasileira.
b) resistência aos exageros sentimentais e à forma de expressão subordinada às emoções;
visão da poesia a serviço de causas sociais, como a escravidão.
c) expressão preocupada com o senso da medida; "mal-do-século", natureza como amiga e
confidente.
d) transbordamento da forma de expressão; valorização do índio como típico homem
nacional; apresentação da natureza como refúgio dos males do coração.
e) expressão a serviço da manifestação dos estados de espírito mais exagerados; sentimento
profundo da solidão.
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Questão 5
(UFMG) Uma das seguintes alternativas não corresponde à característica do Romantismo
brasileiro:
a) esterilização já em parte ou totalmente desvinculada dos padrões portugueses;
b) liberalismo, quer no sentido estritamente político, quer no estético-literário;
c) gosto pelo emprego da metáfora em lugar da metonímia, preferida pelo classicismo;
d) presença acentuada de sentimentalismo e acentuada subjetividade;
e) inspiração nos modelos camonianos e horacianos.
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Questão 6
(UFPA) Castro Alves, uma das figuras que melhor interpretou e expressou o lirismo do
povo brasileiro, defendeu através de suas poesias, principalmente:
a) as excelências da vida campestre em contraposição com a vida urbana.
b) a necessidade econômica do trabalho escravo.
c) o direito de liberdade para o negro.
d) a independência do Brasil.
e) a necessidade de domar a inspiração.
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Questão 7
(UNICAP) Sobre Manuel Antônio de Almeida julgue as afirmativas:
a) Seu mais ambicioso projeto foi "fazer um grande painel do Brasil, cobrindo-o por
inteiro, o Norte e o Sul, o litoral e o sertão, o presente e o passado, o urbano e o rural;
inclusive a tentativa de estabelecer uma linguagem brasileira".
b) Seus romances vieram satisfazer às necessidades dos burgueses que estavam no poder,
mas "não possuíam erudição e preparo intelectual". Para essa classe, era necessária a
criação de "uma literatura mais amena e acessível".
c) Em Memórias de um sargento de milícias, utiliza os esquemas tradicionais para agradar
ao público àvido de futilidades: festas luxuosas, riqueza, elegância, beleza, final feliz,
heroísmo, namoros românticos, amores eternos.
d) "Ele preferiu retratar a sociedade carioca dentro de uma opinião diferente da que tinham
os romancistas que agradavam aos leitores. Criticou, em vez de "iludir". Foi assim que
surgiu o ANTI-HERÓI, para satirizar a sociedade".
e) Memórias de um sargento de milícias é um romance de costumes que documenta uma
época com humor, malícia, ironia, sátira.
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Questão 8
(VUNESP) Dos trechos poéticos abaixo, apenas um contém o conjunto das seguintes
características: estilo simbolista, imagens tendentes a eludir a realidade sensível, várias
aliterações, várias sinestesias, repetições visando à musicalidade da composição literária.
Assinale-o.
a)
Eu não busco saber o inevitável
das espirais da tua vão matéria.
Não quero cogitar da paz funérea
que envolve todo o ser inconsolável.
b)
E o teu perfil oscila, treme, ondula,
pelos abismos eternais circula...
Circula e vai gemendo e vai gemendo
e suspirando outro suspiro horrendo.
E a sombra rubra que te vai seguindo
também parece ir soluçando e rindo.
Ir soluçando, de um soluço cavo
que dos venenos traz o torvo avo.
c)
Envelheces de tédio, de cansaço,
de ilusões e de cismas e de penas,
como envelhece no celeste espaço
o turbilhão das estrelas serenas.
O Amor os corações fez interdito
ao teu magoado coração cativo
e apagou-te os sublimes infinitos
do seu clarão fecundador e vivo.
d)
Oh! Vós que não dormis e que nas noites tristes,
Falais à natureza - esta Esfinge embusteira,
Revolvendo este abismo eternamente mudo;
Dizei-me se isto tudo, acaso não sentistes,
A rir como Voltaire , a rir como caveira,
A rir de vós, a rir de mim, a rir de tudo?...
e)
Não procureis qualquer nexo naquilo
que os poetas pronunciam acordados,
pois eles vivem no âmbito intranqüilo
em que se agitam seres ignorados.
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Questão 9
(UFPE) Leia atentamente: Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.
"Cristais diluídos de clarões álacres,
desejos, vibrações, ânsias, alentos,
Fulvas vitórias, triunfamentos acres
Os mais estranhos estremecimentos."
(Cruz e Sousa, em "Nossos Clássicos")
a) o Simbolismo é uma estética literária que influenciou preferencialmente a poesia,
criando com a linguagem um clima de delírio que beira o ilogismo;
b) na busca de sugerir sensações, os simbolistas aproximam a poesia da música;
c) há um manejo especial de ritmos da linguagem, com estranha combinação de rimas e
recursos sonoros como aliteração e assonância;
d) no vocabulário do poema, é explorada a criação de neologismos como fulvas e álacres;
e) o irracionalismo dos simbolistas, presentes no fragmento, facilita a compreensão e
interpretação do texto, escrito em tom denotativo.
Questão 10
(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.
a) O Simbolismo Brasileiro quer conferir à poesia um estatuto de arte nobre e elevada,
assemelhando-a à religião e à filosofia
b) O escravo e o índio se tornaram, para o poeta simbolista, os símbolos do homem
brasileiro
c) Razão e impassibilidade, eis os dois traços mais marcantes do Simbolismo.
d) A maior parte dos poetas simbolistas aceita sua impotência diante da sociedade e se exila
na descrição dos estados penumbrosos
e) O movimento Simbolista no Brasil mergulha fundo na problemática da vida nacional
Questão 11
(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.
a) Os grandes problemas sociais do Brasil são a tônica da poesia de Alphonsus de
Guimarães
b) A religiosidade é uma das constantes da obra "Kyriale" de Alphonsus de Guimarães
c) Pelo modo como trabalhou com as palavras, pode-se dizer que Cruz e Souza contribuiu
para a renovação da expressão poética em língua portuguesa
d) Tanto Alphonsus de Guimarães quanto Cruz e Souza primaram pelo desejo de uma
poesia transcendente
e) A expressão "crepuscular" empregada com referência ao simbolismo lembra o gosto dos
poetas pelas descrições do pôr do sol
Questão 12
(UFPE) Observe:
"Os miseráveis, os rotos
São as flores dos esgotos
São espectros implacáveis
Os rotos, os miseráveis
São prantos negros de furnas
Caldas, mudas, soturnas,"
Cruz e Sousa
Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas.
a) Este autor representou o Simbolismo no Brasil, propondo uma poesia pura não
racionalizada, explorando imagens e não conceitos.
b) A poesia simbolista é hermética, misteriosa e despreza a poética racional.
c) Cruz e Sousa, principal figura do movimento, era filho de escravos e, como tal, usou a
escravidão e as injustiças como tema central de sua poética.
d) Pela espiritualização contínua de sua poesia, tenta desfazer-se de todos os referenciais
concretos, adotando para isso uma linguagem rebuscada e musical.
e) O trecho acima, pertencente a Litania dos Pobres, tem o tom de denúncia social, apesar
do idealismo platônico do autor e de sua tendência à espiritualização.
Questão 13
(FESP) Todos os itens caracterizam o indianismo de Gonçalves Dias, exceto em:
a) Apresenta temas baseados no estudo das crenças, tradições e costumes do índio
brasileiro.
b) O índio é visto como um primitivo integrado à natureza, um "bom selvagem".
c) Idealiza o índio como símbolo de grandeza moral e perfeição sentimental.
d) Critica a corrupção da sociedade brasileira, através do mito do homem natural.
e) Apresenta o índio, não como personagem, mas como um padrão de existência.
Questão 14
(FESP) "A Música da Morte, a nebulosa, estranha, imensa música sombria, passa a tremer
pela minh'alma e fria gela, fica a tremer, maravilhosa..."
I. Um recurso utilizado na estrofe acima é a sinestesia, isto é, a mistura de sensações cujas
origens são diferentes.
II. A musicalidade é bem marcante no segundo verso - basta ver, por exemplo, a
recorrência à aliteração.
III. A estrofe, através de sugestões, configura um estado d'alma, valorizando, então a
realidade subjetiva.
Assinale a alternativa certa:
a) estrofe e afirmação dizem respeito à estética romântica;
b) apenas a estrofe e a afirmação III referem-se ao Romantismo;
c) a afirmação I e a estrofe caracterizam o Realismo;
d) a estrofe é do Romantismo e as afirmações são do Barroco;
e) estrofe e afirmações dizem respeito ao Simbolismo.
Questão 15
(FESP) Questão referente ao Romantismo. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.
a) O Romantismo brasileiro tem como marco inicial o livro de poesias Suspiros poéticos e
saudades de Gonçalves Dias.
b) O romântico desejava representar um mundo idealizado, onde pudesse refugir-se dos
problemas concretos do dia-a-dia.
c) A evasão e o culto do passado são características resultantes da incapacidade do artista
em resolver seus conflitos com a sociedade.
d) A pátria, juntamente com a religião, são elementos importantes para a estética romântica.
e) O tratamento que o artista dá à mulher: ora como algo sagrado, místico; ora como algo
sensual, não é referencial geral dos românticos.
Questão 16
(UFPE) "Nenhuma fragilidade é mais cruel [...]". As frases apresentam estruturas
comparativas em. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.
a) [...] outras razões são incontestavelmente políticas.
b) Filhos de pais educados recebem educação esmeralda.
c) Há um motivo superior aos demais.
d) O episódio da Abolição é anterior ao da República.
e) O modelo elitista é tão cruel quanto ao imperialista.
Questão 17
(UFF) A mudança na ordem dos termos altera o sentido fundamental do enunciado em:
a) "Esta riqueza causa-te horror?" / Esta riqueza te causa horror?
b) "Quando erguia o reposteiro ouviu a voz da mulher"/ Ouviu a voz da mulher quando
erguia o reposteiro.
c) "Ele afastou de si com gesto grave a linda cabeça de Aurélia"/ Com gesto grave, ele
afastou de si a linda cabeça de Aurélia.
d) "Tua riqueza separou-nos para sempre"/ Separou-nos para sempre tua riqueza.
e) "pensei que morresse naquela noite, disse Aurélia"/ pensei naquela noite que morresse,
disse Aurélia.
Questão 18
(UFF) O papel semântico do oposto em destaque está incorretamente determinado em:
a) "a mulher explora formas de crescer e ser vista, ouvida e... valorizada, palavra - mãe na
qual está embutido um pacotaço de frustrações" (retificar)
b) "Do tripé tradicional que a compõe - mulher, filhos, marido -, os dois primeiros vão
andando mais depressa" (enumerar)
c) "diz o historiador francês Georges Duby, organizador da História da Vida Privada"
(Identificar)
d) "Desde a compra ou o aluguel da casa até a administração do orçamento doméstico, (...)
tudo se discute mais conjuntamente" (resumir)
e) "Já os meninos, representação mirim do modelo paterno, acham mais acertado a mãe
ficar em casa" (explicar).
Questão 19
(UFF) O sufixo destacado em "organizador" tem o mesmo valor semântico que o presente
em:
a) confidência
b) outonal
c) pedinte
d) refeitório
e) brasileiro
Questão 20
(UFF) A substituição do termo em destaque pelo que se encontra entre parêntese é
inaceitável, segundo os padrões da língua culta, em:
a) "reformas em casa que não acabam mais" (inacabáveis)
b) "O crescimento dessa mulher de aspirações múltiplas, que não cabe nem quer caber nos
figurinos de miss" (onde)
c) "ocupadas exclusivamente com os trabalhos domésticos" (de modo exclusivo)
d) "Os papéis masculino e feminino são ampliados" (ampliam-se)
e) "Já os meninos (...) acham mais acertado a mãe ficar em casa" (que a mãe fique em
casa)
Questão 21
(FUVEST) Os atuais simuladores de vôo militares estão em condições não apenas de exibir
uma imagem "realista" da paisagem sobrevoada, mas também de confrontá-la com a .....
obtida dos radares.
O termo que preenche adequadamente a lacuna no texto é:
a) iconologia.
b) iconoclastia.
c) iconografia.
d) iconofilia.
e) iconolatria.
Questão 22
(FUVEST) "O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a
linguagem. Afetuosa porque geralmente o usamos para designar o que é agradável, aquelas
coisas tão afáveis que se deixam diminuir sem perder o sentido. E precavida porque
também o usamos para desarmar certas palavras que, por sua forma original, são
ameaçadoras demais."
[Luís Fernando Veríssimo, Diminutivos]
A alternativa inteiramente de acordo com a definição do autor sobre diminutivos é:
a) O iogurtinho que vale por um bifinho.
b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir interminavelmente das mulheres.
c) Gosto muito de te ver, Leãozinho.
d) Essa menininha é terrível!
e) Vamos bater um papinho.
Questão 23
(FUVEST) A frase que exprime o comentário do narrador sobre a citação do historiador é:
a) As palavras mansas aproximam os amigos, defendendo-os das intempéries.
b) A vizinhança fortalece a amizade, ao contrário do que ocorre entre o mar e o rochedo.
c) Desde Ulisses, o mar batendo no rochedo representa os conflitos da amizade.
d) A invenção dos escritores é necessária para compreender melhor fatos ocorridos no
passado.
e) A constante proximidade entre amigos contribui para que a discórdia apareça.
Questão 24
(FUVEST) No trecho, "... eu duvido que o rei dissesse tal palavra nem que ela seja
verdadeira", termo dissesse expressa uma,
a) continuidade.
b) improbabilidade.
c) simultaneidade.
d) impossibilidade.
e) alternância.
Questão 25
(FUVEST) Assinale a alternativa em que o termo sombra tem o mesmo sentido presente no
trecho "Que a sombra do escritor me perdoe."
a) A sombra da alegria não lhe ocultava a preocupação.
b) Sentiu invadi-lo a sombra do passado.
c) Quem a vê e ouve, hoje, não a conhece, é uma sombra do que foi.
d) Recebeu-me de boa sombra, fazendo as honras da casa.
e) Das profundezas desse Reino, sobe a sombra ao meu encalço.
Questão 26
(FUVEST) Assinale a única frase em que a ordem de colocação das palavras NÃO produz
ambigüidade.
a) Rossi pede ao STF processo por calúnia contra Motta.
b) É só colocar as moedas, girar a manivela e ter a escova já com pasta embalada nas mãos.
c) Casal procura filho seqüestrado via Internet.
d) Câmara torna crime porte ilegal de armas.
e) Regressou a Brasília depois de uma cirurgia cardíaca com cerimonial de chefe de Estado.
Questão 27
(FUVEST) Pode ser substituída por dissensão, sem que se altere o sentido da frase
apresentada, apenas a palavra sublinhada em:
a) A discordância entre as opiniões inviabilizou qualquer acordo.
b) A disparidade de oportunidades dificulta a concretização de uma verdadeira democracia.
c) Os que se envolveram na discussão do assunto não chegaram a um acordo.
d) A mudança acelerada dos costumes levou à dissolução da família.
e) A dissimulação das verdadeiras intenções não lhe garantiu chegar aos fins desejados.
Questão 28
(FUVEST) Indique a alternativa em que a aproximação estabelecida está correta.
a) A terra paradisíaca, em Gonçalves Dias, é projeção nacionalista; a Pasárgada, de Manuel
Bandeira, é anseio intimista.
b) O lirismo de Gregório de Matos é conflitivo e confessional; o de Cláudio Manuel da
Costa é sereno e impessoal.
c) A ficção regionalista, imatura no século XIX, ganhou força ao abraçar as teses do
determinismo científico, no século XX.
d) José de Alencar buscou expressar nossa diversidade cultural - projeto que só a obra de
Machado de Assis viria a realizar.
e) A figura do malandro, positiva em Manuel Antônio de Almeida, é o alvo de Mário de
Andrade em sua sátira Macunaíma.
Questão 29
(UCSAL) TEXTO
Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse:
Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende.
Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito
e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no
internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era
sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio.
Menino perdido, menino de engenho.
José Lins do Rego - Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.
No texto, o verbo cheirar tem significado de:
a) agradar.
b) parecer.
c) enfeitiçar.
d) indagar.
e) bisbilhotar.
Questão 30
(CESGRANRIO) O significado de EXCETO na oração "Assim, nesse momento, exceto
duas lutas (...)" é:
a) incito.
b) contínuo.
c) inicio.
d) aguço.
e) empenho-me.
Questão 31
(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR.
O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO
Marcelo Coelho
Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos.
Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir
três cintos de segurança no banco de trás?
São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de
bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver
dirigindo bêbado, vai para a cadeia.
Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum
cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o
Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha.
Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de
classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros,
se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc.
Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiromundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.
O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia
contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um
alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se
revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de
que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros.
E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa
lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma
infinidade de casos, de infrações, de multas a prever.
Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em
países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos
artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de
ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a
indisciplina de cada pessoa.
O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não
quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da
desobediência, estejam estimulados.
Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma
obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma
desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O
motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é
fascista ou liberal.
Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o
que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer.
Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser
cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro
que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou.
Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao
grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor.
Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do
motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro,
quem se torna objeto de preocupações penais.
Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem
bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que
a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade.
Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de
fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas
por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos.
Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco
de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?",
pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?"
Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada
um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque
imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que
a Suécia e a Noruega...
Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado
dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia
legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.
Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade,
vença o que for justo.
(Folha de S. Paulo, 28/01/98)
No décimo terceiro parágrafo, o autor refere-se à lei que "pega" e à que "não pega", ou seja,
Marcelo Coelho remete-se às leis que funcionam e às que não funcionam. Selecione a
alternativa em que o verbo FUNCIONAR possa ser substituído, sem alteração de sentido,
pelo verbo PEGAR:
a) É sempre bom imaginar que o novo código de trânsito pode funcionar bem.
b) O novo código de trânsito pode funcionar como uma imposição de novos
comportamentos.
c) Imagina-se que alguns dos artigos propostos no novo código de trânsito não irão
funcionar, contrariando a previsão daqueles que o elaboraram.
d) Uma boa educação de trânsito funciona como base para o respeito aos pedestres e aos
demais motoristas.
e) Acredita-se que o novo código de trânsito pode funcionar para remodelar as condutas de
motoristas e pedestres.
Questão 32
(PUC-MG) Leia o trecho abaixo, retirado do NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO DA
LÍNGUA PORTUGUESA, e também as sentenças que o seguem. Após isso, assinale a
alternativa correta:
pegar. [Do lat. picare, 'untar de pez'.] V. t. d. 1. Fazer aderir; colar, grudar: Pôs a carta no
correio sem pegar os selos. 2. Agarrar, prender, segurar: Pegou descuidado a louça, deixando-a
cair; Correu e pegou o fugitivo; O goleiro pegou a bola tranqüilamente.[....]
I. A calda de caramelo pegou no fundo da panela e não teve jeito de limpar.
II. Esse professor vive pegando no meu pé .
III. Meu carro, graças a Deus, pegou bem esta manhã.
IV. Será que pega bem eu usar esse tipo de roupa na festa de casamento da Juliana?
V. Algumas modas pegam mais facilmente do que outras.
VI. No final da briga, ele pegou e disse que não pagava e pronto.
VII. Pegou o primeiro ônibus que passou.
Mesmo que em sentido figurado, aproximam-se da descrição apresentada por Aurélio os
seguintes usos de pegar:
a) I, II e V
b) I, IV e VI
c) II, III e IV
d) II, VI e VII
e) III, V e VI
Questão 33
(PUC-MG) Assinale a alternativa em que o conectivo "e" tem a mesma função e valor que
recebe na frase "Saia já da piscina e vá se secar —, disse-lhe a mãe."
a) Nas férias, gosto de ler os best-sellers da moda e infelizmente não tenho dinheiro para
comprar livros novos.
b) A esposa reclamou ao marido: "Você me disse que traria as compras e não cumpriu sua
promessa".
c) O adolescente encontrava-se infeliz e queria ficar sozinho.
d) Levantei-me cedo e tomei o café rapidamente, pois estava atrasado.
e) O rapaz encontrava-se infeliz e chorava muito.
Questão 34
(PUC-MG) Em todas as alternativas, a mudança proposta para o período em destaque
alterou o seu sentido, EXCETO em:
a) Ele levantou lentamente os olhos para ver o céu. | Ele levantou os olhos para ver o céu
lentamente.
b) Devo encontrá-lo apenas no shopping. | Devo apenas encontrá-lo no shopping.
c) O meu pedido foi só que ele estivesse aqui no horário marcado. | O meu pedido foi que
ele estivesse aqui só no horário marcado.
d) Ele disse que necessariamente conseguiria resultados para a pesquisa. | Ele disse que
conseguiria necessariamente resultados para a pesquisa.
e) Carmen gosta de pensar muito antes de agir. | Carmen gosta muito de pensar antes de
agir.
Questão 35
(PUC-MG) Leia o trecho abaixo, transcrito do NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO DA
LÍNGUA PORTUGUESA, e examine as frases a seguir.
macio. Adj.1. Suave ao tato; brando, suave: colchão macio. 2. Não íngreme; sem asperezas:
caminho macio. 3. Liso, plano: superfície macia
I. Essa madeira é muito macia para áreas com grande circulação.
II. Cristina comprou um tecido macio para fazer um belo vestido.
III. Depois da plástica, a pele de meu rosto ficou muito macia.
IV. Lixe bem a parede até que a superfície fique bem lisa.
V. Lençóis lisos são mais adequados à decoração de seu quarto.
De acordo com a definição do dicionarista, o adjetivo MACIO equivale, em alguns
contextos, ao adjetivo LISO. A esse respeito, é correto dizer que a equivalência de sentido
entre os dois adjetivos:
a) só é possível em I, III e IV
b) só é possível em II e V
c) só é possível em III
d) só é possível em I e IV
e) não é possível em nenhum dos períodos
Questão 36
(FMU) Leia o texto abaixo e, com base nele, responda a questão:
De repente, uma variante trágica.
Aproxima-se a seca.
O sertanejo adivinha-o e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o
flagelo.
Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo
candente que irradia do Ceará.
Buckle, em página notável, assinala a anomalia de se não afeiçoar nunca, o homem, às
calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o
peruano; e no Peru as crianças ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra.
Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua
vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a estóico. Apesar das
dolorosas tradições que conhece através de um sem-número de terríveis episódios, alimenta
a todo o transe esperanças de uma resistência impossível.
De "Os Sertões" Euclides da Cunha
Entretanto é conjunção adversativa. Começando o período sem a adversativa, com o
mesmo sentido, escreveríamos assim
a) O sertanejo não foge logo, embora adivinhe a seca
b) O sertanejo não foge logo, porque adivinha a seca
c) O sertanejo não foge logo, para quem adivinha a seca
d) O sertanejo não foge logo, quando adivinha a seca
e) O sertanejo não foge logo, se adivinhar a seca
Questão 37
(FMU) Leia o texto abaixo e, com base nele, responda a questão:
De repente, uma variante trágica.
Aproxima-se a seca.
O sertanejo adivinha-o e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o
flagelo.
Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo
candente que irradia do Ceará.
Buckle, em página notável, assinala a anomalia de se não afeiçoar nunca, o homem, às
calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o
peruano; e no Peru as crianças ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra.
Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua
vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a estóico. Apesar das
dolorosas tradições que conhece através de um sem-número de terríveis episódios, alimenta
a todo o transe esperanças de uma resistência impossível.
De "Os Sertões" Euclides da Cunha
"Enfrenta-a estóico", ou seja, o sertanejo enfrenta a seca
a) impassível
b) retesado
c) hirto
d) amedrontado
e) acovardado
Questão 38
(PUC-PR) O paciente Mororó
Podia ser roteiro de filme, uma versão nordestina para O paciente inglês, onde o aviador
sobrevive à queda. Mas, em maio de 1948, aquele foi um dia de cão para os passageiros de
um monomotor da Força Aérea Brasileira. No litoral sul do Ceará, em uma pequena vila de
pescadores, hoje descoberta pelos turistas, a Prainha, o T-6 caiu de nariz, derrubando pelo
caminho parte de um coqueiral.
O piloto Luís Mororó, 79 anos, e a rendeira Francisca Maria da Conceição, a Chica Boneca,
87, se encontram a cada 15 dias para relembrar. Há 51 anos a Segunda Guerra Mundial
havia terminado, mas a Aeronáutica ainda fazia treinos de bombardeio. Chica Boneca
costumava ficar no terreiro da casa simples, manipulando os bilros na almofada de fazer
renda enquando os aviões passavam em disparada. Mas, um dia, um deles veio baixo
demais, caindo como uma flecha.
Na cabine do piloto, Mororó queria mais que sobrevoar a região. Talvez funcionar como
cupido para um tenente, único passageiro, que tinha uma noiva nativa da Prainha. A
intenção era voar baixo pela praia e fazer, numa exibição particular, piruetas para a
namorada do amigo. Os dois não contavam, no entanto, com uma emergência. Um B-25,
um bombardeio bimotor, apareceu de repente, em sentido contrário. O T-6 de Mororó,
deixando uma asa pelo caminho, partiu-se e caiu no Japão, um bairro da Prainha.
(Ariadne Araújo, ISTOÉ, 24/11/1999, p. 74)
O verbo cair aparece no fim de cada um dos parágrafos, indicando respectivamente:
a) fato / fato / fato.
b) fato / fato / conseqüência.
c) conseqüência / conseqüência / fato.
d) fato / conseqüência / fato.
e) conseqüência / fato / conseqüência.
Questão 39
(PUC-PR) A arte extraviada de Santa Rosa seria a primeira a ganhar com a criação de um
museu de arte na capital. O artista nascido em 1909 na Paraíba e morto em 1956 durante
viagem à Índia foi famoso em meados do século quando sua pintura, seus desenhos e sua
cenografia chacoalharam os padrões vigentes.
(ISTOÉ, 15.12.99, p. 120)
Considere estas afirmações sobre o verbo chacoalhar:
I - Foi empregado com valor denotativo.
II - Foi empregado com valor conotativo.
III - Tem um grande efeito expressivo.
É verdadeira:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) I e III.
e) II e III.
Questão 40
(UFF) TEXTO
PERO VAZ CAMINHA
a descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
ANDRADE, Oswald. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1978. p. 80.
Sobre as palavras sublinhadas nos versos abaixo, assinale a afirmativa correta:
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas (v.18)
Que de nós as muito olharmos (v. 19)
Não tínhamos nenhuma vergonha (v. 20)
a) Seus sentidos são diferentes, mas têm a mesma classe gramatical.
b) Seus sentidos são distintos e suas classes gramaticais são diferentes.
c) Ambas têm o mesmo sentido, mas as classes gramaticais são diferentes.
d) Ambas têm o mesmo sentido e a mesma classe gramatical.
e) Tanto seus sentidos quanto suas classes gramaticais são correspondentes.
Questão 41
(UFF) No fragmento "...cometera a violência de arrancar de suas terras, sem que a sua
vontade fosse consultada,..." , o conectivo sublinhado estabelece a relação de:
a) causalidade
b) conclusão
c) condição
d) conseqüência
e) concessão
Questão 42
(PUC-RJ)
Texto
5
10
15
20
25
As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos
remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte,
filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de
Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua.
Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo elrei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.
- A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu
emprego único; Itaguaí é o meu universo.
Dito isto, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo
e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as
leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e
Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz
de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,
caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco,
admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão
Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com
facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos
e inteligentes. Se além dessas prendas, - únicas dignas da
preocupação de um sábio, - D. Evarista era mal composta
de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência
na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte,
não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da
30 ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três
anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez
um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores
árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas
às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconse35 lhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre
dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de
Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua
resistência, - explicável mas inqualificável, - devemos a total
extinção da dinastia dos Bacamartes.
Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as
40
mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo
e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos
desta lhe chamou especialmente a atenção, - o recanto
psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colô45 nia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante
matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão
Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de "louros
imarcescíveis", - expressão usada por ele mesmo, mas
50 em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era
modesto, segundo convém aos sabedores.
Machado de Assis. O alienista
São Paulo: Ática, 1982, pp. 9-10.
A oração reduzida no trecho "Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo elrei alcançar dele que ficasse em Coimbra..." (texto, l. 5-6) encontra melhor paráfrase em:
a) malgrado os esforços de el-rei para que ficasse em Coimbra.
b) ainda que não pudesse el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra.
c) mas não pôde el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra.
d) para que el-rei não pudesse convencê-lo a ficar em Coimbra.
e) já que el-rei tentou convencê-lo a ficar em Coimbra.
Questão 43
(PUC-RJ)
Texto
5
10
15
20
25
30
35
As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos
remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte,
filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de
Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua.
Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo elrei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.
- A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu
emprego único; Itaguaí é o meu universo.
Dito isto, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo
e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as
leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e
Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz
de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,
caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco,
admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão
Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com
facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos
e inteligentes. Se além dessas prendas, - únicas dignas da
preocupação de um sábio, - D. Evarista era mal composta
de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência
na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte,
não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da
ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três
anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez
um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores
árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas
às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre
dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de
Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua
resistência, - explicável mas inqualificável, - devemos a total
extinção da dinastia dos Bacamartes.
Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as
mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo
e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos
desta lhe chamou especialmente a atenção, - o recanto
psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colô45 nia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante
matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão
Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de "louros
imarcescíveis", - expressão usada por ele mesmo, mas
50 em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era
modesto, segundo convém aos sabedores.
Machado de Assis. O alienista
São Paulo: Ática, 1982, pp. 9-10.
40
Leia os seguintes trechos do texto:
• ...estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. (l. 21-c)
• Se além dessas prendas, [...] D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimálo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência
na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte. (l. 22-26)
Sem alteração das relações de sentido originais, as palavras destacadas podem ser
substituídas, respectivamente, por
a) portanto - visto que
b) entretanto - portanto
c) então - se bem que
d) por isso - não obstante
e) todavia - sendo que
Questão 44
(PUC-RJ)
Texto 3
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25
30
35
A Revista Ciência Hoje (volume 16, no. 94, set/out de
1993) promoveu e publicou um debate sobre a causa e a cura
das doenças mentais, do qual participaram profissionais
ligados à psicanálise, à psiquiatria e à psicofarmacologia.
Reproduzimos abaixo a resposta de alguns dos participantes à pergunta "Há cura para doenças mentais?"
Jurandir Freire (psicanalista): "A cura, entendida
como restabelecimento de um equilíbrio prévio, é uma definição médica, e isso não existe na psiquiatria. A pessoa pode
ter uma experiência psicopatológica e sair dela desejando
um equilíbrio diferente do que tinha antes. Normalmente, o
que entendo por cura? É a abolição dos sintomas que vêm
fazendo a pessoa sofrer e, em seguida, a identificação com
os próprios ideais, os propósitos de vida ou a busca de
equilíbrio e a satisfação efetiva. Nesse aspecto, há códigos
psíquicos que são mais complicados de se atingirem;
outros, pouco menos. A resposta é sempre singularizada.
Quanto à promessa do que podemos fazer, posso ser
taxativo. A gente melhora bastante o sofrimento das pessoas
que estão atingidas mentalmente. Com o arsenal que temos
em neuroclínica, no plano institucional-hospitalar, no atendimento individualizado, conseguimos muitas vezes favorecer
a pessoa".
Joel Birman (psicanalista): "Na psicanálise a cura é
problemática por causa dessa idéia de restauração do
estado anterior ao acontecimento. No estado de perturbação, o sujeito perde sua capacidade de produção de normas,
tanto biológicas quanto psíquicas. A função do tratamento
nas perturbações psíquicas é restaurar uma certa
plasticidade do sujeito, para que ele tenha novamente a
possibilidade de novas produções normativas. Tentamos
fazer com que ele se torne mais elástico, com maior capacidade de superação dos obstáculos que se impõem, tanto em
nível social quanto pessoal."
Marcio Versiani (psiquiatra): "A `cura', o restitutio ad
integrum, na medicina como um todo, apesar de todo o
progresso atual, ainda é rara. Isso é particularmente válido
para as doenças crônicas, e a maioria dos transtornos
40 mentais se enquadram nessa categoria. Contudo, se considerarmos que, até a década de 70, a maior parte dos transtornos mentais resultava em importantes graus de permanente
incapacitação - e isso não é mais verdade - , há motivo
para otimismo. Nas depressões e nas diferentes formas de
45 ansiedade, o avanço foi maior. Com o lítio e os
antidepressores, obtêm-se remissões em dois terços dos
casos. No terço restante, há graus variáveis de melhora. Na
esquizofrenia, o quadro, infelizmente, é mais sombrio diferentes níveis de melhora sim, mas raramente a recupe50 ração total. Essas `curas' ou graus de melhora significativos
têm sido obtidos graças à inserção da psiquiatria no modelo médico moderno. Resultados de pesquisa com números representativos de pacientes e metodologia adequada (escalas operacionais de avaliação, entrevistas, diagnós55 ticos computadorizados, métodos duplo-cego com controle
de placebo etc.) têm permitido e corroborado esses avanços
terapêuticos."
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado é um advérbio que marca claramente uma
opinião:
a) "...o sofrimento das pessoas que estão atingidas mentalmente." (texto 3, l. 19-20)
b) "...e sair dela desejando um equilíbrio diferente do que tinha antes (texto 3, l. 10-b)
c) "para que ele tenha novamente a possibilidade de novas produções normativas" (texto 3,
l. 30-31)
d) " Na esquizofrenia, o quadro, infelizmente, é mais sombrio..." (texto 3, l. 46-47)
e) "...há motivo para otimismo." (texto 3, l. 42-43)
Questão 45
(PUC-RS) TEXTO
INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.
Neste texto, algumas relações frasais não são explicitadas pelo uso de articuladores. Caso o
publicitário resolvesse utilizá-los, mantendo os sentidos do texto, as expressões mais
adequadas para anteceder "Para os brasileiros... " (segundo parágrafo) e "Na sua próxima
viagem..." (terceiro parágrafo) seriam, respectivamente, _________ e __________ .
a) Portanto – Porém
b) Porque – Assim
c) Entretanto – Portanto
d) Por isso – Além disso
e) Uma vez que – De modo que
Questão 46
(PUC-RS) O Estilo
Cruz e Sousa
"O estilo é o sol da escrita. Dá-lhe eterna palpitação, eterna vida. Cada palavra é como que
um tecido do organismo do período. No estilo há todas as gradações da luz, toda a escala
dos sons.
O escritor é psicólogo, é miniaturista, é pintor – gradua a luz, tonaliza, esbate e esfuminha
os longes da paisagem.
Toda a força e toda a profundidade do estilo está em saber apertar a frase no pulso, domála, não a deixar disparar pelos meandros da escrita.
O vocábulo pode ser música ou pode ser trovão, conforme o caso. A palavra tem a sua
autonomia; e é preciso uma rara percepção estética, uma nitidez visual, olfativa, palatal e
acústica, apuradíssima, para a exatidão da cor, da forma e para a sensação do som e do
sabor da palavra."
O texto expressa a visão de Cruz e Souza acerca da habilidade necessária ao escritor no que
se refere ao estilo. _______________, poema se sua autoria que abre a obra intitulada
____________, pode ser considerado um exemplo de tais idéias.
a) Acrobata da Dor
Missal
b) Vida Obscura
Broquéis
c) Sorriso Interior
Faróis
d) Violões que Choram
Missal
e) Antífona
Broquéis
Questão 47
(PUC-RS) O Estilo
Cruz e Sousa
"O estilo é o sol da escrita. Dá-lhe eterna palpitação, eterna vida. Cada palavra é como que
um tecido do organismo do período. No estilo há todas as gradações da luz, toda a escala
dos sons.
O escritor é psicólogo, é miniaturista, é pintor – gradua a luz, tonaliza, esbate e esfuminha
os longes da paisagem.
Toda a força e toda a profundidade do estilo está em saber apertar a frase no pulso, domála, não a deixar disparar pelos meandros da escrita.
O vocábulo pode ser música ou pode ser trovão, conforme o caso. A palavra tem a sua
autonomia; e é preciso uma rara percepção estética, uma nitidez visual, olfativa, palatal e
acústica, apuradíssima, para a exatidão da cor, da forma e para a sensação do som e do
sabor da palavra."
O trecho sublinhado no texto pode ser associado à possibilidade de ___________________,
própria da estética _____________.
a) impessoalidade do artista
parnasiana
b) psicologização dos temas
realista
c) controle das sensações
simbolista
d) manifestação dos sentidos
parnasiana
e) reinvenção da linguagem
simbolista
Questão 48
(PUC-RS) As Três Irmãs do Poeta"É noite! As sombras correm nebulosas.Vão três pálidas
virgens silenciosasAtravés da procela irriquieta.Vão três pálidas virgens ... vão
sombriasRindo colar num beijo as bocas frias...Na fronte cismadora do – Poeta –‘Saúde,
irmão! Eu sou a Indiferença.Sou eu quem te sepulta a idéia imensa,Quem no teu nome a
escuridão projeta...Fui eu que te vesti do meu sudário...,Que vais fazer tão triste e
solitário?...’– ‘Eu lutarei’ – responde-lhe o Poeta.‘Saúde, meu irmão! Eu sou a Fome.Sou
eu quem o teu negro pão consome...O teu mísero pão, mísero atleta!Hoje, amanhã, depois...
depois (qu’importa?)Virei sempre sentar-me à tua porta...’– ‘Eu sofrerei’ – responde-lhe o
Poeta. ‘Saúde, meu irmão! Eu sou a Morte.Suspende em meio o hino augusto e forte.Volve
ao nada! Não sentes neste enleioTeu cântico gelar-se no meu seio?!’– ‘Eu cantarei no céu’–
diz-lhe o Poeta!"
O texto pode ser vinculado a uma tendência de expressão poética denominada
a) subjetivismo.
b) ufanismo.
c) nacionalismo.
d) futurismo.
e) condoreirismo.
Questão 49
(UFPE)
DESCOBERTA DA LITERATURA
No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/
cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./
E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/
para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./
Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/
ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/
com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./
Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/
em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/
e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/
a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/
que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/
e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/
receava que confundissem/ o de perto com o distante,/
o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/
e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/
ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./
(...)
João Cabral de Melo Neto
Tomando ainda como referência o texto, relacione a 2a coluna de acordo com a 1a,
identificando os sinônimos:
1ª COLUNA
2ª COLUNA
(1) peripécias
( ) Surpresa
(2) mirabolante
( ) Fantástico
(3) dia-a-dia
( ) Cotidiano
(4) imantar
( ) Acrobacias
(5) espanto
( ) atrair
A ordem correta é:
a) 5, 2, 3, 1, 4
b) 2, 4, 5, 3, 1
c) 3, 1, 4, 5,
d) 2, 1, 3, 4, 5
e) 1, 2, 3, 4, 5
Questão 50
(UFPE) "Em qualquer projeto de desenvolvimento econômico,
social e humano é fundamental (1) que seja entendido
(2)que a criança é o membro da sociedade mais vulnerável
(3)às carências, podendo sofrer seqüelas (4)irreversíveis
com enorme custo social e humano."
(Vida Melhor, nov./96)
Analisando as palavras "vulnerável", "seqüelas" e "irreversíveis", todas do texto, podemos
afirmar que seus significados mais aproximados são, respectivamente:
a) Preocupado, danos, incomparáveis
b) Passível, doenças, irrefutáveis
c) Suscetível, conseqüências, irremediáveis
d) Atacado, problemas, irredutíveis
e) Cabível, sanções, inevitáveis
Questão 51
(UFPB)
À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita paciência, conseguiu o
compadre que o menino freqüentasse a escola durante dois anos e que aprendesse a ler
muito mal e escrever ainda pior. Em todo este tempo não se passou um só dia em que ele
não levasse uma remessa maior ou menor de bolos; e apesar da fama que gozava o seu
pedagogo de muito cruel e injusto, é preciso confessar que poucas vezes o fora para com
ele: o menino tinha a bossa da desenvoltura, e isto, junto com as vontades que lhe fazia o
padrinho, dava em resultado a mais refinada má-criação que se pode imaginar. Achava ele
um prazer suavíssimo em desobedecer a tudo quanto se lhe ordenava; se se queria que
estivesse sério, desatava a rir como um perdido com o maior gosto do mundo; se se queria
que estivesse quieto, parece que uma mola oculta o impelia e fazia com que desse uma
idéia pouco mais ou menos aproximada do moto-contínuo. Nunca uma pasta, um tinteiro,
uma lousa lhe durou mais de 15 dias: era tido na escola pelo mais refinado velhaco; vendia
aos colegas tudo que podia ter algum valor, fosse seu ou alheio, contanto que lhe caísse nas
mãos: um lápis, uma pena, um registo, tudo lhe fazia conta; o dinheiro que apurava
empregava sempre do pior modo que podia. Logo no fim dos primeiros cinco dias de escola
declarou ao padrinho que já sabia as ruas, e não precisava mais de que ele o acompanhasse;
no primeiro dia em que o padrinho anuiu a que ele fosse sozinho fez uma tremenda gazeta;
tomou depois gosto a esse hábito, e em pouco tempo adquiriu entre os companheiros o
apelido de gazeta-mor da escola, o que também queria dizer apanha-bolos-mor. Um dos
principais pontos em que ele passava alegremente as manhãs e tardes em que fugia à escola
era a igreja da Sé. O leitor compreende bem que isto não era de modo algum inclinação
religiosa; na Sé à missa, e mesmo fora disso, reunia-se gente, sobretudo mulheres de
mantilha, de quem tomara particular zanguinha por causa da semelhança com a madrinha
(...).
Este uso da mantilha era um arremedo do uso espanhol; porém a mantilha espanhola, temos
ouvido dizer, é uma coisa poética que reveste as mulheres de um certo mistério, e que lhes
realça a beleza; a mantilha das nossas mulheres, não; era a coisa mais prosaica que se pode
imaginar, especialmente quando as que as traziam eram baixas e gordas como a comadre. A
mais brilhante festa religiosa (que eram as mais freqüentadas então) tomava um aspecto
lúgubre logo que a igreja se enchia daqueles vultos negros, que se uniam uns aos outros,
que
se inclinavam cochichando a cada momento.
Mas a mantilha era o traje mais conveniente aos costumes da época; sendo as ações dos
outros o principal cuidado de quase todos, era muito necessário ver sem ser visto. A
mantilha para as mulheres estava na razão das rótulas para as casas; eram o observatório da
vida alheia.
(ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um Sargento de Milícias. 16. ed., São
Paulo: Ática, 1989, p. 26-41).
Segundo o narrador, o uso da mantilha era típico das mulheres do início do século, no Rio
de Janeiro. Entre os traços de comportamento associados a tal uso, destacavam-se
a) a imitação, a simplicidade e o bom gosto.
b) a piedade, a vulgaridade e a simplicidade.
c) a imitação, a tristeza e a sinceridade religiosa.
d) a imitação, a vulgaridade e a curiosidade.
e) a originalidade, a tristeza e a curiosidade.
Questão 52
(UFPB) A partir dos seguintes fragmentos da poesia de Castro Alves:
I."E eu sei que vou morrer... dentro em meu peito
Um mal terrível me devora a vida:
(...) Sou o cipreste, qu’ inda mesmo flórido,
Sombra da morte no ramal encerra!"
(Mocidade e morte)
II."Não! Não eram dois povos que abalavam
Naquele instante o solo ensangüentado...
Era o porvir – em frente do passado,
A Liberdade – em frente à Escravidão..."
(Ode ao dois de julho)
É correto afirmar-se:
a) Fiel ao ideário da terceira geração romântica, da qual fez parte, o poeta rejeitou as
imagens e a temática referentes ao mal-do-século.
b) Impregnado de tristeza e pessimismo, o poeta desprezou os ideais coletivos e se
concentrou em sua problemática pessoal.
c) O poeta equilibrou a dimensão pessoal com a dimensão coletiva, ilustrando, através
desse procedimento, o comportamento característico da segunda geração romântica.
d) Embora cantando as aspirações coletivas, ligadas à afirmação da nacionalidade, o poeta
também cultivou a morbidez própria da segunda geração.
e) A obsessão com o amor impossível e com a idéia da morte, predominante em seus textos,
diminuiu no poeta a contundência e a amplitude do seu protesto social.
Questão 53
(UFPA) Os versos do poeta Castro Alves ( nascido há 150 anos), que tão bem
exemplificam "a procura de novas situações" que conduzem os românticos "às terras
distantes ... paisagens orientais", encontram-se na alternativa:
a) "Hoje em meu sangue a América se nutre / Condor que transformara-se em abutre, / Ave
da escravidão,"
b) "Quem és tu? Quem és tu? - És minha sorte! / És talvez o ideal que est’alma espera! / És
a glória talvez! Talvez a morte!..."
c) "Túmido o lábio, onde o saltério gira... / Ó musa de Israel! Pega da lira... / Canta os
martírios de teu povo errante!"
d) "Presa nos elos de uma só cadeia, / A multidão faminta cambaleia, / E chora e dança
ali!"
e) "Olhos vivos, tão vivos, como espelhos, / Mas como eles, também sem chama alguma;"
Questão 54
(UFPA)
"Ó Formas alvas, brancas. Formas claras
de luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras..."
(Cruz e Sousa).
Afirma-se que Simbolismo é um estilo de época que representa o período de transição entre
o mundo tradicional e a modernidade literária. Trata-se da novidade em termos de poesia.
Considerando o quarteto, acima transcrito, a novidade que pode ser assinalada nos versos
de Cruz e Sousa, enquanto representante do Simbolismo brasileiro, é a
a) referência a elementos ligados à religiosidade cristã
b) preocupação com as emoções pessoais
c) disposição em embelezar a realidade desagradável
d) oposição entre a realidade secular e a vida religiosa
e) utilização do valor sugestivo das palavras
Questão 55
(UFMG) Já não basta ficarem mexendo toda hora no valor e no nome do dinheiro? Nos
juros, no crédito, nas alíquotas de importação, no câmbio, na Ufir e nas regras do imposto
de renda? Já não basta mudarem as formas da Lua, as marés, a direção dos ventos e o mapa
da Europa? E as regras das campanhas eleitorais, o ministério, o comprimento das saias, a
largura das gravatas? Não basta os deputados mudarem de partido, homens virarem mulher,
mulheres virarem homem e os economistas virarem lobisomem, quando saem do Banco
Central e ingressam na banca privada?
Já não basta os prefeitos, como imperadores romanos, tentarem mudar o nome de avenidas
cruciais, como a Vieira Souto, no Rio de Janeiro, ou se lançarem à aventura maluca de
destruir largos pedaços da cidade para rasgar avenidas, como em São Paulo? Já não basta
mudarem toda hora as teorias sobre o que engorda e o que emagrece? Não basta mudarem a
capital federal, o número de estados, o número de municípios e até o nome do país, que já
foi Estados Unidos do Brasil e depois virou República Federativa do Brasil?
Não, não basta. Lá vêm eles de novo, querendo mudar as regras de escrever o idioma.
"Minha pátria é a língua portuguesa", escreveu Fernando Pessoa pela pena de um de seus
heterônimos, Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego. Desassossegados estamos.
Querem mexer na pátria. Quando mexem no modo de escrever o idioma, põem a mão num
espaço íntimo e sagrado como a terra de onde se vem, o clima a que se acostumou, o pão
que se come.
Aprovou-se recentemente no Senado mais uma reforma ortográfica da Língua Portuguesa.
É a terceira nos últimos 52 anos, depois das de 1943 e 1971- muita reforma, para pouco
tempo. Uma pessoa hoje com 60 anos aprendeu a escrever "idéa", depois, em 1943, mudou
para "idéia", ficou feliz em 1971 porque "idéia" passou incólume, mas agora vai escrever
"ideia", sem acento.
Reformas ortográficas são quase sempre um exercício vão, por dois motivos. Primeiro,
porque tentam banhar de lógica o que, por natureza, possui extensas zonas infensas à
lógica, como é o caso de um idioma. Escreve-se "Egito", e não "Egipto", mas "egípcio", e
não "egício", e daí? Escreve-se "muito", mas em geral se fala "muinto". Segundo, porque,
quando as reformas se regem pela obsessão de fazer coincidir a fala com a escrita, como é o
caso das reformas da Língua Portuguesa, estão correndo atrás do inalcançável. A pronúncia
muda no tempo e no espaço. A flor que já foi "azálea" está virando "azaléa" e não se pode
dizer que esteja errado o que todo o povo vem consagrando. "Poder" se pronuncia "poder"
no Sul do Brasil e "puder" no Brasil do Nordeste. Querer que a grafia coincida sempre com
a pronúncia é como correr atrás do arco-íris, e a comparação não é fortuita, pois uma língua
é uma coisa bela, mutável e misteriosa como um arco-íris.
Acresce que a atual reforma, além de vã, é frívola. Sua justificativa é unificar as grafias do
Português do Brasil e de Portugal. Ora, no meio do caminho percebeu-se que seria uma
violência fazer um português escrever "fato" quando fala "facto", ou "recepção" quando
fala "receção", da mesma forma como seria cruel fazer um brasileiro escrever "facto" ou
"receção" (que ele só conhece, e bem, com dois ss, no sentido de inferno astral da
economia). Deixou-se, então, que cada um continuasse a escrever como está acostumado,
no que se fez bem, mas, se a reforma era para unificar e não unifica, para que então fazê-la?
Unifica um pouco, responderão os defensores da reforma. Mas, se é só um pouco, o que
adianta? Aliás, para que unificar? O último argumento dos propugnadores da reforma é
que, afinal, ela é pequena - mexe com a grafia de 600, entre as cerca de 110.000 palavras da
Língua Portuguesa, ou apenas 0,54% do total. Se é tão pequena, volta a pergunta: para que
fazê-la?
Fala-se que a reforma simplifica o idioma e, assim, torna mais fácil seu ensino. Engano. A
representação escrita da língua é um bem que percorre as gerações, passando de uma à
outra, e será tão mais bem transmitida quanto mais estável for, ou, pelo menos, quanto
menos interferências arbitrárias sofrer. Não se mexa assim na língua. O preço disso é
banalizá-la como já fizeram com a moeda, no Brasil.
Roberto Pompeu de Toledo - Veja, 24.05.95.
Texto adaptado pela equipe de Língua Portuguesa da
COPEVE/UFMG.
Desassossegados estamos. Querem mexer na pátria.
Assinale a alternativa que contém a RELAÇÃO implícita entre essas orações.
a) Oposição
b) Finalidade
c) Temporalidade
d) Causalidade
Questão 56
(PUC-RS)
01Todo mundo tem (ou conhece
02alguém que tem) um Tamagotchi. O
03animal de estimação eletrônico virou
04mania. Habitante de um miniaparelho,
05misto de chaveiro e computador, o bicho é
06na verdade um ser inexistente. Só o que
07 se tem dele são sinais: de fome, sono,
08carência afetiva. Apertando botõezinhos, é
09possível saciar-lhe as necessidades e os
10 desejos. Na tela minúscula, surge então
11um sorriso, indicando que o mascote está
12 feliz. O dono, sempre uma criança (de
13qualquer idade), sente-se grandioso,
14provedor de carinho e cuidado. Pensa que
15 cuida do bicho – mas é o bicho quem
16cuida dele (e de suas ansiedades).
17O novo brinquedo é a síntese da
18 nossa era, que é mediada e ordenada por
19 telas luminosas. Não apenas a microtela
20do bichinho, mas a tela do computador, do
21painel eletrônico do automóvel, das linhas
22verdes de monitoramento cardíaco. Tudo
23 se organiza como um complexo indivisível,
24um Tamagotchi planetário. O caixa
25 eletrônico avisa que a conta está no
26vermelho: é preciso um depósito para que ela
27fique contente. A televisão não pára
28de insistir: é Dia dos Pais, ai de quem se
29esquecer do presente. A tela do telefone
30celular dá conta de que a pilha está fraca.
31No monitor do micro, pisca a mensagem
32não lida.
33Do outro lado das telas que
34 comandam o dia-a-dia de qualquer um,
35outros milhões de uns quaisquer. Um
36parente, um chefe, um amigo, um cliente,
37um desconhecido... a(s) namorada(s).
38Todos virtualizados. Além das contas a
39pagar e dos recados inúteis, também as
40demandas emocionais navegam pela teia
41 eletrônica. E a isto se reduz o
42relacionamento humano: a uma troca de
43estímulos digitalizados e respostas idem.
(Adaptado de: BUCCI, Eugênio. Veja, 13 de agosto de 1997, p.16.)
Considerando o emprego que as expressões destacadas têm no texto, a única substituição
correta é a da alternativa
a) "de fome, sono, carência afetiva" (linhas 07 e 08) por " de fome, sono e carente de
afeto" .
b) "saciar-lhe as necessidades" (linha 09) por "saciar as suas necessidades".
c) "mas a tela" (linha 20) por "todavia a tela".
d) "não pára de insistir" (linhas 27 e 28) por "não pára de insistência".
e) "ai de quem se esquecer do presente" (linhas 28 e 29) por "ai de quem se esquecer o
presente".
Questão 57
(PUC-RS)
01Todo mundo tem (ou conhece
02alguém que tem) um Tamagotchi. O
03animal de estimação eletrônico virou
04mania. Habitante de um miniaparelho,
05misto de chaveiro e computador, o bicho é
06na verdade um ser inexistente. Só o que
07 se tem dele são sinais: de fome, sono,
08carência afetiva. Apertando botõezinhos, é
09possível saciar-lhe as necessidades e os
10 desejos. Na tela minúscula, surge então
11um sorriso, indicando que o mascote está
12 feliz. O dono, sempre uma criança (de
13qualquer idade), sente-se grandioso,
14provedor de carinho e cuidado. Pensa que
15 cuida do bicho – mas é o bicho quem
16cuida dele (e de suas ansiedades).
17O novo brinquedo é a síntese da
18 nossa era, que é mediada e ordenada por
19 telas luminosas. Não apenas a microtela
20do bichinho, mas a tela do computador, do
21painel eletrônico do automóvel, das linhas
22verdes de monitoramento cardíaco. Tudo
23 se organiza como um complexo indivisível,
24um Tamagotchi planetário. O caixa
25 eletrônico avisa que a conta está no
26vermelho: é preciso um depósito para que ela
27fique contente. A televisão não pára
28de insistir: é Dia dos Pais, ai de quem se
29esquecer do presente. A tela do telefone
30celular dá conta de que a pilha está fraca.
31No monitor do micro, pisca a mensagem
32não lida.
33Do outro lado das telas que
34 comandam o dia-a-dia de qualquer um,
35outros milhões de uns quaisquer. Um
36parente, um chefe, um amigo, um cliente,
37um desconhecido... a(s) namorada(s).
38Todos virtualizados. Além das contas a
39pagar e dos recados inúteis, também as
40demandas emocionais navegam pela teia
41 eletrônica. E a isto se reduz o
42relacionamento humano: a uma troca de
43estímulos digitalizados e respostas idem.
(Adaptado de: BUCCI, Eugênio. Veja, 13 de agosto de 1997, p.16.)
A palavra "como" (linha 23) tem sentido equivalente no texto e na frase
a) O Tamagotchi é como uma criança: exige atenção permanente.
b) Muitas pessoas inteligentes não sabem nem como ligar um computador.
c) À noite, como os bancos estão fechados, formam-se filas nos caixas eletrônicos.
d) Não há como afastar os adolescentes dos jogos eletrônicos.
e) Para o correto funcionamento deste aparelho, é preciso montá-lo como indicam as
instruções do manual.
Questão 58
(PUC-RS) "Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da
carnaúba;
[...]
Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro
manso resvale à flor das águas."
A narrativa apresenta o conflito entre:
a) as tribos tabajara e potiguara.
b) um índio e a família Mariz.
c) alguns sertanejos cearenses e um conquistador italiano.
d) as populações periféricas e os habitantes do centro do país.
e) os nativos e os conquistadores imperiais.
Questão 59
(PUC-RS) "No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.
São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!"
O ________ é uma tendência na literatura brasileira que reafirma o chamado sentimento
nacionalista. As estrofes pertencem a um dos poemas mais representativos dessa tendência,
que é __________, de ____________ .
a) ufanismo / "Marabá"/ Gonçalves Dias
b) niilismo / "Crepúsculo nas Montanhas / Ä lvares de Azevedo
c) indianismo / "O Livro e a América / Castro Alves
d) ufanismo / "d’Äfrica" / Castro Alves
e) indianismo / "I-Juca Pirama" / Gonçalves Dias
Questão 60
(PUC-RS) "No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.
São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!"
Entre as afirmativas sobre o poema em questão, assinale a única incorreta.
a) Apresenta dez partes, organizadas em forma de composição épico-dramática.
b) Documenta a substituição de heróis gregos por índios brasileiros.
c) Narra o drama vivido por um descendente da tribo tupi.
d) Mescla o presente com o passado.
e) Mostra o canto de morte de um índio solto pelo chefe timbira.
Questão 61
(PUC-RS) "[...] Ora, suponha que chega um navio carregado de africanos e deriva em uma
dessas praias, e que o capitão vai dar disso parte ao juiz do lugar. O que há de este fazer, se
for homem cordato e de juízo? Responder de modo seguinte: Sim senhor, Sr. Capitão, pode
contar com a minha proteção, contando que V.Sa. ... Não sei se me entende?"
A transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, foi decisiva para o incremento
de manifestações culturais como o teatro. O texto lido foi extraído da peça Os Dois Ou O
Inglês Maquinista, de ___________, que adotou __________ como gênero teatral possível
de ser adaptado às circunstâncias históricas brasileiras do século XIX.
a) José de Alencar / a comédia de costumes
b) Castro Alves / a sátira nacionalista
c) José de Alencar / o drama familiar
d) Martins Pena / a comédia de costumes
e) Martins Pena / o drama familiar
Questão 62
(UFPB) Considere as estrofes abaixo, de Cruz e Sousa:
"Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
(...) Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério aflito,
torturante, formidável...
ah! tristeza do Infinito!"
NÃO se percebe, nessas estrofes, o(a)
a) uso de termos genéricos, mediante os quais o eu lírico busca apreender um sentimento
misterioso.
b) sucessão de vocábulos qualificativos, na busca de exprimir uma sensação indefinível.
c) referência a impressões contraditórias para traduzir uma inquietação de fundo religioso
ou filosófico.
d) apelo à sinestesia para a representação concreta de um desconforto sobretudo físico.
e) desespero existencial, expresso em versos heptassilábicos, ante a nostalgia do absoluto.
Questão 63
(UFPB) No fragmento: "Nada mais cruel do que a cronicidade de certas formas de
tuberculose.", os termos sublinhados expressam uma comparação. Esta idéia também está
presente em
a) Vendo os doentes na janela, a mulher do riso desdentado deu adeus como na véspera.
b) Os doentes do Sanatorinho portavam-se como desejava o Simão, intimidando-se.
c) Como a fulana nada prometera, Simão desesperava-se com a enfermidade.
d) Simão não sabia como suportar o desejo incoercível que lhe despertara a estranha
criatura.
e) "Mas o Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, sem ódio, quase com ternura, ‘
matei um ’ ."
Questão 64
(UFPB) Considere o uso do verbo haver no seguinte trecho: "Havia uma tosse da
madrugada e uma tosse da noite."
Esse verbo tem o mesmo sentido em
a) Diante das palavras do médico, Simão houve-se com discrição.
b) No Sanatorinho, houve doentes que puderam subir ao alto do morro.
c) Simão tinha de se haver com os outros doentes do Sanatorinho.
d) "Eu conheci vários que haviam completado, lá na montanha, um quarto de século."
e) Naquela manhã, o médico houve por bem avisá-los da enfermidade da mulher.
Questão 65
(UFPE) Leia os fragmentos abaixo:
1) Missa sem tambor: afastamento de bispo negro em Salvador acirra a polêmica sobre o
sincretismo na Bahia.
2) Na televisão, há um abismo entre ficção e realidade: o tabagismo no folhetim das 8 é um
hábito quase erradicado.
Nesses fragmentos, os vocábulos grifados, quanto ao significado, correspondem,
respectivamente a:
a) remata, controvérsia, ecletismo, ignorado.
b) incita, discussão, ecletismo, generalizado.
c) estimula, controvérsia, mistura de doutrinas ou concepções heterogêneas, extirpado.
d) harmoniza, questão, ecletismo, destruído.
e) fortalece, discussão, ecletismo, inusitado.
Questão 66
(UFPE) Observe:
1) A mochila ideal: o modelo que seu filho insistiu em ganhar pode não ser o indicado.
Veja porquê.
2) Saiba porque somos a maior empresa de mudanças do Brasil.
3) Por que 40% dos passageiros têm pavor de voar?
4) A clonagem de árvores faz a produção aumentar, porque as mudas mantêm as
características da planta doadora.
5) É fácil entender o porquê da estreita relação entre o destino das línguas e o destino das
culturas.
As expressões destacadas estão corretamente usadas em:
a) 3 e 4 apenas
b) 1,2,3,4 e 5
c) 3,4, e 5 apenas
d) 1, 4 e 5 apenas
e) 2,3 e 4 apenas
Questão 67
(UFPE) "Ah! plangentes violões dormentes, mornos
Soluços ao luar, choros ao vento
tristes perfis, os mais vagos contornos
Bocas murmurejantes de lamento."
Cruz e Souza
Qual a característica da poesia simbolista que NÃO está presente nos versos acima?
a) Misticismo e religiosidade
b) Imaginação estimulada por elementos sensoriais
c) Comparação entre poesia e música
d) Subjetividade de emoção e desentendimentos
e) Uso freqüente das figuras de linguagem
Questão 68
(UFPE) Retomando o verso de Drummond ("Se sabias que eu não era Deus"), vemos que
ele expressa uma condição.
Assinale abaixo a única alternativa que NÃO repete a circunstância da condição:
a) "Se, em presença da morte, choraste,
Tu, covarde, meu filho não és!"
(Gonçalves Dias)
b) "A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos."
(Carlos Drummond de Andrade)
c) "Não saberia dizer se as veredas são férteis."
(Guimarães Rosas)
d) "Caso as praças e ruas do Recife, enfim, explicassem para que tinham sido feitas,
carnaval seria a resposta."
(Clarice Lispector)
e) "Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós."
(Gilberto Gil)
Questão 69
(PUC-MG) Examine os dois verbetes abaixo, transcritos do Dicionário de sinônimos e
antônimos da língua portuguesa (1989), de Francisco Fernandes. Em seguida, assinale a
alternativa que NÃO possibilita o uso alternado das duas formas - esperto e experto.
"ESPERTO"
Sin. Acordado, desperto. Inteligente, fino, agudo, ativo, enérgico; experimentado, versado,
entendido, sabido, atilado. Vivo, estimulado, espevitado: Lume esperto (Séguier). Velhaco,
manhoso, astuto, finório, espertalhão. Ant. - Indolente, simplório."
"EXPERTO"
Sin. Sabedor, perito, experimentado, versado, entendido."
a) Ele é experto quando se trata de matemática.
b) Ele é um rapaz inteligente e esperto.
c) Nada lhe passa despercebido, pois é um bebê muito esperto.
d) Os detetives só foram enganados porque não eram expertos.
e) Cada vez mais, o mercado de trabalho é dos espertos.
Questão 70
(PUC-MG) Em todas as alternativas, o problema de ambigüidade que a 1ª sentença
apresentava foi satisfatoriamente eliminado, quando de sua reestruturação, EXCETO:
a) A repórter deixou a cidade alarmada.
A repórter saiu da cidade alarmada.
b) O balconista atendeu o cliente nervoso.
O cliente nervoso foi atendido pelo balconista.
c) Vi o rapaz com o binóculo.
Através do binóculo, vi o rapaz.
d) Encontrei um velho conhecido.
Encontrei um antigo conhecido.
e) Homens e mulheres jovens eram vistos da janela.
Mulheres jovens e homens eram vistos da janela.
Questão 71
(PUC-MG) Assinale a alternativa em que a mudança de posição do termo sublinhado não
implique a possibilidade de mudança de sentido do enunciado.
a) Belo Horizonte já foi uma linda cidade.
Belo Horizonte já foi uma cidade linda.
b) Filho meu não irá para o exército.
Meu filho não irá para o exército.
c) Meu carro novo é maior.
Meu novo carro é maior.
d) Por algum dinheiro ele seria capaz de vender a casa.
Por dinheiro algum ele seria capaz de vender a casa.
e) Com uma simples dose do medicamento ficou curada.
Com uma dose simples do medicamento ficou curada.
Questão 72
(PUC-MG) Examine os dois verbetes abaixo, transcritos do Dicionário de sinônimos e
antônimos da língua portuguesa (1989), de Francisco Fernandes. Em seguida, assinale a
alternativa que possibilita o uso alternado das duas formas - espirar e expirar.
"ESPIRAR Sin. respirar, exalar: Flores que espiram delicioso aroma. Soprar."
"EXPIRAR Sin. Respirar, exalar, bafejar, espirar: O hálito de paz que tudo aí expirava
(Herculano). Morrer, falecer, acabar. Terminar, finalizar, findar: O prazo ainda não
expirou. Extinguir-se, desfazer-se, dissipar-se: Expirou seu prestígio, sua fama. Ant. Inspirar."
a) Quando expirará o prazo para o pagamento?
b) Minha preocupação parece jamais expirar.
c) O mandato do presidente expira na próxima semana.
d) O paciente deu um gemido e expirou.
e) Expirou a herança que o pai lhe deixara.
Questão 73
(PUC-MG)
"Oh! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!"
Todas as alternativas apresentam características românticas do texto, EXCETO:
a) o eu-lírico foge da realidade presente para um passado idealizado.
b) o eu-poético expressa suas emoções.
c) o autor dissocia os aspectos formais dos emocionais.
d) a voz poética revela-se saudosista.
e) o autor apresenta elementos de brasilidade.
Questão 74
(PUC-MG)
"Oh! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!"
Assinale o dado lingüístico que liga o trecho ao estilo romântico.
a) pontuação expressiva.
b) predominância de adjetivos.
c) elementos sofisticados para cenário.
d) verbos para exaltação do tempo presente.
e) pronomes possessivos garantem o egocentrismo.
Questão 75
(PUC-MG)
"Cidade de Ironia e da Beleza,
Fica na dobra azul de um golfo pensativo,
Entre cintas de praias cristalinas,
Rasgando iluminuras de colinas,
Com a graça ornamental de um cromo vivo."
trecho em destaque pertence ao estilo de época:
a) Barroco, porque mostra a cidade antiteticamente.
b) Arcadismo, porque apresenta idéias de rejeição ao que é urbano.
c) Romantismo, porque a visão apresentada é negativa.
d) Simbolismo, porque sugere impressões através dos sentidos.
e) Modernismo, porque prenuncia mudanças radicais de estilo.
Questão 76
(UFF) TEXTO I
O "brasil" com b minúsculo é apenas um
objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação
interior, pedaço de coisa que morre e não tem a
menor condição de se reproduzir como sistema;
como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do
século XIX, que viam na terra - um pedaço perdido de
Portugal e da Europa - um conjunto doentio e
condenado de raças que, misturando-se ao sabor
de uma natureza exuberante e de um clima tropical,
estariam fadadas à degeneração e à morte
biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B
maiúsculo é algo muito mais complexo. É país,
cultura, local geográfico, fronteira e território
reconhecidos internacionalmente, e também casa,
pedaço de chão calçado com o calor de nossos
corpos, lar, memória e consciência de um lugar
com o qual se tem uma ligação especial, única,
totalmente sagrada. É igualmente um tempo
singular cujos eventos são exclusivamente seus, e
também temporalidade que pode ser acelerada na
festa do carnaval; que pode ser detida na morte e
na memória e que pode ser trazida de volta na boa
recordação da saudade. Tempo e temporalidade de
ritmos localizados e, assim, insubstituíveis.
Sociedade onde pessoas seguem certos valores e
julgam as ações humanas dentro de um padrão
somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas
de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e
consciência: algo que se soma e se alarga para o
futuro e para o passado, num movimento próprio
que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte
conhecido e parte misterioso, como um grande e
poderoso espírito. Como um Deus que está em
todos os lugares e em nenhum, mas que também
precisa dos homens para que possa se saber
superior e onipotente. Onde quer que haja um
brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no
entanto - tal como acontece com as divindades será preciso produzir e provocar a sua
manifestação para que se possa sentir sua
concretude e seu poder. Caso contrário, sua
presença é tão inefável como a do ar que se respira
e dela não se teria consciência a não ser pela
comparação, pelo contraste e pela percepção de
algumas de suas manifestações mais contundentes.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?
Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-12
Assinale a opção que não apresenta relações de comparação, que estejam lingüisticamente
marcadas por conectivos comparativos:
a) "Como um Deus que está em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa
dos homens para que possa se saber superior e onipotente." (linhas 33-36)
b) "É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também
temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval" (linhas 18-21)
c) "Aqui, o Brasil é um ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso
espírito." (linhas 31-d)
d) "Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto – tal
como acontece com as divindades – será preciso produzir e provocar a sua manifestação
para que se possa sentir sua concretude e seu poder." (linhas 36-41)
e) "Caso contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se
teria consciência a não ser pela comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas de
suas manifestações mais contundentes." (linhas 41-45)
Questão 77
(UFF) TEXTO III
PAIVA, Miguel & SCHWARCZ, Lilia.
Da colônia ao Império. Um Brasil para inglês ver....
São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 11
Miguel Paiva e Lilia Moritz Schwarcz retomam, de forma crítica, o processo de
colonização do Brasil.
O verso em que o personagem do texto III faz referência ao famoso poema de Gonçalves
Dias é:
a) "Tem palmeiras, sabiás"
b) "Ai Jesus que beleza nessa terra tudo dá!"
c) "Ouro muito ouro e produtos tropicais"
d) "Mulatas à vontade, ai Jesus que perdição"
e) "Vou viver de exportação"
Questão 78
(UFRRJ) TEXTO
Os Sertões
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento
completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao
entardecer, quando caíram, os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro
apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam
raivosamente cinco mil soldados.
Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem poderíamos fazê-lo.
Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la
vacilante e sem brilhos.
Vimos como quem vinga uma montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior,
a vertigem…
Ademais não desafiaria a incredulidade do futuro a narrativa de pormenores em que se
amostrassem mulheres precipitando-se nas fogueiras dos próprios lares, abraçadas aos
filhos pequeninos?…
E de que modo comentaríamos, com a só fragilidade da palavra humana, o fato singular de
não aparecerem mais, desde a manhã de 3, os prisioneiros válidos colhidos na véspera, e
entre eles aquele Antônio Beatinho que se nos entregara, confiante - e a quem devemos
preciosos esclarecimentos sobre esta fase obscura da nossa História?
Caiu o arraial a 5. No dia 6 acabaram de o destruir desmanchando-lhe as casas, 5200,
cuidadosamente contadas.
(In: CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo. Cultrix / INL, 1975.p.393. 2a ed.)
Vocabulário
Forrar-se - esquivar-se; livrar-se.Vingar - atingir; galgar; alcançar a.
A oração "que todos morreram" (l. 3), em relação às idéias do texto, expressa
a) conclusão.
b) concessão.
c) explicação.
d) restrição.
e) inclusão.
Questão 79
(UFRRJ) TEXTO
01 Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar
antes de vir
02 para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo.
03 "Lá estão eles", disse comigo.
04 Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o
outro.
05 Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à
esquerda, tinha
06 os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei
parado alguns
07 segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na
atitude uma
08 expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que me pareceu. Queriam ser
risonhos e mal se
09 podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.
ASSIS, Machado. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de Janeiro, Aguilar,
1989.
Em "Consolava-os a saudade de si mesmos."( l. 9), o autor está empregando a linguagem
a) denotativa.
b) coloquial.
c) conotativa.
d) paradoxal.
e) sinestésica.
Questão 80
(UFRRJ) TEXTO
01 Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar
antes de vir
02 para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo.
03 "Lá estão eles", disse comigo.
04 Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o
outro.
05 Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à
esquerda, tinha
06 os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei
parado alguns
07 segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na
atitude uma
08 expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que me pareceu. Queriam ser
risonhos e mal se
09 podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.
ASSIS, Machado. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de Janeiro, Aguilar,
1989.
O prefixo da palavra sublinhada na oração "ao transpor a porta para a rua..."( l.7 ) tem,
respectivamente, o significado de
a) movimento através de.
b) movimento em torno.
c) posição além do limite.
d) movimento para além de.
e) movimento intermitente.
Questão 81
(UFRRJ) TEXTO
Falando em leitura...
1 Falando em leitura, podemos ter em mente alguém lendo jornal, revista, folheto, mas o
mais comum é
02 pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de ler, "vive
lendo", talvez seja rato de
03 biblioteca ou consumidor de romances, histórias em quadrinhos, fotonovelas. (...) Sem
dúvida, o ato de ler é
04 usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra.
Bastará porém decifrar
05 palavras para acontecer a leitura? Como explicaríamos as expressões de uso corrente
"fazer a leitura"de um
06 gesto, de uma situação; "ler o olhar de alguém", "ler o tempo"; "ler o espaço", indicando
que o ato de ler vai
07 além da escrita?
08 Se alguém na rua me dá um encontrão, minha reação pode ser de mero desagrado, diante
de uma batida
09 casual, ou de franca defesa, diante de um empurrão proposital. Minha resposta a esse
incidente revela meu modo
10 de lê-lo. Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um
cinzeiro, sem jamais tê-los de
11 fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, por motivos
os mais diversos, nos
12 encontramos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a
figura que representa,
13 seu conteúdo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para nós.
14 Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. E consideramos sua
beleza ou feiúra, o
15 ridículo ou adequação ao ambiente em que se encontra, o material e as partes que o
compõem. (...)
16 (...) Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito?
17 Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficilamente,
"passar os olhos",
18 como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico
de decifrar os sinais.
19 Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia,
uma necessidade nossa.
20 Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma
conversa, uma língua
21 estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma peça musical, um livro. Sentimo-nos
isolados do processo de
22 comunicação que essas mensagens instauram – desligados. E a tendência natural é
ignorá-las ou rejeitá-las como
23 nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual, ficamos cegos a ele, ainda que nossos
olhos continuem a fixar
24 os sinais gráficos, as imagens. Se é sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o
compreendemos, impossível
25 dar-lhe sentido porque ele diz muito pouco ou nada para nós.
26 Por essas razões, ao começarmos a pensar a questão da leitura, fica um mote que
agradeço a Paulo Freire:
27 "a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a
continuidade da leitura daquele".
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Ática. p.7 - 10.
"Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente..."
(l.17). A preposição destacada confere ao texto o valor circunstancial de
a) meio.
b) finalidade.
c) causa.
d) assunto.
e) companhia.
Questão 82
(UFRRJ) TEXTO
Falando em leitura...
1 Falando em leitura, podemos ter em mente alguém lendo jornal, revista, folheto, mas o
mais comum é
02 pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de ler, "vive
lendo", talvez seja rato de
03 biblioteca ou consumidor de romances, histórias em quadrinhos, fotonovelas. (...) Sem
dúvida, o ato de ler é
04 usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra.
Bastará porém decifrar
05 palavras para acontecer a leitura? Como explicaríamos as expressões de uso corrente
"fazer a leitura"de um
06 gesto, de uma situação; "ler o olhar de alguém", "ler o tempo"; "ler o espaço", indicando
que o ato de ler vai
07 além da escrita?
08 Se alguém na rua me dá um encontrão, minha reação pode ser de mero desagrado, diante
de uma batida
09 casual, ou de franca defesa, diante de um empurrão proposital. Minha resposta a esse
incidente revela meu modo
10 de lê-lo. Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um
cinzeiro, sem jamais tê-los de
11 fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, por motivos
os mais diversos, nos
12 encontramos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a
figura que representa,
13 seu conteúdo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para nós.
14 Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. E consideramos sua
beleza ou feiúra, o
15 ridículo ou adequação ao ambiente em que se encontra, o material e as partes que o
compõem. (...)
16 (...) Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito?
17 Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficilamente,
"passar os olhos",
18 como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico
de decifrar os sinais.
19 Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia,
uma necessidade nossa.
20 Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma
conversa, uma língua
21 estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma peça musical, um livro. Sentimo-nos
isolados do processo de
22 comunicação que essas mensagens instauram – desligados. E a tendência natural é
ignorá-las ou rejeitá-las como
23 nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual, ficamos cegos a ele, ainda que nossos
olhos continuem a fixar
24 os sinais gráficos, as imagens. Se é sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o
compreendemos, impossível
25 dar-lhe sentido porque ele diz muito pouco ou nada para nós.
26 Por essas razões, ao começarmos a pensar a questão da leitura, fica um mote que
agradeço a Paulo Freire:
27 "a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a
continuidade da leitura daquele".
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Ática. p.7 - 10.
"Falando em leitura, podemos ter em mente..." (l. 1). A primeira oração do exemplo pode
ser substituída, sem alteração de sentido, por
a) "Sem que se fale em leitura".
b) "Quando se fala em leitura".
c) "Embora se fale em leitura".
d) "Todavia se fala em leitura".
e) "Contanto que se fale em leitura".
Questão 83
(UFRRJ) TEXTO
BIBLIOTECA VERDE
01 Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres.
02 São só 24 volumes encadernados
03 em percalina verde.
04 Meu filho, é livro demais para uma criança.
05 Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
06 Quando crescer eu compro. Agora não.
07 Papai, me compra agora. É em percalina verde,
08 só 24 volumes. Compra, compra, compra.
09 Fica quieto, menino, eu vou comprar.
...............................................................................................
10 Chega cheirando a papel novo, mata
11 de pinheiros toda verde. Sou
12 o mais rico menino destas redondezas.
13 ( Orgulho, não; inveja de mim mesmo. )
14 Ninguém mais aqui possui a coleção
15 das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
16 Antes de ler, que bom passar a mão
17 no som da percalina, esse cristal
18 de fluida transparência: verde, verde.
19 Amanhã começo a ler. Agora não.
...............................................................................................
20 Mas leio, leio. Em filosofias
21 tropeço e caio, cavalgo de novo
22 meu verde livro, em cavalarias
23 me perco, medievo; em contos, poemas
24 me vejo viver. Como te devoro,
25 verde pastagem. Ou antes carruagem
26 de fugir de mim e me trazer de volta
27 à casa a qualquer hora num fechar
28 de páginas?
29 Tudo que sei é que ela que me ensina.
30 O que saberei, o que não saberei
31 nunca,
32 está na Biblioteca em verde murmúrio
33 de flauta-percalina eternamente.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião . Rio de Janeiro, José Olympio, 1983.
p.672-673.
A expressão que se refere à Biblioteca Verde no plano denotativo é:
a) "mata / de pinheiros toda verde" (v.10-b).
b) "coleção / de Obras Célebres." (v.14-15).
c) "cristal / de fluida transparência" (v.17-18).
d) "verde pastagem" (v.25).
e) "carruagem / de fugir de mim" (v.25-26).
Questão 84
(UFRRJ) Esparadrapo
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. "Esparadrapo", por exemplo.
Quem quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de
nobre sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, "incunábulo* ".
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo.
1987. p. 83.
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro impresso até o ano de
1500./ S.m. 2 – Começo, origem.
A expressão "quebrar a cara" é largamente empregada na língua portuguesa com sentido
conotativo. O vocábulo que melhor traduz o emprego conotativo dessa expressão é
a) fracassar.
b) machucar-se.
c) desistir.
d) desanimar.
e) destruir.
Questão 85
(UFRRJ) Esparadrapo
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. "Esparadrapo", por exemplo.
Quem quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de
nobre sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, "incunábulo* ".
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo.
1987. p. 83.
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro impresso até o ano de
1500./ S.m. 2 – Começo, origem.
A locução "No entanto" tem importante papel na estrutura do texto. Sua função resume-se
em
a) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma coisa.
b) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamente.
c) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo asunto.
d) apresentar uma alternativa para a primeira idéia expressa.
e) introduzir uma conclusão após os argumentos apresentados.
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Gabarito:
1-e 2-d 3-c 4-a 5-e 6-c 7-fffvv 8-b 9-vvvff 10-fvvfv 11-fvvvf 12-vvfvv 13-d
14-e 15-fvvvf 16-ffvvv 17-e 18-a 19-c 20-b 21-c 22-c 23-b 24-b 25-e 26-d 27a 28-a 29-b 30-c 31-c 32-a 33-d 34-d 35-e 36-a 37-a 38-d 39-e 40-a 41-e 42-a
43-a 44-d 45-c 46-e 47-e 48-a 49-a 50-c 51-d 52-d 53-c 54-e 55-d 56-b 57-a
58-a 59-e 60-b 61-e 62-d 63-a 64-b 65-c 66-c 67-b 68-c 69-c 70-a 71-a 72-d
73-c 74-a 75-d 76-b 77-a 78-c 79-c 80-d 81-c 82-b 83-b 84-a 85-c
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