Capitão América e Viúva Negra: Discurso, Ideologia e Semiótica. Paulo Henrique Dos Santos (Univel)¹ Alex Sandro Rodrigues (Univel)² RESUMO: O objeto de estudo deste artigo é analisar dois personagens dos quadrinhos, a Viúva Negra e o Capitão América, ambos da editora Marvel Comics sendo representantes de Estado. A análise está fundamentada sobre o Discurso de linha francesa juntamente com a semiótica, que busca a reflexão da mensagem não dita sobre esses personagens e a produção de sentidos que estes possuem como meios de entretenimento. Utilizamos os seguintes autores para a realização deste artigo: Eni Orlandi, Michel Pêcheux e acrescentando os conceitos de semiótica abordados por Lúcia Santaella aos personagens, tornando a mensagem não dita discutível. Os personagens recebem influencias dos sistemas socioeconômicos em que estão inseridos e defendem suas ideologias, eles relacionam-se com os conceitos abordados pelos autores. Steve Rogers, o Capitão América, tem sua formação ideológica e discursiva pautada pelo capitalismo e patriotismo norte americano. A Natasha Romanov, Viúva Negra, é russa e assim como Steve, é uma super soldado, que mantém sua formação ideológica e discursiva comunista. Para efetivar-se o conceito de semiótica, analisamos os signos existentes no contexto existencial destes personagens. Foi realizada a análise dos “quadrinhos” a fim de resgatar o histórico dos personagens. A partir desta análise será possível, então, chegar à conclusão do tratamento que é dado a cada um destes pela editora estadunidense, Marvel Comics. PALAVRAS-CHAVE: Quadrinhos; Personagens; Marvel; Semiótica; Discurso; Ideologia ABSTRACT: The object of this paper is to analyze two characters of comics, the Black Widow and Captain America, both the publisher Marvel Comics and state representatives . The analysis is based on the French Discourse with semiotics that seeks to reflect the unspoken message about these characters and the production of meaning they possess as a means of entertainment . We used the following authors for conducting this article : Eni Orlandi , Michel Pêcheux and adding the semiotics concepts approached by Lucia Santaella to the characters , making the unspoken message debatable. The characters are influenced by the socioeconomic system they are inserted and defend their ideologies, they relate to the concepts addressed by the authors. Steve Rogers, Captain America, has its ideological and discursive formation ruled by capitalism and North American patriotism. Natasha Romanov, the Black Widow is Russian and, like Steve, is a super soldier, who keeps his communist ideological and discursive formation. To realize the concept of semiotics, we analyze the existing signs in the existential context of these characters. The analysis of these "comics " was performed in order to retrieve the history of the characters . This analysis makes us able to conclude what treatment is given to each of them by the U.S. publisher, Marvel Comics. KEY WORDS: Comics, Characters, Marvel, Semiotic, Ideology INTRODUÇÃO Desde o inicio do século XX, o mundo passou por algumas mudanças no meio artístico. E uma dessas mudanças foram os quadrinhos que se intensificaram por meados da década de 1920, pois o mundo ainda estava traumatizado devido a Primeira Guerra Mundial e quem poderia salvar o mundo daquela depressão? Os super-heróis. Ao longo das décadas surgiram heróis, vilões e cada um deles possuem suas ideologias que são apresentadas em seus discursos pautados no contexto ao qual o personagem é inserido. Por este viés, é analisado do ponto de vista da Analise do Discurso de linha Francesa de Michel Pêcheux e a Semiótica de Lúcia Santaella e Charles Sanders Peirce com o objetivo de relacionar o tratamento que é dado ao Capitão América e a Viúva Negra, que ambos são da editora Marvel Comics .A analise será feita por meio dos quadrinhos que marcam de fato a história desses personagens do ponto de vista do autor deste artigo. Há necessidade de analisar estes personagens é devido ao fato de que estes apresentam discursos e ideologias pautadas em suas origens e no decorrer da historia, ambos os personagens sofrem mudanças sem perder a essência original. CONCEITO DE SEMIOTICA Semiótica foi abordada por Charles Sanders Peirce e no Brasil, aprimorada por Lúcia Santaella. A Semiótica pode ser definida como a ciência dos signos, porém, a definição deste estudo é abrangente. Um processo como tal não pode ser traduzido em uma única definição cabal, sob pena de se perder justo aquilo que vale a pena, isto é, engajamento vivo, concreto e real no caminho da instigação e do conhecimento. Toda definição é acabada, é uma espécie de morte, por que, sendo fechada, mata justas a inquietação e curiosidade que nos impulsionam para as coisas que vivas, palpitam e pulsam. (SANTAELLA, 1983, p.8) A tríade de Peirce que se relaciona com a questão de signo refere-se a que apresenta os seguintes elementos: ícone, índice e símbolo. O ícone, puramente, tem o objetivo de representar a ideia do objeto real, por exemplo: O ícone da Lixeira na área de trabalho representa a lixeira, mas não que seja de fato a lixeira, segundo Santaella (1983,p.64) “O objeto do ícone, portanto, é sempre uma simples possibilidade, isto é, possibilidade do efeito de impressão”. O índice é o elemento que indica a ideia, por exemplo: onde há fumaça, há fogo. De acordo com Santaella (1983, p. 66) “o índice é um signo que como tal funciona por que indica outra coisa com a qual ele está diretamente ligado” O símbolo trás consigo um significado, por exemplo, a palavra casa, a ideia que cada individuo terá sobre essa palavra é diferente, porém o símbolo é a própria palavra casa é o mesmo para todos, Santaella (1983, p. 67) diz “O símbolo não é uma coisa singular, mas um tipo geral”. E aquilo que ele representa também não é um individual, mas geral. Outro elemento presente é a cor, que nos quadrinhos é o que dá a vida e na semiótica , Segundo Alexandria (2010, p.05) transmite uma informação. A cor pode nos informar inúmeros fatos. A precisão e objetividade da informação dependerão da história dessa cor, do grau de saturação da cor, do conhecimento do receptor da informação e do contexto criado pela apresentação da notícia para expressar a cor como o significado que objetivasse fornecer. ANALISE DO DISCURSO DE LINHA FRANCESA Análise do Discurso (AD), de linha francesa, surgiu em meados na década de 1960, por meio de Dubois e de Pêcheux. Este, um filósofo, voltado, em especial, para os embates do marxismo e da psicanálise. Ambos, embora imbuídos em pesquisas com reflexões específicas, partilhavam entre si das manifestações das classes sociais No Brasil, Eni Orlandi intensificou o estudo da AD francesa partindo como uma grande estudiosa dos conceitos abordados por Pêcheux. Analise do Discurso é pautada na produção de efeitos e sentidos que são resultados não apenas de um elemento, mas da obra como um todo. “as palavras, expressões, proposições... Mudam de sentido segundo as posições sustentadas por aqueles que as empregam, o quer dizer que elas adquirem seu sentido em referência a essas posições, isto é em relação às formações ideológicas.” (PÊCHEUX, 1995, p. 160). Em AD Francesa, Pêcheux considera a psicanalise e o contexto para a formação ideológica e discursiva pelo confronto das politicas Sociais e a Filosofia. Segundo Eni Orlandi (2005, p. 10), “focalizando o sentido, que é o ponto nodal no qual a Linguística intersecta a Filosofia e as Ciências Sociais, Pêcheux reorganiza esse campo do conhecimento” Para realização da AD, a psicanalise, colabora na estrutura que compõe o discurso, a ideia é que o personagem é atingido por todo o seu contexto histórico-social que logo forma a ideologia do personagem. Ou seja, se na semiótica, o que importa é significado, na AD de Linha Francesa o que importa é o sentido, a produção de efeitos. Nos quadrinhos temos os dois personagens que são pautados em discursos políticos, “a presença do político, do simbólico, do ideológico, o próprio fato do funcionamento da linguagem: a inscrição da língua na história para que ela signifique” (ORLANDI, 2005, p. 21). A SEMIOTICA DO CAPITÃO AMERICA O Capitão América é um dos heróis mais conhecidos do universo Marvel. E o que contribuiu para a fama do herói , foi seu uniforme que independente do universo ao qual o personagem esteja inserido sempre tem como referencial as cores: branco, azul e vermelho. Outra característica importante do personagem é a etnia do mesmo, que se manifesta de maneira despercebida. Durante a historia, a etnia branca é referencial de pureza e bondade. Segundo Freitas, o branco “É o símbolo da luz, e não é considerada cor. No ocidente, o branco traduz a vida e o bem.” Mas de fato, o branco não é apenas na etnia do personagem, mas pode ser relacionado também ao branco do uniforme do personagem. Neste uniforme nota-se a grande inspiração da bandeira americana. “Vestindo um traje baseado na bandeira americana, Steve recebeu um escudo triangular a prova de balas, uma pistola e um codinome Capitão América, a Sentinela da Liberdade” (BECKO, 2012, p. 22). Foto 01 - Capitão América em sua primeira versão 1941 Em 1941, ascendia na mídia impressa Capitão América desenhado por Jack Kirby. Fonte: http://ignite.me/blog/wp-content/uploads/2012/12/cartoon-captain.jpg Observa-se no personagem a predominância de pequenos detalhes que compõe a estética dele. A cor predominante no uniforme do personagem é o Azul, que faz referencia à serenidade. O vermelho é remetente à guerra e a justiça. O branco é o referente à ordem. No contexto dos quadrinhos, a união entre o Azul e o Vermelho indicia estabilidade, firmeza e certeza e acrescentando o branco, lembra o publico a pureza do personagem. Listras e estrelas fazem parte do primeiro uniforme do Capitão América, separadamente, estrelas representam gloria e o glamour. As listras de diferentes cores representam a diversidade. Unidos, estes símbolos representam a bandeira americana, em seu primeiro uniforme. Após alguns anos, o herói teve várias modificações no uniforme, porém a mais forte foi o seu uniforme em Os Vingadores Secretos. Foto 02 - Visual de Steve Rogers em os Vingadores Secretos O tom mais escuro e sério no novo uniforme Fonte: http://3.bp.blogspot.com/XHH07K5uT88/UWb7PZuT25I/AAAAAAAAijU/xZHy37Yvf3k/s1600/steve+rod gers_Vingadores+Secretos.jpg Este uniforme por sua vez, apresenta um caráter mais obscuro, transmitindo seriedade. Há uma diminuição de estrelas e listras, o azul ficou mais escuro remetendo a seriedade do personagem. O vermelho e o branco passaram a ter menos participação no traje do herói. Esses aspectos abordados sobre a vestimenta do Capitão América acrescentou ao personagem respeitabilidade e firmeza sobre a própria ideia que o herói representava, em seu primeiro uniforme pendia à infantilidade devido às diversas cores que este possuía. As modificações que o Capitão América enfrentou no decorrer de sua historia mudou o próprio conceito de herói que este possuía. No primeiro instante, ele é apresentado como ingênuo, e o que evidencia isso é o próprio uniforme que este possui é cheio de cores, estrelas e listras. No segundo momento abordado, o personagem sofre uma transformação que agregou a este um caráter mais sério e adulto. A intenção de marcar a bandeira dos Estados Unidos neste personagem é evidente, vendo que as listras e as próprias estrelas remetem a bandeira norteamericana. A SEMIOTICA DA VIUVA NEGRA A primeira aparição da Viúva Negra foi no arco Tales of Suspense. Nesta aparição a personagem tem como predominante a cor preta e alguns detalhes em cores claras no uniforme dela e também não faz referencia à bandeira da Rússia. Foto 03 Viúva Negra, uniformizada no arco Tales of Suspense Fonte - Foto 04 : http://i5.photobucket.com/albums/y166/thewastebasket/BlackWidow2B.jpg Nesta foto, a sensualidade da personagem é mais explorada. O decote e a pernas completamente expostas indiciam o poder sedução da personagem, ela abusa da sensualidade e ainda, sob a pele há um tecido que se assemelha a teia de aranha, indiciando o traje que faz jus ao nome da personagem. Ela possui uma mascara que remete a questão da identidade. Em meados da década de 60, a personagem passou por uma reformulação em seu visual. Foto 04 A nova Viúva Negra, modificada em 1969 Fonte: http://images4.wikia.nocookie.net/__cb20120315064652/avengersalliance/images/7/7c/Black_Wid ow_Marvel_XP.png Nesta nova versão, a Viúva Negra, passou a ser ruiva e a vestir um uniforme de couro preto. O cabelo vermelho representa a força que a personagem possui e combinando, o traje de couro preto representa a sensualidade que esta possui, esses são indícios que revelam que a personalidade dela. Outra referencia que esta personagem apresenta é o caráter fisiológico, relacionado à etnia da personagem. O vermelho, azul e branco que se apresentam respectivamente como vermelho, olhos e pele, podem também ser uma referencia à bandeira russa. A intenção que existe por meio das cores utilizadas na criação estética dessa personagem é justamente marcar a bandeira russa, diferente do capitão América, de uma forma mais camuflada. CAPITÃO AMERICA UM DISCURSO PATRIOTA Steve Rogers, um jovem esguio e anêmico se alista no exercito para combater o “mal”, mas rejeitado, foi convidado a participar da Operação Renascimento, que tinha o objetivo de levar os soldados americanos à perfeição física. Foto 05 Primeira revista em quadrinhos do Capitão América, em 1941. Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_BeGEAD8oSwg/SqQjm8vblzI/AAAAAAAABnc/SXADdlQU_r8/s1600h/PA01.jpg Podemos entender a relação de fragilidade do personagem, como uma referência á própria historia dos Estados Unidos, que antes o país possuía uma fragilidade no que diz respeito à independência e posteriormente, tornou-se forte. O personagem começa sendo fraco e posteriormente ele torna-se forte. Em 1963, o personagem passa a fazer parte dos Vingadores, na revista de numero 4. Foto 06 Primeira revista em quadrinhos do capitão América com, Os Vingadores, em 1963. Fonte: http://a69.g.akamai.net/n/69/10688/v1/img5.allocine.fr/acmedia/medias/nmedia/18/99/51/71/20616301 .jpg Nesta HQ, o personagem é acordado e convidado a fazer parte da superequipe. O que fica evidente é a capacidade de liderança do herói, a partir do momento em que acorda, ele passa a ser o líder dos Vingadores e ele apresenta a frase celebre “Avante Vingadores”. O discurso do personagem nesta HQ é uma referencia de como os Estados Unidos conseguem ser uma “liderança” vendo que está época acontecia a tão famosa Guerra Fria, então o personagem sendo líder dos Vingadores, representava, o potencial de vida do americano, a ideia de acordar o Capitão América de um sono congelado, reforça essa ideia de vida longa dos americanos. Um dos marcos recente na historia do Capitão América, foi o 11 de setembro de 2001, que apresentou Steve Rogers sendo submissão à humanidade, e fazendo referencia a bandeira americana, ele se coloca como um ser humano comum e o que reforça essa ideia é a frase “Nós nunca nos esqueceremos dos 11 de setembro” (Tradução Livre) a frase como um todo é coloca em terceira pessoa, ou seja, ele se inclui como qualquer americano. Foto 07: “Nós nunca nos esqueceremos dos 11 de setembro.” Tradução livre. Fonte: Presente no artigo: A REPRESENTAÇÃO DOS SUPER-HERÓIS SUPERMAN E CAPITÃO AMÉRICA COMO INSTRUMENTO IDEOLÓGICO ESTADUNIDENSE Nesta revista, nós temos o Capitão América mais patriota, todo o discurso que ele apresenta nessa edição, é pautado encima do sentimento patriota do personagem e o que caracteriza a ideia é o fundo da bandeira americana em cima e no restante da imagem é possível ver as fumaças, que fazem referencia à tragédia, A expressão facial do personagem nesta perspectiva, caracteriza o luto, a fim de apontar que ele também se sente “mal” pela tragédia. Então, nesta HQ, é possível ver como o Capitão América sente-se em relação aos americanos. Considerando o fato de que ele não é dono de seu discurso, ele é atingido pelos outros fatores como: condições de produção e efeitos de sentido. Um dos efeitos do sentido do personagem é que todo americano é patriota e que todos os outros personagens são submissos a este. VIÚVA NEGRA UM DISCURSO DE SUBMISSÃO Criada por Stan Lee, Don Rico e Don Heck, estreou em Tales of Suspense 52, de 1964, revista que publicava as aventuras do Homem de Ferro. As histórias de Tony Stark estavam totalmente ligadas ao clima da Guerra Fria e seu tema básico eram os pequenos confrontos ideológicos entre os EUA e a URSS. Isso confere importância às revistas, por causa de seu conteúdo político. Neste sentido, a URSS envia dois agentes secretos, Bóris Turgenoff e Natasha Romanova, para matarem o cientista Anton Vanko, que estava envolvido com a criação da armadura do Dínamo Escarlate. O Homem de Ferro tenta impedir, mas Turgenoff veste a armadura do Dínamo Escarlate e, no fim das contas, ele e Vanko são mortos na batalha. A estreia da Viúva Negra, ainda sem uniforme. Capa de Jack Kirby. A Viúva Negra consegue escapar. Foto 08 Tales of suspense 52, primeira aparição da Viúva Negra. Fonte: http://bimg1.mlstatic.com/tales-of-suspense-52-abril-de-1964-marvel-75-importado_MLB-F2842956553_062012.jpg Contudo, meses depois ela aparece novamente em Tales of Suspense 57, onde começa a ter uma relação com o Gavião Arqueiro, que neste período ainda era um vilão. Eles atacam o Homem de Ferro e são derrotados. E logo após esses eventos, ela decide romper o contrato com a União Soviética e por amor ao Gavião Arqueiro. Porém é sequestrada e sofre uma lavagem cerebral, onde reaparece como vilã em 1966, na revista Avengers 29 e posteriormente em Avengers 36, no ano de 1967, ambas escritas pelo norte americano, Stan Lee. Neste período ela faz alianças com super vilões como o oriental Espadachim. Quando pensamos em condições de produção, na questão da Viúva Negra, é visto que esta recebe grande influencia da Guerra Fria, pois uma russa faz parceria com um personagem oriental, pode representar a união da Rússia com o Japão. Na década de 1970, com o visual já alterado a personagem enfrenta o Homem – aranha em Amazing Spider Man 86, nessa HQ a Viúva Negra confirma sua popularidade a ponto de ganhar pequenas séries que eram publicadas de três em três meses, porém, não vingaram e ela passou a fazer participações em revista de quadrinhos de outros heróis. Foto 09 - Amazing Spider Man 86 – Capa. Foto 10 - Viúva Negra em ação com o novo visual Fonte- Foto10: http://images4.wikia.nocookie.net/__cb20060318022404/marveldatabase/images/8/8a/Amazing_Spid er-Man_Vol_1_86.jpg Fonte-Foto11: http://hqrock.files.wordpress.com/2012/02/black-widow-and-spider-man-by-johnromita.jpg Já convertida aos Estados Unidos, em 1973, a personagem entra para os vingadores, um grupo de super-heróis, que naquele momento só tinha os americanos, além daquele herói que antes ela tentava derrotar, no caso, o Homem de ferro. Na década de 2000, a personagens ganhou varias minisséries, porém, a que gostaríamos de destacar é a serie Widowmaker, pois apresenta como ela é vista pelos heróis americanos, alguns deles, como Harpia refere-se a esta como “traidora de sua pátria”. A personagem Natasha Romanoff, conhecida como Viúva Negra tem como efeitos de sentido uma personagem que representa a Rússia, considerando como foi produzida e o efeito de sentidos que possui a personagem transmite a ideia de que os russos renderam-se aos americanos. CONCLUSÃO Por meio das analises, o tratamento que é dado a estes personagens é muito diferente. Enquanto a personagem Viúva Negra é referenciada aos Russos e submissão, o Capitão América é o representante do despertar americano para o mundo. Pela semiótica, os indícios são gritantes em relação ao poder que os Estados Unidos possui nos quadrinhos representados pelo Capitão América. Toda a força e o poder e o personagem possui são indícios que referenciam ao poder do próprio país. No que diz respeito à Viúva Negra, a personagem passou por modificações em seu visual, que pode ser também uma referencia à Rússia, que passou por diversas transformações. No âmbito que diz respeito à AD francesa, o discurso do personagem Capitão América é pautada no patriotismo e poder americano, ele age da forma que lhe foi empregado a isso, esse patriotismo sem mudar a posição de defender os Estados Unidos. Entretanto, a representante russa, Viúva Negra, apresenta um discurso que se altera, ela inicialmente tem sua ideologia pautada pelos ideais soviéticos e depois se altera, ela rende-se ao American way of Life, por tanto, pode ser traduzido como a submissão da Rússia aos Estados Unidos. Considerando o âmbito da psicanalise, o sujeito – os personagens – fazem esses discursos sem a intencionalidade, eles possuem seus conceitos já formados dentro das condições de produção e no que diz respeito a efeitos de sentido também. Por fim concluímos que o tratamento da editora norte – americana, Marvel Comics , vemos um favorecimento ao personagem americano, Capitão América, e o caso da personagem Viúva Negra, que tem seu discurso mutável nos quadrinhos. Referências ALEXANDRINA, Rosangela Pereira De - Percepção da Cor: A Influência da Cor Como Informação em Anúncios Publicitários – 2010 – Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/ric/article/viewFile/511/1482 Acesso: 19 de outubro. BARRETO, Raquel Goulart - Análise de discurso: conversa com Eni Orlandi – 2005 – Disponível em: http://www.periodicos.proped.pro.br/index.php/revistateias/article/download/210/209 Acesso 10 de outubro. 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