UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT): ESTRATÉGIAS PARA A EFICÁCIA ORGANIZACIONAL Por: JORGEANA PAULA GOMES DOS SANTOS Orientador Prof. MARCELO SALDANHA Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT): ESTRATÉGIAS PARA A EFICÁCIA ORGANIZACIONAL Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por:.Jorgeana Paula Gomes Dos Santos 3 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, sem ele nada seria possível, pelo fato de eu existir e de me dar uma vida digna. À minha mãe Zilma Martins Gomes e a minha avó Zilda Machado Neves que nunca mediram esforços para me fazer feliz. Ao meu querido marido Robson Cecílio Farias Costa, que além de me fazer feliz, ajudou-me, durante todo o percurso de minha vida acadêmica, compreendendo-me e ensinando-me para que eu conquistasse um lugar ao sol. A todos aqueles amigos e familiares e todos aqueles que cruzaram minha vida, que direta ou indiretamente, contribuíram para esta imensa felicidade que estou sentido nesse momento, participando de alguma forma na construção e realização deste tão desejado sonho. A todos vocês meu muito obrigada! 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho para o meu marido pelas sugestões, incentivo e respeito, que teve comigo durante este período. 5 RESUMO A qualidade de vida no trabalho proporciona uma maior participação por parte dos colaboradores, criando um ambiente de integração com superiores, com colegas de trabalho, com o próprio ambiente de trabalho, visando sempre à compreensão das necessidades dos funcionários. A QVT se preocupa principalmente com dois aspectos importantes que é o bem-estar do colaborador e com a eficácia organizacional. Com a necessidade das empresas se tornarem mais competitivas no mercado veio à busca incessante do aprimoramento da qualidade. Acompanhando essa melhoria na qualidade também surgiu a QVT, que está focalizada no potencial humano e no meio que convive em todos os sentidos. Um programa adequado de QVT busca uma organização mais humanizada e proporciona condições de desenvolvimento pessoal ao indivíduo. 6 METODOLOGIA O trabalho adotou o modelo descritivo, pois teve o objetivo de analisar a QVT, procurando o equilíbrio entre as exigências do mercado empresarial e a qualidade de vida dos trabalhadores. Quanto aos meios foi feita uma pesquisa do tipo bibliográfico através de artigos científicos, revistas, sites da internet e estudo de caso 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO 8 11 O QUE SE PODE CONSIDERAR QVT 12 OS ELEMENTOS-CHAVE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 14 VANTAGENS DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 16 AÇÕES ESTRATEGICAS PARA A QVT 17 FATORES DETERMINANTES PARA A PROMOÇÃO DA QVT 18 2 222 ACÕES QUE CONTRIBUEM PARA OS PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES 20 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO PARA MAIOR SATISFAÇÃO E PRODUTIVIDADE 22 ESTUDO DE CASO 24 ANÁLISE 28 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32 ÍNDICE 33 8 1. INTRODUÇÃO A preocupação com a qualidade de vida no trabalho é um fator em ascensão no Âmbito organizacional. Inúmeros fatores externos (doenças e adversidades) permeiam o trabalho das pessoas. Os programas de qualidade de vida podem ser de vital importância para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores, bem como com o desenvolvimento eficaz das organizações. Segundo a Organização Mundial da Saúde, Qualidade de Vida no trabalho: é um conjunto de percepções de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que vivem, e em relação a suas metas, expectativas, padrões e preocupações. Práticas inadequadas no ambiente de trabalho geram impacto negativo na saúde física e emocional dos empregados e na saúde financeira das empresas. Neste sentido, houve a necessidade de identificar quais são as ações praticadas pelas organizações nos programas de qualidade de vida, e quais os benefícios diretos e indiretos aos colaboradores e às próprias organizações. Esta análise caracteriza-se por uma pesquisa descritiva, utilizando-se de método exploratório e com característica transversal, visando determinar as práticas presentes e as opiniões da população estudada. Os programas de qualidade de vida podem ser de vital importância para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores, bem como o desenvolvimento eficaz das organizações. Não é suficiente ter em mente mudar relevantemente o estado de saúde dos profissionais, mas também encorajá-los a cuidarem e gerenciarem sua própria saúde, adquirindo um ganho substancial na sua satisfação e crescimento, assim como no aumento de produção e redução de custos para a empresa. Desta forma, a pesquisa terá como foco principal responder a seguinte questão: Qual a importância de QVT para a eficácia de uma organização. O estudo proposto abrange o assunto qualidade de vida nas organizações, o qual vem sendo um fator influente no desempenho dos colaboradores em relação aos grandes desafios do trabalho no cotidiano das organizações. Desta forma, as empresas vêm se adequando a essa nova tendência Brasil no segmento de indústrias na parte de Recursos Humanos, Finanças, Marketing, vendas por uma questão de resultado. Desde que o mundo exigiu novas e complexas interações em termos de excelência em relação à produtividade e a qualidade dos serviços prestados, estamos tendo que 9 constantemente se adaptar a todos estes estímulos, comprometendo de alguma forma nosso aprendizado e saúde. Afinal de contas, se sentir mal no tempo e no espaço não é mais privilégio de nenhum astronauta. O psiquiatra Carl Gustav Jung dizia que se, as coisas vão mal no mundo, algo deve estar mal comigo. Assim seria sensato, em primeiro lugar, ficar bem. Viver uma vida vibrante e feliz, na qual se utiliza o máximo que possui, com enorme prazer é um objetivo de vida. É o que dá qualidade à vida. Por isso a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) vem ganhando destaque, sendo cada vez mais discutido e considerado com tema de pesquisas. Uma política voltada para Qualidade de Vida está baseada no fato de que, para onde for à mente, o corpo irá atrás. Ela reconhece o papel que a saúde representa na vida das pessoas, mostrando a necessidade de se criar condições adequadas para que elas possam desenvolver o seu potencial e a sua criatividade. Discutir o conceito e os fatores para a promoção da QVT é de grande relevância para que esta possa se tornar parte integrante da cultura das organizações. Existe a percepção de que a qualidade de vida no trabalho (QVT) possa ser tanto mais eficaz quanto maior a correlação entre as políticas e ações para melhoria das relações e das necessidades e expectativas dos trabalhadores. Assim, essa premissa caracteriza o pressuposto que originou este estudo. Sabe-se que, de modo geral, as organizações apresentam políticas e ações para QVT, contudo questiona-se a resolutividade, quando é planejada, proposta e implantada sem fundamentar-se em um diagnóstico que retrate o que o trabalhador entende por QVT e que necessidades e expectativas ele quer ver atendidas. No desenvolvimento de programas e ações de Qualidade de Vida no Trabalho é necessária a identificação de indicadores a partir de um bom instrumento de diagnóstico. Outro fato que é importante citar, é que nem sempre os programas implantados são adequadamente planejados e mensurados. Por exemplo: é super importante a implantação de um Programa de Ginástica Laboral na empresa, porém, a falta de correção dos aspectos de Ergonomia no ambiente de trabalho continuará causando problemas físicos aos trabalhadores. Ao se investir em Qualidade de Vida a pessoa passa a ser considerada maior patrimônio de qualquer organização, fazendo com que isso seja repassado para a sua vida externa. Por isso, o investimento dispensado a ele pode ser medido através de resultados reais: uma condição de aumento na produtividade, depois a criação de um diferencial em relação aos concorrentes. Ou seja, investimentos reais em QVT levam a manutenção das empresas no mercado globalizado. 10 De um modo geral, os fatores determinantes da QVT podem ser: Orgulho pelo trabalho realizado, auto-estima, renda capaz de satisfazer as expectativas pessoais e sociais, vida emocional satisfatória, equilíbrio entre trabalho e prazer, horários e condições de trabalho coerentes, justiça nas recompensas, aproveitamento do seu potencial, possibilidades de desenvolvimento de carreira, respeito aos direitos. Existe a percepção de que a qualidade de vida no trabalho (QVT) possa ser tanto mais eficaz quanto maior a correlação entre as políticas e ações para melhoria das relações e das necessidades e expectativas dos trabalhadores. Assim, essa premissa caracteriza o pressuposto que originou este estudo. Sabe-se que, de modo geral, as organizações apresentam políticas e ações para QVT, contudo questiona-se a resolutividade, quando é planejada, proposta e implantada sem fundamentar-se em um diagnóstico que retrate o que o trabalhador entende por QVT e que necessidades e expectativas ele quer ver atendidas. No desenvolvimento de programas e ações de Qualidade de Vida no Trabalho é necessária a identificação de indicadores a partir de um bom instrumento de diagnóstico. Outro fato que é importante citar, é que nem sempre os programas implantados são adequadamente planejados e mensurados. Por exemplo: é super importante a implantação de um Programa de Ginástica Laboral na empresa, porém, a falta de correção dos aspectos de Ergonomia no ambiente de trabalho continuará causando problemas físicos aos trabalhadores. A expressão QVT, foi introduzida nos anos 70 porém estudos anteriores podem ser citados como percursores dos modelos teóricos em QVT. Pode-se afirmar que os estudos em QVT tiveram como ponto de partida autores do enfoque comportamental das teorias de administração. (Vieira, 199; LIMONGIFRANÇA, 2003; FERNANDES, 1996), 11 2. A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO A Qualidade de Vida é uma preocupação na vida do homem que surgiu desde sua existência, sempre vista como objeto de estudo da raça humana. E assim mesmo que se apresente em outros contextos e até mesmo com outros títulos, esta sempre chega com o intuito de buscar satisfação e bem estar ao trabalhador na execução de suas tarefas. No final do século XIX, nos EUA, começou-se a focalizar mais as necessidades dos trabalhadores, fazendo com que eles passassem a ser motivo de preocupação e questionamento. Segundo FERNNADES (1996: 38-39), “Apesar de toda a badalação em cima das novas tecnologias de produção, ferramentas de qualidade etc., é, fato facilmente constatável que mais os trabalhadores se queixam de uma rotina de trabalho, de uma subutilização de suas potencialidades e talentos, e de condições inadequadas. Estes problemas ligados a insatisfação no trabalho em conseqüências que geram um aumento do absenteísmo uma diminuição do rendimento, uma rotatividade de mão-de-obra mais elevada reclamações e greves mais numerosas, tendo um efeito marcante sobre a saúde mental e física dos trabalhadores, e, em decorrência na rentabilidade empresarial”. Na mesma época ocorreu a expansão das estradas de ferro, constituindo-se um grande empreendimento da época. Poor, coordenador deste empreendimento se direcionou para uma maior eficiência visando três fatores: organização, comunicação e a informação. A partir desse modelo, ele proporcionou aos seus trabalhadores uma grande motivação em relativa satisfação no trabalho: por meio da comunicação menos elaborada entre eles e os demais, de diferentes níveis hierárquicos; através da explicação sobre os objetivos das estradas construídas e com os salários proporcionais a cada. Esses fatores fizeram com que os trabalhadores se sentissem realizando algo significativo, valorizados, resultando em motivação e satisfação para os mesmos. No século passado houve a contribuição de muitos pesquisadores para o estudo sobre a satisfação do individuo no seu ambiente de trabalho. Por exemplo, de acordo com Rodrigues (1994), as pesquisas de Elton Mayo importante fontes para o estudo do comportamento humano, da motivação dos indivíduos para obtenção das metas organizacionais e da QVT, sobre tudo quando se relatam os estudos realizados na Western 12 Eletric company (Chicago), iniciada em 1927 em que tinha como objetivo o estudo dos efeitos da fadiga e monotonia. Atualmente, alguns autores têm se dedicado ao estudo apresentado, analisando e levantando indagações com o objetivo de abrir caminhos para uma compreensão abrangente sobre o que é ter saúde no dia-a-dia do trabalho. Um nome o qual pode ser citado é o de Ana Cristina Limongi França que tem varias obras que destacam diferentes fatores e exigências a que os trabalhadores em geral se submetem em seu trabalho dentro das organizações. Essa autora conceitua qualidade de vida no trabalho como o conjunto das ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento que se olha a empresa e as pessoas como um todo. Assim, a construção da QVT ocorre quando os indivíduos são aceitos com um todo, ou seja, quando a empresa se preocupa com o colaborador e respeita seus valores, suas crenças, suas opiniões etc. E este posicionamento representa o fator diferencial para a realização de diagnósticos, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos voltados para preservação e desenvolvimento das pessoas durante o trabalho. 2.1 O QUE SE PODE CONSIDERAR QVT Qualidade de vida são escolhas que fazemos para desenvolver hábitos saudáveis nas esferas física, mental, intelectual e espiritual. Nesta área, devemos ainda examinar a questão do descanso e do sono. Um número mínimo de horas noturnas, em torno de oito, é necessário para recompor as energias, recuperar as forças, regular a saúde vital. E mais: durante o dia, é preciso dedicar algum tempo para o descanso, como a tradicional sesta após o almoço e os pequenos intervalos durante as atividades. É claro, não podemos nos esquecer das merecidas férias periódicas, usufruídas de forma a recompor as energias e a saúde como um todo. 13 Não há um consenso entre a definição da expressão, já que engloba “além de atos legislativos que protegem o trabalhador, o atendimento a necessidades e aspirações humanas, calcado na idéia de humanização do trabalho e na responsabilidade social da empresa”. (FERNANDES 1996, p.40). Atividades profissionais. A qualidade da nossa vida vai depender em grande parte de nossa realização pessoal no campo do trabalho. Na hipótese de nos dedicarmos a uma atividade profissional de conformidade com nossos talentos inatos, seremos pessoas felizes e realizadas, pessoas de sucesso, como se costuma dizer. Além de experimentarmos prazer, alegria e satisfação, podemos também obter um retorno financeiro satisfatório e condizente com a atividade exercida e nossas reais necessidades. Administração financeira. Ainda que a remuneração do trabalho ou do capital seja em nível elevado, o indivíduo pode experimentar insatisfação, e imensos prejuízos neste campo, se não souber administrar corretamente suas finanças, seus investimentos. É preciso desenvolver a habilidade de lidar com o dinheiro para não cair em sutis armadilhas, em ciladas existentes no mundo dos negócios. Assim, jamais devemos elevar as despesas acima das receitas. Precisamos evitar a todo o custo os empréstimos e créditos a juros exorbitantes Lazer. Inúmeras são as opções de lazer, disponíveis no mundo moderno. Espetáculo cultural, nas áreas do cinema, teatro, dança música, nos oferecem momentos de lazer e elevação do espírito. Ou então, os canais especiais de televisão, que disponibilizam inúmeras e interessantes opções. No entanto, alternativas existem, e muito saudáveis, com certeza. Simples pescarias. Como lazer; também podemos considerar, o cultivo de alguns relacionamentos. A qualidade da nossa vida também depende da qualidade dos nossos relacionamentos. Devemos nos aproximar e relacionar com pessoas saudáveis, otimistas, positivas, altruístas. Nossa vida pode transcorrer como se estivéssemos no paraíso, ou, então, no inferno, dependendo das pessoas com quem convivemos, seja na família, no trabalho ou no 14 lazer. Assim, não devemos nos conformar com relacionamentos tóxicos. Precisamos nos afastar de pessoas que nos trazem infelicidade. 2.2 OS ELEMENTOS-CHAVE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A meta principal do programa de QVT é melhorar a satisfação do trabalhador dando o devido valor a seu colaborador, incentivando-o no seu trabalho. A QVT envolve toda a empresa e, principalmente, a qualidade de vida, pois o que mais se deseja na vida é a felicidade, constituindo-se em uma busca antiga do homem. Porém, para ser feliz, é necessário ter saúde, satisfação consigo próprio e com seu trabalho, e tudo isso compreende a qualidade de vida. Entretanto, muito se tem falado sobre qualidade de vida no trabalho. Mas a satisfação no trabalho não pode estar isolada da vida do indivíduo como um todo. Os colaboradores que possuem uma vida familiar insatisfatória têm no trabalho como o único ou maior meio para obter a satisfação de muitas de suas necessidades, principalmente, as sociais. (RODRIGUES, 1999). Assim, o trabalho assume dimensões enormes na vida do homem, pois a qualidade de vida tem sido usada com crescente freqüência para descrever certos valores ambientais e humanos, descuidados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico. (RODRIGUES, 1994). Contudo, dizer às pessoas que se espera que elas façam o melhor significa que estas são consideradas capazes de alcançar altos padrões e, de acordo com Davis e Newstron (1991, p. 28), “o resultado de um sistema eficaz de comportamento organizacional é a motivação, que quando combinada com as habilidades e capacidades do empregado, resulta na produtividade humana”. 15 “Quando o trabalho é compartilhado, os resultados aparecem mais facilmente, os erros podem ser minimizados, reduzidos e até mesmo eliminados”. (RODRIGUES 1997, p.14). Desta forma, para que o sujeito tenha boa saúde física ou mental, deve haver um clima adequado propiciado pela organização, que por sua vez resultará numa boa qualidade de vida no trabalho, favorecendo a formação e a manutenção de indivíduos mais criativos, serenos, responsáveis e com capacidade para demonstrar ou desenvolver novas habilidades, gerando, assim, um melhor retorno para a própria empresa. Além do desafio de proverem oportunidade de emprego, os departamentos de pessoal também procuram melhorar a qualidade de vida no trabalho. “Os esforços para melhorar a qualidade de vida no trabalho procuram tornar os cargos produtivos e satisfatórios”. Embora sejam usadas muitas técnicas diferentes sob o título “qualidade de vida no trabalho”, a maioria dos métodos acarreta à reformulação de cargos com a participação dos trabalhadores afetados. Não há Qualidade de Vida no Trabalho sem Qualidade Total, ou seja, sem a empresa seja boa. Não confundir QVT com política de benefícios, nem com atividades festivas de congraçamento, embora essas sejam importantes em uma estratégia global. A qualidade tem a ver essencialmente com a cultura organizacional. São fundamentalmente os valores, a filosofia da empresa, sua missão, o clima participativo, o gosto por pertencer a elas e as perspectivas concretas de desenvolvimento pessoal que criam a identificação empresaempregado O trabalho é importante para que os departamentos possam responder antecipadamente aos desafios organizacional, ambiental e comportamental e as mudanças, em quaisquer destes fatores, podem afetar a qualidade de vida no trabalho. Se o impacto destas mudanças puder ser previsto, os departamentos estarão mais aptos a responder. Entretanto, pode-se incentivar o trabalhador, proporcionando um ambiente de participação, de integração com supervisores, com colegas, de acordo com as necessidades dos empregados, cabendo às empresas criar um ambiente em que as pessoas se sintam bem e os gerentes demonstrando que as pessoas têm um papel importante dentro da organização. 16 2.3. VANTAGENS DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A empresa ganha muito implantando os programas de qualidade de vida no trabalho, pois os empregados se sentem motivados a trabalhar, vestindo a camisa da organização, encontrando-se dispostos a crescer junto com a empresa. QVT é um conjunto de ações de uma empresa que implantação de envolve melhorias diagnóstico e e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando a propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para e durante a realização do trabalho. (ALBUQUERQUE E LIMONGI 1998), Podem-se envolver os colaboradores em programas de QVT por meio do enriquecimento de cargo, que significa a reorganização e ampliação de cargos para proporcionar adequação ao ocupante no sentido de aumentar a satisfação intrínseca através do crescimento de variedades, autonomia, significado das tarefas, identidade com as tarefas e retroação. Desta forma, o enriquecimento de cargos serve para provocar a motivação do colaborador dentro da organização, dando oportunidade para o seu crescimento. Mas, para uma pessoa se sentir motivada dentro de uma empresa, ela tem que se sentir como uma parte fundamental do processo, mostrando que ela tem importância dentro da organização e que outras pessoas precisam dela. Segundo Maximiano (1995, p.318), “motivação, é o conjunto de razões ou motivos que explicam, induzem, incentivam, estimulam ou provocam algum tipo de ação de comportamento”. 17 2.4 AÇÕES ESTRATEGICAS PARA A Q V T A importância crescente do capital humano como fonte de vantagem competitiva tem encorajado as empresas a adotarem estratégias focadas em atrair, motivar, recompensar e reter as pessoas certas, em todos os níveis da organização. É caro substituir conhecimento e talento e hoje, as condições competitivas do mercado têm que estar alinhadas à preocupação com os funcionários, clientes e acionistas. A cultura corporativa de uma empresa é um sistema compartilhado de valores e crenças entre os funcionários, oferecendo orientação sobre como pensar e agir. Devido a seu efeito acentuado sobre o comportamento e a eficácia dos funcionários, as empresas estão cada vez mais reconhecendo que a cultura corporativa pode diferenciá-las dos concorrentes. A Pesquisa de Clima Organizacional é uma estratégia conduzida junto ao corpo funcional que permite diagnosticar os pontos críticos nas práticas, sistemas e ambientes de trabalho, bem como corrigir os entraves e dificuldades que obstruem a sua fluidez. Com resultados gerenciais e setoriais, é um mecanismo de feedback para a direção e os gerentes, permitindo a detecção de pontos críticos a serem superados em Planos de Melhoria. Na esfera da saúde, é anualmente realizado o Ciclo de Debates sobre Saúde e Qualidade de Vida. Nas palestras, os temas são tratados por especialistas e escolhidos a partir de levantamento de interesses e prioridades manifestos pelo corpo funcional. Já foram apresentadas palestras sobre prevenção a doenças sexualmente transmissíveis, stress, dependência química, envelhecimento, etc. O informativo semanal veiculado internamente através do correio eletrônico, também divulga ações preventivas e de esclarecimento sobre saúde e qualidade de vida. Além dos convênios médicos, são oferecidos nos serviços de enfermagem e básico odontológico, além de atendimento emergencial através de UTI móvel, que pode ser solicitado 24 horas por dia. São também realizadas regularmente campanhas de imunização com aplicação de vacinas grátis. Comportamento de uma organização, sendo holística, sistemática, molar, já que nesse aspecto,ela planeja, dimensiona e alocam os recursos A estratégia constitui uma visão integrada de toda a complexidade nas atividades que são básicas para o sucesso da organização. O termo estratégia vem dos antigos gregos (strategos) para designar arte militar. A adaptação da terminologia estratégica para os negócios das organizações começou na Segunda evolução Industrial a partir de meados do séc.XIX e teve sua época 18 de ouro no decorrer do séc. XX, quando as organizações começaram a utilizar intensivamente os conceitos militares de estratégia em suas operações comerciais. Qualidade de vida no trabalho não se refere só a pratica de exercícios físicos, cuidados com a saúde, mas sim a muitos fatores que mostram se uma pessoa leva ou não uma vida de acordo com seus padrões pessoais. Motivação, segurança, saúde, auto-realização são fatores que contribuem muito para uma idéia do que é QVT. Com um desejo enorme de sucesso em todos os setores da vida, trabalho, amigos, família, o insucesso em um desses pode se refletir bruscamente nos demais, transferindo assim toda a sua possibilidade de se realizar para o trabalho. Assim o trabalho assume grandes proporções na vida dessas pessoas. A QVT está relacionada com o que o ser humano traz consigo: sentimentos, ambições. Um funcionário deseja ser parte da empresa, debater idéias, expor pensamentos, aumentando assim o seu desempenho e não ser tratado como um robô que só obedece a ordens. Sendo assim, a QVT só pode ser obtida através da integração entre patrão e funcionário. 2.5 FATORES DETERMINANTES PARA A PROMOÇÃO DA QVT As organizações constituem entidades complexas e intricadas dotadas de indivíduos e grupos que desempenham tarefas e são auxiliados por vários esquemas organizacionais. A eficácia de uma organização é em ultima instancia, afetada pelos padrões de comportamento que se desenvolvem e emergem com o tempo. A maneira como as pessoas e grupos se comporta, tem um impacto significativo, e profundo sobre o quanto a organização consegue atingir seus objetivos e ser bem-sucedida. As pessoas estão no centro disso tudo (CHIAVENATO,2003 p.395). Para proporcionar condições para que haja melhoria na qualidade de vida no trabalho e do trabalhador algumas empresas preocupadas com este enfoque e em manter também a qualidade de seus produtos e a produtividade têm utilizado estratégias para favorecer estas 19 condições, como por exemplo, a ginástica laboral, períodos de descanso dentro da rotina do trabalho (pausas), maior participação do trabalhador na organização e tomada de decisões no processo de produção, dentre outras. A qualidade de vida no trabalho (QVT), de acordo com CHIAVENATO (1999, 391) “representa em que graus os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização.” O mesmo autor destaca os fatores envolvidos na QVT, que são: “a satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de futuro na organização; o reconhecimento pelos resultados alcançados; o salário recebido; os benefícios auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo e da organização; o ambiente psicológico e físico do trabalho; a liberdade e responsabilidade de decidir e as possibilidades de participar”. CHIAVENATO (1999, 391). Por analogia, podemos conceituar “Qualidade de Vida” como um estado de satisfação decorrente da realização progressiva dos nossos desejos mais elevado. Em duas palavras, ter uma boa qualidade de vida é Ser Feliz (WANDERLEY PIRES p.14, 2001). Para sucesso (2002), constituem-se como fatores relevantes para que deter a escola da profissão, as características e uma organização configurada pelos fatores e práticas predominantes na empresa, a infra-estrutura familiar. E também as relações interpessoais, os conflitos e, em especial o modo como individuo se relaciona na equipe afetam a satisfação no trabalho. À auto-estima é a forma como se sente em relação a si mesmo. A bagagem de vida e os fatores relativos às variáveis organizacionais tem como resultado atitudes dificultosas e facilitadoras nas relações do trabalho, intensificando a preocupação e a responsabilidade pela promoção da QVT. 20 2.6 ACÕES QUE CONTRIBUEM PARA OS PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES. A existência de prazer e sofrimento nos processos de trabalho é reconhecida por todos os seus participantes e vincula-se diretamente à qualidade das relações interpessoais, ao tipo e à organização do trabalho. Os dirigentes reconhecem o conflito entre sofrimento e prazer no trabalho e demonstram preocupação em encontrar motivos e buscar propostas que minimizem e potencializem o prazer. Motivação, criatividade, comprometimento, cooperação, elevação da auto-estima e melhoria da Qualidade de Vida são os principais efeitos do prazer sobre o individuo. Isto que dizer que os efeitos do trabalho realizados com prazer sobre uma organização referemse ao clima organizacional positivo, criatividade, compartilhamento e produtividade. Nas ultimas décadas, a busca de competência e modernização tem levado a adoção dos mais diversos tipos de estratégias e programa de qualidade. O movimento pela qualidade, pelo ponto focal das políticas organizacionais, hoje é inadiável. (LIMONGI FRANÇA; 2004). A relevância social da empresa faz parte da vida dos seus colaboradores e, isso constitui, exatamente, uma categoria de qualidade de vida no trabalho, onde é dimensionada a percepção do funcionário em relação a essa preocupação, como também, em relação à responsabilidade social da empresa. Para Fernandes, “Não se pode falar em qualidade de produtos e serviços se aqueles que vão produzi-los não têm qualidade de vida no trabalho” (FERNANDES, p.46). Nem todos os problemas de produtividade, insatisfação de funcionários em qualquer nível estão relacionados com Qualidade de Vida no Trabalho. Entretanto, sua existência conduz melhores desempenhos, ao mesmo tempo em que evita maiores desperdícios, reduzindo custos operacionais. Programas específicos de Qualidade de Vida são implantados por várias empresas, com aplicações no próprio ambiente de trabalho, que acompanham e monitoram efetivamente 21 os seus resultados, podendo ser ajustados de acordo com a necessidade e a situação apresentada. Sobre as intenções de um programa de Qualidade de Vida, o objetivo da sua implantação é gerar uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia ao nível de cargo, recebimento de recursos feedback sobre o desempenho, com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e com ênfase no desenvolvimento pessoal do individuo. Programas de motivação e desenvolvimento profissional são criados para ampliar ou rever perspectivas de capacitação profissional, permitir o desenvolvimento de potencialidades e talentos, favorecer a participação nas decisões, como também de projetos póstrabalho e formação de empreendedores. (LIMONGI FRANÇA, 2004). Pode-se lembrar também que as promoções de saúde das pessoas dependem de fatores relacionados a elas mesmas, à adoção de hábitos saudáveis de vida no trabalho. Os padrões comportamentais individuais perdem força, e tendem a ser abandonados, se não receberem do ambiente reforço e estimulo. Somente quando o meio em que vive for fonte de suporte e apoio, o individuo conseguirá manter, ao longo da vida, hábitos saudáveis. Portanto, torna-se necessária nas organizações a implantação de programas de QVT, estes que visam à promoção da saúde e ao bem-estar de seus funcionários, vindo por meio de ações corretivas e preventivas, como também, estimulando a pratica de hábitos saudáveis com intuito de atingir melhorias tanto físicas, quanto emocionais. Segundo SUCESSO (2002), os resultados da iniciativa de se investir em programas de QVT são traduzidos em: • Elevação da qualidade e, conseqüente, produtividade dos serviços. • Contribuição para crescimento pessoal e profissional do trabalhador. • Estabelecimento de vinculo próximo entre a empresa e seu colaborador. 22 • Diminuição de acidentes no próprio trabalho. • Incentivo ao trabalho em equipe. • Favorecimento do estabelecimento de um bom clima organizacional. • Aumento do nível de satisfação dos trabalhadores. • Melhoria da imagem da empresa externamente. • Interferência direta na produção de melhores resultados. • Redução de absenteísmo e de Turnover. • Contribuição para a economia, diminuindo os gastos com saúde. Vale ressaltar, então, que cuidar da saúde, do equilíbrio no dia-a-dia, desenvolvendo hábitos saudáveis contribui para a elevação da capacidade de enfrentar desafios, exercita a criatividade, tornando mais consciente e harmônico o ambiente organizacional. 2.7. IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO PARA MAIOR SATISFAÇÃO E PRODUTIVIDADE As organizações estão sempre em busca de melhores resultados e existem diversas formas para se alcançar resultados expressivos e com qualidade, uma delas é através da implantação de um rígido modelo baseado na Q.V.T (Qualidade de Vida no Trabalho), onde todas as tarefas são voltadas a contemplar requisitos que tragam satisfação em se trabalhar, um ambiente propício ao desenvolvimento de tarefas, enfim, um profissional motivado e integrado, relacionando-se bem com todos da equipe de trabalho, sendo que uma boa aplicação da Q.V.T pode propiciar à empresa uma maior produtividade e também baixos índices de absenteísmo e presenteísmo. A ergonomia também é muito importante no quesito Q.V.T, pois o arranjo físico de equipamentos, instrumentos, móveis, bem como a iluminação, sensação de segurança, comodidade, nível baixo de ruídos, tendem a deixar o colaborador menos estressado e mais apto a contribuir com eficiência. Um dos modelos mais utilizados para verificar o nível de satisfação dos colaboradores e a ambiência organizacional é o de Richard Walton, no qual ele propõe através de 8 requisitos básicos, que são verificados por meio de um questionário de pesquisa ou entrevista, quais os fatores que estão influenciando no desempenho, satisfação e 23 produtividade, uma inter-relação positiva entre todas as dimensões para levar a uma boa Q.V.T. A avaliação é feita com colaboradores da organização com perguntas fechadas e abertas e as respostas depois de coletadas, são tabuladas e analisadas, tendo como resultado final, os pontos fortes, que precisam ser mantidos e os pontos fracos que precisam ser melhorados. Os oito critérios de Walton são: 1- condições de saúde e segurança no trabalho, 2- compensação justa e adequada, 3- oportunidade de uso imediato e desenvolvimento de capacidades, 4- chances de crescimento contínuo e segurança no emprego, 5- integração social na empresa, 6 -constitucionalismo, 7- trabalho e espaço total de vida, 8- relevância social na vida no trabalho. O mais importante é que ao fazer o diagnóstico final, sejam tomadas ações corretivas em direção a uma melhoria substancial em termos de Q.V.T, ampliando-se os resultados conquistados, a confiança dos colaboradores, objetivando bem-estar, saúde e uma Q.V.T com indicadores positivos e crescentes. “A base da discussão sobre o conceito de qualidade de vida encerra escolhas de bemestar e percepção do que pode ser feito para atender às expectativas criadas tanto por gestores como por usuários de ações de qualidade de vida na empresa. Por considerar a pluralidade de indicações e a diversidade de formas de discussão, a autora propõe agrupar as dimensões sobre o tema QVT em escolas de pensamento. As escolas do pensamento propostas são socioeconômica, organizacional e condição humana no trabalho (LIMONGIFRANÇA, 2004). 24 3. ESTUDO DE CASO Com a finalidade de analisar práticas de avaliação de resultados em QVT, foi realizado o estudo do caso da SERASA, ganhadora do Prêmio Nacional da Qualidade no ano 2000. Critérios do Prêmio Nacional da Qualidade: O PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade - foi instituído em 1991 pela Fundação para Prêmio Nacional da Qualidade. Desde sua criação, a Fundação conduziu 10 ciclos de premiação do PNQ e entregou 198 relatórios de avaliação para todas as organizações candidatas. Diversas organizações vêm utilizando internamente os Critérios de Excelência do PNQ, induzindo as melhorias dos seus sistemas de gestão a partir dos resultados advindos da auto-avaliação, inclusive com a criação de premiações internas, como no caso de Furnas, da Petrobrás, da Gerdau, do Serpro, do SENAI, das Delegacias Federais de Agricultura, da Siemens, da Sadia, dentre outras. Os critérios de excelência do PNQ nasceram da observação de empresas bem sucedidas, em meados dos anos 80. À medida que novos valores de gestão de organizações excelentes são desenvolvidos e identificados, os fundamentos da excelência passam por atualizações (FPNQ, 2002). Os critérios estão divididos em sete grandes grupos, que formam na verdade um sistema, que tem como resultado a excelência da empresa, caso sejam todos observados. De acordo com o modelo, as boas práticas de liderança da empresa darão origem a estratégias e planos de sucesso, que deverão ser apoiados por informações e conhecimentos coletados e disseminados na empresa. Essas práticas dão origem e sustentação ao tripé que originará os resultados: a relação da empresa com os seus clientes e a sociedade, apoiada por uma gerência de processos e de pessoas. Fonte: Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, 2002 É importante notar, também, que as empresas ganhadoras do prêmio possuem não só estes critérios muito desenvolvidos dentro da organização, como também instrumentos de mensuração de resultados para cada um dos grandes grupos. A mensuração dos resultados 25 por índices consistentes é um dos fatores que somam pontos na avaliação geral da empresa candidata ao prêmio. Dentro do critério de excelência “Pessoas” são avaliados indicadores de desempenho dos sistemas de Trabalho, Capacitação e Desenvolvimento, e Qualidade de Vida. Este critério examina como são proporcionadas condições para o desenvolvimento e utilização plena do potencial das pessoas que compõem a força de trabalho, em conjunto com as estratégias organizacionais. O Critério também examina os esforços para criar e manter um ambiente de trabalho e um clima organizacional que conduzam a excelência do desempenho, à plena participação e ao crescimento pessoal e da organização. As questões avaliadas pelo prêmio no quesito Qualidade de Vida são: como são identificados e tratados os perigos e riscos relacionados à saúde, à segurança e à ergonomia? Como são identificados e tratados os fatores que afetam o bem estar, a satisfação e a motivação da força de trabalho? Como o clima organizacional é mantido propício ao bem estar, à satisfação e à motivação das pessoas? Como é verificado se os padrões de trabalho das práticas de gestão relatadas estão sendo cumpridos e como as ações decorrentes são implementadas? Como é feita a avaliação das práticas de gestão e padrões de trabalho deste item? Como as principais inovações ou melhorias decorrentes da avaliação das práticas de gestão e dos respectivos padrões de trabalho são implementadas? É importante relembrar a relação que existe entre os programas de desenvolvimento e capacitação e a Qualidade de Vida, na medida em que aqueles contribuem para o desenvolvimento pessoal e de maneira indireta para a qualidade de vida dos profissionais, como aponta a pesquisa de Taylor (2000), que correlaciona programas de qualidade total com variações na qualidade de vida dos trabalhadores. A SERASA em 1995 conquistou o Prêmio Nacional da Qualidade, repetindo o feito no ano 2000, e foi à primeira empresa de origem brasileira a receber o PNQ, que lhe concedeu o status de Empresa Classe Mundial. A empresa é uma das maiores empresas do mundo em análises de informações econômicas financeiras e cadastrais para apoiar decisões de crédito e de negócios. Criada em 1968 pelos Bancos para centralizar informações, com o objetivo de racionalizar custos administrativos e obter incrementos qualitativos de especialização, nesta última década estendeu sua atuação para todos os setores da economia. 26 No aspecto Qualidade de Vida no Trabalho, são muitas as ferramentas e metodologias que visam criar e manter um ambiente de trabalho seguro, saudável e agradável. O processo de Qualidade de Vida é alinhado com o processo da Qualidade Total, e tem o objetivo de proporcionar aos funcionários o gerenciamento de sua saúde e estilo de vida, condições de bem estar pessoal e profissional, melhoria dos relacionamentos interpessoais, visando o equilíbrio entre mente e corpo, desenvolver de forma pró ativa a melhoria da satisfação com o trabalho, melhoria das práticas de saúde e redução de riscos. A SERASA utiliza as seguintes práticas de avaliação e monitoria dos resultados de seus programas de Qualidade de Vida: realização de fóruns e comitês de atuação executivos e técnicos, com a participação permanente de diretores, superintendentes e gerentes, visando manter a integridade e a flexibilidade da organização, coordenando e avaliando os diversos projetos que estão acontecendo na empresa. Os fóruns e comitês de atuação constituem uma das ferramentas de avaliação qualitativa dos processos organizacionais da organização, inclusive de Gestão de Pessoas. Outras ferramentas qualitativas de avaliação utilizadas são: os grupos de qualidade, formados por voluntários que se reúnem para analisar, entre outros assuntos, melhorias no ambiente de trabalho e questões de qualidade de vida; e a Expo Serasa, que consiste em uma feira de reciclagem e aprendizado, criada pela empresa, com o objetivo de apresentar e discutir com funcionários e familiares, entre outros assuntos, programas de desenvolvimento humano e profissional (Qualidade de Vida, treinamento etc.). Os Prefeitos 5S são funcionários, eleitos eletronicamente, que, dentro do seu mandato, ficam responsáveis por monitorar, entre outras questões, as questões de QVT no seu andar. Entre as ferramentas que eles utilizam, pode se citar as auditorias internas, que avaliam índices de evolução e retorno do programa. Em educação e treinamento, questões que contribuem de forma indireta para a qualidade de vida dos funcionários na medida em que permitem seu desenvolvimento pessoal, são avaliados: desempenho real do período, análise de desempenho no trabalho comparado com a análise dos requisitos do cargo e as metas e planos pessoais e profissionais, avaliações de desempenho dos funcionários, comitês de organizacional é mantido propício ao bem estar, à satisfação e à motivação das pessoas? Como é verificado se os padrões de trabalho das práticas de gestão relatadas estão sendo cumpridos e como as ações decorrentes são implementadas? Como é feita a avaliação das práticas de gestão e padrões de trabalho deste item? Como as principais inovações ou melhorias decorrentes da 27 avaliação das práticas de gestão e dos respectivos padrões de trabalho são implementadas? É importante relembrar a relação que existe entre os programas de desenvolvimento e capacitação e a Qualidade de Vida, na medida em que aqueles contribuem para o desenvolvimento pessoal e de maneira indireta para a qualidade de vida dos profissionais, como aponta a pesquisa de Taylor (2000), que correlaciona programas de qualidade total com variações na qualidade de vida dos trabalhadores. Além disso, a empresa utiliza indicadores de resultados específicos do programas de saúde e bem estar no trabalho: manutenção de níveis adequados de absenteísmo; rotatividade, colesterol, pressão arterial, diabetes dos funcionários; exames pré admissionais, comparados com exames periódicos, de mudança de função, de retorno ao trabalho e demissionais; Pesquisas de Clima Organizacional; Pesquisas sobre o perfil do Cliente Interno; Pesquisas de Satisfação Pessoal, estratificadas segundo os seguintes fatores de satisfação: imagem da empresa para o funcionário; reconhecimento pelas outras pessoas e áreas; percepção do compromisso com a Qualidade; clareza dos objetivos organizacionais; ambiente físico de trabalho na empresa; integração e comunicação entre pessoas; práticas de gestão de pessoas; estilo gerencial; reconhecimento profissional; clima organizacional – vitalidade; e, por fim, a satisfação em trabalhar na empresa. Os questionários não são identificados, e são ainda analisados por um instituto independente externo, para garantia de maior segurança no processamento dos dados. Os resultados das pesquisas são divulgados pela TV SER SERASA, para envolvimento de todos com as melhorias desejadas. Outras pesquisas específicas são realizadas periodicamente, para questões que envolvem temas definidos, tais como: assistência odontológica, entrevistas de desligamento etc. Também são utilizados índices de existência de greves ou paralisações, problemas sindicais e de reclamações trabalhistas. 28 4- ANÁLISE Vivemos numa sociedade em mudanças e num momento excitante para as organizações. A sociedade percebe que a Qualidade de Vida e a saúde são ativos importantes, envolvendo dimensões física, intelectual, emocional, profissional, espiritual e social. Práticas inadequadas no ambiente de trabalho geram impacto negativo na saúde física e emocional dos empregados e na saúde financeira das empresas. Baixa motivação e falta de atenção, diminuição de produtividade e alta rotatividade criam uma energia negativa que repercute na família, na sociedade e no sistema médico. Vivemos e trabalhamos numa sociedade do futuro, mas continuamos a usar os instrumentos do passado. Felizmente, algumas empresas inovadoras e conscientes, este cenário não faz de sua realidade atual. Tais empresas privilegiam a promoção de saúde das pessoas defendem hábitos saudáveis de vida no trabalho. Algumas empresas transformaram o ambiente de trabalho e a saúde emocional e física em vantagem competitiva, tendo plena convicção estratégica de que quanto mais eliciar satisfação, mais retornos terão em produtividade, criando assim a visão de uma organização mais privilegiada, competitiva e equilibrada. O propósito de um programa de qualidade de vida ou promoção de saúde nas organizações é encorajar e apoiar hábitos e estilos de vida que promovam saúde e bem estar entre todos os funcionários e familiares durante toda a sua vida profissional. Um programa de qualidade de vida existe para gerar estratégias com o intuito de promover um ambiente que estimule e de suporte ao individuo-me a empresa, conscientizando sobre como sua saúde está diretamente relacionada à sua qualidade e produtividade. Não é suficiente ter em mente mudar relevantemente o estado de saúde dos profissionais, mas também encorajá-los a cuidarem e gerenciarem sua própria saúde adquirindo um ganho substancial na sua satisfação e crescimento, assim como no aumento de produção e redução de custos para a empresa. A melhoria das condições de vida e da saúde tem sido um tema de crescente importância, já que impacta indireta ou diretamente a produtividade das pessoas, e os 29 resultados obtidos pelas organizações. Esse tema tem sido discutido dentro da denominação de Qualidade de Vida no Trabalho. Embora haja um limite sutil entre as questões de trabalho e de vida na família e na comunidade, ambos tratam de questões relacionadas a promover e assegurar a qualidade do bem-estar geral do ser humano. Por isso, tão importante quanto às condições de vida das comunidades são as práticas desenvolvidas pelas empresas, já que é nas empresas que o ser humano desenvolve uma parte muito significativa de sua vida: o trabalho. Qualidade de Vida no Trabalho é um “conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para e durante a realização do trabalho”. Neste artigo, os programas de Qualidade de Vida no Trabalho estão sendo estudados no âmbito da gestão de pessoas. Contudo, sabe-se que nem sempre as ações de QVT são desenvolvidas somente por este departamento. Todas as ações que a empresa e os empregados desenvolvem na busca da integração biopsicossocial e do controle dos fatores de riscos ocupacionais estão ligadas a gestão da qualidade de vida no trabalho. O foco de análise são as ações de QVT desenvolvidas no escopo de Gestão de Pessoas, tais como: atividades associativas e esportivas; eventos de turismo e cultura; atendimento à família; processos de seleção e avaliação de desempenho, carreira, remuneração e programas participativos, que exercem sem dúvida influência sobre a qualidade de vida dos funcionários; medidas ergonômicas e de cuidados com a alimentação. 30 5. CONCLUSÃO A Valorização do individuo como um todo deve ser reconhecido, e faz com que a empresa enxergue este ser como um talento e capital imprescindível aos seus negócios. O capital humano é constituído das pessoas que fazem parte de uma organização, significando talentos que precisam ser mantidos e desenvolvidos. Portanto, a gestão empresarial contemporânea passou a englobar em seu eixo de atuação os assuntos ligados a qualidade das condições do local de trabalho e a qualidade de vida de seu funcionário, passando essas a representarem competências essenciais vinculadas ao modelo de gestão de pessoas. Dessa forma, a Qualidade de Vida faz parte dos requisitos estratégicos das organizações, indo desde a contratação de novos funcionários até constituir segmento de atividades. As organizações procuram profissionais atentos a uma vida saudável, e procuram reforçar esse principio. Seguramente, tudo isso colabora para a qualificação dos perfis funcionais. Com vistas ao mercado competitivo as empresas são atraídas por profissionais com posturas arrojadas, empreendedoras, ágeis e com capacidade de suportar ambientes de pressão. Assim, as lideranças dentro das organizações precisam estar mais bem preparadas mentais, emocional e fisicamente para enfrentar, superar e, até mesmo, contornar obstáculo. Se existem pensamentos e sentimentos cheios de tensão e frustração há danos ao corpo físico. Se há um estado mental tranqüilo, o corpo apresenta-se melhor equilibrado. Em suma, este trabalho assinalou que a QVT, no atual ambiente organizacional redesenhado, resulta em maior probabilidade de os colaboradores obterem maior qualidade na vida pessoal, social e familiar, já que um ambiente organizacional sempre motivado e que promova o bem-estar cotidiano, certamente contribuirá para a construção de alicerces seguros na formação de um novo perfil profissional arrojado e capaz. Os resultados obtidos através do projeto, permitem que a organização passe a orientar seus esforços e recursos antes usados para solução de problemas dos colaboradores para atividades de maior importância, como por exemplo, de aumento de competitividade, fidelização de clientes etc. 31 Como todo projeto, o de Qualidade de Vida no Trabalho também implica, em muitos casos, em custos adicionais. Visto de forma simplista isso poderia ser limitante, porém, ao se comparar com os ganhos futuros em termos de eficiência e aumento de produtividade, estes custos se transformam em investimentos. Por fim, cabe lembrar que a decisão de implementar a Qualidade de Vida no Trabalho não depende do porte da organização, e sim do tamanho dos seus objetivos. 32 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento Estratégico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho: Como medir para melhorar. Salvador: Casa da Qualidade, 1996 LIMONGI-FRANÇA, Ana C. Qualidade de Vida no Trabalho – QVT: Conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas. 2004 MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral de administração: da escola cientifica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. RIBEIRO Pires, Wanderley. Qualidade de Vida. Campinas Komedi, 2001 RODRIGUES, Marcus V. C. Qualidade de Vida no Trabalho: Evolução e Análise no Nível Gerencial. Rio de Janeiro: Vozes, 1994 SUCESSO, Edina de Paula B. Relações Interpessoais e qualidade de vida no Trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 33 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 2. A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO 11 2.1. O QUE SE PODE CONSIDERAR QVT 12 2.2. OS ELEMENTOS-CHAVE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 14 2.3.VANTAGENS DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 16 2.4.AÇÕES ESTRATEGICAS PARA A QVT 17 2.5.FATORES DETERMINANTES PARA A PROMOÇÃO DA QVT 18 2.6. ACÕES QUE CONTRIBUEM PARA OS PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA 2 .222 NO TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES 20 2.7.IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO PARA MAIOR SATISFAÇÃO E PRODUTIVIDADE 22 ESTUDO DE CASO 24 ANÁLISE 28 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32 ÍNDICE 33