Artigo Original PERFIL DOS PACIENTES COM NEFROLITÍASE, EM TRATAMENTO AMBULATORIAL, EM UM HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz,1 Paulo Roberto de Araújo Carvalho2 e Rafael Rocha de Souza3 RESUMO Introdução. A litíase renal é doença de grande incidência, elevada recorrência e quando não tratada evolui com alto índice de complicações. Objetivo. Determinar o perfil epidemiológico dos pacientes com litíase renal em tratamento ambulatorial regular em um hospital público do Distrito Federal. Método. De janeiro de 2006 a junho de 2011 foram analisados os prontuários de 150 doentes que se encontravam em seguimento regular no ambulatório de nefrologia do Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, DF. Dados avaliados: sexo, idade, procedência, tempo de diagnóstico, orientação nutricional prévia, manifestações clínicas iniciais, história clínica, complicações cirúrgicas, presença de comorbidades, realização e resultado de investigação metabólica, terapia instituída e relato de melhora clínica. Resultados. A média de idade foi 42 ± 15 anos, com predomínio do sexo feminino (67,3%). A maior parte dos doentes teve história de litíase havia três anos, diagnosticada após quadro de cólica nefrética (68%). Praticamente a metade (48,7%) apresentava alguma comorbidade clínica e 7,3% referiram antecedentes de intervenções cirúrgicas. A maioria dos pacientes nunca havia recebido orientação nutricional prévia (91,3%). Cerca de 29% tiveram investigação metabólica, sendo os principais distúrbios diagnosticados: hipercalciúria, hipocitratúria e hiperuricosúria. A melhora clínica durante seguimento ambulatorial foi relatada por 69,3% dos pacientes. Conclusão. O predomínio do sexo feminino pode ser explicado por maior adesão ambulatorial dessa parcela e ou por encaminhamento errôneo dos doentes masculinos exclusivamente a tratamento urológico. Os demais dados são condizentes com os achados na literatura. Palavras-chave. Litíase; nefrolitíase; epidemiologia. ABSTRACT PROFILE OF PATIENTS WITH NEPROLITHIASIS IN AMBULATORY TREATMENT IN A PUBLIC HOSPITAL OF DISTRITO FEDERAL Introduction. Nephrolithiasis is a disease with high incidence, recurrence and clinical complications rates, especially when not treated. Objective. To determine the profile of patients with lithiac renal disease in regular ambulatory treatment in a public hospital located in the city of Brasília, Distrito Federal. Method. 150 medical records of patients in regular treatment in nephrology ambulatory of Hospital Regional da Asa Norte, Brasília-DF were analyzed between January 2006 to June 2011. Analyzed data: sex, age, time of diagnosis, previous nutritional orientation, initial clinical symptoms, historic of surgical complications, comorbities, indication and result of metabolic investigation, type of therapy and clinical outcome. Results. The mean age was 42 ± 15 years with a gender predominance of female patients (67.3%). Most patients had history of nephrolithiasis for 3 years, diagnosed after renal colic episodes (68%). Almost half (48.7%) experienced some clinical comorbity and 7.3% reported a history of surgical interventions. The majority of patients had never received any nutritional orientation (91.3%). About 29.3% were submitted to metabolic investigation, and the diagnosed disorders were: hypercalciuria, hyperuricosuria and hypocitraturia. 69.3% of patients haved clinical improvement with nephrologic treatment. Conclusion. The female predominance can be explained by a better adherence of this group and/or an erroneous forwarding of male patients to exclusive urologic treatment. The remaining data were consistent with the findings in the literature. Key words. Lithiasis; nephrolithiasis; epidemiology Médico Nefrologista, preceptor do programa de residência em Clínica Médica, Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, Distrito Federal (DF), Brasil 2 Médico-Residente em Clínica Médica, Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, DF, Brasil 3 Médico, especialista em Nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, DF, Brasil. Correspondência: Dr. Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz. Clínica Renal Life, SMHN quadra 2, bloco C, Edifício Dr. Crispim, sala 1.215, Asa Norte, CEP 70.710-149. Brasília, DF. Internet: [email protected]. Recebido em 9-8-2011. Aceito em 10-9-2011. 1 Brasília Med 2011;48(3):?-? 1 NOME DO AUTOR INTRODUÇÃO nefrolitíase é considerada em alguns estudos como problema de saúde pública.1 Estima-se que de 5% a 15% da população mundial sofrerá algum episódio de calculose renal ao longo da vida,2 estando entre o grupo mais susceptível indivíduos do sexo masculino (3:1), de etnia caucasiana e de categoria etária jovem, sobretudo de 20 a 40 anos.3-5 As condições climáticas e os hábitos alimentares também exercem importante influência sobre sua incidência.6 O fato de a litíase renal acometer uma população em faixa etária economicamente ativa e surgir com elevados índices de recorrência e de complicações clínicas e cirúrgicas associadas, contribui para que essa doença tenha expressivo impacto econômico sobre o sistema de saúde, uma vez que é causa frequente de procura e de internação hospitalar.1,7,8 Estudos mostram ainda aumento progressivo de sua incidência ao longo dos anos, sendo tal aumento atribuído a progressiva elevação dos índices de obesidade, do sedentarismo e de ingesta salina da população mundial.2,8,9 Dessa forma, o objetivo deste estudo é avaliar as características epidemiológicas de uma população de doentes com litíase renal no seguimento ambulatorial de hospital público do Distrito Federal. A MÉTODO Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, em que foram analisados os prontuários dos enfermos com litíase renal em seguimento regular no ambulatório de nefrologia do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), de janeiro de 2006 a junho de 2011. Os prontuários foram resgatados tendo como base o arquivo de dados de um dos ambulatórios de nefrologia do serviço de nefrologia do HRAN, onde constavam todos os doentes em seguimento clínico regular, definido como três consultas nefrológicas por ano. Ao início deste estudo, contabilizavam-se em seguimento ambulatorial regular 150 pacientes com nefrolitíase, que constituíram a base deste estudo. Os dados analisados foram: (1) dados epidemiológicos gerais referentes à história clínica do doente e de sua doença de base, ou seja, sexo, idade, procedência, tempo de diagnóstico prévio (em anos), história de orientação nutricional anterior, manifestações clínicas iniciais (cólica nefrética, infecção urinária, entre outras), antecedente de complicações 2 Brasília Med 2011;48(3):?-? cirúrgicas prévias e presença de comorbidades (nenhuma, hipertensão, diabetes, doença renal crônica, outras); (2) dados referentes ao tratamento e desfecho do paciente, isto é, realização de investigação metabólica, diagnóstico metabólico, tipo de tratamento instituído com melhora clínica ou não após seguimento clínico. A investigação metabólica foi restrita aos doentes que alegaram antecedentes de várias intervenções cirúrgicas prévias e aqueles que mostraram persistência de formação de cálculos mesmo aderentes às medidas dietéticas prescritas. Tal investigação foi realizada pela dosagem de cálcio, sódio, ácido úrico, oxalato e citrato em urina de 24 horas, sendo considerados para critérios diagnósticos os seguintes valores: hipercalciúria – dosagem de cálcio urinário acima de 250 mg em mulheres ou de 300 mg em homens; hiperuricosúria – dosagem de ácido úrico urinário acima de 750 mg em mulheres ou de 800 mg em homens; hipocitratúria – dosagem de citrato urinário <320 mg em urina de 24 horas em ambos os sexos; hiperoxalúria – dosagem de oxalato urinário acima de 44 mg em urina de 24 horas; distúrbios mistos – definidos como associação entre mais de um dos distúrbios citados no exame de urina de 24 horas de um mesmo enfermo. Comparações entre dois grupos foram efetuadas usando-se o teste exato de Fisher para variáveis categóricas e o teste t de Student não pareado, para variáveis contínuas de distribuição normal. A normalidade foi avaliada com a inspeção visual de histogramas e aplicação do teste de normalidade D’Agostino e Pearson omnibus. O teste F foi usado para testar a suposição de igualdade de variâncias. As variáveis contínuas de distribuição normal e as variáveis categóricas foram descritas como média ± desvio-padrão e percentagens respectivamente. O software R versão 2.11.1 foi usado na análise estatística de dados. Todas as probabilidades de significância apresentadas são do tipo bilateral e valores menores que 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretária de Saúde do Distrito Federal, parecer 268/2011. RESULTADOS Na tabela 1, apresentam-se os dados epidemiológicos gerais dos 150 pacientes. Observa-se predomínio de doentes do sexo feminino (67,3%), com faixa etária em torno de 42 anos de idade. A maioria dos assistidos EDITORIAL foi procedente do próprio Distrito Federal, com grande variabilidade acerca do tempo de diagnóstico de litíase renal com mediana de três anos. Como manifestação clínica inicial da doença, a maioria dos indivíduos sofreu crise de cólica nefrética, e a infecção urinária isolada e associada à cólica nefrética ocorreram, respectivamente, em 11,3% e 10% dos casos. No início do seguimento ambulatorial, 7,3% dos pacientes relataram intervenção cirúrgica prévia, essencialmente litotripsia extracorpórea e nefrectomias parciais ou totais. Quase metade dos doentes tiveram comorbidades sistêmicas, com predomínio de hipertensão arterial, diabetes melito e doença renal crônica. Mais de 90% dos doentes nunca havia recebido nenhuma orientação nutricional prévia, incluindo-se a necessidade de aumento da ingesta hídrica e dieta hipossódica e hipoproteica. Tabela 1. Dados epidemiológicos dos 150 pacientes com nefrolitíase em seguimento regular no ambulatório de Nefrologia do HRAN de janeiro de 2006 a junho de 2011 Parâmetros Valores Idade (anos; média ± desvio-padrão) 42 ± 15 Sexo feminino (%) Procedência do Distrito Federal (%) Diagnóstico (anos; mediana; extremos) Sem orientação nutricional prévia (%) Na tabela 2, são expressos dados referentes ao tratamento clínico. Um terço dos doentes foi submetido à investigação metabólica com urina de 24 horas. Foram os principais diagnósticos firmados: hipercalciúria (38,6%), hipocitratúria (29,5%), hiperuricosúria (25%) e defeitos mistos (6,9%), ou seja, associação de mais de um distúrbio. Quanto a terapia instituída, a maioria foi submetida à orientação dietética, associada ou não a terapia antilitogênica, e apenas 8,7% dos doentes foram encaminhados para tratamento urológico. A comparação entre os grupos de pacientes com e sem comorbidades é expressa na tabela 3. Verificou-se que os enfermos com comorbidades foram estatisticamente de maior faixa etária (p < 0,0001), mas não se observaram diferenças quanto às variáveis complicações cirúrgicas, sexo, necessidade de terapia específica como medicações antilitogênicas e ou encaminhamento urológico e relato de melhora com seguimento. 67,3 94 3 (0 - 15 ) 91,3 Tabela 2. Dados referentes ao tratamento dos 150 pacientes com nefrolitíase em seguimento ambulatorial regular no ambulatório de nefrologia do HRAN de janeiro de 2006 a junho de 2011 Parâmetros Manifestação clínica inicial (%) Cólica nefrética 68 Infecção urinária 11,3 Valores Sem investigação metabólica (%) 70,7 Diagnóstico metabólico (%) Ambos 10 Hipercalciúria 38,6 Outra 10,7 Hipocitratúria 29,5 92,7 Hiperuricosúria 25 Defeitos mistos 6,9 Sem complicações cirúrgicas (%) Comorbidades (%) Hipertensão arterial sistêmica 19,3 Diabetes melito 2 6,7 Doença renal crônica 8 Terapia instituída (%) Orientação dietética 60,7 Dieta e medicação específica 30,6 Outras 14,6 Encaminhamento urológico 8,7 Nenhuma 51,3 Melhora com o seguimento (%) 69,3 Brasília Med 2011;48(3):?-? 3 Tabela 3. Comparações entre idade, sexo, complicações cirúrgicas, necessidade de terapia específica e melhora com seguimento entre pacientes com nefrolitíase, com comorbidades ou não, em seguimento ambulatorial regular no HRAN de janeiro de 2006 a junho de 2011 Pacientes sem comorbidades n = 77 Pacientes com comorbidades n = 73 p 36 ± 11,5 49 ± 15,3 < 0,0001* Sexo masculino; n (%) 20 (26) 29 (39,7) 0,08† Complicações cirúrgicas; n (%) 4 (5,2) 7 (9,6) 0,35† Terapia específica; n (%) 27 (35,1) 32 (43,8) 0,31† Melhora com o seguimento; n (%) 56 (72,7) 48 (65,8) 0,38† Parâmetros Idade (anos; média ± DP) *Teste t de Student não pareado. †Teste exato de Fisher. DP – desvio-padrão. DISCUSSÃO Este estudo apresentou as características dos doentes com nefrolitíase em seguimento ambulatorial regular no Hospital Regional da Asa Norte em um período de cinco anos. A maioria dos doentes foi procedente do próprio Distrito Federal, em sua quase totalidade encaminhada de centro de saúde para seguimento nefrológico especializado. Em vista dos dados já relatados sobre a elevada incidência e prevalência dessa doença, esperou-se que o número de pacientes em seguimento em um período tão longo fosse maior. Todavia, estudos mostram grande dificuldade de adesão desse tipo de paciente ao acompanhamento clínico regular, sobretudo quando tal seguimento não é realizado por uma equipe multiprofissional, uma vez que tem esta importante papel em reforçar a necessidade do seguimento clínico preventivo.1 A idade média do diagnóstico de litíase renal foi similar à encontrada na literatura.3-5 O número de doentes do sexo feminino em seguimento foi maior, apesar de os estudos clássicos mostrarem maior incidência dessa doença em indivíduos do sexo masculino.10,11 Este dado pode ser explicado pela maior procura das doentes do sexo feminino por auxílio médico e da maior adesão dessas ao tratamento clínico ou, talvez, por encaminhamento equivocado dos enfermos do sexo masculino para acompanhamento urológico exclusivo. A maioria dos doentes teve diagnóstico de nefrolitíase após quadro de cólica nefrética. Entretanto, mais de 10% dos pacientes apresentou, como primeira manifestação, infecção de repetição no trato urinário. Esse dado é importante, pois a litíase renal 4 Brasília Med 2011;48(3):?-? é relevante causa de infecções recorrentes em trato urinário, podendo ser a única manifestação clínica na fase inicial da doença.12 Quase metade dos pacientes tinha comorbidades clínicas, sobretudo hipertensão arterial, diabetes melito e doença renal crônica. Isso reflete tendência mundial, uma vez que o progressivo envelhecimento populacional vem contribuindo para que tais doenças se tornem cada vez mais prevalentes.13 Vários estudos mostram associação digna de nota entre diabetes, obesidade e maior incidência de litíase renal.9,14-16 Além disso, a própria litíase renal parece estar associada ao aumento na incidência de doença renal crônica e hipertensão.17,18 Esperava-se, em vista desses dados, um número maior de doentes com complicações cirúrgicas, podendo isso não ter sido verificado pelo número reduzido de pacientes neste estudo, uma vez que tais complicações são frequentes. O dado mostrado no qual quase todos os doentes iniciou seguimento ambulatorial sem nunca ter recebido nenhum tipo de orientação nutricional prévia é extremamente importante. Tal fato mostra desconhecimento da fisiopatologia da doença pela classe médica, sobretudo clínicos gerais, que realizam o primeiro atendimento. A orientação dietética adequada apresenta um papel cardinal na inibição da litogênese, sobretudo em nossa região, caracterizada por seu clima semiárido, uma vez que as condições climáticas associada a dieta inadequada exercem influência sobre a incidência da litíase renal.6,19-23 Alguns estudos contestam a necessidade de investigação metabólica em todos os doentes com nefrolitíase. Uma vez que tais exames são onerosos, muitas vezes o distúrbio só é diagnosticado depois de repetidos exames e pelo fato de uma grande parcela dos casos apresentar melhora significativa apenas com orientação dietética. Dessa forma, tal investigação foi, no presente estudo, reservada para os casos refratários e ou com história de complicações graves, o que explica ter sido realizada em apenas um terço dos doentes. Vale ressaltar que tal conduta está longe de ser consenso, havendo opiniões discordantes.24,25 Os distúrbios metabólicos detectados em nosso estudo, tais como hipercalciúria, hiperuricosúria, hipocitratúria e distúrbios mistos, são compatíveis com os dados encontrados na literatura.26,27 De fato, a litíase renal é doença metabólica, sendo em apenas 5% dos indivíduos secundária a alguma doença sistêmica.28 No presente estudo, não houve diagnóstico de enfermidades sistêmicas como causadoras de nefrolitíase, bem como não houve diagnóstico de distúrbios metabólicos mais raros, por exemplo, cistinúria e acidose tubular renal, podendo esse dado ser explicado pelo número pequeno de pacientes estudados e pela dificuldade dos enfermos em submeter-se a exames mais específicos como gasometria venosa e dosagem de cistina urinária, uma vez que tais exames não são realizados pelo sistema de saúde.1 O número relativamente pequeno de doentes encaminhados para seguimento urológico mostra a eficácia do tratamento nefrológico na prevenção da ocorrência e progressão da formação de cálculos, e a expressiva melhora dos assistidos (quase 70% dos casos) depois do seguimento nefrológico também corrobora tal informação, descrita em outros estudos.1 Em conclusão, o trabalho em estudo forneceu importantes informações sobre o perfil epidemiológico dos pacientes com litíase renal em seguimento ambulatorial em um hospital público do Distrito Federal e poderá servir de base para o desenvolvimento de estratégias visando a ampliar a assistência nefrológica a tais pacientes. CONFLITOS DE INTERESSES Declaramos a inexistência de conflitos de interesses. REFERÊNCIAS 1. Vannucchi MTI, Geleilete TJM, Bessa EL. Calculose de vias urinárias em ambulatório do sistema único de saúde – estudo de modelo de atendimento em saúde pública. J Bras Nefrol. 2003;25:165-71. 2. Curhan GC, Curhan SG. Dietary factors and kidney stone formation. Compr Ther. 1994;20:485-9. 3. Johnson CM, Wilson DM, O’Fallon WM, Malek RS, Kurland LT. Renal stone epidemiology: a 25-year study in Rochester, Minnesota. Kidney Int. 1979;16:624-31. 4. Hiatt RA, Dales LG, Friedman GD, Hunkeler EM. Frequency of urolithiasis in a prepaid medical care program. Am J Epidemiol. 1982;115:255-65. 5. Curham GC, Willet WC, Knight EL, Stampfer MJ. Dietary factors and the risk of incident kidney stones in younger women: Nurses’ Health Study II. Arch Intern Med. 2004;164:885-91. 6. Rosa TT, Parry DC, Veiga JPR. 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