Atividade Voluntária em Pesquisa Melanoma Cutâneo: características clínicas, epidemiológicas e histopatológicas no Hospital Geral de Caxias do Sul entre 2010 a 2015 Dal Magro, AC; Godoy, AEG; Costamilan, RC; Litvin, IE; Santos, FM; Demore, LS; Cardinal, T. Melanoma é o câncer de pele com a maior taxa de letalidade entre os tumores malignos cutâneos. O fator de risco de maior importância para o desenvolvimento de melanomas é a exposição intermitente à radiação ultravioleta, especialmente em combinação com fatores endógenos do indivíduo. Estima-se que a incidência do melanoma cutâneo cresça 4,1% ao ano em pacientes caucasianos. Objetivo Considerando a expressiva população de pele clara e com tendência a queimadura solar na região nordeste do Rio Grande do Sul aliado ao conhecimento de que a suscetibilidade é um importante fator de risco, objetivamos avaliar o perfil clínico, epidemiológico e histopatológico no Hospital Geral de Caxias do Sul. Métodos Estudo retrospectivo observacional de revisão dos prontuários dos casos de melanoma cutâneo diagnosticados por análise clínica ou histopatológica de pacientes atendidos entre Janeiro de 2010 e junho de 2015. O tipo histológico Espalhamento Superficial foi o predominante entre os caucasianos (30,8%), seguido pelo tipo nodular (25%), sendo o tipo acral o mais encontrado em pacientes pardos/negros. O estadio dos pacientes da amostra ao diagnóstico são mostrados no gráfico II. Gráfico 2 - Divisão por Estadiamento 25 20 % da amostra Introdução 15 10 5 Estadio 0 Estadio IA Estadio IB Estadio II Estadio III Estadio IV 0 Discussão O melanoma maligno é neoplasia originada da transformação maligna dos melanócitos. Apresentam-se, em geral, como lesão hiperpigmentada assimétrica, com bordos irregulares e coloração variada (Foto 1 e 2). Para a suspeita clínica, utiliza-se mais comumente a regra do ABCD, sendo o A referente à assimetria, B aos bordos irregulares, C as colorações variadas e D ao diâmetro >6mm. Os locais mais comuns de acometimento são o tronco no sexo masculino e os membros no sexo feminino . Resultados Total de 68 pacientes com diagnóstico de melanoma cutâneo confirmado por histopatológico no Hospital Geral de Caxias do Sul entre janeiro de 2010 a junho de 2015. Trinta e seis pacientes (56%) eram do sexo masculino. Sessenta e cinco pacientes caucasianos (95,6%). O dorso/tórax foi o local de maior acometimento (44,1%), seguido por membros (23,5%) (gráfico I). A idade média do diagnóstico foi de 55 anos. O Breslow médio de diagnóstico na amostra foi de 3,03mm com mediana de 1,4mm Gráfico I – Localização das Lesões 7% 9% 4% 44% 12% 24% Referências Bibliográficas Tórax/Dorso Membros Face Abdome Não informado Sítio Primário Desconhecido Foto 1 e 2 – (Adaptado BBC) Macroscopia de Melanomas Cutâneos Os melanomas são distribuídos em quatro tipos principais: extensivo superficial (50 a 75%), nodular (15-35%), lentigo maligno (10-15%) e acral (5-10%). O melanoma maligno acomete indivíduos jovens e apresenta caráter agressivo. Sua cura relaciona-se a excisão do tumor em sua fase inicial de desenvolvimento, e está bem estabelecida a necessidade do diagnóstico precoce [3,4]. Conclusão O perfil clínico, epidemiológico e histológico do paciente portador de melanoma cutâneo primário do Hospital Geral de Caxias do Sul entre janeiro de 2010 a junho de 2015 corresponde ao indivíduo do sexo masculino, caucasiano, idade média de 55 anos, com lesão predominantemente em dorso e tórax, sendo mais frequente o tipo espalhamento superficial, apresentando estadio avançado e fatores de mau prognóstico ao diagnóstico. 1.KSM, P., et al., Perfil de Casos de Melanoma em um Hospital Universitário, 2003 a 2007. Revista Brasileira de Cancerologia, 2013. 59(2): p. 193-199. / 2. Konrad, P., et al., Perfil epidemiológico e histopatológico dos casos de melanoma cutâneo primário diagnosticados em Criciúma no período entre 2005 e 2007. Anais Brasileiros de Dermatologia, 2011. 86: p. 457-461. / 3.Bonfa, R., et al., Early diagnosis of cutaneous melanoma: an observation in southern Brazil. An Bras Dermatol, 2011. 86(2): p. 215-21. / 4. INCA. Câncer de Pele - Melanoma. Site do Instituto Nacional do Câncer. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=335>. Acesso em: 10 de março de 2015