UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A QUALIDADE DO CRÉDITO NO MERCADO DE
FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
Por: Leonardo Corrêa Couto
Orientador
Prof. Mario Luiz
Vitória - ES
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A QUALIDADE DO CRÉDITO NO MERCADO DE
FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS.
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Estratégica e Qualidade.
Por: Leonardo Corrêa Couto
3
AGRADECIMENTOS
A minha querida esposa Juliana Elisa
Buttendorff que me apoiou de maneira
significativa para concretização deste
trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedica-se a todos os familiares e amigos
que contribuíram de maneira direta ou
indireta para minha formação profissional,
educação e caráter.
5
RESUMO
Este trabalho teve como foco, alertar e conscientizar a população e as
instituições financeiras para a importância da Qualidade do crédito no mercado
de financiamento de veículos.
Enfatiza o mercado de veículos novos e usados no Brasil, procurando
ressaltar suas tendências, tipos de financiamentos, CDC ou Leasing, suas
vantagens e desvantagens.
Passa pelo levantamento das questões que oneram diretamente o
crédito para financiamento de veículos como as altas margens de ganho
financeiro, utilizada pelas instituições financeiras no Brasil ou através fatores
indiretos que compõem o preço desse crédito como o alto índice de
inadimplência ou a carga tributária, por exemplo.
Evidencia também a importância do controle da inadimplência por meio
de um bom cadastro, uma boa análise e concessão de crédito responsável, ou
seja, da qualidade do crédito para que os setores envolvidos cresçam de forma
transparente,
sustentável
através
de
medidas
ambientalmente corretas e economicamente viáveis.
.
socialmente
justas,
6
METODOLOGIA
O desenvolvimento do trabalho foi efetuado com base em revisão em
bibliografia especializada.
Avaliar a qualidade do crédito no mercado para financiamento de
veículos requer uma pesquisa de legislação específica, literatura da área
econômica, finanças e administração, material didático elaborado pelas
Instituições financeiras, jornais e revistas com artigos contemporâneos e
atualizados sobre o tema, bem como sites governamentais, empresas de
cunho estatístico e empresas que compõe o setor em questão.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - Mercado de Veículos no Brasil
10
1.1 - Tendências
11
1.1.1 - Novos x Usados
12
1.1.2 - Modalidade de Pagamento
14
CAPÍTULO II - Formação do preço do Crédito
17
2.1 – Spread bancário
19
2.2 – Risco do Crédito
21
2.3 – Inadimplência
24
CÁPITULO III – Qualidade do Crédito
29
3.1 – Análise de Crédito
30
3.1.1 - Os “C’s” tradicionais do crédito
30
3.2 - Cadastro positivo
32
CONCLUSÃO
35
BIBLIOGRAFIA
36
FOLHA DE AVALIAÇÃO
38
8
INTRODUÇÃO
O tema desta monografia é a Qualidade do crédito no mercado de
Financiamento de Veículos, uma vez que esta oferta feita de maneira
desenfreada pode causar altos riscos de inadimplência e afetar o custo do
crédito, repassando ao consumidor final.
A questão central desse trabalho são os altos “Spreads”, criados, não
somente por altos níveis de margem de ganho financeiro utilizados pelas
instituições
financeiras
no
Brasil,
mas
também,
por
componentes
determinantes nesta precificação do crédito para financiamento de veículos.
Esta prática tem gerado dificuldade para o consumidor pagar suas
prestações de modo que aumenta a inadimplência na carteira de financiamento
de veículos que após determinado período são considerados como perda, que
na forma de índice, é um item de peso e de caráter oneroso no cálculo para
formação do “Spread” em uma agência de financiamento de veículos.
O tema sugerido é de fundamental relevância, face à crise atual da
econômica mundial, causada por um modelo capitalista míope e sem
preocupação com gerações futuras.
Atualmente ocorre um incentivo pela oferta de crédito para aquecer a
economia do país, mas é utilizado de pouco critério na análise e concessão do
mesmo aumentando o risco de crédito e sistêmico.
Os prejuízos podem ser incalculáveis já que não afetam apenas, o
ambiente corporativo ou o próprio Sistema Financeiro, corroem economias
locais e internacionais com o advento da Globalização, afetando a vida de
muitas pessoas.
São, portanto, objetivos dessa pesquisa, identificar a importância da
qualidade do crédito na oferta para financiamento de veículos e atentar para
um planejamento estratégico socialmente justo e economicamente viável de
modo a reavaliar a maneira de as instituições ligadas ao crédito, possam atuar
em conjunto para mitigar o risco da operação e com isso desonerar o “Spread”
bancário.
9
O presente trabalho está organizado do seguinte modo:
No primeiro capítulo apresenta-se o mercado de veículos no Brasil,
suas tendências em relação ao consumo de veículos novos x usados e as
modalidades de pagamento utilizadas.
O segundo capítulo discrimina a formação do preço do crédito, o que é
spread bancário, risco do crédito, inadimplência e o que cada um deles
representa na precificação.
No terceiro e último capítulo, evidenciamos a importância da qualidade
do crédito, descrevemos sobre a análise do crédito e apresentamos a
ferramenta conhecida como Cadastro Positivo, como sugestão para redução
dos problemas encontrados.
10
CAPÍTULO I
MERCADO DE VEÍCULOS NO BRASIL
O setor automobilístico tem uma fatia cada vez maior no PIB e vem
cumprindo um papel fundamental para crescimento econômico do Brasil.
“Desde o período do “milagre econômico”, na década de
50, época em que o Brasil incorporou definitivamente o processo
de
industrialização,
o
setor
automotivo
é
extremamente
importante na atividade industrial brasileira. Principalmente no
período correspondente às décadas de 50 a 70, onde a indústria
automobilística brasileira cresceu sob índices e resultados muito
positivos, destacando-se pelo alto índice de novos empregos e a
capacidade do setor em gerar atividades diretas e indiretas ao seu
processo que ajudaram no desenvolvimento, devido a sua
estrutura que envolve o estímulo nas atividades de produção de
metal, plástico, tecidos, materiais elétricos e eletrônicos, bem
como, movendo uma ampla cadeia de atividades comercias e de
serviços.” (SILVA, 2006 p.39)
Na década de oitenta o setor sofreu, junto com a economia mundial e
brasileira, uma forte redução de sua atividade e uma total estagnação
tecnológica em comparação com outros países.
Essa recessão durou até o início da década de 90, onde as ações
governamentais de expansão do comércio, os incentivos fiscais e a contenção
da inflação foram decisivos para que o setor retomasse o crescimento e
ampliasse a contribuição para a geração de riqueza do país. (SILVA, 2006
p.38)
11
De acordo com a ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras
das montadoras), a frota de automóveis está, hoje, concentrada principalmente
nas regiões Sul e Sudeste. A idade média do segmento está em 13,3 anos.
Fonte: ANEF, 2008
1.1 – Tendências
A direção na qual, Pessoas físicas ou jurídicas seguem ou são seguidas
pelas outras nas escolhas e tomada de decisão e são influenciadas.
Traduzindo-se ainda numa vontade natural irrefletida no subconsciente,
que se transforma em um comportamento com ou sem a devida consciência do
indivíduo.
Neste caso específico, influenciadas por um comportamento de
consumo que pode ser levado pelas novas regras do mercado financeiro ou
12
descobertas de novas tecnologias do mercado automobilístico aceitas pela
maior parte da sociedade.
1.1.1 Veículos novos x usados
De acordo com ANEF 2008, o total de licenciamento nos últimos
12 meses obteve um incremento da ordem de 5%, sendo que o aumento
de veículos novos foi de 14%, contra 2% dos usados.
Quando um consumidor decide comprar um veículo, é prudente
que ele faça uma pesquisa de mercado na qual levantará o modelo
desejado, a cor, o ano de fabricação, e principalmente, o custo benefício
desejado.
Hoje, comparando as condições (taxa, prazo, prestação)
oferecidas para financiar um veículo novo ou usado, percebe-se que na
relação custo benefício é melhor para o consumidor adquirir um “carro
zero”.
Para o governo, as montadoras e concessionárias são fundamentais na
cadeia de valor desse setor e aparecem como consideráveis contribuintes na
geração de emprego e renda, aplica-se então subsídios de cunho fiscal
13
beneficiando-os e aquecendo sua venda em detrimento de outros que
participam dessa cadeia como as revendas de veículos usados.
Já para as instituições financeiras, a garantia de uma operação de
financiamento de veículo é o próprio bem, portanto quanto mais novo é este
bem, menor a depreciação, caso a instituição tenha que tomar o bem por falta
de pagamento, diminuindo o risco e consequentemente o custo do crédito.
Seguindo dados da ANEF, apura-se que a proporção de veículos
usados para veículos novos negociados é, em média, de 2,7, inferior ao
mesmo período de 2007, com 3,3 veículos usados para cada novos.
Numa época em que a comercialização de veículos novos se encontra
em franco aquecimento, existindo até filas de espera para a aquisição de
carros zero-quilômetro, por causa da redução, por tempo limitado, da alíquota
do IPI, determinada pelo governo federal.
A redução/isenção da alíquota fez inclusive, com que os veículos
usados apresentassem acentuada desvalorização.
14
1.1.2 - Modalidade de Pagamento
Entre as modalidades de pagamento mais utilizadas estão o Leasing
ou Arrendamento Mercantil e CDC – Crédito Direto ao Consumidor, cada qual
com sua peculiaridade, suas vantagens e desvantagens, depende muito da
finalidade ou desejo do consumidor.
Leasing ou Arrendamento Mercantil – Efetivado a partir de um contrato
de arrendamento mercantil, possibilita à utilização do veículo, segundo suas
especificações, por um período e condições pré-definidos (mínimo 24 meses).
Terminado o prazo do contrato, você pode optar pela compra do veículo por um
valor previamente estabelecido.
Cabe ao cliente escolher o bem, negociar com o fornecedor o preço e
sua disponibilidade. Devemos ainda ressaltar que não há incidência de IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras) desonerando o CET (Custo Efetivo
Total) resultando numa prestação menor, já que este tributo é acrescido ao
valor financiado e diluído nas parcelas.
CDC – Crédito Direto ao Consumidor – O financiamento possui
incidência de IOF, o veículo é de propriedade do comprador e fica com
gravame na base do DETRAN (Departamento Nacional de Trânsito), alienação
fiduciária a favor da instituição financeira durante o prazo de pagamento que
vai de 2 à 60, 72 ou até 84 meses. A modalidade é firmada através de Cédula
de Crédito Bancário.
O potencial de movimentação econômica e a forte previsão de
crescimento evidenciam a importância do mercado de automóveis na atividade
econômica e o quão fundamental e favorável ao consumo é a disponibilidade
de recursos financeiros gerados através das operações de CDC.
15
É correto afirmar, com base nas estatísticas apresentadas junto ao
setor, que o fator de maior peso no fomento das vendas de veículos é a renda.
(SILVA, 2006, p.33)
Conseqüentemente, o crescimento da renda elevará a capacidade de
pagamento ao crédito e aquisição de empréstimos financeiros ao mercado,
ampliando diretamente a possibilidade de consumo de automóveis.
Nesse estágio é possível identificar a renda como mais um fator de
influência na determinação dos juros junto ao sistema financeiro.
“Ao ocorrer um aumento na capacidade de pagamento do
consumidor através de uma ampliação da renda, afetará a
demanda por crédito de forma positiva. Logo, ficando o
mercado mais aquecido, os bancos tendem a reduzir suas
taxas de juros com base na redução do risco e aumento das
expectativas de ganho em escala.” (SILVA, 2006, p.53)
O comportamento das instituições financeiras pode ser simplificado se
uma operação de CDC for considerada como um produto vendido em uma loja,
com o preço representando a taxa de juros. Com o aumento do consumo de
CDC os bancos reduzirão suas taxas.
Cabe ressaltar que essa não é uma regra automática, pois existem
outros fatores ligados ao sistema financeiro que podem colaborar para o
aumento das taxas, mesmo em um momento de alta demanda. (SILVA, 2006,
p.35)
16
Fonte: ANEF, 2008
O gráfico da ANEF demonstra uma crescente oferta de Leasing ou
Arrendamento Mercantil pelas instituições financeiras devido ao menor risco, já
que o proprietário ou arrendador é a própria instituição, que através de contrato
firmado, arrenda para o consumidor conhecido como arrendatário.
Nas operações de arrendamento mercantil, a instituição arrendadora
adquire um bem específico, previamente negociado entre empresa e
fornecedor, para arrendá-lo por um prazo correspondente à maior parte da sua
vida útil.
A instituição arrendadora é a proprietária do bem, registrando-o em seu
ativo e efetuando sua depreciação.
O arrendatário, por sua vez, detém a posse e o uso do bem, é
responsável pela manutenção, arca com os custos seguro e realiza
pagamentos periódicos denominados contraprestações.
17
CAPÍTULO II
FORMAÇÃO DO PREÇO DO CRÉDITO
A formação do “Spread”, conhecida também como “precificação” é
fundamental para competitividade do produto uma vez que a concorrência
entre as empresas de oferta de crédito no mercado de financiamento de
veículos no Brasil é muito acirrada e um detalhe que faça o diferencial é
determinante.
“As taxas de juros cobradas nas operações de
crédito devem remunerar os custos de captação dos
recursos utilizados para empréstimos, cobrir os custos do
negócio e gerar um rendimento líquido para o banco. Em
outras palavras, para garantir a rentabilidade da atividade
de intermediação financeira, a margem bruta obtida deve
ser superior aos custos, aí incluídas as despesas de
diferentes espécies, os tributos e as provisões para
cobertura de risco em caso de inadimplência do tomador do
empréstimo.” (BARROS;FAGUNDES;CAVALCANTE, 2007
p.07)
18
Decomposição do spread bancário em cima do custo de captação
conforme tabela da Associação Nacional das Empresas de Financiamento.
Inadimplência
(índice de perda)
Despesas administrativas e
operacionais
Impostos Indiretos
Impostos Diretos
Margem de ganho
Total
15,80 %
19,20 %
8,20 %
21,00 %
35,80 %
100,00 %
Fonte: ANEF, 2008
2.1 - Spread
O spread é obtido pela diferença entre as taxas de juros de aplicação e
de captação, compreendendo o lucro e o risco relativos às operações de
crédito, despesas operacionais e com tributos.
“O spread, por conseguinte, é influenciado por uma
série de variáveis, sobretudo qualidade de crédito do
emissor, condições de mercado, volume e liquidez da
emissão ou empréstimo, e prazo. Para cálculo do spread, a
taxa interna de retorno dos fluxos é deduzida da taxa interna
de retorno de um referencial. Representa a diferença entre
as taxas de juros de aplicação e captação, compreendendo
o lucro e o risco relativos às operações de crédito. O spread
bancário pode ser considerado indicador de eficiência da
própria intermediação bancária, dado que mede o custo
desta.” (DEMIRGÜÇ-KUNT & HUIZINGA, 1999; BROCK &
ROJAS-SUARES, 2000 p.21).
19
Assim, a magnitude do spread bancário – diferencial entre as taxas de
captação e de aplicação de recursos – será determinada pelo comportamento
dos diversos elementos que compõem o custo da atividade de intermediação e
pela margem de lucro líquida praticada pelas instituições. (BARROS;
FAGUNDES; CAVALCANTE, 2007 p.09)
Geralmente, a amplitude do spread bancário é associada à
lucratividade. Porém, releva-se que uma elevação no spread, por exemplo, não
implica necessariamente maior lucro. O lucro é apenas um dos componentes
do spread bancário (COSTA e NAKANE, 2005 p. 15).
Fonte: ENAF 2007
Estudos executados sobre a evolução do spread mostram o alto
“spread” bancário é um dos responsáveis pelo baixo nível de investimento na
economia brasileira.
Seus determinantes são de ordem microeconômica e seus principais
componentes são os seguintes: a cunha fiscal (impostos e tributos cobrados
20
sobre as operações financeiras), o custo administrativo, a provisão para cobrir
a inadimplência e o lucro da intermediação financeira.
É importante compreender o que significam esses valores, pois no
cômputo geral de todas as modalidades de empréstimos as perdas por
inadimplência do sistema bancário representaram 15,8% da receita de juros
efetivamente pagos acima da taxa SELIC.
“O “spread” bancário continua alto – apesar das medidas
adotadas
pelo
governo
em
relação
aos
depósitos
compulsórios – resultando em taxas de juros elevadíssimas.
Vários fatores concorrem para que os juros sejam tão altos:
custos de captação, custos operacionais, cunha fiscal (carga
tributária) e inadimplência.” (PROCON-SP, 2008)
Na composição dos juros, a inadimplência tem peso considerável e sua
influência obedece a uma dinâmica perversa: aumento da inadimplência
contribui para taxas de juros mais altas; por outro lado, taxas de juros mais
altas contribuem para o aumento da inadimplência.
O consumidor, mesmo sem perceber, é diretamente atingido pelas
oscilações microeconômicas descritas neste trabalho ou pelas situações
macroeconômicas (inflação, atividade produtiva, taxa de câmbio, mercado
internacional, etc.).
Ao consumidor deve-se alertar para a necessidade de planejar seu
orçamento com critério, recorrendo ao crédito somente em casos de real
necessidade, fazendo comparações de custo-benefício e, finalmente, evitando
a inadimplência.
21
2.2 – Risco do Crédito
O risco se apresenta sob diferentes formas macro ou microeconômica,
instabilidade de taxas de juros e de câmbio, oscilações de preços dos insumos
e produtos, acirramento da competição empresarial e pode materializar-se em
perdas efetivas de grande monta e de difícil recuperação.
Dessa maneira a administração e a consideração do risco na formação
da taxa de juro, devem ser vistas como premissas já que o risco sempre
existirá, simplesmente porque o futuro é incerto.
“O crédito é um elemento presente em praticamente todas
as políticas Financeiras das empresas comerciais e
industriais, como forma de fomentar as vendas ou suprir
eventuais necessidades de capital de giro, realização de
aquisições ou aumento da capacidade de produção.
Portanto, a função dos bancos é praticar a intermediação
financeira, ou seja, administrar recursos de terceiros e
fornecer crédito ao comércio, à indústria, às empresas
prestadoras de serviços e às pessoas físicas”. (OLIVEIRA,
2003, p.07)
O risco de crédito pode ser conceituado como possível de perda em
que se incorre quando há inadimplência de uma contraparte numa operação de
crédito.
Na maioria das análises, o risco do tomador está relacionado a fatores
internos e externos, que podem prejudicar o pagamento do empréstimo
contratado junto ao banco. (OLIVEIRA, 2003, p.10)
22
“A avaliação do risco é reflexo da multiplicidade, qualidade e
origem das informações disponíveis para o analista. A
análise e a administração do risco estão baseadas no
processamento das informações sobre o proponente do
crédito. Atualmente, as novas técnicas para mensuração
desse risco, aliadas ao avanço dos recursos tecnológicos,
são de suma importância para auxiliar tanto a análise quanto
a tomada de decisões.” (OLIVEIRA, 2003, p.24)
Embora as classificações dos diferentes tipos de risco a que se
submete uma instituição financeira sejam diversas, poder-se-á agrupá-los da
seguinte forma: risco de crédito; risco de mercado; risco de liquidez; risco
operacional; risco legal. (OLIVEIRA, 2003, p.25)
O risco de crédito representa a possibilidade da perda pelo nãopagamento de algum tipo de dívida que qualquer contraparte tenha assumido
com a instituição financeira.
Três são os diferentes tipos de riscos inerentes ao risco de crédito;
•
Risco de Inadimplência: é caracterizado como a
possibilidade de perda decorrente da incapacidade de pagamento
do devedor ou contraparte;
•
Risco de concentração: diz respeito à possibilidade
de perda em decorrência de uma elevada exposição em um único
devedor, grupo de devedores, região, segmento, etc;
•
Risco Soberano: está relacionado à possibilidade de
perda pelo descumprimento das obrigações por parte dos
23
devedores, em função de restrições impostas pelo país sede da
exposição.
O risco de mercado origina-se de qualquer mudança de valor nos
ativos e passivos pertencentes a instituição financeira, quer sejam os
indexados à taxa de juros, à taxa de câmbio, ou os negociados nos mercados
de renda variável ou no mercado imobiliário.
O risco de liquidez surge da dificuldade de caixa, ou seja, quando
identificada a necessidade de movimentar recursos financeiros através da
comercialização de um determinado ativo, a instituição financeira não consiga
obter compradores potenciais no momento e no preço desejado.
O risco operacional é a possibilidade de perda causada por falhas na
estrutura organizacional da instituição financeira, em nível de sistemas,
procedimento, recurso humano ou recurso tecnológico.
O risco legal ocorre pelo descumprimento ou quebra de regras
contratuais ou pela incompetência da instituição financeira em cumprir
determinações legais.
“Além disso, as instituições financeiras como qualquer
outro tipo de negócio, correm os riscos inerentes na
organização
de
seu
mercado;
risco
de
mudanças
significativas nas estruturas regulatórias e tributária da
atividade; risco mercadológico da perda de preferência dos
consumidores de seus produtos, risco da perda de
competitividade seja de preços, de qualidade de serviços,
de nível de tecnologia, de atendimento diferenciado ou de
imagem, risco no ambiente global relacionado aos negócios
bancários.” (OLIVEIRA, 2003, p.32)
24
2.3 – INADIMPLÊNCIA
Inadimplência nada mais é do que o não pagamento até a data de
vencimento de um compromisso financeiro com outrém, quando feita
negociação de prazos entre as partes, para aquisição de bens ou serviços
devidamente executados.
“Na década de 80 os Estados Unidos sofreram
inadimplência recorde nos empréstimos bancários.
Um
dos
pontos
que
contribuiu
para
tal
acontecimento foi o mau desempenho das carteiras
de crédito, ou seja, não existia cultura de crédito
naquele país. No Brasil, a cultura de crédito teve
suas
variações
que
estimularam
seus
administradores de risco a se interessarem cada vez
mais por novas técnicas. Essa preocupação não o
incentivou
a
criar
e
a
desenvolver
técnicas
avançadas de avaliação. Este período assistiu ao
nascimento de alguns modelos individuais, ao
refinamento constante de algumas bases de dados
relevantes de falências e a uma série de pesquisas
por
parte
de
empresas
reguladoras
e
dos
consultores sobre as técnicas.” (OLIVEIRA, 2003
p.26)
Segundo Bryan, 1988, os bancos precisam repensar a cultura de
crédito e traçar novas estratégias de empréstimos.
25
Segundo um levantamento efetuado no Banco Central feito pela ANEF,
a inadimplência registrou em dezembro de 2008 uma sensível elevação
comparativamente a dezembro de 2007, alcançando o pico de 4,3% sobre a
carteira de financiamento de veículos (CDC).
Fonte: ANEF, 2008
Por outro lado o atraso sobre o total da carteira de crédito para
pessoas físicas, passou de 7% em dezembro de 2007 para 8,1% em dezembro
de 2008.
2.3.1 - O Financiamento e a Inadimplência
Segundo Rubens Sardenberg, 2009 economista-chefe da Febraban
(Federação Brasileira dos Bancos), o que os bancos mais temiam era que a
crise resultasse na alta da inadimplência.
Para ele, a alta do “spread” que ocorreu desde o agravamento da crise,
justifica-se por esse fator. A inadimplência, de acordo com estudos do BCB,
passa a corresponder por cerca de 40% do “spread”.
26
O aumento da inadimplência é uma das coisas que atrapalham tanto a
redução do “spread” como a concessão de empréstimos, diz Sardenberg.
“Para o economista-chefe da Febraban, enquanto, de um
lado, a queda da inflação e a baixa atividade da economia
são fatores que poderiam fazer o “spread” cair mais
rapidamente, de outro, a inadimplência e as grandes
incógnitas que são o tamanho e a duração da crise atuam na
direção oposta. O balanço dessas duas coisas pode fazer
com que o “spread” bancário demore mais a cair.”
(SARDENBERG, 2009).
Ao longo da série de relatórios do BCB sobre a economia bancária e
crédito, o risco embutido nas operações de crédito vem se destacando. No
primeiro diagnóstico foi que os elevados “spreads” bancários eram explicados
pela inadimplência e pelo reduzido nível de exposição da suas carteiras de
crédito que limitavam a diluição dos custos administrativos e de capital.
Observou-se, que, em função das elevadas inadimplências ocorridas, as
instituições financeiras tinham receio de aumentar suas carteiras de
empréstimos. Portanto, uma baixa exposição ou oferta de crédito ou maior era
a forma legítima de os bancos se protegerem de uma conjuntura incerta.
A ênfase foi dada ao grupo de regras mais severas de classificação e
provisionamento
de
operações
de
crédito
implantadas
referente
à
regulamentação e ao controle de riscos das instituições financeiras.
Nesse sentido, a medida mais importante adotada foi à obrigatoriedade
de classificação das operações de crédito por faixas de risco, bem como o
27
provisionamento de todos os créditos a partir da segunda faixa de risco
conforme a resolução 2.682, de 21 de dezembro de 1999.
Seguia-se, assim, a tendência internacional, que dava prioridade aos
riscos assumidos pelas instituições financeiras e à sua capacidade de
gerenciá-los.
Se, num primeiro momento, essas medidas sugeriam limitar as ações
dos bancos, em outro buscavam gerar maior estabilidade, redução da
inadimplência bancária e, a médio e longo prazo, redução de custos, “spreads”
e taxas de juros finais.
Conforme BCB, de 2001 a 2006, tanto pela decomposição contábil do
spread quanto pela utilização de técnicas econométricas para estimação dos
determinantes, o risco de crédito revelou-se como variável explicativa
significante. Ambas as metodologias, ao longo do tempo, se beneficiaram de
melhorias na quantidade e na qualidade dos dados disponíveis.
Portanto, o risco de inadimplência é um dos principais aspectos
pontuais diagnosticados pelo BCB (1999 a 2006) para redução da taxa de juros
média cobrada nas operações de crédito.
“A inadimplência no Brasil, além de seu componente
conjuntural, está ligada também aos aspectos institucionais
tais como falta de cultura de crédito (devido ao longo período
de inflação), baixa qualidade das informações sobre a
clientela, instrumentos de crédito inadequados e sistema
judiciário que não dispõe de mecanismos legais necessários
à cobrança dos empréstimos” (BCB, 2000).
28
Segundo a FEBRABAN, o risco de inadimplência responde por 37,60%
do spread bancário, que é a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a
cobrada dos consumidores na concessão do crédito.
Para induzir a baixa dos juros ao tomador final, muitas medidas
poderiam ser adotadas, dentre as quais a redução das taxas básicas de juros e
a redução da cunha fiscal, bem como as medidas tendentes a diminuir o risco
de crédito e aumentar a eficiência e a alavancagem das instituições financeiras.
Entretanto, para a redução do risco de crédito, faz-se necessário o
entendimento de como este vem se relacionando com os fatores conjunturais.
Como pode ser observado, o risco, eminentemente o de crédito, é de
grande importância na estrutura e na determinação do spread bancário.
29
CAPÍTULO III
QUALIDADE DO CRÉDITO
O crédito assume fundamental importância no desenvolvimento de um
país. Em qualquer de suas possibilidades, seja financiando o consumo de
pessoas físicas, assistindo o capital de giro de empresas ou financiando
investimentos, estará sempre ligado a desenvolvimento econômico e social.
O PIB(Produto Interno Bruto) de um país é o resultado da soma de
todos os bens, produtos e serviços produzidos pela sociedade. A poupança, no
contexto econômico, representa a parcela não consumida (o excedente) da
sociedade.
Para poderem produzir e contribuir para o PIB do país, as empresas
investem em infra-estrutura ou em bens de capital (equipamentos industriais,
especialmente máquinas e equipamentos necessários à produção). Para tanto,
busca recursos no excedente gerado pela sociedade (a poupança), através do
crédito, por intermédio das instituições financeiras.
O crédito assim, está ligado á produção, na medida em que
disponibiliza recursos ociosos da economia à assistência creditícia de
empresas produtoras de bens e serviços. Por isso, o volume de PIB e crédito
estão intimamente ligados.
Ao mesmo tempo o crédito assume fundamental importância para o
desenvolvimento econômico em outras áreas quando, fornece recursos para o
consumidor antecipar a aquisição de bens, o crédito está auxiliando o processo
econômico na medida em que facilita o consumo, aquece a produção e
mantém os níveis de emprego.
Quando destinado ás famílias de baixa renda, via microcrédito ou
programas governamentais, o crédito tem função social relevante na redução
da exclusão social e na melhor distribuição de renda.
Em qualquer de suas formas, o crédito sempre estará ligado ao
desenvolvimento econômico e social de um país. Em função disto é necessário
que se dê destaque especial á sua qualidade.
30
3.1 – Análise de Crédito
Nem sempre um crédito de qualidade é um crédito burocrático ou
restritivo. O crédito concedido deve ser aquele em consonância com a
capacidade de pagamento do indivíduo.
A tendência de queda das receitas com “Float” (remuneração oriunda
de aplicação de um recurso financeiro por um banco entre 1 a 5 dias em que
este dinheiro permanece em seu poder antes de disponibilizá-lo ao cliente), a
atratividade para os bancos e a ampliação do risco de inadimplência pelos
juros altos indicam que o crédito será a grande fonte de recursos para o
mercado financeiro e automobilístico nos próximos anos, forçando os setores a
aumentar sua participação e responsabilidade no fomento da economia.
A análise de Crédito não se trata de um processo simples e objetivo,
determinada análises transcendem as técnicas objetivas e se apresentam em
decisões subjetivas, baseadas no conjunto de informações adquiridas, no bom
senso e na experiência dos analistas.
“A adequada análise de crédito é crucial para atividade
bancária, ao possibilitar a redução do risco de crédito, após
a identificação dos pontos fortes e fracos dos clientes
prospectados e de clientes com relacionamento já existente
em concessão de crédito. A identificação do risco do crédito
é essencial para a tomada de decisão, classificação de risco
e precificação do empréstimo.” (PIROK, apud, SANTOS,
2000, p.44).
3.1.1 - Os “C’s” tradicionais do crédito
Para uma análise subjetiva da concessão de crédito é necessário o uso
dos tradicionais “C’s do crédito”: Caráter; Capacidade; Condições; Capital;
31
Conglomerado; Colateral. (SANTOS, 2000, p.45)
O “Caráter” representa a idoneidade do cliente, baseado no seu
histórico nos pagamentos de dívidas. É auferido principalmente pela pesquisa
aos órgãos de proteção ao crédito.
Segundo BLATT (1999, p.42), “caráter refere-se ao risco moral, ou
melhor, à intenção e à determinação do cliente de honrar ou não seus
compromissos assumidos, sendo este o primeiro fator de seleção do cliente”.
A “Capacidade” é a habilidade que a pessoa tem de gerir seu negócio
ou suas finanças pessoais, ou seja, o potencial do cliente em pagar suas
dívidas ou obrigações. Porém, na insuficiência de dados consistentes, deve-se
indicar o preenchimento do relatório de visita ou, a verificação “in loco” das
condições residenciais e/ou profissionais da pessoa.
“Condições” ou cenário, diz respeito a condições de macro-ambiente
em que a pessoa busca sua receita, é profissional liberal, autônomo ou
empregado de empresa? Qual a situação da empresa ou o setor onde a
mesma atua?
O “C” Capital é avaliado pela situação econômico-financeira e
patrimonial do cliente, è feita uma checagem financeira no sistema financeiro
Nacional (BCB) e um levantamento do patrimônio.
“Colateral” é utilizado quando da insuficiência de garantias na
operação, exige-se garantias adicionais, sejam elas reais (Penhor, hipoteca,
caução, alienação fiduciária do bem) ou pessoais (aval e fiança).
“Conglomerado” é uma regra que busca analisar as pessoas ao redor
daquela que é objeto principal de pesquisa, como por exemplo, empresas do
grupo, sócios, cônjuges etc.
32
3.2 – Cadastro positivo
Atualmente, ao procurar crédito, o bom pagador paga pelo mau, pois o
risco de inadimplência é repassado de forma igual, por isso procura-se uma
maneira de extinguir esta injustiça através do Cadastro Positivo.
“O cadastro positivo é uma metodologia moderna de
conceder crédito, no qual o comportamento financeiro de
seu pretendente (ao crédito) é analisado a partir de
informações compartilhadas entre os diversos setores da
economia
(mercado
financeiro,
comércio,
indústria
e
serviços). Assim, o que se considera é o relacionamento
financeiro dos consumidores, no qual são valorizados os
fatos positivos, ou seja, os pagamentos honrados, e não os
eventuais fatos negativos, que são os pagamentos não
honrados, e que hoje no Brasil são superdimensionados.”
(LUCCA, 2009)
O mercado financeiro necessita de um instrumento mais completo e
eficaz para liberar crédito para as pessoas físicas.
Nesse ano, após intensas pesquisas e desenvolvimentos, o Cadastro
Comportamental foi criado pela SERASA com o objetivo de permitir que os
bons pagadores, a grande maioria dos brasileiros, pudessem ter tratamento
diferenciado e maior acesso ao crédito com juros mais baixos.
Em economias mais adiantadas como dos Estados Unidos e da
Europa, o consumidor não tem acesso a qualquer modalidade de crédito se
33
não estiver cadastrado em um serviço de proteção ao crédito. Assim como
existe nesses países, o “Credit Bureau” é um cadastro de informações
autorizadas pelo próprio consumidor e referentes ao seu comportamento no
pagamento de compromissos financeiros, assumidos na contratação de crédito.
O
cadastro
positivo
tem
sido
evidenciado,
pelas
autoridades
econômicas e monetárias, como uma importante forma para a redução das
taxas de juros. Isso é comprovado não só no Brasil, mas também em várias
partes do mundo. Esse instrumento é muito utilizado nos países reconhecidos
como excelência em crédito, como Estados Unidos e Inglaterra, nos quais as
taxas de juros são referências.
Vários países emergentes, como a Austrália, a Nova Zelândia e a
África do Sul, estão implantando o cadastro positivo, visando o crescimento
sustentado de suas economias.
De acordo com LUCCA, 2009, o crédito na China representa 102% do
PIB e nos EUA 86%, entre tantos outros exemplos. No Brasil, o crédito é 32,6%
do PIB. Estudo de John Barron (professor da Purdue University, EUA) e
Michael Staten (professor da Georgetown University, EUA) mostra que a
inadimplência em 50 países que adotaram o cadastro positivo chega a ser 43%
menor do que naqueles que utilizam só informações negativas. Além disso,
com a cultura e a prática das informações positivas, há um aumento de 90% no
número de pessoas que solicitam crédito e são atendidas.
Esse cadastramento só favorece o consumidor no acesso ao crédito,
que passa a ser ágil, sem burocracia e com custos menores.
O
processo
de
crediário
fica
simplificado,
dispensando
o
preenchimento de extensos formulários cada vez que se faz um financiamento,
ou compra à prazo melhorando o atendimento e poupando tempo do
solicitante.
34
A legislação brasileira no Código de Defesa do Consumidor dispensa a
necessidade de autorização do consumidor no tocante ao cadastramento dos
inadimplementos do banco de dados de proteção ao crédito.
As informações positivas exigem autorização do consumidor para
compor os bancos de dados, ao contrário do que acontece em muitos países,
onde a legislação, além de garantir os direitos individuais dos cidadãos, permite
que estes, na condição de consumidores, tenham acesso facilitado à aquisição
de bens e serviços, a partir da valorização de seu comportamento de bom
pagador.
“Muito se fala sobre o aumento da inadimplência e do
endividamento da população. A evolução do crédito para
pessoa física, muitas vezes rotulado como crédito fácil, e as
elevadas taxas de juros são freqüentemente apontadas
como justificativas para o fenômeno da inadimplência. Em
parte, são. Resta saber quais são os outros fatores de
impacto, além da SELIC. É necessário ver também a
metodologia para concessão de crédito, pois as partes
envolvidas são duas: o consumidor e o concedente.”
(LUCCA , 2009)
Ainda segundo LUCCA, 2009 o crédito é o grande financiador da
atividade econômica em qualquer economia forte, ela financia desde a
produção, comercialização até o consumo, gerando emprego e renda.
35
CONCLUSÃO
Este trabalho dedicou-se a um problema enfrentado por economias do
mundo todo, o modelo de oferta de crédito com pouco critério que resultou
recentemente numa das maiores crises econômicas em nível internacional.
O mercado de veículos no Brasil é um setor muito dinâmico e de grande
representatividade na economia do País, que sofre as conseqüências desta
crise.
O intuito de apresentar, situar as pessoas para o assunto, mostrar de
forma sucinta, o Cenário, suas tendências, os agentes participantes, a
formação do preço ou o custo final do crédito, o que representa o Risco neste
negócio e o impacto da inadimplência na formação do preço é fundamental
para um consumo consciente.
O consumo não existiria sem oferta, eles são complementares na lei de
mercado, por isso que se a oferta for responsável e o consumo consciente,
teríamos grande chance de se chegar ao equilíbrio econômico-social evitando
desperdícios.
A abordagem do tema central chama a atenção para a importância da
Qualidade do Crédito nesse mercado como forma de desonerar essas
operações gerando, não só, maior numero de negócios, mas também como
uma iniciativa de se obter um mercado sustentável, ou seja, socialmente
responsável, ambientalmente correto e economicamente viável, sempre
preocupados, não só com os resultados, mas também com as gerações
futuras.
Apresentamos como sugestão de gestão estratégica e qualidade para o
crédito, o cadastro positivo, modelo já existente em vários países com bastante
sucesso e que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, restando apenas
alguns ajustes de ordem burocrática.
36
BIBLIOGRAFIA
- AFANASIEFF, T. S.; LHACER, P.M.; NAKANE, M. I. The Determinants of
Bank Interest spread in Brazil. In: XXIX Encontro Nacional de Economia –
ANPEC, Salvador, BA. Anais do XXIX Encontro Nacional de Economia, 2001.
– ANEF: Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras.
Disponível
em
<http://www.anef.com.br/imprensa/balanco-ano2006.doc>
Acesso em junho de 2009.
- BANCO CENTRAL DO BRASIL. Juros e spread bancário no Brasil.
Departamento de Estudos e Pesquisas - DEPEP, outubro de 1999. Disponível
em: www.bcb.gov.br/ftp/jurosspread1.pdf. Acesso em: 10 mar. 2009
- BARROS, J.P.O.; FAGUNDES, M.E.M.; CAVALCANTE, L.R. Spread
bancário em operações de crédito. III Encontro de economia baiana – set. /
2007.
- BLATT, A. Avaliação de risco e decisão de crédito: um enfoque prático.
São Paulo: Nobel, 1999.
- BRAGA, J. A formação da taxa de juros. Conjuntura Econômica, Rio de
Janeiro , v.57 n.7 , p. 20-21, jul.2003.
- BRYAN, L.L. Breaking up the banking: rethinking na Industry under
Siege. Homewood, III: Dow Jones-Irwin, 1988.
- LUCCA, E. A. de. Disponível em <http://www.serasa.com.br/guia/77.htm>
acesso em 08/05/2009 às 08:00 hs
- OLIVEIRA, V. D. A gestão do risco de crédito nos financiamentos de
veículos. Brasília, 2003.
37
- SILVA, R. J. da. Os determinantes da taxa de juros dos contratos de
crédito ao consumidor do setor automobilístico. Florianópolis, 2006.
- SANTOS, J. O. dos. Análise de Crédito – empresas e pessoas físicas.
São Paulo: Atlas, 2000.
38
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito:
Download

Leonardo Corrêa Couto